Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse hoje, em Coimbra, que Portugal vai colaborar cada vez mais, dentro das...

"Nós temos projetos de cooperação com Angola, Moçambique, São Tomé Príncipe, Cabo Verde, e, naturalmente, dentro da capacidade que o país tem, faremos tudo para não apenas lhes dar, mas também para receber deles", frisou o governante.

O ministro da Saúde, que falava aos jornalistas no final da sessão de abertura do encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, que decorre hoje e sexta-feira em Coimbra, acrescentou que a "experiência desses países [africanos] é muito enriquecedora do ponto de vista da saúde pública e das políticas de desenvolvimento local".

Adalberto Campos Fernandes salientou que a "obrigação daqueles que têm mais”, e que estão como Portugal “no pelotão da frente”, é contribuir.

“E temo-lo feito com África, a trabalhar em conjunto, porque a segurança e o bem-estar desses países e dessas comunidades é também a segurança do mundo, que corre a várias velocidades", observou.

Adalberto Campos Fernandes referiu que esta cimeira é "muito importante", até pela relação particular de Portugal com os países de expressão oficial portuguesa, e, nesse sentido, “Portugal está feliz e Coimbra está reconhecida por ver o seu trabalho com sucesso".

Coimbra recebe na hoje e sexta-feira, no Convento São Francisco, o encontro regional anual da Cimeira Mundial da Saúde, com cerca de 700 peritos mundiais e que vai ter como tema principal a saúde global dos países africanos.

O encontro é organizado pelo consórcio Universidade de Coimbra (UC)/Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que integra a Aliança-M8 [G-8 da saúde].

Nestes dois dias, a cimeira vai acolher mais de 20 sessões de trabalho e quatro sessões plenárias relacionadas com a gestão de doenças infecciosas e a governação para a equidade na saúde nos países de baixo e médio rendimento, as oportunidades e desafios na transição da inovação para os cuidados de saúde e a educação biomédica num mundo em mudança, em que participam 120 oradores de mais de 40 países.

A cimeira vai contar com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sexta-feira, na sessão de encerramento.

Portugal está representado desde outubro de 2015 na Aliança M8, considerada o G-8 da saúde, pelo consórcio CHUC e Universidade de Coimbra, sendo uma das cinco academias da União Europeia com presença neste organismo.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global. Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

Cerca de 950 pessoas já assinaram
Uma petição pública lançada há cerca de um mês sugere a criação de uma Comissão de Proteção ao Idoso, que defenda o interesse...

A autora e promotora da iniciativa, Marta Mello Breyner, explicou que a ideia de promover esta petição surgiu na sequência de experiências diretas e de relatos que foi recebendo de idosos maltratados, nomeadamente em instituições de acolhimento, como lares.

“Mas a culpa não está só em lares, em instituições ou no Estado. Há muitas famílias que se demitem do cuidado dos seus idosos”, afirma Marta Mello Breyner, que pretende levar o assunto aos líderes parlamentares, mesmo que a petição não atinja as assinaturas necessárias para ser discutida no parlamento.

Até hoje, cerca de 950 pessoas assinaram a petição que pede a criação de uma Comissão de Proteção ao Idoso.

“Há muito que está à vista a forma como ‘destratamos’ os nossos idosos”, refere o texto da petição, aludindo a casos de pessoas idosas abandonadas pela família, “depositados em lares ilegais” onde chegam a ser “tratados como bichos”.

Os peticionários pretendem que os idosos portugueses possam “envelhecer num ambiente digno, com apoios e medidas para o seu bem-estar físico e emocional”.

Marta Mello Breyner considera que o assunto tem de ser colocado na agenda política e garante que baterá a todas as portas possíveis, com a ambição de levar o assunto ao Presidente da República.

“Sou uma cidadã que não fica indiferente às injustiças sociais. Não podemos continuar a assobiar para o lado”, afirma.

Já este ano, o CDS-PP apresentou no parlamento um pacote legislativo de proteção aos idosos, que incluía a criminalização dos maus tratos, mas foi chumbado pela maioria de esquerda.

Estudo
Metade das crianças nascidas na Europa não atinge o seu potencial cognitivo devido a um défice de iodo, segundo um estudo...

O trabalho, integrado no projeto EUthyroid, dirige-se aos políticos europeus no sentido de apoiarem as medidas propostas pelos cientistas para eliminar o défice de iodo, um elemento crítico para o desenvolvimento cerebral na infância.

Segundo o presidente da Sociedade Catalã de Endocronologia e Nutrição da Academia de Ciências Médicas da Catalunha, Lluís Vila, que participou no estudo, o iodo é um micronutriente essencial, obtido através da água e dos alimentos.

O iodo, explica, é fundamental para a produção de hormonas da tiroide que são muito importantes na regulação do metabolismo, no crescimento e no desenvolvimento.

Os médicos aconselham que, durante a gravidez, as mulheres aumentem a ingestão de iodo que é, frequentemente, insuficiente nas suas dietas alimentares habituais.

Alertam que um défice leve de iodo pode trazer risco de alteração da função neurocognitiva nas crianças, tornando-se eventualmente na causa de um coeficiente intelectual inferior.

Segundo os autores do estudo, oriundos de 27 países, os efeitos negativos da falta de iodo são vários e implicam um encargo significativo para os sistemas de saúde, já que exigem mais recursos para os programas de prevenção de "transtornos produzidos por deficiência de iodo".

Lluís Vila salienta que, durante anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu um controlo regular como ponto de partida para um importante passo no sentido da eliminação do défice de iodo na Europa, mas somente oito países da União Europeia (UE) tomaram as medidas necessárias para enfrentar o problema.

Cimeira Mundial
O presidente da Cimeira Mundial de Saúde, Detlev Ganten, afirmou hoje, em Coimbra, que trabalhar a saúde global é muito mais do...

"Precisamos de pensar além dos nossos problemas. Precisamos de pessoas na ciência que pensem além da sua área", defendeu hoje Detlev Ganten, na sessão de abertura do encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde (CMS), que decorre entre hoje e sexta-feira, em Coimbra.

Para o presidente da CMS, é necessária uma abordagem transdisciplinar que agregue questões como as alterações climáticas, as ciências sociais e humanidades e a economia, envolvendo não apenas a academia, mas também a sociedade civil.

"Temos todos de trabalhar em conjunto para ter melhor saúde para 7 mil milhões de habitantes e não apenas para os países privilegiados e ricos", vincou.

Segundo Detlev Ganten, a Cimeira Mundial de Saúde não é apenas um encontro entre peritos na área da saúde, mas uma forma de garantir que a saúde continua a estar no topo da agenda política e na discussão pública, assim como garantir que as ideias nascidas na academia têm aplicação prática.

"As ideias têm de ser traduzidas em produtos e, para isso, é preciso colaborar com o setor privado e com a indústria. Temos de manter esta interação com todos os setores", notou.

Já o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, alertou para a necessidade de se trabalhar, não apenas na investigação e na ciência, mas no acesso de todos às descobertas que vão sendo feitas.

"Precisamos de melhor organização na ciência, mas se já conseguíssemos levar o atual conhecimento científico a toda a gente no mundo, a situação seria muito melhor. O problema não é só a ciência que se produz, mas poder entregar esse conhecimento a todos os lugares do mundo", alertou.

O encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, que começou hoje, reúne mais de 700 peritos, num evento em que o tema central é a saúde global dos países africanos.

Durante a reunião, em Coimbra, serão apresentadas comunicações por cerca de 120 oradores de mais de 40 países, distribuídos por mais de 20 sessões de trabalho e quatro sessões plenárias, que vão abordar temas como a mortalidade infantil, cuidados de saúde após conflitos armados, doenças infecciosas, alterações climáticas, medicina digital, reversão da disseminação da malária, migração e saúde e acesso a vacinas.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Seminário Transcultural termina, amanhã, na Escola de Coimbra. Objetivo foi levar cerca de 300 finalistas de Enfermagem a...

“Perspetivas da sociedade sobre a eutanásia” é o título do painel de discussão que, amanhã (a partir das 11h00), juntará à mesma mesa dez professores de seis países, que estão em Portugal a participar no Seminário de Enfermagem Transcultural - “Cultural awareness in nursing”, organizado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).

Com a iniciativa, que tem lugar nas instalações do ESEnfC no Polo A (Avenida Bissaya Barreto, em Celas), a instituição de ensino superior pretende levar os finalistas de Enfermagem – cerca de 300 – a conhecerem a realidade de outros sistemas de saúde e a ajudarem os futuros profissionais a analisarem os fatores culturais que interferem na saúde e nos cuidados de saúde e de Enfermagem.

Ana Paula Almeida Monteiro (professora da ESEnfC, Portugal), Liv Berit Thulin, Bente Albrigtsen (Noruega), Kristel Liesenborghs, Ingrid Coyette (Bélgica), Elisabeth Potzmann, Barbara Riegler (Áustria), Simone Vidal Santos, Jeferson Rodrigues (Brasil) e Maria Rosa Iglesias Parra (Espanha) constituem o grupo de docentes que vai animar o debate com os estudantes do 4º ano da licenciatura em Enfermagem.

Também durante o período da manhã (um pouco mais cedo, às 9h00), será apresentada a comunicação “Nursing behind boarders: experience in a refugee camp”, a proferir pela docente e investigadora Ana Paula Almeida Monteiro e pela enfermeira Luísa Santos, que recentemente estiveram numa missão na ilha de Lesbos (Grécia) a ajudar crianças refugiadas ao nível da promoção da saúde mental.

Permitir ao estudante a comparação e a análise da informação relacionada com o desenvolvimento da Enfermagem e da educação em Enfermagem naqueles países, com vista a aumentar as competências para a prestação de cuidados culturalmente congruentes e culturalmente específicos, além de melhorar o potencial dos futuros profissionais para o exercício da Enfermagem além-fronteiras, em contextos multiculturais, são objetivos deste seminário organizado pela ESEnfC.

Em causa está, também, a análise dos fatores históricos, sociológicos e ideológicos que influenciam a saúde e a doença e o impacto que têm no planeamento e promoção da saúde, explorando-se, criticamente, papel, status e funções do enfermeiro nos diversos países.

Boletim Polínico
As concentrações de pólenes no ar vão estar muito elevadas em quase todas as regiões de Portugal continental nos próximos sete...

Para a semana de 20 a 26 de abril de 2018, preveem-se concentrações de pólenes muito elevadas para todas as regiões, enquanto o Algarve conta com concentrações em níveis elevados e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira com níveis baixos ou moderados.

Os pólenes das árvores carvalhos, pinheiro e bétula e das ervas gramíneas e parietária predominam na região de Trás-Os-Montes e no Alto Douro e, na região de Entre Douro e Minho, são os pólenes das árvores carvalhos, pinheiro, bétula e cipreste e das ervas urtiga e parietária.

Na região da Beira Interior prevalecem os pólenes das árvores carvalho, pinheiro e cipreste e das ervas urtiga, gramíneas, tanchagem e parietária, enquanto, na região da Beira Litoral, são os pólenes das árvores de carvalhos, pinheiro, cipreste e oliveira e das ervas urtiga e parietária.

Os pólenes das árvores carvalhos, oliveira e pinheiro e das ervas de urtiga, gramíneas, parietária e tanchagem estarão em destaque em Lisboa e Setúbal e, no Alentejo, o risco diz respeito a árvores azinheira e das ervas urtiga, gramíneas, parietária e tanchagem.

Os pólenes das árvores carvalhos, oliveira, pinheiro, cipreste e das ervas urtiga, tanchagem, parietária, gramíneas e quenopódio serão os dominantes no Algarve a única região de Portugal continental que não apresenta risco muito elevado.

Ao contrário das regiões do continente, os pólenes estarão em níveis baixos na Madeira, destacando-se os pólenes do pinheiro e das ervas urtiga, gramíneas e parietária, e, nos Açores, os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes de pinheiro e das ervas urtiga e parietária.

A alergia ao pólen é causa frequente de manifestações alérgicas, que podem ser do aparelho respiratório (asma e rinite alérgica), dos olhos (conjuntivite alérgica) ou da pele (urticária e eczema).

O Boletim Polínico efetua a divulgação semanal sobre os níveis de pólenes existentes no ar atmosférico recolhidos através da leitura de postos que fazem uma recolha contínua dos pólenes em várias regiões do País.

União Europeia
O Parlamento Europeu apelou hoje a mais medidas para promover a vacinação e recomenda “uma maior harmonização” e alinhamento...

Numa resolução hoje aprovada, o Parlamento Europeu insta a Comissão Europeia a reforçar o apoio aos países para que aumentem a cobertura vacinal, manifestando-se os deputados preocupados com as “hesitações em relação à vacinação” que entendem que assumiram “proporções inquietantes”.

Segundo uma nota do Parlamento Europeu, é também pedido à Comissão Europeia que favoreça “uma maior harmonização e um melhor alinhamento dos calendários de vacinação em toda a União Europeia”.

O Parlamento Europeu recorda que “a redução da vacinação na Europa esteve na origem de graves surtos de sarampo, que causaram mortes em vários países europeus”, incluindo em Portugal, onde há um ano morreu uma jovem de 17 anos com a doença.

Os deputados europeus pretendem ainda medidas para “restabelecer a confiança do público”, indicando que deve ser criada uma plataforma europeia para combater os efeitos da divulgação de informações enganosas.

O comunicado do Parlamento Europeu, indica que a vacinação evita cerca de 2,5 milhões de mortes por ano em todo o mundo e reduz os custos dos tratamentos específicos de doenças.

No período de 2008 a 2015, foram registados na Europa 215 mil casos de doenças evitáveis por vacinação, excluindo a gripe.

S+
A Mediapro Portugal informou hoje ter investido dois milhões de euros no novo canal televisivo dedicado à Saúde e ao Bem-Estar,...

A equipa inclui 30 pessoas, entre apresentadores, produtores, repórteres, operadores de câmara, editores de imagem e áudio e responsáveis editoriais.

O canal vai emitir em HD, 24 horas por dia, sete dias por semana, e incluirá 17 programas de produção própria por semana, assim como “documentários e programas estrangeiros dedicados às mais diversas vertentes da saúde e do bem-estar”.

O S+ quer figurar no ‘top-5’ dos canais por cabo até 2021 e garante que se irá pautar por “rigor na conceção e divulgação dos conteúdos, idoneidade dos seus médicos especialistas nas diferentes áreas da medicina e experiência comprovada de toda a equipa redatorial”.

“O respeito pelas mais diversas sensibilidades e, acima de tudo, pelo sofrimento humano serão um dos lemas do S+”, lê-se no comunicado do grupo, que foi responsável em 2006 pelo lançamento do Porto Canal.

O canal S+ tem sede em Lisboa, com os estúdios situados na Venda do Pinheiro, e uma delegação operacional no Porto, no Centro de Inovação de Matosinhos.

Estudo
Cientistas associaram um novo processo de derretimento do gelo antártico à aceleração da subida do nível do mar, num estudo...

O estudo concluiu que o gelo derretido torna a camada superficial do oceano menos salgada e menos densa, fazendo com que 'flutue' sobre as camadas inferiores interrompendo a circulação de água fria para as zonas mais profundas, o que resulta na retenção de calor e consequente aceleração do degelo.

"Este aumento do degelo leva à aceleração da subida do nível do mar", afirmou, citado em comunicado da universidade, o coordenador do estudo, Alessandro Silvano.

A investigação sugere, ainda, que a água resultante do degelo também reduz a formação de água fria e densa em algumas regiões em redor da Antártida, diminuindo as correntes que permitem ao oceano absorver (e armazenar) calor e dióxido de carbono da atmosfera, escreve o Sapo.

"Combinados, os dois processos que identificámos alimentam-se mutuamente para acelerar ainda mais o aquecimento global", sustentou Alessandro Silvano.

O investigador disse que um mecanismo semelhante foi proposto para explicar a subida rápida do nível do mar até cinco metros por século, no fim do último período glaciar, há cerca de 15 mil anos.

Estudo
A Grande Barreira de Coral da Austrália, património mundial da UNESCO, sofreu um "colapso catastrófico" de corais...

De acordo com a publicação, um terço dos corais de superfície da Grande Barreira morreu em 2016 devido ao aumento das temperaturas.

Património Mundial da UNESCO desde 1981, a Grande Barreira de Coral estende-se ao longo de cerca de 2400 quilómetros, na costa Leste da Austrália, e é o maior complexo de recifes de coral do mundo, escreve o Jornal de Notícias.

O estudo refere que os "recifes de coral representam menos de 1% do ambiente marinho da Terra, mas abrigam cerca de 25% da vida marinha".

"A morte destes corais causou mudanças radicais na mistura de espécies em centenas de recifes individuais", explicou à agência AFP um dos autores do estudo, Andrew Baird.

A mudança na mistura de espécies e a perda total de corais "tem um impacto sobre todas as criaturas que dependem dos corais para alimentação e habitat", sublinhou o coautor Terry Hughes.

O estudo apela à proteção dos corais sobreviventes, estimados em cerca de mil milhões, dependentes agora da "melhoria da qualidade da água e pela redução da poluição costeira".

Se não se limitar a subida da temperatura entre 1,5 graus Celsius e dois graus Celsius - estabelecido no Acordo de Paris -, "a Grande Barreira de Coral corre mesmo o risco de desaparecer", concluíram os cientistas.

Entender a Dor Crónica
De acordo com a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), três em cada dez portugueses sofr

O que é a Dor Crónica e qual a sua incidência na população portuguesa?

De acordo com a International Association for the Study of Pain, a dor é uma experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial mas também um componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial, ou é descrita em função dessa lesão. É comummente aceite que a dor é crónica quando dura há mais de três meses, podendo esta definição variar de acordo com a patologia.

Ou seja, a dor é um fenómeno complexo, pessoal e subjetivo, envolvendo sensações, emoções e outros componentes que lhe estão associados, devendo por isso ser abordada na base de um modelo que tenha em conta a sua vertente biológica, psiciológica e social, considerando que a mesma lesão pode causar dores diferentes em indivíduos diferentes ou no mesmo indivíduo em momentos diferentes, dependendo do contexto em que o indivíduo está inserido na altura e que, por vezes, pode existir dor sem que seja possível, naquele momento, identificar uma lesão que lhe dê origem.

Os estudos epidemiológicos internacionais das últimas décadas permitiram-nos um conhecimento mais aprofundado acerca do peso da dor crónica e da sua origem. Na população adulta os síndromes são síndromes da região lombar, anca e ombro (entre 25 a 35% da população), enquanto os síndromes de dor generalizada estão presentes em 10-15% da população.

Em Portugal, de acordo com os mais recentes estudos, a prevalência da dor crónica de qualquer intensidade ultrapassa os 40%, mas a intensidade da dor é moderada ou forte em cerca de 16% dos entrevistados, estando dentro da média europeia.

Quais as suas causas e principais fatores de risco?

De uma forma geral, a dor pode ser uma consequência inevitável da vida, sendo até um mecanismo de defesa e de fuga ao perigo. De facto, em alguns estudos, menos de 1 em 5 pessoas afirmam não ter tido algum tipo de dor no último mês.

No entanto, para considerar dor como doença, esta terá que estar presente por tempo prolongado e sem o seu efeito protetor e de defesa.

Há vários fatores que podem levar a uma “patologização” da dor. Os fatores psicológicos e psicossociais, como o stress, a depressão, a ansiedade e eventos de vida adversos foram identificados como importantes despoletantes de síndromes regionais e generalizados de dor crónica.

A desvantagem social, quer seja medida através de classe social ou de literacia, aparente também ser um fator de risco importante para a dor em geral.

Também importantes são os fatores mecânicos (traumatismos, repetições de movimentos, postura,...) que aparentam ser específicos de síndromes musculoesqueléticos (lombar, ombro, anca, joelho,...). Há ainda a considerar alguns fatores genéticos e hormonais em alguns síndromes específicos, mas não como fator de risco para a dor crónica em geral.

A Dor Crónica também pode atingir as crianças? Quais as causas que lhe estão associadas?

A dor crónica na infância e na adolescência não é apenas uma questão importante para o doente, mas também é uma condição que exerce considerável influência sobre os setores médico, social e económico. É um problema significativo com estimativas que postulam 20 a 35% das crianças e adoelescentes afetados por ela em todo o mundo, embora a maioria das crianças que relatam a dor crónica não estejam muito queixosas, cerca de 3% destes necessitam de intervenção intensiva.

A dor crónica em crianças é o resultado de um integração dinâmica de processos biológicos, fatore psicológicos e variáveis socioculturais, consideradas dentro de uma trajetória desenvolvimental.

A dor cónica inclui dor persistente (em curso) e recorrente (episódica) em crianças com condições de saúde subjacentes (por exemplo, doença inflamatória intestinal, anemia falciforme, artrite reumatóide) e dor que é o primeiro distúrbio (por exemplo, cefaleias primárias, síndrome dolorosa, dor musculoesquelética, síndrome doloroso regional complexo).


A dor está muitas vezes associada a fadiga, anorexia, alterações do sono, obstipação, náuseas ou dificuldade de concentração

Como é feito o seu diagnóstico?

A dor é uma experiência pessoal e subjetiva que contémdimensões discriminativas-sensoriais, afetivas-motivacionais e cognitivas-avaliativas. Tendo em conta o descrito, torna-se importante definir que uma medição precisa da dor é um processo díficil mas essencial para perceber os fatores que determinam a intensidade, qualidade e duração da dor, melhorar o diagnóstico e o tratamento, e avaliar a eficácia dos tratamentos.
Métodos para avaliação da dor incluem escalas verbais e numéricas (auto-diagnósticas), escalas comportamentais e de resposta fisiológica. A natureza complexa da experiência da dor leva muitas vezes a uma discordância nos resultados destas escalas.

Como a dor é mais uma experiência subjetiva, as escalas de auto-avaliação são  o método mais válido para a sua avaliação. Existem várias escalas validadas, incluindo escalas mais extensas e que contemplam a natureza multidimensional da dor, permitindo uma definição de local, características e intensidade da dor (como por exemplo, o Questionário da Dor de McGill).

Qual o tratamento indicado para a dor crónica?

A dor crónica reduz consideravelmente a qualidade de vida dos doentes. Assim, o objetivo da terapêutica da dor crónica tem de ser a supressão da dor ou, se tal for impossível, levar a uma redução de pelo menos 50% da intensidade de forma a dar mais qualidade de vida.

Devido à sua complexidade, a dor crónica requer abordagens diferenciadas e complementares, como tratamento físico e psicológico e terapêutica farmacológica. Uma boa relação entre o médico e o doente deve ser estabelecida, pois facilitará a orientação do tratamento.

Esta orientação deve ser adaptada para cada doente individualmente, sendo que os objetivos do tratamento devem ser realistas e devem ser focados na restauração da função normal (incapacidade mínima), melhor qualidade de vida, redução do uso de medicamentos e prevenção de recaída de sintomas crónicos.

Dentro da terapêutica farmacológica temos uma gama alargada de medicamentos para alívio da dor (analgésicos). Dependendo da gravidade da dor, estão disponíveis tipo de diferentes de analgésicos. São utilizados medicamentos não-opióides para o tratamento da dor ligeira. Para dor mais grave, podem ser utilizados medicamentos opióides, que são mais fortes como analgésicos e apresentam principalmente efeito central (no cérebro ou medula espinal).

Além disso, são utilizados analgésicos adjuvantes quando tal for adequado. Os analgésicos adjuvanes são medicamentos cuja indicação principal não é o alívio da dor, contudo demonstram alguns efeitos analgésicos, como é o caso de antidepressivos.

Adicionalmente, o controlo da dor pode ser apoiado por abordagens não farmacológicas como estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS), acupunctura ou hipnose.

A dor pode ser prevenida? Quais os principais cuidados a ter?

A dor crónica nem sempre pode ser prevenida, mas manter uma boa forma física e mental pode ser a melhor maneira de prevenir ou ajudar a conviver com ela.

A maioria das causas de dor crónica podem ser prevenidas. Algumas das coisas que podem ser feitas para ajudar a prevenir esta patologia são:

1. não ignorar a dor aguda (o tratamento atempado de patologia aguda pode prevenir a cronificação da dor);

2. adquirir um estilo de vida saudável, com exercício físico regular, boa nutrição e controlo de peso de uma forma regular, assim como deixar de fumar e limitar o consumo de álcool;

3. manter uma rede de apoio social forte, mantendo contactos regulares com família, amigos e colegas de trabalho;

4. dormir o suficiente (6-8 horas por dia, para restaurar energia e vitalidade);

5. reduzir níveis de stress. Manter-se organizado, planear antecipadamente e aprender técnicas de relaxamento;

6. ter cuidados ergonómicos em casa e no trabalho;

7. evitar desportos de alto risco e outras atividades perigosas;

8. manter e cumprir as regras de segurança rodoviária.

De que modo a dor crónica condiciona o dia-a-dia de quem dela padece?

A dor crónica pode afetar as pessoas de uma forma diferente de acordo com as suas circunstâncias individuais, afetando a vertente física, emocional, psicológica e social.

A dor crónica está ligada a um maior risco de alterações psiquiátricas, incluíndo depressão e ansiedade. A presença de sinais de stress enviados da periferia para o cérebro de uma forma constante leva a uma percepção aumentada da dor, mas também do nível percebido de ameaça.

Doentes com dor crónica são mais propensos a sofrer de depressão porque a dor atua nas áreas do cérebro que regulam não apenas a emoção, mas também o sono. Quando o sono se torna insatisfatório (muito longo, muito curto, de má qualidade, etc), os sentimentos de depressão, ansiedade e dor tornam-se mais intensos. O cérebro tamvém começa a antecipar a dor, levando á nasiedade e a uma hipervigilância normalmente associada ao transtorno de stress pós-traumático.

Assim como a dor crónica pode levar à depressão, a própria depressão pode levar à dor crónica.  Este é um ciclo vicioso que pode ser muito difícil de quebra.

Com este estado de vigília constante, o tempo, a energia e a atenção são percepcionados de uma forma diferente. Há uma diminuição da capacidade para tomar decisões, havendo até uma tendência para tomar decisões diferentes do que se não tivesse dor.

Com isto vem também que, tanto a família como os amigos podem ser muito afetados pela dor crónica, podendo levar a conflitos e afastamentos que só levam a um agravamento da depressão e da dor.

A dor crónica pode ainda ser uma causa de frustração com tarefas familiares e conjugais, como cuidar dos filhos diariamente e tarefas domésticas, assim como com dificuldade na atividade sexual.

No trabalho podem haver problemas que agravam esta ansiedade e depressão de base, com um ambiente prejudicado por ausências frequentes ou o que é percebido como tratamento especial para uma doença invisível.

E quais as suas repercussões socioeconómicas?

A dor crónica tem um impacto social e individual relevante e, devido à sua elevada frequência, também se tem mostrado um dos principais contribuintes para o aumento da utilização de serviços de saúde, redução da produtividade e, consequentemente, grandes custos diretos e indiretos.

Um estudo recente, realizado em Portugal pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, tentou responder a esta pergunta. A conclusão foi que se gastam cerca de 4.611 milhões de euros a nível nacional no tratamento da dor crónica, com 42.7% de custos diretos e 57.3% indiretos, correspondendo a 2.71% do PIB anual português em 2010. Os custos diretos e indiretos estão relacionados com medicação e consultas e com ausências laborais e outros dia perdidos, respetivamente.

Como se pode ver, esta é uma patologia que leva a um grande impacto no sistema de saúde e económico.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Saúde
O ministro da Saúde afirmou que "os problemas no Serviço Nacional de Saúde não estarão resolvidos em 2019" e é...

Ao jornal Público e à rádio Renascença, Adalberto Campos Fernandes considerou serem necessárias duas legislaturas para recuperar do desinvestimento no setor.

"Desde 2010 que não tínhamos tantos recursos financeiros" atribuídos à Saúde, sublinhou, "mas é verdade que o país precisa de muito mais".

Adalberto Campos Fernandes frisou que "não se reconstroem serviços públicos em dois anos. É necessário prosseguir este esforço numa legislatura seguinte".

Na opinião do ministro, não é possível ter um bom Serviço Nacional de Saúde (SNS) "sem ter um Estado forte e capaz de o sustentar". Os partidos, à esquerda e à direita, terão de perceber esta premissa para que não "iludam os portugueses", disse.

Questionado sobre a proposta do Bloco de Esquerda em acabar com as taxas moderadoras, o ministro afirmou que as mesmas "nunca foram um mecanismo de financiamento, mas de indução de uma procura mais inteligente ou adequada".

"Podemos avançar, por exemplo, no sentido de abrandar ou reduzir mais as taxas nos cuidados de saúde primários, em detrimento dos cuidados hospitalares", retorquiu.

Na mesma entrevista, Adalberto Campos Fernandes afirmou ser "desfavorável à legalização da eutanásia" por questões de "consciência, pessoais e individuais", mas sublinhou que respeitará a decisão dos deputados.

"Eu, em termos políticos, enquanto ministro da Saúde, agirei no Governo de acordo com o que for o resultado da votação parlamentar e da decisão maioritária dos representantes do povo", disse.

Estudo
Um diagnóstico pedido pela Câmara Municipal de Lisboa identificou 1.400 consumidores de droga na capital “em maior risco”, mas...

A Câmara Municipal de Lisboa apresenta hoje as conclusões dos “diagnósticos sobre consumos de substâncias psicoativas na cidade de Lisboa e respostas a implementar”, feitos pela Associação Crescer, Associação Ares do Pinhal, o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e os Médicos do Mundo.

Em declarações, o vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, Ricardo Robles (BE), explicou que o diagnóstico incluiu uma consulta às “Juntas de Freguesia, forças de segurança, moradores e parceiros que fazem trabalho nesta área”.

De acordo com um resumo ao qual a agência Lusa teve acesso, o diagnóstico permitiu estimar a existência de “1.400 consumidores em maior risco, identificados pelas equipas”, mas “existe um número indeterminado de consumidores que neste momento não têm contacto com equipas”.

De acordo com o diagnóstico levado a cabo, esta população é “envelhecida, a larga maioria com idade superior a 40 anos, e que apresenta do ponto de vista social um perfil de pobreza e exclusão social”, sendo que são pessoas “em situação de habitação precária (sem-abrigo, em instituição de acolhimento, casa abandonada ou sem condições)”.

Ricardo Robles salientou que este é um número que “preocupa muito” o município e que estas pessoas são aquelas “em quem é preciso concentrar uma resposta deste tipo, um programa de consumo vigiado”.

Quanto ao padrão de consumo, as equipas verificaram “que a maioria são consumidores diários ou regulares, sendo ainda significativa a percentagem dos que referem partilhar material de consumo, o que possivelmente também está relacionado com as condições e contextos em que esse consumo é realizado”.

“É de salientar que a maioria refere consumir em espaço público e sem condições de higiene e segurança: na rua, casas de banho públicas, descampados, prédios abandonados”, elenca o resumo ao qual a Lusa teve acesso, acrescentando que “do ponto de vista da saúde, é uma população que apresenta elevadas prevalências para hepatite C, VIH e hepatite B, e baixos índices de tratamento destas infeções”.

Os responsáveis pelo estudo identificaram ainda “uma significativa prevalência de outras complicações associadas ao consumo injetado - infeções bacterianas e danos nas veias”.

Perante isto, a Câmara de Lisboa vai implementar um programa de consumo vigiado nas salas de consumo assistido que irão abrir “no final do ano, início do próximo” na Avenida de Ceuta e Lumiar, para além das unidades móveis destinadas à zona central e oriental da cidade.

O estudo aponta então que estas unidades deverão “priorizar aqueles que se encontram em maior risco, tanto do ponto de vista da saúde como social”.

O documento aponta também que se espera “uma melhoria do estado de saúde deste grupo e também, de forma indireta, de outros utilizadores que, não frequentando o programa, beneficiam se houver, por exemplo, uma redução da infeção por VIH e hepatites virais entre as pessoas que usam drogas”.

Av. de Ceuta e Lumiar
As salas de consumo assistido de Lisboa serão implementadas pela Câmara Municipal até ao início de 2019, disse o vereador dos...

Segundo o bloquista, a Câmara irá “iniciar já os procedimentos para poder avançar”, prevendo que “no final do ano, início do próximo”, as salas de consumo assistido possam abrir.

Em declarações, Robles precisou que uma das salas ficará localizada “na zona do Vale de Alcântara, mais concretamente nas traseiras da estação de tratamento de águas, e a outra na zona do Lumiar, numa zona não habitacional, ali junto do eixo norte-sul”.

A par destes equipamentos fixos, uma unidade móvel irá percorrer as “zonas oriental e central” da cidade.

Ricardo Robles lembrou “uma preocupação totalmente legítima das populações relativamente aos consumos existentes na via pública, junto a escolas, junto a parques infantis, zonas de lazer”, pelo que os locais escolhidos “vão ao encontro dessas preocupações”.

Este problema arrasta-se “há demasiado tempo”, considerou o vereador bloquista, acrescentando que o objetivo passa por “instalar os equipamentos em zonas que de alguma forma não conflituam com a vida da comunidade e com o quotidiano da população”.

A Câmara Municipal de Lisboa apresenta na hoje as conclusões dos “diagnósticos sobre consumos de substâncias psicoativas na cidade de Lisboa e respostas a implementar”, feitos pela Associação Crescer, Associação Ares do Pinhal, o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e os Médicos do Mundo.

De acordo com um resumo, o diagnóstico permitiu estimar a existência de “1.400 consumidores em maior risco, identificados pelas equipas, constituindo-se como potenciais utilizadores destes programas”.

Ainda assim, “existe um número indeterminado de consumidores que neste momento não têm contacto com equipas”, é referido.

Nas salas de consumo assistido, a Câmara quer implementar programas de consumo vigiado, que pretendem ser “estruturas com profissionais de cuidados de saúde e psicossociais onde os utilizadores de substâncias psicoativas (SPA) podem usar as substâncias – injetadas ou fumadas - em melhores condições de higiene e de forma menos lesiva para a sua saúde, e onde se promove o acesso a cuidados de saúde e apoio psicossocial mais diferenciados”.

De acordo com os resultados do diagnóstico, feito entre setembro do ano passado e janeiro deste ano, “quase todos” os inquiridos “afirmaram estar interessados em utilizar este tipo de resposta por razões de higiene, privacidade (para evitar o uso em espaços públicos) e de segurança (para evitar overdoses fatais, partilha de material ou violência associada ao contexto de uso)”.

O documento ressalva que “as percentagens [de aceitabilidade das salas] variam ligeiramente consoante a zona da cidade” e que “um número residual não quer consumir por não sentir essa necessidade ou por sentir vergonha em consumir perto de um técnico”.

Os inquiridos mostraram também “interesse em ter nos programas de consumo vigiado condições para realizar a sua higiene, apoio na procura de emprego e cuidados de saúde”.

Na opinião do autarca responsável pelos Direitos Sociais, “estes diagnósticos vêm confirmar que há uma necessidade, há um problema” ao qual é necessário responder, “não só do ponto de vista da saúde, mas também do ponto de vista social”.

Opinião
O doente, não é só a pessoa que não é saudável, no sentido literal da palavra, é muito mais complexo

A 18 de Abril celebra-se o Dia Europeu dos Direitos dos Doentes.

Esta data comemorativa é promovida pela Active Citizenship Network (Rede de Cidadania Activa), que a par com outras associações promove por toda a Europa actividades que reforçam o respeito pelos direitos dos doentes.

Em Portugal, tentamos, educar e crescer com uma cidadania activa, que resulta de uma observação cuidada e fundamentada da nossa realidade, conduzindo a uma tomada de consciência da nossa Sociedade que se irá traduzir em acções sustentadas de melhoria.

Desta forma, o nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS) declara os seguintes direitos do doente:

No acesso aos cuidados de saúde:

  • À prestação de cuidados em tempo considerado clinicamente aceitável para a sua condição de saúde;
  • Ao registo imediato em sistema de informação do seu pedido de consulta, exame médico ou tratamento e a posterior agendamento da prestação de cuidados de acordo com a prioridade da sua situação;
  • Ao cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) definidos  anualmente por portaria do Ministério da Saúde para todo o tipo de prestação de cuidados sem carácter de urgência;
  • A reclamar para a Entidade Reguladora da Saúde caso os TMRG não sejam cumpridos.

À informação:

  • a ser informado em cada momento sobre a sua posição relativa na lista de inscritos para os cuidados de saúde que aguarda;
  • Ser informado, através da afixação em locais de fácil acesso e consulta, pela Internet ou outros meios, sobre os tempos máximos de resposta garantidos a nível nacional e sobre os tempos de resposta garantidos de cada instituição prestadora de cuidados de saúde;
  • A ser informado pela instituição prestadora de cuidados quando esta não tenha capacidade para dar resposta dentro do TMRG aplicável à sua situação clínica e de que lhe é assegurado serviço alternativo de qualidade comparável e no prazo adequado, através da referenciação para outra entidade do SNS ou para uma entidade do sector privado convencionado;
  • A conhecer o relatório circunstanciado sobre o acesso aos cuidados de saúde, que todos os estabelecimentos do SNS estão obrigados a publicar e divulgar até 31 de março de cada ano.

Como médica, esforço-me para que o meu doente usufrua dos seus direitos, mas esta é uma realidade que a todos nos toca, individualmente em cada profissão à sua maneira. É a nossa responsabilidade Social para com o nosso País e para com a Europa, relembrando que esta é uma realidade para uns, que pode vir a ser a nossa.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
21 de abril - Dia Nacional da Reabilitação Respiratória
No dia 21 de Abril assinala-se o Dia Nacional da Reabilitação Respiratória. Neste dia, com o objetivo de alertar para a...

“Torna-se premente aumentar a oferta dos programas de reabilitação respiratória intervindo sobre um maior número de doentes, de forma segura e eficaz, e garantir uma maior adesão a comportamentos de saúde a longo prazo”, afirmam Vitória Martins e Inês Sanches, da Comissão de Trabalho de Reabilitação Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

Como resposta, para que um maior número de doentes tenha acesso à reabilitação respiratória, é necessário aumentar a oferta de novos programas e investir em novos modelos de reabilitação, nomeadamente programas comunitários - realizados em instalações como ginásios, centros de dia ou centros de saúde e em grupo (apesar de haver uma “receita” de exercício adaptada a cada doente) – refere a Comissão de Trabalho.

Além de incentivar a criação de programas comunitários a nível dos Cuidados de Saúde Primários é muito importante promover a articulação destes com os programas de reabilitação respiratória hospitalares que devem estar disponíveis em todos os hospitais. Neste sentido, a Comissão de Trabalho promove, também neste dia, uma reunião conjunta que conta com vários profissionais de saúde e diferentes especialidades médicas envolvidas nesta área, nomeadamente a Medicina Geral e Familiar.

Apesar da eficácia da reabilitação respiratória em diminuir a falta de ar e melhorar a capacidade de exercício, apenas 1% dos doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) tem acesso a esta terapêutica em Portugal. É então com o intuito de sensibilizar a população para a importância desta terapêutica que a Comissão de Trabalho de Reabilitação Respiratória da SPP deixa o convite a todos os que queiram participar na ação – dia 21 de abril, pelas 15h30, junto à Torre de Belém.

Estudo
O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto comparou as doenças reumáticas com outras patologias não transmissíveis e...

Segundo o estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), esse impacto é visível, nomeadamente, aos níveis dos custos para o doente e da utilização dos cuidados de saúde.

A investigação avaliou de que forma um conjunto de doenças não transmissíveis, entre as quais a diabetes, a hipertensão, o AVC, a depressão, o enfarte do miocárdio e as doenças reumáticas, influenciam determinados resultados em saúde, concretamente, a forma como o doente avalia o seu estado de saúde, a incapacidade de curta ou longa duração, a dor crónica, a utilização frequente dos serviços de saúde e as despesas com cuidados de saúde não comparticipadas.

O estudo mostrou, por exemplo, que as doenças reumáticas são responsáveis por 10% das despesas não comparticipadas do doente e por cerca de 7,5% da utilização frequente dos cuidados de saúde.

“Estes números são expressivos quando comparados com o AVC ou o enfarte do miocárdio, os quais, se fossem evitados, permitiriam ao doente poupar cerca de 3 a 4% das suas despesas e contribuiriam para reduzir aproximadamente 2 a 3% da frequência regular dos cuidados de saúde”, explica Daniela Simões, primeira autora do estudo, publicado na revista “Rheumatology International”, e coordenado pela investigadora Raquel Lucas.

Devido à sua alta prevalência, “as doenças reumáticas acabam por ter maior impacto na sociedade. Há várias patologias que a nível clínico afetam muito o indivíduo, como, por exemplo, o AVC e outras doenças cardiovasculares, mas, quando abandonamos a análise do indivíduo e nos focamos na população em geral, vemos que a diminuição da prevalência das doenças reumáticas iria evitar uma maior carga sobre a sociedade e o sistema de saúde”, refere Daniela Simões.

“No fundo, este estudo mostra que as doenças consideradas mais importantes a nível individual ou clínico nem sempre são aquelas com maior impacto na população em geral”, acrescenta.

O estudo, publicado na revista “Rheumatology International”, utilizou dados de 23.752 portugueses, que responderam ao Inquérito Nacional de Saúde, coordenado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE, IP) em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em 2005/2006.

As doenças reumáticas têm uma prevalência elevada na população portuguesa, afetando, neste estudo, cerca de 21,4% dos participantes.

A investigação é também assinada pelos investigadores Fábio Araújo, Teresa Monjardino, Milton Severo, Ivo Cruz e Loreto Carmona.

Ministro da Saúde
A saúde é a segunda maior área de investimento no Plano de Estabilidade com uma verba de cerca de sete mil milhões de euros,...

“O volume de investimento que está previsto no Plano de Estabilidade envolve o esforço do país em cerca de sete mil milhões de euros”, disse o ministro na comissão parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvido há mais de três horas.

Segundo Adalberto Campos Fernandes, a saúde é “a segunda categoria maior de investimento” depois dos transportes, infraestruturas e comunicações.

“Dizer que um país não se mobiliza em torno de um investimento forte, intenso na saúde, não tem nenhum alinhamento com a realidade e o documento que foi apresentado na semana passada ilustra-o bem”, disse o ministro da Saúde em resposta à deputada do CDS-PP Ana Rita Beça.

O ministro da Saúde sublinhou que “não se trata apenas dos grandes investimentos em grandes equipamentos hospitalares, mas também de uma vaga de investimentos que está a ser feita por todo o país, em todos os hospitais e também na rede de cuidados de saúde primários”.

No Programa de Estabilidade, o Governo português compromete-se com Bruxelas a atingir um défice de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, ano de eleições legislativas, estimando excedentes orçamentais a partir de 2020.

Comissão parlamentar de Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, admitiu hoje dificuldades de funcionamento em agrupamentos de centros de saúde...

“É verdade que nalguns ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] e nalguns centros de saúde nós temos dificuldades até de horário de funcionamento, não por falta de médicos ou enfermeiros, mas por falta de assistentes operacionais”, afirmou o ministro na comissão parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvido.

A questão da evolução dos recursos humanos foi levantada pela deputada do PCP Carla Cruz, uma situação que Adalberto Campos Fernandes disse estar a acompanhar “com preocupação”.

“Temos feito um esforço grande ao nível de médicos e de enfermeiros, mas a nível de assistentes operacionais ainda estamos atrasados na recomposição das necessidades que temos nas diferentes unidades”, disse.

Segundo o ministro, o objetivo da contratação destes profissionais ainda não foi conseguido.

Nos últimos dois meses “teriam sido recrutados mais cerca de 250 ou 260”, mas ainda “é insuficiente”, reconheceu o ministro da Saúde.

Dirigindo-se a Carla Cruz, Adalberto Campos Fernandes disse que tem a mesma visão que o PCP sobre a qualificação dos recursos e sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“A única divergência que temos é sobre a velocidade dessa recuperação e sobre a capacidade de resolver mais depressa problemas que estão atrasados”, sublinhou.

Mas “totalmente diferente é fazer ataques sistemáticos e diários ao SNS para o denegrir e para o diminuir, omitindo a verdade e omitindo o esforço que está a ser efeito nos últimos dois anos”, sustentou.

Ministro da Saúde
A nova ala pediátrica do hospital de São João, no Porto, deve estar concluída e pronta para acolher as crianças daqui a cerca...

Numa resposta ao deputado Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, o ministro da Saúde disse que o lançamento do concurso para projeto e obra da ala pediátrica daquele hospital do Porto será feito este ano.

“Teremos, no máximo, em dois anos e pouco as crianças a ser tratadas condignamente no novo espaço”, afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes na comissão parlamentar de Saúde, lembrando que, entretanto, é necessário “melhorar a situação transitória” em que estão acolhidas as crianças.

O Bloco de Esquerda tinha interpelado o ministro, exigindo respostas concretas sobre quando começarão as obras da nova ala pediátrica do hospital de São João, no Porto.

Campos Fernandes lembrou que “não foi este Governo nem este primeiro-ministro que, duas vezes, foi a São João lançar pedras ou placas”, numa referência ao anterior executivo.

Já numa audição parlamentar na semana passada, o ministro das Finanças, Mário Centeno, tinha referido que este Governo não faria lançamento de primeiras pedras sem um respetivo financiamento e planeamento, aludindo ao que fez o executivo de Pedro Passos Coelho.

A falta de condições de atendimento e tratamento de crianças com doenças oncológicas foi denunciada na semana passada por pais de crianças doentes que são atendidas em ambulatório e também na unidade do ‘Joãozinho', para onde são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João.

Páginas