Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte reiterou hoje o pedido urgente de...

De acordo com a edição de hoje do Jornal de Notícias, que cita dados da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), das 33 unidades hospitalares que têm instalações para receber helicópteros de emergência médica, em dez está proibida a aterragem de voos noturnos, entre os quais o Hospital de Santa Maria, que tem de usar os aeroportos militares de Lisboa.

Em comunicado, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) destaca que não recebeu, até ao momento, qualquer informação da ANAC dando conta da interdição de voos noturnos no seu heliporto.

No entanto, “tendo conhecimento da situação oficiosamente, em novembro, através de um dos seus profissionais”, o Conselho de Administração, “pediu de imediato, informação sobre esta interdição e até ao momento não obteve resposta desta entidade”.

Já esta manhã o presidente do Conselho de Administração do CHULN, Carlos Martins, reiterou o pedido de esclarecimento, com carácter de urgência, ao seu homólogo da ANAC, realça a nota.

É ainda realçado que o “CHULN está empenhado em cumprir todos os critérios que a ANAC considere imprescindíveis para o bom funcionamento do Heliporto”.

“O CHULN continua a cumprir a sua missão de salvar vidas e nesse sentido não pode deixar de manifestar preocupação com eventuais dificuldades que esta situação pode causar na resposta direta às situações de emergência”, é ainda referido.

De acordo com o Jornal de Notícias, um terço dos heliportos hospitalares, incluindo o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, estão impedidos de receber voos noturnos de emergência médica por não cumprirem vários requisitos técnicos como a ausência de sinalização luminosa de auxílio à aterragem.

Os hospitais de Guimarães e Lamego, no distrito de Viseu, não têm certificação para qualquer voo.

A proibição foi imposta pela ANAC, entidade responsável pela certificação e fiscalização.

No que diz respeito ao hospital de Guimarães, a ANAC, citada pelo jornal, adiantou “que está fechado por não reunir condições para a operação” e em Lamego não terá sido solicitada a certificação.

A lista de heliportos que não permitem aterragens noturnas inclui ainda os hospitais Garcia de Horta, em Almada, de Santarém, de Tomar, dos Covões, em Coimbra, de Mirandela e o Dr Nélio Mendonça, no Funchal.

Aos 33 heliportos hospitalares, juntam-se mais 11 que recebem hélis de emergência médica que são propriedade de câmaras, bombeiros, Porto de Sines (um) e de privados (um), em Massarelos, no Porto.

Além da falta de sinalização, a ANAC adianta ainda que a proibição de voos à noite também se deve “à inspeção regular”.

Este cenário, segundo o JN, verifica-se há mais de duas décadas após o arranque do serviço de helicópteros de emergência médica.

Governo
O Governo criou um grupo de trabalho para estudar e propor medidas que melhorem os serviços de urgência, sendo que as propostas...

Num despacho hoje publicado em Diário da República, o Ministério da Saúde considera que “urge criar condições para melhorar o funcionamento dos serviços de urgência” e cria um grupo de trabalho apresentar propostas que melhorem a prestação de cuidados de urgência e emergência.

No diploma, a secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, lembra que os diferentes serviços de urgência do país têm optado por diversos modelos de organização e quer que os diferentes modelos sejam estudados.

"A existência de equipas dedicadas tem impacto no funcionamento do serviço de urgência e funcionamento dos serviços hospitalares (...). Estes factos aliados ao reconhecimento, na comunidade médica, da medicina de urgência/emergência como uma competência/especialidade médica com características próprias torna necessária uma avaliação das práticas atuais nesta área", justifica o despacho.

O grupo de trabalho agora constituído deve, em quatro meses, propor “medidas de atualização e agilização” para “conseguir a melhorai da organização e trabalho dos profissionais, bem como dos serviços prestados à população nos serviços de emergência pré-hospitalar e urgências”.

O grupo é constituído por duas especialistas em medicina interna, um anestesiologista, um cirurgião geral, uma pediatra e um enfermeiro especialista. Integram também o grupo de trabalho elementos da Direção-geral da Saúde, da Ordem dos Médicos e dos Enfermeiros e um representante do INEM.

Associação de Profissionais Licenciados de Optometria
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria é a organização responsável pela tradução para português da “Norma de...

O objetivo desta norma, segundo a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB), passa por fornecer orientações dirigidas a profissionais prestadores dos cuidados de saúde visual, professores, pais, autoridades de saúde, entre outros, no que respeita ao planeamento e implementação de iniciativas de saúde da visão em contextos escolares onde os recursos são limitados.

Segundo Raúl Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), “o papel dos optometristas é fundamental, tal como é descrito na norma, na promoção e prevenção da saúde visual, assim como na intervenção para a restaurar”. Desta forma, destaca o especialista, “a tradução realizada pela APLO representa mais um contributo dos optometristas portugueses no combate da deficiência visual e cegueira no mundo”.

O presidente da APLO refere ainda que “esta é mais uma prova do empenho e competência que os optometristas têm na garantia de uma melhoria da saúde visual de todos nós, um facto que as instâncias legislativas não devem descurar”.

O documento pode ser consultado no site da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira: https://www.iapb.org/wp-content/uploads/Guidelines-School-Eye-Health-Programmes-Portuguese.pdf

Serviço de Gastrenterologia
O Hospital Egas Moniz, em Lisboa, está a elaborar um plano para reagendar os exames no Serviço de Gastrenterologia por causa do...

Em resposta a propósito do furto de endoscópios naquele hospital, hoje noticiado pelo Correio da Manhã (CM), o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) diz que este plano para "recuperação de agenda" nos exames está a ser elaborado pelo Serviço de Gastrenterologia tendo em conta os três hospitais deste centro (Egas Moniz, Santa Cruz e S. Francisco Xavier).

O CHLO diz que a situação ocorreu entre as 12:00 de domingo e as 08:00 de segunda-feira e que, logo que o furto foi detetado, foi participado à PSP, “que iniciou de imediato perícias e acompanha o caso”.

“Foi igualmente comunicado ao Ministério Público e aberto inquérito interno”, acrescenta.

Segundo a edição de hoje do CM, foram furtados equipamentos que servem para realizar endoscopias e colonoscopias (gastroscópicos e colonoscópicos), no valor de 300 mil euros.

“Os endoscópicos são equipamentos de imagem que se destinam a exames complementares de diagnóstico de Gastrenterologia”, adianta o CHLO, explicando que os equipamentos estavam “numa unidade de Endoscopia, no edifício de Ambulatório do Hospital Egas Moniz que tem acesso restrito por portas com código e guardados em armários também com códigos de acesso”.

A Unidade de Endoscopia, acrescenta o CHLO, tem atividade programada durante os dias úteis e é utilizada, caso necessário, em urgência para doentes internados no Hospital Egas Moniz, durante 7 dias da semana. A realização destes exames envolve médicos, enfermeiros e auxiliares.

Atirar pastilhas elásticas para o chão vai pesar mais no bolso
As alterações ao regulamento de higiene urbana propostas pelo vice-presidente da câmara preveem que "servir produtos em...

A Câmara de Lisboa discute na quinta-feira as alterações ao regulamento de limpeza urbana, prevendo novas contratações e a proibição do uso de plástico não reciclável em espaços públicos, bem como propostas do CDS-PP, PSD e PCP.

As alterações ao Regulamento de Gestão de Resíduos, Limpeza e Higiene Urbana, propostas pelo vice-presidente, Duarte Cordeiro (PS), passam pela contratação de 300 novos cantoneiros, recolha de lixo ao domingo ou agravamento das coimas, escreve o Sapo, entre as quais para quem lançar beatas ou pastilhas elásticas ao chão.

Na reunião do executivo municipal serão discutidas também propostas da oposição, com o CDS-PP a defender a criação de "brigadas de emergência móveis" que "deverão intervir sempre que necessário e quando solicitadas para responder a situações de lixo acumulado".

A instalação em mais zonas da cidade de sistemas de vídeoproteção é outra das medidas defendidas pelos vereadores centristas, liderados por Assunção Cristas, assim como a "sensibilização junto das entidades judiciais" para, nos casos de "vandalização por pichagem e ‘graffitis’ ilegais" serem "aplicadas medidas punitivas que envolvam a prestação de horas de serviço comunitário".

Mais propostas
Os vereadores sociais-democratas apresentam propostas para a adaptação dos horários de recolha de lixo às necessidades das zonas de maior pressão turística, propondo, por exemplo, que seja alterado "o horário noturno da recolha de lixo nas zonas pertinentes de concentração de restauração e estabelecimentos de diversão noturna, permitindo a recolha de lixo doméstico e também de lixo provocado pelo encerramento de bares e restaurantes, adaptando a recolha ao horário de funcionamento destes locais".

O pacote de propostas e moções que Teresa Leal Coelho e João Pedro Costa levam à reunião de executivo municipal inclui ainda o alargamento da recolha de lixo a todos os 365 dias do ano e a promoção da compostagem nos "espaços ajardinados" da cidade, com inclusão de um programa nesse sentido nas escolas do ensino básico equipadas com jardim.

Os vereadores comunistas, liderados por João Ferreira, propõem a elaboração de um "plano estratégico para a higiene e limpeza urbanas, que preveja uma intervenção urgente na resolução dos vários problemas identificados", bem como a contratação de mais trabalhadores e a aquisição de novos equipamentos.

O PCP defende, igualmente, que considere "reassumir os serviços de higiene urbana, reassumindo igualmente todas as suas responsabilidades", na linha da sua oposição à delegação daquelas competências às juntas de freguesia.

Coimas mais pesadas
As alterações ao regulamento de higiene urbana propostas pelo vice-presidente da câmara preveem que "servir produtos em recipientes de plástico não reciclável" seja "punível com coima entre os 150 a 1.500 (pessoas singulares) e entre os 1.000 a 15.000 euros (pessoas coletivas)".

Os estabelecimentos de restauração, hotelaria e comércio vão ficar obrigados a manter limpa a envolvente do seu estabelecimento num raio de dois metros e que haverá um aumento do valor das coimas em caso de violação do regulamento.

Nestes casos, a coima poderá ir dos 150 aos 15.000 euros.

Segundo informação apresenta pela Câmara de Lisboa aos jornalistas na semana passada, vão ainda aumentar as coimas em relação ao "abandono de resíduos em espaço público", que atualmente pode ir de 58 até 5.800 euros.

Com o novo regulamento, estes valores aumentam para os 250 a 2.500 euros (para pessoas singulares) e entre os 500 e 22.000 euros (para pessoas coletivas).

Já o "incumprimento do horário de colocação e retirada dos equipamentos de deposição", que atualmente daria coima entre os 29 e os 116 euros, poderá, no futuro, resultar no desembolso de até 14.950 euros.

Ambiente
A associação ambientalista Zero considerou que Lisboa, à semelhança de cidades europeias como Madrid, Paris ou Bruxelas, deve...

A associação ambientalista Zero defendeu maior exigência nas Zonas de Emissões Reduzidas (ZER) da capital e criticou a falta em Lisboa e Vale do Tejo, desde 2012, de um novo plano de melhoria da qualidade do ar.

“A Zero tem constatado a ausência de fiscalização da Zona de Emissões Reduzidas, com a observação de inúmeros veículos em circulação, nomeadamente táxis, com matrículas que indiciam uma idade superior a 18 anos na zona da Baixa lisboeta, além de veículos anteriores a 1996 na zona 2”, salientou, em comunicado, a associação ambientalista.

Zero quer fiscalização rigorosa
A Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável assinalou hoje a entrada em vigor, em 15 de janeiro de 2015, da terceira fase das ZER em Lisboa, que limitam em duas áreas distintas a circulação de veículos mais antigos, e mais poluidores, com vista a melhorar a qualidade do ar na cidade.

“O que parece importante salientar em relação às medidas é, por um lado, o aumento da exigência das normas em aplicação nas ZER em vigor, o aumento da fiscalização e, além disso, um conjunto de medidas para maior restrição do tráfego automóvel”, disse Mafalda Sousa.

A engenheira do Ambiente da Zero, escreve o Sapo, apontou ainda a importância de a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo concluir a atualização do plano de melhoria da qualidade do ar.

No âmbito das ZER, com a primeira fase lançada em julho de 2011, vigora uma maior exigência na zona 1, no eixo Avenida da Liberdade/Baixa, onde só podem circular veículos construídos a partir do ano 2000 e que respeitem as normas de emissão Euro 3.

Na zona 2, numa área delimitada pelo Eixo Norte-Sul e avenidas de Ceuta, Forças Armadas, Estados Unidos da América, Marechal António Spínola e Infante D. Henrique, apenas podem circular ligeiros fabricados depois de janeiro de 1996 e pesados depois de outubro de 1996, que respeitem a normas Euro 2.

“A Zero quer assim uma fiscalização rigorosa da Zona de Emissões Reduzidas de modo a que esta se torne efetiva, além do aumento do seu grau de exigência para as normas Euro 4 e Euro 3, respetivamente nas zonas 1 e 2”, advogou a associação.

Ultrapassagem sistemática dos indicadores

A Zero notou que a sistemática ultrapassagem dos valores limite de diversos poluentes no centro da cidade, causada pelo tráfego rodoviário, principalmente dióxido de azoto (NO2), mas também em alguns anos de partículas inaláveis (PM10), mostra a necessidade de medidas para “salvaguardar a saúde” de quem vive e trabalha em Lisboa.

A partir de registos da estação de monitorização de qualidade do ar da Avenida da Liberdade, entre 2010 e 2018, constata-se, por exemplo, que em 2011 ocorreram 113 ultrapassagens (num máximo de 35 permitidas por ano) do limite diário de PM10, enquanto em 2017 se verificaram 74 ultrapassagens (num máximo de 18) dos limites de NO2.

Embora os dados tenham de ser validados pela CCDR, a Zero referiu que, já este ano, “se verificaram quatro ultrapassagens ao valor limite diário” relativo às PM10 e uma ultrapassagem do valor limite horário de NO2.

Entre as medidas para a redução drástica do tráfego rodoviário no centro, considerando que o corredor da Avenida da Liberdade se apresenta como a pior zona em termos de qualidade do ar, a Zero propôs “a proibição de atravessamento da Praça dos Restauradores e do Rossio”, com exceção do tráfego local.

A associação defendeu ainda “uma maior articulação entre os vários modos de transporte coletivo, dando prioridade aos que fazem ligações para as zonas da periferia, através da melhoria de interfaces, quer ao nível de horários, bilhética e acessibilidades”.

Zonas sem avaliação
Além de estacionamento dissuasor na periferia, junto a interfaces de transportes, será de monitorizar zonas sem avaliação da qualidade do ar, como o Parque das Nações.

A associação considerou que Lisboa, à semelhança de cidades europeias como Madrid, Paris ou Bruxelas, deve ter um plano de contingência e emergência, para situações de elevadas concentrações de poluentes que ponham em causa a saúde pública.

Para a Zero é também “inadmissível o atraso sistemático na aplicação dos planos de melhoria da qualidade do ar na região de Lisboa e Vale do Tejo”, da responsabilidade da CCDR.

O primeiro plano, terminado em 2005, só foi aprovado pelo Governo em 2008, com políticas e medidas até 2012, mas o novo plano apresentado em outubro de 2017, com medidas até 2020, “arrisca-se a ser aprovado pelo Governo já perto da data final de conclusão, havendo ainda depois necessidade de ser definido um programa de execução”.

Estudo
Dormir pouco, ou mal, contribui para a formação de placas não apenas nas artérias, mas nas veias do corpo todo, revela novo...

Dormir menos de seis horas faz mal à saúde, não é novidade. Entre as consequências descritas na literatura médica, as noites de sono curtas, ou mal dormidas, estão o surgimento de placas nas artérias que dão origem a doenças cardiovasculares. Mas um novo estudo, publicado agora na revista científica do American College of Cardiology, mostra pela primeira vez que este efeito não é exclusivo das artérias. Ele abrange a rede das veias por todo o corpo, o que aumenta o risco de doenças circulatórias, acidentes vasculares cerebrais, problemas digestivos e, claro, doenças cardiovasculares, escreve o Diário de Notícias.

"Este é o primeiro estudo que mostra objetivamente que o tempo de sono está associado à aterosclerose [espessamento interno das veias devido à formação de placas] em todo o corpo", afirmou o coordenador da investigação, José Ordovás, da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, citado pela na CNN.

O estudo avaliou cerca o sono de quatro mil pessoas em Espanha, com uma média de idades de 46 anos, e sem historial de doenças cardíacas. Durante uma semana, os participantes usaram um dispositivo que registava a sua qualidade do sono, medindo o número de horas que dormiam em cada noite, o número de vezes que acordavam e as mudanças entre as várias fases do sono.

Com base nestes dados, os participantes foram divididos em quatro grupos, de acordo com a duração do seu período de sono - menos de seis horas; seis a sete horas; sete a oito horas, e mais de oito horas - e todos fizeram ecografias ao coração e tomografias computorizadas no início e no fim do estudo, para efeitos de comparação.

Com base nos dados obtidos, a equipa descobriu que os participantes que dormiam menos de seis horas por noite tinham um risco 27% maior de desenvolver aterosclerose nas veias por todo o corpo, em relação aos que dormiam oito horas por noite.

Dormir pouco, ou mal, causa danos generalizados na saúde, como está há muito bem documentado. Contribui para tensão alta, enfraquece o sistema imunitário, favorece a obesidade e a diabetes, contribui para o aumento das doenças cardiovasculares. Uma longa lista, com motivos bastantes para que se tome atenção a esta questão. O novo estudo vem agora acrescentar mais um.

Ser médico é muito mais do que fazer o diagnóstico
Cada vez somos mais um país de “faz de conta”.

Ser médico é muito mais do que fazer o diagnóstico e passar a receita. Muitas vezes, é importante dar a palavra amiga, falar dos netos e partilhar preocupações, para que o doente se sinta melhor logo à saída do consultório. Também é preciso ter a noção se o orçamento daquela pessoa comporta o valor da nossa prescrição. Por exemplo, se se trata de uma pneumonia ou outra infeção importante, não estando garantida a toma do antibiótico, há razão suficiente para o internamento hospitalar. Portanto, o exercício da medicina implica também ter em conta a componente social de cada indivíduo, sem o qual não é conseguido um tratamento completo. Sempre foi assim e continuará a ser.

Mas, nos tempos que vivemos, em que a incapacidade da Segurança Social é gritante, há cada vez mais pessoas sem doença a encherem os hospitais e a, potencialmente, comprometerem a resposta aos doentes reais, no serviço de urgência ou no internamento. Faria todo o sentido que voltássemos a ter um único Ministério da Saúde e da Segurança Social, tal a forma crescente em que os problemas sociais e de saúde se embrincam e confundem.

A Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares realizou um estudo referido ao dia 19 de fevereiro do presente ano, com a colaboração de 74 por cento dos hospitais do SNS, em que concluiu que havia 960 camas com internamentos sociais, o que correspondia a 6 por cento das camas disponíveis, 50 por cento deles nos Serviços de Medicina Interna, com uma demora média de 67 dias. Tenho a firme convicção que este número está subavaliado, não só porque há ainda 26 por cento de hospitais do SNS que não foram incluídos, mas também porque é difícil obter uma informação clara acerca do momento em que o doente tem alta clínica.

Há algum tempo foram mudadas as regras dos lares de idosos. Quisemos fazê-los fantásticos, mas muitos não cumpriram as obrigações impostas, e foram fechados com estrondo. Agora a Segurança Social não consegue responder às solicitações e o tempo de resposta para colocação em lares é superior a 6 meses.

Quase todos os dias, entram no Serviço de Urgência casos puramente sociais, trazidos pela polícia, pelos bombeiros ou até pela assistente social da zona, que recorre com o utente ao hospital, numa tentativa desesperada de resolver um problema que se arrasta há meses. Quando o chefe de equipa resolve acionar o número da “Emergência Social”, depara-se com o vazio de soluções, que muitas vezes se resumem a uma ou duas noites numa pensão. Quando a única solução é a institucionalização em lar, tem de se internar o velhinho. Lá vai mais um, outros seis meses de espera, num internamento inapropriado.

Há doentes que vão para a Rede de Cuidados Continuados (RCC), por ser mais fácil conseguir lá a sua colocação do que num lar. A RCC “só” demora 2 meses a dar resposta… Depois, conseguida a recuperação possível, é a Unidade de Cuidados Continuados que se defronta com o problema social. Não há retaguarda familiar, nem dinheiro, nem casa. E lá fica o idoso, meses e meses, a comprometer ainda mais a resposta da RCC.

Acredito que o nível civilizacional de um país se pode aferir com a forma como trata os seus idosos. Com a nossa evolução demográfica, devíamos sentir a obrigação de os tratar bem. É um bom desejo de Ano Novo, que passemos a tratá-los melhor. Para isso, são precisos meios materiais e humanos. O “faz de conta” deve ser reservado para o teatro e para as histórias de encantar. No país real, queremos que todos possam viver com dignidade. Os velhos e os novos.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inicia funções hoje
O médico Carlos Nunes é o novo presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Norte, substituindo no...

Carlos Nunes, de 63 anos, que inicia funções hoje, era diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Grande Porto II – Gondomar desde 2009.

Licenciado em Medicina em 1980 pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Carlos Nunes integra a Equipa de Coordenação Nacional para a Reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – área dos Cuidados de Saúde Primários desde dezembro de 2015.

Carlos Nunes substitui Pimenta Marinho que pediu a demissão, após ter assumido funções em fevereiro de 2016.

O novo presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, nascido em Lisboa, mas a viver em Gondomar, no distrito do Porto, participou como formador no Curso de Gestão para Gestores de Unidades de Saúde de Cabo Verde, em 2015, e um ano antes deu formação em Contratualização e Técnicas de Negociação para o Sindicato dos Médicos do Norte.

Responsável do Curso de Técnicas de Organização e Planeamento em Medicina Geral e Familiar no Internato Médico de Medicina Geral e Familiar da Zona Norte durante três anos (2013/2016), Carlos Nunes participou, ainda, como formador no Pharmatrain, da Universidade de Aveiro, em 2014.

Em 2011/2012, Carlos Nunes integrou o grupo técnico para o Desenvolvimento dos Cuidados de Saúde Primários e, em novembro de 2012, fez parte da Comissão Científica do Fórum dos Cuidados de Saúde Primários.

Membro da equipa nacional da Missão para os Cuidados de Saúde Primários entre novembro de 2005 e abril de 2008, o médico integrou o Departamento de Contratualização da ARS do Norte (2008/2009), a equipa de Análise Estratégica e Apoio ao Grupo Consultivo para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários (2008/2010) e o grupo de Coordenação Estratégica da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários (2010/2011).

Autoridade Nacional da Aviação Civil
Um terço dos heliportos hospitalares, incluindo o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, estão impedidos de receber voos noturnos...

De acordo com a edição de hoje do Jornal de Notícias, que cita dados da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), das 33 unidades hospitalares que têm instalações para receber helicópteros, em dez está proibida a aterragem de voos noturnos, entre os quais o Hospital de Santa Maria, que tem de usar os aeroportos militares de Lisboa.

Os hospitais de Guimarães e Lamego, no distrito de Viseu, não têm certificação para qualquer voo.

A proibição foi imposta pela ANAC, entidade responsável pela certificação e fiscaliza.

No que diz respeito ao hospital de Guimarães, a ANAC, citada pelo jornal, adiantou “que está fechado por não reunir condições para a operação” e em Lamego não terá sido solicitada a certificação.

As bases de Figo Maduro ou Academia Militar, na Estefânia, têm sido a resposta para hospitais como o Hospital de Santa Maria, que não recebem helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) à noite.

Também o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que teve a primeira equipa de helitransporte médico no país, em 1997, falta a certificação de voos noturnos, segundo indica o jornal.

A lista de heliportos que não permitem aterragens noturnas inclui ainda os hospitais Garcia de Horta, em Almada, de Santarém, de Tomar, dos Covões, em Coimbra, de Mirandela e o Dr Nélio Mendonça, no Funchal.

Aos 33 heliportos hospitalares, juntam-se mais 11 que recebem hélis de emergência médica que são propriedade de câmaras, bombeiros, Porto de Sines (um) e de privados (um), em Massarelos, no Porto.

Além da falta de sinalização, a ANAC adianta ainda que a proibição de voos à noite também se deve “à inspeção regular”.

Este cenário, segundo o JN, verifica-se há mais de duas décadas após o arranque do serviço de helicópteros de emergência médica.

Governo esclarece
Os ministérios das Finanças e da Saúde esclareceram ontem que o diploma que entrou em vigor a 1 de janeiro não traz qualquer...

Num comunicado conjunto, os ministérios tutelados por Mário Centeno e Marta Temido sublinham que o diploma em causa vem “apenas expressar o que já era habitualmente publicado em Leis de Orçamento do Estado, passando agora a estar previsto em legislação própria, que clarifica as responsabilidades do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e da ADSE”.

O “Correio da Manhã” (CM) escreveu na sua edição de ontem que os beneficiários que se dirijam a hospitais privados sem acordo com a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários e reformados da administração pública, vão pagar mais por medicamentos e dispositivos médicos.

A notícia cita o decreto-lei 124/2018, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2019.

Os ministérios das Finanças e da Saúde esclarecem contudo que o diploma em causa “mantém as regras, ou seja, são suportados pelo SNS os medicamentos prescritos ou dispensados a beneficiários de subsistemas públicos como a ADSE, SAD e ADM no âmbito da rede nacional de prestação de cuidados de saúde (que engloba os estabelecimentos do SNS e por ele convencionados), o que já acontece desde 2010”.

Relativamente à exceção que é referida na notícia do CM, o Governo acentua que “previne apenas situações em que uma entidade que é convencionada do SNS é, em simultâneo, convencionada da ADSE, altura em que a responsabilidade financeira pela comparticipação dos medicamentos e dispositivos médicos é desta última”.

Neste contexto, lembra que desde 2013 que a ADSE deixou de comparticipar medicamentos e dispositivos médicos dispensados em farmácia de rua "sendo também da responsabilidade do SNS", situação que se mantém com o citado decreto-lei.

A ADSE “continua a comparticipar os medicamentos dispensados em ambiente hospitalar privado em caso de procedimento cirúrgico, internamento médico-cirúrgico, tratamento oncológico ou atendimento médico permanente" é ainda referido.

Menos 12 ME do que em 2018
O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira vai receber este ano 210 milhões de euros para o seu funcionamento, menos 12...

Este contrato "constitui o instrumento de definição e de quantificação das atividades a realizar pelo Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) e das contrapartidas financeiras a auferir, em função dos resultados obtidos, e ainda o documento de fixação dos objetivos de convergência económico financeira", refere a resolução, sendo que este ano o valor é de 210,4 milhões euros.

Em comparação com o ano de 2018, há um decréscimo no valor em 12,1 milhões de euros.

A verba advém do contrato-programa que anualmente é outorgado entre o executivo e o SESARAM e que serve para o funcionamento das unidades hospitalares e centros de saúde regionais.

"O objetivo deste contrato-programa é assegurar a prestação de cuidados de saúde à população, em cumprimento do imperativo constitucional de proteção da saúde dos cidadãos, direito que caracteriza e condiciona a missão do Serviço Regional de Saúde", lê-se na resolução.

Ministro do Trabalho
Cerca de um quarto dos trabalhadores que estão de baixa por doença e são chamados a juntas médicas são considerados aptos a...

Vieira da Silva falava à margem da cerimónia de assinatura do acordo coletivo de trabalho da Fundação INATEL, em Lisboa, em resposta a uma questão sobre o aumento da despesa com os subsídios de doença verificado nos últimos anos.

Segundo o governante, neste momento, cerca de “25%” dos trabalhadores que são chamados a juntas médicas “são considerados aptos para voltar para o trabalho”, o que não significa que sejam situações de fraude, salientou.

“Quando uma pessoa vai a uma junta médica, os médicos não vão dizer que a pessoa não esteve doente quando foi chamada. Só vão dizer se naquele momento elas estão em condições de voltar ou não ao trabalho”, reforçou o governante.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acrescentou que o aumento da despesa com subsídios por doença nos últimos anos explica-se sobretudo com o crescimento do emprego.

“Uma parte significativa do crescimento da despesa com a proteção na doença tem a ver com o aumento do número de trabalhadores”, disse Vieira da Silva sublinhando que “não há uma percentagem maior do que aquela que existia de acesso à prestação social porque ela acompanha, de uma forma praticamente linear, o acréscimo da massa salarial”.

Segundo os dados da execução orçamental publicados pela Direção Geral Orçamento, até novembro a despesa com subsídios de doença foi de 517,5 milhões de euros, mais 10,2% face ao período homólogo, tendo o Governo inscrito no Orçamento do Estado para 2019 uma despesa de 600,1 milhões.

O número total de beneficiários em novembro era de 139.038, ligeiramente inferior ao registado no período homólogo (140 mil), segundo as estatísticas da Segurança Social.

“Estamos estabilizados do ponto de vista da incidência do absentismo por razões de doença”, disse Vieira da Silva, salientando, porém que há regiões ou setores onde “a percentagem é talvez mais intensa do que a que seria desejável”, sem adiantar exemplos.

Questionado sobre as alterações anunciadas há mais de um ano com o objetivo de fiscalizar as baixas por doença, o ministro disse que o Governo continua a trabalhar nesse sentido, sublinhando porém que é um processo complexo.

"Estamos a trabalhar e a desenvolver outros critérios que têm a ver com indicadores de risco em setores de atividade com a trajetória de cada um, mas é um processo mais complexo do que aquela métrica que temos que é aos 30 dias todos termos de ser chamados [a junta médica]", defendeu Vieira da Silva.

Em outubro de 2017, o ministro anunciou que a fiscalização às baixas por doença iria ser melhorada e aprofundada com novos critérios de controlo para que o combate à fraude fosse mais eficaz.

“O Governo não está satisfeito com os resultados obtidos nesse combate [à fraude nas baixas por doença] e vai melhorá-lo, aprofundá-lo e eventualmente mudar face ao modelo dos últimos anos”, afirmou Vieira da Silva na altura.

Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular
Uma equipa médica do Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães “realizou o primeiro implante de endoprótese expansível por...

Em comunicado, o Hospital de Guimarães explica que a intervenção, a cargo da equipa do seu Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, permitiu prevenir a rutura do aneurisma e preservar a circulação pélvica.

Segundo explica o texto, aquela endoprótese "é indicada para o tratamento da doença oclusiva aterosclerótica, um tipo de doença arterial periférica que afeta as artérias ilío-femoro-poplíteas que fornecem sangue à parte distal do corpo", sendo também indicada para "procedimentos de prolongamento para aneurisma ilíaco e ainda para tratamento de aneurismas da aorta abdominal".

Para o diretor do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de Guimarães, Amílcar Mesquita, "a endoprótese em causa é uma combinação única que nos permite tratar uma boa parte dos doentes com anatomias complexas".

"A flexibilidade da endoprótese e a sua precisão são uma mais-valia para tratarmos estas doenças, sendo uma boa alternativa para obtermos resultados positivos a longo prazo", refere o clínico.

A médica que acompanha o paciente intervencionado, Joana Ferreira, realça ainda que "esta endoprótese permitirá melhorar a qualidade de vida do doente".

O Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de Guimarães tem uma equipa composta por 5 médicos e no ano de 2018 fez 651 cirurgias, convencionais e de ambulatório, 4.607 consultas externas, tratou 253 doentes em regime de internamento e ainda realizou 662 sessões de hospital de dia.

“20 Anos de Registo Oncológico nos Açores”
Mais de 19 mil novos casos de cancro foram registados nos Açores entre 1997 e 2016, dos quais 59% nos homens e 41% nas mulheres...

De acordo com a publicação “20 Anos de Registo Oncológico nos Açores”, apresentada esta manhã no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, entre 1997 e 2016 foram registados um total de 19.230 novos casos de cancro nos Açores, dos quais 11.367 nos homens e 7.863 nas mulheres, dando origem a uma média de 962 novos casos por ano.

Segundo a publicação, da responsabilidade da Secretaria Regional da Saúde, os cancros mais frequentes nos homens foram os da próstata, o do pulmão, cólon e reto, estômago e bexiga.

Nas mulheres, os cancros mais frequentes foram os da mama, cólon e reto, colo do útero, estômago e tiroide.

O grupo etário dos 50 aos 69 anos foi o que registou o maior número de novos casos nos homens, enquanto nas mulheres foi as com mais de 70 anos.

O secretário regional da Saúde destacou a importância da compilação hoje apresentada, por ser "uma primeira fase do estudo que vai aferir as causas de cancro no arquipélago e que está a ser finalizada com a colaboração da Universidade de Coimbra e a dos Açores", prevendo-se que esteja concluída ainda este ano.

“Além de todo este trabalho que serviu de base a esta publicação, é também uma base de dados enorme que está a ser trabalhada no sentido de percebermos a incidência de cancro na região”, explicou Rui Luís, adiantando que será feito um inquérito com base numa amostra à população para se apurar de forma mais rigorosa a questão das causas de cancro nos Açores.

Em declarações aos jornalistas, o governante disse ainda que este estudo vai ajudar à definição de políticas públicas de saúde e "reforçar ao nível da prevenção primária", destacando a importância dos rastreios nos Açores, que têm "sido fundamentais até para se descobrir precocemente alguns dos cancros que existem na região", a par do papel das unidades de saúde dos hospitais e profissionais.

O coordenador científico do registo oncológico nos Açores, Vítor Rodrigues, sublinhou igualmente que se trata de um estudo "extremamente importante".

“É a base. A partir daqui podemos tentar ilações que nos vão levar para outro tipo de estudos”, frisou o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, advertindo para a necessidade de minorar os fatores de risco, como os consumos exagerados de bebidas alcoólicas e o tabaco.

O presidente do conselho de administração do Centro de Oncologia dos Açores, Raul Rego, evidenciou que, ao longo de 2018, foi possível adiantar cinco anos de registo oncológico nos Açores.

“Há um ano, tínhamos um registo oncológico aferido a dezembro de 2011. Em março de 2018 conseguimos avançar três anos e agora no final do ano tivemos mais dois anos”, disse, descrevendo o registo como "rigoroso e exaustivo".

Greve dos enfermeiros
Uma “parte significativa” das quase 8.000 cirurgias adiadas devido à greve dos enfermeiros já foi remarcada, disse a ministra...

Em entrevista hoje à rádio Antena 1, Marta Temido afirmou que, se os enfermeiros desconvocarem a greve prevista para os próximos 45 dias em blocos operatórios, existem condições para realizar todas estas cirurgias sem recurso ao setor privado.

“Das cerca de 7.700 cirurgias que foram canceladas, uma parte significativa delas já foi reagendada, algumas já foram realizadas, alguns casos mais críticos já foram realizados, e todas serão possíveis ser realizadas dentro do Serviço Nacional de Saúde se não existir uma nova greve”, afirmou a ministra da Saúde.

A “greve cirúrgica” estava prevista começar hoje, mas os sindicatos que a convocaram (Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal) decidiram suspendê-la até quinta-feira após o Ministério da Saúde ter marcado uma reunião para a próxima quinta-feira.

A reunião era uma das condições impostas por um sindicato para suspender a greve em blocos operatórios, convocada até 28 de fevereiro.

Relativamente à criação da categoria de enfermeiro especialista, uma das principais reivindicações destes profissionais, Marta Temido disse que vai custar 21 milhões de euros no Orçamento do Estado e que vai abranger quase 11 mil enfermeiros.

Ainda sobre as negociações com os sindicatos dos enfermeiros sobre a carreira, Marta Temido explicou que, "em termos financeiros o que está em cima da mesa é exatamente a mesma coisa que estava antes, a única diferença é um grau ou uma categoria".

"Como eu disse sempre era uma questão daquilo que, em termos de desenho das profissões na Administração Pública, nos parecia a nós ser o mais correto”, mas como "entendemos que se isso era uma questão crítica para os senhores enfermeiros deixarem de continuar em greves extraordinariamente agressivas para os portugueses, a obrigação do Governo era aproximar-se, aproximámo-nos”, sustentou.

Contudo, advertiu, o Governo “nunca” poderá “continuar a fazê-lo para além de determinadas ‘linhas vermelhas’, que são a sustentabilidade financeira e o equilíbrio e a equidade dentro da saúde”.

Quanto aos atrasos nas listas de espera para consultas de especialidade em vários hospitais do país, Marta Temido disse que já foram feitos contactos com as administrações hospitalares, no sentido de encontrar uma solução para estes casos.
 “Primeira opção, tentar reforçar as equipas de recursos humanos. Segunda opção, verificar se dentro da rede do Serviço Nacional de Saúde algum hospital pode fazer aquilo que entendemos que é desejável que é partilhar recursos”, explicou.

Há ainda uma terceira opção: “se não puder ser reforçada a equipa, nem direcionados mais meios para esses hospitais, então teremos que redirecionar os doentes”, sustentou.

Em Coimbra
Cidadãos de diferentes quadrantes políticos criaram em Coimbra o Observatório de Saúde António Arnaut, para defender e apoiar a...

Constituído durante uma reunião realizada no sábado, o observatório resulta de uma mobilização cívica dos fundadores, adiantou o seu coordenador, Américo Figueiredo, subdiretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

“Defendemos a sustentabilidade daquilo que é hoje o pilar da coesão social”, afirmou o professor catedrático, frisando que, ao longo de quase 40 anos, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribuiu para “estabilizar a sociedade”.

Criado em 1979, tendo o então ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut como principal impulsionador, o SNS tem sido “o pilar e o sustentáculo do Estado Social”, acrescentou.

“Se perigasse o Serviço Nacional de Saúde, estaria também em perigo o Estado Social”, alertou o também diretor do Serviço de Dermatologia e Venereologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A publicação do livro “Salvar o SNS - Uma nova Lei de Bases da Saúde para defender a democracia”, redigido em coautoria com o médico e antigo coordenador do BE João Semedo, foi o derradeiro contributo do socialista António Arnaut, um dos fundadores do PS, para preservar o Serviço Nacional de Saúde.

Arnaut, advogado, morreu em 21 de maio de 2018 aos 82 e Semedo menos de dois meses depois, em 17 de julho, ambos de doença cancerígena.

O advogado António Arnaut morreu aos 82 anos, no CHUC, tendo dedicado quase metade da vida à defesa do SNS.

“Faz-nos falta a permanência com que acompanhou a evolução” desta obra social, sublinhou Américo Figueiredo.

O Observatório de Saúde foi criado por “um grupo de cidadãos interessados na área da saúde”, incluindo de outros setores profissionais, como o advogado António Manuel Arnaut, filho do patrono.

Os fundadores partilham “os ideais humanistas e republicanos de acesso à prestação dos cuidados de saúde sem qualquer discriminação de raça, de credo ou de nível socioeconómico”, explicam num documento a que a Lusa teve hoje acesso.

“O objetivo central deste observatório é contribuir para a defesa, modernização e sustentabilidade do SNS, entendido este como o pilar essencial da garantia constitucional do direito à saúde e do Estado Social”, referem.

Os médicos de Coimbra João Paulo Almeida e Sousa e Fernando Almeida, presidentes do Instituto Português do Sangue e Transplantação e do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, respetivamente, integram o grupo de promotores, que “seguiram de perto a vida e a obra de António Arnaut e com ele comungaram de muitas ideias e valores”.

“Num momento preocupante para a consolidação das políticas sociais, constituir um observatório com o nome do 'pai' do SNS é também uma justa homenagem para com um cidadão que colocou sempre bem alto os valores da República, dos direitos humanos e da liberdade, nunca vacilando na sua defesa”, afirmam.

O Conselho de Fundadores do observatório integra também Álvaro Beleza, Eurico Castro Alves, Cipriano Justo, Carlos Moreira, Joaquim Arenga, José Ribeiro Nunes, Manuel Falcão, Margarida Ivo, Mariana Neto, e Mário Jorge Neves.

Na Ásia
Os elevados níveis de poluição atmosférica estão a aumentar o alarme na Ásia, levando Banguecoque a distribuir máscaras e...

"Eu admito que estas são soluções temporárias, mas nós temos de fazer isso. Outras medidas de longo prazo também serão implementadas", referiu hoje o general da polícia de Banguecoque, Aswin Kwanmuang, numa reunião do exército, polícia do departamento de controlo da poluição.

Uma nuvem de ‘smog’, uma combinação de poeira de construção, poluição automóvel e outros poluentes, permanece nos últimos dias sobre Banguecoque devido aos padrões climáticos predominantes, levando a qualidade do ar a níveis prejudiciais.

O departamento tailandês de controlo da poluição indicou que estão a ser distribuídas cerca de 10.000 máscaras, pulverizadas águas para ajudar a assentar poeira e ainda um reforço do controlo de quando os camiões podem usar as ruas da cidade.

Cerca de metade dos elevados níveis de PM 2,5, partículas minúsculas que podem obstruir os pulmões, foi devido às emissões de gasóleo, explicou aquele departamento.

O departamento de produção real de chuva e aviação agrícola afirmou estar a preparar dois aviões para criar chuvas artificiais entre terça e sexta-feira, se as condições forem adequadas.

O problema da poluição do ar na Tailândia tende a aumentar e a diminuir em parte dependendo da época do ano.

Pralong Dumrongthai, chefe do departamento tailandês de controlo da poluição, disse que as soluções de longo prazo incluiriam a mudança para o uso de veículos elétricos e gasolina de melhor qualidade, acrescentando que os padrões climáticos indicam que Banguecoque pode permanecer com má qualidade do ar até três meses.

Também em Seul, capital da Coreia do Sul, registou-se um nível recorde de poluição atmosférica, após o índice PM 2.5 atingir 188 microgramas por metro cúbico, segundo dados recolhidos por estações de medição na capital sul-coreana.

Este volume é o mais alto registado na cidade desde que as medições começaram em 2015, excedendo o recorde anterior (99 microgramas registados em 25 de março do ano passado) e mais do que sete vezes o nível de 25 microgramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a agência de notícias Yonhap, a poluição forçou o governo metropolitano a ativar o protocolo por níveis prejudiciais, o que obrigou metade dos carros registados em Seul a não circularem, enquanto o Ministério do Meio Ambiente instruiu as fábricas termoelétricas localizadas perto de Seul a reduzir sua produção para 80%.

O governo indiano anunciou no domingo um programa de cinco anos para reduzir a poluição do ar em até 30% em relação aos níveis de 2017 nas 102 cidades mais afetadas do país.

Os principais objetivos incluem a redução da queima de resíduos de campo, lenha e carvão, a limpeza da energia térmica e emissões de automóveis e a produção de tijolos, altamente poluente, e controlo da poeira da construção.

Doenças respiratórias
O risco de contrairmos Pneumonia aumenta quase 100 vezes nesta altura. Um cenário agravado pelo pico da Gripe, por si só...

Embora se registem casos de Pneumonia ao longo de todo o ano, é na época da Gripe que ocorre o maior número de episódios. A interação entre o vírus da Gripe e o pneumococo aumenta o risco de Pneumonia Pneumocócica em quase 100 vezes(1). A vacinação anti-pneumocócica é a melhor forma de prevenir a Pneumonia, doença que, de acordo com o o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, em 2015, foi responsável por 16% das mortes nos internamentos.

“Só por si, a Gripe intensifica o risco de Pneumonia”, explica José Alves, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão. “A prevenção continua a ser a melhor solução para travar esta doença”.

Os sintomas da Gripe podem ser semelhantes aos da Pneumonia e a maioria da população tem dificuldade em distingui-los podendo, por isso, subvalorizar situações potencialmente graves.

“O conhecimento dos sintomas, o recurso atempado aos cuidados médicos e sobretudo a sua prevenção, com a vacinação contra a gripe e a vacinação anti-pneumocócica poderão fazer toda a diferença”, continua Rui Costa, coordenador do GRESP – Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da APMGF.

Os quadros de Pneumonia e Gripe uma vez confundidos, podem atrasar a procura de ajuda médica. Tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são sintomas possíveis da Pneumonia, que podem surgir como complicação de uma Gripe. Devemos estar particularmente atentos a quadros de Gripe que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada.

No entanto, mais do que tratar uma Pneumonia, devemos preveni-la. Podemos fazê-lo em qualquer altura do ano e, no caso dos adultos, basta uma dose única. Pessoas com mais de 65 anos, ou todos os adultos que apresentem co-morbilidades crónicas como diabetes, asma, doença respiratória crónica, doença cardíaca, portadores de VIH e doentes renais, estão mais vulneráveis, e por isso têm particular indicação para a imunização.

A Pneumonia é responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.

Em Portugal, os custos em tratamentos e internamentos são uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros. Custos indiretos, como o absentismo laboral, não estão contemplados nestes cálculos.*

(1) Shrestha S, et al. Identifying the interaction between infl uenza and pneumococcal pneumonia using incidence data. Sci Transl Med 2013. 5(191):191ra84.

*Custos Diretos dos Internamentos hospitalares de adultos com diagnóstico principal de Pneumonia Adquirida na Comunidade em Portugal Continental no período entre 2000 e 2009 (data em submissão): Froes F, Diniz A, Serrado M, Nunes B. Hospital admissions of adults with community acquired pneumonia in Portugal between 2000 and 2009. Eur Respir Journal 2013

Tecnologia
Há um ano, a vida de Vlastimil Gular tomou um rumo indesejado: uma pequena cirurgia às cordas vocais revelou um cancro na...

Mas Gular, pai de quatro filhos de 51 anos, ainda consegue conversar usando a sua própria voz, em vez da de um robot, graças a uma aplicação inovadora desenvolvida por duas universidades checas.

"Acho isso muito útil", disse Gular à Agência France-Presse (AFP), utilizando a aplicação para escreve o que queria dizer, com a sua própria voz, por meio de um telemóvel.

"Eu não sou muito bom a usar a prótese vocal", acrescentou, apontando para o buraco do tamanho de uma moeda na sua garganta.

Este pequeno dispositivo de silicone implantado na garganta, escreve o Sapo, permite que as pessoas falem pressionando o orifício com os dedos para regular o fluxo de ar através da prótese e, assim, criar som.

Mas Gular prefere a nova aplicação de voz de alta tecnologia, que foi desenvolvida para pacientes que estão prestes a perder a voz devido a uma laringectomia, ou remoção da laringe, um procedimento típico para estágios avançados de cancro da garganta.

O projeto conjunto da Universidade da Boêmia Ocidental em Pilsen, da Universidade Charles de Praga e de duas empresas privadas - CertiCon e SpeechTech - teve início há quase dois anos.

A tecnologia usa gravações de voz de um paciente para criar uma fala sintética que pode ser reproduzida nos seus telemóveis, tablets ou laptops através da aplicação.

Idealmente, os pacientes precisam gravar mais de 10.000 frases para fornecer aos cientistas material suficiente para produzir a sua voz sintética.

"Editamos juntos sons individuais de fala, por isso precisamos de muitas frases", disse Jindrich Matousek, especialista em síntese de texto para fala, modelagem de fala e acústica que lidera o projeto na universidade de Pilsen.

'Questão de semanas'
Mas há desvantagens: os pacientes que serão submetidos a laringectomias geralmente têm pouco tempo ou energia para fazer as gravações, na sequência de um diagnóstico que requer tratamento rápido.

"Geralmente é uma questão de semanas", disse Barbora Repova, médica do Hospital Universitário de Motol, que trabalha no projeto pela Universidade Charles.

"Os pacientes também têm que lidar com questões como a situação económica, as vidas deles estão de cabeça para baixo e a última coisa que querem fazer é gravar", disse à AFP.

Para resolver estas dificuldades, os cientistas criaram um método mais simplificado para a aplicação, que é apoiado pela Agência de Tecnologia da República Tcheca.

Trabalhando com menos frases - idealmente 3.500, mas um mínimo de 300 - esse método usa modelos estatísticos avançados, como redes neurais artificiais.

"Utilizam-se modelos de fala com certos parâmetros para gerar fala sintetizada", disse Matousek. "Ter mais dados é melhor, mas é possível obter uma qualidade decente com menos dados de uma determinada voz".

As frases são cuidadosamente selecionadas e os sons individuais devem ser gravados várias vezes, visto que são pronunciados de forma diferente ao lado de sons diferentes ou no início e no final de uma palavra ou frase, acrescentou.

Até agora, a universidade de Pilsen gravou entre 10 e 15 pacientes, segundo Matousek.

Além do checo, os cientistas de Pilsen também criaram amostras de fala sintetizadas em inglês, russo e eslovaco.

Gular, que era estofador e perdeu o emprego devido à sua deficiência, conseguiu gravar 477 frases nas três semanas entre o seu diagnóstico e a operação.

Mas estava stressado e insatisfeito com a qualidade de sua voz.

"Pacientes com cancro de garganta muitas vezes sofrem de alguma forma de disfonia (rouquidão) antes da cirurgia, e isso combinado com uma amostra de fala limitada, faz a voz parecer artificial", disse Repova.

Conectado ao cérebro
Matousek acredita que, no futuro, os pacientes poderão usar a aplicação para gravar a sua voz em casa, usando um site especializado para orientá-los durante o processo.

E espera que um dia essa tecnologia vá ainda mais longe.

"O objetivo final é um dispositivo em miniatura conectado ao cérebro, aos nervos ligados à fala - então os pacientes poderiam controlar o dispositivo com os seus pensamentos", disse.

Esse tipo de solução avançada está muito distante, disse Repova.

"Mas veja os implantes cocleares - há 40 anos, quando começaram, não tínhamos ideia de como isso se desenvolveria, até que ponto acabariam sendo usados", afirmou, referindo-se aos implantes no ouvido usados para combater a surdez grave.

"Um final feliz seria um dispositivo implantado na garganta que pudesse falar com a própria voz do paciente", disse à AFP. "É realista; pode ser que não chegue no espaço de um ano ou mesmo em 10 anos, mas é realista e estamos a caminho disso".

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