Estudo
As mulheres com colesterol elevado parecem ter um risco de cancro da mama 1,64 vezes superior às que não têm este problema de...

“Os nossos resultados preliminares sugerem que as mulheres com colesterol elevado podem estar em maior risco de cancro da mama. Isto levanta a hipótese de prevenir cancro com medicação para baixar o colesterol, estatinas, mas é preciso mais investigação para testar esta ideia”, defendeu em comunicado o coordenador do estudo Rahul Potluri, investigador na Universidade de Manchester.

Pothuly explica que o seu grupo de investigação partiu de resultados em ratinhos, que já tinham demonstrado uma relação entre os níveis de colesterol e a incidência de cancro. Isto além do princípio mais generalista de que a obesidade pode ser um factor de risco para a doença. Tratou-se para já de um trabalho observacional: usaram uma base de dados clínicos para analisar em retrospectiva dados de um milhão de utentes no Reino Unido, registados entre 2000 e 2013 e verificaram que, entre 664 mil mulheres foram registados 9312 casos de cancro da mama. Entre as doentes, 530 tinham colesterol elevado, o que usando cálculos estatísticos se elevou uma incidência maior do que as que não tinham este problema registado nas fichas clínicas. “Não podemos concluir que o colesterol elevado causa cancro da mama, mas a robustez desta associação exige investigação futura”, ressalva o investigador.

Segundo Pothuly, o próximo passo é verificar num novo estudo se este risco aumentado se verifica de facto confrontado grupos de mulheres com colesterol normal e elevado. Caso a hipótese seja validada, a intenção do investigador é desenvolver um ensaio clínico para perceber se baixar o colesterol com a ajuda de medicamentos reduz o risco de vir a ter cancro. 

Desde 17 de Junho
Os dois centros de saúde de Castelo Branco estão sem sistema informático desde o dia 17 de Junho e a situação ainda não está...

"O sistema informático dos centros de saúde de Castelo Branco ainda não se encontra 100% operacional, desde a avaria do dia 17 de Junho. Os doentes têm consultas, receituário e acesso aos meios complementares de diagnóstico e certificados de incapacidade. Apenas a receita, em triplicado, esteve prejudicada até ao dia 2 de Julho", disse esta quinta-feira a presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco.

Vieira Pires sublinhou que "ainda não é conhecido o dia em que o sistema fique na sua normalidade". "Mas pensamos que se verificará brevemente, havendo em cada dia que passa mais administrativos a serem reconhecidos pelo sistema".

Após Peru reconhecer alta vigilância de Portugal
O ministro da Economia adiantou que é "já um dado adquirido" que Portugal vai pertencer à lisa de países que o Peru...

António Pires de Lima falava em Lima, no final do dia de quinta-feira, após reuniões com os ministros do Transportes e Comunicações, Educação e Economia e Finanças do Peru e a visita à Pharbal, farmacêutica do grupo AtralCipan. "Foi um dia no qual se mostrou a importância daquilo a que nós chamamos a diplomacia económica. É mais fácil construir relações comerciais e de investimento com países onde construímos uma relação política", afirmou o ministro, recordando que nos últimos anos o Peru foi visitado pelo Presidente da República, pelo primeiro-ministro e pelo vice-primeiro-ministro.

Com uma "agenda intensa" no primeiro dia da visita, Pires de Lima disse ter saído das reuniões com membros governamentais peruanos "com a expectativa de que alguns dos temas importantes para as empresas portuguesas" que investem ou exportam para o Peru avançaram de forma positiva. "As empresas portuguesas que estão a fazer actividades comerciais ou de investimento no Peru podem ter hoje sinais importantes de melhoria das condições para poderem exportar e fazer esses investimentos no Peru", adiantou.

Segundo Pires de Lima, "é já um dado adquirido que Portugal vai pertencer à lista de países que o Peru considera como de alta vigilância do ponto de vista de produtos de saúde, o que significa que o processo de exportação de produtos farmacêuticos de Portugal para o Peru vai ser notavelmente agilizado, em vez dos 18 ou 24 meses que actualmente as empresas farmacêuticas portuguesas tardam em certificar um produto para poderem exportar para o Peru", disse.

Assim, passam a "ser precisos apenas três meses, o que vai melhorar muito a capacidade de exportação desta indústria". Actualmente, o sector farmacêutico português exporta para todo o mundo cerca de mil milhões de euros.

Outro dos pontos abordados nestes encontros foi a certificação de produtos agro-alimentares. "Foi assumido um compromisso por parte das autoridades peruanas, nomeadamente pelo ministro da Economia e das Finanças, de agilizar o processo de certificações de produtos agro-alimentares portugueses para que seja mais fácil exportar", acrescentou.

Entre esses produtos estão a carne, peixe ou leite, que têm feito parte da agenda das exportações portuguesas. "E finalmente, creio que foram esclarecidas algumas questões que ainda prendiam o acordo aéreo entre Portugal e o Peru" para que "o fluxo de transporte aéreo possa ser mais facilitado num prazo muito curto". Em jeito de resumo, Pires de Lima disse que "é muito importante que agenda política continue a movimentar-se no sentido de facilitar a vida às empresas portuguesas que querem fazer do Peru uma actividade central, seja na agenda das exportações ou do investimento".

Pires de Lima, que integra na sua comitiva o secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, e o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, estará em Lima até domingo, partindo posteriormente para Bogotá.

Julgamento repetido
O Tribunal de Aveiro começa a repetir nesta sexta-feira o julgamento de uma ex-directora do Hospital de Aveiro acusada de ter...

O caso começou a ser julgado a 7 de Março, mas foi interrompido a 23 de Abril, devido a doença da juíza do processo. Tendo sido ultrapassado o período de 30 dias entre sessões, o Código de Processo Penal determina que a prova anteriormente produzida perde eficácia, devendo proceder-se a novo julgamento.

A arguida, que continua a trabalhar no Hospital de Aveiro como médica ortopedista, está acusada de um crime de burla qualificada e outro de falsidade informática. O caso remonta ao período entre 2004 e 2005, quando a médica era directora do serviço de Gestão de Doentes do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro.

Na primeira sessão do julgamento, a arguida negou ter dado ordens para registar cirurgias realizadas em ambulatório como episódios de internamento, como consta no despacho de acusação do Ministério Público (MP). "É tudo uma invenção", afirmou a médica, sem avançar, contudo, qualquer explicação para a denúncia que deu origem a este processo.

Segundo a acusação do MP, a arguida deu ordens para registar como internamentos 166 cirurgias que foram realizadas em regime de ambulatório, nos serviços de oftalmologia e ortopedia, em 2004 e 2005. Esta situação levou a que o Hospital tivesse facturado a mais cerca de 145 mil euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e aos subsistemas de saúde, derivado da diferença de preço entre os dois regimes, contabiliza o MP.

Na Índia
Pelo menos 60 pessoas morreram no estado indiano de Tripura, nas últimas três semanas, na sequência de um surto de malária, que...

Os primeiros casos foram detectados a 10 de Junho, no distrito de Dhalai, naquele estado do Nordeste da Índia, mas a doença propagou-se às zonas tribais de outras quatro circunscrições, disse o responsável o programa de vigilância de doenças, P. Chatterjee.

A mesma fonte alertou que os medicamentos e equipamentos disponíveis "não são suficientes" para prestar assistência ao crescente número de infectados, contabilizados actualmente em 18.603, pelo que as autoridades locais já pediram ajuda ao Governo central e às organizações humanitárias internacionais.

Três elementos da organização Médicos Sem Fronteiras deslocaram-se hoje à região para colaborar na assistência aos doentes internados nos diferentes hospitais de Tripura.

Porém, segundo a comunicação social local, 40 por cento das vítimas mortais, na maioria crianças, morreram em suas casas.

Segundo o Instituto Nacional para a Investigação da Malária na Índia, 519 pessoas morreram em 2012, em todo o país, na sequência da doença. Porém, um estudo publicado pela revista médica "The Lancet" revelou, há poucos anos, que a quantidade de mortes em resultado de malária podia ser, na verdade, até 13 vezes superior à publicada oficialmente, estimando que anualmente provoque 205 mil mortos.

Macedo de Cavaleiros
A Câmara de Macedo de Cavaleiros acusou ontem os responsáveis pela saúde no Nordeste Transmontano de estarem a esvaziar o...

A autarquia liderada pelo social-democrata Duarte Moreno divulgou ontem um comunicado em que manifesta “indignação e estupefacção” com a decisão da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) de acabar com a especialidade no Serviço de Urgência Básica (SUB).

Contactada, a ULSNE confirmou, por escrito, que o único clínico desta especialidade alocado à SUB de Macedo de Cavaleiros deixou de dar apoio a este serviço para reforçar a escala global das urgências médico-cirúrgicas de Bragança e Mirandela.

África
Produtores africanos de tabaco exigiram ontem participar nos debates preparatórios sobre políticas da Organização Mundial de...

A reunião é a denominada Conferência das Partes da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde -- COP6 e vai decorrer entre 13 e 18 de Outubro na Rússia.

O presidente da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA, sigla em inglês), François van der Merwe, afirmou que os produtores de tabaco do Zimbabué, do Maláui, da Zâmbia, do Quénia e da África do Sul “estão alarmados” com o facto de as recomendações para o sector, propostas para a próxima conferência sobre o tabaco, “penalizarem os produtores”.

“As pessoas que definem estas políticas estão completamente alheadas da realidade e não conseguem reconhecer o contributo económico positivo da produção de tabaco em África”, disse François van der Merwe, no final de um encontro que decorreu ontem na capital zimbabueana, Harare.

O responsável considerou que o tabaco “é uma cultura de elevado valor comercial e bastante adequada à agricultura de pequena escala, tendo mudado para melhor a vida de muitos agricultores africanos”, pelo que os produtores exigem a sua inclusão nos debates das políticas do sector.

O presidente da Associação de Tabaco do Zimbabué, Gavin Foster, afirmou, no entanto, que boa parte do tabaco produzido em África é exportado, por isso “é natural que os produtores estejam preocupados com as iniciativas no âmbito da Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco, que vão no sentido de alterar a forma como o tabaco é tratado no sistema do comércio internacional”.

“Se forem aprovadas, estas alterações impedirão os países produtores de tabaco, como o Zimbabué, de defender e beneficiar legitimamente dessas exportações”, acrescentou Gavin Foster citado num comunicado da ITGA.

Mas François van der Merwe acusou a contraparte no debate de “não ter dado a palavra” aos produtores de tabaco para “exprimirem os seus pontos de vista”, nem sequer lhes dar “oportunidade para abordar directamente as partes que pretendem implementar estas medidas punitivas”.

A última Convenção Quadro para o Controle do Tabaco adoptou medidas que os produtores consideram penalizadoras por permitirem o desenvolvimento de alternativas ao cultivo do tabaco, com consequente substituição gradual dessa actividade agrícola.

Outras das decisões da Organização Mundial de Saúde (OMS) visa à protecção do meio ambiente e à saúde das pessoas envolvidas com o cultivo do tabaco, por a agência da ONU considerar que a actividade agrícola envolve o manuseio de pesticidas e contato directo com a folha do tabaco verde, potenciais factores de risco à saúde dos agricultores.

 

“Pedimos aos governos e a órgãos representativos, como as Nações Unidas, que encetem connosco um diálogo construtivo em vez de nos deixarem de fora”, afirmou François van der Merwe no final do encontro.

OMS
A grave epidemia de febre hemorrágica Ébola na África ocidental vai prolongar-se por “vários meses”, declarou hoje o...

É “impossível saber claramente” até onde irá a epidemia, mas “penso que teremos de lidar com esta epidemia durante vários meses”, afirmou Keiji Fukuda, no final de uma cimeira de urgência em Acra, onde estiveram presentes os responsáveis da Saúde de 11 países africanos para debater as medidas de emergência a adoptar para lutar contra a epidemia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e os países presentes - Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Senegal, Serra Leoa e Uganda - pediram à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) apoio político e diplomático contra a doença.

Pelo menos 470 pessoas morreram e mais de 760 estão infectadas, no último surto da doença, o mais grave até agora registado, de acordo com a OMS.

A crise sanitária vai ser debatida na próxima cimeira da CEDEAO, que decorre também na capital do Gana, na próxima quarta e quinta-feira.

Na reunião, que começou na quarta-feira e terminou ontem, foi sublinhada a necessidade de os chefes de Estado e de governo da região assumirem um papel determinante para combater a epidemia, destacando o papel da CEDEAL, considerado "essencial para dar apoio político e diplomático", de acordo com o comunicado oficial.

Os 11 ministros concordaram em reforçar a cooperação para acelerar a resposta à epidemia e eliminar obstáculos, como a falta de comunicação, colaboração, recursos financeiros, controlo da infecção e investigação.

Os países da região exigiram uma acção conjunta, e também externa à zona afectada, para ajudar os países mais afectados - Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa -- a tentar evitar a disseminação da doença.

O oeste africano vai mobilizar os líderes políticos, tradicionais e religiosos para aumentar a informação sobre a doença e limitar as crenças e práticas culturais que facilitam a expansão do vírus.

Os líderes africanos comprometeram-se ainda a destinar recursos financeiros e pessoal qualificado para combater a doença.

Os participantes do encontro de Acra reuniram-se para elaborar um roteiro, no qual ficará definida a estratégia contra o Ébola, intercâmbio de informação e colaboração.

A OMS vai estabelecer um centro de controlo regional na Guiné-Conacri, onde primeiro foi registado este surto a 22 de Março passado.

Os parceiros internacionais, convidados a participar na cimeira - ONU, UE, Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras (MSF) -, prometeram apoio técnico e financeiro para melhorar a resposta à ameaça do Ébola nos países afectados.

A actual epidemia - um "cocktail" de febres hemorrágicas Ébola, Lassa, Crimeia-Congo - teve origem na Guiné-Conacri, que conta 303 mortos, 193 dos quais atribuídos especificamente ao Ébola.

A Libéria registou 65 mortos (33 atribuídos ao Ébola) e a Serra Leoa 99 (65 atribuídos ao Ébola).

O vírus Ébola, que em poucos dias provoca febres hemorrágicas, seguidas de vómitos e diarreias, foi batizado com o nome de um rio do norte da República Democrática do Congo (antigo Zaire), onde foi registado pela primeira vez em 1976.

A taxa de mortalidade pode ir de 25 a 90% nos seres humanos, consoante as estirpes. Não existe vacina, nem tratamento, sendo apenas possível tratar os sintomas, nomeadamente, com hidratação por via intravenosa dos doentes.

Este vírus, da família dos "filoviridae", transmite-se por contacto directo com o sangue, líquidos biológicos ou tecidos de pessoas ou animais infectados.

Os rituais funerários, em que familiares e amigos estão em contacto directo com o corpo, têm um papel importante na transmissão da doença.

 

Esta é a primeira vez que se identifica e é confirmada uma epidemia de Ébola na África Ocidental, sendo que até aqui tinham ocorrido sempre na África Central.

Urgências de Loulé e Albufeira
As urgências médicas de Loulé e Albufeira, que nesta época do ano servem cerca de meio milhão de pessoas, têm dias do mês de...

A denúncia é feita pelo Diário de Notícias, que terá tido acesso aos mapas, os quais revelam que mais de metade dos dias de Julho não têm qualquer médico escalado, ou então, têm apenas um. Ou seja, metade daquilo que está previsto.

Estudo garante
O uso excessivo da rede social Twitter pode provocar conflitos e outros efeitos negativos no casamento e nos relacionamentos...

O estudo, desenvolvido por um perito da Universidade do Missouri (Estados Unidos), vai ao encontro de anteriores investigações que revelaram o impacto nocivo da rede social Facebook nas relações amorosas. Muitos especialistas acreditam que, se não existisse o Facebook, a probabilidade de haver divórcios seria inferior.

No novo estudo, publicado no jornal especializado “Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking”, concluiu-se que “o uso activo do Twitter leva a uma maior quantidade de conflitos relacionados com o Twitter entre parceiros românticos, que por sua vez leva à infidelidade, separação e divórcio”.

O autor da investigação, Russell Clayton, sublinhou que estas conclusões vêm corroborar o “lado negro” da utilização das redes sociais para as relações interpessoais.

Para a directora do jornal, Brenda Wiederhold, estes resultados alertam para a necessidade de existirem mais estudos sobre o uso das redes sociais.

“Uma vez que a investigação sobre o mundo das redes sociais está numa fase primária, não sabemos se outros meios, como o Instagram, têm igualmente um impacto negativo nos relacionamentos”, disse a responsável.

O estudo analisou o comportamento de 581 adultos, todos utilizadores do Twitter, perguntando a cada indivíduo sobre a frequência de utilização e sobre os conflitos que surgiram com os actuais parceiros ou ex-parceiros, na sequência do uso desta rede social. 

Estudo
Uma equipa do Centro de Investigações Ginecológicas espanhola actualizou o número de genes humanos em 19.000, menos 1.700 do...

O estudo, publicado na revista Human Molecular Genetics, considera que 995 destes genes têm uma origem anterior aos primatas, de mais de 50 milhões de anos.

Este trabalho de investigação foi chefiado por Alfonso Valencia, vicediretor de Investigação Básica e chefe do grupo de Biologia Computacional Estrutural do Centro de Investigações Ginecológicas espanhola (CNIO), com sede em Madrid.

O investigador espanhol descreve a situação como “o genoma humano minguante”, e lembra que “a parte codificadora do genoma - a que produz proteínas - está em constante movimento”.

De acordo com uma nota do CNIO, há alguns anos chegaram a ser quantificados 100.000 genes humanos.

Outros genes não-produtores de proteínas são pouco conhecidos, apesar de terem funções celulares específicas.

Para chegarem a estas conclusões, os investigadores partiram da análise proteómica (análise de proteínas) a grande escala para determinar o mapa de proteínas humanas a partir do qual é possível identificar os genes que as produzem e, desta forma, verificar, ou não, a sua existência.

Para isso, foram integrados os dados provenientes de sete trabalhos anteriores de espectrometria de massas, a ferramenta mais poderosa para detectar moléculas, neste caso proteínas de mais de 50 tecidos.

Além do número, este trabalho apresenta ainda outra hipótese: que mais de 90% dos genes humanos produtores de proteínas têm origem em organismos pluricelulares existentes no reino animal há centenas de milhões de anos.

“Os nossos números indicam que as diferenças entre humanos e primatas, a nível de genes ou proteínas, são muito pequenas”, de acordo com os autores.

Para David de Juan, um outro investigador, “o número de genes que separa os humanos dos ratos - anteriores aos primatas na escala evolutiva - poderá ser inferior a dez”.

Mas Valencia sublinha que “este trabalho questiona o que foi escrito anteriormente e, por isso, será necessário refazer todos os cálculos e não apenas os do genoma humano”.

“Os nossos dados estão a ser analisados pelo Gencode (um consórcio científico internacional) para serem integrados em novas anotações. Quando isso acontecer será necessário redefinir toda a cartografia do genoma humano, que está a ser usada em macroprojetos como a da análise do genoma do cancro”, sublinha Valencia.

Para os autores deste trabalho, a complexidade do ser humano não se deve tanto ao número de genes que possui, mas como estes são utilizados: as milhares de modificações químicas que ocorrem nas proteínas, localização ou interacção com outras. 

Ministro da Saúde insiste
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, voltou ontem a atribuir motivos políticos à greve dos médicos convocada pela Federação...

Para Paulo Macedo, a paralisação "não tem motivos laborais concretos", mas antes "um conjunto de razões difusas, de ordem política".

O ministro, que falava à imprensa, em Lisboa, disse que "as reivindicações foram atendidas e negociadas", acrescentando que, ao abrigo do acordo em vigor entre tutela e sindicatos, "houve um conjunto de benefícios concretos para os médicos".

O titular da pasta da saúde participou ontem no encerramento de uma reunião de peritos sobre a modernização da educação dos profissionais do sector, uma iniciativa promovida pela Organização Mundial de Saúde, a convite de um jovem médico português.

A Federação Nacional dos Médicos alega que o Ministério da Saúde não cumpre o acordo a que chegou com as estruturas sindicais e representativas dos médicos. 

Solidária com o protesto dos clínicos, a Ordem dos Médicos convidou, na terça-feira, os doentes a juntarem-se na próxima semana numa concentração em frente ao Ministério da Saúde.

Para o primeiro dia de greve está agendada uma concentração à porta do ministério.

Confrontado ainda com o estudo, ontem divulgado pela Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, que aponta uma carência de 700 enfermeiros nas unidades de cuidados na comunidade, o ministro reconheceu que "há necessidades", mas que também "há prioridades".

"Se é mais prioritário esses 700 enfermeiros, se é esse o número, no sul, se é outro tipo de contratações nos IPO (Institutos de Oncologia), se são contratações de médicos de família", assinalou.

O estudo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros conclui que faltam 700 enfermeiros nas unidades de cuidados na comunidade, para assegurar resposta a 4,4 milhões de pessoas residentes entre Santarém e Algarve.

Estudo divulga
Mais de 85% das crianças viajam no automóvel com cadeirinha, mas apenas metade são transportadas correctamente, segundo um...

Desde 1996 que a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) realiza um estudo de observação sobre a forma como as crianças até aos 12 anos são transportadas em veículos ligeiros de passageiros nas autoestradas, com o objectivo de avaliar a evolução da taxa de utilização de sistemas de retenção (cadeirinha) e a taxa de utilização correcta destes sistemas. 

Segundo o estudo, 14% do total das crianças observadas viaja sem qualquer protecção (ao colo ou à solta), sendo que, no grupo das crianças mais velhas, dos quatro aos 12 anos, esta percentagem é mais elevada.

Das crianças que utilizam cadeirinha (86%), apenas 51% são transportadas correctamente.

A utilização da cadeirinha é mais elevada entre os zero e os três anos (91% contra 85%, no grupo dos quatro aos 12 anos).

Face a 2012, o estudo verificou um aumento ligeiro da taxa de utilização de sistemas de retenção para crianças no grupo etário dos quatro aos 12 anos (82,1% em 2012, 84,5% em 2013).

Nas crianças mais pequenas, a taxa de utilização de cadeirinhas baixou cerca de dois por cento (de 92,8% para 90,8%).

A associação sublinha que, ao longo dos 17 anos, foi verificada "uma subida progressiva da utilização" dos sistemas de retenção, que se acentuou entre 2004 e 2005, sobretudo no grupo das crianças entre os quatro e os 12 anos.

"Desde então, tem havido algumas flutuações muito ligeiras, mas com uma tendência constante de crescimento", salienta.

No que diz respeito à utilização correcta da cadeirinha, esta tem-se mantido mais ou menos estável desde 2005, com algumas flutuações anuais não muito relevantes.

"Infelizmente, apenas metade das famílias que transportam as suas crianças com sistemas de retenção, o fazem de forma aparentemente correcta", sublinha a APSI.

O estudo de observação da APSI foi realizado a 1 de Setembro do ano passado, em Lisboa, Pinhal Novo e Porto, com a colaboração da Brisa Auto-Estradas de Portugal, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Remédio Santo
O Ministério Público pediu hoje penas de prisão efectivas para 15 dos 18 arguidos do processo "Remédio Santo",...

Os arguidos são suspeitos de pertencerem a uma alegada rede criminosa, composta por grupos do Norte e do Centro/Sul, a qual terá levado a cabo um suposto esquema de uso fraudulento de receitas, que terá lesado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em cerca de quatro milhões de euros, valor reclamado pelo Estado no pedido de indemnização civil.

No segundo dia de alegações, que decorrem no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, o procurador do Ministério Público (MP), João Paulo Rodrigues, deu como provado, no essencial, a acusação e os crimes pelos quais os arguidos estão a ser julgados.

O magistrado defendeu "penas exemplares" para os arguidos, na sua maioria "superiores a cinco anos de prisão" efectiva.

Entre os 18 envolvidos na suposta fraude, que durava pelo menos desde 2009, estão seis médicos, dois farmacêuticos, sete delegados de informação médica, uma esteticista (ex-delegada de acção médica), um empresário brasileiro e um comerciante de pão.

No sul do país
Um estudo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros revela que faltam 700 enfermeiros nas Unidades de Cuidados na...

O estudo “Unidades de Cuidados na Comunidade: Presente com Futuro!”, que envolveu 89 Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) dos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora, Faro, Portalegre e Beja, decorreu em duas fases, em 2013, e teve como objectivos identificar as principais áreas de intervenção e monitorizar os indicadores de desempenho destas unidades.

Estas unidades prestam cuidados de saúde, apoio psicológico e social, no domicílio e na comunidade, às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis em situação de maior risco ou dependência física e funcional, actuando na educação para a saúde e na integração de redes de apoio à família.

Apesar da falta de recursos ser “notória para a população” abrangida por estas unidades, “a resposta é positiva e as taxas de eficácia são elevadas” nas populações que conseguem acompanhar, nomeadamente os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (91%), crianças e jovens em risco referenciadas (100%) e crianças e jovens com necessidades de saúde especiais (82%).

“Quando olhamos ao desempenho destas unidades, que têm enfermeiros especialistas em número suficiente, verifica-se que há um resultado positivo, nomeadamente no acesso a cuidados de saúde”, disse o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros (OE), Alexandre Tomás.

Há, contudo, “uma capacidade de resposta limitada”, porque “há um défice gritante de enfermeiros nestas unidades”, sublinhou Alexandre Tomás.

A segunda fase do estudo, que decorreu em entre Junho e Dezembro de 2013, teve como base 44 Unidades de Cuidados na Comunidade, entre Santarém e o Algarve, que respondem a um universo de um 1,7 milhões de habitantes.

Para esta população, tendo por base o ratio de um enfermeiro para 5.000 pessoas, deveriam existir cerca de 357 profissionais, mas só existem 70, estando em falta cerca de 287 enfermeiros.

Alexandre Tomás observou que, só no distrito de Lisboa, faltam 113 enfermeiros a trabalhar na comunidade, existindo actualmente apenas 27.

“Tendo em conta os dados que temos, concluímos que, para garantir a dotação de enfermeiros nas unidades de cuidados na comunidade” a sul do país, que abrangem 4,4 milhões de pessoas, “seriam necessários mais 700 enfermeiros”, explicou.

Para o responsável, este dado é preocupante, porque “põe em causa a capacidade de resposta destas unidades” e, principalmente, o acesso a cuidados de saúde da população mais vulnerável que, “à partida, tem maiores dificuldades de contactos com os serviços de saúde”.

“O que estamos a verificar é que há muita população que não consegue ter o apoio destas unidades”, lamentou.

Salientou também que há áreas com necessidade de intervenção a que as unidades não estão a ser capazes de responder, como a imigração ilegal, a prostituição, as populações que vivem isoladas e o acompanhamento de doentes crónicos, por falta de enfermeiros especialistas.

“São tudo áreas que as unidades de cuidados na comunidade têm competências para desenvolver, mas não estão dotadas dos recursos necessários, para que as possam desenvolver”, frisou.

O estudo vai ser apresentado na próxima quarta-feira, em Lisboa.

Saiba tudo sobre:
A Contracepção de Emergência (CE) refere-se aos métodos que podem ser utilizados depois de uma relaç
Contracepção de emergência

 

A contracepção de emergência não é abortiva. Pode actuar de várias formas para prevenir a gravidez, consoante a altura do ciclo menstrual em que é tomada, mas nunca interrompe uma gravidez em curso.

 

 

Como funciona

  • Pode inibir ou adiar a ovulação (a saída do óvulo do ovário);
  • Pode impedir a fertilização (o encontro do espermatozoide com o óvulo);
  • Pode impedir a nidação (implantação do ovo na parede do útero).

Tipos de contracepção de emergência
Hormonal – Pílula de emergência (conhecida como “pílula do dia seguinte”). Pode ser tomada até 72 horas após a relação sexual não protegida

DIU – Dispositivo Intra-Uterino com cobre – neste caso, a sua colocação tem de ser feita por um técnico de saúde especializado até 5 dias após a relação sexual.

Eficácia
De uma forma geral, a CE é menos eficaz que os métodos contraceptivos de uso regular, sendo este um motivo para não ser um método de utilização frequente.

A CE pode prevenir 3 em cada 4 gravidezes e é a única forma de evitar uma gravidez após a relação sexual não protegida, reduzindo o recurso ao aborto.

Efeitos secundários
Os efeitos secundários mais comuns da contracepção de emergência podem ser:

Mensagens importantes sobre a Contracepção de Emergência

  • Não protege contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis;
  • Não é um método contraceptivo de uso regular;
  • Não é abortiva;
  • Não afecta a fertilidade;
  • Pode ser adquirida gratuitamente nos centros de saúde e hospitais;
  • Existem marcas de venda livre nas farmácias;

É recomendável que se procure aconselhamento técnico antes ou após a utilização da CE.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
O que fazer?
O que vulgarmente é descrito como sensação de desmaio, é uma redução temporária do fornecimento de s
Desmaio

Quando acontece podem sentir-se tonturas ou desmaiar e recupera-se assim que é restabelecido o fluxo de sangue normal.

Estas situações podem ocorrer devido a uma reação à dor, ao stress, a uma quebra súbita da pressão arterial. Pode ainda ficar a dever-se a um nível baixo de açúcar no sangue.

Se se encontrar perante alguém nestas condições, deve amparar a pessoa na queda para que não se magoe. Depois de ter a pessoa deitada, deve elevar-lhe as pernas, por exemplo, apoiando-as numa cadeira.

Deve ainda garantir à vítima o fornecimento de ar fresco, abrindo uma janela ou abanando um leque ou revista. Quando a pessoa se sentir melhor, ajude-a a sentar-se lentamente.

Se voltar a ter a sensação de desmaio, ajude-a a deitar-se novamente. Se a pessoa não recuperar rapidamente ou se o seu estado agravar, procure assistência médica ligando o 112.

 

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Saiba mais
O folheto informativo, que acompanha o medicamento, é definido como a informação escrita que se dest

Até há bem pouco tempo, o folheto informativo era uma cópia de partes relevantes do respectivo Resumo das Características do Medicamento (RCM). Sendo o RCM um documento destinado aos profissionais de saúde, a linguagem utilizada é baseada em termos técnicos e científicos.

Considerou-se que este tipo de informação, quando disponibilizada no folheto informativo, destinado ao doente, poderia não ser integralmente compreendida pelo leitor o que poderia levar a, entre outros, erros na toma de medicação, passíveis de resultar em risco para a saúde pública.

Actualmente, as directivas europeias têm vindo a procurar uma melhor legibilidade dos folhetos informativos e a tentar harmonizar os padrões dos mesmos em todos os Estados membros.

Conceito de legibilidade

O conceito de “legibilidade” refere-se a todos os factores que afectam o sucesso na leitura e compreensão de um texto:

  • Interesse e motivação do leitor;
  • Aspectos relacionados com a impressão e ilustrações;
  • Relação entre a complexidade das palavras e frases utilizadas e a capacidade de leitura do receptor.

No que concerne aos folhetos informativos dos medicamentos o conceito de legibilidade é um factor essencial na relação dos doentes com os seus medicamentos.

Apenas uma legibilidade clara poderá assegurar que as informações constantes dos folhetos informativos sejam facilmente compreensíveis e fáceis de utilizar pelo doente.

Dada a relevância do conceito de legibilidade na relação de um doente com o seu medicamento, a Autorização de Introdução no Mercado (AIM) de um medicamento está sujeita ao cumprimento de uma série de regras associadas a este conceito.

Actualmente, impõe-se aos requerentes de uma AIM, a comprovação da legibilidade dos folhetos informativos, através da submissão ao Infarmed dos resultados de testes de legibilidade realizados junto de um público-alvo de doentes.

Deste modo, a informação a constar no folheto informativo deverá reflectir os resultados desses testes e assegurar que:

  • A informação no folheto informativo é acessível;
  • Essa informação é facilmente compreensível;
  • A informação permite uma utilização segura e adequada do medicamento.

Assim, o folheto informativo deve ser estruturado, e redigido em língua portuguesa, de forma legível, clara, compreensível e fácil de utilizar pelo doente permitindo-lhe agir de modo adequado durante a sua toma.

Onde obter mais informação?

Na embalagem dos medicamentos existe igualmente informação importante para o utente. Como garantia da protecção da saúde pública, a informação que consta da rotulagem dos medicamentos é aprovada pelo Infarmed.

Da informação que consta obrigatoriamente da embalagem, destaca-se a seguinte:

- Nome do medicamento;

- Composição em substâncias activas;

- Forma farmacêutica;

- Modo e via de administração;

- Prazo de validade, incluindo mês e ano;

- Número do lote de fabrico;

- Preço de venda ao público;

- Nome e morada do responsável pela autorização de introdução no mercado;

- Classificação do medicamento relativamente à sua dispensa;

- Prazo de utilização após abertura do recipiente, pela primeira vez, se for caso disso;

- Precauções particulares de conservação (e destruição, quando for caso disso).

Informação correcta

Entre outras, o utente poderá encontrar as seguintes informações úteis no folheto informativo:

- Nome do medicamento (marca), o nome das substâncias activas (substância que vai actuar contra a doença ou sintoma) e forma farmacêutica (comprimido, cápsula, etc.);

- Categoria do medicamento, em termos facilmente compreensíveis para o doente (ex: antibiótico, analgésico, etc.);

- Nome e morada do responsável pela autorização de introdução no mercado (laboratório que comercializa);

- Indicações terapêuticas, contra-indicações, efeitos secundários mais frequentes (para que é usado o medicamento, casos em que não deve ser usado, reacções indesejáveis, etc.);

- Interacções com outros medicamentos (que efeitos provoca associado a outros medicamentos);

- Precauções especiais de utilização, bem como efeitos em grávidas, lactentes, crianças, idosos e doentes com doenças especiais e ainda efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas;

- Lista dos excipientes cujo conhecimento seja eventualmente necessário para a utilização conveniente do medicamento (ex: ingredientes utilizados para dar sabor);

- Posologia usual, com referência à dose máxima (ex: número de comprimidos a tomar);

- Modo e via de administração (ex: oral, rectal, etc.);

- Indicação do momento da administração do medicamento e duração do tratamento (ex: 1 comprimido de manhã no máximo durante 5 dias);

- Medidas a adoptar em caso de sobredosagem e ou intoxicação (sintomas, medidas de urgência, etc.);

- Aconselhamento para comunicar ao médico ou farmacêutico os efeitos indesejáveis detectados que não constem do folheto;

- Precauções particulares de conservação (ex: proteger do calor, etc.).

Independentemente da informação constante no folheto informativo, em caso de dúvida sobre a forma correcta de tomar um medicamento, o doente deverá sempre contactar o seu médico ou farmacêutico.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
No Haiti
Em apenas cinco meses, o vírus chikungunya terá infectado mais de 40 mil pessoas no Haiti. Transmitido por picadas de mosquito,...

Raramente é fatal, embora possa causar complicações graves, mas está a espalhar-se com grande rapidez num país com más condições sanitárias onde os mosquitos proliferam.

“O meu filho de 22 anos é corajoso, mas agora chora como uma criança. Os braços, pescoço, costas, todo o seu corpo tem dores”, descrevia à agência Reuters Marco Dorival, um habitante da capital do Haiti, Port-au-Prince.

O vírus causa dores intensas e febre, sendo conhecido localmente como “kaze le zo”, ou seja, “quebra ossos”. Muitos doentes não conseguem andar ou sequer mexer os dedos durante mais de uma semana. Não há medicamentos que o tratem, excepto medicação para baixar a febre e aliviar as dores, e o preço destes remédios já duplicou.

Apesar do Ministério da Saúde ter reagido e comprado 400 mil doses de analgésicos, estes desaparecem rapidamente. Gretta Lataillade Roy, directora de uma pequena clínica, contraiu o vírus no mês passado e conta que a medicação desapareceu em apenas 48 horas, tantos eram os casos de doentes.

Muitos trabalhadores da área da saúde ficaram também doentes com o vírus, o que tem piorado a situação, e muitos dos doentes ficarão em casa até à febre e as dores passaram, diz a agência norte-americana Associated Press.

A prevenção básica de doenças transmitidas pelos mosquitos falha porque muita gente não tem dinheiro para repelentes de insectos ou redes mosquiteiras. Para além das condições já precárias, de casas sem sistema sanitário e uso de contentores com água parada que atraem mosquitos, há ainda cerca de 146 mil desalojados pelo terramoto de 2010 que não foram ainda realojados.

“O chikungunya tem sido impiedoso no Haiti”, notava um relatório do Instituto Igarapé, com sede no Brasil. “Falta de infra-estrutura básica, medidas de controlo de mosquitos insuficientes, e desigualdades sociais e económicas profundas pioraram esforços de prevenção e tratamento”, aponta o documento. Piora ainda tudo que haja uma teoria da conspiração sobre a doença – que seria espalhada por estrangeiros para fazerem negócio no Haiti.

O vírus está ainda a espalhar-se por outros países como República Dominicana, e os EUA já começaram uma supervisão apertada de casos entre habitantes que recentemente contraíram o vírus durante viagens às Caraíbas. “Houve uma altura em que não conseguia andar, e quando comecei a conseguir, apenas conseguia todo curvado”, relatou à Reuters Richard Barbour, pastor de Boca Raton, Florida.

Passado uma semana, os sintomas começam geralmente a dissipar-se e os infectados desenvolvem imunidade.

Mas há situações em que pode provocar insuficiência respiratória e ser fatal, especialmente em casos de pessoas com outras doenças: pensa-se que a infecção por este vírus terá piorado o estado de saúde do antigo Presidente Leslie Manigat, que acabou por morrer.

Experiência em ratinhos
Cientistas dos Estados Unidos desenvolveram processo de transplante de células estaminais adultas humanas que permitem...

A experiência foi feita em ratinhos, mas o tecido da córnea - o pequeno disco transparente por detrás do globo ocular sem o qual não poderíamos ver - era de origem humana, e o resultado mostra-se promissor. Transplantando células estaminais adultas humanas para os olhos dos animais, um grupo de investigadores dos Estados Unidos, do Massachusetts Eye and Ear Research Institute, e de três hospitais de Boston conseguiu que elas dessem origem a tecido novo e funcional, regenerando a córnea nos ratinhos.

Esta foi a primeira vez que se conseguiu produzir tecido córneo novo num modelo animal, a partir de células estaminais humanas adultas, afirmam os autores do trabalho.

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