Iniciativa
No próximo domingo iniciam-se as atividades da 1ª Semana da Hipertensão EM CASA promovidas pela Sociedade Portuguesa de...

De 17 a 22 de maio há sessões de show cooking, exercício clínico, quizzes e sessões clínicas sobre hipertensão. Pela primeira vez este ano, a Sociedade Portuguesa de Hipertensão conta com um embaixador, Nilton, o conhecido humorista e escritor português que criou o sketch “Com a HTA não se brinca”.

Os Webinares temáticos e as atividades online decorrem no Facebook, Instagram, Youtube e Site da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (www.sphta.org.pt).

Com estas ações, a sociedade científica pretende desconstruir mitos relacionados com o dia-a-dia de um doente hipertenso, incentivar a atividade física regular e uma alimentação saudável com baixo teor de sal, não esquecendo a importância de cumprir a toma da medicação prescrita.

 

E equipamento de proteção pessoal
No âmbito do movimento tech4COVID19, está a ser desenvolvida uma solução que transforma uma máscara de snorkeling em...

O equipamento já está a ser utilizado noutros países e está agora a ser testado por mais de 40 profissionais de saúde portugueses, de cerca de 20 hospitais, com o apoio de mais de 10 empresas de engenharia de todo o país.  Disponíveis para serem testadas por profissionais de saúde especializados, a máscara e as suas válvulas devem ser utilizadas apenas em caso de emergência, em situações de falta de equipamento nas unidades de saúde e de acordo com um protocolo uniformizado pela Universidade do Minho.

Ao longo das últimas semanas, o projeto focou-se na melhoria da capacidade de vedação da máscara, no desempenho do filtro, acumulação de CO2 e na sua usabilidade clínica. As conclusões dos primeiros estudos efetuados foram partilhadas com o Infarmed, de forma a que esta entidade possa dar um parecer orientador para uma utilização adequada, de acordo com os protocolos médicos.

Neste momento é já possível às unidades de saúde adquirir este equipamento através do site da plataforma e seguindo todas as indicações sobre o processo de aquisição do equipamento. Depois de entregue, os responsáveis da iniciativa acompanharão toda a experiência dos profissionais de saúde, percebendo o real resultado e utilidade da solução.

“Como grupo de voluntários com o objetivo comum de contribuir para o combate à pandemia, organizámos esta resposta de emergência à possível escassez de recursos para ventilação não invasiva de pacientes internados, vítimas da atual pandemia, mas também como potencial ajuda à proteção individual dos profissionais de saúde, que todos os dias combatem a COVID-19. Identificamo-nos assim como uma força que está já a pensar num futuro possível, uma vez que o equipamento criado é uma solução de emergência simples e acessível a todos, mas que não deve substituir os materiais e equipamentos oficiais, sempre que estejam à disposição.”, refere Nuno Frazão, responsável do projeto e CEO da Positive Benefits.

O projeto, coordenado pela Positive Benefits em Portugal, tem como parceiros a Lusíadas Saúde, no apoio à Gestão, suporte clínico e investimento de impacto, a Universidade do Minho, como parceiro clínico para realização dos testes oficiais e protocolo, a Decathlon, enquanto fornecedor das máscaras, as empresas Done Lab, CODI e Tekever, responsáveis pela produção de adaptadores (válvulas), a Luggit, na frente de logística e distribuição, e o Santander, como investidor de impacto. O projeto conta ainda com o apoio de outros hospitais, universidades, empresas de engenharia e organizações da sociedade civil.

Deste projeto, e através de alguns destes parceiros, estão já a nascer potenciais projetos de inovação para a potencial criação de equipamentos e dispositivos médicos associados às máscaras de proteção individual para profissionais de saúde, entre outros, que podem, no futuro, ser uma mais-valia para o combate a esta epidemia

Inovação
Em Portugal, as infeções hospitalares matam sete vezes mais que os acidentes rodoviários, ao mesmo tempo que a resistência...

A Delox, start-up fundada há dois anos depois de seis de investigação científica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi ontem, 12 de maio, distinguida com o prémio Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito dos Prémios Empreendedor XXI em Portugal.

Esta iniciativa, organizada pelo BPI e pela DayOne, divisão do CaixaBank especializada para empresas de tecnologia, inovação e respetivos investidores, conta com o Alto Patrocínio do Ministério da Economia e uma parceria com a ANI, uma ligação que evidencia a importância destes prémios no apoio às empresas inovadoras e empreendedoras.

A promessa da Delox é tornar a bio-descontaminação eficaz, rápida e acessível num mundo cada vez mais exposto a infeções, resistência antimicrobiana ou pandemias como a que hoje vivemos.

As soluções que a Delox está a desenvolver deverão começar a chegar ao mercado no próximo ano. São sistemas de bio-descontaminação eficazes, rápidos e acessíveis, compostos por um dispositivo e respetivo cartucho, que, por sua vez, contém uma formulação sólida de peróxido de hidrogénio, um biocida seguro e ecológico que se decompõe na água ou com oxigénio, não deixando resíduos. Poderão ser aplicados nos setores da Saúde, da Indústria Farmacêutica, da Indústria 4.0, da Biodefesa e do Espaço.

Além de compactos e robustos, os dispositivos são leves, característica essencial para aplicações espaciais e militares, ou para ajuda humanitária, por exemplo.

Mercado de farmácias especializadas valerá 1 bilião de dólares

Os primeiros mercados que a Delox está a explorar são farmácias hospitalares, farmácias especializadas em manipulação de medicamentos e laboratórios em que os ambientes estéreis são condição essencial. A empresa estima que existam, em todo o mundo, 113 mil hospitais e laboratórios de farmácia com serviços especializados em manipulação de medicamentos muitos dos quais nos Estados Unidos, o primeiro mercado que a Delox quer explorar. Sistemas de bio-descontaminação em farmácias hospitalares, farmácias especializadas em manipulação de medicamentos e laboratórios representam um potencial de negócio de 1 bilião de dólares (cerca de 924 milhões de euros) só nos Estados Unidos. Seguem-se como mercados prioritários os países da União Europeia.

A Delox tem como principais parceiros financeiros, a Caixa Geral de Depósitos e a Hovione, através da Caixa Capital e da Hovione Capital.

Descontaminação eficaz e acessível em plena pandemia

Premiado a nível nacional e internacional, o sistema de bio-descontaminação da Delox demonstrou ser eficaz em testes de campo realizados com o Exército Português e com a empresa americana Decontamination Specialty Equipment. Atualmente, a start-up está a codesenvolver com o Exército Português um projeto, designado REUSE, e que consiste na construção de um protótipo de uma câmara de descontaminação transportável e de uma versão desktop para uso pessoal, onde operam a tecnologia da Delox, responsável por inativar toda a carga microbiana existente nas máscaras respiratórias. Em plena pandemia de Covid-19, em que a higienização é uma das principais medidas para evitar a propagação do vírus, esta câmara permitirá a reutilização de máscaras respiratórias pelos profissionais de saúde e cuidadores.

“A Delox combina uma série de características que justificam a atribuição do BfK. Além de envolver uma forte componente de inovação de base científica e tecnológica, é uma empresa com um impacto muito relevante na sociedade, ao promover e democratizar a acessibilidade a sistemas de bio-descontaminação, hoje, talvez mais do que nunca, percebidos como essenciais para, não só, melhorar a saúde das pessoas, mas também promover a saúde financeira dos sistemas de saúde”, explica António Bob Santos, administrador da ANI.

Por sua vez, para a Delox, “o BfK Awards e o respetivo reconhecimento por parte da ANI validam todo o percurso Ciência – Tecnologia – Mercado que temos vindo a fazer ao longo dos últimos oito anos, dois dos quais como empresa. Ademais, este prémio reveste-se de uma especial importância por ocorrer numa fase de procura de uma nova ronda de investimento, afirmando as potencialidades da Delox a novos investidores”, aponta Fadhil Musa, CEO da Delox.

Desde 2017, a ANI já premiou cerca de 30 projetos e empresas em concursos e prémios de inovação nacionais através do programa BfK. A Delox foi a distinguida entre os finalistas territoriais da 3.ª edição em Portugal dos Prémios Empreendedor XXI.

Os Prémios Empreendedor XXI destinam-se a empresas inovadoras com menos de três anos de atividade e distinguem os seus projetos em duas categorias: territorial, onde são consideradas duas regiões em Portugal e 17 em Espanha, decorrendo em paralelo nos dois países; e setorial, onde são considerados seis setores a nível ibérico, decorrendo numa fase posterior. No total, candidataram-se 993 empresas inovadoras em Portugal e Espanha.

Webinar
Conhecer, Organizar, Vencer, Investigar e Diagnosticar é o lema que tem como objetivo inspirar o ciclo de Web.Seminars...

A iniciativa surge de uma parceria entre o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA) e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da Centro de Ciência LP e da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP).

A primeira série intitulada “O que sabemos sobre a COVID-19” vai prosseguir no dia 15 de maio, às 17h00, com a sessão “Viver em Segurança com a Covid-19”. O encontro online tem como objetivo esclarecer sobre as medidas preventivas para diminuir a probabilidade de infeção por SARS-CoV-2, nomeadamente distanciamento social, etiqueta respiratória, higiene das mãos e espaços comuns, máscaras sociais e equipamentos de proteção individual.

O web.seminar conta com a presença dos especialistas do IHMT-NOVA: a médica Cláudia Conceição e o virologista Ricardo Parreira, estando a moderação a cargo da Subdiretora Filomena Martins Pereira e do Secretário-geral da APAH Miguel Lopes.

Pode fazer a sua inscrição aqui ou, se preferir, pode assistir LIVE no Facebook da APAH ou do IHMT-NOVA.

 

Desconfinamento
O núcleo Regional Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro vai fazer um donativo de 500 mil euros ao Instituto Português de...

Com o desconfinamento gradual e com vista a reduzir o risco de infeção pelo novo coronavírus, o Núcleo Regional Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro sentiu necessidade de apoiar o maior centro oncológico da região sul do país que, por ano, recebe cerca de 14.000 novos utentes (7.000 novos casos de cancro), tem em tratamento/vigilância 57 mil doentes e onde trabalham 1.900 profissionais, incluindo 360 médicos, 550 enfermeiros, 185 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e 130 técnicos superiores de saúde.

Francisco Cavaleiro Ferreira, presidente do Núcleo Regional do Sul, afirma: “Na sua missão humanitária e num período de pandemia tão difícil para a saúde pública em geral, para os doentes oncológicos em particular e para todos os profissionais de saúde, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, não podia deixar de apoiar financeiramente com uma verba considerável os testes ao COVID-19. Com este apoio garantiremos que todos os doentes oncológicos em tratamento no IPO e os seus profissionais de saúde terão os recursos para que possam ser testados, salvaguardando assim a sua segurança”.

Já João Oliveira, presidente do Conselho de Administração do IPO Lisboa, refere que “para manter a atividade oncológica e contando com as restantes estruturas do Serviço Nacional de Saúde para atenderem doentes eventualmente infetados a realização de testes em larga escala é indispensável. Só se conseguem otimizar os circuitos de doentes e os procedimentos dos profissionais para a proteção relativamente à infeção, se os infetados forem prontamente identificados e os respetivos contactos rastreados, o que envolve a realização de testes de forma quase sistemática”.

O IPO de Lisboa adotou um conjunto de medidas preventivas que permitem assegurar a prestação dos cuidados assistenciais aos doentes oncológicos, com o mínimo de constrangimentos possíveis. De entre os procedimentos aplicados, destaca-se a realização de testes a todos os doentes que iniciam tratamentos de quimio e de radioterapia, que vão realizar cirurgia ou exames médicos invasivos (endoscopias e broncoscopias, entre outros) e a todos os doentes internados. Os testes também são realizados aos profissionais de saúde.

João Oliveira explica que “a colaboração da LPCC com o Instituto assume neste caso uma importante materialidade, contribuído para o esforço financeiro requerido pela resposta à atual epidemia. Têm sido muitas as alterações que tivemos de introduzir no funcionamento do hospital e a LPCC demonstrou desde sempre a maior disponibilidade para nelas colaborar através de recursos próprios ou apoiando na aquisição de meios”.

Uma relação histórica

A LPCC e o IPO são instituições autónomas, mas têm uma ligação histórica – Francisco Gentil, fundador do Instituto, foi também um dos mentores da Liga – e trabalham em articulação algumas áreas de apoio ao doente oncológico.

“O IPO Lisboa conta desde há décadas com um Laboratório de Virologia muito desenvolvido e com trabalhos pioneiros nesta área, mas a adaptação rápida às necessidades colocadas pela epidemia do novo coronavírus requereu a aquisição de muitos meios, razão pela qual este apoio da LPCC é de grande importância”, afirma o presidente do IPO Lisboa.

Protocolo
A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) celebraram, ontem, um...

Para e, Graça Freitas, esta iniciativa “reforça a retoma segura das atividades económicas, na defesa da Saúde Pública e da proteção dos cidadãos e da sociedade”. No decorrer da assinatura do protocolo, a Diretora-Geral da Saúde lembrou que “a transmissão do novo coronavírus não desapareceu. O risco de contágio é uma realidade que as autoridades de saúde, a população e os operadores económicos não podem ignorar”.

Através da assinatura deste protocolo, pode ler-se na página do Serviço Nacional de Saúde, a DGS compromete-se a partilhar com a AHRESP as informações e materiais de comunicação relativos à promoção da saúde e prevenção da Covid-19 e a colaborar, na área da formação, nas iniciativas da associação que envolvam medidas de promoção e procura de ganhos em saúde. Adicionalmente, a DGS apoiará, cientificamente, as iniciativas da AHRESP e contribuirá, dentro dos limites, para o desenvolvimento de programas da associação em matérias de saúde pública.

Por seu lado, a AHRESP compromete-se a divulgar e promover o cumprimento, junto dos seus associados e respetivos trabalhadores, de quaisquer recomendações ou manuais de conduta de saúde, higiene e segurança no local de trabalho, de forma a evitar o contágio e propagação do vírus.

Com a assinatura do protocolo, esta entidade garante também colaborar com a DGS formulando sugestões de aperfeiçoamento ou melhoria das recomendações ou manuais, quando verificar dificuldades na implementação dos mesmos.

 

 

Relatório
De acordo relatório, agora divulgado, sobre o terceiro período do estado de emergência, o número de camas em unidades de...

O documento, entregue dia 12 de maio na Assembleia da República, indica que, em março de 2020, o SNS dispunha de 528 camas em unidade de cuidados intensivos, tendo subido para 713 em 2 de maio, o que representa um aumento de 35% de capacidade instalada.

Em relação ao número de ventiladores com capacidade para utilização no tratamento da Covid-19, o mesmo relatório mostra que, no início do mês de março, foram contabilizados no SNS 1.142 ventiladores, passando, em 2 de maio, para 1.814 equipamentos, 74% dos quais invasivos.

O documento refere ainda que, desde o dia 1 de março, foram realizados 427.346 testes de diagnóstico à Covid-19, dos quais 37.742 foram positivos (8,8 % do total de testes).

Do total de testes, 426.662 foram realizados nos meses de março e abril, tendo sido o dia 30 de abril a data em que foram realizados mais testes desde o início da pandemia, num total de 15.881 testes, segundo o relatório com dados até 2 de maio, último dia do estado de emergência.

Segundo a análise feita, e que hoje foi avançada na página oficial do Serviço Nacional de Saúde, foi na Administração Regional de Saúde do Norte onde se realizaram mais testes de diagnóstico, um total de 153.336, seguindo-se a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (101.098), Administração Regional de Saúde do Centro (28.228), Administração Regional de Saúde do Algarve (15.024) e Administração Regional de Saúde do Alentejo (5.040).

Portugal esteve 45 dias em estado de emergência, entre 19 de março e 2 de maio, para fazer face à Covid-19, estando desde 3 de maio em situação de calamidade.

 

Revisão de literatura
O presente artigo pretende refletir sobre como o conceito de Slow Nursing poderá contribuir para a H

Objetivos

  • Conhecer o conceito de Slow Nursing;
  • Dar a conhecer os estudos que foram produzidos neste âmbito;
  • Refletir sobre como este conceito poderá contribuir para a Humanização dos Cuidados de Saúde e, particularmente, para os Cuidados de Enfermagem.

Metodologia

Tratou-se de uma revisão de literatura tendo por finalidade identificar o conhecimento existente sobre esta temática. Foi realizada uma pesquisa na base de dados EBSCOhost, através de “texto completo” no título: Slow Nursing. A pesquisa foi efetuada para documentos em inglês e em português entre os anos de 2009 e 2019.

A nossa pesquisa a 9/9/2019 encontrou na EBSCOhost sete documentos sobre o tema. Destes sete, dois artigos estavam duplicados, visto terem sido publicados em duas revistas diferentes. Um dos artigos não foi incluído porque a publicação não estava acessível. Assim, no final, após aplicação dos critérios de pesquisa, reunimos um conjunto de quatro documentos (dois artigos científicos e dois artigos de opinião publicados em revistas de enfermagem) que se constituíram como o nosso corpus de análise. Para o efeito trabalhamos com os documentos em texto integral.

Durante a elaboração deste artigo tivemos a necessidade de consultar mais dois artigos citados nos artigos pesquisados com o intuito de aprofundar alguns conteúdos.

Resultados

O processo de derivação do conceito Slow Nursing surge a partir do domínio da Sociologia (confrontar abaixo com a Figura 1) a partir do conceito de Slow Movement (Lillekroken, D., 2014).

Este é um movimento que propõe uma mudança cultural para a desaceleração da vida cotidiana. A ideia surgiu quando Carlo Petrini realizou um protesto contra a inauguração de um restaurante McDonald's na Piazza di Spagna em Roma, em 1986. Nesse contexto, surgiu o movimento Slow Food (Honoré, 2004).

Com o tempo, esse princípio Slow foi sendo aplicado a outras áreas, entre elas a saúde, e em particular pela Medicina e, mais recentemente, pela Enfermagem (Lillekroken, D., 2014).

O objetivo da derivação do conceito de Slow Nursing foi gerar novas maneiras de pensar e considerar que Slow Nursing é uma forma competente e um contributo oportuno para a prática de Enfermagem. As etapas para realizar a derivação do conceito, conforme descrito pelos autores Walker & Avant (2011), bem como as etapas que foram seguidas, estão resumidas na Tabela 1 (Lillekroken, D., 2014, p. 41).

A produção de artigos com a terminologia Slow Nursing ainda é escassa. Em língua portuguesa não encontramos nenhum artigo ou texto sobre este conceito.

A expressão Slow Nursing apareceu pela primeira num artigo de opinião assinado pela Enfermeira Tessa Bachmann no The American Journal of Nursing em 2011, refletindo sobre o seu trabalho com a comunidade a nível dos cuidados de saúde primários numa instituição de saúde da cidade de Nova Iorque (Bachmann, T., 2011).

Mais recentemente o conceito Slow Nursing foi desenvolvido pela Enfermeira norueguesa Daniela Lillekroken da Universidade de Agder em 2014 (Lillekroken, D., 2014).

Este primeiro artigo de Lillekroken teve como objetivo apresentar e descrever o processo de desenvolvimento do conceito de Slow Nursing. Esta autora refere que ao momento, uma definição universal do conceito de  Slow Nursing para os contextos de enfermagem e de saúde, está ausente das pesquisas publicadas no domínio da saúde.

Com base na pesquisa bibliográfica e no objetivo da estratégia de derivação de conceitos, foi sugerida uma definição do conceito de Slow Nursing. Assim, em 2015, a Enfermeira Lillekroken mais duas colegas da mesma universidade estudaram o conceito de Slow Nursing junto de enfermeiros que prestavam cuidados a pessoas com demência (Lillekroken et al., 2015).

Do estudo fenomenológico-hermenêutico realizado por Lillekroken et al. (2015) foram identificados três grandes temas cuja interpretação global é descrita como Slow Nursing. Os três temas identificados são os seguintes: “estar no momento presente”, “fazer uma coisa de cada vez/cada coisa no seu tempo” e “criar alegria e contentamento” (Lillekroken et al., 2015).

Assim, uma interpretação geral desses três temas é descrita pela metáfora Slow Nursing, um modelo de cuidados que pode levar a apoiar o “senso de coerência” em pessoas com demência.

Mais recentemente, em 2016, Tonarelli num artigo de opinião recorda que o conceito de Slow Nursing é um aspecto crucial da prestação de cuidados de enfermagem com benefícios duradouros para utentes, familiares e profissionais de enfermagem (Tonarelli, L., 2016).

Por último, refletindo sobre o tema Slow Nursing relacionado com a formação em enfermagem, Sellmann refere que uma geração de enfermeiros que apenas conhece o caminho da técnica e da tecnologia poderá ter implicações negativas no processo de cuidar, quer para utentes quer para profissionais. Assim, a incorporação de ideias Slow Nursing pode ser um contributo importante para a Humanização dos Cuidados de Enfermagem e satisfação profissional dos próprios enfermeiros (Selmann, D., 2014).

Conclusões

Os escassos artigos produzidos com o conceito Slow Nursing parecem estar totalmente de acordo com os princípios nigthingerianos e da enfermagem contemporânea que sustentam os Cuidados de Enfermagem na Observação, Relação de Ajuda, Comunicação Terapêutica, Escuta Ativa, Personalização, Empatia e Valorização dos valores de cada Pessoa.

Paralelamente, conclui-se que a filosofia/terminologia Slow Nursing pode fornecer novas abordagens para avaliação ou desenvolvimento de ferramentas para uso em pesquisas adicionais e desenvolvimento de teoria e prática clínica de Enfermagem. A Slow Nursing como conceito para uso no trabalho clínico pode ser inovador, influenciando positivamente os Cuidados de Enfermagem.

Ainda, na área da formação em enfermagem, alguns estudos alertam para o facto da maioria dos currículos escolares estarem centrados em matérias muito técnicas ou para a valorização da tecnologia, podendo este facto afastar os alunos/futuros profissionais de enfermagem do que é verdadeiramente Cuidar de Um Ser Humano.

Por último, depois de analisados os documentos encontrados concluímos que o conceito de Slow Nursing poderá ser um importante contributo para a Humanização dos Cuidados de Saúde, e de Enfermagem em particular, bem como para a satisfação profissional dos próprios enfermeiros.

Nota: Optamos por manter a expressão original Slow Nursing em inglês, por não encontrarmos em português algum artigo científico sobre o tema e pela dificuldade em traduzirmos este conceito para a Língua Portuguesa, pois poderíamos perder o seu verdadeiro sentido, significado e dimensão.

Referências Bibliográficas

  • Bachmann, T. (2011). Slow Nursing.The American Journal Of Nursing, 111(3), 12.
  • Honoré, C., (2004). In Praise of Slow: How a Worldwide Movement is Challenging the Cult of Speed. Vintage Canada, Toronto.
  • Lillekroken, D. (2014). Slow Nursing-The Concept Inventing Process. International Journal for Human Caring, 18(4), 40-44. DOI: 10.20467/1091-5710.18.4.40
  • Lillekroken D.; Hauge, S. & Slettebø Å. (2015). The meaning of slow nursing in dementia care. Dementia, 16 (7), 930-947. DOI:10.1177/1471301215625112
  • Sellman, D. (2014). Does the Slow movement have anything to offer nursing education? Nurse Education Today, 34, 1414-1416. DOI:10.1016/j.nedt.2014.08.008
  • Tonarelli, L. (2016). Slow nursing' gears you up for success! Nurse Aide-VIP, 28(4), 9.

 


Autores: 

Maria Helena Carreira Anastácio Junqueira
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica,
Mestre em Enfermagem de Médico-Cirúrgica e em Estudos sobre as Mulheres,
Serviço de Medicina – Unidade de Pombal do Centro Hospitalar de Leiria, EPE,
Morada: Rua da Figueira da Foz, n.º 93, 3100-370 Pombal
Contatos: tel. 966604270; email helenajunqu[email protected]

Pedro Manuel Pereira Quintas
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária,
Mestre em Enfermagem Comunitária e em Bioética,
Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, [email protected]

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Health Data Forum
A cimeira online organizada nos passados dia 7 e 8 de Maio pelo Fórum Hospital do Futuro, com o apoio da Devscope, da Glintt,...

As sessões - em formato de partilha de ideias - contaram com a presença de 42 especialistas das áreas da saúde e tecnologia, bem como representantes de entidades públicas nacionais e internacionais, que identificaram diferentes perspetivas sobre o contributo dos dados nas várias áreas da saúde. Neste Fórum que contou com mais de 200 inscritos e, até ao momento, mais de 4.000 visualizações nas redes sociais, foi abordado o papel dos dados enquanto ferramentas para a prestação de cuidados de saúde, mas também como forma de monitorizar a saúde da população. Esta reunião equacionou ainda diferentes contributos da associação da inteligência artificial à exploração de big data no setor da saúde para a tomada de decisão e a redução das taxas de morbilidade. 

Uma das principais conclusões do evento incidiu sobre a importância da colaboração entre o estado, empresas e setor social para o desenvolvimento de projetos relacionados com a partilha de dados em saúde, com o objetivo de melhorar os cuidados com o paciente. Foi ressalvado que a partilha dos dados deve fazer-se respeitando os requisitos de privacidade, hoje possível com base em algoritmos de anonimização e chaves encriptadas. A segurança e a privacidade dos dados são uma vantagem competitiva da União Europeia. Estes princípios podem mesmo ser o suporte para a criação de uma base de dados europeia, com o objetivo de partilhar os dados clínicos de pacientes, um passo essencial no sentido da diminuição da morbilidade e da proteção de vidas. 

O contributo de vários representantes do Estado Português no evento permitiu concluir que o Governo mantém o seu compromisso com a transformação digital do país no setor da saúde, top-down, em todas as organizações da saúde e através dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde - o braço digital da saúde.

Foi, igualmente, assinalado que Portugal quer liderar um processo de transformação dos sistemas nacionais de saúde na União Europeia, que têm de passar a ser centrados na gestão inteligente de dados em saúde.

Uma das entidades parceiras do Fórum, a GS1 Portugal, já desenvolve standards na área da saúde e aplica a codificação de dados neste setor. O seu Diretor Executivo, João de Castro Guimarães, ressalva a importância do debate de ideias como forma de reequacionar o futuro da gestão de dados no setor da saúde: “Ao longo de dois dias tivemos oportunidade de olhar para os dados na saúde de uma forma transversal, através da visão crítica de vários interlocutores e especialistas mundiais. Os dados na saúde, a qualidade com que estes são geridos e analisados, bem como a sua interoperabilidade nos vários sistemas e mecanismos, são temas essenciais e que irão ditar uma resposta cada vez mais eficiente e qualitativa dos cuidados de saúde”, sublinha.  

Algumas ideias para o futuro do setor da saúde

As sessões de debate no Health Data Forum ofereceram pistas e caminhos sobre como a tecnologia e os dados poderão contribuir para o futuro da saúde e dos sistemas nacionais de saúde. Augusto Ernesto Ittig, presidente do RISAD, que participou no painel “Imagens e diagnósticos mais precisos para um atendimento personalizado” fez uma exposição sobre a vantagem e a necessidade da telemedicina. Não só para chegar às geografias mais remotas e aos povos mais isolados, mas também para dinamizar o circuito da medicina hospitalar.

Mahmood Adil, Diretor Médico em Edimburgo, que moderou o painel  “Permitir a colaboração dentro e entre diferentes sistemas de saúde”, destacou que a saúde carece de um novo paradigma de análise: de decisões centradas no estetoscópio há que passar para um paradigma que faça assentar a tomada de decisão num “data-escópio”, ou seja, utilizar os dados para conseguir exercer medicina preventiva. Sublinhou, ainda, a importância de aumentar a saúde das pessoas de uma forma geral, quer ao nível mental como físico, e da adoção de uma ação mais preventiva e preditiva.

Jonathan Gomez-Raja, Coordenador Científico da Fundesalud da Junta da Extremadura, orador do painel “Os desafios e as oportunidades para o atendimento domiciliar”, referiu o desenvolvimento de uma solução inovadora de telemedicina que está a ser testada na Extremadura, em Espanha. É implementada através de um robot interativo, pensado para um target de população mais idosa ou isolada, que, entre outras funções, emite alertas sobre as horas de medicação, monitoriza e faz a ligação para o contacto de emergência, se necessário.

No painel debate com o tema: “Terapias sob medida e adesão do paciente”, foi abordado o conceito de global data que consiste na partilha de dados ao nível global e foi reforçada a importância da standardização e da necessidade de se estruturar todos os dados com base numa plataforma comum e partilhada, para que todos possam falar a mesma língua, com o objetivo de chegar a respostas mais rápidas, à partilha de boas práticas ou terapêuticas de sucesso.

Iniciativa
A Associação Portuguesa de Empresas de Bioindústria (P-BIO) organiza, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino...

A iniciativa pretende fomentar a participação das start-ups portuguesas na área das Bioindústrias na plataforma de cooperação mundial “Global Response to COVID-19”, lançada no dia 24 de abril e que já atraiu cerca de 7,5 mil milhões de euros para o investimento nas áreas de diagnóstico, terapias/tratamentos e desenvolvimento de vacinas.

A primeira sessão de apresentação decorre amanhã, a partir das 14h00, no Teatro Thalia, sendo que também poderá ser acompanhada online. A sessão conta com a presença de Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e André de Aragão Azevedo, Secretário de Estado para a Transição Digital.

A sessão seguinte acontece nas instalações da CEiiA, em Matosinhos, no dia 19 de maio, também a partir das 14h00. Além de Manuel Heitor na abertura, Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, estará presente para encerrar a sessão.

O apoio à participação das start-ups portuguesas nas redes internacionais pretende estimular parcerias em cada um dos três pilares da iniciativa:

  • Diagnóstico, essencial até existir uma vacina eficaz. O sistema científico e tecnológico português participa já de forma ativa no desenvolvimento e realização de testes e sistemas de diagnóstico, incluindo o uso de nanotecnologias, o que faz com que Portugal esteja numa posição de excelência para contribuir para o Fundo Global de Diagnósticos Inovadores (FIND).
  • Terapias/tratamento: a indústria Portuguesa está ativamente envolvida na produção de componentes críticas para terapias médicas antivirais, estando preparada para aumentar a nossa capacidade de produção e contribuir para o Acelerador de Terapêuticas a nível global (ACT Therapeutic Partnership).
  • Vacinas: a comunidade científica nacional está preparada para unir esforços com os parceiros à escala mundial no contexto do CEPI e do GAV, a coligação para a inovação preventiva contra a pandemia.

A plataforma “Global Response to COVID-19” reúne um conjunto de organizações comprometidas com o desenvolvimento de soluções de combate à COVID-19, tais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou os países do G20. Portugal associou-se a este projeto através de doações dos setores público e privado.

94º aniversário
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) assinala o seu 94.º aniversário a 13 de maio, quarta-feira, e reforça...

“Somos a associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo e, passados 94 anos, podemos afirmar que a nossa motivação não mudou e temos vontade de dar continuidade ao trabalho que tem sido desenvolvido na sustentabilidade da associação, excelência de atividades e na defesa intransigente dos direitos das pessoas com diabetes” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP e reforça ainda que “apesar de existir um longo caminho para que a diabetes seja vista como uma doença sistémica com um enorme impacto na vida pessoal, social e económica, continuamos críticos e reconhecemos o papel da associação na criação de políticas públicas para o controlo e prevenção da doença e na luta contra a discriminação, nomeadamente quando a sua proteção pode estar em causa”

“A APDP foi pioneira no tratamento da diabetes e sempre apostou na educação terapêutica e na abordagem multidisciplinar. Estamos empenhados em garantir cuidados adequados através da promoção da prevenção da diabetes e das suas complicações. Afinal, com 1 milhão de portugueses com diabetes e milhares de pessoas ainda não diagnosticadas, temos de garantir que existe capacidade para combater este problema de saúde pública em Portugal” reforça João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

A associação tem estado na linha da frente durante o período de pandemia da COVID-19. Implementou um sistema de teleconsultas com contactos diários aos seus utentes para dar uma palavra de conforto, criou a linha de apoio telefónica Diabetes (213 816 161) para prestar aconselhamento especializado de apoio e orientação a adultos (+18 anos) com a doença, criou um serviço domiciliário de entrega de medicamentos, elaborou um manual de apoio após diagnóstico positivo do vírus e esteve ativa na luta dos direitos das pessoas com diabetes.

“Estamos prontos para assumir mais responsabilidades numa relação de apoio e confiança com as pessoas com diabetes. A presença ativa durante o período de pandemia veio reforçar a capacidade de resposta da associação, mas não queremos ficar por aqui. Apresentamos uma rede de trabalho eficaz e queremos dar resposta a esta realidade emergente, pensar no futuro e dar resposta aos diagnósticos que ficaram por realizar. Afinal, à distância conseguimos criar uma central de educação que confirma o potencial da telemedicina da APDP como uma ferramenta de educação e acompanhamento na área da saúde,” conclui José Manuel Boavida.

Saber mais sobre a doença
Segundo a Diretora-Geral da Saúde, Portugal vai ter protocolos de acompanhamento dos doentes que recuperaram de covid-19, que...

“Estes protocolos têm de ser muito bem pensados e têm de ser pensados no acompanhamento ao longo do tempo”, disse Graça Freitas na conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, que se realizou ontem em Lisboa.

Segundo a Diretora-Geral da Saúde, há estudos realizados noutros países que indicam que há doentes que ficaram com sequelas da covid-19, sobretudo os que tiveram formas mais graves da doença e necessitaram de cuidados intensivos.  “São situações que só se verificam depois de resolvida a situação aguda em que os doentes continuam em acompanhamento pelos seus médicos assistentes”, explicou.

 

Covid-19
De acordo com o site oficial do Serviço Nacional de Saúde, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste já deu início ao rastreio...

Segundo a ULS, tendo em vista a deteção precoce da doença e a minimização da transmissão do vírus junto da população mais vulnerável, as suas equipas terminaram a realização de testes nas Estruturas Residenciais para Idosos, tendo abrangido todos os colaboradores e utentes desta resposta social.

Na área social, o rastreio à Covid-19 abrange ainda os utentes e colaboradores dos Serviços de Apoio Domiciliário, das Unidades de Cuidados Continuados e das Estruturas Residenciais para Pessoas com Necessidades Especiais do distrito de Bragança.

Segundo a ULS do Nordeste, já foram efetuados, até à presente data, um total de 6.541 testes nas diferentes respostas sociais do distrito de Bragança.

 

Resultado em uma hora
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) anunciou hoje que o Hospital de Santa Maria vai começar a realizar...

“Estes testes rápidos são importantes, por exemplo, para garantir a segurança de doentes e profissionais em cirurgias e exames emergentes ou nas salas de partos”, refere o CHULN em nota enviada à comunicação social.

A realização dos testes rápidos pelo método RT-PCR – que analisa a presença do coronavírus em secreção respiratória –, explica o centro hospitalar, está indicada para grávidas em trabalho de parto, para intervenções cirúrgica, endoscopias digestivas, broncoscopia emergentes e em situações de “intervenção emergente” de cardiologia e neurorradiologia.

De acordo com a informação na página do Serviço Nacional de Saúde, o serviço de Patologia Clínica do CHULN já realizou mais de 16 mil testes de rastreio da Covid-19 e cerca de mil testes serológicos para detetar anticorpos em doentes e profissionais do centro hospitalar.

 

Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e Ordem dos Médicos
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) e a Ordem dos Médicos (OM) organizam, com o apoio da Astellas...

Este tema foi escolhido para a última conferência, na medida em que discutir as estratégias de saúde pública será muito importante no combate à propagação da Covid-19. Desta forma, os intervenientes nestas conferências irão discutir quais os próximos passos a adotar para assegurar a continuidade de resposta dos cuidados de saúde.

A conferência será moderada por Alexandre Valentim Lourenço, presidente da Secção Regional Sul da OM e por Alexandre Lourenço, presidente da APAH. Terá ainda como participantes Ana Maria Correia, membro do Colégio da Especialidade de Saúde Pública da Ordem dos Médicos, Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP) e Rui Capucho, médico especialista em Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Norte.

Para poder assistir e participar nas conferências os interessados devem ficar atentos ao site da APAH (https://apah.pt/) e da OM (https://ordemdosmedicos.pt/), onde está publicada a informação sobre as próximas conferências e onde poderão fazer a sua inscrição. A conferência será ainda transmitida em live nas páginas de Facebook da APAH e da OM.  Os vídeos das conferências serão ainda disponibilizados na página de Youtube da APAH (https://www.youtube.com/channel/UCyDNz2m3gpVhiLSu3E7Q6jg), para que todos os interessados possam assistir.

 

 

Síndrome de dor crónica
Embora a sociedade e a classe médica estejam cada vez mais despertas para a problemática da fibromia

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde desde o final da década de 1970, a Fibromialgia é uma síndrome crónica caracterizada por queixas neuromusculares dolorosas e difusas ao longo de todo o corpo e que se acompanha de fadiga intensa, com alteração da qualidade do sono e deterioração cognitiva.

De acordo com o reumatologista, António Vilar, esta síndrome pode fazer-se acompanhar ainda “de quadros tipo colon irritável, queixas urinárias, dores de cabeça e manifestações neuropsiquiátricas com irritabilidade fácil, problemas de memória e atenção em doentes perfeccionistas e com baixa autoestima". Outros sintomas como formigueiro ou rigidez articular são comuns.

O diagnóstico nem sempre é fácil. Não só não existem exames laboratoriais ou de imagem específicos para sua confirmação, como ainda há muitos especialistas que desvalorizam os sintomas.

Segundo António Vilar, é necessário valorizar as queixas e fazer uma “pesquisa exaustiva dos pontos dolorosos”.

“Ninguém foi capaz de dar uma resposta concreta para as minhas queixas. Diziam que eram dores de crescimento, ou preguiça para ir à escola”

Joana Vicente tinha 16 anos quando os sintomas clássicos da doença – dor, fadiga e insónia - se manifestaram e, embora, na altura, se pensasse tratar de algo passageiro, a verdade é que, em pouco tempo, o quadro dominava por completo o seu dia a dia.

O diagnóstico chegou dois anos depois, e após várias consultas em várias especialidades. “Fui descredibilizada devido à minha idade”, recorda. “Procurei diversas especialidades, desde endocrinologia, ortopedia, medicina interna, (…) e fiz vários exames, mas ninguém foi capaz de dar uma resposta concreta para as minhas queixas. Diziam que eram dores de crescimento, ou preguiça para ir à escola, pois os exames vinham normais, o que é característico na Fibromialgia. Só através de um neurologista obtive o diagnóstico”, conta.

Durante este processo, diz, “o mais difícil foi ver o impacto que os sintomas estavam a ter na minha vida diária, principalmente a nível académico”, para além de que “grande parte da família não compreendeu ou valorizou o problema, o que muitas vezes gerou comentários desagradáveis”.

Ir ao médico também a deixava frustrada porque nenhum ligava às suas queixas. “Lembro-me particularmente de uma consulta onde o médico quis “testar” os meus níveis de dor ao rasgar a pele das minhas pernas de cima a baixo com uma agulha, vezes seguidas. Apesar de estar a sangrar, a chorar ainda com mais dor e a pedir por favor para parar, o senhor ainda se riu na minha cara e ainda disse que era invenção da minha cabeça”, recorda.

Por isso, admite que foi um alívio quando finalmente encontrou uma resposta para o que estava a sentir. “A minha mãe também tem o diagnóstico e foi o médico dela que acabou por me acompanhar”.

Depois de saber que tinha a doença, teve de adaptar o seu dia-a-dia à nova condição e, diz que, essencialmente, teve de parar para ouvir o seu próprio corpo. “E aceitar que às vezes é melhor parar do que forçar”, afirma.

Para além da adesão à terapêutica, que pode incluir vários tipos de fármacos como analgésicos, relaxantes musculares e antidepressivos, há que fazer algumas mudanças no estilo de vida. “Para um bom prognóstico, quanto mais rápido o diagnóstico for feito melhor, aliado ao exercício físico, alimentação e terapêutica adaptada ao doente pode ser vantajoso”, revela a presidente da  APJOF - Associação Portuguesa de Fibromialgia.

“Uma alimentação equilibrada evitando alimentos inflamatórios (carne vermelha por exemplo), açúcar, gorduras, alimentos processados, pode ajudar a criar estabilidade, prevenindo crises, tal com o aumento de peso, algumas vezes gerado por medicamentos”, explica acrescentando que “o exercício físico, principalmente aeróbico, é fundamental pois ajuda a reduzir a intensidade da dor e da fadiga, diminui a tensão muscular, o stress, a ansiedade e ajuda a regular o sono”.

Discriminação e falta de apoios sociais

De acordo com Joana Vicente, embora nos últimos anos se tenha assistido a uma evolução, ainda são muitos aqueles que olham com desconfiança para uma doença “invisível”. “A grande maioria da população ainda vê com preconceito esta síndrome e os doentes. Muitos médicos também, isso gera diagnósticos e adesão à terapêutica tardios, as suas consequências inerentes, além do impacto negativo a nível psicológico que traz para os doentes. Ninguém gosta de ser discriminado numa situação de vulnerabilidade, como quando estamos numa consulta”, revela.

Por outro lado, “apesar de terem saído resoluções no Diário da República, as mesmas ainda não estão a ser implementadas, ou seja, não existe qualquer tipo de apoio para estes doentes a vários níveis”.

Segundo a representante da APJOF é essencial a criação de legislação que apoie estes doentes “a nível laboral e até escolar”, que seja “possível avaliar a incapacidade e funcionalidade, para assim atribuir uma percentagem, para puderem usufruírem de apoios existentes”, ou que tenham acesso a reforma antecipada.

Para Joana Vicente é, ainda, “necessária literacia de profissionais de saúde para que os doentes tenham um diagnóstico precoce, tratamento adequado e um médico que o acompanhe dignamente”.

Mais especialistas de reumatologia

Anabela Pelica, também membro da APJOF, reclama a falta de médicos especialistas para acompanharem devidamente estes doentes.

Apesar de, no seu caso, o diagnóstico da doença ter chegado em pouco mais de seis meses, explica que as dificuldades a nível social foram muitas, tendo deixado de trabalhar, vítima de discriminação.  

“Os primeiros sintomas surgiram por volta dos trinta anos. As queixas eram, principalmente, dores na coluna.  Mais tarde nas pernas e nos braços”, recorda.

“Fui imediatamente ao especialista de coluna que me operou por duas vezes, porque me foi detetado problemas ao nível de vértebras”, explica acrescentado que foi o facto de se manter com dores que fez soar o alerta ao especialista que a acompanhava. “O médico da coluna enviou uma carta a um colega reumatologista porque estava ciente que eu podia sofrer de fibromialgia”, recorda.

Para chegar ao diagnóstico final diz ter feito “vários exames de despiste de outras possíveis doenças reumáticas”. Só assim conseguiu respirar de alívio, podendo dar “um nome” às suas queixas.

No entanto, lamenta que também ela se tenha sentido mal compreendida pela família, amigos e entidade patronal. “Ninguém entendia as minhas queixas. As dores não são “visíveis”, o sono não é reparador e explicar isso a familiares, amigos e empregadores é uma tarefa difícil”, revela. Tanto que, garante, foi vítima de discriminação no trabalho, o que a levou a abandonar a sua atividade profissional.

Por tudo isto, considera essencial sensibilizar a população para uma síndrome sem cura e bastante limitadora.

Apesar de ainda haver um longo caminho a percorrer, Anabela Pelica, pede a todos os doentes que “lutem pelos vossos direitos.  Dêem a conhecer a doença, não se escondam”.

“Existindo mais apoio e compreensão, acredito que muitas portas se podem abrir para ajudar estes doentes”, conclui Joana Vicente, presidente da APJOF - Associação Portuguesa de Fibromialgia.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Retorno à atividade
A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) finalizou, na segunda-feira, o documento “Recomendações Nacionais -...

“As UCA reúnem as melhores condições possíveis para o reinício da atividade cirúrgica programada. Com as Recomendações Nacionais, a APCA pretende manter os elevados índices de qualidade e os ótimos resultados da cirurgia ambulatória, assim como a segurança de todos em tempo de pandemia”, afirma Carlos Magalhães, presidente da APCA, acrescentando que o documento está disponível para todas as entidades oficiais.

E observa: “A Cirurgia Ambulatória criou uma imagem de sucesso e de segurança junto da população e dos profissionais de saúde, que queremos manter com este regresso, sendo, para tal, necessário ultrapassar dificuldades e novos desafios. As profissionais e experientes equipas de Cirurgia Ambulatória estão preparadas para garantir o pressuposto de segurança máxima para todos os utentes, cuidadores e profissionais, ultrapassando os receios, as dúvidas e a desinformação, existentes nesta fase.”

Segundo Carlos Magalhães, a retoma da atividade cirúrgica vai ser assumida seguindo as orientações do Ministério da Saúde, da Direção-Geral da Saúde e dos Conselhos de Administração dos Hospitais, realizando-se em fases bem organizadas, definidas e ajustadas à realidade e recursos de cada UCA e de cada hospital. “É essencial manter os pressupostos da Cirurgia Ambulatória: segurança e qualidade no atendimento anestésico e cirúrgico dos nossos doentes”, refere.

O documento é constituído por regras, estratégias e metodologias a adotar em todas as etapas do processo da Cirurgia Ambulatória: pré-operatório, admissão de doentes nas unidades de cirurgia ambulatória, peri-operatório, recobro/alta e pós-operatório.

 

Covid-19
A Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP), promove, no próximo dia 18 de maio, um webinar sobre o tema...

Com início às 17h, a sessão conta com a participação de Aníbal Marinho, médico intensivista do Centro Hospitalar Universitário do Porto, que abordará a importância de escolher um suporte nutricional adequado no doente crítico, e de Sílvia Castro, médica intensivista do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, que apresentará os aspetos nutricionais na reabilitação do doente crítico COVID-19, havendo ainda espaço para perguntas e respostas.

O webinar conta com a moderação de Isabel Miranda, médica intensivista do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central.

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias, e devem ser efetuadas em https://nutricaoclinicatalks.rxf.vsmeeting.pt/. Após a inscrição, os participantes receberão a confirmação de registo com os dados de acesso à página live do evento.

Opinião
Hoje, dia 12 maio, dia Mundial do Enfermeiro foi-me lançado o desafio de escrever sobre o que é ser

Historicamente, assim como na atualidade, os enfermeiros estão na primeira linha de combate a epidemias e pandemias que ameaçam a saúde em todo o mundo, atuando na prevenção, tratamento e contenção das mesmas. Atualmente eles são elos fundamentais da qualidade e segurança dos cuidados de saúde, da prevenção de infeção associada aos cuidados e elementos ativos na promoção e garantia de boas práticas dos cuidados. Hoje com a realidade da COVID-19, em que a higiene das mãos, a desinfeção das superfícies e o distanciamento físico são determinantes para a contenção, o seu papel é crucial. Prestamos cuidados globais de excelência e o desafio que a pandemia COVID-19 lançou ao mundo é também o nosso desafio: REINVENTARMO-NOS diariamente a todos os níveis de atuação.

Na prestação de cuidados, a COVID-19 e o equipamento de proteção individual acrescentaram barreiras muito maiores que a barreira da nossa proteção. Acrescentou a distância, o ficarmos irreconhecíveis, a alteração da sensibilidade no tocar e na realização de procedimentos e alterou a forma como abordamos, vemos e ouvimos os pacientes. Foi preciso parar, para repensar e reinventar, treinar como colocar e retirar equipamentos de proteção individual e ajustar a nossa prática na realização de procedimentos junto dos pacientes. Mas sobretudo, foi necessário reajustar o olhar e o ouvir, para continuar a ver e a escutar, para além dos óculos e viseiras embaciadas, cogulas, máscaras e fatos e manter o foco no paciente de forma eficiente, ao mesmo tempo que nos ajustamos aos novos procedimentos, circuitos e dinâmicas.

Foi e é preciso um enorme e constante esforço de reajuste, flexibilidade e capacidade adaptação. Exigiu e exige diariamente planear, planear e voltar a planear, mantendo o foco na segurança dos pacientes e famílias, na nossa e de todos os profissionais que connosco partilham o espaço de cuidados de saúde. A atualização e a gestão da informação, que muda a cada momento, são também prioridades diárias.

Muitos processos foram melhorados e inevitavelmente treinados e otimizados para dar resposta às novas necessidades. Estou certa de que muitos se irão manter e acrescentar valor à nossa prática futura. A gestão do equipamento de proteção individual foi e continuará a ser uma realidade diária, a sua racionalização e adequada utilização exige todos os dias uma energia extra que só pode compensar. Pela nossa segurança vale a pena manter mais esta pequena “grande” luta dentro da luta global.

Para terminar, reiterar o meu orgulho por continuarmos, enquanto enfermeiros a promover o acesso aos cuidados de saúde, assegurar promoção da saúde e prevenção da doença, constituindo mais uma vez um dos pilares basilares dos cuidados de saúde globais em todo o mundo.

Orgulho por muitos dos enfermeiros que saíram das suas zonas de conforto de prestação e passaram a prestar cuidados noutras áreas, mantendo o rigor e profissionalismo e contagiando colegas pelo seu espirito de equipa e colaborativo. Orgulho pelo profissionalismo com que vejo diariamente os enfermeiros trabalharem no meu hospital, na comunidade e outros hospitais do país e do mundo. E orgulho pelo espírito de colaboração global que tem unido não só os enfermeiros como todos os profissionais que trabalham na prestação de cuidados de saúde em todo o mundo, numa luta global.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Vídeo
Na impossibilidade de realizar um evento público com um número elevado de pessoas, e respeitando todas as recomendações de...

Para assinalar esta data, uma das mais importantes para a Enfermagem em todo o mundo, a SRCentro lançou um vídeo inspirador que evidencia o papel dos Enfermeiros. A mensagem que se pretende transmitir é a de que o Enfermeiro cuida, desde sempre, todos os dias, de cada um de nós, e não apenas neste momento crítico, marcado pelo surto de Covid-19.

Graças ao profissionalismo do realizador Guilherme Cabral, este clip de vídeo não heroiciza os Enfermeiros. Demonstra antes o seu compromisso para com o país, para com a vida, para com as pessoas, reiterando o lema da Ordem dos Enfermeiros: “Ninguém Está Sozinho”. “Não tenho dúvidas de que este vídeo irá unir (ainda mais) os cidadãos dos Enfermeiros. A sociedade, mas também a nossa classe, ficarão mais conscientes do valor e importância da Enfermagem.  É um marco que testemunha a entrega de cada Enfermeiro pela garantia de cuidados de saúde seguros e de qualidade, não só em Portugal, como em todos os países do mundo, sobretudo numa fase tão delicada como a que todos nós estamos a viver”, afirma Ricardo Correia de Matos.

“A celebração deste dia é ainda mais simbólica porque neste ano assinala-se também o Ano Internacional do Enfermeiro. Passam200 anos do nascimento da mãe da Enfermagem, Florence Nightingale. E, além disso, é o ano em que, face à pandemia, nunca esteve tão presente a necessidade urgente de investir na Enfermagem. Na educação de novos enfermeiros, na criação de mais postos de trabalho em enfermagem e na liderança destes profissionais”, conclui o Presidente do Conselho Diretivo da SRCentro.

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