Análise
A fase de desconfinamento da crise do coronavírus traz novos desafios para as famílias portuguesas q

Face a isto, a Yoopies – uma plataforma internacional que facilita o contacto entre a oferta e a procura de babysitting e serviços domésticos -perguntou como é que a sua comunidade familiar está a lidar com a situação atual.

Após 1 de Junho, metade dos pais devem retomar a atividade profissional fora de casa ou em regime de teletrabalho parcial. De acordo com os dados do estudo realizado pela Yoopies, durante o período total de confinamento, em cerca de 89% dos lares analisados, pelo menos um dos dois pais pôde ficar em teletrabalho, podendo assim tomar conta das crianças. Só em 11% dos casos é que ambos os pais continuaram a trabalhar fora de casa como trabalhadores dos sectores-chave. Ao observar o horizonte temporal após o confinamento, a partir de 1 de junho- quando o teletrabalho se torna parcial, com horários defasados ou equipas espelhadas - vemos como as famílias inquiridas estão divididas em dois grupos:

  • 56% em que ambos os pais terão de voltar ao trabalho (mesmo que em regime de teletrabalho parcial);
  • 44% em que um dos dois pais poderá ficar em casa com as crianças, a continuar a trabalhar num regime de teletrabalho total ou sem trabalho devido à suspensão das atividades.

Sem creches e escolas, famílias não têm plano B

Para os pais que terão de regressar ao trabalho fora de casa e terão, portanto, de pensar em alternativas para conciliar a carga de trabalho de ambos, surgem as seguintes soluções para a gestão e os cuidados infantis:

  • 43%​ pensam em obter a ajuda de uma babysitter
  • 39%​ pensam em recorrer a ajuda de amigos ou familiares
  • 18%​dos pais afirmam que ainda não encontraram uma solução e que estão a pensar na possibilidade de suspender o trabalho ou na alternativa extrema de pedir uma licença não remunerada.

"Sendo incapaz de cuidar de crianças o tempo todo e sendo uma mãe solteira, não sei como me organizar".

"A única possibilidade é eu, mãe, negociar com a minha empresa um período de licença por tempo indeterminado".

"Não sabemos mesmo a quem deixar as crianças, isso é um problema".

E a carga mental dos pais que continuam a trabalhar de casa?

Os pais que continuam em casa com os seus filhos têm grandes problemas em conciliar a vida profissional com os cuidados infantis. Embora 45% dos pais revelam que são organizados e estão a lidar bem com a situação, 55% mostram que estão a passar por dificuldades consideráveis, como as descritas a seguir:

"Requerem muita atenção, temos de preparar as refeições, mudar as fraldas, vigiar para que não se magoam, entretê-los...".

"Por vezes temos reuniões ou telefonemas ao mesmo tempo, só que temos uma menina de 10 anos que precisamos de ajudar com os trabalhos de casa e uma menina de 2 anos que temos sempre de vigiar".

"Temos dois filhos pequenos que requerem a nossa atenção durante todo o dia. Revezamo-nos, mas nos turnos em que não temos as crianças, além de trabalhar, temos de cuidar de coisas da casa".

"Ambos trabalhamos na mesma intensidade e ao mesmo tempo (8horas) e, além disso, temos de estar com as crianças para ter aulas e pensar em atividades para que elas não fiquem tristes, aborrecidas, deprimidas...".

Por este motivo, destacam-se 49% das famílias com crianças em idade escolar que gostariam de ter a ajuda de um tutor ou de um professor particular, tanto em termos de trabalhos de casa como de apoio escolar.

Quando perguntadas se as crianças estão a receber as informações e as aulas de que necessitam, 59% consideram que por vezes existem certas dificuldades (conteúdo desequilibrado, problemas de ligação...), 13% revelam que o centro educativo tem sérios problemas de organização e 28% acreditam que tudo está a correr sem dificuldades.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença rara e sem cura
Apesar de não haver ainda dados sobre o angioedema hereditário e a Covid-19, sabe-se que o stress emocional condicionado pelo...

Assinalou-se ontem Dia Mundial do Angioedema Hereditário, uma doença genética rara, caracterizada principalmente por crises com inchaços ou angioedema além de dores abdominais e, por vezes, do risco de asfixia por edema da glote/laringe. Sem tratamento, essas crises duram cerca de dois a cinco dias e podem ser causadas por traumas, stress, mudança de temperatura, tratamento dentário, cirurgias, endoscopia, exercício físico entre outros factores desencadeadores. Em geral é doloroso, debilitante e o sintoma mais temido é o inchaço inesperado da laringe (glote), o que pode levar à morte por asfixia. Não há cura para o Angioedema Hereditário atualmente, masexistem tratamentos.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), acaba de lançar o Esclarecimento sobre Angiodema Hereditário e Covid-19, disponível no site da sociedade https://www.spaic.pt/noticias/covid19. A Takeda irá apoiar a SPAIC num encontro online que irá abordar o Angioedema Hereditário, a Covid-19 e como ajudar os doentes, respectivas famílias e profissionais de saúde a perceber formas de minimizar o impacto da Covid-19 no tratamento e acompanhamento do Angioedema Hereditário. Ainda no decorrer no mês de maio será divulgada a data para realização da sessão de informação online.

Em Portugal, no final de 2019, a Direção Geral da Saúde emitiu a nova Norma de Orientação Clínica (NOC) para o diagnóstico e terapêutica do Angiodema Hereditário. O presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), Manuel Branco Ferreira afirma que “a compilação num documento único representa um contributo essencial no sentido de homogeneizar, melhorar e introduzir a inovação mais recente nos cuidados prestados às pessoas com Angiodema Hereditário, doença crónica, sem cura. Esta NOC protocoliza decisões clínicas que se devem adotar nesta área relacionadas com o tratamento profilático de longa duração e também com o tratamento agudo de crise - de acordo com as guidelines internacionais.”

O Angioedema Hereditário afeta cerca de 1 em 10.000 a 1 em 50.000 pessoas em todo o mundo. Muitas vezes é pouco reconhecido, sub-diagnosticado e sub-tratado.

O diagnóstico de Angioedema Hereditário é de extrema importância tendo em conta que é potencialmente fatal e necessita de terapêutica específica, não tendo os anti-histamínicos e corticoides qualquer benefício no tratamento desta entidade clínica.

Sintomas confundem população
Foi lançada nas farmácias portuguesas uma campanha de sensibilização e informação, sob o tema “Atchim, alergia ou constipação?”...

Tendo em conta que as patologias associadas às constipações e às alergias (muito comuns nesta época do ano) podem motivar sintomatologias que geram fatores de apreensão e preocupação adicionais para as pessoas nesta fase do covid-19, as farmácias pretendem contribuir para a sua melhor compreensão e tranquilização.
 
Neste sentido, é utilizada a relação de proximidade que as farmácias estabelecem com cada um dos seus utentes, reforçada ainda mais durante este período da pandemia pela elevada procura e facilidade de acesso à informação nestes espaços de saúde. Esta capacidade para funcionar como o primeiro contacto na cadeia de saúde, possibilita uma antecipação no diagnóstico e, consequentemente, do encaminhamento e acompanhamento médico especializado se necessário.
 
Atendendo ao atual contexto de pandemia em que vivemos, para além das mais de 1200 farmácias que vão divulgar a campanha, a Cooprofar - Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, em parceria com a Perrigo, adaptou também os meios para conteúdos digitais de forma a facilitar a acessibilidade à consulta de informação através das redes sociais e website [www.cooprofar.pt/atchim/].

Paralelamente, a Cooprofar, enquanto Entidade Formadora Certificada e parceira da Ordem dos Farmacêuticos, organizará um conjunto de ações de formação para profissionais de farmácia, com o objetivo de dotá-los de ferramentas e das competências necessárias nestas patologias. 

 

 

 

Covid-19
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira iniciou a realização de testes rápidos para diagnóstico de infeção pelo SARS...

Em comunicado o Centro Hospitalar explica que "a tecnologia que permite processar com grande celeridade amostras de zaragatoa é particularmente importante, porque ao melhorar os tempos de resposta, ajudará a aliviar a pressão exercida em situações de maior afluência aos serviços de saúde e, em casos em que a rapidez de diagnóstico é fundamental, para garantir a segurança de doentes e de profissionais de saúde".

A realização destes testes rápidos pelo método RT-PCR vai analisar a presença de Covid-19 em secreção respiratória e vai ser aplicada em situações especiais. É o caso de "grávidas com parto eminente sem diagnóstico conhecido de COVID-19, cirurgias e exames emergentes e ainda outras situações referenciadas como tal", refere o CHUCB. 

Desde o início da pandemia, já se realizaram mais de 2000 testes de diagnóstico à COVID-19 neste centro hospitalar. 

 

Dados oficiais
Os doentes internados nos hospitais e nas unidades de cuidados intensivos diminuíram desde o início do desconfinamento no...

De acordo com os dados avançados na conferência de imprensa diária, entre o dia 4 e o dia 15 de maio, registou-se uma taxa de crescimento de doentes recuperados de 90,93%, passando de 1.743 para 3.328 doentes recuperados.

“Isto não significa que devamos relaxar cuidados e medidas de distanciamento e de higiene, mas dá confiança para seguir coletivamente um percurso para o qual fomos todos convocados”, afirmou António Sales.

O Secretário de Estado da Saúde lembrou que Portugal está em período de desconfinamento mas tal “não significou um relaxamento”, sublinhando a aposta na realização de testes de diagnóstico.

Já foram feitos mais de 600 mil testes de diagnóstico de Covid-19. “O desconfinamento não significou um relaxamento da testagem, pelo contrário. Portugal continua a aumentar o número de testes realizados e a 13 de maio foram feitos cerca de 17.500 testes, frisou António Sales. Trata-se do “dia em que se realizaram mais testes desde o início da pandemia”, acrescentou.

Porém, de acordo com António Sales, “não é o tempo de balanços, mas de olhar para os números com prudência”.

 

Protocolo TBY
A Unidade Cérebro Vascular do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) foi reconhecida como centro de topo...

Todos os anos a SITS anuncia os 20 centros com o melhor recrutamento de pacientes e alta taxa de integridade dos dados (maior ou igual a 90%) no registo. A contribuição visa garantir excelência no tratamento agudo e prevenção secundária de AVC, bem como facilita os ensaios clínicos.

A plataforma SITS permite aos vários centros compararem os seus resultados de tratamento com os restantes centros. O registo é gratuito e contempla várias formas interativas de acesso aos dados, como trombólise IV, trombectomia, fibrilação atrial e registo geral de AVC.

A SITS nasceu em 1996 como uma iniciativa dos participantes em estudos de trombólise randomizada de acidente vascular cerebral da Europa-Austrália.

A União Europeia (UE) solicitou que todos os pacientes tratados com trombólise fossem registados na SITS por um período de três anos. O registo tornou-se uma condição para aprovação do tratamento com trombólise intravenosa na UE.

 

 

Recomendações
A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou o primeiro volume de um manual com “Medidas Gerais de Prevenção e Controlo da COVID-19”,...

No manual, são ainda descritas as principais características da doença, como sinais, sintomas e vias de transmissão, que “permitem perceber a importância e razão das medidas preventivas a adotar”.

Entre as medidas preventivas, o manual destaca o distanciamento entre pessoas, a utilização de equipamentos de proteção, a higiene pessoal, nomeadamente a lavagem das mãos e etiqueta respiratória, a higiene ambiental, como a limpeza e desinfeção, e a automonitorização de sintomas, com abstenção do trabalho caso surjam sintomas sugestivos de Covid-19.

Na utilização de equipamentos de proteção, o documento destaca os cuidados a ter quando se usam máscaras, viseiras e luvas.

O manual apresenta também as medidas de higiene pessoal e de higiene ambiental. Desta forma, descrevem-se os cuidados a ter na desinfeção doméstica, como a descontaminação das zonas de contacto frequente (maçanetas das portas, corrimões, interruptores de luz, comandos ou teclados), e na lavagem da roupa (tanto em casa como nas lavandarias públicas).

Por fim, o documento refere as medidas de prevenção a adotar com o tratamento de resíduos e os sistemas de ventilação e ar condicionado, ressalvando que em espaços fechados devem abrir-se as portas ou janelas para manter o ambiente limpo, seco e bem ventilado.

Ao longo do manual, é possível encontrar ícones clicáveis que remetem para normas e orientações da DGS, vídeos sobre os temas em questão e cartazes informativos para impressão. Para aceder pode clicar aqui.

 

 

 

Balanço SNS
O Secretário de Estado da Saúde, António Sales, afirmou ontem que cerca de 74 mil profissionais de saúde, médicos e enfermeiros...

A respeito do centro de contacto SNS 24, António Sales disse que este continua a ser “uma das principais portas de entrada” do Serviço Nacional de Saúde e está a receber, em média, cerca de 7 mil chamadas, mantendo-se a tendência para a estabilização nas últimas semanas, quer no número de chamadas, quer nos tempos de resposta, que são como sabem é de menos de um minuto”.

A Linha de Aconselhamento Psicológico, por seu lado, já permitiu o atendimento de cerca de 9.500 chamadas, mil das quais efetuadas por profissionais de saúde, afirmou o Secretário de Estado, na conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia.

De acordo com António Sales, a Linha de Aconselhamento Psicológico “está a funcionar desde o dia 1 de abril, resulta de uma parceria entre a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Ordem dos Psicólogos, e atende, em média, cerca de 233 chamadas diárias”. A Linha funciona com 64 psicólogos, que tiveram formação específica para o efeito, nomeadamente para intervenção psicológica em situação de crise.

“É um serviço disponível para todos os cidadãos, que não devem hesitar em usar em caso de stress, ansiedade, dificuldades em lidar com o isolamento social, entre outras matérias”, acrescentou ainda o Secretário de Estado da Saúde.

Também no que toca a matéria de equipamentos, António Sales indicou que chegou na quarta-feira um voo com 4,8 milhões de máscaras cirúrgicas, 220 mil zaragatoas e 22 mil fatos de proteção integral. “Este material encontra-se no laboratório militar e será distribuído consoante as necessidades”.

“Estamos por isso empenhados em garantir que o SNS continue a dar respostas quer Covid-19, quer não Covid-19, e continuaremos firmes neste caminho”, concluiu o governante.

 

Iniciativa
A Associação Terra dos Sonhos e o The Sweet Art Museum (The SAM) juntam-se na campanha #todosporumsorriso para a criação de uma...

As Máscaras Solidárias já estão à venda online, em três Packs diferentes: Criança, Adulto e Família (máscaras sociais/comunitárias fabricadas em Portugal e certificadas pelo CITEVE para o nível 3. Testadas para permeabilidade e retenção de partículas com base na norma EN 14683:2019. Tecido respirável, confortável e adaptável. 100% poliéster (exterior) e dupla camada TNT (interior). Lavagem a 60ºC.

De acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde, o uso de máscaras é obrigatório em espaços públicos fechados e transportes públicos, sendo também recomendada a sua utilização nalgumas situações ao ar livre como medida adicional de proteção. A Terra dos Sonhos e o The Sweet Art Museum, juntam-se neste projeto, porque acreditam que podem melhorar esta realidade, tornando-a mais leve e positiva, ao desafiarem os adultos e as crianças a espalharem sorrisos.

“A parceria entre o The SAM e a Terra dos Sonhos resulta de uma relação no passado que funcionou muito bem e do qual sentimos muito orgulho. Quando inaugurámos o museu em Lisboa fizemos uma parceria com esta Associação onde uma parte do valor do bilhete reverteu para a realização de sonhos de crianças e jovens com doenças crónicas, porque a felicidade tem e deve ser para todos. Com esta iniciativa conseguimos patrocinar uma oficina da felicidade durante um ano no serviço de pediatria de um hospital, da área metropolitana de Lisboa.

Através deste novo projeto solidário, acreditamos que podemos voltar a trazer felicidade e a alegria às crianças e jovens com doença crónica num momento difícil como o que enfrentamos agora”, explica Carla Santos Happy Founder do The Sweet Art Museum.

A edição exclusiva das Máscaras Solidárias vai estar disponível para venda ao público na página www.todosporumsorriso.pt e na plataforma dott.pt (pesquisar por máscaras solidárias), que desde o primeiro minuto apoiou esta iniciativa.

Ao comprar os portugueses estarão também a doar, pois por cada pack vendido a Terra dos Sonhos receberá um donativo de 2,50€. Mais máscaras vendidas significam mais sorrisos, mais sonhos realizados, mais crianças e jovens com doença ou em acolhimento, felizes.

O material utilizado para a conceção destas máscaras comunitárias solidárias é certificado pela entidade competente CITEVE, e assegura desta forma a segurança da utilização e reutilização das máscaras após a sua lavagem.

As embalagens das máscaras trazem ainda uma novidade, recorrendo à tecnologia de realidade aumentada, que permitem através de um QRCode testar como fica a máscara no nosso rosto. Uma funcionalidade original e a pensar na partilha das redes sociais, uma vez que permite tirar uma fotografia com a máscara solidária #todosporumsorriso. Este plus da embalagem é também a pensar naqueles que não podem comprar as máscaras, mas que de forma digital podem aderir ao movimento e contribuir para espalhar mais sorrisos.

Mariana Rodrigues, Chief Executive Ofdreams da Terra dos Sonhos, afirma que “Acreditamos existir um valor incalculável, embora não mensurável, em cada sorriso esboçado por detrás de cada máscara. Neste sentido, e pretendendo com esta ação contribuir de forma positiva com a mensagem de esperança e alegria que transmitem estas máscaras, sabemos que esta parceria com o The Sweet Art Museum faz todo o sentido para a Terra dos Sonhos. Paralelamente, com a compra de cada máscara, todos contribuem para realizar sonhos de crianças e jovens com doença crónica e maximizamos impacto para a sociedade. Afinal, para nós, um sorriso vale tudo!”

A campanha #todosporumsorriso conta também com o apoio institucional de algumas figuras públicas, como a Diana Chaves e a Sofia Ribeiro, embaixadoras oficiais da Terra dos Sonhos.

Testes gratuitos e anónimos
A Semana Europeia do Teste da Primavera VIH-Hepatites celebra-se de 15 a 22 de maio de norte a sul do país. Ao longo destes...

Portugal junta-se ao resto da Europa para participar na Semana Europeia do Teste da Primavera VIH-Hepatites com o objetivo de aumentar os esforços de testar e promover a sensibilização dos benefícios dos testes de VIH e hepatites e encorajar mais pessoas a tomarem consciência do seu estatuto serológico para a infeção pelo VIH e hepatite B e C.

Os efeitos da pandemia da Covid-19 são visíveis em todos os setores da sociedade. No entanto, as populações em maior risco para a infeção pelo VIH, hepatites virais, tuberculose e infeções sexualmente transmissíveis, dado um conjunto de fatores sociais e económicos, são particularmente vulneráveis ao encerramento de serviços de saúde e diminuição do acesso à prevenção, rastreio e ligação aos cuidados de saúde, sendo também, em muitos casos, os grupos com menor acesso não só a estruturas de saúde, como a tecnologias de informação, o que limita o seu acesso a respostas online e telefónicas, podendo este facto aumentar ainda mais a sua distância a serviços essenciais.

Porque é importante continuar a apoiar os esforços para #TestarTratarPrevenir o VIH, as hepatites virais e as ISTs e partilhar experiências em tempos de COVID-19, as organizações da sociedade civil que trabalham na área da saúde pública em Portugal têm feito um esforço para adaptaram os seus serviços de forma a continuarem a responder às necessidades destas populações.

Com diversas limitações, muitas destas organizações permanecem ativas na oferta de serviços que incluem o rastreio a infeções sexualmente transmissíveis, consultas médicas e de enfermagem presenciais (para casos sintomáticos) ou por telemedicina, referenciação e ligação a cuidados de saúde, distribuição de preservativos e gel lubrificante, materiais para consumo mais seguro e programas de substituição opiácea.

A Semana Europeia da Primavera do Teste do VIH e hepatites virais, que decorre de 15 a 22 de maio, organizada pela EuroTest, marca o compasso de uma iniciativa conjunta que reúne diferentes parceiros da área da saúde pública europeia e une esforços desde 2013 com o objetivo de promover o rastreio atempado e literacia em saúde nas áreas da infeção pelo VIH e hepatites virais.

Diversas organizações e peritos têm globalmente reforçado o papel central das comunidades e organizações da sociedade civil na resposta a esta pandemia, bem como a urgência de, em parceria com decisores políticos e estruturas formais de saúde, ser garantida a continuidade do acesso a serviços essenciais, de forma a que os ganhos obtidos nos últimos anos não sejam postos em risco.

Em Portugal, as organizações membro da Rede de Rastreio Comunitária, coordenada pela associação GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos – destacam a importância da manutenção destes serviços e a remoção de qualquer barreira no acesso a cuidados de saúde.

Hoje
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), organiza, durante a tarde de hoje, um Webinar dirigido a...

Vítor Tedim Cruz, moderador da sessão, frisa que, na verdade, “a HTA é o principal fator de risco cerebral modificável na população portuguesa e do seu controlo depende a incidência do AVC isquémico e hemorrágico, bem como a prevenção da recorrência e outras complicações após AVC”. Assim, “é essencial mantermos a hipertensão sob controlo nesta fase de pandemia”, pretendendo-se, neste webinar, “debater como abordar as principais dificuldades nesta área com maior sucesso”, acrescenta o neurologista e membro da Direção da SPAVC.

O preletor convidado, Fernando Pinto, é um reputado especialista nesta área, salientando que “com o medo do potencial contágio por COVID-19, muitos doentes têm protelado a procura de cuidados de saúde, quer em situações de doenças crónicas, quer mesmo de sinais/sintomas agudos”. O cardiologista lembra que, “apesar dos importantes progressos das últimas décadas, as doenças cérebro-cardiovasculares (DCCV) continuam a ser a principal causa de morte (cerca de 30% de todos os óbitos) e de morbilidade em Portugal e, destas, o AVC representa aproximadamente 2/3 dos casos, sendo responsável por quase 12.000 óbitos/ano”. O adequado diagnóstico, seguimento e controlo da HTA é a principal forma de reduzir a morbi-mortalidade do AVC pelo que, “sem prejuízo de termos de adaptar a nossa prática clínica a novos modelos, não podemos deixar de nos focar naquela que é a principal causa de mortalidade e incapacidade do nosso país”.

Para além disso, “têm sido levantadas dúvidas quanto ao potencial risco acrescido dos doentes hipertensos, bem como se alguns dos fármacos usados no tratamento da HTA agravam ou devem, pelo contrário, ser preferidos nos doentes com infeção por SARS-Cov-2. É o que iremos abordar e rever”, avança Fernando Pinto.

Castro Lopes, presidente da Direção da SPAVC, responsável pela mensagem de boas-vindas no início do webinar, destaca a importância da participação ativa numa sessão que visa essencialmente uma aposta na prevenção primária, patente nos fundamentos de criação da SPAVC e prioridade assumida ao longo dos 15 anos de existência desta sociedade científica. “Esta reunião representa a permanente atenção que mantemos em ordem a proporcionar os melhores cuidados na prevenção e tratamento da primeira causa de mortalidade em Portugal – o AVC”, considera o neurologista.

“De um diálogo que se pretende intenso neste webinar, resultarão certamente atitudes melhoradas a todos os que nos procuram em ordem a que caminhem para uma vida longa, não sendo vítimas de AVC (prevenção melhor que tratamento). Apareçam para termos mais uma excelente ação de formação, como foram os webinars anteriormente por nós realizados”, apela Castro Lopes.

Esta iniciativa, que conta com o apoio da Menarini, destina-se aos profissionais de saúde, os quais poderão solicitar acesso através dos vários canais de comunicação da SPAVC.

 

Cefaleias primárias
As cefaleias estão entre as doenças mais comuns do sistema nervoso, estimando-se que entre 1,7% a 4%

De acordo com a MiGRA Portugal – Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias, existem cerca de 200 tipos de dores de cabeça, sendo a cefaleia de tensão e a enxaquecas as mais frequentes, entre as cefaleias primárias.

Embora não seja possível identificar as causas para este tipo de dor, sabe-se que existem fatores que são “potencialmente” desencadeantes, como é o caso de alguns alimentos, os padrões de sono, as emoções, cheiros e, em alguns casos, as mudanças de temperatura.

Segundo a MiGRA Portugal, alguns doentes podem ver as suas crises agravadas pela prática de atividade física. “Aquando de uma crise de enxaqueca, a dor pode ser agravada por movimentos tão comuns como subir escadas, ou por esforços físicos. Noutros tipos de cefaleias, como a cefaleia de tensão, a prática de atividade física poderá não agravar a dor, contudo é algo variável entre doentes”, esclarece a associação.

Estudos demonstram, aliás, que a prática de exercício físico pode ajudar a alivar ou a prevenir as dores de cabeça.

“Além dos próprios benefícios associados à atividade física, o controlo do peso, gestão da ansiedade e stress e o relaxamento proporcionados pelo exercício físico são também fatores benéficos no controlo da frequência das cefaleias”, explica a MiGRA Portugal.

Durante as crises de cefaleia de tensão, por exemplo, o relaxamento muscular proporcionado pelo exercício físico poderá ser benéfico. No entanto, como já foi referido, durante crises de enxaqueca, existir uma intolerância ao movimento e a crise poderá agravar com atividades desportivas. “Adicionalmente, para alguns doentes, a prática de exercício físico desencadeia crises de enxaqueca. Nestes casos, o doente deverá preferir exercícios com reduzido impacto e intensidade com que se sinta confortável, tais com Yoga, pilates, entre outras, explica a associação de doentes, segundo a qual  a “intensidade da atividade física poderá ser posteriormente aumentada de forma muito gradual à medida que for possível para o doente”.

A verdade é que, a atividade física aumenta a produção de endorfinas, neurotransmissores que promovem a sensação de bem-estar, que acabam por funcionar como uma espécie de analgésico natural que atua sobre a dor a par com outras substâncias produzidas durante o exercício físico. Por outro lado, a prática de exercício físico estimula a circulação sanguínea fazendo chegar mais oxigénio ao cérebro, o que contribui para o alívio da dor.

Saiba ainda a diferença entre cefaleia de tensão e enxaqueca

Tanto a enxaqueca como a cefaleia de tensão são cefaleias primárias, ou seja, são doenças em si mesmas e não expressões de outros eventuais problemas de saúde. Mas são efetivamente patologias diferentes, embora o mesmo doente possa sofrer de ambas.

Na enxaqueca a dor é geralmente: forte, pulsátil ou latejante; de um só lado da cabeça; acompanhada de náuseas e/ou vómitos; intolerância à luz, ao ruído e aos cheiros; intensifica-se com o esforço físico.

A enxaqueca pode ainda ser precedida de aura – sintomas neurológicos transitórios como perturbações de visão, formigueiro, dormência na face ou numa das mãos e dificuldades na fala. Normalmente este fenómeno dura cerca de 30 minutos e antecede a dor. Apenas cerca de 15% dos doentes com enxaqueca terão aura.

Um episódio de enxaqueca pode durar algumas horas e estender-se até 72h. Entre crises, normalmente, não há queixas. A periodicidade varia muito de doente para doente, sendo considerada enxaqueca crónica quando o doente apresenta mais de 15 dias de enxaqueca por mês. No entanto, independentemente de ser crónica ou episódica, é aconselhável ser acompanhado por um médico caso apresente três ou mais dias de crises de enxaqueca por mês.

A cefaleia de tensão é caracterizada por dor ligeira a moderada, descrita muitas vezes como sensação de “capacete” pesado, pressão ou moinha. Pode também fazer-se acompanhar de náuseas e intolerância ao ruído, assim como, algumas vezes, pela contração excessiva dos músculos do pescoço e ombros. Pode ter a duração de horas, dias e em alguns casos é praticamente contínua. O que a distingue da enxaqueca é que, na maioria dos casos, a cefaleia de tensão é de ambos os lados da cabeça, a intensidade é mais leve, não é pulsátil/latejante, não se intensifica com o esforço físico, não é acompanhada de vómitos e o ruído é menos tolerado do que a luz.

A cefaleia de tensão pode ser pouco frequente – menos de um dia por mês -, frequente – um a quinze dias por mês -, ou crónica – mais de quinze dias por mês.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Técnicas de estimulação neuronal
Um grupo de 41 cientistas de 20 países, entre os quais o português Jorge Almeida, do Proaction Lab da Universidade de Coimbra ...

Este guia, publicado na revista Brain Stimulation, uma das mais conceituadas revistas científicas da área da neurociência, visa essencialmente auxiliar a comunidade científica e médica a adaptar-se para continuar gradualmente os estudos e tratamentos que subitamente foram inviabilizados.

Pretende-se dar resposta às restrições repentinas causadas pela pandemia que resultaram na interrupção e atrasos na atividade científica, “nomeadamente nos estudos neurocientíficos, com a interrupção do recrutamento e teste de participantes, e com a paragem de ensaios clínicos e de tratamentos. Estes estudos utilizam procedimentos específicos, como é o caso do uso de estimulação neuronal não invasiva, um conjunto de técnicas de estimulação seguras usadas para modular a atividade cerebral”, explica Jorge Almeida.

As técnicas de estimulação neuronal, esclarece, “têm sido utilizadas tanto em investigação básica e aplicada em neurociência, como em terapias destinadas ao tratamento de doenças psiquiátricas e neurológicas, sendo por isso a manutenção das mesmas de grande importância”.

Produzido a partir de um inquérito feito em 17 países, a 29 instituições que utilizam técnicas de estimulação neuronal não invasiva, este guia aborda as práticas que devem ser implementadas na situação atual para manter essas atividades em funcionamento, mas também indica como proceder em caso de possíveis epidemias ou pandemias futuras.

As orientações propostas – baseadas em três fases: impacto inicial da COVID-19, práticas atuais e preparação futura – incluem uma lista de 12 passos que sugerem «” redução de contacto desnecessário, através da remoção ou da simplificação de protocolos e a incorporação da telemedicina. Recomendamos também o distanciamento social, cuidados redobrados na esterilização do equipamento utilizado e elencamos considerações mais específicas para populações abrangidas por estas experiências e terapias”, resume o também docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC.

Segundo os autores do artigo científico publicado, uma das preocupações crescentes da comunidade científica “tem sido o possível aumento de doenças mentais devido ao impacto imprevisto da pandemia, bem como da priorização do tratamento do vírus, em detrimento de outras doenças, devido à súbita necessidade de reorganização de hospitais e clínicas. Sabe-se que há pacientes de departamentos neurológicos e psiquiátricos cujos tratamentos podem ter sido reduzidos e/ou adiados”. Por isso, a implementação das orientações propostas por este grupo de cientistas torna-se ainda mais indispensável para colmatar estas situações emergentes.

“Para além de permitir o avanço do conhecimento sobre diferentes tipos de doenças neuropsiquiátricas, as técnicas de estimulação são importantes para a investigação básica do cérebro e da mente», refere ainda Jorge Almeida, que, conclui, «ao manter o funcionamento de laboratórios de investigação e infraestruturas clínicas que utilizam estas técnicas, espera-se portanto conseguir aliviar também, a curto e longo prazo, os efeitos psicológicos causados pela pandemia”.

Risco Cardiovascular
No âmbito do Dia Mundial da Hipertensão Arterial, que se assinala a dia 17 de maio, a Associação Protectora dos Diabéticos de...

“A hipertensão arterial na diabetes tem características específicas, com maior prevalência de hipertensão noturna, o que confere um risco acrescido de eventos cardiovasculares. É fundamental estarmos atentos à variabilidade tensional do indivíduo com diabetes, assim como ao perfil glicémico do doente com hipertensão arterial. Para isso é essencial otimizar o controlo dos níveis tensionais, através de medições regulares em ambulatório, razão pela qual o processo de educação terapêutica junto do doente, feita pelos profissionais de saúde que o seguem, é ponto-chave para se atingirem objetivos de controlo. Sensibilização, ensino, simplificação do esquema terapêutico, seleção e ajuste de fármacos, com base numa individualização de risco. Cada caso é um caso.” afirma Pedro Matos, cardiologista da APDP.

A diabetes é uma das principais causas para a progressão da doença renal, à semelhança da hipertensão arterial. Estas patologias, quando combinadas, apresentam um risco acrescido para a insuficiência renal terminal. A própria insuficiência renal é, também ela, um poderoso fator de risco para eventos cardiovasculares.

“Temos de explicar adequadamente às pessoas com diabetes de que forma pode ser feita uma prevenção mais eficaz. Os valores de pressão arterial desejáveis nesta população são inferiores aos da população em geral, pelo que são exigíveis formas de intervenção estruturadas e múltiplas, quer na modificação do estilo de vida, quer no recurso a combinação de vários fármacos para conseguir algum grau de eficácia. O próprio doente tem de estar sensibilizado e educado para adotar estas medidas, fazer o seu autocontrolo regular e interagir com os profissionais de saúde, para ajuste terapêutico” reforça Pedro Matos. Em todo este processo, e tendo em conta que estamos a falar de 2 doenças crónicas, o cardiologista destaca ainda que temos dois agentes      cuja ação se complementa: “a pessoa com diabetes, devidamente instruída para um autocontrolo da sua diabetes e tensão arterial, e o profissional de saúde, capaz de definir o nível de risco, a seleção de fármacos para cada um e o ajuste terapêutico consoante os resultados.”

Na situação atual em que vivemos, as pessoas com doenças crónicas, como a diabetes e a hipertensão, são dos grupos mais vulneráveis ao desenvolvimento de complicações graves com a infeção por COVID-19. “Deve ser definida uma estratégia que assegure a segurança destes grupos de risco em relação ao trabalho presencial. Essa estratégia, que depende do controlo metabólico individual, das comorbilidades e do próprio contexto laboral, deve ser da responsabilidade do médico assistente, o mais habilitado pelo seu contacto regular com a pessoa com diabetes, para decidir, com base nas premissas anteriores, o potencial de um eventual contágio.” alerta José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Em caso de dúvidas ou necessidade de acompanhamento, a APDP disponibiliza ainda a Linha de Apoio Diabetes (21 381 61 61), das 8h às 20h, incluindo fins-de-semana.

Inclusão
O iTEAMS, uma aplicação informática para registo clínico das vítimas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), passou...

Este contacto é feito através de videochamada, acessível também através de qualquer equipamento com ligação à internet e câmara, no website do SNS24, e liga o cidadão surdo a um intérprete de LGP que fará a mediação entre a pessoa surda e o(a) profissional de saúde no local da ocorrência.

A comunicação entre o intérprete e o profissional de saúde tem também uma plataforma criada para essa funcionalidade.

Este serviço resulta de uma parceria entre o INEM, a Federação Portuguesa da Associação de Surdos, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência.

 

Doenças raras
A Associação Portuguesa para as Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG) criou uma petição...

A petição oficial tem como objetivo conseguir o apoio entre pacientes, famílias, grupos de pacientes, profissionais e instituições com pacientes CDG.  

“Até ao momento contamos com mais de 8.600 assinaturas. A nossa missão passa por conseguir recolher 30 mil assinaturas a nível mundial, até ao dia 1 de maio de 2021. Desta forma, será possível enviar um pedido formal à OMS para declarar permanente e oficial o dia 16 de maio como o Dia Mundial da Consciencialização para as Doenças Congénitas de Glicosilação (CDG)”, realça Rita Francisco, investigadora da rede CDG & Allies - Professionals and Patient Associations International Network

A petição online pode ser subscrita aqui.

Estima-se que a forma mais comum das CDG (PMM2-CDG) tenha uma incidência de 1 em cada 20 mil pessoas, contando com um grupo de 140 doenças hereditárias que afetam a glicosilação, um processo pelo qual todas as células humanas acumulam açúcares de cadeia longa que estão ligados a proteínas ou lípidos (gorduras), essenciais para muitas funções biológicas. Estas doenças são altamente incapacitantes, com uma elevada taxa de mortalidade pediátrica e com um impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e das famílias, uma vez que a grande maioria destas doenças ainda não tem uma terapia.

 

Projeto
O Hospital de São João vai ser a única instituição portuguesa a integrar o processo de “validação” do sistema de Inteligência...

O diretor do serviço de Radiologia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), António Madureira, explicou em entrevista que naquela unidade “está a ser instalado um servidor” de Inteligência Artificial, desenvolvido a nível europeu e agora em fase de validação mundial em vários hospitais. “É como se fosse um segundo par de olhos a ver as imagens”, frisou, notando que assim se aumenta o “grau de certeza no diagnóstico”, revelou.

O sistema, que deve começar a funcionar no CHUSJ “na próxima semana”, vai permitir alertar os médicos para “determinados critérios” ou “pormenores das imagens”, permitindo “maior fiabilidade no diagnóstico” e prognóstico da infeção por coronavírus, mas a decisão final é sempre dos profissionais, alertou o diretor do serviço.

O CHUSJ esclarece que a intenção é que o sistema de inteligência artificial seja capaz de “verificar rapidamente”, nas TAC, “se existem sinais sugestivos de infeção por Covid-19”, bem como “fornecer informação prognóstica da evolução dos sintomas”.

O sistema de Inteligência Artificial foi aprovado pelo British Standards Institute e, durante cerca de um ano, “a Comissão Europeia (CE) suportará todos os custos pela prestação do serviço” aos hospitais participantes.

 

 

Estudo
O Serviço de Intervenção nos Comportamento Aditivos e nas Dependências (SICAD) apresentou, num evento virtual, os dados...

Com uma expressão bem menor encontram-se o consumo de determinados medicamentos e de substâncias ilícitas. O uso de internet, nomeadamente o acesso a redes sociais, é hoje uma prática generalizada, assim como os jogos eletrónicos. O jogo a dinheiro é bem menos prevalente.

O estudo conclui que os comportamentos de maior risco estão limitados a uma minoria de inquiridos e são mais esporádicos do que frequentes. Mesmo que de forma experimental, a generalidade dos alunos tem práticas que, pelo facto de serem menores, lhes estão vedadas e outras que são de todo ilícitas.

No que toca ao álcool e tabaco, verifica-se que uma grande percentagem de jovens considera que são de fácil acesso. Estas são as substâncias psicoativas mais consumidas e também cujo consumo se inicia mais precocemente.

Em 2019 participaram neste estudo mais de 26 mil alunos de 734 escolas do país, incluindo as Regiões Autónomas.

A apresentação esteve a cargo de Elsa Lavado, coordenadora do estudo, tendo sido conduzida pelos Diretor Geral e Subdiretor-geral do SICAD, João Goulão e Manuel Cardoso, respetivamente. Contou com a participação do Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, do Diretor-geral de Educação, José Pedroso, bem como de representantes dos governos regionais dos Açores e da Madeira e do diretor do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

 

 

 

Inquérito serológico
“O primeiro estudo transversal de Covid-19 já está no terreno e visa monitorizar a evolução da imunidade contra o novo...

Trata-se de um estudo promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e pretende “monitorizar a evolução da imunidade contra o novo coronavírus na população portuguesa”, explicou António Sales, na conferência de imprensa diária.

De acordo com o Secretário de Estado da Saúde, já foram contactados todos os 17 hospitais da rede nacional de hospitais, incluindo os das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, e os 105 postos de colheita de análises clínicas em todo o território nacional.

“Os materiais para as colheitas de sangue e os questionários para a recolha de dados serão entregues nos locais até ao início da próxima semana” e depois terá início “a fase de recolha de amostras de sangue e dados”, esclareceu.

Todas as análises de sangue para a determinação de anticorpos e a análise de dados serão realizadas pelo INSA, através do seu Departamento de Epidemiologia e Doenças Infeciosas, acrescentou António Sales.

O Inquérito Serológico Nacional é promovido pelo INSA em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e conta com a parceria da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e das regiões autónomas.

Entender a doença
De todas as síndromes psiquiátricas, a esquizofrenia é talvez a mais difícil de descrever e de defin

É uma doença mental complexa e heterogénea, que reflete alterações a nível do funcionamento cerebral, implicando mudanças a nível do pensamento, cognição, perceção, afeto e comportamento, que se estima que afete cerca de 1% da população mundial, sendo mais prevalente no sexo masculino.

A Esquizofrenia pode aparecer em qualquer idade. Contudo, na maioria dos casos, o início ocorre no final da adolescência, entre os 18 e os 25 anos nos homens e no fim da segunda década nas mulheres. Estima-se que até 10% das mulheres pode haver um início mais tardio, após 40 anos de idade, com sintomas mais negativos e menor hipótese de recuperação completa.

Causas

A Esquizofrenia é uma patologia multifatorial, embora se desconheça a causa exata.

É consensual que os fatores genéticos são importantes, uma vez que há alterações no desenvolvimento de esquizofrenia e história familiar positiva, alterações no neurodesenvolvimento que de alguma forma modifiquem o desequilíbrio da neurotransmissão no cérebro e um papel importante do meio ambiente a que estamos expostos nomeadamente: parto traumático, complicações durante a gravidez e infeções virais.

Outros fatores ambientais como o stress e o abuso de substâncias químicas (em particular alucinogénios e canabinóides), parecem desempenhar igualmente um papel importante.

Sintomas

Como síndrome heterogénea, a esquizofrenia, tem uma apresentação clínica que envolve várias dimensões, por um lado sintomatologia dita “positiva” (ideias delirantes, alucinações, …) e por outro lado, sintomatologia “negativa” (embotamento afetivo, isolamento social, …). Podem igualmente estar presentes sintomas cognitivos, agressividade e impulsividade.

Os sintomas de esquizofrenia variam assim de pessoa para pessoa e ao longo da evolução da doença, ou seja, nem todas as pessoas com este diagnóstico apresentam os mesmos sintomas.

Os diferentes tipos de esquizofrenia

A Classificação Internacional de Doenças 10 (CID10) descreve diferentes tipos de esquizofrenia ー paranóide, hebefrénica ou desorganizada, catatónica, indiferenciada, residual e simples.

A esquizofrenia paranóide é a mais frequente. Habitualmente cursa com ideação delirante bem sistematizada e de conteúdo persecutório. Comparativamente a outros subtipos o prognóstico é relativamente favorável com preservação da personalidade.

A esquizofrenia desorganizada ou hebefrénica tem normalmente um início mais precoce e pior prognóstico. O pensamento é desorganizado com afrouxamento associativo e os sintomas negativos como o embotamento afetivo e isolamento social, surgem mais precocemente.

A esquizofrenia catatónica é atualmente pouco frequente na Europa e América do Norte e carateriza-se por uma alternância entre a excitação e agitação psicomotora, agressividade e violência, estupor e mutismo.

A esquizofrenia simples tem um início insidioso e prognóstico pobre. Os sintomas negativos desenvolvem-se sem manifestações de sintomatologia “produtiva” evidente e há um marcado comportamento estranho, isolamento social e declínio do funcionamento laboral ou académico. No entanto, neste subtipo de esquizofrenia, os delírios e alucinações são pouco marcados.

Considera-se que existe um quadro de esquizofrenia residual quando a clínica progrediu de 1 ou mais episódios psicóticos para um quadro em que predominam os sintomas negativos. O diagnóstico requer um ano de sintomas negativos sem recorrência de sintomas positivos proeminentes.

Por fim, na esquizofrenia indiferenciada enquadram-se os doentes que não cumprem critérios para os referidos subtipos de esquizofrenia.

Tratamento

A Esquizofrenia é uma doença crónica. Não é curável mas tem tratamento.

O tratamento farmacológico passa pela utilização de psicofármacos, incluindo antipsicóticos – que atuam essencialmente num neurotransmissor (mensageiro químico chamado dopamina), cujo excesso provoca os sintomas positivos como o delírio, alucinações e comportamento desorganizado – levando consequentemente a uma remissão destes sintomas.

A abordagem terapêutica deverá ser multidisciplinar incluindo, por exemplo, para além do tratamento psicofarmacológico, estimulação social, psicoterapêutica e ocupacional

Autores:
Dra. Margarida Albuquerque
Dra. Margarida Fraga
Dr. Pedro Cintra
Dr. Pedro Espada dos Santos
Departamento de Saúde Mental do Hospital de Cascais

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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