Estudo
Cientistas descobriram que a axolote, uma espécie de salamandra originária do México em perigo de extinção, partilha muitas...

Para os investigadores da universidade norte-americana do Minnesota que conduziram o estudo, a descoberta pode perspetivar novos alvos terapêuticos para tratar lesões na medula espinal ou doenças neurodegenerativas.

Ao contrário das pessoas, que "têm uma capacidade muito limitada" para regenerar tecidos, algumas espécies de animais como a salamandra mexicana, ou axolote, possuem "a notável capacidade para regenerar os membros, o tecido cardíaco e, até mesmo, a medula espinal após lesão", segundo a coordenadora do estudo, Karen Echeverri.

Apesar da diferença de resposta a uma lesão que existe entre os humanos e a axolote, ambos partilham muitos dos mesmos genes, sustenta a especialista em genética e biologia celular, que vai apresentar os resultados da investigação no encontro anual "Experimental Biology" (Biologia Experimental), que decorre até quarta-feira em San Diego, nos Estados Unidos.

Nativa de lagos perto da Cidade do México, a axolote ou salamandra mexicana, contrariamente à maioria dos anfíbios, não completa a metamorfose, pelo que tem o aspeto de uma larva mesmo no estado adulto.

A equipa de Karen Echeverri descobriu que uma proteína, a c-Fos, é essencial para a salamandra mexicana reparar lesões nas células nervosas.

A mesma proteína, que afeta a expressão génica (processo pelo qual a informação hereditária contida num gene, como a sequência de ADN, é processada), existe nos humanos e funciona neles em conjunto com outras proteínas.

Quando uma salamandra mexicana sofre uma lesão na medula espinal, as células da glia (células auxiliares do sistema nervoso central que 'alimentam' as células principais, os neurónios) reposicionam-se para reconstruir as conexões entre as terminações nervosas e reparar a medula espinal.

Em contrapartida, nas pessoas com o mesmo tipo de lesão as células da glia formam tecido cicatricial que impede os neurónios de se ligarem.

Visão Fest
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou ontem, em Lisboa, que "houve uma paragem do investimento na...

O Chefe de Estado falava no Parque Mayer, durante uma sessão de perguntas de cinco jovens de 25 anos, realizada no âmbito da festa dos 25 anos da revista Visão, na qual falou de vários assuntos relativos ao país, desde o desemprego jovem, a "missão" de Presidente da República, e o momento atual de crescimento económico, mas ainda de "ressaca da crise".

"Ao longo das várias crises, houve um sacrifício nos sistemas sociais e na saúde, e as estruturas do Serviço Nacional de Saúde envelheceram, mas a procura aumentou", diagnosticou o presidente, assinalando o envelhecimento da população e o paralelo aumento das doenças crónicas.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou ainda que "as necessidades [nesta área] multiplicaram-se, foi crescendo uma realidade paralela no privado, e foi havendo retoques no Serviço Nacional de Saúde".

Na opinião do Presidente, "nunca de fez um debate efetivo sobre essa matéria, nomeadamente a saída de médicos para o privado, o papel do setor social, que se dirigiu muito para os cuidados continuados, e foi havendo retoques na Serviço Nacional de Saúde".

Sobre a situação económica do país, "não é carne nem é peixe" porque Portugal "está no meio da ponte, e tem de sair", disse aos cinco jovens de 25 anos que se encontravam sentados à sua volta no palco do Capitólio, frente a uma assistência de centenas de pessoas.

Perante questões de Daniel, um jovem bombeiro que recordou a tragédia dos incêndios que assolaram o país, no ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "o Governo está a levar isso muito a sério, e é fácil haver consenso nacional".

"Vamos ver se agora se criam condições para investimento e fixação", comentou ainda o Presidente.

Sobre uma das grandes preocupações dos jovens - a dificuldade em conseguir emprego - Marcelo Rebelo de Sousa disse que compreendia a situação, e que a juventude vive atualmente um tempo "muito mais acelerado, com muito mais hipóteses e gerações com mais cultura".

"No meu tempo, não era assim: uma minoria chegava à universidade e trabalhava-se muitos anos no mesmo emprego. Hoje uma minoria começa a trabalhar", disse, comentando que os jovens "vão ser milhares de coisas que nem imaginam".

Marcelo disse que, se pudesse escolher o tempo para viver os seus 25 anos, escolheria vivê-los agora: "Vocês têm razões de queixa, entraram na vida ativa na ressaca da crise, mas vivem em liberdade", comentou, recordando que, no entanto, nunca desejaria perder da Revolução do 25 de abril.

"Espero que daqui a 25 anos Portugal tenha um crescimento sustentado, duradouro, e com emprego. Temos de admitir que com o país correu melhor do que se temia [devido à crise], mas ainda se vive durante muito tempo no ciclo da crise. Demora a mudar", opinou.

No âmbito do Visão Fest, a revista reuniu, durante o fim de semana, leitores, jornalistas, colaboradores e amigos num festival com conversas, debates, performances, exposições e concertos.

Administração Regional de Saúde do Norte
Mais de sete mil mulheres foram abrangidas em 20 anos pelo Programa Autoestima, que apoia trabalhadores do sexo e que em 2017...

O Autoestima, cujo 20.º aniversário foi celebrado este fim de semana na Casa das Artes, no Porto, atua em diversos concelhos dos distritos do Porto, de Braga e de Viana do Castelo.

O programa tem como população alvo trabalhadores de sexo - homens e mulheres – e a sua intervenção tem como objetivo “aumentar o nível de saúde” deste grupo alvo de pessoas, “protegendo-o de infeções sexualmente transmissíveis”.

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) afirma que, desde que foi criado, o Autoestima conheceu já 7.044 mulheres, 282 das quais durante o ano passado.

Em toda a sua área de atuação, a ARS-N estabeleceu no ano passado 3.052 contactos e realizou 344 consultas, das quais 75 foram “primeiras consultas médicas”.

Os dados de 2017 indicam também que nos centros de aconselhamento do programa foram registados 979 contactos com enfermagem e 989 contactos com o serviço social.

No total, em 2017, acrescenta a ARS-N, foram distribuídos 112.774 preservativos masculinos, 18.657 preservativos extra forte e 3.263 preservativos femininos, bem como 16.652 lubrificantes.

“Para além do acompanhamento regular nos locais de permanência [destes trabalhadores, designadamente na rua, mas também no interior] e, consequentemente, da distribuição de preservativos, a equipa garante apoio médico, de enfermagem, social e psicológico”, destaca a ARS-N.

De acordo com informação disponível na página da internet do Autoestima, este programa de saúde “tem como parceiros fundadores o Instituto da Droga e da Toxicodependência e a Câmara de Matosinhos, sendo cofinanciado pela Comissão Europeia”.

“Aumentar o nível de saúde dos trabalhadores do sexo, protegendo-os do risco de infeção pelo VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis, aumentar o nível de conhecimentos sobre IST/VIH e sobre medidas de prevenção, promover a utilização de preservativos, diagnosticar e tratar precocemente IST, cancro do colo do útero e da mama, aumentar as taxas de cobertura das vacinas do tétano e hepatite B e, entre outros, criar e manter uma base de dados epidemiológica”, são objetivos estabelecidos.

É através de unidades móveis que os técnicos do departamento de saúde pública da ARS-N estabelecem contactos de proximidade com o público alvo.

Prémio Príncipe da Beira 2017
O Prémio Príncipe da Beira 2017 foi entregue na sexta-feira, em Guimarães, à investigadora Sílvia Vieira por um "processo...

"A nossa ideia é pegar nas células que produzem a insulina, tentar protege-las para depois colocá-las no doente com uma fonte de insulina que está sempre presente no organismo", simplificou a investigadora à margem da entrega do galardão, pelas mãos de Afonso de Bragança, Príncipe da Beira, título conferido em 1734 ao primogénito do herdeiro presuntivo da Coroa de Portugal.

O prémio Príncipe da Beira, instituído pela Fundação Dom Manuel II, pela Universidade do Minho e pelo Município de Guimarães e que tem um valor de 15 mil euros premeia anualmente a excelência da investigação e pretende contribuir para abrir novos caminhos na investigação aplicada e ética no domínio das ciências biomédicas.

Pretende também colaborar para o desenvolvimento de terapias avançadas e impulsionar o desenvolvimento de uma nova geração de investigadores com formação focada naquela área científica.

"Além do estímulo de ver no nosso trabalho distinguido será uma grande ajuda, desde a aquisição de reagentes, formações para ter acesso a equipamentos, visitas a outros laboratórios. Será, sem dúvida, uma ajuda enorme", destacou a galardoada.

O trabalho de Sílvia Vieira, "está em andamento mas será aprofundados nos Estados Unidos da América de forma a passar para ensaios clínicos mais aprofundados", segundo explicou a cientista.

"O projeto premiado visa criar um dispositivo para tratamento da diabetes tipo 1. O método consiste no encapsulamento das células produtoras de insulina num hidrogel de origem natural, que posteriormente são colocadas em invólucros que promovem a vascularização do dispositivo. Este é um processo bastante inovador, uma vez que permitirá o rápido tratamento da diabetes, diminuindo os efeitos secundários para o doente", explicou a organização do evento.

Além de Sílvia Araújo, num total de 16 candidaturas, foram distinguidos com a Menção Honrosa PPB 2017 o investigador Diogo M. P. Libânio Monteiro, com um trabalho sobre a população microbiana do cólon.

Na terceira posição ficou Maria Elena Monzón Manzano, com um trabalho sobre problemas cardiovasculares em doentes com lupus eritematoso.

O júri do prémio incluiu personalidades e cientistas, como Manuel Braga da Cruz, Rui L. Reis, Miguel Oliveira, Adalberto Neiva de Oliveira, Adelina Paula Pinto e António Ferreira.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde assinou um instrumento de cooperação com o Fundo Global de Combate ao VIH, Tuberculose e Malária para...

Com o documento, Portugal compromete-se "na identificação de especialistas que colaborarão com o Fundo Global nos países lusófonos, com o intuito de fortalecer mais eficazmente a contribuição" daquela instituição para o combate ao VIH/Sida, tuberculose e malária, refere a organização do encontro regional da Cimeira Mundial da Saúde, que decorreu em Coimbra, entre quinta-feira e sexta-feira.

Também no âmbito do encontro regional em Coimbra, foi assinada uma adenda ao protocolo de colaboração entre os ministérios da Saúde de Portugal e Cabo Verde, com vista à criação de um plano operacional para o período 2018-2020.

Em nota de imprensa, a organização explicou que o plano operacional deverá reestruturar e atualizar a cooperação nas áreas da "saúde materno-infantil, telemedicina, oncologia, saúde pública e investigação, cuidados nefrológicos, transplante e segurança transfusional, cardiologia, cuidados intensivos, ortopedia e farmácia".

O encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, que começou na quinta-feira, reúne mais de 700 peritos, num evento em que o tema central é a saúde global dos países africanos.

Durante a reunião em Coimbra, foram apresentadas comunicações por cerca de 120 oradores de mais de 40 países que abordaram temas como a mortalidade infantil, cuidados de saúde após conflitos armados, doenças infecciosas, alterações climáticas, medicina digital, migração e saúde e acesso a vacinas.

Serviço Nacional de Saúde
A Sociedade Portuguesa de Reumatologia denunciou que as doenças do foro reumatológico estão a ser encaminhadas para as...

Em comunicado, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) afirma que já alertou para esta situação numa carta enviada ao ministro da Saúde, denunciando um problema que considera grave, “não só do ponto de vista ético, mas também jurídico, no que respeita aos cuidados de saúde prestados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

As doenças do foro reumatológico, por exemplo, estarão a ser encaminhadas para as chamadas “consultas de doenças autoimunes”.

“No contexto dessas consultas de doenças autoimunes são tratadas essencialmente patologias cujo acompanhamento deveria ser assegurado por médicos de outras especialidades”, prossegue o comunicado.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia requer “uma atuação célere e eficaz para resolver um grave problema que assola o SNS e que prejudica, não apenas os médicos especialistas que veem as suas funções usurpadas por médicos de Medicina Interna, mas também, e principalmente, quem sofre de patologias autoimunes”.

De acordo com a Sociedade, “no contexto dessas consultas de doenças autoimunes são tratadas essencialmente patologias cujo acompanhamento deveria ser assegurado por médicos de outras especialidades”.

“Várias dessas patologias são do foro reumático, ainda que de etiologia autoimune, designadamente: artrite reumatoide, artrite idiopática juvenil, diversas espondilartropatias – como a espondilite anquilosante, a artrite psoriática e a artrite enteropática –, lúpus eritematoso sistémico, esclerose sistémica progressiva (esclerodermia), síndrome de Sjögren e doença de Behçet”, lê-se na carta enviada a Adalberto Campos Fernandes.

A SPR classifica de “imperativo” o fim das consultas de doenças autoimunes, “pelo menos tal como as mesmas são hoje configuradas em vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde”.

“Tais consultas, sendo asseguradas exclusivamente por médicos especialistas em Medicina Interna, colocam em causa a lógica de diferenciação de saberes que subjaz à medicina contemporânea, comprometendo a saúde dos doentes e os seus direitos mais elementares”, prossegue a SPR.

Oncologia
A médica e investigadora de origem italiana Patrizia Paterlini-Bréchot defende que um teste sanguíneo que permite detetar...

O livro da investigadora, com o título “Matar o Cancro”, chegou este mês às livrarias portuguesas, editado pela Objectiva.

Na obra, Patrizia Paterlini-Bréchot, investigadora na Universidade Paris Descartes, descreve o percurso que levou à descoberta de um teste sanguíneo – denominado ISET – que permite acusar a presença de células tumorais circulantes, “muitas vezes antes de um tumor se tornar detetável”.

Em entrevista, a investigadora explicou que o teste permite identificar células tumorais derivadas de qualquer tipo de cancro sólido, excluindo leucemias e linfomas.

Atualmente, o teste está disponível em França e custa 486 euros, mas a cientista admite que a equipa de investigadores está “a trabalhar para o poder tornar acessível em Portugal, Itália e nos Estados Unidos”.

“O meu maior desejo é que o teste ISET se torne parte integrante de toda a análise sanguínea, como é o caso do hemograma (..). Tal exame de rotina permitirá, por um custo módico, acusar a presença de células tumorais circulantes, muitas vezes antes de um tumor se tornar detetável”, escreve a autora.

O grande objetivo é detetar um cancro antes que consiga criar metástases, momento a partir do qual é “muito difícil neutralizar” o tumor.

“O cancro mata-nos porque lhe damos tempo para o fazer”, escreve a autora na introdução da obra.

Considera crucial o tempo que leva entre o aparecimento do cancro e o momento em que se descobre a sua presença, sublinhando que para “matar o cancro” é preciso “alargar os métodos de deteção precoce”.

Patrizia Paterlini-Bréchot conta que foi em outubro de 2014, após quase 20 anos de trabalho da equipa de investigação, que a equipa de investigadores concluiu ter vencido “uma batalha decisiva”, permitindo que o teste sanguíneo para detetar células tumorais funcionasse.

No Centro Hospitalar Universitário de Nice, foi possível diagnosticar de entre 245 fumadores com broncopatia obstrutiva aqueles que iam desenvolver um tumor “vários anos antes de o cancro do pulmão ser visível numa radiografia ou através de uma TAC”.

Na entrevista, a investigadora diz que são necessários mais recursos e mais aposta na prevenção do cancro, admitindo que a sua equipa “necessita de mais meios para industrializar o teste e diminuir o seu preço”. Esta seria, diz, a única forma de o colocar ao alcance dos serviços de saúde nacionais.

A oncologista coloca como prioridade a prevenção, entendendo que “não serão as terapêuticas aplicadas depois de o cancro se ter difundido que permitirão vencê-lo”.

Depois do cancro se espalhar pelo organismo e produzir metástases, torna-se “muito difícil neutralizá-lo”, refere.

A investigadora lamenta que “o dinheiro privado seja, ainda hoje, mais investido para tentar curar a doença quando já está instalada do que a prevenir o seu aparecimento e a sua difusão”.

Segundo explica, o teste desenvolvido pela sua equipa é “sensível e específico”, não detetando falsos positivos.

Na entrevista, adianta que mais de mil doentes já foram submetidos ao teste em França.

Para a autora, será possível ainda durante este século reduzir dramaticamente a mortalidade por cancro, sendo para isso obrigatória a aposta no diagnóstico precoce.

“O diagnóstico muito precoce é a rota para salvar milhões de vidas”, defende.

Num comentário sobre o trabalho desta investigadora, o diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas disse à Lusa que o teste ISET é “um método de captar células tumorais em circulação e desenhado para o diagnóstico em fases precoces”, sendo uma das múltiplas tecnologias a que os especialistas designam por biopsias líquidas.

“Esta tecnologia é mais uma arma disponível, cujo valor no diagnóstico precoce tem de ser ainda demonstrado. Mas não nos iludamos, este tipo de tecnologias não vai acabar com o cancro”, referiu Nuno Miranda à agência Lusa.

O perito português acrescenta que esta tecnologia tem ainda como desvantagem não permitir localizar o tumor.

Ânimas
A Ânimas, uma associação do Porto que forma cães de assistência a surdos e deficientes motores, vai passar a apoiar também...

"Os pedidos de cães de assistência a crianças portadoras do espetro do autismo (PEA) atingem 30% do volume total de resposta”, disse o secretário-geral da Ânimas - Associação Portuguesa para a Intervenção com Animais de Ajuda Social, Abílio Leite.

Ao contrário dos assistidos surdos e deficientes motores, que "são capazes de verbalizar que querem um cão para os acompanhar diariamente", as crianças com PEA "não têm essa capacidade", pelo que a Ânimas está a promover uma "abordagem diferente, tentando antecipar eventuais problemas", salientou Abílio Leite.

Com "três cães em processo de formação para serem entregues até ao final do verão", as crianças "estão já a ser alvo de intervenções assistidas, feita por terapeutas com os respetivos cães, a fim de avaliar a sua reação à presença e interação com o cão", explicou o responsável da associação.

Vincando que a formação de um cão de assistência "tem uma duração longa e acarreta um investimento por parte da Ânimas de cerca de 20 mil euros", Abílio Leite revelou que os cães são depois "entregues de forma gratuita", num trabalho que "não se extingue nesse ato".

Perante o "risco real” de, "ao fim de uns meses, se verificar que não há melhorias na criança", a Ânimas prefere jogar na antecipação, evitando, dessa forma, "coibir outra família de beneficiar" desse cão.

"Temos de ter a consciência que nem todas as crianças PEA beneficiam com a presença de um cão", argumentou Abílio Leite, informando que "as intervenções assistidas por animais são feitas por uma dupla certificada, constituída por um psicólogo e um cão”.

Entre o período de seleção da família e a fase de acoplamento, essa dupla “irá avaliar se há benefício em ser atribuído o cão, que não implica custos para as famílias", disse.

Responsável pela formação de um dos três cães de assistência para crianças PEA, Abílio Leite disse que "um cão poderá ajudar a desbloquear emoções e à integração no seio dos colegas da escola". Poderá igualmente "permitir que a família se desloque aos mais diversos locais, evitar comportamentos de fuga, eliminar as estereotipias que possam ter e normalizar o sono".

A Ânimas está sediada no Porto e é constituída por uma equipa multidisciplinar que, em regime de voluntariado, trabalha no sentido de proporcionar aos indivíduos com deficiência um recurso habilitador que aumente o seu nível de independência e de autoestima.

 

Até ao fim deste ano
Pelo menos 30% dos utentes dos centros de saúde devem ter a sua atividade física enquanto sinal vital avaliada pelos médicos de...

O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, Pedro Teixeira, explicou que o objetivo é fazer da atividade física um sinal vital, garantindo que esta avaliação, já integrada na aplicação informática dos médicos de família, demora “cerca de 30 segundos”.

Trata-se de perceber qual o nível de atividade física dos portugueses através de perguntas simples, como foi dito pelo responsável na sessão comemorativa do Dia Mundial da Saúde.

O Programa de Promoção da Atividade Física pretende ainda que se passe desta avaliação para o aconselhamento breve e desenvolveu já guias para a atividade física que os médicos de família ou outros profissionais dos centros de saúde podem passar aos utentes, incluindo por email ou telemóvel.

Aliás, segundo Romeu Mendes, coordenador da comissão intersetorial para a Promoção da Atividade Física, foram já emitidas 4.500 guias de atividade física pelos cuidados de saúde primários só entre janeiro e fevereiro deste ano.

“Estes são dados antes mesmo de termos feito a divulgação destas guias. Estamos agora a começar a fazer a divulgação junto das administrações regionais de saúde e este número irá crescer”, referiu à Lusa.

Este ano e no próximo vão ainda ser desenvolvidos projetos-piloto em centros de saúde para consultas de prescrição da atividade física, uma pretensão que o diretor do Programa já tinha anunciado.

As unidades de saúde ainda não estão selecionadas, mas deverão ser entre 10 a 20, sendo que as consultas serão dadas por uma equipa multidisciplinar em que a “dupla chave” será constituída por um médico com pós-graduação em medicina desportiva e um fisiologista do exercício.

Hoje, foi ainda apresentado o “Plano de Ação Nacional para a Atividade Física” que não é um documento com metas ou ações concretas, mas antes um site “onde os portugueses poderão ficar a conhecer iniciativas, projetos, programas e ações promovidas pelas autoridades governamentais, mas também por municípios, empresas, e organizações da sociedade civil”.

O objetivo é tentar que os cidadãos saibam o que existe à disposição perto de sua casa para a prática de atividade física, com o objetivo de “pôr Portugal a mexer”.

O objetivo é que “sirva de fonte de inspiração para os vários setores da sociedade desenvolverem programas que visem igualmente promover a atividade física” e para “dinamizar e incentivar a implementação de projetos em áreas menos exploradas como a mobilidade ativa, o local de trabalho, ou os cuidados de saúde”, segundo os promotores.

Assembleia da República
A Assembleia da República aprovou hoje três recomendações ao Governo para a adoção de medidas na área das doenças raras e da...

Os projetos de resolução em causa foram apresentados pelo CDS-PP, PAN e BE.

A iniciativa do CDS teve a abstenção do PS, PCP e PEV e as propostas do PAN e BE receberam a abstenção do PS e os votos favoráveis das restantes bancadas.

O texto do CDS-PP recomenda a aplicação de medidas na área das doenças raras e da deficiência, promovendo maior apoio e proteção aos portadores de doença rara e deficiência, bem como aos seus cuidadores.

Entre essas medidas, os centristas defendem que os vários Centros de Referência que existem para cada doença rara sejam dotados dos meios humanos e tecnológicos necessários para "o cabal desempenho das suas funções altamente diferenciadas".

Outra das medidas, também defendida pelo partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), é a criação do registo nacional de doenças raras.

No seu projeto de resolução, o PAN propõe, entre outras medidas, que crie "condições que possibilitem o acompanhamento psicológico regular dos portadores de doenças raras e de pessoas com deficiência, bem como dos membros do seu agregado familiar".

O Bloco de Esquerda recomenda ao Governo que seja revista a forma de prescrição de tratamentos para pessoas com doenças raras, removendo limitações de número de tratamentos quando eles são necessários de forma prolongada, e que todas as pessoas diagnosticadas com doença rara acedem a consultas de aconselhamento genético.

Os deputados rejeitaram, contudo, um projeto de resolução do BE para a regulamentação da profissão de aconselhador genético.

Observatório
A entrada de imigrantes melhora os indicadores da saúde em Portugal e não deve ser vista como pressão sobre o Serviço Nacional...

“Precisamos de reequilibrar a nossa estrutura demográfica”, disse Catarina Reis Oliveira, à margem da sua participação na Cimeira Intercalar do World Health Summit (WHS 2018), que termina ao final da tarde.

Os imigrantes, em geral, “vão ser mais cuidadores do que gastadores” e contribuir para reforçar a qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), melhorar a economia e ajudar a inverter a tendência do decréscimo da natalidade no país dos últimos anos.

“Portugal está num contexto demográfico muito frágil”, associado ao envelhecimento da população, “com mais saídas do que entradas” de cidadãos de nacionais ou estrangeiros residentes, devido à recente crise económica, disse a socióloga.

No entanto, num momento em que “o saldo migratório já não está tão negativo como estava”, após a intervenção da ‘troika’ internacional, em 2011, “esta nova pressão” do envelhecimento da sociedade sobre o SNS “precisa de ser reequilibrada”, o que acontecerá com a entrada de mais cidadãos de outros países, designadamente da União Europeia, maioritariamente jovens em idade fértil e com boa saúde.

“Termos maior esperança de vida não significa necessariamente que a esperança de saúde esteja a aumentar”, sublinhou Catarina Reis Oliveira, que interveio no encontro internacional WHS 2018, no Convento de São Francisco, em Coimbra.

No mesmo painel, subordinado ao tema “Migrantes e saúde”, participou a investigadora Natália Gomes, também do Observatório das Migrações.

Catarina Reis Oliveira disse ainda à Lusa que os profissionais de saúde que nos últimos anos vieram trabalhar para Portugal, ao abrigo de acordos com outros países, Cuba e Colômbia, por exemplo, “já estão a contribuir para melhorar” o SNS.

Citando dados do Ministério da Saúde, a especialista salientou que cerca de 1.500 médicos e enfermeiros estrangeiros estão atualmente a prestar serviço em Portugal.

Nove por cento dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde são imigrantes, num país cuja população inclui 4% de estrangeiros.

“Os imigrantes já estão a dar um contributo líquido muito positivo ao SNS”, acentuou Catarina Reis Oliveira.

Em 2016, radicaram-se em Portugal 16 mil pessoas oriundas de outros países, maioritariamente “jovens em idade ativa e fértil”, referiu.

Natália Gomes e a diretora científica do organismo, Catarina Reis Oliveira, são autoras do estudo “Saúde e migrações em números: o caso de Portugal”, tendo-lhes cabido fazer a sua pré-apresentação.

Na versão final, o estudo vai ser divulgado em Lisboa, no dia 18 de maio, no âmbito das comemorações do Dia Mundial dos Médicos de Família.

Sociedade Portuguesa de Alergia e Imunoalergologia Clínica
A Sociedade Portuguesa de Alergia e Imunoalergologia Clínica – SPAIC, aliada à Organização Mundial da Alergia, dedica a Semana...

Durante a Semana Mundial da Alergia 2018, especialistas nesta área partilham informação para o público em geral e para a comunidade médica, tendo como foco o impacto que esta patologia, até agora pouco valorizada, tem na vida dos doentes e na sociedade.

As responsáveis do Grupo de Interesse de Alergia Cutânea da SPAIC, Prof Doutora Cristina Lopes e Dra Marta Neto afirmam: “O diagnóstico, as opções de tratamento, incluindo as novas terapêuticas e a importância do cuidado com a pele, são alguns dos temas que devem ser destacados quando se fala desta doença. É muito importante discutirmos todas estas dimensões do impacto que a Dermatite Atópica (DA) tem na vida dos doentes e seus familiares.”

  • A Dermatite Atópica afeta de forma significativa a qualidade de vida e tem um encargo socioeconómico importante
  • A Dermatite Atópica, também conhecida como Eczema Atópico, é a doença inflamatória crónica cutânea mais comum e é caracterizada por uma pele muito seca que apresenta frequentemente inflamação e um intenso prurido. Quando persiste no adulto tende a ser mais grave
  • Pode afetar todas as idades, mas o início da doença é mais frequente no grupo etário abaixo dos 5 anos de idade
  • A prevalência da Dermatite Atópica na população em geral estima-se que seja de 2-5%, e cerca de 15% nas crianças e adolescentes
  • A Dermatite Atópica está muitas vezes associada a outras patologias alérgicas como a alergia alimentar, rinite polínica, e asma em indivíduos que têm uma hipersensibilidade alérgica, ou atopia”
  • Devido à importância que a alergia pode desempenhar na Dermatite Atópica, é indispensável que seja feito um diagnóstico preciso e que haja seguimento por um alergologista ou dermatologista
Centro Hospitalar Cova da Beira
No âmbito de uma Sessão Clínica do Centro Hospitalar Cova da Beira, realizada ontem, dia 19 de abril, no Auditório do Hospital...

Em destaque no estudo e comunicação apresentada, as seguintes considerações:

- O Défice de Iodo (DI) é a causa mais vulgar de défice cognitivo e atraso mental sendo muito prevalente em Países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Contudo, este problema é de fácil correção desde que haja informação pública adequada.

- Mundialmente há mais do que 2 biliões de pessoas afetadas por este problema sendo 266 milhões crianças em idade escolar.

- Dados que documentam a relação do Défice de Iodo com a baixa produtividade e influência negativa na economia nacional levaram o Congresso do Povo na República Popular da China a aprovar em 1978 legislação que requeria que todo o sal para consumo humano fosse iodado a níveis adequados, sendo este processo custeado pelo próprio, Estado uma vez que se tratava de uma questão de saúde pública com repercussões no desenvolvimento da economia nacional. Em 1995 medidas legislativas semelhantes foram também introduzidas na República da África do Sul.

- O DI está associado com o desenvolvimento de Patologia Nodular da Tiróide, Bócio e uma maior prevalência de Cancro da Tiróide, com maior incidência nos cancros mais agressivos da Tiróide.

- O DI afeta a capacidade reprodutiva das populações.

- A prevalência do DI está relacionada unicamente com os níveis / taxa de ingestão de iodo e não necessariamente com a proximidade do mar.

- Todas as Regiões de Portugal, sem exceção, são deficitárias de Iodo, sendo a região mais severamente deficitária a dos Açores, seguida pela região da Beira Interior.

- Para obviar o Défice de Iodo, a medida mais económica e eficaz, recomendada pela OMS, consiste no uso, para fins alimentares, de sal iodado a níveis adequados. O sal marinho não tem necessariamente níveis adequados de iodo uma vez que a preparação, armazenamento, a humidade, o calor e a exposição ao sol afetam o nível disponível de iodo.

EUA
O processo para a produção de um medicamento feito a partir da planta da marijuana avançou na quinta-feira, com um painel...

Se a agência da segurança alimentar e medicamentosa (FDA, na sigla em inglês) seguir a recomendação do grupo de peritos, o xarope da GW Pharmaceuticals vai ser o primeiro medicamento derivado da planta da canábis a ter a aprovação federal nos EUA.

Os 13 membros do painel da FDA votaram por unanimidade a favor da medicação experimental feita a partir de um químico encontrado na canábis, um que não faz o efeito estupefaciente que a tem caracterizado.

Os peritos apoiaram a droga baseados em três estudos que mostraram que reduz de forma significativa os ataques em crianças com duas formas raras de epilepsia infantil.

“Esta é claramente uma droga de rutura para uma doença terrível”, afirmou um dos membros do painel, John Mendelson, de um instituto de investigação em Baltimore, no Estado de Maryland.

A droga tem riscos potenciais para o fígado, mas os peritos consideraram que os médicos podem controlar os doentes para detetar sinais de perigo.

Os efeitos laterais mais comuns são diarreia, vómitos, cansaço e problemas de sono.

A FDA deve tomar uma decisão até ao final de junho.

A aprovação, a ocorrer, limitaria a droga, designada Epidiolex, a doentes com formas de epilepsia difíceis de tratar.

Mas os médicos podem ter a opção de a receitar para outros usos e a sua utilização também pode suscitar mais investigação farmacêutica e interesse por outros produtos baseados na canábis.

Mais de uma dúzia de Estados norte-americanos autorizam o uso da marijuana para uma série de padecimentos, mas a FDA não a aprovou para qualquer uso médico.

A FDA, contudo, já aprovou versões sintéticas de outros ingredientes da canábis para outros usos médicos.

Vários doentes e pais falaram na reunião sobre os benefícios do Epidiolex. Sam Vogelstein, de 16 anos, disse que chegava a ter 100 ataques por dia antes de se inscrever para o teste do medicamento.

“Acabei de ir à África do Sul durante duas semanas sem os meus pais numa viagem escolar”, afirmou Vogelstein, que vivem em Berkeley, no Estado da Califórnia. “Não seria capaz de o ter feito se não tivesse tentado esta medicação”.

Ainda não é clara a razão pela qual o medicamento reduz os ataques.

O Epidiolex é essencialmente uma versão farmacológica do canabidiol, ou óleo CBD, que vários pais usam há anos para tratar os seus filhos com epilepsia.

O CBD é um dos mais de 100 elementos químicos encontrados na planta da canábis e não contém THC, o ingrediente que dá à marijuana a sua capacidade de alterar a mente do consumidor.

O óleo CBD é vendido na Internet e em lojas de especialidade nos EUA, se bem que o seu estatuto legal não seja claro.

A maior dos produtores assegura que o seu óleo é produzido a partir de cânhamo, uma forma de canábis que contém pouco THC e pode ser legalmente cultivada em vários Estados para a produção de roupa e alimentação, entre outros usos.

A britânica GW Pharmaceuticals declinou fazer comentários sobre o preço do medicamento antes da decisão de aprovação. Os analistas em Wall Street, contudo, estimam que o seu custo pode exceder os 25 mil dólares (20 mil euros) por ano.

Conheça as razões
Infelicidade, mal estar ou falta de envolvimento na relação são alguns dos principais motivos por de

Dirigida a casais com dificuldades no seu relacionamento conjugal, a consulta de crise no relacionamento permite identificar problemas, conduzindo à sua resolução. “Este é um passo significativo para um casal, uma vez que admite que existe infelicidade e que precisa de ajuda exterior para ultrapassar esta dificuldade”, começa por explicar Tânia Silva, psiquiatra responsável pela Consulta de Crise no Relacionamento na Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra.  

Esta consulta, tal como nos explica a especialista, é realizada com ambos os elementos do casal, “num espaço apropriado”, acompanhados por um terapeuta especializado em terapia familiar e sistémica.

“A terapia familiar consiste numa psicoterapia em que toda a família é envolvida no tratamento. Em vez de se concentrar no indivíduo e suas particularidades, os terapeutas familiares consideram que os problemas, em parte, podem ser influenciados pela forma como se relacionam com os seus familiares próximos”, justifica.

No que diz respeito à crise no relacionamento, esta terapia envolve um plano adaptado ao casal onde, ao longo de várias sessões, “são discutidas várias áreas do relacionamento” e são estabelecidos objetivos e planos de ação. No entanto, “uma parte importante do trabalho do casal é feita fora das sessões”, na medida em que o terapeuta, habitualmente, prescreve pequenas tarefas como “trabalho de casa”.

A queixas mais frequentes prendem-se com dificuldades de comunicação – discussões em que rapidamente há trocas desagradáveis de palavras ou argumentos -, falta de envolvimento na relação, “quando os dois vivem uma vida demasiado individual e não se sentem companheiros”, ou com questões relacionadas com a gestão financeira, sexualidade e relações extraconjugais.

“Frequentemente, os casais chegam-nos em situações de disfunção considerável, perto de uma situação de rutura”, adianta Tânia Silva que reforça a necessidade de se estar atento aos primeiros sinais de alerta. “Quando o casal sente que já não consegue comunicar eficazmente é um sinal de que beneficiam de terapia”, afirma.

A verdade é que, muitos dos conflitos existentes entre casais nascem de pequenas “diferenças e quezílias que se vão amplificando, tornando-se grandes problemas que se perpetuam e não são resolvidos”.


"Frequentemente os casais têm medos e angústias relacionadas com o sentimento de incapacidade", revela a psiquiatra Tânia Silva

Apesar de serem sobretudo as mulheres que mais procuram ajuda profissional, são cada vez mais os que estão sensibilizados para os benefícios destes “novos instrumentos psicoterapêuticos” e que investem no seu bem-estar.

Por outro lado, esta terapia pode ser ainda uma preciosa ajuda em caso de divórcio. “Por vezes os casamentos não resultam e o divórcio é a resolução possível, e o que parece ser uma sensação de alívio e libertação, poderá transformar-se numa situação stressante e perturbadora, envolvendo sentimentos de culpa, luto, raiva, insegurança, medo vergonha e ansiedade”, revela a psiquiatra.

Nestes casos, o objetivo do terapeuta passa por ajudar a construir uma perspetiva mais racional do processo de divórcio. “Em termos individuais, é importante reestruturar as expectativas individuais de uma relação futura”, explica.

Em relação ao casal em processo de divórcio, este é “auxiliado na dissolução do casamento de uma forma mais saudável e construtiva, funcionando o terapeuta como mediador, tentando-se alcançar o divórcio com o mínimo de hostilidade e impacto emocional”, esclarece a terapeuta reafirmando a importância desta intervenção sobretudo quando há filhos.

Seja qual for a situação, Tânia Silva deixa alguns conselhos para tempos de crise:

1. Dar e receber. “Numa perspetiva de procurar uma comunicação equilibrada e eficaz, uma regra importante a estabelecer no diálogo entre o casal é respeitar o espaço de cada um para argumentar a sua perspectiva do problema em discussão”.

2. Boa comunicação verbal leva à boa relação sexual. “Uma comunicação eficaz entre o casal, no momento e espaço apropriado, leva a uma relação íntima mais satisfatória.

3. Espaços neutros. “Os locais apropriados para uma discussão equilibrada sobre temas difíceis serão espaços “afetivamente neutros”. Por exemplo, optar por dialogar na sala e não na cama”.

4. Atenção plena. “Quando do casa está em diálogo será importante que ambos se mantenham atentos, fazendo contacto visual, evitando ter uma postura de desinteresse como olhar para a televisão ou telemóvel durante a discussão, ou interrompar o discurso do companheiro”.

5. Disponibilidade. “É necessário ouvir o ponto de vista do companheiro e estar disponível para aceder à sua opinião, e não ter medo de dar a sua própria opinião. A solução poderá estar na conjugação do ponto de vista de ambos”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Abutres
A Liga para a Protecção da Natureza manifestou o apoio a uma recomendação da Assembleia da República que prevê a proibição do...

De acordo com um comunicado da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), esse medicamento (um anti-inflamatório utilizado no gado) contém a substância ativa diclofenac, "fatal para os abutres" e responsável "pelo dramático e abrupto declínio" desta espécie no sub-continente indiano, o "que quase os levou à extinção".

Segundo a organização ambiental, existe atualmente uma proposta da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para comercializar esse fármaco em Portugal a nível pecuário, que, caso seja aprovada pelo Governo, pode colocar em risco as populações de aves necrófagas ameaçadas, como o abutre-preto, o britango, o grifo, a águia-imperial e a águia-real.

Na última semana, a Assembleia da República (AR) aprovou um projeto de resolução, recomendando ao Governo que não autorize a comercialização de medicamentos veterinários com diclofenac.

A LPN informou que, desde 2016, Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) nacionais e internacionais têm alertado as autoridades competentes para os possíveis impactos deste medicamento nas aves necrófagas e apelado ao Governo para que não autorize o seu uso na veterinária.

"De acordo com a ampla informação científica existente, e como referem os alertas anteriormente feitos por diversas organizações nacionais e internacionais, o Diclofenac provoca insuficiência renal aguda nos abutres e também em águias do género Aquila, que culmina na sua morte num curto espaço de tempo", pode ler-se na nota informativa.

A nível nacional existem "várias alternativas a este fármaco, com muito menor impacto, pelo que o tratamento de espécies pecuárias é perfeitamente possível sem recorrer ao uso do diclofenac e de uma forma segura para as aves necrófagas", acrescenta.

O comunicado frisa ainda que, tendo em conta os impactos provados do diclofenac nas aves necrófagas ameaçadas em Portugal, os seus hábitos alimentares e a suas reduzidas populações, a autorização e utilização do mesmo terá um impacto potencialmente devastador nessas espécies e nos ecossistemas onde ocorrem.

Na Índia, "bastou que menos de 1% das carcaças disponíveis para os abutres tivessem sido tratadas com diclofenac para causar a redução das suas populações em mais de 97%", o que levou à proibição do seu uso.

A LPN, em conjunto com outras organizações ambientais, considera que o Governo deve seguir a recomendação da AR, evitando, assim "o consumar de um risco real, iminente e crítico para a conservação das aves necrófagas em Portugal".

A proposta da AR é apoiada pela LPN, pela Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), pela Associação Transumância e Natureza (ATN), pela BirdLife Europe and Central Asia, pelo Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens (FAPAS), pela Palombar - Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, pela Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e pela Vulture Conservation Foundation (VCF).

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, propôs à CPLP a identificação dos recursos especializados na gestão de crises...

A proposta foi apresentada aos titulares das pastas da saúde de Angola, de Cabo Verde e de São Tomé Príncipe e representantes dos ministros da saúde dos restantes países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se reuniram informalmente, ontem em Coimbra, no âmbito do encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde.

“Pretende-se identificar recursos especializados na gestão de crises de saúde pública, através da partilha de recursos e conhecimentos entre os países da CPLP”, afirma uma nota distribuída, pelo Ministério da Saúde de Portugal, após a “reunião informal”.

Essa identificação de recursos, representará “um passo significativo na promoção da coordenação de respostas conjuntas solidárias a situações de emergência”, sustenta.

O ministro Adalberto Campos Fernandes “enviou para o Secretariado Executivo da CPLP a proposta de cooperação técnica”, que deverá circular agora pelos Estados-membros da Comunidade, sendo depois constituído um grupo de trabalho.

Portugal defende, entretanto, que a reestruturação da rede e-PORTUGUESe garanta “um plano de ações estratégicas e um modelo claro e sustentável de governação e financiamento, expandindo a plataforma”.

A rede e-PORTUGUESe é um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para fortalecer a colaboração entre os países de língua portuguesa nas áreas da informação e capacitação de recursos humanos em saúde.

A expansão da rede permitirá “aproximar um conjunto de atores da área da saúde, fortalecer as interações e sinergias com o sistema de ensino superior e introduzir a cooperação do sistema científico e tecnológico, para assegurar a promoção da saúde e conquista de ganhos efetivos em saúde”, sustenta o ministro português.

Organizado pelo consórcio Universidade de Coimbra (UC)/Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que integra a Aliança-M8 [G-8 da saúde], o encontro termina hoje, no Convento São Francisco, em Coimbra.

Governo
O Conselho de Ministros aprovou ontem uma resolução multissetorial para colocar Portugal com um papel mais interventivo na...

"Temos uma posição privilegiada para ser, na área da saúde, uma ponte de cooperação entre a Europa e África. O nosso património histórico e o trabalho todos os dias no terreno com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) deve também servir para que eles possam beneficiar desse contributo, mas também para que a Europa possa beneficiar da própria experiência desses países", disse Adalberto Campos Fernandes.

Falando em Coimbra à margem do encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, o governante salientou que a resolução aprovada pretende "afirmar mais a posição de Portugal no mundo, como um país aberto, que trabalha no contexto da União Europeia".

Adalberto Campos Fernandes disse que Portugal trabalha também "na tecnologia de ponta e nas novas conquistas que a ciência e o conhecimento trazem", num mundo em que "os limites não se esgotam na União Europeia".

"Trabalhamos muito em conjunto com os PALOP e percebemos que hoje a saúde é um problema que ultrapassa as fronteiras, que tem uma dimensão multicontinental que tem implicações não apenas nas questões de saúde individual, mas também da segurança, da economia e do desenvolvimento", frisou.

Segundo o ministro da Saúde, a resolução aprovada passa por "uma abordagem multinacional e multicultural, que considera a saúde como um pilar de transformação das sociedades e, nesse sentido, Portugal deve aproveitar esse património histórico que tem e, sobretudo, a riqueza da experiência com os países africanos".

Neste momento, adiantou, Portugal está a aprofundar com os PALOP "protocolos bilaterais e multilaterais em áreas que vão desde a telemedicina, telessaúde, hemodiálise, à luta contra as doenças transmissivas por vetor, às doenças de transmissão hídrica, também às doenças não transmissíveis".

O ministro Adalberto Campos Fernandes presidiu hoje à sessão de abertura do encontro regional da Cimeira Mundial da Saúde, que decorre até sexta-feira em Coimbra, no Convento São Francisco, reunindo cerca de 700 peritos mundiais de saúde para discutir a saúde global dos países africanos.

O encontro é organizado pelo consórcio Universidade de Coimbra (UC)/Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que integra a Aliança-M8 [G-8 da saúde].

Nestes dois dias, a cimeira vai acolher mais de 20 sessões de trabalho e quatro sessões plenárias relacionadas com a gestão de doenças infecciosas e a governação para a equidade na saúde nos países de baixo e médio rendimento, as oportunidades e desafios na transição da inovação para os cuidados de saúde e a educação biomédica num mundo em mudança, em que participam 120 oradores de mais de 40 países.

A cimeira vai contar com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sexta-feira, na sessão de encerramento.

Portugal está representado desde outubro de 2015 na Aliança M8, considerada o G-8 da saúde, pelo consórcio CHUC e Universidade de Coimbra, sendo uma das cinco academias da União Europeia com presença neste organismo.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global. Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

Estudo
Os Bajau, conhecidos como 'ciganos do mar', têm uma capacidade invulgar de permanecer debaixo de água, que um estudo...

O estudo, publicado na revista científica Cell, mostra que os Bajau, que vivem nos mares do arquipélago indonésio, têm um baço 50% maior do que populações vizinhas.

A importância do baço na capacidade de os humanos poderem manter-se submersos não é nova, mas a relação entre o tamanho desse órgão e a capacidade de mergulho livre nunca tinha sido antes examinada em seres humanos a nível genético.

O baço tem um papel central no prolongamento do tempo de mergulho, porque se contrai quando o corpo é submergido e lança glóbulos vermelhos oxigenados na circulação, produzindo um aumento de até 9% no oxigénio que chega às células.

O estudo hoje divulgado tem implicações na investigação médica, porque pode ajudar a fazer a ligação entre a genética e a resposta fisiológica à hipoxia (privação de oxigénio).

Melissa Ilardo, investigadora da Universidade de Copenhaga e primeira autora do estudo, passou meses na ilha indonésia de Jaya Bakti onde colheu amostras de ADN e fez ecografias aos baços do povo Bajau e dos seus vizinhos "terrestres", os Saluan. Os resultados, sequenciados na Universidade de Copenhaga, mostraram claramente que os Bajau têm um baço em média 50% maior do que os Saluan, incluindo os Bajau que não mergulham.

Conhecido como “ciganos do mar”, o povo Bajau vive no sudeste asiático e embora hoje muitos tenham passado a viver em terra, o modo de vida tradicional, que evoluiu ao longo de séculos, era completamente marítimo, com pequenos barcos ou 'aldeias' flutuantes como habitação e subsistindo apenas como caçadores-recoletores marinhos.

Vagueando entre a Indonésia, Bornéu, Birmânia e Tailândia, os Bajau (como os Moken, como são designados os “ciganos do mar” na Tailândia) são mergulhadores exímios e a maioria nasceu, viveu e morreu no mar.

Os Bajau que foram objeto do estudo de Melissa Ilardo, que agora vivem na ilha de Jaya Bakti, continuam com forte ligação ao mar e são conhecidos em toda a região pela habilidade no mergulho, em que atingem regularmente profundidades de cerca de 70 metros para caçar peixes, e capacidade de ficarem muitos minutos debaixo de água, apenas com uma lança, uns pesos e óculos rudimentares em madeira. Um deles disse a Melissa Ilardo que tinha mergulhado 13 minutos consecutivos.

A investigadora suspeitava que os Bajau poderiam ter baços geneticamente adaptados, devido ao estilo de vida de caçadores-recoletores marinhos, até pelas descobertas em outros mamíferos. “Não há muita informação sobre os baços humanos em termos de fisiologia e genética”, disse a investigadora, lembrando que as focas, como a foca-de-weddell, uma espécie antártica, têm baços desproporcionadamente grandes.

A equipa de académicos das universidades de Copenhaga (Dinamarca), Cambridge (Reino Unido) e Berkeley (Estados Unidos), eliminou a possibilidade de que o baço maior fosse apenas uma resposta fisiológica ao mergulho, e nos estudos que fez dos Bajau descobriu que este povo tem um gene chamado PDE10A, que os Saluan não têm e que controla os níveis do hormónio tireoidiano T4. A glândula tiroide produz, armazena e liberta as hormonas T3 e T4, que regulam o metabolismo.

“Acreditamos que os genes dos Bajau têm uma adaptação que aumenta a hormona da tiroide e, portanto, aumenta o tamanho do baço”, disse Melissa Ilardo.

Esta foi a primeira vez, afirmou, que uma adaptação genética ao mergulho foi encontrada nos humanos, já que “até agora era completamente desconhecido se as populações nómadas marinhas se tinham adaptado geneticamente ou apenas fisiologicamente ao seu estilo de vida extremo”.

Nos “ciganos do mar” já tinha sido estudada outra característica, a superior visão subaquática, mas concluiu-se que era uma resposta ao 'treino' gerado pelo modo de vida.

As conclusões do estudo abrem o camp para outras investigações em população adaptadas a um modo de vida aquático, como as mulheres mergulhadoras haenyeo, da ilha de Jeju, na Coreia do Sul, cuja cultura faz parte desde 2016 da lista do Património Cultural Imaterial da UNESCO.

União Europeia
O Comité Permanente de Plantas, Animais, Alimentos de Consumo Humano e Animal da Comissão Europeia decidiu hoje retirar 20...

"Confirmamos que os Estados-membros votaram (por unanimidade) a favor da retirada afastamento de 20 estabelecimentos brasileiros da lista daqueles junto dos quais são autorizadas importações de carne e produtos derivados (principalmente aves)", segundo uma nota de imprensa divulgada após a reunião do referido comité, em que estão representados todos os Estados-membros.

A medida foi proposta pela Comissão Europeia após terem sido "detetadas deficiências no sistema de controlo oficial brasileiro" e entra em vigor 15 dias após a sua publicação no Jornal Oficial da UE.

O ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, anunciou na terça-feira que a UE se preparava para tomar a decisão hoje anunciada, ameaçando retaliar com uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio.

A informação sobre a suspensão foi confirmada pelo ministro durante uma conferência de imprensa em que apresentou um relatório sobre uma recente viagem que fez a Bruxelas.

De acordo com o ministro, a suspensão planeada pela UE baseia-se no resultado de uma operação policial realizada em março, na qual algumas fraudes foram detetadas no controlo sanitário de nove fábricas de carnes da empresa brasileira BRF.

A BRF é a maior exportadora de carne de frango do mundo.

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