Dentro de um a dois anos
Especialista acredita que metade dos europeus podem vir a sofrer de algum tipo de alergia.

O alergologista Pedro Lopes da Mata acredita que metade dos europeus poderão vir a sofrer de alguma forma de alergia dentro de um a dois anos, avança a TSF.

Este especialista do Instituto Clínico de Alergia explicou que actualmente um terço das crianças europeias já sofre de alergias e que existe uma tendência para o aumento do número de casos.

“As doenças alérgicas, no conjunto de todas as idades, são a quinta doença crónica mais vulgar em todo o mundo e a terceira doença crónica mais vulgar em pessoas com menos de 18 anos”, explicou.

Pedro Lopes da Mata entende ainda que é difícil explicar com exactidão as razões do aumento das alergias, mas lembra que as mudanças dos hábitos alimentares são um dos motivos que tem levado ao aumento dos casos.

O especialista recordou ainda que a ausência de factores de protecção é outros dos factores que explica este aumento, já que “antigamente vivíamos mais no exterior e tínhamos mais contacto com a infecção e talvez isso nos defendesse da alergia”.

 

Estados Unidos querem lançar no mercado
As autoridades norte-americanas anunciaram que vão acelerar o processo de aprovação para colocar no mercado um novo tratamento...

Na fase de testes realizada até ao momento, 89% dos doentes atingidos por leucemia verificaram que o cancro desapareceu completamente.

Trata-se de uma imunoterapia personalizada conhecida pelo nome de CTL019, desenvolvida pela Universidade da Pensilvânia e considerada um “grande avanço” pela Agência Federal do Medicamento (FDA) dos Estados Unidos, entidade que avalia todas as substâncias terapêuticas e terapias.

Isto significa que esta terapia vai beneficiar de um processo acelerado de avaliação por parte da FDA, tal como uma atenção particular para a sua colocação no mercado, já que foi a primeira imunoterapia contra o cancro a receber esta designação.

A terapia consiste em extrair células T imunitárias do paciente e depois programá-las geneticamente em laboratório para que anulem as células cancerígenas que produzem a proteína CD19.

Estas células T modificadas são depois injectadas no organismo do paciente, onde se multiplicam e atacam directamente o cancro, tendo 89% dos doentes tratados até agora entrado em remissão da doença.

A primeira criança a receber o tratamento, Emily Whitehead, celebrou em Maio dois anos de remissão da doença. “Os primeiros resultados dão imensas esperanças para um grupo desesperado de pacientes e muitos deles conseguiram recuperar uma vida normal na escola ou no trabalho depois de receberem esta nova imunoterapia personalizada”, disse o chefe da equipa de pesquisa da Universidade de Pensilvânia, Carl June.

A universidade aliou-se em 2012 à empresa farmacêutica Novartis para desenvolver e autorizar testes com esta terapia para o tratamento de vários tipos de cancro.

 

Saiba mais sobre
Para que um medicamento seja colocado no mercado, é necessária uma Autorização de Introdução no Merc
AIM

O sistema de autorização de introdução de um medicamento no mercado pode ser nacional, ou ser efectuada de forma concertada com os restantes Estados-membros da União Europeia e a Comissão Europeia.

Os procedimentos concertados entre os Estados-membros e a Comissão Europeia constituem o que se chama de Sistema Europeu de Avaliação de Medicamentos. No entanto, mesmo os avaliados a nível nacional regem-se pelas regras europeias de avaliação de medicamentos.

Independentemente do procedimento utilizado para a obtenção de uma Autorização de Introdução no Mercado (AIM), é sempre efectuada uma avaliação técnico-científica prévia.

Esta avaliação é essencial e determinante no processo de obtenção de AIM, de forma a garantir a segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos disponíveis no mercado.

Avaliação técnico-científica
A avaliação técnico-científica tem por objectivo garantir a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos disponíveis no mercado, com base na aplicação de rigorosos critérios legais e científicos, harmonizados ao nível europeu.

Esta avaliação é realizada por peritos do Infarmed, nomeadamente, da Direcção de Avaliação de Medicamentos e da Comissão de Avaliação de Medicamentos, um órgão consultivo, cuja missão é emitir pareceres em matérias relacionadas com medicamentos, designadamente sobre as autorizações de introdução no mercado.

A avaliação técnico-científica incide principalmente nas seguintes três vertentes:

  • Farmacêutica

Assegura que todos os medicamentos autorizados no mercado possuem a máxima qualidade a nível do seu fabrico cumprindo com todos os critérios exigidos.

  • Pré-Clínica

Assegura que todos os medicamentos autorizados no mercado cumprem os requisitos de segurança impostos, tendo em conta as características de cada medicamento e as suas indicações terapêuticas.

  • Clínica

Verifica a eficácia do medicamento estabelecendo as melhores condições para a sua utilização, nas indicações terapêuticas a que se destina.

Tendo presente que não há medicamentos isentos de risco, a autorização de medicamentos pressupõe que a relação benefício/risco seja favorável para o fim a que o medicamento se propõe.

No caso dos medicamentos genéricos, além da avaliação farmacêutica, a avaliação da eficácia e segurança é realizada através da comparação com o medicamento de referência/ original (mesma substância activa, forma farmacêutica e dosagem) recorrendo-se de estudos de bioequivalência.

E depois de estar no mercado?
De forma a manter a informação sobre o medicamento actualizada de acordo com o progresso científico, podem ser apresentadas alterações aos termos da AIM.

Também estas alterações carecem de avaliação técnico-científica, necessitando igualmente de ser autorizadas pelo Infarmed ou pela Comissão Europeia.

A utilização do medicamento é monitorizada de forma contínua, particularmente no que respeita à segurança do mesmo. Assim, periodicamente devem ser apresentados ao Infarmed, os Relatórios Periódicos de Segurança que reúnem e analisam toda a informação de segurança recolhida num determinado período de tempo.

A AIM é válida por 5 anos findo os quais é realizada uma renovação, com o objectivo de verificar que a relação benefício risco se mantém favorável.

A partir desta data e, caso não sejam apontadas razões de farmacovigilância relevantes, a AIM terá validade ilimitada.

Procedimentos de AIM

  • Procedimento Nacional

Este tipo procedimento é utilizado nos casos em que se pretenda que o medicamento seja aprovado apenas para colocação no mercado português.

Uma vez que Portugal é membro da União Europeia, a avaliação e aprovação de medicamentos rege-se pelas normas e procedimentos que compõem o sistema Europeu de Avaliação de Medicamentos, mesmo no caso do Procedimento Nacional.

O sistema europeu de avaliação de medicamentos compreende três procedimentos para obtenção de AIM para um medicamento.

Os procedimentos existentes são:

  • Procedimento Centralizado

O pedido de AIM é apresentado e gerido pela Agência Europeia de Medicamento (EMEA). A avaliação fica a cargo de um comité científico de peritos (CHMP) nomeados por todos os Estados-membros. Para cada pedido, são seleccionados dois Estados Membros que serão os responsáveis pela avaliação e elaboração de um relatório de avaliação a aprovar pelo Comité. Com base no relatório aprovado, a Comissão Europeia toma uma decisão de AIM que é válida e vinculativa para todos os Estados-membros da União Europeia.

Desta forma, o medicamento é autorizado ao mesmo tempo em todos os Estados Membros.

  • Procedimento de Reconhecimento Mútuo

No procedimento de reconhecimento mútuo, os Estados Membros podem reconhecer e aceitar a AIM concedida, por procedimento nacional, por um Estado Membro (Estado-membro de Referência).

Nestes casos é seguido um período a nível europeu durante o qual, com base na avaliação realizada pelo Estado-membro de Referência, tem lugar a avaliação técnico-científica. Após esta avaliação, o medicamento é autorizado no conjunto de países envolvidos no procedimento.

  • Procedimento Descentralizado

O procedimento descentralizado pressupõe a apresentação simultânea em vários Estados Membros de um pedido de AIM. Um dos Estados Membros assume a tarefa principal de avaliação (Estado-membro de Referência) que é acompanhada e comentada pelos restantes países. O período de avaliação é acordado entre todos os intervenientes envolvidos no procedimento.

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Especialistas dizem
Quando uma pessoa não ingere a quantidade de nutrientes que precisa para manter o bom funcionamento do organismo, pode...

Em estágio inicial, a carência de vitaminas e minerais pode até passar despercebida ou manifestar-se com sintomas leves, como o enfraquecimento das unhas. Sem tratamento, porém, os danos para a saúde podem tornar-se graves e levar a doenças como a anemia.

“Se não ingerirmos algum nutriente, mesmo que seja aquele de que necessitamos em doses mínimas, mais cedo ou mais tarde fará falta”, diz a nutricionista Salete Brito, do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Uma maneira de evitar o distúrbio é ingerir alimentos com elevada densidade nutricional. O termo, pouco conhecido pelos não especialistas, refere-se a alimentos que oferecem quantidades relevantes de proteínas, vitaminas, minerais e fibras e, ao mesmo tempo, baixo teor de gorduras saturadas, açúcares adicionados e sódio.

Vegetais, frutas, grãos integrais, leite e derivados, carnes magras, leguminosas, castanhas e sementes são exemplos de alimentos que se enquadram nessa categoria, explica a nutricionista Maysa Helena de Aguiar Toloni, professora adjunta no Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, no Brasil.

Em geral, também são de baixa caloria, mas há excepções, como o abacate, que apresenta um elevado teor calórico em função da presença abundante de gorduras insaturadas, considerada de boa qualidade.

Inversamente, quando um produto tem muitas calorias, mas poucos nutrientes, a sua densidade nutricional é baixa. Nessa classificação, entram petiscos e guloseimas, como pizzas, salgados, alimentos processados e os doces em geral.

A ingestão excessiva de itens desse grupo é prejudicial por uma série de aspectos. Não suprem as necessidades do organismo e, em determinados casos, ainda podem prejudicar a absorção de nutrientes importantes. Os produtos industrializados, por exemplo, por serem ricos em sódio prejudicam a assimilação de cálcio pelo organismo, afirma Brito. Se essa carência for prolongada, há riscos de desenvolvimento de osteoporose.

O consumo exagerado de alimentos contendo as chamadas “calorias vazias”, com pouca ou nenhuma oferta de nutrientes, também tem como consequência negativa o aumento de peso. “O facto de fornecerem poucos nutrientes essenciais ao organismo faz com que, por mecanismos biológicos de defesa, a pessoa consuma mais alimentos tentando compensar essa carência”, diz a nutricionista Márcia Regina Vitolo, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

 

13 institutos de vários países
Uma equipa de investigadores europeus levou a cabo uma pesquisa que permitiu identificar 518 novas microbactérias,...

A investigação, na qual foi usada uma nova abordagem de análise bioinformática, permitiu ainda aumentar o catálogo de genes microbianos conhecidos, de três para 10 milhões.

Os resultados desta investigação, publicados na revista especializada Nature Biotechnology, fazem parte do projecto europeu MetaHIT (Metageonomics Human Intestinal Tract), financiado em 11,4 milhões de euros para investigar como se relaciona o microbioma (população de microrganismos que habitam o corpo) humano com a saúde e a doença.

Ao todo participaram neste estudo 13 institutos de vários países.

De acordo com o investigador espanhol Francisco Guarner, do Instituto de Investigação Vall d'Hebron, de Barcelona, nem todas as amostras estudadas possuem esta quantidade de microbactérias desconhecidas.

As amostras da flora intestinal de algumas pessoas têm muito poucas destas espécies e, analisando-as em detalhe, os investigadores perceberam tratar-se de amostras de pacientes com doença de Crohn.

“Isto sugere que estas espécies, até agora desconhecidas, são possivelmente as que marcam a diferença entre a microbiota das pessoas sãs e das doentes”, afirmou Francisco Guarner. Segundo este investigador, as bactérias agora descobertas não podem ser isoladas porque “não sobreviveriam fora do cólon para poderem ser transplantadas”.

Francisco Guarner assinalou que as espécies recém-descobertas “não são cultiváveis, são muito sensíveis ao oxigénio, ou seja, são anaeróbias e estabelecem uma grande dependência com o seu meio ambiente para poderem sobreviver”.

Vivem cerca de 100 mil milhões de microrganismos no corpo humano, dez vezes mais do que o número total de células humanas.

 

Greve
Dois anos após a indignação dos médicos ter coberto de branco a rua do Ministério da Saúde, os profissionais que aderem à greve...

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que convocou o protesto para terça e quarta-feira, acredita que a greve terá uma grande adesão, na dimensão da "indignação" destes profissionais de saúde contra medidas do Governo que, acredita, estão a destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS), escreve o Diário de Notícias Online.

O protesto conta com o apoio da Ordem dos Médicos, mas, ao contrário da greve de há dois anos, não terá a participação do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que, no dia em que foi anunciada esta forma de luta, explicou que à mesma não aderia.

Na altura, o secretário-geral do SIM disse que o sindicato não participaria na greve, pois “não desiste de dialogar e negociar com o Ministério da Saúde, porque entende que esse é o caminho que melhor defende e serve os interesses dos médicos seus associados”.

Em relação à Ordem dos Médicos, esta considera que “o Ministério já não pode continuar a esconder a dramática verdade do Serviço Nacional de Saúde, conforme demonstram as denúncias apresentadas nas conferências de imprensa da Ordem, as notícias transmitidas pelo comunicação social, a violenta ameaça de demissão do Hospital de São João, as denúncias de outros hospitais e o panorama terrível traçado pelo Observatório Português dos Sistema de Saúde”.

A Ordem, que solicitou aos doentes para não recorrerem aos serviços de saúde públicos durante a greve, para não perderem tempo e dinheiro, gostaria de ver a população juntar-se à concentração que irá realizar-se na terça-feira, primeiro dia da greve, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa.

Os doentes são, aliás, os que sentem diariamente os constrangimentos do sector, como recorda a Ordem: “Quando vão às urgências e aguardam horas, quando esperam pelas cirurgias e consultas, quando a limpeza falha, quando faltam medicamentos e material clínico nos hospitais, quando os aparelhos não são reparados, quando os médicos não podem pedir os exames de diagnóstico que acham necessários, quando não têm acesso aos novos medicamentos que os podiam curar, quando não têm dinheiro para pagar os transportes, etc., etc., etc.”.

Alguns destes doentes já responderam ao apelo, como a associação SOS Hepatites, que já anunciou a presença na concentração. A associação vai participar na iniciativa, “porque a saúde deve continuar a ser de todos!”. A greve acolhe igualmente o apoio de diversas associações de profissionais de saúde, como a Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN), que “não pode deixar de estar solidária com os portugueses, que necessitam cada vez mais de um SNS de proximidade e qualidade, e que exprimem crescentes dificuldades em manterem um nível de vida digno”.

Para esta associação, o apoio à greve é “uma forma de defesa da saúde e da qualidade dos cuidados prestados aos portugueses”.

Também a Associação Portuguesa de Empresas de Segurança e Saúde no Trabalho (APEMT) anunciou que estará presente na concentração em frente ao Ministério da Saúde, “porque o mesmo objectivo nos une”.

Igualmente do lado da greve, está a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.

Para o Ministério da Saúde, a greve apenas tem “motivos políticos”, uma vez que “as reivindicações foram atendidas”.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, considera que a paralisação “não tem motivos laborais concretos”, mas antes “um conjunto de razões difusas, de ordem política”.

 

Em Aveiro
Universidade de Aveiro já tratou cerca de 80 doentes com DPOC, com tratamento inovador e gratuito.

Tratamento desenvolvido na Universidade de Aveiro promete melhorias, em 30%, dos sintomas da doença pulmonar obstrutiva crónica, que mata, anualmente, cerca de mil portugueses.

Tosse. Cansaço. Pieira. É assim que começam os primeiros sintomas da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), que chega a impedir os doentes de realizarem as tarefas diárias mais básicas e que pode, mesmo, matar. Para começar a tratar a doença na sua fase inicial, ao contrário da maioria dos tratamentos existentes em Portugal, na Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) está a ser desenvolvido um tratamento inovador, que já provou que consegue melhorar, em 30%, a sintomatologia da doença. Além disso, é grátis e tem feito sorrir quem a ele se submete.

 

Vulgarmente conhecida como “pedras nos rins”
A litíase urinária, é uma doença que se deve à formação de cálculos, vulgarmente denominados “pedras
Pedras rins

Os cálculos urinários são estruturas sólidas que resultam da aglomeração de cristais, que se formam devido a uma alteração metabólica (bioquímica) crónica do organismo que determina uma aumento da excreção urinária de substâncias como o cálcio, o ácido úrico, o oxalato e o fosfato e/ou uma diminuição da excreção de substâncias inibidores da cristalização (por exemplo o citrato e magnésio).

As alterações metabólicas mais frequentes que podem criar condições para a formação de cálculos são o aumento da excreção urinária de cálcio (hipercalciúria), ácido úrico (hiperuricosúria) e oxalato (hiperoxalúria), bem como a diminuição da excreção urinária de citrato (hipocitratúria) e, menos frequentemente, de magnésio (hipomagnesiúria).

A composição química dos cristais determina o tipo de cálculo formado. Deste modo, existem vários tipos de cálculos, nomeadamente: os cálculos de oxalato de cálcio (60%), de oxalato de cálcio associado a fosfato de cálcio (20%), ácido úrico (8%), estruvite (8%), fosfato de cálcio (2%) e cistina e outros componentes (2%).

A permanência de cálculos no aparelho urinário pode não causar qualquer sintoma ou desencadear sintomas muito intensos, nomeadamente a cólica renal e complicações clínicas graves, que podem terminar em insuficiência renal crónica.

Aproximadamente uma em cada 100 pessoas desenvolve cálculos urinários ao longo da vida. Cerca de 80% destas pessoas eliminam a pedra espontaneamente, juntamente com a urina. Os restantes 20% necessitam de alguma forma de tratamento.

O tratamento da litíase urinária
O tratamento da litíase urinária é efectuado em três fases. Inicialmente é necessário o tratamento urgente para alívio da dor (cólica renal). Posteriormente é efectuado o tratamento da litíase propriamente dita, com remoção do(s) cálculo(s). A última fase consiste no tratamento profiláctico ou preventivo da formação de novos cálculos, que deve ser feito para o resto da vida.

A importância da prevenção e tratamento médico da litíase urinária
Como a formação dos cálculos urinários se deve a uma disfunção metabólica crónica, uma vez formado um primeiro cálculo, a pessoa estará sempre susceptível à formação de novos cálculos (mesmo que o primeiro seja removido).

Estima-se que cerca de 50% dos doentes não tratados, a quem foi diagnosticado um cálculo urinário, irá desenvolver um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos. Daí, a grande importância de medidas de prevenção e tratamento médico, com as quais é possível reduzir, em mais de 80% dos doentes, o crescimento de cálculos já existentes e a formação de novos cálculos.

Prevenção e tratamento médico da litíase urinária
A prevenção da formação de novos cálculos, engloba medidas gerais recomendadas a todos os doentes com litíase e o tratamento medicamentoso específico para um doente, a quem foi detectada uma alteração metabólica responsável pela formação de um determinado tipo de cálculo urinário.

Após o primeiro diagnóstico de litíase urinária e antes de tomar qualquer medida preventiva, o doente deve consultar o médico urologista. Em consulta, é efectuada uma avaliação clínica para determinar qual o tipo de cálculo formado e a alteração metabólica em causa. De acordo com os dados obtidos, são requisitados um conjunto de exames ao sangue e à urina que, no seu conjunto, se designam por avaliação ou estudo metabólico. É possível fazer um diagnóstico específico da alteração metabólica em 97% dos casos.

A constituição química do cálculo, só pode ser diagnosticada definitivamente mediante a análise bioquímica do cálculo urinário, pelo que, se o cálculo foi removido será enviado para análise. Se não foi removido, o doente deverá ser instruído sobre as técnicas para recuperação do cálculo que eventualmente eliminará. Por exemplo, urinar para um passador ou para um filtro de papel. Quando for recuperado, o cálculo de ser guardado num frasco a seco (não em água, álcool ou qualquer outro líquido).

Concluída esta avaliação clínica, o urologista está em condições de indicar se apenas medidas gerais são suficientes ou se é necessário associar o tratamento específico, para prevenção da formação de novos cálculos.

Medidas gerais para a prevenção da litíase urinária
As medidas gerais de prevenção da litíase consistem no aumento da ingestão de líquidos e alterações gerais na alimentação.

Aumento da ingestão de líquidos
Os doentes devem beber cerca de 2 litros de líquidos por dia (3 litros em dias de maior calor), para tornar a urina menos concentrada e dificultar a formação de novos cálculos. Todavia, não é qualquer tipo de líquido que pode ser ingerido. Água, sumo de laranja, limão e maçã são recomendados. Chá preto, café e refrigerantes à base de cola devem ser evitados. É a medida mais importante pois na ausência de qualquer outro tratamento pode diminuir a formação de litíase em cerca de 60 % dos doentes.

Alterações gerais na alimentação para prevenção da litíase
As recomendações que se seguem podem ser feitas pelo médico urologista a todos os doentes com litíase urinária sem necessidade de apoio de um nutricionista:

  • Devem ingerir leite e derivados (alimentos ricos em cálcio) em quantidades moderadas, geralmente duas vezes ao dia. Não se recomendando portanto a restrição total de alimentos ricos em cálcio na dieta. Exemplo: leite ao pequeno-almoço e um iogurte ou um pedaço de queijo com pão ao lanche;
  • Devem ingerir carnes (preferencialmente magras) em quantidades moderadas, para reduzir a ingestão de proteínas;
  • Diminuir a quantidade de sal na preparação dos alimentos e evitar alimentos salgados como o presunto, mortadela ou salsicha;
  • Preferir o pão integral e de centeio aos pães brancos fermentados;
  • Comer gordura moderadamente e substituir o açúcar por adoçante;
  • As leguminosas como feijão e lentilha, não devem ser consumidas mais do que uma vez por dia.

Recomenda-se ainda a ingestão regular dos seguintes alimentos, devido ao alto teor de substâncias inibidoras da formação de todos os tipos de cálculo: arroz, batatas (excepto batata doce), clara de ovo, margarina, óleos vegetais, mel, maionese, bolachas de água e sal, frutas como abacaxi, uva, melancia, pera e cereja.

Tratamento específico para os diferentes tipos de cálculos
Engloba alterações na dieta, de modo a restringir ou eliminar alimentos ricos em substâncias que estão implicadas na formação de um determinado tipo de cálculo num doente específico. Estas recomendações deverão ser efectuadas com o apoio de um nutricionista. Quando as alterações na dieta falham, na prevenção da litíase, está indicada, em alguns doentes, a utilização de medicamentos específicos.

Prevenção dos cálculos que contêm cálcio
Como os cálculos de cálcio representam 80% de todos os cálculos urinários, as alterações gerais na dieta anteriormente referidas são geralmente suficientes para a prevenção da sua formação. Quando as medidas anteriores não são suficientes, medicamentos diuréticos e citrato de potássio oral são prescritos.

Prevenção da formação de cálculos de oxalato de cálcio
Para além das medidas para a prevenção dos cálculos de cálcio em geral, devem ser evitados os alimentos ricos em oxalato, tais como: batata-doce, beterraba, espinafre, chocolate, café, chá, refrigerantes à base de cola e frutos secos (sobretudo nozes).

Prevenção da formação de cálculos de ácido úrico
A prevenção da formação de cálculos de ácido úrico, implica a normalização da excreção desta substância na urina. Isto é conseguido, através de uma diminuição da ingestão de carnes gordas (porco e pato) e jovens (frango, vitela, cabrito, leitão), órgãos e vísceras (miolos, fígado, coração, rins), peixes gordos (atum, sardinha, salmonete, cavala, anchova), conservas, mariscos, queijos e bebidas alcoólicas (cerveja). Se estas medidas dietéticas se revelam insuficientes, poderá estar indicada a administração do medicamento alopurinol.

Prevenção da formação de cálculos de estruvite
Os cálculos de estruvite, ou cálculos infecciosos, são causados por infecções urinárias de repetição do aparelho urinário por determinado tipo de bactérias.

Além da eliminação completa dos cálculos, a prevenção de infecções urinárias de repetição, poderá implicar a utilização prolongada de antibióticos específicos para o referido tipo de bactérias, para manutenção de urina estéril. Em casos particulares, poderá utilizar-se ácido acetohidroxâmico.

Prevenção da formação de cálculos de cistina
Para a prevenção destes cálculos recomenda-se a terapêutica com citrato de potássio oral e captopril.

A litíase urinária é uma doença crónica com tendência para a recorrência.

A avaliação clínica adequada, permite na grande maioria dos casos, um diagnóstico da causa da litíase e a orientação para o tratamento medicamentoso que, associado ao reforço hídrico e alterações na dieta, permitem evitar ou reduzir significativamente a formação de cálculos em mais de 80% dos doentes. No entanto, a prevenção desta doença, exige um compromisso na realização dos tratamentos prescritos, dado que a prevenção de novos cálculos deve ser feita para resto da vida.

Alimentos que devem ser evitados ou consumidos em quantidades moderadas em todos os doentes com litíase urinária:

Frutas
Figo, ameixa, castanha, toranja, passa, amora, damasco e tâmara.

Verduras e Legumes
Beterraba, couve, brócolos, espinafre, nabo, pepino, salsa e agrião, tomate, alho-porro, beringela, abóbora.

Carnes, Peixes e Marisco
Anchova, arenque, carnes de vaca, de aves e de caça, carne e peixe em conserva, carnes gordas, cavala, crustáceos (lagosta, camarão, caranguejo), sardinha, mexilhão, ovas, vitela, moela, perdiz e vísceras (fígado, coração, rins).

Grãos e Leguminosas
Amendoim, castanhas, nozes, tremoço, soja, lentilha e feijão.

Doces e Sobremesas
Cacau e chocolates, gelatina, pão doce e outros produtos fermentados de padaria, gelados.

Conservas e enlatados

Outros Alimentos
Bebidas alcoólicas, café, chá preto, chocolate, groselha, gema de ovo, pimenta.

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Esclareça-se
Habitualmente podem esperar-se edema, aumento da consistência mamária, desconforto local, dor e equi
Implantes mamários

Quais as consequências previsíveis da cirurgia e potenciais riscos?
Sintomas ou sinais como edema exagerado, perda de volume da mama, exsudação (perda de líquidos) pela ferida, dor excessiva ou calor local devem ser referenciados ao médico a fim de serem esclarecidos, pois podem corresponder ao aparecimento de complicações.

Deve ter em consideração que podem surgir alterações temporárias da sensibilidade mamária (em alguns casos pode ser permanente), que podem decorrer diversos meses até que a aparência mamária seja natural e que poderá ser necessário algum tempo de suspensão de algumas actividades, dependendo do tipo de intervenção cirúrgica e tipo de actividade desempenhada.

Riscos potenciais

Contratura capsular
O organismos humano reconhece o material implantado como um corpo estranho levando ao aparecimento de tecido fibroso (tecido cicatricial) em torno do implante. Esse tecido tem tendência a contrair num grau que varia de pessoa para pessoa. Dessa contratura pode resultar uma aparência mais dura da mama e mesmo alteração da sua forma. Pode também surgir dor.

Trata-se da complicação mais frequente da aplicação dos implantes mamários e a qual determina também, com maior frequência, necessidade de nova intervenção cirúrgica para remoção da cápsula fibrosa e do implante e, eventualmente, substituição deste.

Este tipo de complicação é aparentemente menos frequente com as próteses texturadas.

Procure informar-se junto do cirurgião das atitudes terapêuticas possíveis face ao aparecimento de contractura.

Ruptura e duração dos implantes
A ruptura resulta do aparecimento de uma fenda ou buraco no invólucro de silicone permitindo a saída do seu conteúdo. Tratou-se de uma complicação descrita com alguma frequência nos implantes mais antigos, com um revestimento mais fino, mas que parece ter diminuído nos mais modernos. A esperança de vida média para os diferentes tipos de implantes existentes é muito difícil de determinar, uma vez que existem poucos dados objectivos e para os mais recentes o tempo decorrido desde o seu aparecimento não permite tirar conclusões nesta área. Por outro lado, as técnicas existentes que potencialmente poderiam ser utilizadas para detectar esta complicação não são capazes de as detectar ou indicam por vezes ruptura quando esta não existe.

A ruptura pode não ocasionar problemas médicos relevantes, pois no caso dos implantes cheios com gel, este pode continuar contido dentro da cápsula fibrosa formada em torno do implante e ser removido quando se remover o implante. Em alguns casos, no entanto, o gel de silicone pode difundir-se para fora da cápsula fibrosa introduzindo-se no tecido mamário, músculos adjacentes ou mesmo em torno de alguns nervos. Durante a cirurgia para a sua remoção pode, neste caso, ser necessário remover algum tecido mamário.

Se surgir dor excessiva, pequenas deformações locais, sensação de queimadura ou de ardor deve consultar o médico-cirurgião.

Procure informar-se de como será programada a detecção de possíveis rupturas e quais os meios mais adequados para o fazer, quais os seus sinais e sintomas e que atitudes se poderão tomar, nomeadamente, no que se refere à cirurgia.

Extrusão e necrose tecidular
No caso dos tecidos que recobrem o implante estarem comprometidos ou existirem problemas de cicatrização, o implante pode sofrer um processo de extrusão com exposição do dispositivo, o que obriga à sua remoção. Factores como a infecção, o uso de corticosteroides na loca do implante, o tabagismo, a quimioterapia/radioterapia e o excessivo calor ou frio aplicados no local, têm sido associados aos fenómenos de necrose cutânea. Este processo pode ou não acompanhar-se de morte (necrose) de alguns tecidos cutâneos. A(s) cirurgia(s) correctiva(s) necessária(s) pode(m) não conduzir a resultados satisfatórios do ponto de vista estético.

Cicatrizes
De uma forma geral as cicatrizes são aceitáveis. No entanto, alguns doentes desenvolvem cicatrizes espessas, avermelhadas e dolorosas que podem levar bastante tempo a perder estas características (meses a anos).

Aparência das mamas com implantes mamários
De uma forma geral a aparência é semelhante à das mamas sem implantes mamários. No entanto, os resultados não são previsíveis de forma absoluta podendo a forma mamária não ser completamente satisfatória para a doente, mesmo na ausência de outras complicações. O sulco mamário pode ser menos marcado que o habitual e a mama não cair para o lado quando a mulher se deita de costas. A consistência da mama poderá ser um pouco mais firme que nas mamas sem implantes. Pode ocorrer deslocação do implante.

Pregas no implante
Por vezes a cápsula fibrosa que se forma em torno do implante pode condicionar o aparecimento de dobras e pregas que poderão ser, mais ou menos, visíveis ou palpáveis. Este fenómeno é mais frequente em mulheres com pouco tecido mamário.

Sensação do mamilo
A perda de sensibilidade no mamilo pode ocorrer. Frequentemente a sensibilidade está aumentada após a cirurgia por um período de 3 a 6 meses podendo nalguns casos ser doloroso.

Infecção e hemorragia
A infecção e a hemorragia em torno do implante após colocação por razões estéticas são raras. No entanto são mais frequentes após reconstrução mamária.

Atrofia do tecido mamário e deformidade da parede torácica

A pressão exercida pelo implante mamário pode condicionar atrofia do tecido mamário e/ou deformidade da parede torácica. Se mais tarde tomar a decisão de remover a prótese o resultado estético pode ser inferior ao que tinha antes da colocação da prótese, por estes motivos.

Galactorreia
Por vezes após colocação de implantes mamários verifica-se o início de produção de leite. Essa produção de leite pode parar espontaneamente ou após administração de medicação apropriada. Noutros casos, a remoção do implante poderá ser necessária.

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Destruição dos tecidos de suporte dentário
A periodontite (piorreia) aparece quando a gengivite se propaga às estruturas que suportam o dente.
Gengivas inflamadas e com periodontite

A periodontite é uma das causas principais de desprendimento dos dentes nos adultos e é a principal em pessoas mais idosas.

Causa

A maioria dos casos de periodontite são a consequência de uma acumulação prolongada de placa bacteriana e tártaro entre os dentes e as gengivas, favorecendo assim a formação de cavidades profundas entre a raiz do dente e o osso subjacente. Estas cavidades acumulam placa bacteriana num ambiente sem oxigénio, que estimula o crescimento de bactérias. Se o processo continuar, o maxilar adjacente à cavidade, finalmente, vai-se destruindo até que o dente começa a abanar.

O grau do desenvolvimento da periodontite difere consideravelmente mesmo entre indivíduos com quantidades semelhantes de tártaro, provavelmente porque, segundo as pessoas, a placa bacteriana contém diversos tipos e quantidades de bactérias e porque cada pessoa reage de modo diferente às bactérias. A periodontite pode desencadear surtos de actividade destrutiva que duram meses, seguidos de períodos em que a doença aparentemente não causa danos de maior.

Muitas doenças podem predispor a que se contraia a periodontite, entre elas a diabetes mellitus, a síndrome de Down, a doença de Crohn, uma deficiência de glóbulos brancos e a SIDA. A periodontite progride rapidamente nos afectados pela SIDA.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas iniciais da periodontite são a hemorragia, a inflamação das gengivas e o mau hálito (halitose). Os estomatologistas medem a profundidade das cavidades nas gengivas com uma sonda fina e as radiografias mostram a quantidade de osso perdido. Quanto maior for a perda de osso, mais o dente afrouxa e muda de posição. É comum que os dentes da frente se projectem para fora. Habitualmente a periodontite não causa dor até que os dentes afrouxam o suficiente para se moverem ao mastigar ou até que se forme um abcesso (acumulação de pus).

Tratamento

Ao contrário da gengivite, que habitualmente desaparece com um bom cuidado oral, a periodontite requer um tratamento profissional. O doente que pratique uma boa higiene dentária consegue limpar somente 2 mm abaixo da linha gengival.

O estomatologista pode limpar os orifícios até 5 mm de profundidade, usando um raspador e uma escova de raízes que retira a fundo o tártaro e a superfície doente da raiz. Para os orifícios de 6 mm ou mais requer-se, frequentemente, um tratamento cirúrgico. É também possível tirar a porção solta das gengivas, de modo que o resto possa aderir de novo e de forma firme aos dentes, permitindo assim a limpeza da placa bacteriana em casa.

O estomatologista pode prescrever antibióticos, especialmente no caso de abcessos. Nos orifícios profundos podem colocar-se filamentos impregnados de antibiótico, para que uma concentração alta do fármaco possa alcançar a área doente. Os abcessos periodontais causam um surto de destruição óssea, mas o tratamento imediato com cirurgia e antibióticos pode contribuir para a regeneração de grande parte do osso danificado. Enquanto a boca permanecer inflamada depois da operação, enxaguar a boca com cloro-hexidina durante um minuto duas vezes por dia pode substituir temporariamente a escova de dentes e o fio dental.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Segundo a DGS
Nenhum dos nove casos de mutilação genital feminina registados na Plataforma de Dados da Saúde desde março foi praticado em...

Em declarações, a chefe da Divisão de Saúde Sexual, Infantil e Juvenil da Direcção Geral da Saúde (DGS) adiantou que “a maioria das mulheres” referenciadas foram mutiladas na Guiné-Bissau e no Senegal. “Não há nenhum caso realizado em Portugal”, precisou.

Todos os casos registados até ao momento dizem respeito a “adultas, que realizaram (a prática) em idades variadas”, indicou a médica ginecologista-obstetra.

Dado que, nestes casos, a mutilação genital feminina (MGF) foi praticada fora de Portugal, não há lugar a qualquer procedimento criminal. Se, um dia, for detectado um caso de prática dentro do território nacional, os profissionais de saúde terão que accionar “as suas obrigações legais nestas situações”, frisou Lisa Vicente.

“Os serviços começam a estar realmente despertos para a questão e começam a introduzir os dados”, observou, realçando que as nove mulheres mutiladas foram referenciadas quando recorreram aos serviços de saúde para outros efeitos que não a MGF.

Os números ainda “são pequenos”, reconheceu Lisa Vicente, frisando, porém: “É importante passarmos a mensagem de que irmos tendo os dados, mesmo para as mulheres, é importante, para as podermos ajudar”.

Hoje, em declarações, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, considerou de “uma importância muito grande” o registo de “casos concretos” na plataforma, que está em funcionamento desde março.

A referenciação dos casos representa “um passo decisivo em matéria de conhecimento sobre a realidade da mutilação genital feminina em Portugal, de que, durante muitos anos, se falou apenas em termos teóricos, (…) de sensibilização, sem que o país soubesse verdadeiramente alguma coisa de concreto sobre o que se passava”, afirmou.

Estima-se que 140 milhões de mulheres tenham sido submetidas à MGF em todo o mundo e que três milhões de meninas estejam em risco anualmente. A prática, que causa lesões físicas e psíquicas graves e permanentes, é mantida em cerca de 30 países africanos, entre os quais a lusófona Guiné-Bissau.

A MGF migrou para a Europa, onde se estima que vivam 500 mil mulheres afectadas por uma mutilação genital e 180 mil meninas estejam em risco, anualmente.

Cientistas espanhóis
Um grupo de investigadores espanhóis liderados por Nabeel Bardesy, da Universidade de Harvard, descobriu uma mutação genética...

A pesquisa realizada pelo Grupo de Oncologia Hepática do Instituto de Pesquisas Biomédicas August Pi i Sunyer (Idibaps) de Barcelona foi publicada na revista científica Nature.

Através da pesquisa foi identificada uma mutação na enzima IDH que ocorre nas células-mãe do fígado e que provoca a progressão do cancro hepático conhecido como colangiocarcinoma intra-hepático.

Ao bloquear a enzima IDH, poder-se-á travar a progressão da doença, que representa 10% dos cancros de fígado (ao redor de 70.000 casos por ano a nível mundial).

É um tipo de tumor difícil de ser detectado em fases iniciais e por isso apenas 30% dos pacientes podem ser operados. Além disso, não existe nenhum tratamento molecular para esta doença.

A empresa biotecnológica Agios Pharmaceuticals colaborou na pesquisa e desenvolveu um fármaco para bloquear de maneira selectiva a forma mutada de IDH e poder combater o avanço do tumor.

Em mulheres
Um grande estudo norte-americano constatou que a enxaqueca é um factor de risco para doenças cardiovasculares em mulheres. Além...

“A enxaqueca pode ser considerada um factor de risco para doenças cardiovasculares em mulheres”, disse Anke Winter, investigadora principal do estudo, médica epidemiologista e professora da escola de medicina da Universidade de Washington (Missouri, EUA).

Um total de 115.541 enfermeiras com idades entre 29 e 42 anos foram incluídas no estudo a partir do ano de 1989. No momento da inclusão essas mulheres não apresentavam sintomas de angina do peito ou histórico de alguma doença cardiovascular. As enfermeiras foram acompanhadas até ao ano de 2011 com o objectivo de detectar o surgimento de doenças cardiovasculares. Cerca de 18% destas mulheres eram portadoras de enxaqueca desde o início do estudo ou foram diagnosticadas durante o período de acompanhamento.

Os cientistas observaram que as mulheres portadoras de enxaqueca estavam em maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Os autores observaram um aumento do risco relativo de enfarte do miocárdio na ordem de 42%, acidente vascular cerebral de 65%, angina do peito ou necessidade de revascularização de 75% e morte cardiovascular de 43%.

Os possíveis mecanismos que associam a enxaqueca com doenças cardiovasculares têm sido debatidos na literatura. Estes incluem alterações da função vascular, aumento do risco de trombose nos vasos, aumento da prevalência de factores de risco vascular e predisposição genética comum entre enxaqueca e doenças cardiovasculares. “A enxaqueca também poderia ser uma doença sistémica que afecta o sistema vascular”, disse Winter.

O estudo foi apresentado no American Headache Society (AHS) no 56th Annual Scientific Meeting.

Estudo mostra
Muitas pessoas prefeririam causar dor a si próprios do que passar 15 minutos num quarto sem nada para fazer além de pensar,...

Cientistas das Universidades da Virgínia e de Harvard fizeram 11 experiências diferentes para ver como as pessoas reagiam quando solicitado que passassem algum tempo sozinhas.

Mais de 200 indivíduos participaram das experiências. Alguns eram estudantes universitários, outros, voluntários, com idades entre 18 e 77 anos, que foram recrutados em locais tão diferentes quanto uma igreja e uma feira.

Os pesquisadores pediram que se sentassem sozinhos num quarto sem decoração, sem telemóveis, material para leitura, ou para escrever, e depois que relatassem como fizeram para se entreter sozinhos com os seus pensamentos entre 6 e 15 minutos.

O resultado foi que mais de 57% acharam difícil concentrar-se, e 80% disseram que os seus pensamentos vagaram. Cerca da metade achou a experiência desagradável.

“A maioria das pessoas não gosta de 'só pensar' e prefere claramente ter algo diferente para fazer”, destacou o estudo, publicado na revista Science.

Os cientistas voltaram então as suas atenções para o que as pessoas faziam para evitar ficar sozinhas com os seus pensamentos.

Numa das experiências, solicitaram aos estudantes que dedicassem um tempo para pensar em casa.

Depois, 32% relataram ter ludibriado o estudo, saindo das suas cadeiras, ouvindo música, ou a verificar os telemóveis.

Um número maior de adultos recrutados fora da universidade - 54% - quebrou as regras, disse a co-autora Erin Westgate, estudante de doutoramento da Universidade da Virgínia.

“E esse número provavelmente está subestimado, porque aqueles são apenas os que foram honestos e contaram que tinham trapaceado”, declarou.

Os cientistas perguntaram, então, até que ponto os estudantes iriam para procurar algum estímulo, enquanto permaneciam sozinhos com os seus pensamentos.

Um estudo piloto inicial revelou, de forma surpreendente, que os estudantes prefeririam ouvir o som de uma faca a raspar ao silêncio absoluto.

“Achávamos, é claro, que as pessoas não dariam choques em si mesmas”, disse Westgate.

Num dos estudos, eles deram uma oportunidade para avaliar diferentes estímulos: de ver fotos atraentes à sensação de receber um choque eléctrico tão forte quanto se sentiria ao arrastar os pés no tapete.

Depois de os participantes sentirem o choque, que Westgate descreveu como moderado, alguns sentiram-se tão incomodados que disseram preferir pagar 5 dólares a voltar a senti-lo.

Em seguida, cada indivíduo foi para um quarto, sozinho, para pensar por 15 minutos. Os cientistas disseram que eles teriam a hipótese de se dar choques, caso quisessem.

Dois terços dos indivíduos masculinos - 12 de 18 - deram choques em si próprios pelo menos uma vez enquanto estiveram sozinhos.

A maioria dos homens deu entre um e quatro choques em si próprios. Um deles deu 190 choques.

Um quarto das mulheres, ou seis em 24, também decidiu dar choques em si mesmas, cada uma delas entre uma e nove vezes.

Todos os que se deram choques haviam dito anteriormente que pagariam para evitar fazê-lo.

Westgate disse estar ainda surpresa com as descobertas.

“Acho que subestimamos enormemente o quão difícil é mergulhar propositadamente em pensamentos agradáveis e quão fortemente desejamos estímulos externos do mundo ao nosso redor, mesmo quando o estímulo é activamente desagradável”, explicou.

Ela disse que a pesquisa demonstrou que as pessoas preferem um estímulo positivo, como ler um livro, ou jogar um videojogo.

É discutível dizer se os efeitos vistos na experiência são, ou não, um produto da cultura digital.

A psicóloga forense Sherrie Bourg Carter, de Fort Lauderdale, na Florida, explicou que as tecnologias modernas podem contribuir para a incapacidade de diminuir o ritmo.

“Somos socialmente treinados para procurar estímulos a sensações no nosso trabalho e lazer”, disse Carter, que não participou do estudo.

“Portanto, ficar sentado por um tempo, desconectado, como pensar, tornou-se estranho para a maior parte das pessoas, mesmo para os idosos que não foram criados num mundo movido pelos aparelhos electrónicos”, concluiu.

Estudo revela
O "headbanging", um tipo de dança que envolve movimentos de cabeça violentos e sincronizados com música rock ou heavy...

Ainda que o "headbanging" (abanar a cabeça) seja geralmente considerado inofensivo, os médicos alemães autores do estudo relatam o caso de um homem de 50 anos que desenvolveu um hematoma no cérebro em Janeiro de 2013, quatro semanas depois de ter participado num concerto da banda britânica de heavy metal Motorhead.

O paciente queixava-se de fortes dores de cabeça que se agravavam com o passar dos dias.

Menos 700 nascimentos até Junho
A natalidade em Portugal voltou cair no primeiro semestre. Até Junho nasceram menos 696 crianças, revelou Laura Vilarinho,...

Nasceram neste período 39 320 crianças, contra 40 025 no ano passado. A queda é mais ligeira do que a se registou de 2012 para 2013, já que só no primeiro semestre do ano passado nasceram menos 4000 crianças. Mas, se a tendência continuar nos próximos meses, 2014 superará o mínimo de nascimentos registados o ano passado em território nacional – 82 787. Essa é a ilação que Laura Vilarinho sublinha do balanço: “A queda mais expressiva foi o ano passado, o que acontece é que ainda não estamos a aumentar a natalidade no nosso país.”

Este é o quarto ano consecutivo em que os nascimentos estão em queda, depois de uma folga em 2010. A diminuição de nascimentos verifica-se desde 2000. Ainda assim, o problema demográfico só este ano voltou à agenda política com a nomeação por parte do governo de um grupo de trabalho encarregue de propor medidas ao governo.

O grupo, liderado por Joaquim Azevedo, membro do Conselho Nacional de Educação e professor da Universidade Católica do Porto, vai apresentar as propostas ao primeiro-ministro ainda este mês. O professor universitário adiantou que a sessão de divulgação dos resultados ainda não tem data certa mas irá ocorrer entre os dias 14 e 17.

Logo após a nomeação, Joaquim Azevedo apontou economia e educação como duas esferas de intervenção. “A maioria das empresas não é amiga da natalidade”, defendeu. O responsável sublinhou ser essencial essencial “estabilizar” a natalidade, classificando a descida dos últimos anos de “alerta supervermelho.”

Aguardando-se as propostas concretas, do lado do governo já houve uma indicação de que pelo menos uma das intervenções já não terá lugar este ano. O tema da natalidade surge no Documento de Orçamento e Estratégia 2014-2018 como uma das variáveis que segundo o governo irão pesar na reforma do IRS, que tem Setembro como prazo de conclusão.

 

O documento conhecido no final de Abril aponta para um “reforço das políticas fiscais familiares, de forma a contribuir para a inversão do actual défice demográfico na sociedade portuguesa.”

Candidaturas abertas
Já estão abertas as candidaturas, a jovens investigadores de todo o mundo, para a bolsa EFIC-Grünenthal 2014, que perfaz um...

O prémio total de 200 mil euros é compartilhado entre os investigadores premiados e pretende apoiá-los no início da sua carreira. As bolsas individuais têm um valor de 40 mil euros, por projecto, para uma duração de até dois anos.

Os investigadores interessados podem enviar os seus projectos de investigação on-line através do website www.e-g-g.info até ao final de 2014.

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão
A nova ala destina-se exclusivamente a utentes com sequelas provocadas por AVC, patologia que tem levado cada vez mais pessoas...

No próximo dia 7 de Julho, às 11h30 o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, inaugura a nova ala do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), destinada à reabilitação de sequelas provocadas por AVC, patologia que tem levado cada vez mais utentes a procurarem este Centro, nos últimos cinco anos.

Às 33 novas camas, acrescem novos espaços de tratamento, salas de enfermagem, ginásio, refeitório, usufruindo os futuros utentes também da equipa multidisciplinar altamente especializada já existente.

Segundo dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Neurologia, uma em cada seis pessoas irá sofrer um AVC ao longo da vida, sendo que esta é a maior causa de incapacidade a longo prazo, uma vez que cerca de 50 por cento das pessoas que sobrevivem a um AVC ficam com limitações importantes que comprometem a sua qualidade de vida.

De acordo com um estudo de benchmarking clínico recentemente efectuado pelo CMRA, os acidentes vasculares cerebrais são a principal causa de internamento neste Centro, com indicadores a aumentar exponencialmente nos últimos cinco anos. Conclui-se também que os doentes chegam ao CMRA com um nível de Independência Funcional Motora na Admissão cada vez mais baixo, apresentando na alta um nível de Independência cada vez mais elevado.

Uma realidade que leva a actual Administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no âmbito da sua intervenção crescente na área da Saúde, a investir no alargamento da resposta terapêutica a este problema, já tratado no CMRA com tão bons resultados, contribuindo assim para um reforço da resposta às necessidades crescentes da população. 

Desde Março
Estima-se que 140 milhões de mulheres tenham sido submetidas à MGF em todo o mundo e que três milhões de meninas estejam em...

A Plataforma de Dados da Saúde registou nove casos de mutilação genital feminina (MGF) em Portugal desde março, adiantou hoje a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade.

Em declarações à Lusa, Teresa Morais considerou de “uma importância muito grande” o registo de “casos concretos” na plataforma, que, depois de ter experimentado alguns problemas técnicos, está em funcionamento desde março.

Estima-se que 140 milhões de mulheres tenham sido submetidas à MGF em todo o mundo e que três milhões de meninas estejam em risco anualmente. A prática, que causa lesões físicas e psíquicas graves e permanentes, é mantida em cerca de 30 países africanos, entre os quais a lusófona Guiné-Bissau.

A MGF migrou para a Europa, onde se estima que vivam 500 mil mulheres afetadas por uma mutilação genital e 180 mil meninas estejam em risco, anualmente.

A referenciação dos casos representa “um passo decisivo em matéria de conhecimento sobre a realidade da mutilação genital feminina em Portugal, de que, durante muitos anos, se falou apenas em termos teóricos, (…) de sensibilização, sem que o país soubesse, verdadeiramente alguma coisa de concreto sobre o que se passava”, afirmou Teresa Morais.

“É o início de uma nova fase na abordagem da mutilação genital feminina em Portugal”, frisou, sublinhando que permite “passar das meras suspeitas” a “casos concretos”.

Juntando o registo ao estudo de prevalência em curso, Portugal poderá passar de “estimativas feitas em cima do joelho para um conhecimento mais detalhado”, que permita “intervir junto das comunidades de risco”, destacou.

Realçando que apenas foi informada do número de casos e da tipologia da mutilação genital em causa, Teresa Morais reconheceu que será relevante conhecer outros detalhes, como a idade das vítimas e o local e a data da prática da MGF. Essa informação, disse, deverá constar do relatório que a Direção Geral da Saúde divulgará no final do ano.

Teresa Morais adiantou ainda que foi aprovada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco “uma circular, sob a forma de manual de procedimentos, com orientações técnicas sobre como os técnicos e as técnicas das CCPJ devem atuar para prevenir e sinalizar os casos de MGF”.

A secretária de Estado informou também que a pós-graduação sobre MGF na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa “vai ser repetida em outubro”. Com propina gratuita, a primeira edição foi frequentado por mais de 30 profissionais de saúde, que depois deram formação aos colegas. 

No Algarve
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou ontem que está aberta mais de uma centena de vagas para médicos de todas as...

Nos últimos dias, multiplicaram-se os protestos por causa da falta de pessoal médico e de condições nos centros de saúde da região.

Na semana passada, Paulo Macedo anunciou no Parlamento a abertura de 45 lugares para enfermeiros no Algarve, mas não detalhou o número de médicos.

Questionado esta tarde em Lisboa, Paulo Macedo respondeu que há mais de uma centena de vagas para especialistas.

Numa portaria de 6 de Maio, lê-se que foram abertas duas centenas de vagas para médicos de medicina geral e familiar, 82 no Algarve. Ontem, o ministro falou em mais de uma centena de vagas para especialistas na região.

Ontem à tarde, a Ordem dos Enfermeiros veio denunciar a falta de 700 profissionais nos cuidados de proximidade. A secção regional do sul analisou o serviço que é prestado a determinados grupos de risco, entre Santarém e o Algarve. Fala ainda em grandes limitações e numa evidente falta de enfermeiros.

O ministro da Saúde disse não conhecer o estudo da Ordem dos Enfermeiros, mas admitiu que há ainda muitas necessidades sem resposta.

Sobre a greve dos médicos, marcada para 8 e 9 de Julho, Paulo Macedo, voltou a atribuir motivos políticos a esta paralisação convocada pela Federação Nacional dos Médicos, alegando que “as reivindicações foram atendidas”.

Para Paulo Macedo, a paralisação “não tem motivos laborais concretos”, mas antes “um conjunto de razões difusas, de ordem política”.

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