"Projeto H2 - Humanizar o Hospital"
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra lança no dia 24 o "Projeto H2 - Humanizar o Hospital", que visa...

De acordo com um comunicado do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o objetivo do projeto é "sensibilizar o universo hospitalar para a importância da adoção de uma cultura centrada no respeito pela pessoa doente e de quem dela cuida", promovendo assim a melhoria da atividade assistencial.

Por outro lado, visa "constituir-se como um incentivo a um trabalho colaborativo que envolva profissionais de saúde, doentes e seus familiares".

Neste momento, segundo o CHUC, estão já em desenvolvimento as primeiras linhas de atuação, que passam pela "promoção de uma cultura de humanização (com a colaboração e envolvimento das chefias intermédias) e preparação de inquéritos de satisfação (com a colaboração do Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra).

Encontra-se também em desenvolvimento um programa de formação em comunicação e empatia (com a colaboração do Instituto de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra) e o desenvolvimento de ações de sensibilização contra o ruído hospitalar (com a colaboração do ITeCons - Universidade de Coimbra).

Na sua estrutura, o "Projeto H2-Humanizar o Hospital" integra um responsável de projeto, João Pedroso de Lima, uma equipa de Coordenação e uma Assembleia de Colaboradores, esta última a ser constituída por voluntários individuais e por delegados dos serviços hospitalares.

"Esta iniciativa do CHUC tem por base a assunção de valores e princípios humanísticos, como o respeito e a dignidade da pessoa, a cortesia e a empatia na relação com o outro, o profissionalismo e o trabalho em equipa", lê-se no comunicado.

A apresentação do projeto está prevista para o dia 24, às 12:15, no átrio do polo principal do CHUC.

Autoridade Tributária e Aduaneira
O fisco aceita que as despesas com natação sejam deduzidas ao IRS como despesa de saúde desde que cumpram pelo menos três...

Para que os gastos incorridos com a prática de natação possam ser somados ao conjunto de despesas de saúde que permitem abater o IRS até ao limite de mil euros é necessário que esta seja ministrada num local associado a um Código de Atividade Económica (CAE) na área de saúde humana ou do comércio a retalho de produtos farmacêuticos, médicos e ortopédicos e de material ótico.

Este entendimento da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) está vertido numa resposta a um contribuinte, sendo ainda sublinhado que para que tal suceda é também necessário que a prática de natação tenha sido prescrita por um médico – sendo a indicação da receita essencial para contornar o facto de esta atividade estar sujeita à taxa normal do IVA – e de a fatura ser comunicada através do Portal das Finanças.

O AT lembra ainda que, “embora a comunicação das despesas seja efetuada através da aplicação informática do e-fatura, deve aferir-se da substância da mesma, ou seja, se a despesa comunicada é, efetivamente, considerada como despesa de saúde”.

O fisco acentua assim que “se incluem no conceito de despesas de saúde os montantes pagos, e não reembolsados, com a prática da natação quando prescrito por receita médica com finalidades preventivas, curativas ou de reabilitação”.

Ministra
A ministra da Saúde, Marta Temido, mostrou-se hoje convicta que o trabalho do parlamento sobre a Lei de Bases da Saúde &quot...

"[Tenho] a certeza de que o trabalho de discussão da Lei de Bases que agora vai ser feito no parlamento vai produzir bons resultados, vai permitir melhorar aquilo que foi a proposta de lei de Governo e que agora a discussão irá permitir, de facto, melhorar em vários aspetos aquilo que foi a proposta de base, é assim a democracia e é assim que deve ser e isso é muito positivo", disse Marta Temido aos jornalistas no final da reunião do grupo parlamentar do PS.

A ministra da Saúde esteve nesta reunião da bancada socialista, no parlamento, em Lisboa, precisamente para apresentar a proposta de lei do Governo para uma nova Lei de Bases da Saúde.

"O Governo fez a sua proposta, mas percebe bem que aquilo que apresentou é a sua proposta, que agora será melhorada, aprofundada ao longo da discussão", acrescentou ainda.

Questionada sobre a intenção do BE e do PCP, nas suas propostas para a Lei de Bases de Saúde, de acabar com as taxas moderadoras e interrogada se o Governo tem um cálculo para essa intenção, Marta Temido contabilizou que atualmente "as taxas moderadoras representam em termos de receita para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) qualquer coisa como 160, 170 milhões de euros".

"Portanto, dir-se-á que é um valor que no orçamento do SNS é um valor relativamente baixo. É claro que sendo receitas acabam por ser canalizadas para a prestação de serviços, mas as taxas moderadoras não são um elemento de financiamento, elas são um elemento de moderação da procura", explicou.

Assim, para a ministra com a tutela da Saúde "é sobre essa sua função" que neste momento se discute aquilo que "é o futuro, que ficará escrito sobre as taxas moderadoras na Lei de Bases da Saúde".

Em 13 de dezembro do ano passado, o Conselho de Ministros aprovou a nova Lei de Bases da Saúde, que visa "assegurar aos portugueses a melhor promoção e proteção da saúde, incluindo o acesso apropriado a cuidados de saúde de qualidade".

Ministra da Saúde
A ministra da Saúde revelou hoje que as reivindicações dos enfermeiros, se fossem todas atendidas, custariam mais de 500...

Marta Temido esteve hoje na reunião do grupo parlamentar do PS, na Assembleia da República, no mesmo dia em que o Governo e os sindicatos de enfermeiros retomam as negociações.

"O caminho que nós já andamos é um caminho que importa 200 milhões de euros só para esta profissão. O caminho que agora nos pedem vai para além dos 500 milhões de euros em termos de efeito remuneratório se todas as reivindicações fossem atendidas", contabilizou, acrescentando que “não é possível fazê-lo todo”

Segundo a ministra da saúde, não é possível atender a todas as reivindicações "por várias razões", a primeira das quais o facto de a primeira obrigação de quem governa ser "com a satisfação das necessidades dos cidadãos".

"A ministra da Saúde e o Governo não são nem ministra da Saúde dos profissionais de Saúde nem Governo apenas das reivindicações profissionais, têm que em primeira mão satisfazer o interesse público", concretizou.

A necessidade de "garantir equidade entre o tratamento das várias profissões e sustentabilidade a longo prazo" são as outras razões apontadas por Marta Temido.

"Não podemos fazer escolhas que ultrapassem essas balizas. Dentro destas balizas, muita disponibilidade para continuar a conversar, para nos aproximarmos, para fazer aquilo que os portugueses esperam de nós", disse ainda.

Questionada sobre as reuniões de hoje de manhã, a ministra da Saúde escusou-se a falar do "conteúdo específico" das mesmas uma vez que para a tarde estão marcadas outras.

"Só no final do dia poderemos dar nota sobre qual é a conclusão do posicionamento sobre estes temas", remeteu.

Para Marta Temido, esta questão com os enfermeiros "não se trata de um braço de ferro, trata-se de um caminho que vem sendo prosseguido com grande esforço por parte do Governo no sentido de construir pontes mesmo quando, às vezes, elas se afiguraram difíceis".

A ministra da Saúde fez questão de salientar algum do caminho já percorrido, como a reposição do período normal de 35 horas semanais, a reposição das remunerações e "outros aspetos vieram depois suscitados pelos profissionais" e ao quais o executivo procurou responder.

O Governo e os sindicatos de enfermeiros retomaram hoje negociações, incluindo as duas estruturas sindicais que têm prevista uma nova greve de longa duração em blocos cirúrgicos em vários hospitais.

Na quarta-feira, os sindicatos dos enfermeiros assumiram que têm baixas expectativas para a reunião de hoje com o Governo e avisam que ou avançam efetivamente as negociações ou avança uma nova “greve cirúrgica” até ao final de fevereiro.

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses mantém a greve de quatro dias na próxima semana, depois de o Ministério da Saúde ter...

A CNESE, comissão negocial constituída pelo SEP e pelo Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, reuniu-se hoje com o Governo para discutir a carreira de enfermagem, num encontro em que o Ministério da Saúde “fechou as negociações”, segundo José Carlos Martins.

Em relação à carreira, o Governo explicitou que “já cumpriu aquilo que era o compromisso com a enfermagem”, de “consagrar na carreira a categoria de enfermeiro especialista”, e manteve a sua proposta praticamente inalterada, referiu.

O dirigente sindical salientou que a proposta de carreira apresentada “está profundamente longe das justas reivindicações dos enfermeiros e sindicatos”, não havendo “qualquer espaço” para discutir ou negociar a aposentação mais cedo e a compensação por trabalhos por turno.

Também do ponto de vista da grelha salarial “não traduz qualquer valorização remuneratória”, sublinhou.

“É neste quadro que a SEP mantém a greve decretada para os dias 22, 23, 24, 25 de janeiro”, disse o presidente do SEP.

Esta greve não está relacionada com a chamada “greve cirúrgica”, convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), que hoje mantêm negociações com o executivo da parte da tarde.

Estas duas estruturas têm prevista uma nova greve em vários blocos operatórios do país até ao final de fevereiro, tendo reunido um fundo de mais de 420 mil euros numa plataforma ‘online’ para financiar a paralisação, caso não haja acordo hoje com o Governo.

Em relação à paralisação já confirmada pela CNESE, tem como objetivo exigir que “sejam contados os pontos para trás aos enfermeiros em funções públicas e CIT [contratos individuais de trabalho] que foram reposicionados nos 1.200 euros” e protestar contra a “imposição unilateral de encerramento do processo negocial da carreira”.

Segundo o dirigente sindical, é “uma greve geral nacional para todos os enfermeiros” e que será feita por regiões.

No dia 22 de janeiro decorrerá na região de saúde de Lisboa e vale do Tejo, no dia seguinte na região Centro, no dia 24 na região norte e no último dia nas regiões do Algarve, Alentejo e Açores.

Eurostat
Portugal tinha em 2016 o maior número de médicos de clínica geral (253) por cem mil habitantes, entre 21 estados-membros da...

Segundo o gabinete estatístico da União Europeia (UE), sendo os dados de 2016, só Portugal (253 por 100.000 habitantes) e a Irlanda (179 por 100.000) tinham mais de 160 médicos por cada cem mil habitantes.

A Áustria, Holanda e França tinham, no ano em causa, entre 150 e 160 médicos generalistas com licença para exercer por cem mil habitantes).

Na maioria dos 21 estados-membros para os quais há dados disponíveis, o número de médicos de clínica geral por cem mil habitantes varia entre os 60 e os 120.

A Eslovénia (68 médicos por 100.000 habitantes), a Bulgária (64) e a Grécia (42) estavam no fundo da tabela.

Doença degenerativa
Afeta cerca de dois milhões de portugueses e é uma das principais causas de incapacidade na pessoa i

A Osteoartrose é uma doença degenerativa da cartilagem articular que é um tecido conjuntivo flexível que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre si. A cartilagem articular é nutrida pelo líquido articular ou líquido sinovial. Este contribui para a lubrificação da articulação, facilitando os seus movimentos para que as cartilagens deslizem umas sobre as outras sem desgaste. Na osteoartrose a cartilagem da articulação úlcera e o osso reage, dando origem a proeminências, conhecidas vulgarmente por “bicos de papagaio”.

Deformação articular é o sintoma mais avançado da doença

Os sintomas mais comuns são: dor que surge com o movimento/esforço de intensidade variável, dificuldade em iniciar movimentos após repouso, Deformidade e limitação da mobilidade articular

Doença atinge 2 milhões de portugueses

As doenças reumáticas são, segundo Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas (PNCDR), publicado em 2004 pela DGS, o primeiro motivo de consulta nos cuidados de saúde primários e são também a principal causa de incapacidade temporária para o trabalho e de reformas antecipadas por doença/invalidez.

Olhando para os dados do EpiReumaPt - o primeiro estudo epidemiológico nacional sobre doenças reumáticas que abrangeu mais de 10 mil pessoas, percebemos que 24% da população sofre de osteoartrose, sendo o joelho (12,4%), mãos (8,7%) e anca (2,9%) as articulações mais afetadas. Com este estudo podemos concluir que a osteoartrose é a segunda maior patologia mais frequente na população, no entanto o PNCDR considera a osteoartrose como a principal causa de incapacidade da pessoa idosa, associando-se frequentemente, neste grupo etário, a outras doenças por vezes incapacitantes.

O EpiReumaPt que analisou o impacto da doença reumática (que afeta dois milhões de portugueses) alerta-nos também para o facto de quase 70% dos doentes com osteoartrose entre os 50 e os 65 anos estarem a trabalhar.

Mulheres são as mais atingidas

É uma doença que afeta mais as mulheres segundo o EpiReumaPt a osteoartrose afeta 32,6% das mulheres e 14,5% dos homens.

Os fatores hormonais, associados aos desequilíbrios musculares são uma das principais causas de risco de osteoartrose nas mulheres, por isso, o período pós-menopausa pode ser mais propício ao desenvolvimento da doença.

A evolução da doença pode variar de doente para doente

A osteoartrose poderá afetar um leque variado de pessoas, no entanto existe a seguinte população com risco acrescido: mulheres pós-menopáusicas, pessoas idosas, trabalhadores com atividades físicas repetitivas ou com alterações da ergonomia e desportistas amadores ou ocasionais.

Cada caso é analisado de forma individual e a evolução da doença pode variar, consoante as praticas, tratamentos e características da saúde de cada um.

Idade é o principal fator de risco, mas não é o único

O risco de osteoartrose aumenta com a idade sendo, mais comum nas mulheres, onde a obesidade é um dos principais fatores de risco, e não só pelo fator mecânico do peso como também pelos desequilíbrios musculares.

Existem fatores de risco articular, como a existência de fraturas antigas que com o tempo irão conduzir a um processo artrosico prematuro da articulação, por alteração dos vetores de força na superfície articular em causa.

Outro dos fatores de risco pode ser a própria profissão, pois se esta condicionar um stress articular, obviamente que levará a artrose. Nestas alturas pensamos sempre nos desportistas de alto rendimento, quer seja do futebol, andebol, halterofilismo ou outros mais. Mas também existem hoje jogos, particularmente de consolas que levam à artrose dos polegares (rizartrose), por uso desmesurado destas.

Podemos também considerar a falta de atividade como um facto de risco da artrose, pois a inatividade leva a uma rigidez, falta de lubrificação, perda de mobilidade e desgaste por desuso.

Também devem ser ponderados e vigiados os desalinhando articulares, como causa futura de artrose.

Incidência aumenta a partir dos 40 anos

Pensado que um fator de risco trata-se da idade, considera-se que é mais frequente o desenvolvimento de osteoartrose em idade mais avançadas. Até aos 40 anos a incidência da doença é menor. A partir dessa faixa etária pode aumentar, mas tendencialmente afeta mais os idosos.

Cuidados alimentares e exercício físico essenciais em matéria de prevenção

Para lidar e prevenir a osteoartrose existe uma combinação de fatores que devem ser tidos em conta. Alguns dos principais são a alimentação, o exercício físico, privilegiando os alongamentos e sem carga, assim como a medicação específica ou a suplementação adequada. Do ponto de vista da suplementação são interessantes as soluções que combinam a glucosamina com nutrientes ómega 3, por garantirem resultados nutricionais satisfatórios. As dosagens diárias recomendadas são: Glucosamina 1500mg, Condroitina 1200 mg, Ómega 3 400 mg e metilsulfonilmetano 2000 mg.

Do ponto de vista da alimentação, há estudos que confirmam que os alimentos ricos em ácidos gordos ómega3, frutos e legumes ricos em vitaminas e antioxidantes são essenciais para manter a saúde articular, sendo que a suplementação adicional pode efetivar a absorção dos nutrientes e vitaminas necessários, uma vez que a capacidade do corpo de absorver alguns nutrientes torna-se menos eficiente com a idade, tornando-se mais difícil obter todas as vitaminas e minerais necessários para uma boa saúde.

O exercício físico regular deve acompanhar a alimentação saudável de forma a assegurar e prevenir a incapacidade de movimentos.

Tratamento promove a melhoria da função articular 

Enquanto o doente se preocupa apenas com a redução da dor e terminar rapidamente com o sofrimento, os médicos são obrigados a pensar noutras vertentes de tratamento, focando a prevenção ou atraso da progressão das lesões estruturais, ou seja, tentar prevenir a destruição e a deformidade da articulação, de modo a promover a melhoria da função articular e em última instância da qualidade de vida.

Os tratamentos não farmacológicos consideram-se: educação do doente (incluindo alteração dos hábitos de vida, dieta, perda de peso e parar de fumar) assim como o exercício físico. A par destes consideramos também a fisioterapia – que se mostrou benéfico principalmente para a osteoartrose das mãos, ortóteses adaptadas a cada doente (palmilhas para corrigir diferenças de tamanho entre os membros inferiores ou alterações dos pés), crioterapia (Massagem com gelo, compressas frias), Estimulação elétrica (TENS) e Ultrasons.            

A abordagem do tratamento com fármacos poderá passar por: analgésicos (paracetamol e opióides), AINEs, Anti-artrósicos de ação lenta, Glucocorticóides intra-articulares e Viscossuplementação (ácido hialurónico intraarticular).

Orientações EULAR (European League Against Rheumatism) para Tratamento conservador da AO joelho – 2003:

  • Otimização da combinação entre tratamento não farmacológico e farmacológico.
  • De acordo com fatores de risco, gravidade da dor, presença ou ausência de derrame articular e do grau radiológico de OA.
  • Tratamento não farmacológico: perda de peso; ortóteses; fisioterapia
  • Paracetamol analgésico de 1ª linha para uso prolongado, se efetivo.
  • AINEs tópicos são efetivos (tal como AINEs orais)
  • Analgésicos opióides podem ser usados se Paracetamol ou AINE são ineficazes ou mal tolerados
  • Symptomatic slow-acting drugs (SYSADOA) constituem um tratamento sintomático eficaz
  • Injeção de corticosteróides para tratar dor severa e derrame intra-articular

É importante sublinhar que a utilização de estratégias multidisciplinares conjuntas é fundamental para a otimização dos resultados.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Governo
A despesa efetiva do Serviço Nacional de Saúde terá atingido em 2018 cerca de 10 mil milhões de euros, um crescimento de 12%...

Numa nota hoje divulgada, o Ministério da Saúde refere que a despesa efetiva do SNS no ano passado ficará, pela primeira vez desde 2010, em cerca de 10 mil milhões de euros, representando um crescimento de 5% face ao ano anterior e de 12% em relação a 2015.

O Ministério entende que a despesa efetiva é o “indicador adequado para aferir os recursos utilizados pelo SNS num determinado ano” e considera que o indicador que o Tribunal de Contas usou recentemente num relatório não indica o esforço da despesa num determinado ano.

O relatório do Tribunal de Contas divulgado há mais de uma semana indica que o fluxo financeiro do Estado para SNS diminuiu 6,1% no triénio 2015-2017 face ao triénio 2012-2014, tendo passado de 26,3 mil milhões para 24,7 mil milhões.

O Ministério da Saúde afirma que o indicador de fluxo financeiro do Estado para o SNS inclui aumentos extraordinários de capital dos hospitais, nomeadamente para regularização de dívidas, e como tal não é “um indicador do esforço da despesa” num determinado ano, por se referir a despesa de anos anteriores.

“Por não refletir a despesa anual, este indicador tem flutuações anuais muito elevadas”, refere a nota do Ministério.

A nota do Ministério abrange dados entre 2015 e 2018, enquanto o relatório do Tribunal de Contas compara dois triénios: 2012-2014 e 2015-2017.

O Governo defende que “o reforço da despesa no SNS tem sido a principal aposta do Estado”, argumentando que o aumento da despesa com saúde representa 60% do aumento total de despesa da administração central.

As despesas com pessoal cresceram 597 milhões de euros, o que significa mais 17% em 2018 do que em 2015.

Neste valor estão refletidos, segundo o Ministério, a contratação de profissionais, a reposição das 35 horas de trabalho semanais e pagamento de horas extra ou de qualidade.

O Governo volta a referir a contratação de cerca de 9.000 profissionais de saúde desde o início da legislatura, sendo que quase metade são enfermeiros (4.100).

Também aumentou a despesa em compra de bens e serviços, com um crescimento de 413 milhões de euros (mais 8%) entre 2015 e 2018, refletindo mais dinheiro aplicado em medicamentos ou meios complementares de diagnóstico.

Parlamento
A legalização da canábis para uso recreativo é debatida hoje no parlamento, com BE e PAN a apresentarem projetos de lei...

O Bloco de Esquerda (BE) defende que a venda deve ser feita em estabelecimentos licenciados para o efeito, que “devem ter, apenas e só, como atividade principal o comércio de plantas, substâncias ou preparações de canábis”, enquanto o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considera que a venda “deve ocorrer exclusivamente em farmácias, porque são pontos de venda neutros”, onde há profissionais habilitados para prestar esclarecimentos.

Na semana em que foi publicada a regulamentação da lei da canábis para fins terapêuticos, aprovada em julho passado, os deputados voltam a discutir a questão, agora para legalizar a droga para uso pessoal e não medicinal, permitindo mesmo o autocultivo.

Os projetos não são consensuais, e se por um lado o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, diz que a instituição tem de tomar uma posição, pelo impacto da medida na saúde, a Associação de Estudos Sobre Canábis - Cannativa considera que a legalização seria “um grande passo” para combater o crime organizado e “um passo na direção da saúde pública”.

Os dados do último inquérito nacional indicam que um em cada 10 portugueses já consumiu canábis pelo menos uma vez na vida e que há uma tendência para aumento, sobretudo entre os portugueses que têm hoje entre 25 e 44 anos.

Caso os projetos sejam aprovados Portugal será o terceiro país do mundo com a legislação mais permissiva, depois do Uruguai e do Canadá.

O projeto de lei do BE, o primeiro partido a apresentar a iniciativa legislativa, propõe a legalização da canábis para consumo pessoal não medicinal, passando a lei a regular os aspetos da produção e do cultivo, da comercialização, da aquisição, detenção e consumo da planta ou derivados.

No seu projeto de lei, o PAN afirma que o objetivo da regulação do uso recreativo da canábis é a “proteção da saúde e segurança pública”, providenciando um acesso seguro e informado.

Os dois partidos defendem que a venda deste produto só pode ser feita a maiores de 18 anos e que não padeçam de doença psíquica.

Propõem igualmente a proibição de publicidade a produtos à base de canábis e aos estabelecimentos que os vão vender e que as embalagens sejam neutras e informativas, alertando para os eventuais danos para a saúde do consumidor.

Relativamente ao cultivo para o uso pessoal, o projeto de lei do BE permite o autocultivo até um limite máximo de cinco plantas por habitação própria e permanente e o PAN de seis plantas.

Governo
O Governo e os sindicatos de enfermeiros retomam hoje negociações, incluindo as duas estruturas sindicais que têm prevista uma...

Na quarta-feira, os sindicatos dos enfermeiros assumiram que têm baixas expectativas para a reunião de hoje com o Governo e avisam que ou avançam efetivamente as negociações ou avança a “greve cirúrgica”.

Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), uma das estruturas que marcou a greve, sublinhou que a reunião “não tem agenda” e disse que "o Governo não tem estado objetivamente a negociar”.

A ASPE recordou que uma nova greve cirúrgica em sete hospitais do país deveria ter começado na segunda-feira, prolongando-se até ao fim de fevereiro, mas foi suspensa até hoje, dia da reunião com o Governo.

Pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), a outra estrutura que convocou a greve, Carlos Ramalho disse apenas ter a certeza de que os sindicatos se vão “confrontar com uma reunião política” e avisou: “Ou há avanços nas negociações ou há greve”.

Os dois sindicatos reclamam a criação de uma carreira de enfermagem que contemple três categorias, uma delas de enfermeiro especialista, a antecipação da idade da reforma para os 57 anos e a revisão da grelha salarial com aumento do ordenado base.

Na sexta-feira, o Governo reuniu-se com os sindicatos de enfermeiros, reunião que resultou em algumas cedências aos profissionais - como a criação da categoria de enfermeiro especialista e o descongelamento das progressões na carreira - mas não em todas as reivindicações sindicais, que exigem também aumentos salariais e a antecipação da idade da reforma.

No mesmo dia, a ministra da Saúde, Marta Temido, advertiu que o Governo tem "linhas vermelhas" nas negociações com os enfermeiros, porque não pode pôr em causa a "sustentabilidade financeira" de Portugal e tem de tratar com equidade todas as profissões.

Através de um movimento de profissionais denominado “Movimento Greve Cirúrgica”, os enfermeiros conseguiram já recolher mais de 420 mil euros para ajudar a financiar os colegas que façam greve, através de uma recolha de fundos feita por uma plataforma ‘online’.

Na primeira greve cirúrgica, que decorreu entre 22 de novembro e fim de dezembro passado, este movimento tinha conseguido recolher mais de 360 mil euros para apoiar os colegas em greve, compensando-os por deixarem de receber ordenado.

Estima-se que a greve que terminou no fim de dezembro tenha levado ao adiamento de cerca de oito mil cirurgias programadas, segundo os dados oficiais.

Além da ASPE e do Sindepor, o Governo reúne-se hoje também com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e com a Federação dos Sindicatos de Enfermagem (Fense).

Relatório
Alimentar os 10 mil milhões de pessoas do planeta em 2050 só será possível com uma dieta sustentável, reduzindo para metade o...

O diagnóstico, ontem divulgado, faz parte de um relatório de uma comissão de especialistas da revista científica Lancet, segundo o qual o planeta não terá capacidade de alimentar tantas pessoas sem uma transformação dos hábitos alimentares, uma melhoria na produção e uma redução do desperdício.

E essa mudança, para o consumo de alimentos mais saudáveis, também vai evitar a morte prematura de 11 milhões de pessoas em cada ano, reduzindo a morte de adultos entre 19% e 23,6%.

Segundo os especialistas, uma dieta-padrão saudável e planetária consistirá em aproximadamente 35% das calorias provenientes de grãos integrais e tubérculos, em ter nas plantas a principal origem da proteína (incluindo-se apenas cerca de 14 gramas de carne vermelha por dia), e no consumo de 500 gramas de vegetais e frutas por dia.

É esta mudança nos hábitos alimentares que levará à diminuição em 50% do consumo de carne vermelha e açúcar e a um aumento de 50% de consumo de frutos secos, verduras, legumes e fruta.

Esta mudança, diz-se no relatório, garante um sistema alimentar mundial e não põe em causa os limites do planeta na produção de alimentos, tendo em conta por exemplo as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, o uso da terra e da água e o ciclo dos nutrientes.

E essa mudança, segundo o documento, é “urgentemente necessária”, já que mais de três mil milhões de pessoas sofrem de desnutrição e a produção de alimentos está a exceder a capacidade do planeta, impulsionando as alterações climáticas, a perda de biodiversidade e o aumento da poluição pelo uso excessivo de fertilizantes.

O relatório da Comissão EAT, da Lancet, propõe uma dieta baseada em alimentos à base de plantas e com pouca quantidade de alimentos de origem animal, de grãos refinados, comida altamente processada e açucares.

“As dietas atuais estão a levar a Terra além dos seus limites ao mesmo tempo que causam problemas de saúde. Tal coloca ambos, pessoas e planeta, em risco”, diz o documento.

Tim Lang, da Universidade de Londres, um dos membros da comissão, diz que “os alimentos que comemos e a forma como os produzimos determinam a saúde das pessoas e do planeta, e atualmente estamos a fazer isto de forma muito errada”.

A Comissão EAT é um projeto a três anos que reúne 37 especialistas de 16 países, com experiência em saúde, nutrição, sustentabilidade ambiental, sistemas alimentares, economia e governança política.

No relatório, os responsáveis salientam que o aumento da produção alimentar nos últimos 50 anos contribuiu para o aumento da esperança de vida, e para a redução da fome, da mortalidade infantil e da pobreza global, mas notam que esses benefícios estão agora a desviar-se para dietas pouco saudáveis, altas em calorias, açucares, amidos refinados e excesso de carne, e baixo teor de frutas, legumes, grãos integrais, frutos secos, sementes e peixe.

Atualmente, diz-se no documento, os países da América do Norte comem quase 6,5 vezes mais carne do que o recomendado, enquanto no sul da Ásia se come metade do que era suposto. Todos os países estão a comer mais vegetais ricos em amido, como a batata e a mandioca, do que o recomendado, 1,5 vezes mais no sul da Ásia ou 7,5 vezes mais na África subsaariana.

No modelo proposto aumenta-se o consumo de ácidos polinsaturados saudáveis e reduz-se o consumo de gorduras saturadas, e aumenta-se também a ingestão de micronutrientes essenciais como o ferro, o zinco, o ácido fólico, a vitamina A e o cálcio. A falta de vitamina B12 (muito presente em alimentos de origem animal) poderá ter de ser compensada.

Os autores notam ainda que é necessário descarbonizar mais rápido do que o previsto o sistema energético, para permitir alimentar 10 mil milhões de pessoas em 2050 sem produzir mais gases com efeito de estufa. E que é preciso reduzir a perda de biodiversidade e o uso de fósforo (fertilizantes) e não aumentar o uso de azoto (em fertilizantes também).

E propõem que sejam criadas políticas para encorajar as pessoas a escolher dietas saudáveis, restrições de publicidade e campanhas de educação. Depois os preços dos alimentos devem refletir os custos de produção, mas também os custos ambientais, pelo que pode haver aumento dos custos para consumidores, podendo ser necessárias políticas de proteção social.

E o desperdício alimentar deve ser reduzido pelo menos a metade. Notam os responsáveis que esse desperdício acontece em países pobres durante a produção, devido a mau planeamento, falta de acesso a mercados e falta de estruturas de armazenamento e processamento.

Nos países ricos o desperdício é causado sobretudo pelos consumidores e pode ser resolvido com campanhas que melhorem hábitos de compra, o entendimento dos rótulos, e o armazenamento, preparação, proporções e uso de sobras.

A Lancet lançará este ano vários relatórios, o próximo, no final do mês, será sobre obesidade, desnutrição e alterações climáticas.

Projetos de lei
A Ordem dos Farmacêuticos deu ontem parecer negativo sobre os projetos de lei de legalização da canábis para uso recreativo,...

O parecer de oito páginas, cinco das quais de com bibliografia e anexos sobre efeitos cancerígenos e aditivos da canábis, refere-se aos projetos do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Animais e Natureza (PAN), que vão ser debatidos hoje no parlamento, sobre a legalização da canábis para consumo pessoal, não medicinal.

“A ordem entende que ambas as iniciativas legislativas assentam em pressupostos incorretos e generalistas e transmitem um sinal errado à sociedade, que não necessita de mais um fardo para a Saúde Pública”, refere o parecer.

Sublinha que “os relatórios disponíveis na literatura sobre experiências internacionais semelhantes demonstram um agravamento significativo dos fatores relacionados com o tráfico e com a saúde pública”.

Para os farmacêuticos “os pressupostos dos projetos de lei, que na sua maioria carecem de comprovação científica, poderiam literalmente ser aplicados a qualquer droga, além da canábis. O único argumento que poderia estar subjacente à legalização da canábis, e não de todas as outras drogas, como por exemplo a cocaína, a heroína ou as anfetaminas, seria o da sua hipotética inocuidade, não constituindo assim uma ameaça para a saúde pública. Esta hipótese é nula, tendo em conta o elevado potencial de toxicidade da canábis e dos seus produtos psicotrópicos, já referido no parecer anterior da Ordem dos Farmacêuticos sobre a utilização de canábis para efeitos terapêuticos”, adianta.

A Ordem dos Farmacêuticos (OF) sustenta que “os dados iniciais relativos à experiência dos Estados Unidos sustentam a contraproducência dos projetos de lei".

Relativamente à saúde pública, a OF considera que a sociedade atual já está sobrecarregada com os efeitos nefastos decorrentes da utilização de duas substâncias psicotrópicas: o tabaco e o álcool e “não precisa de mais um fardo".

Segundo o parecer, estas duas substâncias psicotrópicas são dois bons exemplos de que, uma vez incorporadas e normalizadas nos hábitos das sociedades, é muito difícil ou mesmo impossível proceder à sua eliminação ou mesmo à redução de riscos para os adultos, adolescentes e crianças.

“A incorporação de uma nova droga com elevado potencial aditivo e toxicológico nos hábitos das populações corresponderia a um grave incremento dos danos na saúde pública, que é previsível pelos exemplos citados e que urge evitar”, acrescenta o documento.

A concluir, a OF corrobora a posição da Federação Internacional Farmacêutica (FIP), “opondo-se, determinantemente, à venda da canábis para fins recreativos nas farmácias”.

“As farmácias são espaços de saúde, de prevenção da doença, cuja atividade em nada se coaduna com a comercialização de produtos nocivos para a saúde, como o álcool, o tabaco ou outros produtos utilizados para outros fins que não a promoção de saúde”, afirma.

A OF conclui que “a venda de canábis para fins recreativos nas farmácias legitimará a sua utilização para fins de saúde e terapêuticos, escamoteando, irresponsavelmente, os efeitos nefastos atrás descritos”.

Investigação
Cientistas criaram em laboratório vasos sanguíneos humanos funcionais, um feito inédito que pode ajudar no estudo e tratamento...

Os vasos sanguíneos foram 'cultivados' em placas de Petri a partir de células estaminais humanas (células que se diferenciam noutras) e depois transplantados em ratos, onde se desenvolveram em artérias e capilares, refere em comunicado a Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, que coordenou a investigação.

De acordo com a equipa científica, os 'organoides vasculares', que mimetizam a estrutura e o funcionamento dos vasos sanguíneos humanos, podem ser um 'instrumento' promissor para estudar doenças associadas a alterações no funcionamento dos vasos sanguíneos e testar novos tratamentos.

Muitos dos sintomas da diabetes, doença que se caracteriza por excesso de açúcar no sangue, resultam de alterações nos vasos sanguíneos, como o aumento da espessura das paredes dos vasos, que prejudicam a circulação sanguínea e o fornecimento de oxigénio e nutrientes às células e aos tecidos.

O facto de se saber pouco sobre os problemas sanguíneos decorrentes da diabetes levou os cientistas a criarem os 'organoides vasculares'.

Um organoide é um órgão tridimensional gerado em laboratório a partir de células estaminais e que reproduz a estrutura e o funcionamento de um órgão real.

A mesma equipa de cientistas descobriu, em modelos animais, que a inibição da expressão da enzima 'y-secretase' pode ajudar a tratar a diabetes, uma vez que evita que as paredes dos vasos sanguíneos se tornem espessas.

Escola Superior de Biotecnologia
Investigadores da Escola Superior de Biotecnologia do Porto concluíram, com base num inquérito realizado a 100 portugueses...

O inquérito online, que tinha como propósito desvendar se os mitos alimentares dos portugueses e se as ideias preconcebidas eram assentes em pressupostos científicos, envolveu cerca de 100 pessoas que, no total, apresentaram variados mitos e “crenças populares”.

Em declarações, Paula Teixeira, a investigadora responsável pelo projeto ‘SafeconsumE’ em Portugal, revelou que o inquérito demonstrou que as estratégias e mensagens sobre higiene e segurança alimentar “não estão a ser eficazes” e que é necessário “implementar e adotar novas medidas de comunicação”.

“Muitas das mensagens em higiene e segurança alimentar não estão a ser eficazes. O problema não é dos consumidores, o problema é dos comunicadores, porque a mensagem não está a passar de forma convincente”, salientou.

De acordo com a investigadora, muitas das questões identificadas pelos inquiridos eram "comuns", como a regra dos cinco segundos, as cozinheiras terem sempre as mãos limpas, lavar a carne antes de a cozinhar ou até o prazo de validade dos iogurtes.

Contudo, foram questões como o “mito dos ovos”, o guardar alimentos quentes no frigorífico e o facto de as pessoas acreditarem “piamente nos seus sentidos”, que causaram maior “incredibilidade” à equipa.

“Algumas pessoas disseram que os ovos que flutuam na água estão estragados. O ovo pode até não estar estragado, mas regra geral, não se deve comer. Outras disseram o que, de facto, é mito: que para saber se um ovo é seguro devo verificar se flutua ou não em água. Não podemos verificar isso, apenas em laboratório”, frisou.

Relativamente aos alimentos quentes serem guardados no frigorífico, Paula Teixeira explicou que não é “por serem guardados quentes que se estragam”, mas sim porque demoram mais tempo a arrefecer, dando “tempo suficiente aos organismos que vão estragar o alimento para crescerem”.

Quanto ao facto de as pessoas recorrem aos sentidos para detetar se o alimento está estragado, a investigadora esclareceu que grande parte das bactérias que causam a doença “não estragam nada”, na medida em que são “tão silenciosas” que não é notória qualquer alteração.

Segundo a responsável, é por isso necessário "arranjar formas" de desmistificar algumas questões e perceber quais são as "barreiras" à implementação de práticas seguras, de modo a transmitir a mensagem correta aos consumidores.

Paula Teixeira revelou à Lusa que estão a ser preparadas atividades para serem demonstradas em escolas, uma estratégia que acredita ser “importante” e que vai levar à alteração de alguns comportamentos.

O estudo desenvolvido pela Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa do Porto, insere-se no projeto europeu ‘SafeconsumE’, uma iniciativa que envolve 11 países e que pretende, num prazo de cinco anos, alterar comportamentos e dotar o consumidor de ferramentas que permitam implementar melhores práticas de segurança alimentar.

Comissão parlamentar de Saúde
A administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte anunciou ontem que a greve dos enfermeiros em blocos operatórios teve menor...

Carlos Martins, administrador do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHLN), que integra o hospital Santa Maria e o hospital Pulido Valente, foi ontem ouvido na comissão parlamentar de Saúde sobre os efeitos da greve dos enfermeiros que decorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro passado em blocos cirúrgicos.

O administrador chegou a estimar que fossem canceladas cerca de 1.500 cirurgias nesse período, mas indicou ontem aos deputados que afinal ficaram por realizar 816.

Das 1.450 cirurgias agendadas para o período de greve, foram realizadas 634, o que aponta para uma “perda de produção” de 56%. Só 13 das 30 salas de cirurgia programada estiveram ativas no período de greve.

As 816 cirurgias adiadas durante a greve cirúrgica correspondem a mais de metade das 1.460 cirurgias que foram adidas com os 62 dias de greves totais ou parciais que houve naquele centro hospitalar durante todo o ano de 2018, o que corresponde a duas semanas de atividade em situação normal.

Das operações adiadas, 46% dos doentes já têm nova data para realizar a cirurgia e outros 30% terão datas marcadas até fim do mês.

Num comentário aos dados que apresentou aos deputados, Carlos Martins reconheceu que a greve dos enfermeiros teve impacto, embora mais reduzido do que as previsões iniciais, rejeitando casos de situações emergentes naquele centro hospitalar que não tenham sido atendidas.

“Portanto, a greve teve impacto, ponto final, parágrafo, impacto no acesso e equidade do cidadão. Mas não teve impacto no acesso em situação emergente”, declarou o administrador do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.

A área pediátrica foi a que maior impacto sentiu, segundo Carlos Martins, adiantando que ainda assim foram operadas 102 crianças no período de greve.

Em termos financeiros, a greve terá tido um impacto de pelo menos de 1,8 milhões de euros só em perda de proveitos.

 

Governo
A Frente Comum quer que o Governo e a ADSE tomem medidas para acabar com a discriminação dos beneficiários que diz verificar-se...

Esta exigência consta de uma moção aprovada pelo plenário de sindicatos da Frente Comum (afeta à CGTP) onde se refere a necessidade de ser feito “um controlo eficaz da legislação em vigor e das convenções contratualizadas com diversos prestadores de serviços de saúde por forma a garantir a qualidade dos serviços que prestam aos beneficiários e não a sua discriminação”.

No final de dezembro, a ADSE tornou público que iria avançar com um processo de regularização em que pede aos prestadores convencionados a devolução de 38 milhões de euros que considera terem sido faturados a mais entre 2015 e 2016.

Na sequência desta decisão, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) referiu que alguns prestadores admitem deixar de ter convenção com a ADSE e pediu ao Governo a anulação desse processo.

Para os dirigentes, delegados e ativistas sindicais que participaram no plenário é igualmente necessário que se concretize o parecer do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE que defende a abertura deste subsistema de saúde dos trabalhadores e reformados da função pública aos que têm contrato individual de trabalho e aos que, tendo contrato de trabalho em funções públicas, deixaram passar o prazo para se inscreverem.

O texto da moção exige também ao Governo a assinatura de mais convenções com prestadores de serviços de saúde para que a rede convencionada possa chegar aos beneficiários de todo o país.

Os sindicatos da Frente Comum estiveram reunidos em Lisboa na terça-feira e, além desta moção sobre a ADSE, aprovaram uma convocatória para uma greve geral da função pública no dia 15 de fevereiro.

Entre as principais razões para esta paralisação estão a ausência de uma proposta do Governo para aumentos salariais na função pública e o repúdio da decisão governamental em usar a margem orçamental disponível (avaliada em 50 milhões de euros) para atualizar apenas os salários dos funcionários da administração pública com remunerações mais baixas.

A proposta do Governo – que deverá ser aprovada esta semana pelo Conselho de Ministros – prevê uma subida da remuneração base da função pública dos 580 euros para os 635,07 euros.

Os sindicatos têm ainda contestado o facto de não ser claro se este aumento de salário terá como contrapartida um ‘apagão’ dos pontos atribuídos a cada trabalhador na sequência das avaliações de desempenho e que são relevantes para a sua progressão na carreira.

Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia
O cancro digestivo mata uma pessoa por hora em Portugal, uma doença que tem vindo a aumentar nos últimos anos, representando um...

“O cancro digestivo representa 10% da mortalidade portuguesa, um grave problema de saúde pública que tem registado uma subida nos últimos anos e que agrupa três das doenças que mais matam no nosso país: cancro do cólon e do reto, cancro do estômago e cancro do fígado”, além do cancro do pâncreas e do esófago, segundo a Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG).

Para alertar para o impacto do cancro digestivo em Portugal, a SPG realiza no dia 26 de janeiro, em Lisboa, a Reunião Monotemática, um encontro científico dirigido a especialistas na área da saúde com o intuito de analisar as diversas abordagens terapêuticas para o tratamento destes cinco tipos de cancros digestivo.

“Um terço de todos os cancros do país são do aparelho digestivo”, disse o hepatologista Rui Tato Marinho, defendendo a importância de consciencializar os portugueses para os fatores de risco destas doenças e para os comportamentos que devem adotar para as prevenir.

O médico afirmou que “o aparecimento do cancro é uma consequência natural do envelhecimento e do comportamento humano”, referindo que muitas vezes começa a gerar-se 30 ou 40 anos antes de aparecer devido a “comportamentos menos bons”, como fumar, beber ou má alimentação.

“Há fatores de risco globais em relação aos cancros, nomeadamente o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, que são fatores de risco, por exemplo, para o cancro do pâncreas”, em que mais 95% dos doentes morrem ao fim de um ano.

O cancro do pâncreas é um dos tumores que tem vindo a aumentar nos últimos anos, com 1.500 novos casos por ano, disse Tato Marinho, frisando que “quase todos os anos aumenta o número de mortos em 50 a 60 portugueses e em alguns países já ultrapassou o cancro da mama”.

“O ser gordo, o ser obeso” também é um fator de risco do cancro do cólon e do reto - a primeira causa de morte por cancro em Portugal, com cerca de 7.000 novos casos e 4.000 mortes por ano -, do cancro do pâncreas e do cancro do fígado, a quinta causa de morte dos portugueses em idades inferiores aos 70 anos.

Para prevenir a doença, os portugueses devem adotar “comportamentos corretos de saúde”, como evitar o excesso de peso, fazer exercício físico, não comer gorduras, doces, não fumar e não beber álcool em excesso, e para "detetar o cancro mais cedo e salvar vidas" devem fazer a colonoscopia a partir dos 50 anos.

Sobre a reunião, Rui Tato Marinho disse que tem também como objetivo mostrar à população o papel dos gastroenterologistas no cancro digestivo e as "práticas modernas" que utilizam no dia-a-dia.

“Habitualmente não somos vistos como especialistas em cancro, nem queremos ser, mas temos um papel muito importante não só no diagnóstico do cancro, como no fim do ciclo do cancro”, disse o especialista.

Uma das práticas que está a ser realizada por estes especialistas são as reuniões com médicos de várias especialidades, que inclui o cirurgião, para analisar os casos de uma doença oncológica sem a pessoas ter que ir a cinco ou seis consultas.

“A pessoa não precisa de ir à consulta, há um médico que leva o seu processo, que depois é analisado por vários médicos” que tomam a decisão sobre o tratamento a fazer, explicou Tato Marinho, comentando que “a ideia de ter o médico sozinho no consultório [com o doente] está a cair em desuso principalmente no cancro”.

Com estas reuniões, além de haver “várias opiniões, que é sempre excelente, tomamos os procedimentos muito mais rápidos. Isto é em prol da melhoria dos cuidados dos doentes que têm a infelicidade de ter cancro”.

Ordem dos Médicos
O Serviço Nacional de Saúde está a atingir a “linha vermelha” e a entrar num ponto de difícil recuperação, alertou hoje o...

O país está “perigosamente a atingir a linha vermelha em que o Serviço Nacional de Saúde [SNS] fica numa situação crítica e depois será de muito difícil recuperação”, afirmou Miguel Guimarães.

O alerta do bastonário prende-se com o facto de “o setor privado estar a crescer continuamente” em detrimento do SNS, que “está a perder capacidade de resposta”.

O número de médicos que neste momento estão a trabalhar “apenas no setor privado ou no serviço social já ultrapassa os 13 mil”, lembrou Miguel Guimarães, aludindo também à saída de cinco mil médicos do país, onde apenas “cerca de 18 mil a 19 mil médicos trabalham no SNS”.

O bastonário vai “apelar ao Governo para que seja invertida” a situação, sob o risco de se perderem “definitivamente as características genéticas que são o garante de um SNS com equidade”.

Miguel Guimarães falava nas Caldas da Rainha, no final de uma visita ao hospital local, que em conjunto com os hospitais de Torres Vedras e de Peniche forma o Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

Com carência de profissionais nas especialidades de “anestesiologia, pediatria, obstetrícia, oncologia médica e radiologia” o CHO é, para Miguel Guimarães, “um dos exemplos de grandes dificuldades” e um dos cinco centros hospitalares do país que “mais contratam serviços médicos através de empresas de prestação de serviços” (a seguir ao Centro Hospitalar do Médio Tejo e à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, e seguida da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano e do Hospital Fernando Fonseca – Amadora/Sintra).

Em 2017, apontou, a instituição “gastou 5,2 milhões de euros em contratação de serviços externos”, valor que “dava para contratar centenas de médicos a termo certo” e que equivale a “cerca de 200 mil horas de serviços médicos”.

“Há uma deficiência marcada de capital humano no CHO”, afirmou o bastonário, adiantando que os mais de 300 médicos que ali prestam serviço, dos quais 170 contratados através de empresas, realizaram “3.500 horas de trabalho extraordinário” em 2017.

A vista ao Hospital Distrital das Caldas da Rainha foi antecedida de uma outra à Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Leonor, integrada no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Oeste-Norte.

Em termos de cuidados de saúde primários, indicou o bastonário, “faltam cerca de 20 médicos” para que a população “esteja toda coberta”, encontrando-se sem médico de família 16% dos utentes da região.

O ACES Oeste-Norte engloba os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche, num total de cerca de 200.000 utentes.

O CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).

Amarante
As termas de Amarante, um equipamento construído de raiz pelo município e que vai ser inaugurado no sábado, estarão...

O médico hidrologista Jorge Santos Silva referiu, por outro lado, que a estância termal terá capacidade para tratar cerca de 4.000 pessoas por ano.

A capacidade diária será de cerca de 60 pessoas em tratamentos das vias respiratórias e 50 em balneoterapia, acrescentou.

O clínico informou que na área das vias respiratórias estão incluídas técnicas terapêuticas para tratar rinites alérgicas, sinusites, laringites e asma, entre outras doenças.

Já para o domínio das doenças musculoesqueléticas, o médico indicou as sequelas de osteoartroses e reumatismos, entre outras.

O equipamento representou um investimento de 1,5 milhões de euros da câmara municipal, contemplando a construção de dois edifícios, ligados entre si, e a requalificação da área ribeirinha envolvente.

O novo complexo termal foi construído na margem direita do rio Tâmega, em terrenos do antigo parque de campismo da cidade, a poucas centenas de metros do centro da cidade, e está equipado com as mais recentes soluções técnicas, nomeadamente piscinas de recuperação e de hidromassagem.

Os utentes poderão usufruir de vários tipos de banho de imersão, hidromassagem e com bolha de ar.

Várias técnicas de vapor e de duches complementarão a oferta, à qual acrescem os tratamentos específicos para as doenças do aparelho respiratório, nomeadamente irrigação nasal, pulverização faríngea, nebulização e aerossol, entre outros.

O novo complexo termal está também dotado de condições para atuar na área do bem-estar.

O estabelecimento termal de Amarante funcionará todos os dias da semana, das 9:00 às 20:00.

De 24 de novembro a 23 de dezembro do ano passado, a população pôde experimentar, gratuitamente, as novas termas de Amarante, tendo-se verificado a inscrição de mais de 400 pessoas.

Sindicatos
Os sindicatos dos enfermeiros assumem que têm baixas expectativas para a reunião de quinta-feira com o Governo e avisam que ou...

Os vários sindicatos de enfermeiros foram hoje ouvidos na comissão parlamentar de Saúde sobre as questões pendentes que têm em negociação com o Governo e também sobre a greve em blocos operatórios de hospitais públicos.

As duas estruturas sindicais que convocaram a greve cirúrgica indicaram aos deputados que não têm “grandes expectativas” em relação à reunião de quinta-feira no Ministério da Saúde.

Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), sublinha que a reunião “não tem agenda” e recordou que o “Governo não tem estado objetivamente a negociar”.

“Por ação da greve cirúrgica começou a dar mostras de alguns passos de negociação”, afirmou Lúcia Leite, mas indicou que uma entrevista dada esta semana pela ministra da Saúde à Antena 1 indicia “que não tem vontade de chegar a acordo”.

A ASPE recorda que uma nova greve cirúrgica em sete hospitais do país devia ter começado na segunda-feira, prolongando-se até fim de fevereiro, mas que foi suspensa até quinta-feira, dia da reunião com o Governo.

Pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), Carlos Ramalho disse apenas ter a certeza de que os sindicatos se vão “confrontar com uma reunião política” e avisou: “Ou há avanços nas negociações ou há greve”.

Os dois sindicatos reclamam a criação de uma carreira de enfermagem que contemple três categorias, uma delas de enfermeiro especialista, a antecipação da idade da reforma para os 57 anos e a revisão da grelha salarial com aumento do ordenado base.

Através de um movimento de profissionais denominado “Movimento Greve Cirúrgica”, os enfermeiros conseguiram já recolher mais de 420 mil euros para ajudar a financiar os colegas que façam greve, através de uma recolha de fundos feita por uma plataforma online.

Na primeira greve cirúrgica, que decorreu entre 22 de novembro e fim de dezembro passado, este movimento tinha conseguido recolher mais de 360 mil euros para apoiar os colegas em greve, compensando-os por deixarem de receber ordenado.

Estima-se que a greve que termina no fim de dezembro tenha levado ao adiamento de cerca de oito mil cirurgias programadas, segundo os dados oficiais.

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