Novo layout, responsive, e com novas funcionalidades
A Ordem dos Médicos Dentistas renovou a sua página eletrónica dando-lhe uma nova cara, novos serviços e adaptada a qualquer...

O novo site da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) vai permitir uma relação mais próxima e ágil com os membros da Ordem e o público em geral.

A principal novidade é a criação de um balcão virtual de contato que disponibiliza novos serviços, incluindo, por exemplo, inscrições online em todas as ações de formação da OMD e pagamento online imediato por referências multibanco. 

O diretor-executivo da OMD, Laredo de Sousa, revela que “a atual página resulta de um longo processo, em que o trabalho de equipa permitiu a superação dos problemas e desafios com que nos deparámos. Novas funcionalidades, layout mais atrativo e dinâmico, navegabilidade intuitiva e menos complexa, mobile-friendly e integração com as redes sociais são os pontos-chave que nos guiaram na atualização da página eletrónica da OMD.”

Para o diretor-executivo da OMD “o novo portal, que se mantém bilingue (português e inglês), vem dar resposta às necessidades dos nossos associados e adaptá-lo à atual evolução tecnológica. Para tal, incorporámos novas funcionalidades, reformulámos o design para uma estrutura mais dinâmica e intuitiva, melhorámos a navegabilidade, atualizámos o software para wordpress e desenvolvemos uma estrutura responsive, ou seja, totalmente otimizada para os dispositivos móveis, sejam smartphones ou tablets”.

A página do Congresso da OMD passa para um microsite, ainda que mantendo-se acessível a partir do site da OMD. O Congresso fica com uma estrutura exclusiva na internet que agrega os conteúdos relativos ao encontro anual de medicina dentária e à Expodentária, facilitando o acesso à informação aos congressistas, expositores, patrocinadores e público em geral.

União Europeia
O presidente da União Europeia dos Hospitais Privados, Paul Garassus, assumiu hoje que o serviço do setor privado de saúde ...

Os críticos do setor privado de saúde “esquecem-se que o que realmente preocupa o paciente é o tempo de espera para ser tratado e a qualidade do tratamento recebido, sem prestar atenção à propriedade da unidade de saúde", afirmou hoje Paul Garassus, durante a primeira Cimeira Ibérica de Hospitais Privados.

A cimeira é organizada pela Aliança de Saúde Privada de Espanha (ASPE) e pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) e decorre hoje e sexta-feira, em Madrid.

Para Paul Garassus, “o setor privado não é complementar e, sem a sua colaboração, para os serviços públicos seria impossível atender a procura crescente dos cidadãos”.

Além disso, prosseguiu, “os hospitais privados impulsionam a produtividade do setor público com a sua atividade e contribuem para a inovação e o crescimento económico, uma vez que têm maiores possibilidades de realizar os investimentos necessários nos domínios que reduzem custos e melhoram a eficiência".

Nesta cimeira foi apresentado o relatório "Hospitais Privados na Europa: Apoio a Sistemas de Saúde Sustentáveis", elaborado por Hans Martens, assessor do Centro Europeu de Políticas, em colaboração com a União Europeia dos Hospitais Privados (UEHP), segundo o qual “os sistemas de saúde europeus são inviáveis sem a colaboração dos hospitais privados”.

O estudo propõe “uma reflexão completa sobre o desempenho do setor da hospitalização privada na Europa, que está em constante evolução. Também justifica a posição de que a hospitalização privada deve ocupar num ambiente muito competitivo, no qual se impõe uma aposta na profissionalização da gestão e estratégias adaptadas à situação atual, em que prevalece uma oferta ampla caracterizada pela constante inovação”.

Segundo a presidente da ASPE, Cristina Contel, “a saúde privada é crucial para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, não só em Espanha mas em toda a Europa, sendo essencial assegurar cuidados de saúde de alta qualidade para todos os cidadãos, especialmente nestes momentos em que fatores como a escassez de recursos, a pressão económica, demográfica, a crescente procura por serviços de saúde e o rápido avanço das tecnologias tornam quase que obrigatória a otimização do uso de recursos e a eficiência na gestão”.

Por seu lado, o presidente da APHP, Óscar Gaspar, apresentou dados em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), de 2016, para mostrar que “os cidadãos portugueses preferem cada vez mais os hospitais privados”.

"Esta publicação sobre a capacidade e atividade no sistema de saúde do país entre 2006 e 2016 destaca que o número de hospitais privados tem continuado a crescer, superando pela primeira vez o número de hospitais pertencentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em 2016, dos 225 hospitais em operação, 114 eram hospitais privados", afirmou.

De acordo com Óscar Gaspar, "elementos como a excelência reconhecida na prestação de cuidados, a flexibilidade de gestão, a organização das equipas, a capacidade e vontade de investir e, em particular, a colocação do paciente no centro do sistema de saúde, promove a liberdade de escolha dos cidadãos portugueses, que preferem, cada vez mais, os cuidados de saúde privados".

Associação Portuguesa de Fertilidade
A Presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade, Cláudia Vieira, ainda está incrédula com o chumbo de algumas normas da...

O chumbo de algumas normas da lei da “Gestação de Substituição” é, para Cláudia Vieira, inadmissível. “É incompreensível que uma lei que já foi aprovada, que passou por todas as instâncias e que já estava em pleno funcionamento volte agora para trás. Basta colocarem-se na pele destes casais e perceberem o impacto emocional que um volte-face destes tem nas suas vidas. É algo de verdadeiramente inimaginável”, reforça.

Uma das questões que o Tribunal Constitucional foca é a do anonimato da gestante e do eventual dador de gâmetas. Cláudia Vieira mostra uma enorme preocupação, pois esta questão irá afetar todos aqueles que recorrem à doação de gâmetas em Portugal. “Há milhares de casais em Portugal que necessitam da doação de gâmetas para serem pais. Estes tratamentos realizam-se há anos e sem qualquer celeuma. E é óbvio que as pessoas só são dadoras porque têm a garantia de anonimato total. Claro que, se o anonimato deixar de existir, deixará de haver dadores. No caso da Gestação de Substituição esta situação roça o ridículo, por dois motivos: em muitos casos o casal beneficiário dará ambos os gâmetas (feminino e masculino) e, se tal não acontecer, a lei prevê a obrigatoriedade de pelo menos um dos elementos do casal doar os seus gâmetas. Qual é o sentido de se focar esta questão agora, já que na maioria dos casos nem se colocará? Por muito que me custe dizê-lo, parece apenas uma desculpa do Tribunal Constitucional para levar a lei de volta ao Parlamento”, refere.

“Acabámos de comemorar 44 anos de democracia. Mas que democracia é que temos? Não deviam estes casais poderem escolher ser pais? Não deviam estas mulheres, que já perderam tanto ou que já enfrentaram doenças graves, ter a possibilidade de realizarem o seu sonho da maternidade? E se a lei já foi aprovada – e passou pelo crivo do Presidente da República, que é um conceituado constitucionalista – faz agora sentido este volte-face? Porque é que estamos a complicar algo que já estava a ter o seu curso normal? É inadmissível e incompreensível”, finaliza Cláudia Vieira.

28 de abril - Dia Mundial da Segurança e Saúde no trabalho
A fadiga visual, mais conhecida por vista cansada, é atualmente um problema que afeta sete em cada 10 portugueses, devido à...

Dr. Fernando Trancoso Vaz, membro da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e Coordenador do Grupo de Ergoftalmologia, começa por explicar que “A fadiga visual resulta de um esforço excessivo do globo ocular exigido pelos ecrãs que utilizamos muito perto dos nossos olhos. Este esforço, que ocorre maioritariamente em pessoas que trabalham muitas horas em frente ecrãs digitais (computadores, tablets, telemóveis ou televisores), manifesta-se em pequenos sintomas tais como: secura ocular, dor de cabeça, cansaço, dificuldade em focar ou lacrimejar excessivo.”

E acrescenta: “No entanto, existem algumas medidas de prevenção, recomendadas pela SPO, que todos os profissionais que trabalham em escritório devem considerar, tanto a nível comportamental como de ambiente.”

A nível comportamental: É essencial adoptar uma boa postura, ajustando a cadeira e a mesa de forma a ter o monitor ao nível dos olhos e a uma distância de 50-70 cm, fazer intervalos regulares ‘20-20-20’, ou seja em cada 20 minutos fazer uma pausa de 20 segundos e nesses 20 segundos olhar para uma distância de 20 pés (6 metros).

A nível do ambiente: Evitar ambientes de muita ou pouca luminosidade, evitar reflexos indesejados no computador, provenientes de poeiras ou impressões digitais, optar por um ecrã de maiores dimensões e, sempre que possível, desligar o ar condicionado.

Além dos profissionais que trabalham maioritariamente com computadores, crianças e jovens começam, cada vez mais, a sentir, de uma forma precoce, fadiga ocular pois também eles passam muito tempo em frente a dispositivos digitais. Mais de 50% dos jovens entre os 18 e os 34 anos passam nove horas ou mais por dia com dispositivos digitais. As mulheres também sofrem mais de que os homens de fadiga ocular pois com o avançar da idade existe maior propensão uma diminuição na quantidade e qualidade das lágrimas.

Para atenuar esta epidemia, o Especialista representante da SPO, conclui que é fundamental “a realização de consultas de rotina para avaliar a fadiga ocular e analisar se não existe outra patologia associada como erros refrativos, perturbações do equilíbrio oculomotor, olho seco, etc... São nestas  que podem ser recomendadas soluções (por exemplo óculos, tratamentos de ortóptica, lágrimas artificiais, dicas de ergoftalmologia), que irão diminuir a fadiga ocular e aumentar a qualidade de vida laboral, evitando problemas futuros”.

Bruxelas
A Comissão Europeia recomendou hoje o desenvolvimento de planos nacionais ou regionais de vacinação, com uma meta comum de...

O executivo comunitário apresentou um conjunto de 20 recomendações sobre o reforço da cooperação na União Europeia (UE) no combate a doenças que podem ser evitadas pela vacinação, incluindo o desenvolvimento e aplicação de planos de vacinação a nível nacional e/ou regional até 2020 e uma meta mínima de cobertura da vacinação contra o sarampo de 95%.

A proposta inclui também a possibilidade de ser desenvolvido um cartão de vacinação comum na UE, que pode ser partilhado por via eletrónica, e o estabelecimento de um sistema europeu de partilha de informações para recolher conhecimentos e desenvolver orientações para um programa central de vacinação até 2020, com doses e idades que os Estados-Membros da UE concordem que são comuns a todos os países.

Bruxelas propõe ainda a introdução de controlos de rotina do estatuto vacinal e oportunidades regulares de vacinação em diferentes fases da vida, por exemplo, nas escolas e nos locais de trabalho.

A Comissão Europeia quer ainda que seja criado um portal europeu de informações sobre a vacinação até 2019, para fornecer elementos de prova objetivos, transparentes e atualizados sobre os benefícios e a segurança das vacinas.

De acordo com os dados mais recentes recolhidos pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, os casos de sarampo continuam a aumentar em alguns países da UE, nomeadamente em Portugal, e do Espaço Económico Europeu.

No período de 12 meses, entre 01 de março de 2017 e 28 de fevereiro de 2018, foram comunicados 14.813 casos de sarampo através do Sistema Europeu de Vigilância.

Destes casos, em que o estatuto de vacinação era conhecido, 86% não tinham sido vacinados.

Além disso, o Centro Europeu estima que pelo menos 40 mil pessoas morrem anualmente de gripe, em parte devido à baixa cobertura vacinal.

Gripe espanhola
A chamada “gripe espanhola” não começou em Espanha e apenas ficou com esse nome porque o país foi neutral na Primeira Grande...

A pandemia teve esse nome porque apareceu quando se estava no auge dessa guerra, com os principais países em confronto, Alemanha, Áustria, França, Reino Unido e Estados Unidos, a suprimir toda a informação sobre o alcance da doença para evitar desanimar a sua população com notícias de mortos.

A Espanha era um país neutral, sem necessidade de ocultar essa informação, o que, segundo o catedrático de Microbiologia da Universidade de Navarra Ignacio López-Góni dava “a impressão completamente errónea” de que o país foi o mais castigado ou que tenha sido aí que a doença começou.

A primeira notícia sobre a doença apareceu em 22 de maio de 1918 no jornal madrileno El Sol.

Os países que na altura estavam em guerra censuravam as notícias para não desmoralizar as suas tropas e, enquanto aí os artigos sobre o conflito dominavam os títulos de primeira página, em Espanha também se noticiava a epidemia de gripe que estava a matar muitas pessoas.

“É muito provável que a epidemia tenha chegado desde França e podia depois ter chegado a Portugal”, disse Ignacio López-Góni, confessando, no entanto, que não tem “informação precisa” sobre essa questão.

Há várias teorias sobre o local onde começou a doença: na base militar de Etables, na costa norte de França; trazida por soldados indochineses (Vietname, Laos e Camboja) que lutaram em França entre 1916 e 1918; ou num acampamento militar no Kansas (Estados Unidos da América) entre militares que depois viajaram para a Europa.

A guerra pode ter afetado o desenvolvimento da doença porque a concentração de milhões de soldados criou as condições ideais para o desenvolvimento de estirpes de vírus mais agressivos e facilitou a sua propagação pelo planeta, segundo o estudioso.

“Não sabemos exatamente qual foi o impacto que teve a gripe no resultado da Primeira Grande Guerra”, explica López-Góni.

Os historiadores estão convencidos que morreram entre 50 a 100 milhões de pessoas com a doença, o que representa até cerca de 5% da população mundial, tendo sido contagiadas cerca de quinhentos milhões de pessoas.

Calcula-se que esta gripe matou mais pessoas em 25 semanas do que a sida em 25 anos, assim como mais pessoas faleceram num ano do que num século, durante a peste ocorrida na idade média.

Houve “muito mais mortes [pela doença] do que em toda a Primeira Grande Guerra”, resumiu o professor catedrático.

O vírus da gripe de 1918 foi 25 vezes mais mortal do que outros vírus idênticos e uma das suas características foi a sua alta mortalidade entre as pessoas jovens com idade entre 20 e 40 anos.

“Os seus efeitos foram devastadores, matava rapidamente, em apenas dois ou três dias, e com sintomas hemorrágicos” (coagulação anormal e hemorragia contínua), explicou Ignacio López-Góni, acrescentando que, na altura, não se sabia que pequenas alterações ou mutações eram suficientes para fazer com que um vírus de gripe se transmitisse entre mamíferos pelo ar.

Fontes diferentes e com um grau de autenticidade difícil de assegurar indicam que só na China teriam morrido cerca de 30 milhões de pessoas com esta gripe, enquanto, nos Estados Unidos da América, cerca de 28 % da população foi infetada, tendo morrido entre 500.000 e 675.000 pessoas.

Na Europa teriam morrido 250.000 pessoas no Reino Unido, 200.000 a 300.000 em Espanha (1% da população), o dobro destes números em Itália e em França e entre 50 mil e 70 mil em Portugal.

Por outro lado, na Índia britânica podem ter morrido 10 milhões a 17 milhões de doentes.

“A situação atual é muito diferente da de 1918 e devido a isso a possibilidade de aparecer uma pandemia de gripe tão devastadora é improvável, apesar de não ser impossível”, sublinhou Ignacio López-Góni.

O especialista em microbiologia alerta que “em ciência o risco zero não existe”, mas a capacidade de investigação dos humanos, o conhecimento adquirido, as condições sanitárias e higiénicas da população, a existência de antibióticos, as vacinas e os antigripais fazem com que a situação atual seja “muito diferente” da de 1918.

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito armado à escala global centrado na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918.

O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo: de um lado estavam os aliados (liderados pelo Reino Unido, França e Império Russo) e do outro os Impérios Centrais (Alemanha e Áustria-Hungria).

Portugal fazia parte dos aliados e enviou tropas que combateram em França.

Gripe espanhola
O departamento de epidemiologia do Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge está a recalcular, a partir de fontes primárias, os...

O anúncio foi feito por Helena Rebelo de Andrade, virologista e diretora do Museu da Saúde, a propósito do centenário da gripe espanhola, também conhecida por pneumónica, que terá causado cerca de 40 milhões de mortes em todo o mundo, das quais entre 50 mil a 70 mil em Portugal.

Em entrevista, a especialista explicou que o trabalho do Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) – que tem o nome do diretor-geral da Saúde na altura da pandemia, Ricardo Jorge – é uma investigação histórica, com os dados da época e com o objetivo de perceber como evoluiu a pandemia nos diferentes distritos.

“É uma investigação detalhada, do ponto de vista histórico, de todo o enquadramento, desde a resposta das autoridades de saúde” e também “do ponto de vista social, económico, político e sanitário”.

Helena Rebelo de Andrade recordou que “a pandemia atingiu Portugal num contexto de crise económica, social, política e sanitária”.

Para a virologista, a designação muitas vezes utilizada de “gripe espanhola” não é correta do ponto de vista da origem da pandemia.

“A designação gripe espanhola é muitas vezes incorreta, porque a propaganda associada à primeira guerra mundial, à revolução russa, obrigava a um media ‘blackout’ em tudo o que era notícia que pudesse influenciar negativamente a moral das tropas e também as ofensivas militares”, disse.

“Afonso III, que tinha mantido Espanha neutral, começa a permitir que no seu país circulem notícias sobre uma epidemia que grassava no país interior com grande gravidade. As primeiras notícias nascem em Espanha e nessas circunstâncias começa-se a associar a origem da pandemia ao país espanhol”, explicou.

No entanto, a designação acaba por ter “algum sentido”, porque os primeiros casos surgem, em maio de 1918, em Vila Viçosa, a partir de trabalhadores provenientes de Badajoz e Olivença.

“A epidemia em Portugal entra de facto por Espanha”, declarou.

Helena Rebelo de Andrade sublinha as “características únicas” desta pandemia.

“Esta pandemia teve características últimas: enquanto na maior parte das epidemias de gripe temos nos extremos das idades (mais novos e mais velhos) a maior mortalidade, no caso da pandemia de 1918 a curva de mortalidade tem a forma de um w. Além dos extremos de idade, aparece um pico de mortalidade da população jovem”, disse.

Para isso terá contribuído o contexto de guerra em que Portugal se encontrava.

“Havia tropas que se movimentavam, que estavam juntas em aquartelamentos militares, havia uma superlotação dos hospitais de campanha e de retaguarda, baixas da própria guerra, com a guerra química, população malnutrida, militar, as condições sanitárias não seriam as melhores, o ‘stress’ da própria guerra”, acrescentou.

Outra justificação passa pelas características do próprio vírus que poderá ter provocado “uma tempestade de citoquinas, que é uma exacerbação da reposta imunitária, que faria com que o sistema imunitário respondesse de uma forma diferente, causando maior mortalidade”.

Há ainda uma justificação relacionada com o pantropismo do vírus, que significa que o vírus poderia estender-se para outros tecidos e outros órgãos, além do respiratório, provocando uma infeção sistémica e com maior mortalidade.

Helena Rebelo de Andrade sublinha que algumas das medidas recomendadas na altura aos doentes ainda “são muito atuais”.

“No início, o que se recomenda é o doente ficar em casa, em repouso, ter uma dieta saudável, tomar tisanas, semelhante ao que hoje se recomenda. Recomendava-se os caldos de galinha, água com açúcar, sumo de limão, de laranja, os gargarejos mentolados. E para a terapêutica para a redução da febre eram utilizados soluções de quinino e os salicilatos”.

Para os casos graves, na segunda onda pandémica, eram recomendadas injeções com soluções arsenicais, e usado injeções de cafeína e de adrenalina.

Gripe espanhola
Escolas transformadas em hospitais, palácios em orfanatos. “Um inferno”. A “gripe espanhola” foi o mais grave problema de saúde...

“Foi um verdadeiro inferno, não só para Portugal, mas em todo o mundo. Por isso dizemos que se tratou de uma pandemia. Envolveu todos os continentes, em duas ondas. A primeira no verão de 1918 e, logo depois, no princípio do outono”, recordou Francisco George, ex-diretor-geral da Saúde e presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).

Batizada de “pneumónica” pelo diretor-geral da Saúde de então, Ricardo Jorge, porque os doentes morriam de pneumonia, a “gripe espanhola não teve a sua origem identificada”.

Não se sabia a sua origem, se um vírus ou bactéria. Mas foi “a mais grave de todas as pandemias de gripe”.

Num Portugal que “era outro”, a pandemia encontrou terreno fácil.

“Na altura, as infraestruturas de saúde eram muito frágeis, não tínhamos medicamentos, os hospitais eram de tal forma débeis que foi preciso mobilizar instituições de ensino, como o liceu Camões, no centro de Lisboa, que foi mobilizado para servir de hospital”, segundo Francisco George.

Foram ainda estabelecidas outras medidas de “resposta social”, como a instalação de “um orfanato temporário na Ajuda”, em Lisboa, para “receber as crianças que perdiam as mães”.

A segunda onda da epidemia de gripe, e outubro de 1918, foi “particularmente grave, sobretudo nos jovens”.

“É curioso notar que os escritos, os artistas, estes episódios em Portugal são pouco relatados”, observou Francisco George, acrescentando: “É como um silêncio sobre o que se passou em 1918, um silêncio estranho, incluindo por parte dos escritores e artistas. Foram poucos os que abordaram a questão, sendo que existiram aldeias que desapareceram”.

A historiadora Fernanda Rollo, atual secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, considera que “as sociedades têm uma forma interessante de lidar com os seus traumas e este é um grande trauma. A memória coletiva em Portugal quase que apagou o impacto da pneumónica. A pneumónica foi horrível”.

“À escala mundial, a pneumónica matou quase 50 milhões de pessoas. A guerra [mundial 14-18] matou menos de 10 milhões. Foi de uma violência impressionante. Estamos a falar de um número de mortes que incide em meia dúzia de meses. Num ano. Isto é de uma violência brutal”, descreveu.

Em Portugal, prosseguiu, foram “entre 50 a 70 mil mortos, de norte a sul do país. Aldeias que desapareceram, famílias que se extinguem. Ainda há muitos sobreviventes dessas famílias e há muitas memórias sobre tudo isso, mas têm sido sempre memórias contidas, memórias caladas”.

“Quando se fala na gripe espanhola, têm ideia do horror que provocou no estar e na vida das pessoas, mas há um grande silêncio sempre sobre tudo isso”, referiu.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, alertou para “as consequências devastadoras para a humanidade” que uma pandemia pode ter.

“Os vírus e as bactérias não se foram embora. Nós pensamos que sim - com a vacinação, antibióticos, água potável, saneamento básico -, mas não. Eles estão por aí e estão à espera de uma oportunidade para se manifestar. Essa é a grande lição”, disse.

Graça Freitas sublinhou que “as pandemias não são apenas doenças. São fenómenos sociais e económicos muito complexos e que levam a outras questões que têm a ver com o medo e a solidariedade”.

“Há sempre um lado nas pandemias que ultrapassa a morte e o sofrimento e tem a ver com o impacto na sociedade, com o medo, como esse medo altera mecanismos de equilíbrio e solidariedade entre as pessoas e o brutal impacto económico que essas pandemias têm”, observou.

O presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida, considera que, cem anos depois, o impacto desta pandemia ainda é difícil de avaliar.

Para Fernando Almeida, o impacto sentiu-se a três dimensões: científico (desconhecia-se mal a questão e ainda hoje há dúvidas sobre a origem da doença), social (as condições sociais e económicas das populações eram muito degradantes e degradadas) e económico (num país com a dimensão do nosso, foi qualquer coisa de dramático e incontornável).

Posição pessoal
A bastonária dos Enfermeiros assume que é favorável à eutanásia “com regras”, mas a título pessoal e não refletindo a posição...

“Eu tenho a minha posição pessoal. Eu sou favorável, mas com regras. Mas essa não reflete a posição da Ordem dos Enfermeiros. A posição da Ordem, e que é a que sempre defenderei, é a de, no caso de haver legislação e vir a ser implementada, todos terem o direito a estar protegidos, sejam a favor ou contra”, afirmou Ana Rita Cavaco.

A bastonária assume que a sua preocupação é a de proteger e de defender os direitos dos profissionais “que eventualmente pratiquem [eutanásia] ou daqueles que sejam objetores de consciência”.

Apesar de a nível pessoal ser favorável a uma eutanásia regulamentada e com regras, a representante dos enfermeiros lembra que fez “um juramento de proteção à vida” e considera que há no país “correntes muito liberais relativamente a essa questão”.

“Por outro lado, sou objetora de consciência na questão da interrupção voluntária da gravidez. Porque nós somos as nossas experiências”, argumenta.

Ana Rita Cavaco considera que, antes da questão da eutanásia, há que dar condições às pessoas para morrer com dignidade. Lamenta que em Portugal se morra “muito mal e sem dignidade”, avisando que isso não é motivo nem razão para haver ou legalizar eutanásia.

“Temos de dar condições de fim de vida dignos”, afirmou, anunciando que a Ordem criou uma especialidade em cuidados paliativos, que aguarda a homologação por parte do Ministério da Saúde.

Esta é uma das quatro novas especialidades criadas pela Ordem, que se junta às seis que já existiam e que não se modificaram em cerca de 20 anos.

Governo
O ministro da Saúde afirmou ontem que a localização da futura maternidade de Coimbra terá de ser a que apresentar “melhor...

“Naturalmente que a decisão final será aquela que corresponder aos critérios da melhor defesa do interesse técnico, segurança das grávidas e das crianças e naturalmente os aspetos económicos”, afirmou o governante, ressalvando que uma maternidade “carece de cuidados diferenciados e uma proximidade de equipamentos de elevada diferenciação”.

O ministro de saúde, que falava ontem à tarde aos jornalistas no concelho de Oeiras, à margem da inauguração do novo centro de saúde da freguesia de Barcarena, respondia desta forma às críticas do presidente da Câmara Municipal de Coimbra sobre a localização da futura maternidade.

Na sexta-feira, o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro, anunciou em conferência de imprensa que a nova maternidade de Coimbra, que resultará da fusão das duas maternidades existentes na cidade (Daniel de Matos e Bissaya Barreto), representando um investimento de 16 milhões de euros, ficará situada no polo dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Contudo, na segunda-feira o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado (PS), manifestou-se contra esta decisão, defendendo, ao invés, o Hospital dos Covões.

O autarca alertou que a instalação da nova maternidade nos HUC agravará a circulação e estacionamento automóvel em toda a área deste hospital, onde se situam outros estabelecimentos como o Instituto Português de Oncologia, o Hospital Pediátrico e o polo III da Universidade de Coimbra, integrada designadamente pelas faculdades de Medicina e de Farmácia.

As críticas à localização da maternidade nos HUC foram extensíveis às restantes forças políticas da cidade.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou ontem que o alargamento e modernização da rede de cuidados primários é...

No dia em que se assinalaram os 44 anos do 25 de Abril, o governante deslocou-se ao concelho de Oeiras para inaugurar o novo centro de Saúde da freguesia de Barcarena, uma infraestrutura que vai servir 13.900 habitantes.

“Há bocado dizia-me o senhor presidente [Isaltino Morais] que ainda existem centros de saúde em prédios de habitação. Temos em Lisboa alguns que não têm elevador. É uma batalha que temos pela modernização da rede de cuidados de saúde primários e que neste domínio representa um investimento que nunca tinha sido feito em Portugal”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

Num momento em que existem em todo o país 110 centros de saúde em construção, Adalberto Campos Fernandes referiu que o objetivo é que “os portugueses passem a ter cuidados de saúde perto de casa”, sem terem de se deslocar ao hospital.

Apesar dos investimentos, o ministro da Saúde ressalvou que o País continua com dificuldades e que cada investimento tem de ser “bem medido”.

“Não podemos vender ilusões. Os governantes têm de fazer as coisas com responsabilidade”, concluiu.

O novo centro de saúde de Barcarena representou um investimento de 1,9 milhões de euros.

Organização Mundial da Saúde
A Organização Mundial da Saúde pediu ontem, Dia Mundial da Malária, uma ação urgente para reativar a luta mundial contra esta...

De acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, registaram-se cerca de 216 milhões de casos de malária, marcando um retorno aos níveis de 2012.

Os óbitos situaram-se em cerca de 445.000, um número semelhante a 2015, indicam os dados, adiantando que 15 países suportam 80% do fardo mundial da malária.

A OMS alerta que a luta contra a malária estagnou pela primeira vez na última década devido à falta de investimento em programas de prevenção e tratamento.

Para atender às metas globais de malária 2030, é necessária uma ampla cobertura de ferramentas comprovadas que já reduziram drasticamente a carga global da doença, combinada com maiores investimentos na pesquisa e no desenvolvimento de novas ferramentas, defende a OMS em comunicado.

“Apelamos aos países e à comunidade global de saúde para que colmatem as lacunas críticas na resposta ao paludismo”, afirma o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sua mensagem do Dia Mundial da Luta contra a Malária.

"Juntos, devemos garantir que ninguém seja deixado para trás no acesso a serviços que salvam vidas para prevenir, diagnosticar e tratar a malária", defendeu Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O diretor-geral da OMS adverte que os ganhos obtidos na luta contra a malária podem ser perdidos se os parceiros não acelerarem o ritmo de progresso no combate à doença.

A OMS juntou-se a organizações parceiras na promoção do tema do Dia Mundial de Luta contra a Malária, que este ano teve como tema "Prontos para vencer a malária".

Comissão Europeia
A Comissão Europeia propôs ontem um conjunto de medidas para aumentar a disponibilidade de dados na União Europeia, das quais...

Uma das principais novidades da proposta, ontem apresentada em Bruxelas, é um plano de ação que dá prioridade aos cidadãos no que se refere aos dados sobre a sua saúde.

Este plano garante o acesso dos cidadãos aos seus dados de saúde e introduz a possibilidade de partilhar esses dados além-fronteiras, utiliza grandes conjuntos de dados que permitam diagnósticos e tratamentos médicos mais personalizados e uma melhor prevenção das epidemias, e promove ferramentas digitais adequadas, permitindo que as autoridades públicas utilizem melhor os dados de saúde para efeitos de investigação e de reforma dos sistemas de saúde.

A proposta de ontem também abrange a interoperabilidade dos registos de saúde eletrónicos, bem como um mecanismo de coordenação voluntária da partilha de dados, incluindo dados relativos ao genoma, para fins de prevenção de doenças e investigação.

“As nossas propostas exploram plenamente o potencial das tecnologias digitais para melhorar os cuidados de saúde e a investigação médica. Tal conduzirá a um acesso mais fácil aos dados relativos à saúde, o que se traduzirá numa melhor prevenção das doenças e a cuidados centrados no doente, a respostas rápidas às ameaças de pandemias e a melhores tratamentos”, destacou o comissário responsável pela Saúde e pela Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis.

A nova diretiva pretende ainda melhorar o acesso e a reutilização dos dados do setor público, obrigando os Estados-Membros a desenvolverem políticas de livre acesso e facilitando a reutilização de dados de investigação resultantes de financiamento público.

A proposta quer tornar mais simples a partilha de dados científicos em 2018, oferecendo, para tal, orientações sobre aplicação de políticas de acesso aberto, em consonância com os objetivos da ciência aberta, dados de investigação e gestão de dados, criação de uma Nuvem Europeia para a Ciência Aberta, bem como prospeção de textos e dados.

As novas medidas estipulam também a partilha de dados no setor privado entre empresas e entre empresas e a administração pública.

“Este é um dos temas fundamentais para o futuro”, defendeu Carlos Moedas, comissário europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, considerando que, com o pacote de medidas ontem anunciado, a Comissão Europeia está a dar um grande passo no âmbito da partilha de dados.

Tonic Search
Uma ‘startup' portuguesa de saúde digital desenvolveu um motor de busca que permite aos médicos aceder a informação sobre...

O motor de busca Tonic Search, criado pela ‘startup' (empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento) Tonic App, do Porto, foi "desenvolvido por médicos para médicos", disse a diretora executiva do projeto, Daniela Seixas.

Através desta ferramenta, esses profissionais de saúde podem "poupar muito tempo no seu dia-a-dia, evitando pesquisar recursos dispersos em dezenas de páginas na Internet, ou que existem apenas em formato de ficheiros, com milhares de entradas", indicou a médica.

Daniela Seixas explicou que, para utilizar esta ferramenta, basta que o médico insira o tema pretendido no motor de pesquisa, podendo escolher o recurso que necessita para resolver o problema do doente que tem à sua frente.

Segundo o diretor técnico da Tonic App, Luís Sarmento, motores de pesquisa generalistas, como o Google, estão calibrados para retornar resultados para o público em geral.

Devido a isso, "a pesquisa por termos médicos traz, maioritariamente, resultados para um público não profissional, obrigando o utilizador médico a perder tempo a filtrar resultados pouco relevantes e a pensar em pesquisas alternativas", afirmou.

O Tonic Search, continuou o especialista em inteligência artificial, está, desde a sua conceção, "totalmente focado em informação especializada para médicos, pelo que os resultados retornados são imediatamente mais relevantes".

De acordo com Daniela Seixas, essa informação especializada é selecionada por uma equipa composta por médicos editores, possibilitando que, assim, todos os artigos apresentados aos profissionais de saúde estejam "devidamente validados".

Este projeto, explicou a diretora executiva, surgiu no seguimento de uma aplicação para ‘smartphones' lançada pela empresa em março de 2017, exclusiva para médicos, que concentra ferramentas de suporte à decisão e que tem vindo a ser aperfeiçoada nos últimos meses.

A responsável contou que a aplicação móvel é já utilizada por mais de metade (53%) dos jovens médicos portugueses (menos de 34 anos) de especialidades como Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna e Pediatria.

O motor de busca Tonic Search vai "permitir aos médicos utilizar as melhores funcionalidades da aplicação, agora em qualquer computador, em casa ou no trabalho, através do nosso ‘website'", acrescentou.

O próximo passo, indicou, passa por desenvolver algoritmos de inteligência artificial, que permitam aos médicos ver apenas os recursos associados à sua especialidade.

A ‘startup' Tonic App recebeu, em 2016, um investimento da Portugal Ventures, tendo sido selecionada como uma das 50 empresas finalistas do 2018 TiE50, um prémio associado à conferência de empreendedorismo tecnológico TiE Inflect, que decorre em Sillicon Valley, na Califórnia (Estados Unidos da América).

A empresa venceu ainda, em 2017, o programa bootcamp Techcare, organizado pelas empresas Novartis, Deloitte Digital e Beta-i, e está a preparar a internacionalização para outro mercado europeu, contando conseguir, ainda este ano, investimento estrangeiro para tal.

"Com a entrada em vigor da nova lei de proteção de dados, o que fará com que algumas barreiras legais caiam na União Europeia, visto que os países vão passar a reger-se pelo mesmo regulamento, vamos ter uma oportunidade de alargar para outro mercado europeu, ainda este ano", contou a Daniela Seixas.

O novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), que entra em vigor a 28 de maio e que resulta da implementação de um regulamento europeu, criado em maio de 2016, obriga a que as instituições e as empresas tomem medidas no que se refere à proteção da privacidade dos cidadãos.

Associação
Os utentes dos centros de saúde são cada vez mais velhos, mais dependentes, mas também mais preocupados com a sua saúde e da...

Comparando com os utentes que há 10 anos recorriam aos centros de saúde, Rui Nogueira disse que “hoje há mais pessoas mais envelhecidas e especialmente mais pessoas dependentes, o que obriga a sociedade, e não apenas os serviços de saúde”, a ter uma “maior preocupação” com serviços de apoio a estes doentes.

Rui Nogueira, que falava a propósito do Dia Nacional do Utente de Saúde, que se assinala na quinta-feira, lembrou que há uma década decorria a reforma dos cuidados de saúde primários e ainda “não se falava em crise”.

“Era uma situação muito diferente da situação que vivemos pós-crise”, disse, sublinhando que “há uma fronteira antes e depois da troika”.

Apesar de as pessoas sempre se terem preocupado com a saúde, “hoje temos consciência que há mais pessoas preocupadas”, "mais responsáveis pela sua saúde” e com “uma preocupação grande em relação a atividades preventivas”, como fazer rastreios oncológicos.

Também manifestam uma maior preocupação com a saúde dos filhos, dos maridos e dos pais idosos, adiantou o presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar (AMGF).

Dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) indicam que, entre 2014 e 2016, aumentou o número de utentes que recorre aos Agrupamentos de centros de Saúde (ACES) com doenças crónicas como diabetes (6,9% em 2014 e 7,7% em 2016), hipertensão arterial (19,3% - 21,4%) e neoplasia maligna (2,9% - 3,6%).

Os mesmos dados, do relatório de Acesso a cuidados de saúde nos estabelecimentos do SNS 2016, indicam uma descida no número de utentes inscritos nos centros de saúde, passando de 186.488, em 2014, para 182.466 em 2016.

Segundo Rui Nogueira, esta diminuição prende-se com “o aperfeiçoamento do sistema de registo”.

“Esta limpeza de ficheiros [do SNS], como ficou conhecida, traduziu-se numa pequena diminuição no número de utentes, mas que está de novo a aumentar”, disse o médico, apontando como uma das razões para essa subida o regresso de algumas pessoas do estrangeiro e que voltaram a inscrever-se.

Este aumento está a acontecer principalmente no Algarve e na região de Lisboa e Vale do Tejo, “o que é significativo porque são as duas regiões onde há mais falta de médicos de família”, observou Rui Nogueira.

De acordo com o Retrato da Saúde 2018, um documento elaborado pelo Ministério da Saúde, o número de consultas nos centros de saúde diminuiu em 2017, apesar de ser o ano em que se atingiu a maior percentagem de portugueses com médico de família.

Segundo o documento, no ano passado, 92,7% dos portugueses já tinham médico atribuído, o valor mais alto de sempre.

O documento adianta ainda que, no ano passado, houve 30.665.000 consultas médicas nos cuidados de saúde primários, quando em 2016 se tinham ultrapassado os 31 milhões. Ainda assim, em 2016 e em 2017, o número de consultas foi sempre superior aos dos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015.

Tribunal Constitucional
O Tribunal Constitucional chumbou a regra do anonimato de dadores da Lei de Procriação Medicamente Assistida, por considerar...

O acórdão do Tribunal Constitucional (TC) surgiu após um pedido de fiscalização da constitucionalidade de alguns aspetos da Lei da Procriação Medicamente Assistida (PMA), formulado por um grupo de deputados à Assembleia da República.

Em relação à regra do anonimato de dadores e da própria gestante de substituição, o Tribunal reconheceu que “a mesma não afronta a dignidade da pessoa humana e (…) considerou, atenta também a importância crescente que vem sendo atribuída ao conhecimento das próprias origens, que a opção seguida pelo legislador (…) de estabelecer como regra, ainda que não absoluta, o anonimato dos dadores no caso da procriação heteróloga e, bem assim, o anonimato das gestantes de substituição – mas no caso destas, como regra absoluta – merece censura constitucional”.

Esta censura constitucional deve-se ao facto de a regra “impor uma restrição desnecessária aos direitos à identidade pessoal e ao desenvolvimento da personalidade das pessoas nascidas em consequência de processos de PMA com recurso a dádiva de gâmetas ou embriões, incluindo nas situações de gestação de substituição”.

Em fevereiro de 2017, PSD e CDS-PP anunciaram o pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade da procriação medicamente assistida, por considerarem que estavam em causa os direitos à identidade pessoal e genética, entre outros princípios fundamentais.

No caso do acesso à procriação medicamente assistida por parte de todas as mulheres - independentemente de condição médica de infertilidade, do estado civil ou orientação sexual - foi questionada a conformidade à Constituição da República Portuguesa de se estabelecer "como regra o anonimato dos dadores e como exceção a possibilidade de conhecimento da sua identidade".

Sobre o direito ao conhecimento da identidade genética, os deputados-subscritores do pedido de fiscalização entendiam que, por força da lei da adoção, era "também violado o princípio da igualdade perante a lei, porquanto só uma parte da população portuguesa - a que não nasça por recurso a técnicas de PMA - tem direito ao conhecimento da sua identidade genética, dele ficando excluídos os que assim nasçam".

Procriação Medicamente Assistida
O Tribunal Constitucional identificou normas inconstitucionais na lei da gestação de substituição, mas estas declarações de...

O acórdão do Tribunal Constitucional (TC), divulgado na terça-feira, responde a um pedido de fiscalização da constitucionalidade formulado por um grupo de deputados à Assembleia da República.

Em relação à gestação de substituição, o TC entendeu que esta, “com o perfil traçado pelo legislador português, ou seja, enquanto modo de procriação excecional, consentido autonomamente pelos interessados e acordado entre os mesmos por via de contrato gratuito previamente autorizado por uma entidade administrativa, só por si, não viola a dignidade da gestante nem da criança nascida em consequência de tal procedimento nem, tão-pouco, o dever do Estado de proteção da infância”.

No entanto, o TC pronunciou-se sobre “aspetos particulares da disciplina legal na matéria”, decidindo que “se encontravam lesados princípios e direitos fundamentais consagrados na Constituição”.

Até 13 de abril, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) tinha autorizado dois contratos de gestação de substituição e sete estavam pendentes.

Para o TC, a lei tem uma “excessiva indeterminação” em relação “aos limites a estabelecer à autonomia das partes do contrato de gestação de substituição, assim como aos limites às restrições admissíveis dos comportamentos da gestante a estipular no mesmo contrato”.

“A concretização de tais limites é indispensável tanto para o estabelecimento de regras de conduta para os beneficiários e para a gestante de substituição, como para balizar a definição pelo Conselho Nacional da PMA dos critérios de autorização prévia do contrato a celebrar entre os primeiros e a segunda”, lê-se no acórdão.

O TC considerou que a Lei da PMA “não oferece uma medida jurídica com densidade suficiente para estabelecer parâmetros de atuação previsíveis relativamente aos particulares interessados em celebrar contratos de gestação de substituição nem, tão-pouco, estabelece critérios materiais suficientemente precisos e jurisdicionalmente controláveis para aquele Conselho exercer as suas competências de supervisão e de autorização administrativa prévia”.

O Tribunal decidiu que se encontravam lesados princípios e direitos fundamentais consagrados na Constituição na “limitação da possibilidade de revogação do consentimento prestado pela gestante de substituição a partir do início dos processos terapêuticos de PMA (…), impedindo o exercício pleno do seu direito fundamental ao desenvolvimento da personalidade indispensável à legitimação constitucional da respetiva intervenção na gestação de substituição até ao cumprimento da última obrigação essencial do contrato de gestação de substituição, isto é, até ao momento da entrega da criança aos beneficiários”.

Na mesma situação está, segundo o TC, “a insegurança jurídica para o estatuto das pessoas gerada pelo regime da nulidade do contrato de gestação de substituição (…), decorrente de tal regime impedir a consolidação de posições jurídicas – como progenitores ou como filho ou filha – que resultam da execução de tal contrato e não diferenciar em função do tempo ou da gravidade as causas invocadas para justificar a declaração de nulidade”.

O TC, considerando que “a eliminação das normas declaradas inconstitucionais com força obrigatória geral levaria a que todos os contratos já apreciados favoravelmente pelo Conselho da PMA fossem considerados como não autorizados, com as legais consequências, em especial no respeitante à legitimidade dos processos terapêuticos de PMA (incluindo a recolha de gâmetas e a criação de embriões) e ao estabelecimento da filiação de crianças nascidas em consequência de tais tratamentos”, decidiu, “por unanimidade, com fundamento em imperativos de segurança jurídica e em cumprimento do dever do Estado de proteção da infância, limitar os efeitos da sua decisão, de modo a salvaguardar as situações em que já tenham sido iniciados os processos terapêuticos de PMA (…), em execução de contratos de gestação de substituição já autorizados pelo Conselho Nacional da PMA”.

“Relativamente a tais situações, as aludidas declarações de inconstitucionalidade (…) não terão qualquer efeito”, prossegue o acórdão.

Um dos pedidos a que o CNPMA deu 'luz verde' é o de um casal em que a mulher não pode ter filhos e que a sua mãe aceita ser gestante de substituição.

Em fevereiro, o então presidente do CNPMA, Eurico Reis, classificou como "violação dos direitos humanos" a possibilidade de o Tribunal Constitucional chumbar a lei da gestação de substituição.

A lei que regula o acesso à gestação de substituição nos casos de ausência de útero, de lesão ou de doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez, foi publicada em Diário da República em 22 de agosto de 2016.

A legislação foi publicada depois de introduzidas alterações ao diploma inicial, vetado dois meses antes pelo Presidente da República, que o devolveu ao parlamento para que a lei fosse melhorada e incluísse "as condições importantes" defendidas pelo Conselho de Ética.

Na altura, Marcelo Rebelo de Sousa justificou a decisão com o argumento de que faltava na lei "afirmar de forma mais clara o interesse superior da criança ou a necessidade de informação cabal a todos os interessados ou permitir, a quem vai ter a responsabilidade de funcionar como maternidade de substituição, que possa repensar até ao momento do parto quanto ao seu consentimento".

A lei de gestação de substituição foi aprovada, com alterações após o veto presidencial, em 20 de julho de 2016, com os votos favoráveis do BE (partido autor da iniciativa legislativa), PS, PEV, PAN e 20 deputados do PSD, votos contra da maioria dos deputados do PSD, do PCP, do CDS-PP e de dois deputados do PS e a abstenção de oito deputados sociais-democratas.

As alterações introduzidas pelo BE estabelecem essencialmente a necessidade de um contrato escrito entre as partes, "que deve ter obrigatoriamente disposições sobre situações de malformação do feto ou em que seja necessário recorrer à interrupção voluntária da gravidez".

Estudo
Um total de 96,3% de 2.000 portugueses inquiridos num estudo defende que todas as vacinas com indicação para administração em...

Esta é uma das conclusões do estudo, promovido pela Apifarma - Associação Portuguesa Da Indústria Farmacêutica, destinado a avaliar a perceção do valor das vacinas, a importância e satisfação com o Programa Nacional de Vacinação (PNV), bem como com as vacinas não incluídas no PNV.

O estudo resultou de entrevistas ‘online’ realizadas entre 19 de março e 8 de abril de 2018 a uma amostra de 2.000 pessoas de um universo de população entre os 18 e os 64 anos, residente em Portugal continental, com e sem filhos até aos 10 anos de idade.

O estudo “Perceção do Valor das Vacinas”, da iniciativa da Comissão Especializada de Vacinas (CEV) da Apifarma, assinalou a Semana Europeia da Vacinação, que decorre entre segunda-feira e o próximo domingo.

O estudo revela ainda que 76,5% dos inquiridos estão disponíveis para adquirir vacinas não incluídas no PNV, quando recomendadas pelos médicos.

"Também se avaliou o nível de conhecimento dos portugueses a respeito do PNV. Apesar de apenas 59,2% dos inquiridos afirmarem conhecer a calendarização do PNV, 88,4% dos entrevistados dizem saber quais as próximas vacinas a serem administradas. Este indicador, de `cumprimento de calendário, pode explicar os 84,7% dos inquiridos que afirmaram ter as vacinas em dia", indica uma nota sobre as conclusões do inquérito.

O estudo inquiriu também os profissionais de saúde a exercer em Portugal nas especialidades médicas de Pediatria e Clínica Geral e Enfermagem, que observem em média, pelo menos, 20 crianças até aos 10 anos, por mês.

Neste domínio, as entrevistas ‘online’ foram realizadas entre 19 de março e 22 de abril a uma amostra de 100 Pediatras, 175 Clínicos Gerais e 200 Enfermeiros.

As vacinas extra PNV mais recomendadas pelos profissionais de saúde são contra a gripe, meningococo, rotavírus, papilomavirus humano (HPV) e hepatite A e B.

De acordo com a Apifarma, o estudo evidencia que os portugueses têm um "conhecimento sólido" quanto aos benefícios e à importância da vacinação.

Assim, a maioria dos inquiridos - quer a população em geral, quer os profissionais de saúde - afirma dar muita importância à vacinação e reconhece que as vacinas têm contribuído para a erradicação de doenças a nível mundial.

O estudo indica igualmente que a maioria dos inquiridos concorda que quem está vacinado está mais protegido de doenças do que quem não se vacina.

"Talvez por isso defendem que as vacinas deveriam ser gratuitas para crianças e grupos de risco, como idosos ou portadores de doenças crónicas", conclui o estudo da Apifarma.

Perante os dados obtidos, a Comissão Especializada de Vacinas da Apifarma reitera a importância da imunização e os benefícios das vacinas para a saúde pública, lembrando que as vacinas representam “uma das maiores histórias de sucesso da medicina moderna” e são um investimento na saúde e bem-estar das populações.

"A maioria das crianças e adultos do continente europeu estão vacinados contra o sarampo, rubéola, papeira, difteria, tosse convulsa, tétano e poliomielite. Cada vez mais crianças estão também vacinadas contra o pneumococo, vírus do papiloma humano (HPV) e vírus da hepatite B", enfatiza a comissão especializada.

A Apifarma refere, contudo, que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os benefícios das vacinas estão distribuídos de forma desigual na Europa e existem ainda muitas crianças desprotegidas.

Em 2016, uma em cada 15 crianças na Europa não foi vacinada contra o sarampo e uma em cada 21 crianças não tomou todas as doses recomendadas das vacinas contra a difteria, tétano e tosse convulsa. Em alguns países, a taxa de vacinação contra o HPV ainda é inferior a 50%, alerta a Apifarma, observando que coberturas vacinais baixas são uma porta aberta para doenças infecciosas.

A Comissão Especializada de Vacinas da Apifarma salienta que, além de salvarem vidas, os projetos de vacinação sustentada e em grande escala, como é o caso do PNV em Portugal, são uma das intervenções mais custo-efectivas na área da Saúde Pública, representando menos de 0,5% do orçamento anual para a saúde.

Malaria é provocada pelo "Plasmodium falciparum"
Febre, dores de cabeça e vómitos são os principais sintomas da Malária, uma doença infeciosa transm

A Malária é uma doença infeciosa  transmitida  pela picada do mosquito (Anopheles) infetado por um parasita designado Plasmodium.

Quando a doença é adquirida pelo homem se não for tratada pode ser fatal.

É uma doença endémica que existe em 107 países dos cinco continentes. A distribuição e o risco de aquisição não é uniforme dentro do mesmo país.

Em 2015 Moçambique registou 8.3 milhões de novos caos, sendo que 15 milhões de pessoas morreram nesse ano  devido à Malária

Moçambique e Angola encontram-se entre os oito países em que o número de mortes  é mais elevado.

Em termos globais a taxa de mortalidade nestes dois países é 7%.

Desde 2010, a taxa de mortalidade por Malária tem  vindo a diminuir numa percentagem aproximada de 30%, sendo explicada esta diminuição pelas medidas adotadas para a sua prevenção.

Constatou-se que em Moçambique mais de 60% da população começou a usar redes mosquiteiras tratadas com inseticidas.

Por sua vez em Angola em 2015, surgiram 3,1 milhões de  novos casos dos quais faleceram  14 mil pessoas devido à doença.

Em Timor e Cabo Verde o atingimento da doença tem vindo a diminuir havendo um investimento muito grande no uso de mosquiteiras.

Em Cabo Verde, Zâmbia e Zimbabué, mais de 80% da população  em risco dorme com mosquiteiras  ou vaporização residual.

Prevê-se que em 2025 a irradicação seja uma realidade  (este dados foram retirados do  Relatório da OMS), nestes dois países, o que demonstra claramente a eficácia de adoção de medidas profiláticas simples mas importantes.

Porém, em 2015 e com base  no relatório anual da OMS o número de mortes em todo o mundo, causado por esta doença ainda foi muito elevado tendo sido registadas 429 mil  óbitos devidos ao paludismo.

De acordo com o mesmo documento, aproximadamente 75% das mortes provocadas pela Malária  centraram-se em 13 países, com o foco mais elevado na Africa Subaariana.

A Nigéria  é o país com maior taxa de mortalidade  (26%  do total de mortes)estando em segundo lugar a Republica do Congo com 10% , seguida da India, com 6%, o Mali com 5%, a Tanzânia e Moçambique com 4% cada um,  Burquina Faso, Angola e Costa do Marfim, Uganda e Quénia com 3%.

Ainda não existem vacinas para prevenir esta doença ( prevê-se que seja uma realidade a curto prazo), sendo imprescindível  sensibilizar a população para  a implementação de medidas preventivas  gerais e especificas, designadamente  o alargamento na utilização de mosquiteiras impregnadas de insecticida,  pulverização  do domicilio  e  instituição de fármacos que irão proteger e  minimizar o risco do aparecimento do paludismo.

A nível farmacológico são  usados os anti-malários na prevenção e tratamento da doença.  

Os primeiros sintomas da doença são febre, dores de cabeça e vómitos que surgem entre 10 a 15 dias depois da picada do inseto infetado.

A melhoria das condições sanitárias (água potável, saneamento básico, medidas de higiene) e das condições precárias em vivem alguns residentes destes países são determinantes para a irradicação da doença. 

Nos países africanos,  malaria é provocada pelo "Plasmodium falciparum", que é o mais perigoso para o homem e que provoca cerca de 90% da mortes. Este parasita é  altamente mortífero.

Por sua vez no Brasil  é o Plasmodium vivax  que provoca cerca de  80% dos casos de doença.

Aconselha-se  a profilaxia da Malária a todos os viajantes cujo destino esteja abrangido pela endemia da doença, mesmo que a permanência e a estadia nestes países seja pequena.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas
O investigador do BioISI – Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas, Paulo Martinho, foi o grande vencedor do prémio...

A investigação recorreu a métodos sintéticos e também a técnicas mais complexas, tais como a eletroquímica, química computacional, espectroscopia de Mössbauer e estudo de citotoxicidade. Os resultados alcançados demonstraram que alguns dos compostos identificados são citotóxicos, ou seja, são capazes de destruir outras células através da libertação de certas substâncias nocivas. Estes resultados são particularmente relevantes pois, os fármacos citotóxicos são um dos pilares do tratamento do cancro.

Paulo Martinho é Investigador do BioISI e do Centro de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e Professor Auxiliar Convidado do Departamento de Química e Bioquímica da mesma Faculdade. Este prémio vem reconhecer o importante contributo que o artigo representa para avanço das técnicas utilizadas atualmente e a investigação na área da Bioquímica, bem como para o Journal of Coordination Chemistry.

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