COMPASS
O Hopp Children’s Cancer Center Heidelberg, na Alemanha, está a coordenar o projeto COMPASS, uma iniciativa financiada pelo...

O projeto tem como objetivo construir uma plataforma internacional padronizada para o teste de fármacos com base na análise de imagens e na análise molecular que carateriza e classifica diferentes tipos de tumores para tratar crianças afetadas pelo cancro.

O projeto COMPASS
Quando as terapias existentes falham no tratamento de crianças com cancro, os procedimentos moleculares podem liderar o caminho para novos fármacos direcionados.

Mas o que acontece se esses mesmos procedimentos, por si só, não forem a chave para o sucesso do tratamento?

“Então, aplicamos técnicas de microscopia de alto rendimento para investigar se o tecido tumoral é responsivo a uma panóplia de medicamentos clinicamente aprovados, o que acrescenta uma valiosa dimensão ao diagnóstico”, disse Olaf Witt, diretor do Programa Translacional do Hopp Children’s Cancer Center Heidelberg (KiTZ) e chefe da divisão de Oncologia Pediátrica no Hospital Universitário de Heidelberg.

“Combinando os dados funcionais de resposta a medicamentos baseados em imagens com as informações obtidas através de análises moleculares, obtemos dados mais precisos de abordagens terapêuticas promissoras em casos de cancro infantil previamente incuráveis.”

E é aqui que entra o COMPASS, um projeto financiado pelo consórcio europeu ERA PerMed com 1,5 milhões de euros ao longo de um período de três anos.

A ERA PerMed é uma associação focada na promoção de projetos de medicina personalizada, que conta com 32 parceiros de mais de 23 países e que é co-financiada pela Comissão Europeia.

Novas terapias para crianças com cancro
Sina Oppermann, coordenadora científica do projeto COMPASS, acrescenta: “O objetivo é construir uma plataforma internacional, padronizada e validada para testes de fármacos baseada em análises de imagem e análises moleculares que caraterize e classifique diferentes tipos de tumores pela sua resposta a diferentes fármacos.”

“A longo prazo, os dados serão traduzidos em ensaios clínicos no KiTZ, para que as crianças afetadas beneficiem o mais rápido possível destas descobertas.”

Opinião
Se é uma pessoa com diabetes, deverá tomar a devida nota.

Solicite junto do seu Centro de Saúde o respetivo contentor para esses resíduos (geralmente são amarelos com tampa vermelha). Aconselha-se também após o contentor estar cheio a colocação em saco plástico próprio para o efeito que também é fornecido em conjunto com o contentor.

Caso não tenha um contentor específico para o efeito, pelo menos uma garrafa plástica, para posterior entrega para tratamento. Pela elevada toxicidade destes resíduos, os mesmos deverão ser autoclavados ou incinerados. É o Serviço Nacional de Saúde que se encarrega de dar o devido tratamento dos mesmos.

Compete a cada pessoa com Diabetes, ou aos seus respetivos familiares zelarem para que se faça esta recolha e entrega. Estaremos todos/as de forma responsável a zelar pelo nosso Planeta, que cada vez mais se vê limitado nos seus recursos

Em Portugal, as orientações estratégicas para os resíduos foram consagradas em vários planos específicos, nomeadamente o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU), o Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares (PERH) e o Plano Estratégico de Gestão dos Resíduos Industriais (PESGRI).

A gestão sustentável dos resíduos necessita, no entanto, da formalização de uma estratégia integrada e abrangente que garanta a eficácia de uma política nacional de resíduos, numa ótica de diminuição dos impactes associados à utilização dos recursos naturais, de forma a melhorar a eficiência da sua utilização e a proteção do ambiente e da saúde humana.

Neste contexto, foi relevante a aprovação do Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho, que altera e republica o Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de setembro, estabelecendo o regime geral aplicável à prevenção, produção e gestão de resíduos e transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Novembro. Este diploma preconiza que as orientações fundamentais de âmbito nacional da política de resíduos constem do Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR), que deve estabelecer regras orientadoras para os planos específicos de gestão de resíduos, os quais concretizam esse Plano em cada área específica de atividade geradora de resíduos. Por despacho do Secretário de Estado do Ambiente, do dia 19 de maio de 2016, foram nomeados, por parte do governo, 2 membros para o Grupo de Apoio à Gestão do PERSU 2020: os professores Maria da Graça Dias Alfaro Lopes e Mário Augusto Tavares Russo

Quental Nunes, Presidente da Associação GIRO HC - Grupo de Influência Repensar Opções Hidratos de Carbono, representante do Distrito de Viseu e membro da Direção da FPAD – Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Até hoje, não era claro o motivo pelo qual as mulheres com endometriose têm normalmente maiores dificuldades em engravidar. Mas...

A endometriose é uma condição na qual o endométrio, a mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce noutras regiões do corpo, por exemplo, no peritoneu pélvico, nos ovários, na bexiga, no apêndice, intestinos ou até no diafragma. Quando não diagnosticada e tratada, a endometriose pode progredir e afetar outros tecidos.

A prevalência da endometriose é de cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Nas mulheres com infertilidade, essa prevalência aumenta para cerca de 25 a 45%, escreve o Diário de Notícias. As atrizes Lena Dunham e Whoopi Goldberg são algumas das figuras conhecidas que têm falado publicamente de como esta doença tem afetado as suas vidas.

Em 80% dos casos, a dor é a principal manifestação da doença, mas a endometriose está também associada à infertilidade e os cientistas não sabem explicar esta ligação. Mas novos estudos levantam a hipótese de a causa ser o défice de uma proteína que existe no útero.

Num artigo publicado no jornal Science Translational Medicine, um grupo de cientista dos Estados Unidos e da Coreia do Sul explicam o estudo que realizaram com uma amostra de 21 mulheres com endometriose e infertilidade, tendo concluído que elas tinham baixo nível de uma molécula denominada HDAC3 em comparação com as mulheres sem endometriose.

Na sequência desta conclusão, os cientistas fizeram experiências com babuínos e ratos e chegaram a conclusões semelhantes. A HDAC3 é um constituinte de uma proteína que ajuda a parede do útero a preparar-se para a gravidez e evita problemas com a implantação do útero. O estudo não chega a qualquer conclusão definitiva mas propõe que resolver o défice desta proteína possa ter bons resultados no tratamento da infertilidade nos casos das mulheres com endometriose.

Legionella
A Associação de Vítimas de 'Legionella' de Vila Franca de Xira repudiou a decisão do tribunal de absolver a empresa...

Em causa está uma sentença proferida na sexta-feira feira pelo Tribunal Cível de Vila Franca de Xira, que recusou o pagamento de uma indemnização no valor de 200 mil euros a Leonel Ferreira, uma das 415 vítimas afetadas pelo surto de ‘legionella’, que afetou este concelho em novembro de 2014.

Esta decisão foi a primeira relativo a pedidos de indemnização cível interposto por algumas das vítimas do surto.

“A associação repudia esta decisão do tribunal, que mostra como a nossa justiça trabalha. Só podemos ficar indignados”, afirmou o presidente da Associação de Apoio às Vítimas de ‘Legionella’ de Vila Franca de Xira, Joaquim Ramos.

O represente das vítimas referiu que a associação não vai desistir de “fazer justiça” e que já está a preparar uma “ação popular contra o Estado português”, contando também com o apoio da DECO.

"Temos uma reunião com as vítimas no próximo dia 2 [fevereiro] e o importante agora é que as pessoas não desmoralizem nem desistam", apelou.

Contactado, o advogado de Leonel Ferreira considerou esta decisão uma “aberração jurídica” e prometeu recorrer: “É uma extraordinária e bizarra sentença que considerou que apesar das perícias todas da PJ e de todas as instituições públicas não está provado o local proveniente da propagação do vírus da legionela”, aponta o advogado Varela de Matos.

No essencial, o tribunal considerou que Leonel Ferreira não conseguiu demonstrar a existência de “nexo casualidade entre a pneumonia que o afetou e as baterias encontradas na torre da Adubos de Portugal (AdP).

“Igualmente apurou-se, mas não foi alegado, logo não ficou provado, que no 8º circuito das TRG da Ré ADP, e apenas neste foram detetadas concentrações elevadas e relevantes da dita bactéria, mas não se apurou, logo não ficou provado, que a estirpe da bactéria que afetou fisicamente o Autor, coincide com aquela, que existe um “match”, refere o texto da sentença.

Em paralelo a estes pedidos de indemnização cível decorre uma ação criminal, que se encontra no tribunal de Loures, onde decorrerá a fase de instrução.

Em março de 2017, o Ministério Público (MP) deduziu acusação contra as empresas Adubos de Portugal e General Electric e outros sete arguidos por responsabilidades no surto, que teve início a 07 de novembro de 2014, causou 12 mortes e infetou mais de 400 pessoas.

No entanto, o MP só conseguiu apurar nexo de causalidade em 73 das pessoas afetadas e em oito das 12 vítimas mortais.

A abertura de instrução foi requerida por todos os arguidos, que pedem para não irem a julgamento, pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e por 53 ofendidos, 49 dos quais afetados pelo surto, mas que não constam como vítimas na acusação do Ministério Público (MP).

O surto de 'legionella' de novembro de 2014 afetou, sobretudo, as freguesias de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa.

A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

Ministra da Saúde
A ministra da Saúde avisou na sexta-feira que o Governo tem "linhas vermelhas" nas negociações com os enfermeiros,...

"Penso que tudo aquilo que o Governo faz nesta matéria tem que conjugar uma grande preocupação com a primeira função do Serviço Nacional de Saúde - estar à disposição dos utentes, proteger o direito à saúde -, mas, por outro lado também, garantir o equilíbrio financeiro e o equilíbrio entre as várias profissões não só da saúde, mas da administração pública em geral", disse Marta Temido a jornalistas em Évora, após a apresentação do projeto de financiamento do novo Hospital Central do Alentejo no âmbito da reprogramação do atual programa de fundos comunitários Portugal 2020.

"Essas são as nossas linhas vermelhas, não podemos por em causa a sustentabilidade financeira do país, porque não queremos voltar a sítios onde já estivemos e não gostámos de estar, e queremos também garantir que as profissões têm um tratamento equitativo", afirmou, frisando que "há várias profissões da saúde, não há só enfermeiros", e que ao Governo "cumpre, em primeira linha, garantir a equidade de tratamento".

"Não podemos, de facto, conceder a alguns, porque têm mais capacidade vocal, mais capacidade de fazer algumas manifestações, aquilo que não concedemos a outros. Nenhum português nos perdoaria isso", advertiu a ministra.

Marta Temido disse que o Governo procurou sempre, desde o início das negociações, aproximar-se das reivindicações dos enfermeiros e "encontrar pontes".

"Claro que para isso é necessário que do outro lado haja idêntica vontade", vincou, mostrando-se satisfeita "por saber que os enfermeiros entendem que esse esforço é de valorizar e do outro lado também manifestam idêntica vontade".

Portanto, frisou, "teremos boa possibilidade de fazer um caminho que seja no sentido da dignificação da profissão de enfermagem, mas sobretudo da salvaguarda dos direitos dos utentes do Serviço Nacional de Saúde".

"O que é necessário para que se consiga fazer uma negociação é que ambas as partes façam pelo menos metade do caminho. O Governo tem feito, da sua parte, na área da profissão de enfermagem, um caminho que já vem detrás e que é longo", defendeu Marta Temido.

Segundo a ministra, na área do Serviço Nacional de Saúde e da profissão de enfermagem, "o Governo já trabalhou num conjunto de medidas que é muito significativo".

Por outro lado, lembrou, os enfermeiros diziam que "a justificação" para a sua "insatisfação" era "a falta de uma categoria que previsse explicitamente o enfermeiro especialista".

"No sentido de nos aproximarmos e de resolvermos o problema tremendo que se colocava na vida dos portugueses, também por força destas greves muito agressivas, como as classificámos desde o início, procurámos dar esse passo [para a criação daquela categoria]", disse.

O Governo apresentou sexta-feira aos sindicatos uma proposta de criação da categoria de enfermeiro especialista, disse o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Sobre o caso do médico cirurgião António Peças, afastado do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) por alegadamente se ter recusado a helitransportar doentes, a ministra disse que "será feita a avaliação necessária, como é evidente, e tiradas as devidas consequências, mas há instâncias próprias para fazer essas avaliações".

Questionada sobre se o caso mancha a credibilidade do Serviço Nacional de Saúde e do INEM, Marta Temido disse que não acredita que casos concretos manchem a credibilidade de instituições.

"Acredito que casos concretos são casos excecionais que devemos considerar, avaliar, porventura investigar e retirar daí as consequências, que teremos que ter sempre em consideração", rematou.

Este ano
O Centro Hospitalar do Oeste anunciou que vai fazer o primeiro reforço de recursos humanos em 2019, com a contratação de 15...

Numa nota de imprensa, o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) explica que, “dando seguimento à autorização conjunta” dos ministérios da Saúde e das Finanças e em articulação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, “irá iniciar de imediato os procedimentos necessários à celebração de contrato individual de trabalho sem termo para estes profissionais”.

“Estes profissionais serão contratados por tempo indeterminado, na medida em que irão satisfazer necessidades permanentes de serviço, dando resposta, em simultâneo, às necessidades sazonais, ou seja, associadas ao período de inverno e ao surgimento de síndromas gripais e respiratórios”, adianta.

Na mesma nota, o CHO recomenda aos cidadãos que, nesta época de inverno, sigam as recomendações da Direção-Geral da Saúde sobre as consequências das temperaturas baixas e recorram em primeiro lugar ao SNS 24, através da linha telefónica 8082424 24, e aos cuidados de saúde primários – que terão horários alargados - antes de se dirigirem às urgências dos hospitais.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha e Peniche, no distrito de Leiria, e Torres Vedras, Lisboa.

 

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde brasileiro lançou um alerta sobre picadas de escorpiões, depois de o país ter registado 141.400...

De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de casos registados no ano anterior representa um aumento de 16.000 ocorrências face a 2017, e um crescimento de quase 50.000 em relação a 2016.

Aquele ministério informou ainda que os grupos considerados mais expostos às picadas de escorpião são os "trabalhadores da construção civil, crianças e pessoas que permanecem grandes períodos dentro de casa ou em quintais".

O clima húmido e quente do verão contribui para o aparecimento destes invertebrados artrópodes, que habitualmente se escondem em esgotos e locais com concentrações de lixo.

Os principais conselhos transmitidos pelo Ministério da Saúde passam por manter os jardins e quintais livres de entulho, folhas secas e lixo doméstico, assim como afastar as camas e berços das paredes.

Em 2016, 115 pessoas morreram devido a acidentes com escorpiões no Brasil. Em 2017, foram 88 as vítimas fatais registadas.

Sobre 2018, aquele ministério ainda não tem o levantamento sobre os óbitos registados.

Sindicato
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses disse, na sexta-feira, que o Governo vai fazer “mais um ou dois...

Segundo José Carlos Martins, o compromisso foi assumido sexta-feira na reunião da comissão negociadora da carreira de enfermagem, que integra representantes dos ministérios da Saúde e das Finanças, com a CNESE, comissão negocial constituída pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Enfermeiros da Madeira.

Em declarações no final de uma reunião negocial, o presidente do SEP recordou que uma das exigências da CNESE é a admissão de 1.500 enfermeiros, além da justa contagem dos pontos para efeitos de descongelamento das progressões e o pagamento do suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas que ainda falta receber.

“Já é público que a CNESE exige a admissão de 1.500 enfermeiros, também já é público que o Governo decidiu recrutar agora em janeiro 450” e hoje “assumiu que haverá mais um ou dois recrutamentos de enfermeiros este ano”, disse José Carlos Martins.

Contudo, sublinhou, “o número global de enfermeiros a recrutar, além dos 450 anunciados, ainda não está definido”.

Em 05 de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou que vão ser contratados 450 enfermeiros e 400 assistentes operacionais para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Na reunião negocial de hoje com a CNESE, o Governo apresentou uma proposta de criação da categoria de enfermeiro especialista e manifestou a disponibilidade para publicar o despacho que viabiliza o pagamento do suplemento remuneratório a mais enfermeiros especialistas, de acordo com as propostas das instituições.

Segundo o sindicato, o governo apresentou um único diploma mantendo, contudo, uma carreira para Contrato de Trabalho em Funções Públicas (CTFP) e outra para Contrato Individual de Trabalho (CIT) e a não imposição das regras de construção de carreiras na administração pública assumindo, designadamente, a sobreposição de posições remuneratórias.

“Em consequência, propõem a introdução das categorias de enfermeiro especialista e de enfermeiro gestor”, afirma o SEP em comunicado.

Sindicatos
Os enfermeiros vão suspender a greve nos blocos operatórios, mas só a desconvocam se forem assumidos os compromissos exigidos...

O Ministério da Saúde convocou os sindicatos dos enfermeiros para uma reunião na quinta-feira com membros do Governo, que era uma das condições impostas por um sindicato para suspender a greve em blocos operatórios, com início agendado para hoje e convocada até 28 de fevereiro.

“Neste momento queremos mostrar que estamos disponíveis para chegar a um entendimento. O Governo cumpriu a sua palavra. Nós, de boa-fé, mantemos a suspensão [até quinta-feira]. Se a greve acontece ou não depende dos resultados da reunião que vai acontecer”, disse a dirigente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) Lúcia Leite, que em conjunto com o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) integra uma das mesas negociais que com representantes do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças têm negociado a revisão da carreira de enfermagem.

Na reunião de sexta-feira, os sindicatos não conseguiram que o Governo assinasse o memorando de entendimento proposto pelas estruturas representativas dos enfermeiros, ainda que reconheçam que o executivo cedeu em algumas das exigências dos profissionais, como a criação da categoria de enfermeiro especialista e o descongelamento das progressões na carreira para todos os enfermeiros.

No entanto, afirmou Lúcia Leite, sem um documento assinado na próxima quinta-feira que comprometa o Governo em relação a todas as reivindicações dos enfermeiros a greve não será desconvocada.

Referindo-se a declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, que na sexta-feira, no lançamento do programa de financiamento do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, disse querer para os enfermeiros condições de equidade com outras profissões, mas sem pôr em causa a sustentabilidade das contas públicas, Lúcia Leite disse que os enfermeiros "não vão abdicar" dessa equidade.

Segundo Lúcia Leite, a reunião com o Governo acontece na próxima quinta-feira, às 17:00, com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e representantes do Ministério das Finanças.

A ronda negocial relativa à carreira de enfermagem resultou em algumas cedências aos profissionais - como a criação da categoria de enfermeiro especialista e o descongelamento das progressões na carreira - mas não em todas as reivindicações sindicais, que exigem também aumentos salariais e a antecipação da idade da reforma.

A greve convocada para se iniciar hoje segue o modelo da que já ocorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro e que teve origem num movimento de enfermeiros que lançou uma recolha de dinheiro numa plataforma ‘online’ para ajudar a financiar os colegas durante a paralisação.

Na ocasião, a recolha de fundos atingiu 360 mil euros e hoje os enfermeiros voltaram a atingir o objetivo financeiro para a greve prevista para arrancar na segunda-feira, tendo a recolha de fundos através de uma plataforma ‘online’ ultrapassado os 400 mil euros pretendidos.

Às 14:30 de sábado o valor estava nos 403 mil euros.

A greve convocada poderá afetar blocos cirúrgicos de sete centros hospitalares: os dois centros do Porto, Braga, Vila Nova de Gaia/Espinho, Entre Douro e Vouga, Tondela/Viseu e Garcia de Orta.

Associação Europeia das Cidades Históricas Termais
A Associação Europeia das Cidades Históricas Termais vai investir três milhões de euros na criação do primeiro Atlas Termal da...

A candidatura ao Programa de Inovação da Comissão Europeia, “no valor de três milhões de euros, vai ser entregue em Bruxelas, no dia 14 de março, para se poder arrancar com o atlas, que pretendemos que cubra toda a Europa”, disse hoje Mario Crescente, vice-presidente do conselho científico da Associação Europeia das Cidades Históricas Termais (EHTTA).

O documento está hoje a ser preparado nas Caldas da Rainha (distrito de Leiria) num encontro de dirigentes e técnicos da associação, bem como de universidades, centros de investigação e representantes de empresas ligadas ao termalismo oriundos de nove países, “junto dos quais serão recolhidos contributos para fundamentar a importância do atlas”, explicou o responsável.

Em Bruxelas será apresentado “um protótipo desenvolvido nas cidades de Bath (Inglaterra), Mondariz (Espanha) e Caldas da Rainha (Portugal), as três primeiras a integrar o atlas”.

Entre as 250 cidades europeias que devem integrar a obra numa primeira fase constarão “cidades com termas em funcionamento”, mas também “outras com património termal abandonado, sobretudo na Europa interior”, em relação às quais a EHTTA pretende “alertar, para que não se perca a oportunidade histórica de reabilitar esse património”.

Nesse sentido, o atlas disponibilizará “informações e estudos que permitirão aos decisores identificar em quais destes conjuntos patrimoniais se deverá investir, qual o retorno expectável e qual o índice de utilização que se espera que venham a ter”, afirmou Mario Crescente.

A ideia é “fazer um levantamento de todos os recursos termais para que possam ser usados como instrumento de desenvolvimento da Europa”, funcionando o atlas como “uma aplicação de informação na ‘web’ que facilitará, por exemplo, decisões sobre candidaturas a fundos para a reabilitação desse património”, exemplificou.

Além de ser a primeira cidade portuguesa a integrar o atlas, Caldas da Rainha foi escolhida para a realização da reunião técnica por se tratar de “um exemplo de reabilitação do património termal”, referiu à Lusa o vice-presidente da câmara e membro do conselho consultivo da EHTTA, Hugo Oliveira.

A cidade, que deveu a sua fundação à construção do hospital termal mais antigo do mundo, atualmente encerrado, está em fase de relançamento do termalismo, após a cedência do património ao município.

A autarquia prepara agora a reabertura do hospital e concessionou a privados os Pavilhões do Parque, onde vão ser investidos 15 milhões de euros na construção de um hotel.

A EHTTA - European Historic Thermal Towns Association foi fundada em 2009 e conta atualmente com mais de 40 cidades associadas em mais de 15 países.

Parlamento
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves lamentou hoje que o parlamento tenha rejeitado a proibição de um medicamento que...

“Portugal perdeu uma oportunidade de dar o exemplo em matéria de conservação da natureza e salvaguarda da saúde pública”, defendeu a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) em comunicado, acrescentando que a aprovação do “medicamento perigoso” fica nas mãos da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

O plenário da Assembleia da República debateu na quinta-feira dois projetos de lei, um do PEV e outro do PAN, que proibiam o uso veterinário de um anti-inflamatório que pode ser letal para aves necrófagas, como os abutres, chamado Diclofenac.

O medicamento não está autorizado em Portugal, estando em avaliação um pedido de autorização na DGAV.

Hoje os projetos foram rejeitados, com os votos do PS, do PSD e do CDS-PP.

Diz a SPEA que a decisão de hoje contraria uma resolução da própria Assembleia da República de abril passado, e mantém viva “uma séria ameaça a várias espécies protegidas e à saúde pública do país”.

“Não se percebe como é que não é proibida uma substância que é perigosa e para a qual existem alternativas seguras”, diz o coordenador do departamento de conservação terrestre da SPEA, Joaquim Teodósio, citado no comunicado.

Como há um pedido de autorização de comercialização, desde 2016, junto da DGAV, a SPEA diz que se exige agora a esta instituição, “tendo em consideração o melhor conhecimento científico existente, e respeitando o princípio da precaução, que não aprove este pedido de comercialização, evitando o consumar de um risco real, iminente e crítico para a conservação de várias espécies protegidas”.

Diz ainda a SPEA que ao não proibir o Diclofenac os deputados “falharam nas suas obrigações para com o povo português e descuraram os compromissos assumidos a nível internacional, de conservação da natureza”.

Se a DGAV aprovar o medicamento Portugal arrisca-se a deixar de ser um refúgio para espécies protegidas como o abutre-preto, o britango e a águia-imperial-ibérica, que “estão ameaçadas a nível europeu e mundial, e das quais existem populações importantes no nosso país”, pode ler-se ainda no documento.

E citando o diretor para a Europa da organização de conservação da natureza BirdLife, Iván Ramírez, diz a SPEA: “O resultado da votação de hoje deixa-nos perplexos e muito entristecidos. Portugal acabou de perder uma excelente oportunidade para dar um exemplo a toda a Europa”.

Desde 2014 que diversas organizações têm alertado para os possíveis impactos do medicamento em aves necrófagas. Em abril a Assembleia da República aprovou um projeto de resolução, apresentado pelo PAN, que recomendava ao Governo a não autorização da comercialização de medicamentos veterinários com Diclofenac

O documento, aprovado a 13 de abril, dizia: “A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que não autorize a comercialização do medicamento veterinário Diclofenac, por representar um risco para as populações de aves necrófagas, podendo levar ao seu extermínio”.

Infarmed
A Autoridade Nacional do Medicamento advertiu hoje que é proibida a comercialização do teste rápido para o VIH “NecLife One...

A autoridade competente finlandesa proibiu a comercialização e ordenou a recolha do dispositivo médico para diagnóstico ‘in vitro’ "NecLife One step Rapid Test for HIV I & II", do fabricante Nectar Lifesciences, por não cumprir com os requisitos da legislação aplicável, refere o Infarmed num comunicado.

O Infarmed adianta que, em Portugal, não foram identificados registos de comercialização de dispositivos deste fabricante, mas, “atendendo a que existe livre circulação de produtos no espaço económico europeu”, recomenda que “não seja adquirido nem utilizado, uma vez que a sua qualidade, segurança e desempenho não podem ser assegurados”.

Quem tiver conhecimento da existência deste dispositivo em Portugal deve reportar a situação à Direção de Produtos de Saúde do Infarmed.

Em outro comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento adianta que também foi proibida a comercialização pela autoridade alemã de 'procedure packs' e 'kits' do fabricante Hamamed GmbH Herstellung & Vertrieb von Medizinprodukten.

Segundo o Infarmed, o fabricante continuava a colocá-los no mercado após a retirada dos respetivos certificados pelo organismo.

“Em Portugal não foram identificados registos da comercialização de dispositivos deste fabricante, mas, atendendo a que existe livre circulação de produtos no espaço económico europeu”, o Infarmed recomenda que os mesmos não sejam adquiridos nem utilizados.

Sindicatos
O Governo apresentou hoje aos sindicatos uma proposta de criação da categoria de enfermeiro especialista, disse hoje o...

“Na última reunião tinham decidido ponderar e agora já apresentam a proposta de enfermeiro especialista, enfermeiro chefe, enfermeiro gestor, chamam-lhe enfermeiro coordenador e enfermeiro para a área da gestão”, adiantou José Carlos Martins no final de uma reunião negocial com o Governo.

Segundo José Carlos Martins, o Governo assumiu que irá publicar um despacho com o aumento do número de postos de trabalho para enfermeiros especialistas, de acordo com as propostas apresentadas pelas instituições, que deverá ser publicado ainda este mês.

O dirigente sindical lembrou que a CNESE, comissão negocial constituída pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, tem colocado desde 05 de dezembro três questões que requerem resolução prévia para continuar no processo negocial da carreira: a justa contagem dos pontos para efeitos de descongelamento das progressões, o pagamento do suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas que ainda falta receber e a admissão de 1.500 enfermeiros.

“Se o Ministério da Saúde não apresentar propostas sobre estas reivindicações “inviabiliza a participação da CNESE nas reuniões negociais da carreira, porque sem estas soluções não é possível ter uma negociação séria e honesta designadamente das transições da carreira”, sublinhou.

O presidente do SEP explicou que “não é possível” estar a discutir para onde os enfermeiros transitam na nova carreira sem saber em que posição remuneratória estão atualmente, sendo que par isso “têm que estar definidos os descongelamentos de escalões”.

Relativamente ao descongelamento de escalões, o Governo assumiu o que a CNESE exigia sobre a contagem de um ponto e meio até 31 dezembro de 2014 para funcionários públicos e para CIT (contrato individual de trabalho), o que é “uma notícia boa”.

“A notícia menos boa é que ainda está a ponderar se conta ou não pontos para trás relativamente ao reposicionamento nos 1.200 euros”, frisou.

José Carlos Martins disse que, se estes pontos não forem contados, “nenhum dos CIT muda de posição remuneratória”, nem os cerca de 7.000 enfermeiros da Função Pública que foram reposicionados em 2011, 2012 e 2013 no descongelamento, “o que é totalmente intolerável”.

Perante as propostas hoje apresentadas, José Carlos Martins disse estarem reunidas as condições para avançar para a discussão da carreira.

Para o sindicalista, a nova proposta apresentada sobre a carreira continua a não dar resposta à aposentação mais cedo, nem a mecanismos de compensação da penosidade decorrente do trabalho por turnos.

“O Governo em bom rigor mantém a atual grelha salarial na categoria de enfermeiro a começar nos 1.200 euros e é totalmente intolerável que proponham o início dos enfermeiros especialistas abaixo dos 1.613 euros, que é o mínimo que a Administração Pública paga a quem tem o mestrado”, vincou.

Sobre a greve decretada para os próximos dias 22, 23, 24 e 25, disse que se mantém, estando neste momento “centrada na exigência de contar pontos para trás a quem for posicionado nos 1.200 euros”, mas os sindicatos têm a expetativa que o Governo resolva esta questão na próxima reunião que irá decorrer a 17 ou 18 de janeiro.

No Dia Internacional do Obrigado
Hoje celebra-se o Dia Internacional do Obrigado e a Sociedade Ponto Verde não pode deixar passar esta data sem agradecer a cada...

Um obrigado a todas as mães que, carinhosamente, guardam os pacotes de leite vazios do lanche dos seus filhos; aos que têm a importante tarefa de levar os sacos bem cheios até aos ecopontos e, cuidadosamente, separá-los em cada cor; aos educadores e professores que dedicam tempo das suas aulas à reciclagem e às crianças que incentivam toda a família lá em casa a reciclar.

Um obrigado aos amigos que, depois de uma noite animada, não se esquecem de que a garrafa de vidro vazia merece um final feliz; àquele colega que leva a reciclagem ao peito e põe todo o escritório a reciclar; aos que diariamente fazem dos seus restaurantes e cafés o ponto de partida para mudar o mundo e a todos os que trocam 5 minutos de sofá ao final do dia para fazer uma visita ao ecoponto mais próximo.

Aos 70% dos lares portugueses que estão a “Transformar Ideais em Gestos Reais” e a contribuir para um futuro melhor, tendo já encaminhado para a reciclagem mais de 7,5 milhões de toneladas de embalagens, e aos restantes 30% que, em breve, irão juntar-se a nós neste compromisso, a Sociedade Ponto Verde transmite um sincero obrigado.

Especialista
60% dos casos de otites médias agudas manifestam-se nos meses mais frios.

Há quem o deteste, há quem o adore. Como tudo na vida, o inverno não agrada a todos, mas certo é que ele está à porta e mais vale estarmos preparados para o enfrentar...com saúde! E não é só de narizes entupidos ou gargantas inflamadas que devemos falar e aos quais devemos estar atentos. A saúde auditiva também merece atenção, até porque, em Portugal, 60% dos casos de otites médias agudas manifestam-se nos meses mais frios, segundo um dos estudos realizados pela GAES - Centros Auditivos.

A audiologista Alexandra Marinho explica que “este problema é caracterizado por uma inflamação no ouvido médio, afetando qualquer indivíduo, independentemente da sua idade. Ainda assim, crianças e idosos são os grupos mais propícios a contrair doenças durante esta época do ano, principalmente porque o seu sistema imunitário possui menor capacidade defensiva perante agressões externas como o vento, o frio ou a chuva.”

Torna-se, pois, importante reforçar alguns conselhos nesta altura, para manter os nossos ouvidos protegidos:

  1. Não se esqueça da higiene dos seus ouvidos e de fazê-la corretamenterecorra a difusores de água marinha e evite o uso de cotonetes, uma vez que a cera acumulada junto à membrana timpânica é empurrada por estes. Depois do banho seque cuidadosamente os ouvidos com uma toalha;
  2. Opte por uma alimentação saudável e equilibrada, rica em vitamina B-12 (leite e seus derivados, ovos, fígado, carnes vermelhas, aloé vera, algas ou pólen), altamente benéfica para o sistema nervoso e também para os seus ouvidos;
  3. Tenha atenção às otites mal curadas, que podem provocar inflamação num ou em ambos os ouvidos ao mesmo tempo. Não é grave, mas podem causar problemas de audição, que desaparecem se forem tratados adequadamente;
  4. Se tiver dor ou desconforto consulte um especialista e faça uma avaliação auditiva. Isto deverá acontecer especialmente após ter curado uma otite ou qualquer tipo de infeção do ouvido com o objetivo de comprovar se afetou ou não a audição e tomar o quanto antes as medidas adequadas;
  5. Se está doente, mesmo que à partida não tenha que ver com os seus ouvidos, esteja atento. Doenças como a bronquite ou a faringite podem chegar a afetar a saúde auditiva, bem como o catarro ou uma gripe, seja porque aparecem focos infeciosos no aparelho auditivo ou porque o sistema imunitário se debilita e faz com que estejamos mais expostos.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Bastonário
O bastonário dos Médicos quer que a Ordem tome uma posição sobre o uso de canábis para fins recreativos, lembrando o impacto...

Em declarações, a propósito dos dois projetos de lei que vão ser debatidos na próxima semana no parlamento, Miguel Guimarães indica que não foi, pelo menos por enquanto, pedido qualquer parecer à Ordem dos Médicos sobre a utilização da canábis para fins recreativos.

O bastonário admite que se trata de uma questão “mais política” do que a canábis para fins terapêuticos, mas entende que pode também ser “uma questão médica”, no sentido em que o consumo de canábis para uso recreativo pode ter “efeitos laterais potenciais que não são de desprezar”.

Na opinião de Miguel Guimarães, a legalização da canábis para fins recreativos “não será uma boa decisão”, mas ainda assim o responsável pretende que a Ordem emita uma “opinião técnica” sobre o assunto.

“Vou pedir que seja tomada uma opinião técnica, baseada no que é a evidência do uso da canábis de forma recreativa”, disse à Lusa.

No início do ano passado, aquando da discussão sobre a canábis para fins terapêuticos, a Ordem dos Médicos alertava para o facto de existir “forte evidência da eficácia” da canábis nalguns usos, mas avisava que a sua prescrição devia ser exclusivamente médica, enquanto medicamento e não na forma fumada.

O parecer da Ordem dos Médicos avisava que, pela sua potencial toxicidade, a prescrição da canábis devia ser exclusivamente médica e com regulamentação específica, como é feito com os derivados de morfina, por exemplo.

Nesse parecer, os especialistas pediam que não fossem negligenciados os potenciais riscos de saúde pública, “incluindo o abuso na sua utilização como droga recreativa”.

Sobre a segurança do uso da canábis, o parecer apontava para uma associação entre o seu consumo e o desenvolvimento de dependência, esquizofrenia e outras psicoses, bem como agravamento de dificuldade respiratória.

Na próxima quinta-feira, a legalização da canábis para uso recreativo vai estar em debate na no parlamento através de projetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN, que apresentam como grande diferença o local onde o produto deve ser vendido.

O Bloco defende que a venda deve ser feita em estabelecimentos licenciados para o efeito, que “devem ter, apenas e só, como atividade principal o comércio de plantas, substâncias ou preparações de canábis”, enquanto o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considera que a venda “deve ocorrer exclusivamente em farmácias, porque são pontos de venda neutros”, onde há profissionais habilitados para prestar esclarecimentos.

Sociedade Portuguesa de Diabetologia atualiza Recomendações
A Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) atualizou as Recomendações Nacionais para o tratamento da hiperglicemia na...

Este documento, redigido por profissionais de saúde do Grupo de Trabalho para as Recomendações Nacionais da SPD sobre a Terapêutica da Diabetes Tipo 2, defende que o tratamento desta doença se torne cada vez mais individualizado, olhando para além da hiperglicemia e tendo em conta os problemas ou riscos cardiovasculares ou renais.

Os objetivos metabólicos e a correspondente estratégia terapêutica devem ser adequados ao contexto do doente: idade, tempo conhecido de duração da doença, existência ou não de complicações (cardiovasculares, risco de hipoglicemias) e aspetos económicos, entre outros. Esta posição da Associação Americana de Diabetes (ADA) e da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) que a SPD adotou, reforça, no entanto, a necessidade de intensificar a terapêutica, de 3 em 3 ou de 6 em 6 de meses de modo a evitar a inércia terapêutica, caso os objetivos metabólicos individualizados não sejam alcançados.

A principal novidade que estas Recomendações trazem é a introdução de um algoritmo alternativo para os doentes com doença cardiovascular estabelecida ou de elevado risco ou com doença renal crónica prévia (estádio 3) e em que as opções preferenciais incluem os fármacos com estudos que tenham demonstrado benefícios cardio-renais, incluindo a redução de eventos cardiovasculares major, um impacto positivo na mortalidade cardiovascular ou ainda na progressão da doença renal crónica.

Além de a correção do estilo de vida e a educação da pessoa com diabetes, que devem ser promovidas ao longo de toda a evolução da doença e da terapêutica de fundo com metformina como tratamento de 1ª linha, na decisão clínica da terapêutica medicamentosa deve ser dada particular atenção à presença de doença cardiovascular ou doença renal crónica, aos idosos em situação frágil, às pessoas em que a ocorrência de hipoglicemias seja potencialmente mais gravosa e aos obesos. Face às especificidades inerentes ao tratamento da hiperglicemia nestas populações, estas Recomendações incluem referências específicas a novas classes terapêuticas como os agonistas dos recetores GLP-1, os inibidores do SGLT2 ou os inibidores da Dipeptidil Peptidase 4.

Os agonistas dos recetores GLP-1 demonstraram segurança cardiovascular e benefícios cardio-renais, nomeadamente com redução de eventos cardiovasculares ou da mortalidade em doentes com Doença Cardiovascular Aterosclerótica ou elevado risco cardiovascular.

Os inibidores do SGLT2 demonstraram benefícios cardio-renais na população com Diabetes Mellitus tipo 2 e elevado risco cardiovascular; com Doença Cardiovascular Aterosclerótica (DCA), nomeadamente na taxa de hospitalizações por insuficiência cardíaca; na mortalidade cardiovascular e na progressão da doença renal crónica estabelecida.

Os inibidores da Dipeptidil Peptidase 4 demonstraram ser seguros do ponto de vista cardiovascular, mas não apresentaram benefícios na morbilidade e mortalidade cardiovascular.

Rui Duarte, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, sublinha: “Se temos fármacos que tratam a diabetes tipo 2 ao mesmo tempo que reduzem o risco cardiovascular e consequente mortalidade, desaceleram a evolução da doença renal crónica, ou favorecem a perda de peso e isso é comprovado pelos estudos, devemos recorrer a eles para tratar a pessoa com diabetes de forma mais individualizada, promovendo a sua saúde geral”.

De acordo com dados do Observatório Nacional da Diabetes (OND), a diabetes é uma das principais causas de morte em Portugal. As doenças cardiovasculares estão associadas a um impacto económico significativo, uma vez que levam a mais internamentos hospitalares e a maiores custos com o tratamento das comorbilidades da diabetes tipo 2, sendo responsáveis pela maioria da despesa em saúde com a diabetes. Tendo em conta os estudos mais recentes sobre a eficácia e a segurança dos novos fármacos para o tratamento da diabetes tipo 2 e dos seus efeitos nas comorbilidades associadas à diabetes tipo 2, e no sentido de promover a individualização terapêutica na diabetes, a SPD publicou no seu site e na Revista Portuguesa de Diabetes a atualização das Recomendações Nacionais para o tratamento da hiperglicemia na Diabetes tipo 2 – 2018/2019.

A partir de fevereiro
As empresas públicas e privadas de média e grande dimensão passam a estar obrigadas a contratar entre 1% e 2% de pessoas com...

De acordo com o novo regime, que estabelece o sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência, com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, a partir do dia 01 de fevereiro, todas as empresas, sejam públicas ou privadas, de média ou grande dimensão, passam a estar obrigadas a cumprir quotas.

No caso das empresas médias com um número igual ou superior a 75 empregados, estas devem contratar pelo menos 1% de trabalhadores com deficiência, enquanto as empresas de grande dimensão estão obrigadas a contratar pelo menos 2%.

Para conseguirem cumprir a nova legislação, está previsto um período de transição de cinco anos para as empresas com um número de trabalhadores entre os 75 e os 100 funcionários, e de quatro anos para as entidades com mais de 100 empregados.

“Com vista ao cumprimento faseado das quotas, as entidades empregadoras devem garantir que, em cada ano civil, pelo menos 1% das contratações anuais seja destinada a pessoas com deficiência”, lê-se na legislação.

As entidades empregadoras que durante o período de transição passem a ser empresas médias ou grandes, com 75 ou mais trabalhadores, têm direito a mais dois anos para conseguirem concretizar o cumprimento das quotas.

As empresas que não cumpram o regime de quotas ficam sujeitas a uma contraordenação grave, enquanto as que não cumpram os requisitos em matéria de apoios técnicos ou de adaptação do posto de trabalho incorrem numa contraordenação leve.

Podem ser excecionadas deste regime, as empresas que comprovem a impossibilidade da sua efetiva aplicação no respetivo posto de trabalho ou as que atestem que não existe um número suficiente de candidatos com deficiência inscritos nos serviços de emprego e que reúnam os requisitos necessários para preencher os postos de trabalho.

Conceito surgiu pela primeira vez em 1947
Hoje assistimos a um aumento da esperança média de vida, para a qual têm contribuído as melhorias da

Como resposta, têm-se desenvolvido diversas alternativas ao internamento convencional. Para os especialistas em Medicina Interna, a solução passa pela hospitalização domiciliária, uma opção de qualidade, segura, eficaz e de custo-efetivo.

Este conceito surgiu pela primeira vez em 1947, nos Estados Unidos da América, com a experiência “Home Care”, que visava descongestionar os hospitais, assim como criar um ambiente psicológico mais favorável para o doente. Já a primeira unidade a operar neste âmbito chegou à Europa apenas em 1957, a um hospital francês, sendo que no ano de 1996, o Comité Regional da Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu o desenvolvimento do “Hospital para Cuidados de Saúde”, também conhecido como “hospital em casa”, seguindo o modelo americano.

A hospitalização domiciliária define-se assim como um modelo de assistência hospitalar direcionado para a prestação de cuidados no domicílio a doentes agudos, cujas condições biológicas, psicológicas e sociais o permitam. O seu público-alvo centra-se numa população maioritariamente idosa, com elevada prevalência de doenças crónicas e com diversas patologias.

Focadas no tratamento agudo de um conjunto variado de doenças, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, Insuficiência Cardíaca Crónica, Pneumonia, infeções adquiridas na comunidade ou hospitalar, etc., as Unidades de Hospitalização Domiciliário (UHD) assentam em cinco princípios fundamentais: voluntariedade na aceitação do modelo, igualdade de direitos e deveres do doente, equivalência de qualidade na prestação dos cuidados, rigor na admissão de doentes e no seu seguimento clínico, humanização de serviços e valorização do papel da família.

Perante uma realidade onde se insere o doente complexo, com múltiplas doenças, o médico que lidera uma UHD deverá ter uma formação generalista e uma visão holística do doente, pelo que os especialistas em Medicina Interna se afiguram com o perfil recomendado.

Atualmente, a hospitalização domiciliária detém dois modelos possíveis que podem ser adotados em separados: um que substitui completamente a admissão de doentes, referenciando os doentes diretamente do serviço de urgência e/ou comunidade; e outro que facilita a redução da estadia hospitalar e recruta os doentes nas enfermarias após um período de estabilização clínica inicial. Contudo, é frequente a adoção de um modelo misto, dependente das necessidades do hospital.

Ainda assim, os candidatos com potencial para serem internados no domicílio são geralmente detetados nas urgências. Após esta identificação, é necessário haver um diagnóstico definido, a sua estabilidade clínica, bem como a possibilidade de controlar as co-morbilidades no domicílio. Após esta referenciação, o doente é submetido a uma avaliação em três eixos: médico, enfermeiro e assistente social (este último avalia as condições da casa onde o doente ficará).

Os resultados alcançados com este modelo são atualmente bastante positivos. Não só garantem a satisfação do utente, como na grande maioria dos casos apresenta estabilidade após a avaliação subsequente, sem necessidade de reinternamento hospitalar.

Procura-se assim contribuir para serviços hospitalares sem muros, garantir mais e melhores acessos aos cuidados de saúde, reduzir as complicações inerentes ao internamento convencional (como as quedas, as infeções nosocomiais e os quadros confusionais agudos), criar um entorno psicológico mais favorável ao doente, durante o período de tratamento, e valorizar o papel da família/cuidador, prevenindo a rejeição, o abandono e a institucionalização.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Na próxima semana
A legalização da canábis para uso recreativo vai estar em debate na quinta-feira no parlamento através de projetos de lei do BE...

O Bloco de Esquerda (BE) defende que a venda deve ser feita em estabelecimentos licenciados para o efeito, que “devem ter, apenas e só, como atividade principal o comércio de plantas, substâncias ou preparações de canábis”, enquanto o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considera que a venda “deve ocorrer exclusivamente em farmácias, porque são pontos de venda neutros”, onde há profissionais habilitados para prestar esclarecimentos.

O projeto de lei do BE, o primeiro partido a apresentar a iniciativa legislativa, propõe a legalização da canábis para consumo pessoal não medicinal, passando a lei a regular os aspetos da produção e do cultivo, da comercialização, da aquisição, detenção e consumo da planta ou derivados.

Para os bloquistas, “o principal objetivo da legalização responsável e segura da canábis recreativa deve ser sempre a redução do consumo problemático, o combate eficaz ao tráfico de droga e o crime associado” e ao mesmo tempo promover a saúde pública, a segurança, responsabilizar os cidadãos e prevenir dependências.

“Olhando para as experiências internacionais que legalizaram e regularam a produção, a aquisição e consumo de canábis para fins recreativos, podemos dizer com certeza que estes modelos só trazem vantagens em relação ao modelo de ilegalização. São essas vantagens que pretendemos atingir”, defendem no documento.

No seu projeto de lei, o PAN afirma que o objetivo da regulação do uso recreativo da canábis é a “proteção da saúde e segurança pública”, providenciando um acesso seguro e informado.

“A presente lei tem como objetivo proteger as pessoas dos riscos do comércio ilegal e narcotráfico, bem como das consequências para a saúde, sociais e económicas que o uso irresponsável e desinformado de substâncias psicoativas pode ter na sociedade”, afirma o PAN no documento.

Os dois partidos defendem que a venda deste produto só pode ser feita a maiores de 18 anos e que não padeçam de doença psíquica.

Propõem igualmente a proibição de publicidade a produtos à base de canábis e aos estabelecimentos que os vão vender e que as embalagens sejam neutras e informativas, alertando para os eventuais danos para a saúde do consumidor.

Relativamente ao cultivo para o uso pessoal, o projeto de lei do BE permite o autocultivo até um limite máximo de cinco plantas por habitação própria e permanente e o PAN de seis plantas.

O cultivo para uso pessoal adulto terá de ser feito, obrigatoriamente, com sementes adquiridas nos estabelecimentos licenciados para o efeito, referem as duas propostas.

Defendem ainda a proibição do consumo de produtos à base de canábis nos locais de trabalho, em locais destinados a crianças e jovens, em locais fechados de frequência pública, nos lares, nos estabelecimentos onde sejam prestados cuidados de saúde e em transportes públicos, veículos de aluguer e de transporte de doentes.

No que respeita às contraordenações, o BE propõe uma coima de 2.500 a 25.000 euros para os estabelecimentos que vendam outros produtos, que não os previstos na lei, e que tenham elementos de entretenimento e de lazer nas lojas.

O PAN defende, por seu turno, que quem cultivar, fabricar, vender por grosso ou a retalho, importar e exportar a planta, substância e preparações de canábis sem a autorização devida é punido com pena de prisão de três a doze anos.

Os dois partidos defendem que a quantidade a adquirir por cada pessoa não pode exceder a dose média individual calculada para 30 dias.

Quanto à tributação, propõem a criação, no âmbito do Código dos Impostos Especiais de Consumo, de um imposto sobre a planta, substâncias e preparações de canábis, cujas receitas devem ser aplicadas na prevenção e combate ao consumo de estupefacientes e, defende o BE, em funções sociais do Estado, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde.

Propõem ainda que o preço máximo de venda ao consumidor final dos produtos de canábis autorizados para comercialização deve ser estabelecido por portaria, tendo em conta o preço médio praticado no mercado ilegal e tendo como objetivo o combate ao tráfico.

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