Enfermeiros:

OE reclama dignificação dos especialistas nas instituições de saúde

O Bastonário da Ordem dos Enfermeiros reclamou das instituições de saúde uma dignificação da especialidade de cada profissional, pondo termo ao desaproveitamento de capacidades que podem traduzir-se em mais-valias na prestação de cuidados aos cidadãos.

O Enf.º Germano Couto, que proferiu a Conferência de Abertura do 2º Encontro dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica, expressou o compromisso de continuar a pressionar o poder político para resolver esse problema.

Na sua perspectiva, há carência de enfermeiros especialistas nas instituições de saúde, nomeadamente nos serviços em que esses cuidados diferenciados fazem mais falta, mas na maioria das situações a organização do capital humano não tem em conta a formação pós-graduada.

Tal atitude – sublinhou - “testemunha a ausência de consideração pelas mais-valias e ganhos de saúde que os enfermeiros especialistas trazem aos serviços” e ao próprio e ao Serviço Nacional de Saúde.

“Não podemos continuar a admitir que, devido a um erro estratégico e a imperativos economicistas, a desmotivação e o desinteresse se impregnem – tal como um vírus oportunista num organismo com imunidade deficitária -, minando o esforço feito pelos colegas e desaproveitando o investimento feito em prol da saúde dos portugueses”, afirmou.

Para o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, “torna-se igualmente imperativo” elaborar um guia de dotações seguras relativamente às várias especialidades.

“Cuidados especializados significam cuidados mais dirigidos às necessidades das pessoas, quer sejam abordadas enquanto indivíduos, famílias ou uma comunidade. Significam uma reorganização da oferta, potenciando as capacidades de cada um dos profissionais que compõem uma equipa multidisciplinar”, observou.

Na sua conferência, subordinada ao tema “O Enfermeiro Especialista na prática clínica: Importância política, estratégica e para a qualidade dos cuidados”, disse ter já alertado o ministro da Saúde para a necessidade de rever, o quanto antes, a legislação da carreira de Enfermagem que não considera a existência da categoria de Enfermeiro Especialista.

“Isso faz com que o poder discricionário dos conselhos de administração das estruturas de saúde privilegie competência de cuidados gerais em detrimento das competências especializadas, desprestigiando, desvalorizando e desregulando a prestação de cuidados de qualidade e a sua adequação às necessidades dos cidadãos”, considerou.

Na Abertura Solene do Encontro, que antecedeu a Conferência do Bastonário da OE, o presidente do Colégio da Especialidade de Enfermagem Médico-Cirúrgica, Enf.º José Carlos Martins, aludiu à sua importância enquanto espaço de partilha de conhecimentos e de criação de redes, no sentido de uma procura contínua de saber, e da sua aplicação no quotidiano da prestação de cuidados aos cidadãos.

Sobre o Encontro, a presidente do Conselho Directivo Regional da Secção Regional do Centro da OE, Enf.ª Isabel Oliveira enalteceu na sessão o forte envolvimento do Colégio da Especialidade com as associações profissionais de enfermagem.

Fonte: 
GCIC - Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros
Nota: 
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