Fragilidade óssea

Osteoporose: saiba como diminuir o risco de fratura

Atualizado: 
18/10/2019 - 15:27
A doença consiste numa diminuição da massa óssea global. O risco é maior para as mulheres, mas também afeta um em cada cinco homens.

A osteoporose é uma doença do nosso esqueleto caraterizada por uma baixa densidade óssea e defeitos da microarquitetura do tecido ósseo. Consiste numa diminuição da massa óssea global com perda da sua resistência e força com suscetibilidade elevada de fraturas.

Estas fraturas, quando ocorrem, são conhecidas como as fraturas por fragilidade. Podem ocorrer espontaneamente ou após traumatismos menores como pequenas quedas e/ou apenas desequilíbrios momentâneos.

Os locais mais comuns destas fraturas por fragilidade são a coluna vertebral (compressão vertebral) fémur e punho. As fraturas por fragilidade também ocorrem no úmero, costelas e bacia.

Quais as pessoas mais atingidas?

O auge ou pico de massa óssea atinge-se por volta dos 20 anos de idade. A partir de então há uma diminuição progressiva com o envelhecimento. Estima-se que na Europa afeta 1 mulher em cada 2 e 1 homem em cada 5. O risco é maior para as mulheres com mais de 50 anos e para os homens com idades superiores a 65 anos.

Que sintomas ocorrem?

Nenhum até à existência de fraturas. As complicações das fraturas são as dores, deformações ósseas, perda de estabilidade na postura ou marcha, e nas idades mais avançadas envolvem mesmo a perda da vida na sequência das múltiplas complicações em cascata (pneumonias, acidentes vasculares etc.) todos como consequência da perda da mobilidade.

Como se diagnostica?

Em consulta médica e com exames auxiliares de diagnóstico. Para além do exame clínico, o teste com a maior importância é a densitometria óssea. O resultado deste exame é o chamado T-score. O seu valor consiste no desvio que existe comparativamente a uma pessoa do mesmo sexo e idade que tem a densidade óssea normal. Nos indivíduos com valores de desvio T ≤-2,5 têm o maior risco de fratura. Não devemos esquecer, no entanto, que existem mais fraturas em doentes com valores T entre -1 e -2,5, porque estas pessoas são em maior número.

Tem tratamento?

Sim. Com diagnóstico precoce, os médicos têm à sua disposição diversas linhas de fármacos. Usam-nas em função da gravidade e tolerância individuais. São de primeira linha os conhecidos Alendronatos, 25-hydroxyvitamin D, Calcium, e Hormonas. Outros de segunda e terceira linhas, mais recentes em fase final de testes, conhecidos como terapêuticas alvo (que atuam em locais moleculares muito específicos das células)

É prevenível?

Sim. Com medicamentos e minimizando ou eliminando alguns fatores de risco associados.

Para além de consultas médicas regulares recomendam-se hábitos de vida saudáveis: dieta diversificada, exercício físico regular, abandono do tabagismo e álcool, controlo adequado das doenças crónicas, e nas idades mais avançadas minimizar o risco de quedas.

Este risco pode reduzir-se com os seguintes cuidados:

Ao ar livre:

  • Use uma bengala pois ao andar ela aumenta-lhe a estabilidade.
  • Use sapatos com sola de borracha para tração.
  • Ande nas bermas quando os pavimentos estiverem escorregadios.
  • No inverno, leve sal para os pavimentos com gelo ou nas calçadas escorregadias.

No interior das habitações:

  • Mantenha os quartos arrumados, principalmente nos pisos onde passa mais tempo.
  • Mantenha os pavimentos limpos, mas não escorregadios.
  • Use sapatos de saltos baixos, mesmo em casa.
  • Evite andar de meias, ou chinelos de meia.
  • Certifique-se de que os tapetes são antiderrapantes e se estão fixos ao pavimento Verifique se as escadas estão bem iluminadas e se têm corrimãos nos dois lados.
  • Instale barras de apoio nas paredes da casa de banho perto da banheira, chuveiro e sanita
  • Use um tapete de banho de borracha no chuveiro ou na banheira antiderrapante, de preferência, fixo. Se tiver dificuldades de equilíbrio considere usar mesmo um banco no chuveiro.
  • Mantenha uma lanterna com pilhas novas ao lado de sua cama.
  • Se usar uma escada para áreas de difícil acesso, não se esqueça de usar os corrimãos
  • Adicione luminárias de teto às salas iluminadas por lâmpadas.
  • Considere comprar um telefone sem fios ou um telemóvel para que não precise de atender apressadamente quando ele tocar, ou para que possa pedir ajuda se cair. Coloque-o, de preferência, na sua mesa de cabeceira.
  • Tenha cuidado com pavimentos altamente polidos que se tornam escorregadios e perigosos quando molhados.
  • Não use passadeiras ou carpetes que não estejam fixas ao pavimento
  • Não suba a árvores ou telhados ou escadotes sem se certificar que o pode fazer sem risco de queda.

Autor: 
Dr. Alcides Pereira - ginecologista no Hospital Lusíadas Lisboa
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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