Dentro de 5 anos será possível diagnosticar a Fibromialgia com uma simples análise ao sangue

De acordo com os investigadores envolvidos neste estudo, esta descoberta irá melhorar não só o diagnóstico da fibromialgia, como pode servir para identificar sintomas específicos da doença, contribuindo assim para desenvolvimento de novas terapias.
A fibromialgia é uma condição que afeta cerca de 8% da população mundial e é caracterizada por dores crónicas em todo o corpo. No entanto, em alguns casos, a patologia apresenta um conjunto de sintomas que facilmente podem ser confundidos com outros distúrbios. Motivo pelo qual nem sempre o médico acerta no diagnóstico à primeira.
Recentemente, um grupo de cientistas da Universidade do Ohio conseguiu desenvolver um exame de sangue capaz de detectar a fibromialgia de forma precisa. Isto significa que, em breve, a doença pode vir a ser identificada com mais facilidade, ajudando a melhorar a vida de milhares de pacientes que sofrem com a falta de um diagnóstico preciso.
“Encontramos padrões metabólicos claros e reproduzíveis no sangue de dezenas de pacientes com fibromialgia. Isso nos deixa mais próximos de um método preciso de diagnóstico”, afirmou o principal autor do estudo, Kevin Hackshaw, em comunicado. Os resultados de desempenho do novo teste sanguíneo – que pode vir a estar disponível para uso dentro de cinco anos – foram publicados recentemente no Journal of Biological Chemistry.
Para verificar a precisão do novo método de diagnóstico, os investigadores da Universidade do Ohio, nos Estados Unidos, recrutaram 121 pacientes – 50 deles tinham fibromialgia. Os restantes apresentavam artrite reumatoide, osteoartrite, e lúpus – condições crónicas cujos sintomas são semelhantes aos da doença. Utilizando a espectroscopia vibracional – técnica capaz de medir as ligações químicas e os níveis de energia das moléculas, a equipa de cientistas encontrou “impressões digitais metabólicas” que diferenciam as amostras de sangue de indivíduos com fibromialgia daqueles que sofrem de outros distúrbios.
De acordo com os cientistas, esta descoberta vai ajudar, no futuro, a encontrar terapias mais eficazes para combater a doença. “Se pudermos ajudar a acelerar o diagnóstico, o tratamento será melhor, e os doentes provavelmente terão melhores perspectivas. Não há nada pior do que não saber que doença se tem”, explicou Hackshaw.
Para já, esta equipa de investigação pretende iniciar um segundo estudo com uma amostra populacional maior (150 a 200 pessoas) para confirmar os resultados. Se tudo correr de acordo com o planeado, os cientistas esperam que o exame de sangue esteja disponível para uso nos próximos cinco anos.