Dados Associação Zero
Portugal tem 44 zonas balneares sem qualquer poluição na água, e os concelhos de Torres Vedras, com sete praias, e o de...

"É um número significativo, representa cerca de 7% do total das 608 zonas balneares em funcionamento este ano", disse hoje à agência Lusa o presidente da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, Francisco Ferreira.

Em comparação com 2017, este ano há mais 11 zonas balneares classificadas pela associação como 'zero poluição'.

Com base em dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Zero identificou as praias que, nas três últimas épocas balneares, tiveram sempre classificação 'excelente' e, nas análises à água, não apresentaram contaminação pelos dois parâmetros microbiológicos previstos na legislação para controlo (escherichia coli e enterococos intestinais).

"Os concelhos com maior número de praias com zero poluição são Torres Vedras, com sete, Grândola, com quatro, Aljezur e Tavira com três cada um", avançou Francisco Ferreira.

Em Torres Vedras são praias 'zero poluição' as Amanhã, Centro, Física, Mirante e Pisão, em Santa Cruz, a que se junta Navio e Santa Helena.

No concelho de Grândola, não registaram poluentes as zonas balneares de Aberta Nova, Atlântica, Carvalhal e Melides. Em Aljezur são indicadas as praias de Amado, Monte Clérigo e Vale dos Homens, e em Tavira Cabanas-Mar, ilha de Tavira-Mar e Terra Estreita.

Do total das 44 zonas balneares sem poluição, apenas duas são interiores. As outras são costeiras ou de transição.

"Enquanto que de 2016 para 2017 tivemos uma redução do número de ‘praias zero’, este ano o número de zonas balneares classificadas como 'zero poluição' aumentou, o que nos deixa particularmente satisfeitos", salientou o presidente da associação de defesa do ambiente.

Para o ambientalista, o aumento em 33% do número de praias sem poluição na comparação com o ano passado "é promissor".

O presidente da Zero referiu ainda que, "nas praias interiores é mais difícil conseguir este tipo de registo e há que destacar quer a praia de Santa Luzia, na Albufeira de Santa Luzia em Pampilhosa da Serra, quer Montes na Albufeira de Castelo do Bode, em Tomar".

Com a época balnear a começar em vários locais ao longo da costa portuguesa, a associação de defesa do ambiente aconselha a que só sejam frequentadas praias classificadas como zonas balneares, onde há vigilância e onde se conhece a qualidade da água.

Alerta ainda que não devem ser deixados resíduos na praia, sendo encaminhados para a recolha seletiva, e devem ser preservados a paisagem e os ecossistemas envolventes das zonas balneares.

 

 

Futuro da Saúde em Portugal
Cerca de 90 instituições da saúde participam numa Convenção Nacional que hoje começa em Lisboa, para defender mais...

A convenção foi criada com o objetivo de ser “o maior debate nacional de sempre sobre o presente e o futuro da saúde em Portugal” e o presidente da comissão organizadora, Eurico Castro Alves, acredita que há condições para se estabelecer um “pacto nacional para a saúde”, como tem sido advogado pelo Presidente da República.

Eurico Castro Alves reconhece que há, no setor, “interesses muitas vezes conflituantes”, mas julga que é possível “pôr de lado as diferenças e olhar para o que pode servir de base a um compromisso futuro”.

“Temos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) que todos valorizamos e que queremos estimar”, exemplificou.

A questão do financiamento do setor deve estar no centro do debate de ideias na Convenção Nacional da Saúde, reconhece o responsável, que entende que é incontornável discutir a necessidade de orçamentos plurianuais, uma ideia que já foi defendida pelas várias ordens profissionais.

Também o mentor da ideia da convenção, o bastonário da Ordem dos Médicos, admite que um maior financiamento para o setor é um “objetivo de base que tem de ser concretizável”.

“Julgo que toda a gente no país já percebeu que é preciso mais dinheiro para a saúde. Vamos ser todos objetivos. Se toda a gente já percebeu que é preciso mais dinheiro para a saúde, então esse objetivo tem de ser concretizável”, afirmou Miguel Guimarães.

O representante dos médicos frisa que a questão do investimento e do financiamento do Serviço Nacional de Saúde é central em toda a discussão, considerando que todos os intervenientes na Convenção partilham a ideia de que o SNS é fundamental para os portugueses e para o país.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) veio já criticar a constituição desta Convenção, para a qual não foram convidadas organizações sindicais.

A iniciativa é promovida pelas Ordens Profissionais e por um “Conselho Superior” constituído por cerca de setenta instituições oriundas dos mais diversos setores: empresarial, público, social, ordens e associações profissionais.

A FNAM vê com séria preocupação a realização desta convenção, para a qual não foram convidadas organizações sindicais, além de no programa do encontro, que decorre até sexta-feira, estarem “ausentes do debate” as questões dos cuidados de saúde primários, da saúde pública e dos cuidados continuados.

“Para além desta grave e inexplicada ‘amputação”’, a FNAM vê ainda com grande preocupação que, não se tendo ainda dado início aos trabalhos, seja já anunciado no final do programa a “apresentação da Agenda da Saúde para a Década’, sessão em que pontifica o Presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada. Ora, como todos sabemos e é público, o Dr. Óscar Gaspar vem defendendo em diversos artigos de opinião a substituição do atual modelo da Serviço Nacional de Saúde por algo a que designa por Sistema Nacional de Saúde”, refere a FNAM em comunicado.

 

Ordem dos Médicos
O Centro Hospitalar Lisboa Norte perdeu a capacidade formativa em pneumologia para 2019, segundo o mapa de vagas de acesso à...

Segundo o bastonário Miguel Guimarães, o serviço de pneumologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), que integra o Pulido Valente e o Santa Maria, está a ser avaliado, na sequência de denúncias relativas a situações irregulares, como o caso de internos que estariam a fazer urgência sozinhos, sem tutela de um especialista.

Esta situação, que está a ser avaliada pela Ordem, levou a que não fossem abertas vagas para pneumologia no CHLN, confirmou à Lusa Miguel Guimarães.

Segundo o mapa de capacidades formativas publicado na quarta-feira, o CHLN deixou de ter vagas também em imunoalergologia e em otorrinolaringologia. No caso da otorrino, já tinha sido tornado público que este Centro Hospitalar não iria formar internos em 2019, também na sequência de um processo em curso na Ordem dos Médicos.

O pneumologista Filipe Froes lembra que o CHLN era a “maior escola de pneumologia de Portugal”, sendo responsável pela formação da maioria dos pneumologistas do sul do país.

“É um dos dias mais tristes da minha carreira e um dia de uma enorme vergonha”, afirmou à Lusa o pneumologista do hospital Pulido Valente.

Filipe Froes recordou que a pneumologia do CHLN formou diversos profissionais que permitiram abrir muitos outros serviços no país, como no IPO de Lisboa, no hospital de Faro ou em Setúbal.

O especialista lembrou igualmente que o hospital Pulido Valente esteve largos anos no primeiro lugar dos ‘rankings’ nacionais relativos a doenças respiratórias

O bastonário da Ordem dos Médicos frisou que o mapa de capacidade formativa foi avaliado “de forma rigorosa” e que há uma “clara fundamentação” nos casos em que não são atribuídas vagas.

“A capacidade formativa depende da capacidade do serviço. A preocupação da Ordem é garantir que a formação dos especialistas é feita com qualidade. Temos uma elevada qualidade na formação e esse é o nosso principal objetivo”, disse.

Pelo segundo ano seguido, cerca de 700 médicos deverão ficar sem vaga para fazer a sua especialidade, já que o mapa das capacidades formativas tem 1.665 vagas para 2.365 candidatos.

 

Formação especializada
Um total de 1.665 vagas, para 2.365 médicos candidatos, foram abertas este ano para o concurso do internato médico o que,...

Em comunicado, a ANEM critica o facto de o número de vagas ser “bastante inferior ao número de médicos candidatos” o que significa que “o número de médicos que ficarão sem acesso a especialidade será sempre muito superior” ao de 2017.

“A ANEM lamenta que se continue a promover em Portugal a formação de médicos indiferenciados e consequentemente o comprometimento da capacidade de proteção dos doentes e a degradação da qualidade e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”, lê-se na nota.

Segundo a ANEM, é necessário planeamento e investimento e não continuar a formar médicos acima da capacidade de integração.

“Um médico sem especialidade é um médico que não completou a sua formação clínica. É um médico que viu as suas legítimas expectativas defraudadas por um sistema que, ao não mudar estas políticas, está a servir mal os doentes”, segundo Edgar Simões, presidente da ANEM.

A associação lembra que já entregou ao Governo uma proposta para resolução do desfasamento, que passa pela redução do 'numerus clausus' de forma gradual, destacando que há excesso de alunos nas faculdades e falta de vagas para formação especializada.

 

 

Biotecnologia
Quase metade de todas as patentes sobre material genético de espécies marinhas estão na posse de uma única empresa, a gigante...

A BASF, o maior produtor mundial de produtos químicos, detém 47% das patentes registadas sobre 12.998 sequências genéticas, de 862 espécies marinhas, que despertaram interesse comercial e científico.

No registo global da "propriedade intelectual" sobre a biodiversidade marinha, 98% das patentes pertencem a empresas, universidades, agências governamentais, indivíduos e hospitais de apenas 10 países, conclui o estudo realizado por investigadores do Centro para a Resiliência de Estocolmo e da universidade da província canadiana da Colúmbia Britânica, publicado no boletim Science Advances.

O material genético de espécies marinhas, que apresentam grande diversidade e adaptações únicas a ecossistemas diversificados e condições extremas, desperta interesses económicos porque são descobertas com regularidade novas substâncias produzidas por organismos marinhos, desde esponjas e moluscos de recifes de coral a habitantes de fontes hidrotermais do oceano profundo, com aplicação no desenvolvimento de novos medicamentos, compostos químicos e materiais.

Robert Blasiak, investigador do Centro para a Resiliência da capital sueca e o principal autor do estudo publicado hoje, situa o problema da propriedade da biodiversidade marinha ao referir que "nas águas sob jurisdição dos Estados, o protocolo de Nagoya protege os países da 'bioprospeção' abusiva e promove alguma equidade na exploração desses recursos, mas existe uma enorme lacuna porque dois terços da superfície dos oceanos ficam fora de jurisdições nacionais".

"Isto significa que quase metade da superfície do planeta não tem qualquer regulação da exploração de recursos biológicos e genéticos", adianta.

Segundo o estudo, cerca de 11% de todas as patentes sobre sequências genéticas de espécies marinhas estão associadas aos ecossistemas das fontes hidrotermais (1.650 sequências genéticas, de 91 espécies), muitos dos quais se encontram em águas internacionais, fora de qualquer jurisdição nacional.

"A criação de um enquadramento legal para a exploração dos recursos genéticos marinhos será um dos assuntos fulcrais nas negociações internacionais para a criação de um novo tratado das Nações Unidas sobre a proteção e utilização sustentável da biodiversidade localizada em áreas sem jurisdição".

O início das negociações está previsto para setembro deste ano.

"Estimativas apontam para que o mercado global da biotecnologia de origem marinha atinja o valor de 6,4 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) em 2025, abrangendo aplicações diversificadas nas indústrias farmacêutica e química, o que torna claro as grandes empresas envolvidas nesta área têm de ser envolvidas nas negociações sobre a regulação e a criação de mecanismos de equidade na exploração das áreas marinhas fora de jurisdições nacionais", conclui Colette Wabnitz, investigadora da universidade da Colúmbia Britânica.

Preocupação
A eventual substituição dos administradores do IPO de Coimbra implica “uma rutura e um recomeço indesejáveis”, alertam os...

Tendo “tomado conhecimento que está em curso a substituição do conselho de administração” da unidade regional do Instituto Português de Oncologia (IPO), atualmente presidido por Carlos Santos, aqueles responsáveis manifestam “enorme preocupação” com esta mudança, “que parece ter subjacente uma eventual interpretação legislativa”.

Numa nota enviada à agência Lusa, os diretores clínicos retomam as preocupações e os argumentos de uma carta enviada, há duas semanas, ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e à presidente da Administração Regional do Centro, Rosa Reis Marques, à qual ainda obtiveram resposta.

“A nomeação de um outro presidente, independentemente das suas características, implica uma rutura e um recomeço indesejáveis, que pode comprometer todas as expectativas que os profissionais acalentaram durante anos, que admitem merecer pelos resultados obtidos e que querem ver cumpridas”, afirmam.

Alegam que uma tal decisão “frustra ainda as legítimas expectativas dos doentes oncológicos tratados e seguidos” no hospital.

“O momento para tal substituição carece de oportunidade e expõe doentes e instituição a uma grande fragilidade, uma vez que se perspetiva, a curto prazo, uma transformação estrutural, relacionada com o plano de investimentos aprovado, e que implica transformações organizacionais impactantes na atividade clínica”, alertam os diretores.

Na sua opinião, o IPO de Coimbra necessita de “um gestor com o perfil que mais se adequa à realidade institucional” e que, para os presentes numa reunião realizada no dia 22 de maio, “é o atual presidente” da administração, Carlos Santos, que recentemente sucedeu a Manuel António, que durante décadas liderou a instituição de saúde.

“O atrás exposto é o sentir de toda a comunidade hospitalar e de todos os setores profissionais, sem exceção”, sublinham na carta enviada ao ministro da saúde e agora divulgada.

Para esses diretores do IPO de Coimbra, “só com profissionais motivados pode o Serviço Nacional de Saúde cumprir a sua nobre função, (…) todos os dias ameaçada”.

Um dos promotores da iniciativa disse à Lusa que os diretores dos serviços não clínicos e as chefias de enfermagem “enviaram documento com o mesmo teor” ao ministro Adalberto Campos Fernandes.

 

 

Investimento
A Unidade de Recobro da Unidade de Gastrenterologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) vai aumentar a atividade em 30% e...

Os dados foram transmitidos ao secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, que visitou as instalações da Unidade de Cuidados Intensivos de Gastrenterologia e Hepatologia do CHLN.

Durante a visita, o presidente do Conselho de Administração, Carlos das Neves Martins, informou que está em tramitação um investimento para ampliação do Recobro da Unidade Técnica de Gastrenterologia, que permitirá que a atividade cresça 30%.

Foi também transmitido ao Secretário de Estado adjunto e da Saúde que o CHLN está a executar, todos os sábados, um programa de recuperação da lista de espera para colonoscopias e de seguimento nos casos orientados pelo rastreio do cancro colorretal da responsabilidade da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

No encontro, o secretário de Estado adjunto e os administradores do CHLN analisaram também a revisão final do protocolo de cooperação que irá ser assinado entre o CHLN e a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) na área das infeções por VIH/SIDA, Hepatite B e Hepatite C, o qual "merecerá de forma inovadora a resposta da instituição" ao desafio lançado na nova fase de cooperação entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça.

Segundo o Governo, no caso do VIH, pretende-se eliminar e controlar a infeção no país até 2030 e, em relação à hepatite C, eliminar a infeção em Portugal antes de 2030, sendo para o efeito necessário privilegiar a ação e alargar a dois grupos-alvo mais vulneráveis, que são os reclusos (13 mil) e as pessoas com comportamentos aditivos e toxicodependência.

De acordo com o CHLN, foi comunicado ao Secretário de Estado que a resposta a tais casos passará pela realização direta de consultas e meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT) nos estabelecimentos prisionais, sendo remetidos para oito semanas de tratamento, com uma taxa de sucesso da ordem dos 99%.

"Ficou estabelecido que o universo dos cerca de 60/70 potenciais doentes com hepatite C, do Estabelecimento Prisional de Lisboa, seriam avaliados e tratados até final deste ano, a forma a ter um "exemplo relevante, a nível nacional, de um estabelecimento prisional livre de hepatite C", adianta uma nota informativa do CHLN.

No âmbito do VIH/SIDA, o diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do CHLN, Luís Caldeira, reforçou que esta é uma oportunidade para alcançar a população reclusa, apostando no reforço da adesão à terapêutica e uma oportunidade par testar novas formas de continuidade dos tratamentos nos doentes que estão mais estáveis.

Quanto à problemática das pessoas com comportamentos aditivos, Rodrigo Coutinho, diretor clínico da Ares Pinha (Associação de Recuperação de Toxicodependentes), referiu que, com uma média de 1.200 utilizadores por dia, do programa as Unidades Móveis na região de Lisboa, 70% dos utilizadores têm marcadores serológicos de hepatite C, pelo que urge avançar com medidos de apoio para resolver este problema.

Na ocasião, Fernando Araújo lançou um repto ao HCLN no sentido de desenvolver um projeto piloto, a ser implementado até final de setembro, para cerca de 100 utentes indicados por aquela associação.

Especialista
O especialista em reprodução assistida Calhaz Jorge afirmou ontem que os centros que praticam estas técnicas revelaram que as...

Calhaz Jorge falava ontem na comissão parlamentar de Saúde enquanto membro do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), que foi ouvido na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional que considerou inconstitucionais algumas normas da lei da PMA, nomeadamente o anonimato dos dadores de gâmetas.

Respondendo a uma questão levantada pelo deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira sobre quantos dadores levantaram o anonimato, Calhaz Jorge disse que não tem essa estatística, mas adiantou que numa reunião com os centros de procriação medicamente assistida lhe foi transmitido que as mulheres estavam mais disponíveis para o fazer.

“Da conversa com os centros de PMA, na reunião do mês passado, foi transmitida a noção de que as dadoras de ovócitos se têm mostrado mais abertas a prosseguir com a dádiva sem anonimato e tem havido uma retração quase completa da parte masculina”, disse o diretor do centro de PMA do Hospital Santa Maria, em Lisboa.

Mas, salientou, “isto não me espanta, porque é um fenómeno que aconteceu em toda a Europa sempre que mudou o sistema. Na Suécia de repente desapareceram os dadores há uns anos e toda a gente vai à Dinamarca”.

“Aqui é o que vai acontecer”, disse, sustentando: “Mais uma vez, com a mediocridade que vem das capacidades financeiras e de mobilização vai-se criar um corrupio para Espanha”.

E, se as crianças vierem a querer a saber a identidade, "em Espanha o anonimato é obrigatório e, portanto, este nó nunca será desatado", frisou o especialista.

Segundo Calhaz Jorge, em 31 de dezembro de 2017 havia 7.495 embriões congelados decorrentes de doações de terceiros. “Uma parte destes estaria nos projetos familiares para daqui a um ano, dois ou três”, outros estariam para os próximos meses e outros “é muito possível que já não tivessem projeto parental”.

Para o médico, o problema coloca-se no destino que será dado a estes embriões. “Podemos conceber”, com todas as consequências negativas para a população e para os utentes, “a destruição de ovócitos e de espermatozoides, é mais difícil conceber a destruição de 7.000 embriões por razões meramente legislativas ou burocráticas”.

Falando sobre o que se passa no Serviço Nacional de Saúde nesta área, disse que “há défice de pessoas, há défice de espaço, há défice de dinheiro” e as listas de espera aumentam. “Só não aumentam mais porque as mulheres chegam aos 40 anos e têm de ser excluídas”, disse.

“Do ponto de vista prático, é quase uma obscenidade dizer a um casal que daqui a um ano e meio conseguimos fazer o primeiro tratamento dos três a que tem direito e que se tudo correr bem serão de seis meses”, salientou.

Dados avançados pelo especialista referem que 3% das crianças nascidas em 2016 resultaram de técnicas de PMA e destas 18% resultaram de técnicas envolvendo células de doadores terceiros.

Cerca de 13% dos cerca de 7.000 tratamentos feitos em 2016 incluíram células de dadores terceiros. Através deste número, é possível ter uma ideia de quantos estarão neste momento suspensos, observou.

Na atividade de 2016 em termos de PMA, houve um incremento no país à custa do setor privado, mas “o Serviço Nacional de Saúde atingiu o máximo e se houver problemas de recrutamento de alguém que se reforme só terá tendência a diminuir”, advertiu.

Ensaios Clínicos
Os resultados dos estudos TOPACIO e QUADRA divulgados durante uma reunião com investidores, realizada no âmbito da Reunião...

“Os dados promissores apresentados na reunião da ASCO demonstraram o potencial do niraparib não apenas como tratamento de monoterapia para mulheres com cancro do ovário avançado, mas também em combinação com um anticorpo anti-PD-1, para proporcionar um benefício clínico significativo a doentes além daqueles com mutações BRCA ”, disse Mary Lynne Hedley, Ph.D., presidente e COO da TESARO.

“A nossa estratégia de desenvolvimento da área da oncologia é focada em combinações terapêuticas racionais e o niraparib e o TSR-042, o nosso anticorpo anti-PD-1, são a base dessa estratégia. Os resultados do TOPACIO apoiam o avanço dos estudos que combinam o cancro do ovário e cancro da mama e iniciamos as preparações para ensaios de registo do niraparib em combinação com TSR-042 nesses perfis. Os resultados do QUADRA demonstraram que o niraparib é ativo como um tratamento de linha tardia para doentes além daqueles com mutações BRCA, que é o único tratamento no qual os inibidores de PARP estão hoje aprovados, e pretendemos apresentar um Pedido de Aplicação de Novo Medicamento para esta indicação no quarto trimestre de 2018”.

Parlamento
A presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida apelou hoje ao parlamento para acautelar e proteger os...

“Pretendemos que o legislador atue, acautele e proteja todos os dadores que o fizeram debaixo do chapéu do anonimato e que têm direitos fundamentais que devem ser respeitados, como o direito à reserva da intimidade da vida privada e familiar”, afirmou Carla Rodrigues na comissão de Saúde, onde foi ouvida a seu pedido.

O pedido de audiência do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) surgiu na sequência de um acórdão do Tribunal Constitucional, que considerou inconstitucionais algumas normas da lei da PMA, nomeadamente o anonimato dos dadores de gâmetas.

Carla Rodrigues defendeu também que se defina “um período transitório” para que os gâmetas e embriões que estão neste momento criopreservados possam ser utilizados, garantindo-se o anonimato dos dadores que quiserem permanecer anónimos.

A presidente do CNPMA adiantou que as preocupações do conselho se prendem com o funcionamento dos Centros de Procriação Medicamente Assistida, com os dadores de gâmetas e com os beneficiários, mas “sobretudo com as crianças já nascidas e com as que vão continuar a nascer fruto destas técnicas”.

Segundo a responsável, o acórdão do Tribunal Constitucional, que determina que o anonimato dos dadores terá de deixar de existir, cria uma contradição que “tem de ser ultrapassada”.

“Queremos saber como isto se vai operacionalizar e como vamos resolver as questões que estão pendentes nos centros de PMA”, disse, adiantando que existem duas situações distintas.

Por um lado, existem os dadores que já doaram gâmetas e em que já há crianças nascidas, na sequência de uma “dádiva que foi feita no pressuposto de que seria anónima para sempre”.

“Alguns dos dadores fizeram-no com a garantia acrescida” do acórdão do TC de 2009, que declarou que o anonimato não lhes merecia qualquer “censura institucional”, frisou.

Por outro lado, existe a questão de gâmetas e embriões que foram doados, que estão criopreservados, mas que, neste momento, não podem ser utilizados, porque é necessário obter “o consentimento expresso dos beneficiários e dos dadores de que, caso seja levantado o anonimato, não se opõem” ao processo, explicou.

Por “prudência”, contou, os centros têm contactado os dadores e os beneficiários com tratamentos agendados para perceberem e receberem o seu consentimento, mas “há dificuldades de contactar muitos dos dadores e há depois dificuldades que se prendem com a decisão dos dadores”, porque alguns não aceitam essa possibilidade.

“Também gostaríamos de saber qual o destino que vamos dar a estes gâmetas e a estes embriões”, disse, considerando que “seria trágico” num país como Portugal, que tem “uma carência tão grande de gâmetas doados” destruí-los.

Para a presidente do CNPMA, “o que está em causa é a continuidade em Portugal da procriação medicamente assistida com gâmetas”.

Com o alargamento das dádivas a casais do mesmo sexo e a carência de gâmetas que existe houve “um alargamento da lista de espera, houve um aumento da procura de gâmetas”, sendo que “neste momento é também a eficácia e o cumprimento desta lei que está posta em causa”.

Quanto à gestação de substituição, pediu aos deputados que “revisitem a lei e que a alterem da melhor forma que entenderem para acautelar aquelas que foram as preocupações do Tribunal Constitucional, mas que voltem a legislar” sobre este assunto, o que mereceu o aval dos deputados.

“É fundamental que se legisle e que não se empurrem os casais para situações menos transparentes, menos claras”, defendeu Carla Rodrigues.

Explicou ainda que o pedido de audição na Comissão de Saúde é “o culminar” de um “processo de sensibilização” que teve início com encontros com os grupos parlamentares, à exceção do PS, sobre “o impasse que se instalou na procriação medicamente assistida em Portugal com gâmetas doadas e com a gestação de substituição”.

“Nós viemos a esta comissão não para lamentar o acórdão”, concorde-se ou não, “respeitamos a sua decisão, queremos cumprir a lei, mas temos que saber que lei que temos que cumprir e é isso que neste momento não sabemos concretamente”, salientou.

Especialista
Pragas de moscas e mosquitos poderão aumentar devido às alterações climáticas, a que estes animais se estão a adaptar...

Na cimeira sobre gestão de pragas que termina hoje em Cascais, o responsável pelo departamento de entomologia urbana afirmou que nas cidades, já há tendencialmente mais mosquitos e moscas, que transmitem doenças epidémicas aos humanos, e que estes vão "dar-se bem" com o aumento da temperatura ambiente provocada pela concentração de dióxido de carbono.

A comum mosca da fruta já regista mudanças cromossomáticas, que indicam uma "adaptação a nível genético" para estes insetos, que dependem mais da temperatura ambiente porque não conseguem regular a temperatura do corpo para os humanos.

Febre tifoide, disenteria e cólera são algumas das 65 doenças que a mosca caseira pode transmitir aos seres humanos.

No ciclo de vida dos insetos, em que o tempo de uma geração demora poucas semanas, podem suceder-se muito mais gerações de insetos do que de humanos à medida que aumenta o dióxido de carbono na atmosfera, tornando-os mais facilmente adaptáveis.

Roberto Pereira destacou ainda que ambientes de conflito e condições pós-desastres naturais são ambientes férteis para pragas de moscas e mosquitos.

Para os mosquitos, que precisam de água para se reproduzirem, após enchentes há muito terreno para aproveitarem, enquanto no caso das moscas, os produtos alimentares, animais usados para pecuária e outros marcos da atividade humana lhes dão muita matéria a apodrecer para se servirem.

"Explosões populacionais destes insetos aumentam com extremos meteorológicos", afirmou.

Dirigindo-se aos representantes da indústria do controlo de pragas, afirmou que devem optar por métodos ecologicamente seguros, produtos naturais.

No encontro, a Direção-Geral de Saúde afirmou que já está a funcionar um grupo de trabalho para regulamentar o setor, que em Portugal funciona com base em diretivas europeias, mas que falta ter regras pensadas para as condições de armazenamento e formação, entre outras prioridades.

Presidente
A presidente da Autoridade do Medicamento reconhece que o anúncio de deslocalização do Infarmed para o Porto causou um...

“Os profissionais do Infarmed são extraordinários, responderam com muita resiliência a este processo”, afirmou Maria do Céu Machado aos deputados da comissão parlamentar de Saúde, lembrando que os colaboradores estão há seis meses sem saber como vai ser o seu futuro.

“É muito tempo para quem tem de resolver a sua vida e não sabe o que vai acontecer”, admitiu.

Dentro de três semanas será apresentado o relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar o impacto e os cenários de deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto.

“Houve um grande sobressalto inicial e agora estamos em sobressalto outra vez”, reconhece a presidente do Infarmed.

Quando a deslocalização foi anunciada, Maria do Céu Machado afirma ter havido uma “fase de grande destabilização”, com vários trabalhadores a terem até pedido para sair.

“Mas os colaboradores são muito profissionais. Chegámos ao fim do ano com aprovação do número recorde de medicamentos inovadores em relação a anos anteriores”, exemplificou.

Esse impacto inicial depois foi sendo diluído, referiu a responsável, que adiantou aos deputados que foi até possível evitar a saída de alguns profissionais, que manifestavam desejo de ir para outras instituições, dada a instabilidade gerada pelo anúncio da deslocalização para o Porto.

“Temos conseguido segurar algumas pessoas, temos conseguido que as pessoas esperem”, indicou, adiantando que, a três semanas de se conhecerem as decisões do grupo de trabalho nomeado pelo Governo, volta a haver novamente sobressalto.

A presidente da Autoridade do Medicamento foi hoje ouvida na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PSD, sobre notícias que davam conta de que o grupo de trabalho que estuda a deslocalização do instituo para o Porto considerava que estavam a ser criados obstáculos ao seu trabalho.

A deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto foi anunciada em novembro do ano passado pelo ministro da Saúde, tendo sido recebida com surpresa e desagrado pelos trabalhadores do instituto.

O anúncio foi feito depois de se saber que a candidatura do Porto a receber a sede da Agência Europeia do Medicamento não tinha sido vencedora.

Em dezembro de 2017, o ministro da Saúde criou um grupo de trabalho para avaliar esta deslocalização.

 

Comissão parlamentar de Saúde
O Infarmed recusou hoje ter criado qualquer obstáculo ao grupo de trabalho que estuda a deslocalização do organismo para o...

A presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed) foi hoje ouvida na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PSD, sobre notícias que davam conta de que o grupo de trabalho que estuda a deslocalização do instituto para o Porto considerava que estavam a ser criados obstáculos ao seu trabalho.

Maria do Céu Machado distribuiu aos deputados uma cópia do registo de todas as datas de pedidos de informação feitos pelo grupo de trabalho ao Infarmed e as datas do envio de respostas.

Segundo a responsável, grande parte dos pedidos levou “dois ou três dias” a ser respondido e outra parte demorou no máximo uma semana.

A presidente do Infarmed reconheceu que os pedidos de informação feitos pelo grupo de trabalho representam um esforço acrescido para os trabalhadores do Infarmed, que muitas vezes têm de cumprir trabalho extraordinário.

Ao todo foram feitos 59 pedidos entre dezembro de 2017 e maio deste ano e a todos eles o Infarmed respondeu.

“Um dos pedidos levava a que numa direção tivéssemos de tirar sete pessoas durante sete dias para trabalhar só no pedido que foi feito”, exemplificou.

Para Maria do Céu Machado, a colaboração com o grupo que avalia os cenários de deslocalização do Infarmed “representa muito trabalho da parte dos profissionais” do instituto.

“Os trabalhadores respondem atempadamente, em horas extra, e mantendo o seu trabalho”, afirmou, indicando que graças ao esforço dos profissionais o trabalho diário e normal do Infarmed não tem sido prejudicado.

Quanto a alegações de obstáculos por parte do Infarmed, Maria do Céu Machado insistiu que não as reconhece, mas admite ter havido algum desconforto quanto à entrada de uma entidade externa que está a fazer, para o grupo de trabalho, uma avaliação sobre o Infarmed.

Isto porque elementos dessa entidade externa – a Porto Business School – foram pedindo para ver processos específicos que envolviam dados confidenciais e processos com informações vulneráveis, incluindo aspetos negociais.

Segundo Maria do Céu Machado, foi pedido então aos elementos dessa entidade externa que assinassem um documento de confidencialidade, tendo havido recusa numa primeira fase.

A razão invocada para a recusa por parte dessa entidade externa prendia-se com o facto de ter sido assinado um contrato com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde onde a confidencialidade já estaria incluída.

“Mas o compromisso não era com o Infarmed”, sublinha Maria do Céu Machado, contando que juristas do Ministério da Saúde acabaram por concordar com a leitura do organismo, levando depois a que essas declarações de confidencialidade acabassem por ser assinadas.

A presidente justifica que se tratam de “processos sensíveis” e que até “podiam prejudicar o país”.

“Alguma má fé acabou por passar para o nosso lado, mas do nosso lado não havia má fé”, afirmou a responsável.

Maria do Céu Machado confirmou ainda aos deputados que o grupo de trabalho distribuiu aos trabalhadores do Infarmed dois inquéritos que não garantiam a confidencialidade das respostas. Além disso, pelo menos num dos inquéritos, as respostas até acabavam por poder ser editadas e modificadas por terceiros depois de dadas.

A presidente do Infarmed reconheceu também que a entrada de uma equipa externa a avaliar o Infarmed a pedido do grupo de trabalho criou algum desconforto, sobretudo no que se refere ao objetivo.

Maria do Céu Machado recordou que recentemente o Infarmed foi auditado por um grupo da Autoridade Europeia do Medicamento, tendo recebido uma boa apreciação.

A deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto foi anunciada em novembro do ano passado pelo ministro da Saúde, tendo sido recebida com surpresa e desagrado pelos trabalhadores do instituto.

O anúncio foi feito depois de se saber que a candidatura do Porto a receber a sede da Agência Europeia do Medicamento não tinha sido vencedora.

Conclusões do 24º Congresso Nacional de Medicina Interna
O envolvimento do internista na gestão hospitalar, as inovações em saúde e a preocupação com a questão social foram os temas em...

“Este foi um evento de elevado nível científico e um sucesso”, não só em quantidade, mas sobretudo na qualidade do que foi debatido, garante Estevão de Pape, presidente do encontro, que salienta um dos temas em destaque: as alternativas ao internamento convencional. Com direito a mesa redonda, foram dadas a conhecer as experiências desenvolvidas no Hospital Garcia de Orta, com um projeto de hospitalização domiciliária, e na ULS do Litoral Alentejano, alternativas que, considera Estevão de Pape, são já uma aposta de futuro.

Tendo em conta que as limitações ao internamento são um problema da maioria dos sistemas de saúde públicos, resultado do aumento do número de doentes crónicos e com multimorbilidades, o especialista partilha que o Hospital Garcia de Orta foi o primeiro, no País, a ter um internamento domiciliário inserido no serviço de Medicina Interna, uma experiência “muito positiva e bem-sucedida”. E que pode, no futuro, servir de exemplo para outras. “Se tivermos 100 camas neste sistema, temos um hospital inteiro em casa”, salienta, reforçando tratar-se de uma alternativa “que não é só para o doente agudo, mas também para o doente pós-cirurgia”, mas que apenas é concretizável “com uma ligação à Medicina Geral e Familiar”.

A Medicina de Precisão foi outro dos temas em destaque, pela voz de Francisco Araújo, que deixou antever as possibilidades que este conceito permite, mas também os desafios a ele associados. O co-coordenador do serviço de Medicina Interna do Hospital Beatriz Ângelo realçou que a assinatura genética de cada indivíduo possibilita que se escolha a terapêutica mais eficaz para cada doente e se mitiguem os efeitos secundários, mesmo já na área cardiovascular ou da diabetes.

Segundo Francisco Araújo, a genética é um dos pilares deste conceito, permitindo a simplificação de técnicas de diagnóstico e tratamento. Mas acrescenta que é também a partir deste campo que se levantam as principais dúvidas e dilemas quanto a este admirável Mundo Novo. A necessidade gigantesca de armazenamento de dados que comporta, que tornam possível estudar populações e aspetos nunca antes analisados, com vantagens incalculáveis, tem custos. “Como é que isto vai ser feito? Quem vai pagá-lo? Tenho hoje mais dúvidas do que certezas… é muita informação e não sei o que podemos fazer a esta onda de dados”, ressalva.

Um congresso “100 margens”, que mereceu um cumprimento por parte do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa não teve oportunidade de estar presente mas, em vídeo, agradeceu o papel e a missão dos médicos e salientou a importância do tema. Porque, como disse, “não há margens para a reflexão”.

Comissão do Meio Ambiente
Os planos para reduzir o uso de antibióticos nas produções de carne, de modo a manter as bactérias resistentes afastadas dos...

Os eurodeputados chegaram ontem a acordo sobre os planos para reduzir o uso de antibióticos na pecuária, de forma a manter as bactérias resistentes aos medicamentos fora dos alimentos humanos, revela o Parlamento Europeu em comunicado. Os planos foram informalmente acordados e serão submetido a votação na Comissão do Meio Ambiente durante a reunião de 20 a 21 de junho, escreve a Mood.

Assim, os medicamentos veterinários não devem em circunstância alguma servir para melhorar o desempenho ou compensar a pecuária de baixa qualidade, diz a nova lei. Limita-se o uso profilático de antimicrobianos – ou seja, como medida preventiva, na ausência de sinais clínicos de infeção – que deverá somente ser usado quando plenamente justificado por um veterinário nos casos em que exista um alto risco de infeção com consequências graves.

A utilização metafiláctica – isto é, o tratamento de um grupo de animais quando mostram sinais de infecção – deve acontecer apenas quando não existe alternativa apropriada e após o diagnóstico e justificação de um veterinário. «Este é um passo importante para a saúde pública. De facto, além dos agricultores ou donos de animais, o uso de medicamentos veterinários diz respeito a todos nós, porque tem um impacto direto no nosso meio ambiente e na nossa alimentação, enfim, na nossa saúde», afirmou Françoise Grossetête, porta-voz do PPE francês.

Assim, «graças a essa lei, poderemos reduzir o consumo de antibióticos nas produções de gado, uma importante fonte de resistência que é então transmitida aos seres humanos. A resistência aos antibióticos é uma verdadeira espada de Dâmocles, que ameaça enviar o nosso sistema de saúde de volta à Idade Média», acrescentou.

Vão ser também tomadas medidas para incentivar a inovação, bem como obrigados a que os alimentos importados respeitem as normas da União Europeia. «Esta é uma vitória do Parlamento Europeu. Por exemplo, os nossos parceiros comerciais que querem continuar a exportar para a Europa também terão de se abster de usar antibióticos como promotores de crescimento», afirmou Grossetête.

Para ajudar a combater a resistência antimicrobiana, a lei capacita a Comissão Europeia a designar os antimicrobianos que devem ser reservados para o tratamento humano. O Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC) recentemente alertou que as bactérias em humanos, alimentos e animais continuam a mostrar resistência aos antimicrobianos mais amplamente utilizados. Os cientistas dizem que a resistência à ciprofloxacina, um antimicrobiano que é extremamente importante para o tratamento de infeções humanas, é muito alta em Campylobacter, reduzindo assim as opções para o tratamento eficaz de infeções graves transmitidas por alimentos. As bactérias Salmonella resistentes a múltiplas drogas continuam a espalhar-se pela Europa, informa o comunicado divulgado.

Estudo
Portugal perde anualmente 8,2% de vendas diretas em 13 setores económicos devido à contrafação, cerca de 1.000 milhões de euros...

Nos últimos cinco anos, o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) tem monitorizado o custo económico da contrafação em setores reconhecidamente vulneráveis a violações dos direitos de propriedade intelectual.

"O relatório estima que, devido à presença de contração, os 13 setores [económicos fundamentais] perdem anualmente 8,2% de vendas diretas em Portugal", o que "equivale a aproximadamente 1.000 milhões de euros, ou 98 euros por habitante português por ano", segundo o estudo.

Os 13 setores que foram objeto de análise, escreve o Sapo, são produtos cosméticos e produtos de cuidados pessoais; vestuário, calçado e acessórios; artigos de desporto; brinquedos e jogos; artigos de joalharia e relojoaria; malas de mão e de viagem; indústria discográfica; bebidas espirituosas e vinhos; produtos farmacêuticos; pesticidas; 'smartphones'; e baterias e pneus.

"Uma vez que os fabricantes legítimos produzem menos do que fariam na ausência de contrafação, empregando assim menos trabalhadores, verifica-se também uma perda direta de 434.000 postos de trabalho nesses setores", acrescenta.

Os dados apontam que as perdas anuais diretas sofridas por esses setores devido a produtos falsificados no mercado atingem os 60 mil milhões de euros, ou seja, 7,5% das vendas.

"As perdas acumuladas são equivalentes a 116 euros por cidadão da UE por ano", acrescenta o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia.

Estes dados fazem parte de “um ciclo de trabalho de investigação realizado pelo EUIPO ao longo dos últimos cinco anos, tendo sido publicados num único relatório pela primeira vez", adianta.

"Graças aos nossos relatórios e estudos dos últimos cinco anos dispomos agora, pela primeira vez, de um quadro completo sobre o impacto económico da contrafação e da pirataria na economia e na criação de emprego na UE, bem como informações sobre a forma como os direitos de propriedade intelectual são violados", afirma o diretor executivo do EUIPO, António Campinos, citado no comunicado.

"Através dos nossos estudos demonstrámos também o contributo positivo da propriedade intelectual para o emprego e o crescimento. Com o nosso trabalho pretendemos dissipar quaisquer dúvidas no espírito dos decisores políticos e dos cidadãos sobre o valor da propriedade de intelectual e sobre os danos resultantes da sua violação", conclui o responsável.

Canadá
Um novo estudo publicado na “Journal of the American College of Cardiology” demonstrou que a maioria dos suplementos...

Um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Toronto, no Canadá, frisa que a toma de suplementação vitamínica não exerce qualquer benefício consistente na prevenção de doenças cardiovasculares, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) ou morte prematura.

"Ficámos surpreendidos ao descobrir tão poucos efeitos positivos", comentou David Jenkins, principal autor do estudo.

Os suplementos vitamínicos e minerais são amplamente vendidos como essenciais, especialmente para as pessoas que têm uma rotina agitada e pouco saudável, escreve o Sapo.

Mas os cientistas do Hospital Saint Michael e da Universidade de Toronto, ambos no Canadá, revelaram que os suplementos multivitamínicos com vitamina C – usualmente associada ao combate a gripes e resfriados – e vitamina D – importante para manter o equilíbrio mineral do corpo -, assim como os suplementos de cálcio – conhecidos por melhorar a saúde óssea – não prejudicam a saúde, mas também não trazem nenhum benefício na prevenção de doenças.

Por outro lado, o estudo demonstrou que a niacina, uma forma de vitamina B3, e os antioxidantes estão associados a um maior risco de morte por qualquer causa.

Efeito tóxico
Os cientistas comentaram que esses riscos, embora pequenos, podem estar relacionados com os efeitos secundários da niacina nos níveis de açúcar no sangue. No caso dos antioxidantes, grandes quantidades destes pode ter um efeito tóxico no organismo.

Segundo os investigadores, apenas o ácido fólico isoladamente e a toma de vitamina B demonstraram reduzir a incidência de doenças cardiovasculares e AVC.

"Essas descobertas sugerem que as pessoas devem estar conscientes dos suplementos que estão a tomar e garantir que elas sejam aplicáveis às deficiências específicas de vitaminas ou minerais que foram aconselhadas pelos profissionais de saúde", comentou Jenkins.

"Até agora, nenhum estudo sobre suplementos mostrou algo melhor do que a ingestão de porções saudáveis de alimentos vegetais pouco processados, como vegetais, frutas e nozes", concluem os autores do estudo.

Sigma Theta Tau International
O professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, João Alves Apóstolo, recebeu, ontem, em Cambridge (Inglaterra), o...

O prémio, que vem reconhecer o mérito do investigador da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) no contributo para o desenvolvimento da Enfermagem na Europa, foi entregue pelo mayor da cidade de Cambridge, Nigel Gawthrope, e pela coordenadora europeia da Sigma, Marie-Louise Luiking, durante o primeiro dia da 4ª Conferência Bienal Europeia da STTI. O evento decorre até amanhã no campus de Cambridge da Anglia Ruskin University.

Além de João Apóstolo, primeiro docente do ensino superior em Portugal com o título académico de agregado no ramo do conhecimento em Ciências de Enfermagem e vice-presidente do Capítulo Phi Xi da STTI (acolhido pela ESEnfC), também Inger Hekman (Universidade de Gotemburgo, Suécia) foi distinguida este ano com aquele galardão.

No evento desta prestigiada sociedade honorífica, onde estão presentes mais de 300 pessoas de 29 países, participam ainda as professoras Maria de Lurdes Lomba e Ana Filipa Cardoso, que presidem, respetivamente, ao Capítulo Phi Xi e ao seu Conselho Fiscal.

Os membros do Capítulo Phi Xi presentes em Cambridge estão a participar em reuniões de trabalho dos comités que representam: Sigma’s European Regional Meetings, Sigma European Membership Involvement Taskforce e Sigma European Research Group. São também responsáveis pela apresentação de três comunicações orais e de uma em formato de póster.

Com sede nos Estados Unidos da América, a STTI é uma sociedade honorífica de Enfermagem que desenvolve atividades com vista à melhoria da saúde das populações, através do desenvolvimento científico da prática de Enfermagem.

O Capítulo Phi Xi, acolhido pela ESEnfC, foi formalmente constituído em setembro de 2011, sendo composto por enfermeiros que se distinguem pela excelência na área clínica, na educação, na investigação e/ou na liderança em Enfermagem de instituições de saúde e ensino nacionais e internacionais.

Relatório revela
Cada cidadão em Portugal continental produziu 1,32 quilogramas de resíduos por dia em 2017, totalizando 4,75 milhões de...

O Relatório do Estado do Ambiente (REA), que será hoje apresentado, indica que do total de resíduos urbanos recolhidos, 83,5% tiveram origem em recolha indiferenciada.

No ano passado, segundo o Sapo, a deposição de resíduos urbanos biodegradáveis em aterro aumentou para 43%, mais dois pontos percentuais que em 2016.

"Este aumento, alinhado com o crescimento do consumo, não foi acompanhado por um acréscimo da recolha diferenciada", segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que elaborou o documento.

Os dados provisórios para 2017 apontam para um aumento de 21% no total dos rendimentos provenientes do ecovalor (valor pago pelos fabricantes para tratamento de resíduos), para cerca de 101 milhões de euros.

Este comportamento deve-se "à entrada em vigor de uma nova geração de licenças para os sistemas de fluxos específicos de resíduos que atribuem às entidades gestoras obrigações acrescidas no sentido do aumento da transparência de gestão, bem como à diminuição do valor de retoma de vários materiais", explica a APA.

A quantidade de produtos colocada no mercado diminuiu, situando-se em 1,3 milhões de toneladas, menos 20,6% que em 2016.

O REA refere ainda que os produtores e importadores pagaram, em média, no ano de 2017, cerca de 76 euros por tonelada de produto colocado no mercado.

Os valores mais afastados da média dizem respeito ao fluxo dos pneus usados (142 euros por tonelada) e dos veículos em fim de vida (um euro por tonelada).

Em 2017
A qualidade do ar em 2017 foi semelhante à do ano anterior, apesar dos incêndios florestais, que libertam partículas para a...

No que respeita à qualidade do ar, "2017 foi muito semelhante a 2016, sabendo nós que 2017 teve um risco muito maior de pioria da qualidade do ar que resulta dos incêndios e das partículas que se espalham na atmosfera", referiu João Matos Fernandes.

O responsável respondia a questões dos jornalistas à margem da sessão de apresentação do Relatório do Estado do Ambiente (REA) de 2017, que reúne 51 indicadores, dos quais 28 são dados novos, uma iniciativa que se integra nos eventos do Dia Mundial do Ambiente, hoje assinalado.

Segundo o REA, escreve o Sapo, no ano passado, a classe predominante do Índice de Qualidade do Ar (IQAr) foi 'Bom', mas verificou-se uma redução na percentagem de dias com classificação 'Muito Bom' e 'Bom', com menos 4% na comparação com 2016.

Mais dias com ar fraco e mau
Em 2017, ocorreu um ligeiro acréscimo, de cerca de 1%, na percentagem de dias com qualidade 'Fraco' e 'Mau'.

As emissões atmosféricas "cresceram e não podiam deixar de crescer", já que foi um ano de seca, e a produção de energia a partir de energias renováveis diminuiu, por isso, "era inevitável que se utilizassem outras fontes de energia" para obter eletricidade, apontou o governante.

"Infelizmente não foram renováveis, nem podiam ser, porque no lado da energia solar temos ainda muito para crescer e vamos crescer mesmo nos próximos anos", defendeu João Matos Fernandes.

Para compensar a redução na eletricidade produzida através de fontes renováveis, foi necessário recorrer mais às centrais termoelétricas, a carvão, responsáveis pela emissão de gases com efeito de estufa.

Tratou-se de uma "opção clara" do Governo assumida "em absoluto": havendo pouca água, foi necessário fazer escolhas e a prioridade foi dada ao consumo humano, por isso, registou-se uma redução da capacidade de produção de energia a partir das barragens.

O ministro salientou que, em março, "Portugal pode orgulhar-se de ter produzido mais energia elétrica a partir de fontes renováveis do que aquela que consumiu durante esse mês".

No seu discurso, durante a sessão de abertura da apresentação do REA, referiu alguns exemplos de áreas do Ambiente com dados positivos, como o registo de veículos elétricos, o número de praias com boa qualidade da água (98% com aceitável ou superior), ou o acréscimo de visitantes nas áreas protegidas.

O REA descreve que foram registados 8.004 veículos elétricos, representando um acréscimo de 65% na comparação com 2016, dos quais 63,9% correspondem a veículos ligeiros de passageiros e mercadorias, 16,8% a triciclos e quadriciclos, 13,2% a ciclomotores, 5,8% a motociclos, e apenas 0,3% a veículos pesados de passageiros e mercadorias.

As áreas protegidas receberam mais visitas em 2017, com um crescimento de 23% na comparação com o ano anterior, atingindo quase 421 mil.

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