Boletim Polínico
Os níveis de pólen no ar vão estar muito elevados em praticamente todo o país, exceto na Madeira e nos Açores, durante os...

Entre sexta-feira e quarta-feira, em Trás-os-Montes e Alto Douro, vão predominar na atmosfera os pólenes de árvores como carvalhos, pinheiros, e bétulas, bem como de ervas gramíneas, parietárias e azedas, indica o Boletim Polínico da SPAIC.

Em Entre Douro e Minho o alerta é muito semelhante. Acrescem os pólenes de urtiga, e tanchagem.

Na Beira Interior há a acrescentar o pólen de oliveira e na Beira Litoral espera-se também uma grande concentração destes pólenes.

A região de Lisboa e Setúbal está na mesma situação e no Alentejo haverá igualmente um nível muito elevado de pólen de sobreiro.

Para o Algarve, há a assinalar uma grande concentração na atmosfera de pólen de quenopódio, além dos que são indicados para as outras regiões, adianta o boletim da SPAIC.

Na Madeira, os níveis de pólen estarão baixos e nos Açores moderados.

 

 

Prestação de cuidados
O Ministério da Saúde e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vão estabelecer “um novo compromisso de...

Segundo disse à agência Lusa o presidente da APDP, José Manuel Boavida, este compromisso será assinado na próxima segunda-feira entre a associação, todas as administrações regionais de Saúde e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

O acordo deve ter início em janeiro de 2019 e estender-se a 31 de dezembro de 2023 e permite que a APDP continue a prestar cuidados às pessoas com diabetes, desde consultas a tratamentos ou exames.

Segundo José Manuel Boavida, a associação ajuda a cuidar de cerca de 50 mil pessoas com diabetes, doença que em Portugal afeta mais de um milhão de pessoas.

O principal acordo que a associação tem firmado é com a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, mas o novo compromisso vai ainda “normalizar os acordos” com a região do Alentejo e do Algarve.

Com a zona Centro, o novo compromisso de cooperação servirá sobretudo para dar apoio a pessoas das áreas de Castelo Branco e Covilhã, zonas com “grande carência”, e com população que tem os familiares essencialmente em Lisboa.

Com a zona Norte, o acordo servirá fundamentalmente para dar apoio em situações pontuais.

“No fundo, a preocupação da Associação é manter e assegurar os serviços que temos prestado e criar condições para respondermos com mais proximidade”, afirmou à Lusa o presidente da APDP.

José Manuel Boavida considera fundamental “um compromisso para reforçar a integração da APDP no Serviço Nacional de Saúde”, lembrando que 85 a 90 por cento das pessoas a quem são prestados cuidados na Associação são utentes do SNS.

Por dia, a diabetes é diagnosticada a cerca de 200 novos doentes. A prevalência estimada da diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) é de 13,3 por cento, isto é, mais de um milhão de portugueses.

A este número juntam-se mais de dois milhões de pessoas com pré-diabetes. Esta é uma doença crónica com elevada incidência nos subtipos 1 e 2 que, apesar dos múltiplos investimentos ao nível do diagnóstico precoce e dos avanços terapêuticos, continua a envolver elevados custos económicos, sociais e humanos, lembra a APDP.

LES é uma doença rara na infância
Estima-se que, em Portugal, existam cerca de 4 mil pessoas com Lúpus, uma doença auto-imune de causa

O Lúpus Eritematoso Sistémico é uma doença rara na infância, sobretudo na primeira década de vida. No entanto, há casos de início muito precoce, estimando-se que atinja 1 criança em cada 200 mil ainda antes dos 16 anos.

“As manifestações clínicas são semelhantes às do adulto, embora na infância seja mais frequente uma apresentação aguda, por vezes com febre, alterações do estado geral e envolvimento multiorgânico”, começa por explicar Maria José Santos, reumatologista do Hospital Garcia de Horta, referindo que as manifestações cutâneas e articulares estão entre as que mais atingem as crianças. “No entanto, o envolvimento renal, hematológico e neurológico é mais comum no lúpus juvenil, comparativamente à doença iniciada na idade adulta”, acrescenta.

Tratando-se, esta, de uma doença heterogénea e que pode simular outras patologias, os sintomas podem variar muito de caso para caso, dificultando o diagnóstico. Foi o que aconteceu a Ana Carolina que, só após várias análises e uma biopsia, ficou a saber que sofria da doença. Tinha nove anos.

“Inicialmente foi diagnosticada uma simples alergia”, recorda acrescentando que a retenção de líquidos, o cansaço extremo e a presença de várias feridas nas mãos e nariz eram as principais queixas. 

De acordo com a especialista, Maria José Santos, o seu diagnóstico tem por base as manifestações clínicas da doença e algumas alterações laboratoriais específicas, como a “diminuição de glóbulos brancos, particularmente dos linfócitos, diminuição das plaquetas, anemia hemolítica, diminuição das frações C3 e C4 do complemento e alterações do sedimento urinário”.

Por outro lado, “é importante documentar a presença de auto-anticorpos, nomeadamente de anticorpos antinucleares (ANA), anti-DNA ou anti-Sm”.

Quanto ao tratamento, e uma vez que esta é uma doença crónica que evolui por surtos, não há um tratamento único e igual para todos os doentes. “Há que ter em conta as manifestações clínicas e a sua gravidade e adotar as medidas terapêuticas mais apropriadas a cada momento”, afirma a reumatologista.

“Existem contudo alguns princípios transversais a todos os doentes, tais como evitar a exposição solar, adotar estilos de vida saudáveis e manter uma vigilância regular de modo a detetar e tratar atempadamente qualquer exacerbação da doença”, refere acrescentando que os medicamentos anti-palúdicos "são úteis e seguros na generalidade dos casos”, embora, por vezes, seja necessário recorrer a corticosteróides, imunossupressores e/ou a medicamentos biológicos para tratamento das formas mais graves da doença.

Ana Carolina chegou a fazer ciclos de quimioterapia para tentar controlar a doença. “Depois fiz tratamento via oral, durante dois anos, e também medicação para a tensão, estômago, dores articulares, diuréticos… No total chegaram a ser 20 comprimidos diariamente”, comenta a jovem, hoje com 19 anos.  

“O primeiro ano foi o mais crítico”

Para Ana Carolina o primeiro ano após o diagnóstico foi o mais difícil, passando por várias alterações e restrições no seu dia a dia.

“No início, muitas mudanças existiram. Depois de estabilizar, o primeiro ano foi o mais crítico, onde todo o cuidado era pouco. As restrições alimentares e as restrições aos esforços foram as maiores alterações que me vi obrigada a fazer”, recorda, admitindo que as dores articulares foram o que mais a condicionou na época. Por outro lado, o cuidado com a exposição solar levou-a a estar em casa durante o verão, ao contrário do que seria de esperar de uma criança da sua idade. “No primeiro ano, foram raras as vezes que saí de casa…”, afirma.

“Depois aos poucos, e com muitas precauções”- como o uso de um protetor solar e chapéu -, passou a enfrentar o sol só e apenas depois das horas de maior calor.

Ainda assim, mesmo não desfrutando em pleno da sua infância, Ana afiança que apesar das dificuldades nunca se deixou abater. “Graças a Deus, a minha família sempre me fez pensar que eu era forte e que eu conseguia passar por cima”, justifica.

“Além de todos os cuidados mencionados anteriormente, há que ter particular atenção ao desenvolvimento da criança, quer do ponto de vista físico, psíquico, mas também à sua integração na família e na sociedade”, explica Maria José Santos.

Como qualquer doença crónica, o Lúpus exerce um enorme impacto na vida do doente, sobretudo no doente jovem. “Acresce que alguns medicamentos para tratar o Lúpus podem interferir com o crescimento, associar-se a aumento de peso e alterações da imagem corporal, com graves problemas de autoestima. Há que educar a criança/o jovem sobre o que pode esperar desta doença e aprender a lidar com ela. O envolvimento da família e da escola são pilares fundamentais neste processo”, reforça a reumatologista.

“Importa ter força para encarar tudo isto e pensar que é apenas um mau bocado que, daqui a uns dias, já tudo estará a voltar ao normal. Todos somos uns guerreiros por todos os dias que vivemos. Viver com Lúpus não é fácil”, afirma a jovem que encontrou na Associação de Doentes com Lúpus (ADL) um porto de abrigo.

As causas da doença permanecem desconhecidas. No entanto, a patologia parece estar relacionada com condições que dão origem a uma certa predisposição para a doença. Estas causas ou fatores podem ser de ordem genética, hormonal ou ambiental.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) identificou padrões alimentares das crianças que...

A investigação, a que a Lusa teve hoje acesso, analisou os padrões alimentares (que quantificam o efeito cumulativo e de interação dos vários alimentos e nutrientes) de cerca de 4.300 crianças com quatro anos de idade da coorte Geração XXI - projeto iniciado em 2005, que acompanha o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças da cidade do Porto.

Gabriela Albuquerque, primeira autora do estudo, coordenado por Andreia Oliveira, disse que “foram previamente identificados três padrões alimentares aos quatro anos: um saudável, um outro designado de ‘snacking’ e um padrão de consumo de alimentos densamente energéticos”.

As crianças com o padrão saudável consumiam mais fruta, hortícolas e peixe e menos alimentos densamente energéticos, como batatas fritas, ‘pizza’, hambúrgueres, doces, refrigerantes, queijo e carnes vermelhas e processadas.

Já aquelas que praticavam um padrão ‘snacking’ comiam mais fora das refeições principais (almoço e jantar) e apresentavam um elevado consumo de ‘snacks’, incluindo alimentos saudáveis e pouco saudáveis - leite, iogurte, batatas fritas, salgados e doces.

“Verificámos que, em comparação com as crianças que aos quatro anos comiam de forma saudável, as que praticavam padrões menos saudáveis, como o ‘snacking’ e o padrão densamente energético, desenvolviam comportamentos alimentares mais problemáticos relacionados com a restrição do apetite ou mesmo desinibição do apetite aos sete anos”, explicou a investigadora.

O estudo mostrou que as crianças que se encaixavam no padrão ‘snacking’ desenvolviam posteriormente restrição do apetite, ou seja, eram mais seletivas a comer, mais lentas e tinham menos prazer pela comida.

Já aquelas que aos quatro anos se encaixavam no padrão “alimentos densamente energéticos”, aos sete apresentavam desinibição do apetite, comportamento que se caracteriza por um apetite excessivo, pelo consumo de alimentos em função de estímulos externos e estados emocionais e pelo elevado desejo de bebidas, nomeadamente refrigerantes e sumos.

“Constatámos que as crianças que tinham tanto um padrão ‘snacking’ como densamente energético apresentaram, mais tarde, comportamentos alimentares que não eram os desejáveis, quer por terem um apetite excessivo ou diminuído às refeições”, sublinhou Gabriela Albuquerque.

Um outro resultado da investigação associa o índice de massa corporal (IMC) das mães, antes da gravidez, com os hábitos alimentares dos filhos.

Apurou-se que as crianças que seguiam uma alimentação à base de ‘snacks’ e que eram filhos de mães que apresentavam peso normal ou baixo antes da gravidez, tinham um maior risco de desenvolver restrição do apetite mais tarde. Encontrou-se também uma associação entre o padrão ‘snacking’ e a desinibição do apetite em crianças cujas mães tinham excesso de peso ou obesidade antes da gravidez.

“A existência de hábitos alimentares inadequados no seio familiar, eventualmente associados ao peso, como por exemplo o consumo frequente de doces e alimentos ricos em gordura, poderá potenciar comportamentos alimentares desajustados na criança, os quais se traduzirão mais tarde numa desregulação do apetite”, salientou.

Os investigadores sublinham a importância de envolver pais e crianças em intervenções de educação alimentar que ajudem a fomentar hábitos alimentares saudáveis desde cedo, transversais a toda a família. Estes serão promotores de comportamentos alimentares e de “um apetite saudável” durante a infância e ao longo da vida.

O estudo, publicado na revista Clinical Nutrition, designa-se “Dietary patterns at 4 years old: Association with appetite-related eating behaviours in 7 year-old children”. É também assinado pelos investigadores Carla Lopes, Catarina Durão, Milton Severo e Pedro Moreira.

 

DGS
O surto de sarampo ligado ao Hospital de Santo António, no Porto, está controlado, anunciou hoje a diretora-geral da Saúde,...

“Estamos neste hospital [de santo António] para anunciar que, passados dois meses (…) que soubemos dos primeiros dois casos, que foi possível controlar o surto de sarampo ligado a este hospital”, afirmou Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde disse que, até ao momento, há 111 casos de sarampo confirmados ligados a este surto na região norte, referiu que “ainda há 24 casos em investigação”.

“Uma ótima notícia é que, apesar de termos tido este surto, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), nós vamos continuar a manter o estatuto de país com a doença eliminada, ou seja, um país que, apesar de ter importado casos, ter tido cadeias de transmissão e ter tido um surto com alguma dimensão, foi capaz de o controlar e não tornar a doença outra vez endémica”, afirmou.

 

Reações
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro manifestou-se hoje muito preocupado com a hipótese de o Hospital de Santa Maria...

A hipótese da lista de espera para tratamento de doentes com cancro foi hoje admitida pelo diretor do serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que numa entrevista à rádio TSF diz que já na semana passada adiou tratamentos por falta de meios para responder à crescente procura.

Questionado pela Lusa, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, recorda que já tinha sido noticiada a existência de listas de espera para cirurgia nestes doentes, mas que se o mesmo acontecer aos tratamentos “pode fazer a diferença entre a cura e a curta sobrevivência”.

“O adiamento de tratamentos e o aumento das listas de espera de cirurgia [oncológica] pode fazer a diferença entre uma cura e uma sobrevivência pequena e com má qualidade de vida”, sublinha Vítor Veloso.

O responsável frisa ainda que esta situação decorre da falta de alocação de meios para a crescente procura provocada pela possibilidade de o doente escolher o hospital onde quer ser tratado e diz que se os hospitais do interior tivessem meios os doentes não teriam de recorrer sempre aos grandes hospitais do litoral.

“Os hospitais do interior, que poderiam perfeitamente tratar [estes doentes], deviam ser devidamente apetrechados não só em recursos humanos, mas em material pesado. Isto desviaria os doentes de acorrerem aos hospitais mais especializados que tem tratamentos de ponta”, afirmou.

“O facto de o doente poder escolher o hospital é altamente vantajoso. O erro que se tem vindo a cometer (…) é a falta de alocação de meios. É que 80% de todos os serviços especializados de oncologia estão junto do litoral”, acrescentou.

Na entrevista à TSF, o diretor do serviço de Oncologia de Santa Maria diz também que tem aumentado a procura [deste serviço] por causa da regra que desde 2016 permite ao doente escolher o hospital onde quer ser tratado e queixa-se de falta de espaço e de meios humanos.

“Estou quase a abrir [lista de espera] porque não tenho médicos para tantos doentes nem tenho espaço. (…) Começámos na semana passada, não conseguimos tratar os doentes que estavam previstos e tivemos que adiar [os tratamentos] uma semana”, afirmou Luís Costa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro sublinhou igualmente a “incapacidade de o Ministério da Saúde libertar verbas” para contratar mais profissionais de saúde para acautelar todas as situações uma vez que “o Ministério das Finanças não desbloqueia essas verbas”.

O responsável disse ainda que a Liga está a fazer um levantamento da atual situação dos serviços de oncologia no país junto dos conselhos de administração dos hospitais e que mal sejam conhecidos estes dados tomará uma posição.

 

Sintomas inespecíficos podem dificultar diagnóstico
O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença reumática crónica que dá origem, na maior parte dos

O LES é uma doença de causa desconhecida. Os estudos realizados sugerem que a sua etiologia é multifatorial, ou seja, estão envolvidos vários fatores, entre eles os genéticos, hormonais, imunológicos e ambientais. Contudo, a exposição solar parece ter um papel crucial no desencadear da doença e agravamento da mesma. Trata-se de uma doença em que o sistema de defesa do indivíduo, denominado sistema imunitário, está desregulado, ocorrendo a produção de anticorpos que podem causar lesões de qualquer órgão.

O LES afeta 0.1% dos portugueses, mais frequentemente mulheres em idade reprodutiva, entre os 16 e os 49 anos. Numa pequena percentagem pode atingir crianças ou indivíduos com mais de 65 anos. O LES é mais frequente nos africanos, asiáticos e hispânicos e pode apresentar formas mais graves da doença nestas populações.

Dado que a doença pode envolver diversos órgãos, a sua forma de apresentação pode ser variável. Em alguns casos manifesta-se por febre ou febrícula, falta de força, emagrecimento e depressão. São sintomas gerais e inespecíficos que obrigam a um esforço diagnóstico para afastar variadas outras doenças que produzem os mesmos sintomas. Em outros casos, as manifestações predominantes são as da pele com o aparecimento de manchas vermelhas na face e dorso do nariz, bem delimitadas, que correspondem ao eritema malar em asa de borboleta, lesão típica do LES. São frequentes também as queixas articulares com dores e/ou inchaço das articulações. O coração e pulmão também podem ser atingidos, mas o envolvimento do rim ou do sistema nervoso central pode corresponder às formas mais graves da doença. Todas estes sintomas podem agrupar-se e há casos de LES que apresentam manifestações da pele, articulares, pulmonares, cardíacas e renais, por exemplo. Em outros casos é só um órgão atingido, e então o diagnóstico pode ser mais difícil.

Para o correto diagnóstico é essencial a avaliação por um clínico experiente, que na presença de manifestações clínicas sugestivas, alterações no exame físico do doente e com o auxílio de exames complementares de diagnóstico, consegue estabelecer o diagnóstico. Ou seja, uma alteração única laboratorial ou a presença de um autoanticorpo não significa doença.

O tratamento do LES é complexo e depende das manifestações clínicas. Devem ser adotadas medidas farmacológicas e não farmacológicas. Como medidas não farmacológicas, é crucial para o tratamento que os doentes evitem a exposição solar. Devem utilizar protetor solar com elevado fator de proteção durante todo o ano. Outras medidas, como a prática de exercício físico regular, a adoção de uma dieta equilibrada e a evicção tabágica são igualmente importantes no controlo da atividade da doença. O tratamento de situações específicas que podem estar associadas, como a hipertensão arterial, a diabetes e o aumento do colesterol, deve ser contemplado. Os fármacos mais utilizados no tratamento do LES são os anti-inflamatórios não esteróides, os corticóides, os antipalúdicos de síntese e os imunossupressores. As medidas terapêuticas visam a redução da atividade da doença, a diminuição de lesão de órgão e a redução da morbi-mortalidade associada à doença.

O diagnóstico e tratamento precoce na maioria das vezes associa-se ao controlo da atividade da doença, representando a medida mais eficaz para reduzir o forte impacto que está doença pode assumir.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviço de Oncologia
O Hospital de Santa Maria está sem capacidade para tratar os doentes com cancro que têm procurado os seus serviços, já adiou...

Em entrevista à rádio TSF, o diretor do serviço de Oncologia de Santa Maria, Luís Costa, diz que tem aumentado a procura por causa da lei que abre a hipótese de o doente escolher o hospital onde quer ser tratado e queixa-se de falta de espaço e de meios humanos.

“Estou quase a abrir [lista de espera] porque não tenho médicos para tantos doentes nem tenho espaço. (…) Começámos na semana passada, não conseguimos tratar os doentes que estavam previstos e tivemos que adiar [os tratamentos] uma semana”, afirma Luís Costa.

O responsável da Oncologia do Hospital de Santa Maria reconhece que nunca houve qualquer situação de falta de medicação, mas diz que tem pouco espaço e meios humanos para tratar tantos doentes, sublinhando que todos os tratamentos nesta área são urgentes e que uma eventual lista de espera “não deixa ninguém sossegado”.

“Se não tenho espaço nem pessoas suficientes para fazer o trabalho, o que vou fazer?”, questiona o responsável na entrevista à TSF, reconhecendo que com o aumento da procura daquele serviço os médicos estão “atrapalhadíssimos”.

“Os médicos pensam menos tempo sobre os doentes que têm e, como é óbvio, [nestas circunstâncias] tomam piores decisões”, afirma.

Luís Costa diz que toda a gente concorda com a hipótese, criada pelo Governo, de dar ao doente a opção de escolha do hospital onde quer ser tratado, mas que tal só resulta se for possível adequar os meios de resposta ao aumento da procura.

“Falta a alocação de recursos para as necessidades que foram criadas”, considera o responsável, frisando que o serviço de oncologia de Santa Maria precisa de mais médicos para responder aos doentes que chegam e que é preciso abrir mais vagas para que os internos possam ficar.

O responsável sublinha que os 12 internos do serviço que dirige têm “muita qualidade”, que “alguns são excecionalmente bons” e lamenta não ter capacidade de competição para os manter.

“Tenho pessoas que queriam ficar no meu serviço, mas não são abertas vagas para isso. Estou cada vez com mais doentes, preciso de mais médicos, há médicos que querem ficar no serviço com o ordenado que é oferecido no sistema nacional de saúde e não são abertas vagas para as pessoas poderem ficar. Hoje despedimo-nos de uma delas, que vai embora”, lamenta.

 

Associação Portuguesa de Nutrição
O acesso ao conhecimento sobre nutrição na sociedade de informação é tema do I Congresso Internacional de Nutrição e...

A organização da iniciativa, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa, está a cargo da Associação Portuguesa de Nutrição (APN).

À Lusa, a presidente da APN, Célia Craveiro, explicou que, além de uma "troca de experiências de boas práticas", o congresso pretende debater de que forma as novas tecnologias de comunicação, como as redes sociais, podem ser usadas a favor dos nutricionistas para transmitir a informação mais correta.

Célia Craveiro admitiu que os nutricionistas têm dificuldade em 'passar a mensagem', em "simplificar aquilo que não é simples" e lembrou que num mundo cada vez mais ávido de informação, e de forma rápida, nem sempre essa informação é filtrada.

A nutrição e a alimentação têm suscitado um "enorme interesse" nas pessoas, mas, segundo Célia Craveiro, há "muita desinformação".

No congresso será abordada também a nutrição personalizada, a rotulagem e o 'marketing' alimentar e apresentado o novo método de etiquetagem de alimentos pré-embalados em França, o NutriScore.

O método, que avalia um alimento do menos ao mais favorável no plano nutricional numa escala de cinco cores e cinco letras, visa facilitar a compreensão da informação nutricional afixada nas embalagens.

 

 

Mais meios de emergência
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vai reforçar o dispositivo de resposta para o período de Verão no Algarve com...

O reforço para o dispositivo de Verão no Algarve vai ser efetivo entre 01 de junho e 30 de setembro e vai ser anunciado pelo INEM na quinta-feira, em Portimão, mas hoje o instituto público já adiantou num comunicado que o número de meios de emergência vai subir de 38 para 52 e revelou onde vão ficar sedeados.

O instituto referiu que o dispositivo de emergência médica foi “preparado pelo INEM e pelos seus parceiros do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)” para “reforçar a capacidade de resposta a situações de acidente ou doença súbita” no Algarve, num período do ano em que a região “vê a sua população crescer de forma considerável no Verão”.

“Ao dispositivo já existente durante o resto do ano, composto por 38 meios de emergência médica disponíveis em permanência, acrescentam-se agora mais 14 meios de emergência médica”, revelou o INEM no comunicado em que fez o anúncio da cerimónia de apresentação oficial do dispositivo, que se realiza no Auditório do Museu de Portimão, na quinta-feira, às 11:00.

Os 14 meios que vão reforçar o dispositivo de emergência no Algarve no verão são “uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) em Tavira, dois Motociclos de Emergência Médica (MEM) em Portimão e Albufeira, nove ambulâncias do INEM na Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) em Armação de Pera [Silves], Lagos, Almancil [Loulé], Albufeira, Altura [Castro Marim], Portimão, Boliqueime [Loulé] e Ferreiras [Albufeira] e duas ambulâncias do INEM nas Corporações de Bombeiros Voluntários de Albufeira e Portimão”, precisou.

O INEM frisou que a decisão de reforço do dispositivo do Algarve foi tomada com base “numa análise pormenorizada das ocorrências nesta região”, que permitiu aferir que “o aumento da população durante o período estival não tem um aumento proporcional do número de solicitações ao INEM, mas justifica a necessidade de serem realizados ajustamentos regionais para melhorar a capacidade de resposta”.

A mesma fonte anunciou também que o funcionamento do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Faro vai ser reforçado com a “presença, 24 horas por dia, de dois Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) e de um Médico Regulador”.

“Simultaneamente, e para fazer face a eventuais situações de paragem cardiorrespiratória que ocorram, o INEM vai entregar dois Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE) aos Bombeiros Voluntários de Tavira e aos Bombeiros Municipais de Olhão para utilização nas ilhas barreiras [da Ria Formosa] – Tavira e Armona”, anunciou ainda o INEM, referindo-se a duas áreas balneares em que a retirada de doentes tem de ser feita por barco.

Estes dois desfibrilhadores somam-se a outro que vai estar a funcionar na embarcação Ria Solidária, que faz a assistência de emergência nas ilhas barreira da Fuzeta, Armona e dos diferentes núcleos da ilha da Culatra e o transporte logístico de doentes e pessoas com mobilidade reduzida, ao abrigo de um protocolo recentemente assinado entre INEM, Autoridade Marítima Nacional e Câmaras Municipais de Faro e Olhão”.

 

 

 

Mudança de sexo no registo civil
O Presidente da República vetou o decreto que estabelece o direito à autodeterminação da identidade e expressão de género e...

Esta decisão foi anunciada através de uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, na qual se lê que o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, "devolveu, sem promulgação" este decreto à Assembleia da República.

O Presidente da República solicita ao parlamento "que pondere a inclusão de relatório médico prévio à decisão sobre a identidade de género antes dos 18 anos de idade".

Esta lei, que estabelece também o direito à proteção das características sexuais de cada pessoa, foi aprovada no parlamento no dia 13 de abril, com votos a favor de PS, BE, PEV e PAN e da deputada social-democrata Teresa Leal Coelho, a abstenção do PCP e votos contra de PSD e CDS-PP.

O diploma, resultante de uma proposta do Governo e de projetos de BE e PAN, alarga aos menores com idade entre 16 e 18 anos a possibilidade de requerer um "procedimento de mudança da menção do sexo no registo civil e da consequente alteração de nome próprio", através dos seus representantes legais, sem necessidade de um relatório médico.

Com a lei atualmente em vigor, só os maiores de idade podem requerer este procedimento nas conservatórias de registo civil e é-lhes exigido "um relatório que comprove o diagnóstico de perturbação de identidade de género, também designada como transexualidade, elaborado por uma equipa clínica multidisciplinar de sexologia clínica".

No decreto agora devolvido ao parlamento, este procedimento mantém-se restrito às pessoas "de nacionalidade portuguesa" e que "não se mostrem interditas ou inabilitadas por anomalia psíquica".

Por outro lado, a lei aprovada no dia 13 de abril determina que "todas as pessoas têm direito a manter as características sexuais primárias e secundárias", proibindo tratamentos ou intervenções cirúrgicas que modifiquem as características corporais de menores intersexo "até ao momento em que se manifeste a sua identidade de género", exceto "em situações de comprovado risco para a sua saúde".

De acordo com a Constituição, na sequência de um veto do Presidente da República, a Assembleia da República pode alterar o diploma, ou confirmá-lo, por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, obrigando nesse caso o chefe de Estado a promulgá-lo.

Em nome do direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género, o diploma agora vetado consente que, quando "se torne necessário indicar dados de um documento de identificação que não corresponda à identidade de género de uma pessoa", se possa requerer "a inscrição das iniciais do nome próprio que consta no documento de identificação, precedido do nome próprio adotado face à identidade de género manifestada, seguido do apelido completo e do número do documento de identificação".

Quanto ao "reconhecimento jurídico da identidade de género", os menores podem requerê-lo "através dos seus representantes legais, devendo o conservador proceder à audição presencial da pessoa cuja identidade de género não corresponda ao sexo atribuído à nascença, por forma a apurar o seu consentimento expresso e esclarecido".

O decreto estipula que "a pessoa intersexo pode requerer o procedimento de mudança da menção de sexo no registo civil e da consequente alteração de nome próprio, a partir do momento que se manifeste a respetiva identidade de género".

E determina que "a mudança da menção do sexo no registo civil e a consequente alteração de nome próprio realizadas nos termos da presente lei só podem ser objeto de novo requerimento mediante autorização judicial".

 

 

Prémio
Uma equipa de cientistas do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM) descobriu o 'calcanhar de Aquiles'...

A expressão é de Bruno Silva-Santos, líder da equipa e vice-presidente do IMM, cujo trabalho foi distinguido com o primeiro prémio Janssen Inovação, no valor de 30 mil euros.

Os prémios Janssen Inovação - 1º, 2º e 3º e menções honrosas - foram hoje entregues no Porto pela farmacêutica, que promove os galardões em parceria com a Universidade Católica Portuguesa.

O segundo prémio, de 20 mil euros, foi atribuído ao grupo liderado por Sara Carmo-Silva, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, pelo estudo da proteína ataxina-2 como "potencial novo alvo terapêutico para a obesidade e as doenças metabólicas".

No montante de 10 mil euros, o terceiro prémio foi entregue à equipa de Elsa Anes, do Instituto de Investigação do Medicamento da Faculdade de Farmácia de Lisboa, pela "descoberta de novos mecanismos que podem ajudar não só a eliminar o bacilo da tuberculose, mas também a melhorar a resposta à vacinação" no doente.

Bruno Silva-Santos e restante equipa descobriram, numa experiência com ratinhos com cancro do fígado e da pele (melanoma), que um subgrupo de linfócitos T (células do sistema imunitário), que "ajuda o tumor a crescer", é "muito suscetível ao 'stress' oxidativo", ao contrário da generalidade dos linfócitos T que protegem o organismo contra 'invasores'.

O investigador, que dirige o laboratório de diferenciação de linfócitos T e oncoimunologia, explicou à Lusa que tal acontece porque "os linfócitos pró-tumorais", por oposição aos linfócitos T 'bons', que são antitumorais, estão 'desprotegidos' por terem muito pouco glutationo, um antioxidante.

Segundo os cientistas, os linfócitos T 'maus' comunicam com os neutrófilos, células de defesa do organismo 'boas' que produzem determinadas substâncias, as chamadas espécies reativas de oxigénio, que são compostos químicos que resultam da ativação ou redução do oxigénio molecular.

Tais substâncias, usadas pelo sistema imunitário para atacar ou 'matar' agentes patogénicos, "interferem com a respiração da célula" e com o seu funcionamento, levando à "oxidação da célula".

As células, 'normais' ou tumorais, necessitam de "usar o oxigénio de forma eficaz" para desempenharem a sua função.

Quando entram em 'stress' e o oxigénio não é utilizado de forma eficaz, a célula oxida, não tem a energia de que precisa e fica disfuncional.

A equipa de Bruno Silva-Santos, que pretende alargar o estudo, ainda por publicar, a outros tipos de cancro, descobriu que é possível inutilizar a função das células T 'más' se for induzido 'stress' oxidativo dentro delas, o que é feito naturalmente pelos neutrófilos.

"O futuro será desenhar fármacos que possam fazer dentro do tumor este processo, induzir a oxidação destas células para que não estejam funcionais", sustentou o investigador, acrescentando que a imunoterapia melhorará se foram estimuladas as células antitumorais e inibidas as células pró-tumorais.

Criado em 2016, o Prémio Janssen Inovação visa "promover e incentivar a investigação científica de excelência realizada em Portugal nas áreas de imunologia, infecciologia, neurociências, oncologia e hipertensão pulmonar".

 

Justiça
O Tribunal da Relação do Porto confirmou a condenação a oito anos e meio de prisão de um técnico superior da Administração...

Em nota publicada na sua página na Internet, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto refere que o arguido foi também condenado por um crime de falsificação.

O arguido trabalhou desde 1996 e até dezembro de 2015 na ARSN, integrando os departamentos com responsabilidades na construção, remodelação, reabilitação e manutenção de centros de saúde, unidades de saúde familiar e outras estruturas.

Para o efeito, a ARSN lançava anualmente concursos públicos ou procedimentos mediante ajustes diretos.

Segundo a nota da Procuradoria, o arguido exigia dos empreiteiros, que ele escolhia nos contratos por ajuste directo, 10% dos valores das faturas.

Também "simulava necessidades e subsequentes 'obras' em centros de saúde para se locupletar com as respetivas quantias".

Além disso, "atestava que os trabalhos previstos tinham sido executados, sem que o tivessem sido, para poder receber o respetivo valor".

No processo, foi ainda apreendido ao arguido e declarado perdido a favor do Estado o montante de 506.300 euros, alegadamente provenientes da sua "atividade criminosa".

O processo foi julgado, em primeira instância, no Tribunal São João Novo, no Porto, que em Novembro de 2017 condenou o arguido a oito anos e meio de prisão.

O homem, que estava obrigado à permanência na habitação com vigilância eletrónica, viu o coletivo de juízes alterar-lhe a medida de coação para prisão preventiva, a mais gravosa, por haver perigo de fuga.

A presidente do coletivo explicou que o homem tem contas bancárias e contactos privilegiados no Brasil, existindo, por esse motivo, perigo de fuga enquanto a decisão judicial transita em julgado.

Referindo-se aos factos, a magistrada referiu que são de "extrema gravidade", tendo quebrado os seus deveres enquanto funcionário público.

"A intenção de enriquecer de forma absolutamente ilícita é altamente censurável", disse.

E acrescentou que é cada vez mais urgente eliminar estas práticas das instituições públicas.

No início do julgamento, o arguido confessou ter recebido perto de meio milhão de euros de empreiteiros, revelando haver um esquema de corrupção generalizada na instituição.

Além disso, contou que os cadernos de encargos dos trabalhos não eram cumpridos na totalidade, notando que havia faturas pagas por obras nunca realizadas em unidades de saúde.

Apesar da confissão, a juíza entendeu que não mostrou sincero arrependimento sobre os mesmos.

O arguido recorreu da decisão, mas o Tribunal da Relação do Porto, por acórdão de 30 de abril hoje divulgado pela Procuradoria-Geral Distrital do Porto, negou provimento ao recurso.

 

 

Ministro
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse hoje que a instabilidade dos percursos...

Vieira da Silva, que falava na conferência "Natalidade: Como fazer crescer Portugal” que decorreu em Lisboa, defende que o reforço da estabilidade das relações profissionais tem de ser assumido como um objetivo nacional para ultrapassar a crise de natalidade existente no país.

“Se nós não assumirmos como objetivo nacional um reforço da estabilidade das relações profissionais principalmente nos jovens e nas famílias jovens teremos mais dificuldade em ultrapassar esta limitação que temos hoje e que é um fator de diminuição do bem-estar social”, disse o ministro.

Para o ministro, as licenças parentais, os apoios à natalidade e os equipamentos sociais “valem pouco quando se vive uma situação de profunda instabilidade nas relações laborais”.

Apesar de considerar que o crescimento do emprego em Portugal tenha sido sólido nos últimos anos, este centra-se mais nas pessoas acima dos 45 anos e nos jovens até aos 25 anos.

O grupo etário que menos cresceu em Portugal em matéria de emprego, adiantou, foi o da chamada idade fértil.

“Na idade mais ativa e mais fértil foi onde menos cresceu emprego. Temos dificuldades em captar esses grupos etários”, disse o ministro adiantando que muitos destes jovens saíram do país em busca de melhor emprego e estão agora a ter filhos fora de Portugal.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, a população em Portugal diminuiu em 2017, pelo nono ano consecutivo, uma vez que o número de mortes continua a ser superior ao de nascimentos.

Segundo as “Estatísticas Vitais”, em 2017, nasceram com vida (nados-vivos) 86.154 crianças de mães residentes em Portugal, menos 972 crianças relativamente ao ano anterior, o que representa um decréscimo de 1,1%.

O ministro destacou ainda a crescente dificuldade do acesso à habitação para as famílias e jovens, um fenómeno mais sensível nas áreas metropolitanas e que cria dificuldades à constituição de famílias.

Vieira da Silva considera que é importante reconhecer que existe este fenómeno de uma diminuição da natalidade para que possa ser vencida a batalha com respostas conjugadas de mobilização nacional.

Para o ministro, Portugal necessita de uma ação mais agressiva de combate à baixa taxa de natalidade particularmente quando o número de crianças que nascem é significativamente mais baixo e inferior ao número que as famílias portuguesas desejariam ter.

“Quando existe este desconforto global porque as pessoas não tem capacidade de realizar os seus desejos justifica-se politicas de apoio à natalidade”, disse adiantando contudo que não é fácil tendo em conta os problemas estruturais do país responsáveis pela queda de natalidade, nomeadamente a estabilidade no emprego.

“há aqui uma necessidade de uma mobilização de todos os parceiros para olhar a natalidade como um objetivo nacional garantindo que ninguém é penalizado”, frisou.

O Governo, explicou, apresentou propostas para reduzir os níveis de contratação a prazo, começando pelo Estado e propondo ao setor privado que também o faça para criar um clima favorável à maior estabilidade das carreiras profissionais.

 

IPMA
Todas as regiões do país apresentam hoje um risco muito elevado e elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo o...

De acordo com o IPMA, todas as regiões do continente (com exceção de Faro que está com níveis elevados) estão hoje com risco muito elevado de exposição à radiação UV.

A ilha da Madeira está hoje com níveis muito elevados e o Porto Santo elevados e nos Açores todas as ilhas estão com níveis muito elevado, com exceção do Corvo e Flores (moderado).

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na faixa costeira ocidental a sul do Cabo Mondego até meio da manhã.

A previsão aponta também para vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando moderado a forte, com rajadas até 65 quilómetros por hora, na faixa costeira ocidental a sul do Cabo Mondego e nas terras altas até ao início da tarde.

Está também prevista neblina ou nevoeiro matinal, pequena descida da temperatura mínima e subida da temperatura máxima.

No continente, as temperaturas mínimas vão oscilar entre 06 graus Celsius (na Guarda) e os 12 (em Lisboa) e as máximas entre os 20 (na Guarda) e os 26 (em Santarém).

Para a Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, em especial nas vertentes norte e terras altas, até meio da manhã e vento fraco a moderado predominando de nordeste.

No Funchal as temperaturas vão oscilar entre os 16 e os 20 graus.

No grupo ocidental (Flores e Corvo) prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, temporariamente encoberto durante a tarde, aguaceiros geralmente fracos durante a tarde e vento oeste moderado, temporariamente fresco com rajadas até 50 quilómetros por hora, rodando para norte.

Para o grupo central (S. Jorge, Graciosa, Terceira, Faial e Pico) prevê-se períodos de céu muito nublado com boas abertas, tornando-se encoberto, aguaceiros geralmente fracos para o fim do dia e vento sudoeste bonançoso a moderado, rodando para norte para a noite.

O IPMA prevê para o grupo oriental (S. Miguel e Santa Maria) períodos de céu muito nublado com boas abertas, tornando-se encoberto para a noite e vento fraco tornando-se bonançoso a moderado de oeste.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão variar entre os 15 e os 21 graus, em Angra do Heroísmo entre os 14 e os 21 e em Ponta Delgada entre os 14 e os 19.

 

Unidade de Imunologia Clínica do CHP realiza ação de sensibilização
O conhecimento é uma das melhores armas no combate às doenças. É em nome desse conhecimento e de uma informação que se quer que...

“Aproveitamos este dia para sensibilizar as pessoas e os doentes a envolverem-se mais. Porque quanto mais a população e o doente souber sobre a doença, mais se pode ajudar a si e ao médico”, refere Carlos Vasconcelos, internista e fundador da Unidade de Imunologia Clínica do Centro Hospitalar do Porto (CHP). Porque embora a evolução tenha sido grande nos últimos anos, passando-se, confirma o especialista, do tradicional comentário “o sr. doutor é que sabe” para um crescente envolvimento na decisão clínica, a verdade é que é ainda grande o desconhecimento. “O doente tem o direito, mas tem também o dever de estar bem informado e de ajudar o médico.”

O Lupus é uma doença autoimune, em que o sistema imune, que normalmente protege o nosso corpo, se vira contra si próprio e o ataca, provocando inflamação e alteração da função do sistema afetado.

É uma das doenças de interesse do Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que a descreve como uma doença sistémica, ou seja, capaz de afetar muitos órgãos e sistemas diferentes, sobretudo elementos do sexo feminino (é oito a dez vezes mais afetado) em idades férteis.

Para 2018
Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, foi nomeado vice-presidente da Federação Europeia das...

Nos seus objetivos, a Federação Europeia das Autoridades Competentes e Reguladores de Medicina Dentária (FEDCAR) procura promover a segurança dos pacientes na Europa, o fomento de um nível de cuidados de saúde oral elevado e a contribuição para uma mobilidade mais fácil e segura dos profissionais de medicina dentária entre os Estados europeus.

Na prática, além de uma regular partilha de informação e boas práticas no âmbito da regulamentação dos médicos dentistas, a FEDCAR tem como meta promover posições conjuntas perante o legislador da União Europeia, relativas ao desenvolvimento de iniciativas e legislação a nível europeu que afetam a regulação dos médicos dentistas.

Com sede em Bruxelas, a FEDCAR foi formalmente criada a 3 de abril de 2004 pela Declaração de Roma, e realiza por ano duas reuniões plenárias: uma reunião no outono em Paris e uma reunião na primavera, já agendada para abril de 2019 em Portugal.

Orlando Monteiro da Silva licenciou-se, em 1987, em Medicina Dentária, pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, e desde então tem dedicado grande parte do seu tempo à promoção da profissão e da saúde oral em todo o mundo.

Foi presidente da FDI – Federação Dentaria Internacional, organização que representa mais de um milhão de médicos dentistas de todos os continentes, e presidente do Conselho Europeu dos Médicos Dentistas. Atualmente é ainda vice-presidente da Associação Dentária Lusófona e presidente do CNOP – Conselho Nacional das Ordens Profissionais.

 

Artigo de Opinião
Estudo recente «permitiu concluir que o transplante de células estaminais mesenquimais alogénicas (d

O Lupus é uma doença crónica e autoimune que pode afetar qualquer parte do corpo, incluindo a pele, as articulações e outros órgãos, como os rins.

Em pessoas com esta doença há uma disfuncionalidade do sistema imunitário, responsável por combater vírus, bactérias e outros agentes infeciosos. Normalmente, o nosso sistema imunitário produz proteínas (anticorpos) que protegem o organismo dos “invasores”. A expressão autoimune significa que o sistema imunitário não consegue distinguir os “agentes invasores” dos nossos tecidos saudáveis e, por isso, cria anticorpos que atacam e destroem esses mesmos tecidos, causando inflamação, dor e danificando diversas partes do organismo.

Estima-se que 5 milhões de pessoas em todo o mundo tenham Lupus, estando algumas em fase aguda, correndo, por isso, risco de vida e outras com manifestações mais ténues da doença. Contudo, independentemente do estado de evolução, todos os casos devem ser acompanhados por um médico, pois um acompanhamento adequado poderá permitir uma vida plena aos doentes.

Neste momento, existe apenas um medicamento disponível no mercado especificamente desenvolvido para tratar pessoas com Lupus, que, embora tenha levado mais de 50 anos a ser desenvolvido, não funciona em todos os tipos da doença.

Alguns tratamentos incluem a administração de medicamentos imunossupressores, que muitas vezes são também utilizados em quimioterapia.

A terapia com células estaminais surge, assim, como uma promessa de tratamento, principalmente em doentes que não respondem eficazmente aos tratamentos atuais.

A investigação que tem sido feita nos últimos anos ao nível das células estaminais mesenquimais pode representar uma esperança para todos aqueles que padecem de doenças que atualmente não têm cura, tais como Lupus, Parkinson, leucemia, ataques cardíacos, esclerose múltipla, diabetes juvenil, osteoartrite e 80 outras doenças.

A medula óssea e o tecido do cordão umbilical são especialmente ricos em células estaminais mesenquimais, que graças às suas capacidades anti-inflamatórias as tornam muito atrativas para terapias em doenças autoimunes. Ao contrário de outras células estaminais, estas células não são “detetáveis” pelo sistema imunitário e, por isso, os dadores e recetores não têm de ser compatíveis para que o tratamento tenha sucesso, reduzindo-se, assim, o risco de rejeição.

O Lupus Eritematoso Sistémico (LES) é uma variante da doença, com sintomatologia muito diversa devido ao facto de afetar múltiplos órgãos, levando a taxas de mortalidade muito elevadas. A terapia de base nesta patologia passa pelo uso de corticosteroides, ciclofosfamida e outros fármacos, que, em 80% das vezes, levam à remissão completa da doença.

Em alguns doentes, pode existir danificação de alguns tecidos, havendo também impacto a nível físico e psicológico que, em alguns casos, pode causar a morte. Para além disso, os tratamentos com imunossupressores, levam muitas vezes a infecções oportunistas e complicações secundárias.

Assim, é necessária uma nova abordagem para o tratamento da LES. Nas últimas décadas, tem-se optado, nos casos mais severos do LES, pelo transplante com recurso a células estaminais hematopoiéticas alogénicas. Contudo, este procedimento encerra alguns inconvenientes, nomeadamente complicações associadas à doença do enxerto contra o hospedeiro. Ultimamente, têm sido levados a cabo ensaios clínicos para o uso de células estaminais mesenquimais obtidas a partir da medula óssea e do tecido do cordão umbilical. Recorrer às células estaminais mesenquimais, nomeadamente as que são obtidas a partir do cordão umbilical, tem-se revelado bastante promissor no tratamento desta doença.

No passado mês de março, uma revista da especialidade publicou um estudo em que 81 pacientes foram submetidos a um tratamento para LES durante 5 anos, tendo-se recorrido, em alguns dos casos, ao uso de células estaminais mesenquimais obtidas a partir de medula óssea e, noutros casos, ao uso do tecido do cordão umbilical.

A análise dos resultados obtidos permitiu concluir que o transplante de células estaminais mesenquimais alogénicas (dador diferente do recetor) é seguro e resulta numa remissão da doença a longo prazo em doentes com LES, dando maior consistência à eficácia do uso das células estaminais nesta doença.

Fontes:

- Mesenchymal stem cells transplantation for systemic lupus erythematosus
Jun LIANG and Lingyun SUN
Department of Immunology and Rheumatology, the Affiliated Drum Tower Hospital of Nanjing Unive - 2011

- Mesenchymal Stem Cells in the Treatment of Systemic Lupus Erythematosus
Dr. Neil Riordan
University Medical School, Nanjing, Jiangsu, China - International Journal of Rheumatic Diseases 2015; 18: 164–171

- A Long-Term Follow-Up Study of Allogeneic Mesenchymal Stem/Stromal Cell Transplantation in Patients with Drug-Resistant Systemic Lupus Erythematosus  
Dandan Wang, Huayong Zhang, Jun Liang, Hong Wang, Bingzhu Hua, Xuebing Feng, Gary S. Gilkeson, Dominique Farge, Songtao Shi, and Lingyun Sun - Stem Cell Reports j Vol. 10 j 933–941 March 13, 2018

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
DGS
Cerca de 75% das grávidas foram vacinadas contra a tosse convulsa em 2017, revela o Boletim Programa Nacional de Vacinação,...

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) passou, no início do ano passado, a ter novos esquemas vacinais gerais, em função da idade e do estado vacinal anterior e ainda esquemas vacinais específicos para grupos de risco ou em circunstâncias especiais.

A vacina contra a tosse convulsa passou a ser recomendada a grávidas entre as 20 e as 36 semanas de gestação, como forma de garantir a imunidade do bebé até que este possa fazer a primeira dose da vacina, recomendada aos dois meses de idade, refere o boletim, divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

No ano em que se comemoram os 10 anos de vacinação contra o cancro do colo do útero, “continuam a vacinar-se mais de 85% das jovens até aos 14 anos”, salienta a DGS.

O Boletim Programa Nacional de Vacinação destaca que “foi atingido o objetivo de 95% de vacinação para todas as vacinas avaliadas até aos 7 anos de idade”.

Aos três meses de idade cerca de 95% das crianças já tinham cumprido o esquema recomendado para as vacinas em estudo (1ª dose das vacinas contra S. pneu¬moniae e contra tosse convulsa). No entanto, aos 13 meses, 16% das crianças ainda não estavam protegidas contra o sarampo, e 15% não estavam protegidas contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C, refere o boletim, salientando que "estes resultados revelam uma melhoria em relação ao ano de 2016".

“De uma forma geral, a avaliação efetuada dá conta dos excelentes resultados na aplicação do PNV, fruto do compromisso e dedicação dos profissionais de saúde, bem como da forte adesão dos cidadãos”, salienta a DGS.

Estima-se que em 2017, tenham sido administradas, em campanha, mais cerca de 40.000 doses de vacinação contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR), em comparação com o ano anterior (21%), a maioria (79%) a adultos.

Os dados indicam que a cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo, avaliada aos dois anos, foi de 98%, e,. para a segunda dose, nos menores de 18 anos, variou entre 96% e 98%, coberturas mais elevadas do que as verificadas no ano anterior. "No entanto, continuam a registar-se valores abaixo da meta em algumas áreas do país", observa.

Os surtos de sarampo que ocorreram em Portugal no último ano vieram chamar a atenção para a importância da vacinação atempada, especialmente até aos 12 meses, tendo sido “intensificados os esforços do Programa para convocar todas as pessoas com esquema vacinal em atraso", acrescenta.

O boletim salienta que “a elevada cobertura vacinal e a implementação precoce de medidas de controlo contribuíram para a rápida interrupção da transmissão” da doença nas regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo, onde foram registados sete e 20 casos, respetivamente, “menos de dois meses após deteção dos primeiros casos, respeitando-se assim os critérios para a manutenção do estatuto de eliminação do sarampo em Portugal”.

Defende ainda que para a contenção e interrupção da circulação do vírus do sarampo, é crucial uma elevada cobertura vacinal, "uma vigilância epidemiológica efetiva e a implementação precoce de medidas de controlo".

Em 2017
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica denunciou hoje que um “número significativo” de turnos e vários meios...

Luís Meira, que foi hoje ouvido na Comissão de Saúde, adiantou que a lei, publicada em 02 de junho de 2017, que define o regime jurídico aplicável aos bombeiros portugueses, “veio condicionar sobremaneira aquilo que é a possibilidade de garantir turnos no CODU [Centros de Orientação de Doentes Urgentes] e o funcionamento de vários meios de emergência”.

“Foi uma lei da responsabilidade dos senhores deputados” que veio “impedir que trabalhadores do Instituto, que são bombeiros voluntários, e que têm a respetiva acumulação de funções”, exercessem a sua atividade, “desfalcando o CODU e desfalcando os meios de socorro”.

Esta situação aconteceu no ano passado. “Houve um número significativo de turnos do CODU que deixaram de ser assegurados por trabalhadores que ao abrigo desta lei foram combater incêndios”, lamentou.

“Eu não digo que esta questão não é importante, mas a verdade é que se calhar alguns desses bombeiros eram bem precisos para garantir socorro efetivo a pessoas efetivas, reais que tiveram necessidade e que por causa disso se calhar não tiveram esse socorro de forma tão atempada”, salientou Luís Meira.

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adiantou que esta situação teve um “impacto efetivo no que aconteceu durante os meses dos incêndios”, em que vários trabalhadores do INEM saíram do CODU e deixarem as ambulâncias para combater incêndios.

Perante esta situação, Luís Meira apelou aos deputados para rever a lei no diz respeito ao INEM, tendo em conta que mais de metade dos operacionais são bombeiros.

Páginas