Análise da atividade assistencial
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizou, entre os dias 13 e 20 de setembro, 2.252 transportes de utentes...

O transporte de utentes com sinais e sintomas compatíveis com infeção por SARS-CoV-2 aumentou na última semana, tendo os meios do INEM realizado uma média diária de 281 transportes. A região que registou maior atividade foi a afeta à Delegação Regional do Sul (DRS), com 928 transportes efetuados. A Delegação Regional do Norte (DRN) registou 822 transportes, a Delegação Regional do Centro (DRC) 400 e a DRS-Algarve 102.

A definição de caso suspeito de Covid-19 é, de acordo com as normas em vigor¸ qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes. Todos estes transportes obrigam a que os operacionais dos meios de emergência pré-hospitalar adotem medidas especiais de precaução, nomeadamente o uso de Equipamento de Proteção Individual adequado e a correta desinfeção da ambulância após a realização do transporte do utente.

Entre os dias 13 e 20 de setembro, as equipas de recolha de amostras biológicas efetuaram 265 colheitas para análise. Estas equipas, constituídas por enfermeiros, deslocam-se aos locais a pedido das Autoridades de Saúde e realizam as colheitas de amostras biológicas para análise ao SARS-CoV-2. Todo este trabalho é coordenado pela Sala de Situação Nacional do INEM. A área da DRS foi a que registou uma maior atividade, com 127 colheitas efetuadas, seguida da DRN, com 113. As equipas da DRC do INEM realizaram 19 colheitas e as equipas da DRS-Algarve, uma colheita.

 

Mês da consciencialização para os cancros do sangue
No mês da consciencialização para as doenças hemato-oncológicas, em setembro, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL)...

A APCL realiza, nos dias 26 e 27 de setembro de 2020, as Primeiras Jornadas Virtuais Nacionais com o tema “Uma visão sobre as Leucemias e Linfomas em Portugal”, com o apoio da Astellas Farma, trazendo para o centro do debate estas doenças hemato-oncológicas de forma a esclarecer e apoiar os doentes, promover a troca de experiências entre profissionais de saúde de várias áreas e  analisar a relação médico-doente, por exemplo.

Manuel Abecasis, presidente da APCL, reforça: “Continuamos empenhados em esclarecer os doentes e o público em geral sobre as doenças hemato-oncológicas e com estas primeiras jornadas temos esta missão bastante ambiciosa de querer juntar tantos interlocutores com diferentes valências”.

Já a APLL assinala este mês da consciencialização para os cancros do sangue através do apelo “Confia!”, que pretende incentivar os doentes a continuarem a depositar a sua confiança nos profissionais de saúde, mesmo em tempos de pandemia. Esta campanha procura promover a partilha de testemunhos de doentes, em vídeo, que continuam a depositar a sua confiança nos profissionais de saúde e nos tratamentos que realizam.

“Este ano, mais do que nunca, acreditamos que é importante apelar aos doentes para que continuem a confiar nos profissionais de saúde, que devem continuar a ser o seu porto seguro. A confiança é um elemento determinante para a construção da relação médico-doente e no desenvolvimento do plano terapêutico e, por consequência, o sucesso dos tratamentos”, destaca Isabel Barbosa, presidente da APLL.

De acordo com os dados da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), a pandemia levou ao registo de uma queda acentuada nos cuidados de saúde, com uma diminuição de 16% no número de consultas médicas hospitalares realizadas presencialmente no SNS, face ao período homólogo, março do ano anterior. Números que se traduzem numa diminuição dos cuidados de saúde prestados aos doentes que, apesar da Covid-19, continuam a precisar de acompanhamento e tratamentos, como é o caso dos doentes hemato-oncológicos.

De entre os vários tipos de cancros do sangue, a leucemia mieloide aguda (LMA), apesar de ser uma doença rara, continua a ser uma das mais comuns em adultos. Estima-se que em Portugal todos os anos sejam diagnosticados 190 novos casos de LMA[1]. Apesar de a maioria dos cancros do sangue se situar entre as doenças malignas com maior taxa de cura, a LMA exige tratamentos muito complexos.

Os dados indicam que a LMA é uma doença que afeta mais homens do que mulheres e é mais comum em pessoas com mais de 65 anos.[2] A taxa de sobrevivência relativa de 5 anos é de apenas 19% na Europa. Apesar de as terapêuticas, na sua maioria, serem complexas, atualmente já existem várias opções em Portugal.

[1] APCL – Doenças do Sangue – Leucemia Agudas https://www.apcl.pt/pt/doencas-do-sangue/leucemias/leucemias-agudas. Último acesso setembro de 2020.
[2] Visser O. et al. Incidence, survival and prevalence of myeloid malignancies in Europe. Eur J Cancer (2012) 48, 3257–3266. Último acesso setembro de 2020.

 

Videoconferência dá a conhecer patologia
No âmbito do mês de sensibilização para a distonia, uma doença do movimento pouco conhecida, o Campus Neurológico Senior (CNS)...

“A distonia é um distúrbio neurológico dos movimentos, caracterizado por contrações involuntárias dos músculos. Estas contrações obrigam certas partes do corpo a executar movimentos repetitivos de torção ou a permanecerem em posições dolorosas. O que, por sua vez, leva a que os indivíduos com distonia sofram de contrações musculares involuntárias anormais que podem muitas vezes interferir com as suas atividades diárias como dormir, caminhar, falar, comer, entre outras” afirma Anabela Valadas, moderadora da videoconferência e neurologista do CNS – Campus Neurológico Sénior.

No dia 26 de setembro, através de uma conversa informal, esta conferência digital vai explorar o que é a distonia, as suas causas, tratamentos e o impacto do diagnóstico no meio familiar e social. Através da interação e testemunhos reais de doentes e familiares, esta videoconferência, procura expor que, apesar de não ser uma patologia neurológica frequente é fundamental que doentes e cuidadores estejam informados e que se possam organizar para partilhar informação, promover um diagnóstico precoce e encontrar ajuda entre pares. 

Patrícia Pita Lobo, neurologista do CNS – Campus Neurológico Sénior e oradora na videoconferência, esclarece que “a promoção de diálogo sobre a distonia é fundamental. Falamos de doentes com uma qualidade de vida inferior, com limitações em diversos aspetos gerais de saúde quer ao nível funcional, físico, social e psicológico. E, a este cenário, juntamos as responsabilidades financeiras o que, por vezes, implica que os doentes e os prestadores de cuidados podem ter que parar a terapia, que os doentes podem estar altamente incapacitados ou que possam estar numa cadeira de rodas e requerer um apoio significativo e variado por parte dos prestadores de cuidados de saúde”.

Esta é uma sessão aberta ao público e na qual será possível conhecer o percurso de dois doentes de distonia, desde o diagnóstico até à atualidade, aqui.

Transmissão via streaming
A APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares – vai promover, no próximo dia 7 de outubro de 2020,...

Nesta sessão vão abordados temas como Valor em Saúde, Custo e Financiamento na Doença Oncológica, bem como o contributo dos medicamentos genéricos e biossimilares para gerar valor em saúde ao garantirem os resultados em saúde que têm importância para os doentes, mas de forma mais acessível.

A iniciativa vai reunir profissionais de saúde, académicos, administradores hospitalares, economistas da saúde e associações de doentes, com o objetivo de, em conjunto, compilar Recomendações para a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia 2021.

Devido à pandemia provocada pela COVID-19, muitos doentes com outras patologias têm enfrentando dificuldades de acesso, em tempo útil, a consultas, exames e cirurgias; mais de 15 000 cancros terão ficado por diagnosticar[i]; mais de 4 490 mortes ficaram por explicar[ii]. Por consequência, o sistema de saúde vai ser confrontado com casos mais graves – em todas as patologias - que vão necessitar de um maior investimento em profissionais de saúde, serviços e recursos em tecnologias de saúde.

Este será um dos temas de destaque da e-conference promovida pela APOGEN, em que se abordará o contributo direto dos medicamentos genéricos e biossimilares no tratamento da doença, e também o seu contributo indireto através de ganhos de eficiência. As poupanças geradas podem ser reinvestidas noutros recursos de saúde que assegurem o acesso equitativo a medidas preventivas, cuidados de saúde e tecnologias de saúde para todos os cidadãos.

[i] Fonte: Estimativa da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
[ii] Fonte: INE – “A mortalidade em Portugal no contexto da pandemia COVID-19 - Semanas 1 a 35”

 

Doenças respiratórias entre as principais causas de morte
A COVID-19 está a assombrar o mundo e veio recordar-nos do quão mortíferas podem ser as doenças resp

O impacto das doenças respiratórias em todo o mundo é avassalador: a pneumonia mata milhões de pessoas todos os anos, sendo a principal causa de morte em crianças e idosos e 80% das mortes ocorrem em crianças menores de dois anos e adultos acima dos 65 anos; a cada minuto, duas crianças morrem de pneumonia; 65 milhões de pessoas sofrem de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), que mata, anualmente, 3 milhões de pessoas, representando a terceira causa de morte a nível global; a tuberculose afeta 10 milhões de pessoas e causa a morte de 1,6 milhões todos os anos; 1,76 milhões de pessoas morrem, por ano, de cancro do pulmão, o tipo de tumor mais mortífero; 334 milhões de pessoas sofrem de asma, a doença crónica mais comum em idade pediátrica, afetando 14% das crianças, a nível global.

O aumento da incidência de doenças respiratórias está, em grande parte, relacionado com a exposição a fatores de risco, nomeadamente o tabagismo e a poluição ambiental. Atualmente, estima-se que 91% da população mundial habite em zonas cuja qualidade do ar está abaixo dos limites recomendados pelas autoridades ambientais e de saúde.

António Morais, presidente da SPP, sublinha que “as doenças respiratórias são dos principais fatores de morbilidade e mortalidade em todo o Mundo e também em Portugal. A formação dos profissionais de saúde, o seu reconhecimento, e a divulgação e sensibilização para a prevenção dos principais fatores de risco por parte da população são objetivos primordiais por parte da nossa sociedade”.

Tendo em conta o enquadramento atual, este Dia Mundial do Pulmão visa destacar duas preocupações: a pandemia de COVID-19 e o aumento da incidência de tuberculose, uma doença considerada pela OMS como uma emergência de saúde pública, mas que nenhum país conseguiu ainda erradicar. Em ambos os casos, a prevenção, a deteção, o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento são essenciais para um controlo eficaz.

A tuberculose continua a ser uma doença com elevada morbimortalidade, particularmente nos países em desenvolvimento, mas mesmo nos países desenvolvidos não se pode baixar a guarda no combate a esta doença. Esta patologia é a principal causa de morte relacionada à resistência antimicrobiana e de morte em pessoas com VIH. O diagnóstico é fácil, existe um tratamento eficaz, embora prolongado e com alguns efeitos secundários, e é importante apostar-se no seu combate de forma a conseguir diminuir a incidência e caminhar para uma erradicação da doença a médio-longo prazo.

A COVID-19 até à data afetou mais de 30 milhões de pessoas e morreram cerca de 1 milhão de pessoas, sendo provável que os números aumentem exponencialmente, sobretudo com a aproximação do inverno.

“Temos de manter um combate firme e rigoroso a esta pandemia que nos assola, que envolve a prevenção com medidas de restrição à transmissão do vírus e um maior conhecimento do mesmo, de forma a conseguir estratégias terapêuticas mais eficazes. No entanto, ao mesmo tempo, é absolutamente necessário que a organização dos serviços de saúde mantenha a capacidade de assistência aos doentes crónicos e a acessibilidade em tempo útil aos novos diagnósticos, sob pena de termos consequências dramáticas naqueles que fora do contexto da Covid-19 necessitem de ser assistidos”, conclui António Morais.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Covid-19
Ontem, em entrevista à SIC Notícias, o secretário de Estado da Saúde revela que poderá vir a ser necessário dividir Portugal...

Este sistema que foi usado, ao longo do verão, no acesso às praias nacionais, pode agora ser utilizado para identificar as zonas do país com menor e maior risco de contágio.  No entanto, o António Lacerda Sales já garantiu que as regiões com maior número de infeções por Covid-10 não vão ser encerradas, à semelhança do que acontece, por exemplo, em Madrid.

Nesta entrevista, citada pelo Jornal Económico, o secretário de Estado da Saúde abordou ainda a possibilidade do uso obrigatório de máscara na rua. A decisão irá depender da evolução epidemiológica, tal como para eventuais confinamentos locais. “Não está preconizado neste momento, mas não consigo vaticinar aquilo que será a evolução epidemiológica. Tudo é uma possibilidade na incerteza, na indefinição de uma pandemia”, referiu.

Os últimos dados revelam que Portugal registou mais 802 casos de Covid-19, num total de 70.465 casos confirmados da Covid-19. O número de vítimas mortais do novo coronavírus no país aumentou para 1.928, tendo sidas registadas três vítimas mortais nas últimas 24 horas.

 

Medição da temperatura
A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta quarta-feira que é recomendada a automonitorização dos sintomas da COVID...

“A medição da temperatura é feita nos aeroportos, nos pontos de entrada do nosso país, com determinados critérios e equipamentos. É aí que está recomendada”, começou por explicar a especialista em saúde pública, questionada sobre a medição da temperatura na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19. 

Na restante população, prosseguiu, “não temos nenhuma recomendação específica, a não ser aquela que é as próprias pessoas fazerem a automonitorização dos seus sintomas, entre eles a temperatura, antes de se deslocarem para a escola ou para o trabalho”. 

Graça Freitas advertiu, ainda, que “as instituições que entenderem implementar esse método deverão pedir autorização às pessoas para que lhes seja medida a temperatura”. Além disso, sugeriu, essas entidades “deverão manter o sigilo e o recato necessários para que a pessoa não veja revelado o seu valor da temperatura em público”. 

 

Ministra da Saúde
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contratou desde dezembro de 2015 mais 15.425 profissionais de saúde. Deste total, 3.710 são...

A Ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou esta quarta-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) dispõe de mais 5.216 profissionais de saúde quando comparado com o final do ano de 2019. 

Em declarações aos jornalistas na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19, a governante especificou que 1.527 são enfermeiros, 1.784 são assistentes operacionais, 542 assistentes técnicos e 445 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica. 

Marta Temido lembrou que entre o final de 2015 a dezembro de 2019 foram contratados 15.425 profissionais. 

Segundo a responsável, o Plano de Saúde outono-inverno 2020/21 conta com os setores privado e social para organizar as respostas à pandemia da COVID-19. 

“Sempre o dissemos, na primeira fase, que tínhamos interesse em contar com o setor privado e social para organizar as respostas”, afirmou Marta Temido, lembrando que metade dos testes de diagnóstico são “feitos no privado e na academia”. 

Também existem acordos preparados na primeira fase de resposta à doença, a nível dos internamentos, que poderão ser ativados, existindo ainda a possibilidade da requisição civil, referiu. 

Boletim Epidemiológico
Portugal registou mais três mortos nas últimas 24 horas devido ao novo coronavírus, aumentando para 1.928 o número de vítimas...

O boletim da Direção-Geral da Saúde, divulgado esta quarta-feira, revela ainda que foram diagnosticados 802 novos casos. O país supera assim a barreira dos 70 mil infetados, com um total de 70.465 casos desde o início da pandemia. Este é também o oitavo pior dia em casos diários registados desde março. 

Dos novos casos, 437 (54%) foram diagnosticados na região de Lisboa, quase tantos como todo o país ontem (463). O Norte registou 240 novos casos, a região Centro 73 casos, o Alentejo mais 19 e o Algarve mais 28. Nos Açores há mais três casos e na Madeira mais dois.

Existem, neste momento, 571 pessoas internadas, mais 25 que ontem. Destas, 77 estão nos cuidados intensivos, mais sete face ao último balanço.

Nas últimas 24 horas recuperaram da doença mais 216 pessoas. Já são 46.290 os casos recuperados.

Atualmente, existem 22.247 casos ativos de infeção e as autoridades de saúde têm 40.765 contactos em vigilância.

 

 

Investigação e Desenvolvimento
A Immunethep, uma empresa de biotecnologia com sede no Parque Tecnológico de Cantanhede vai iniciar no próximo mês testes em...

De acordo com o responsável da empresa, citado pela Executive Digest, dentro de dois a três meses deverão existir “resultados que permitam iniciar testes em humanos”.

A empresa tinha já trabalho desenvolvido com outra vacina, no sentido de prevenir infeções bacterianas, que muitas vezes são a causa de morte de doentes internados, inclusive pessoas infetadas com covid-19. Diz o responsável que a partir daí decidiram avançar para “o desenvolvimento de uma vacina específica para a covid-19”.

A formulação encontrada vai começar a ser testada em ratinhos no próximo mês e a produção da vacina, caso seja aprovada, será feita com uma empresa no Canadá com a qual a biotecnológica portuguesa já trabalha para a outra vacina na área bacteriana.

“Neste momento, temos uma formulação definida e estamos prontos a testá-la no modelo animal”, precisou Bruno Santos.

A base para a conceção desta vacina parte de vírus inativados, explicou.

Em comunicado, a empresa anunciou que o seu principal produto é uma vacina antibacteriana de largo espetro que está “pronta para entrar em ensaios clínicos” e que com a pandemia de covid-19, decidiu colocar as capacidades e conhecimento adquirido no desenvolvimento de “novas soluções” que possam ajudar a parar a doença e as suas consequências.

“O conhecimento gerado no processo de desenvolvimento de vacinas permitiu-nos avançar rapidamente para ensaios de desenvolvimento de uma vacina para a covid-19. Esta vacina foi desenhada para potenciar a resposta imune ao vírus nos pulmões. A vacina tem uma dupla função: Induzir a produção de anticorpos específicos para neutralizar o SARS-CoV-2 e aumentar a nossa capacidade natural de combater infeções virais”, lê-se no documento emitido pela empresa.

“Publicações recentes demonstram que pelo menos 50% dos casos fatais associados a infeções por SARS-CoV-2 são devido a infeções oportunistas causadas por bactérias multirresistentes. Considerando que a vacinação destes pacientes para SARS CoV-2 não geraria uma resposta em tempo útil, a Immunethep está a desenvolver uma terapia utilizando anticorpos monoclonais para tratar este tipo de infeções bacterianas oportunistas”, acrescentam os autores do trabalho.

O objetivo é, através da vacinação, prevenir a doença e evitar a transmissão de humano para humano e, por outro lado, “através do tratamento pelos anticorpos monoclonais”, atenuar os sintomas de pacientes já infetados “reduzindo significativamente” o número de casos fatais dentro dos pacientes com covid-19.

Connecting Healthcare
A Ministra da Saúde, Marta Temido, participou esta manhã na sessão de encerramento da conferência Connecting Healthcare,...

De acordo com a fonte oficial, Marta Temido lembrou que, no atual contexto de pandemia que o país atravessa, é fundamental a aposta em “serviços públicos de saúde de carácter universal, geral e pagos por impostos” e em “meios materiais e humanos, em boas lideranças técnicas e em parceria com as autarquias, as comunidades locais e a academia”.

Marta Temido acrescentou que a sustentabilidade da prestação pública de cuidados de saúde só pode ser alcançada através de um investimento inteligente, que tem sido orientado de acordo com duas preocupações principais: o investimento nas pessoas (através de políticas públicas preventivas e promotoras da saúde) e o investimento no SNS (nos seus recursos humanos, nas suas infraestruturas e equipamentos e na sua capacidade de diagnóstico e terapêutica).

Para a governante, é graças a um “SNS sustentável e a todo o investimento realizado que temos hoje um Portugal mais coeso, mais equitativo, mais justo social e economicamente» sendo, por isso, “essencial continuar a pugnar pelos valores deste SNS e pela sua sustentabilidade”.

A conferência Connecting Healthcare é uma parceria da Unidade Local de Saúde de Matosinhos e do SEAL GROUP, realizada este ano no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, num formato misto presencial e digital.

 

Sintomas e diagnóstico
O tempo mais frio está a chegar, as empresas estão a desconfinar, as aulas estão a começar e, de aco

Os sintomas são muito semelhantes e, para dificultar o processo, continuamos a ter muitos casos positivos em pessoas com manifestações ligeiras, para além do grande número de assintomáticos. Até a comunidade médica terá dificuldade em distinguir estas duas infeções na perfeição, uma vez que não é possível fazê-lo clinicamente e de forma direta. Os médicos estão sensibilizados para essa situação e a indicação que têm é para “testar, testar, testar”. Testar sempre que estiverem perante quaisquer sintomas respiratórios.

O diagnóstico continuará a ser efetuado através da realização de testes laboratoriais ao SARS-CoV-2 e/ou adicionalmente ao vírus da gripe, dependendo das circunstâncias. Atualmente, nos hospitais, a prioridade é testar os doentes para o novo coronavírus. No entanto, na altura em que os vírus cocircularem poderá fazer sentido a realização dos dois testes, para despistar casos de coinfeção. Obviamente, cada caso é único e a situação terá de ser avaliada pelo médico. Na altura em que o vírus da gripe estiver em circulação, fará sentido fazer os dois testes rápidos e fiáveis a ambos os vírus, situação para a qual os laboratórios clínicos estão muito bem equipados e preparados.

Com a circulação destes dois vírus, é também importante fazer-se um reforço da vacinação para a gripe. No entanto, é preciso alertar que a vacina pode prevenir a gripe, mas que sobretudo protege contra as suas complicações. Há muitos casos de gripe em pessoas vacinadas, pelo que todas as pessoas devem ser também testadas.

A circulação, em simultâneo, do SARS-CoV-2 e do vírus da gripe em nada deve alterar a nossa atuação perante a desconfiança de uma possível infeção. Pelo contrário, devemos até reforçar.

Em caso de sintomas de uma possível infeção respiratória, a população deve contatar a linha SNS24 ou o seu médico. E, acima de tudo, não baixar a guarda e seguir as recomendações de prevenção: lavar as mãos com água e sabão durante, pelo menos 20 segundos; evitar tocar nos olhos, nariz e boca; manter o distanciamento social em situações profissionais e de lazer; ficar em casa se estiver doente; e desinfetar mãos, objetos e superfícies que sejam tocadas regularmente.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Lançamento decorrerá durante a Reunião Anual da SPAIC
Já está disponível gratuitamente, para Android e iOS, a nova aplicação ALERGO365, dirigida a profissionais de saúde de...

A aplicação inclui uma área reservada a utilizadores registados, onde é possível aceder a conteúdos exclusivos, com o patrocínio da Menarini Portugal. O projeto é lançado oficialmente na semana em que se realiza a Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), entre os dias 24 e 26 de setembro de 2020, em formato virtual.

Seguindo uma lógica de navegação simples e intuitiva, o projeto digital apresenta quatro secções informativas distintas. No calendário de congressos, os utilizadores podem consultar os principais eventos na área de Imunoalergologia, quer a nível nacional, quer internacional e online, contendo todas as informações relativas ao programa, deadlines importantes, inscrições e localização. É possível adicionar o evento diretamente ao calendário do dispositivo, guardar nos favoritos da app ou mesmo sugerir um evento para ser acrescentado nesta secção.

Para além disso, a ALERGO365 agrega diariamente um conjunto de notícias e vídeos sobre Imunoalergologia, selecionados a partir de fontes internacionais credíveis, que são publicados, respetivamente, nos separadores de Notícias e Vídeos, incluindo as opções de classificar os conteúdos, guardar nos favoritos ou partilhar.

Por fim, a área reservada da aplicação, apenas acessível a profissionais de saúde registados, disponibiliza dossiers especiais com conteúdos dedicados a eventos da área, notícias e vídeos corporativos do promotor, entre outros materiais úteis para os profissionais dedicados a esta área.

João Rolo, Diretor Médico da Menarini Portugal, reforçou as vantagens desta aplicação, que garante um acesso rápido a informação relevante e útil para o médico envolvido no tratamento das doenças alérgicas. “A gestão de tempo é cada vez mais um desafio. Esta ferramenta poupa tempo precioso para os Profissionais de Saúde. É um suporte científico de alta qualidade e, ao mesmo tempo, um gestor de agenda prático ao aceder às reuniões científicas mais importantes, entre outras funcionalidades. Esta iniciativa reforça o objetivo da Menarini, de se afirmar como uma Companhia de referência nesta especialidade médica”, acrescentou.

A aplicação ALERGO365 será apresentada aos profissionais de saúde ao longo dos três da Reunião Anual da SPAIC, através do espaço virtual Menarini na exposição técnica do evento, que este ano decorre em formato exclusivamente digital.

Principais sintomas
Para assinalar o Dia Mundial do Coração, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) e a Delta Cafés vão...

“Consideramos que reduzir o número de mortes é uma responsabilidade conjunta dos profissionais de saúde e de uma população informada, e é assim que surge esta iniciativa, para levarmos a consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio mais perto do quotidiano dos portugueses” explica João Brum da Silveira, presidente da APIC.

“Para a Delta Cafés faz parte do nosso compromisso social ajudar na divulgação e promoção de campanhas que permitam melhorar a vida dos portugueses, pelo que acreditamos que esta parceria é mais um passo nesse sentido” explica Rui Nabeiro, comendador da Delta Cafés.

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, fazendo com que parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e de nutrientes. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não os ignore. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas.

Para prevenir o enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar, reduzir o colesterol, controlar a tensão arterial e a diabetes, fazer uma alimentação saudável, praticar exercício físico, vigiar o peso e evitar o stress. Para mais informações consulte www.cadasegundoconta.pt

 

Projeto de Consciencialização da Medicina Personalizada 2020
A OncoDNA, empresa de tecnologia em saúde que está a tornar a medicina de precisão uma realidade, anuncia hoje que assinou um...

A European Cancer Patient Coalition (ECPC) é a principal organização “umbrela” de doentes oncológicos na Europa, tendo o papel central de trazer as necessidades não atendidas dos doentes com cancro para debate em relação às diversas políticas, cuidados e pesquisa oncológica. Uma investigação conjunta com o doente, divulgada em 2016, mostrou que havia uma consciência geral muito baixa sobre os testes moleculares e biomarcadores do cancro, e o ECPC respondeu ao desempenhar um papel forte e proeminente na educação do doente, incluindo o lançamento do primeiro Mês de Consciencialização para a Medicina Personalizada.

Com a sua doação e envolvimento, a OncoDNA confirma o seu forte compromisso com os doentes com cancro e com a educação da comunidade oncológica e reforça a sua vontade de aumentar o acesso à medicina personalizada independente em oncologia na Europa.

“Estamos orgulhosos em apoiar a voz unificada dos doentes com cancro em toda a Europa, colaborando com o ECPC. A OncoDNA investiu em oncologia de precisão e desenvolveu testes moleculares tumorais exclusivos e abrangentes, incluindo software de interpretação para apoiar oncologistas e patologistas. Como resultado, os laboratórios podem oferecer uma abordagem terapêutica altamente personalizada para o cancro. Na OncoDNA, acreditamos que todos os cidadãos europeus têm o direito de aceder às melhores ferramentas de gestão oncológica, independentemente da situação socioeconómica. Esta colaboração com o ECPC demonstra a firme intenção da OncoDNA de dedicar tempo e recursos na educação dos doentes com cancro”, disse Myriam Guiral, diretora comercial da OncoDNA.

Antonella Cardone, Diretora da ECPC, acrescentou “Os testes moleculares permitem que um médico personalize o tratamento oncológico, identificando a terapia certa para o doente certo no momento certo. Em alguns países, o teste molecular não é reembolsado ou está disponível para todas as pessoas com cancro. Além disso, muitas pessoas nem conhecem essa possibilidade. Agora estamos a conduzir uma investigação sobre o teste de biomarcador para aprender sobre o conhecimento e experiência de doentes com cancro e sobreviventes de cancro com teste de biomarcador ou sem teste, e os resultados provisórios não são encorajadores. E isso tem de mudar. É por isso que no ECPC queremos aumentar a consciencialização sobre a importância do acesso aos testes moleculares oncológicos, especificamente durante o Mês da Consciencialização da Medicina Personalizada em novembro. Acreditamos que os doentes devem ser informados sobre todas as opções de tratamento disponíveis e ter autonomia para tomar as melhores decisões para a sua própria saúde”.

Ensaio Clínico
Foram recentemente publicados os resultados de um ensaio clínico que testou a segurança e a eficácia das células estaminais...

O estudo envolveu 54 doentes com CIC, elegíveis para cirurgia de bypass coronário. Os 16 participantes do grupo controlo foram tratados recorrendo exclusivamente à cirurgia de bypass coronário convencional, enquanto que 26 participantes foram ainda tratados com células estaminais do cordão umbilical e 12 com células da medula óssea. A administração das células ocorreu durante a cirurgia de bypass coronário, tendo sido feita a sua injeção direta no músculo cardíaco.

Os autores estudaram a diferença na capacidade de bombeamento de sangue pelo coração antes do tratamento e um ano depois, utilizando três técnicas diferentes. Observou-se que os doentes tratados com células do cordão umbilical demonstraram um aumento significativo na capacidade de bombeamento do coração em duas das três técnicas utilizadas, tendo uma das técnicas evidenciado melhorias significativas também no grupo que recebeu células da medula óssea. Nos doentes do grupo controlo não se observaram diferenças significativas.

Na análise das alterações na mobilidade da parede do coração, grau de fibrose e massa muscular cardíaca, foi possível aferir que, embora as diferenças não tenham sido estatisticamente significativas, os doentes que receberam células estaminais do cordão umbilical demonstraram melhorias mais acentuadas relativamente aos restantes, o que sugere um efeito reparador superior deste tipo de tratamento. O estudo da área do coração afetada por necrose (morte celular), antes do tratamento e um ano após o mesmo revelou que, embora se tenha observado uma diminuição significativa da área necrótica em todos os grupos, os doentes que receberam células do cordão umbilical exibiram melhorias mais acentuadas.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “no âmbito do Dia Mundial do Coração, é importante reforçar o papel da prevenção das doenças cardiovasculares, através da adoção de um estilo de vida saudável e alimentação cuidada, e sublinhar que a pesquisa por opções terapêuticas eficazes para o seu tratamento continua muito ativa”. A investigadora acrescenta ainda que “o recurso a terapias celulares tem sido alvo de intensa investigação científica e as células estaminais do tecido do cordão umbilical demonstraram já resultados promissores em contexto de doença cardíaca”.

Um enfarte do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco, pode conduzir ao desenvolvimento de uma doença designada por Cardiopatia Isquémica Crónica (CIC), devido à morte de células do músculo cardíaco e sua substituição por tecido fibroso não contráctil, semelhante ao de uma cicatriz. Estas alterações podem levar à perda de capacidade de bombeamento de sangue pelo coração e ao aparecimento de sintomas como dificuldade em respirar, dor no peito e fadiga extrema. Tendo em conta o bom perfil de segurança registado, as células estaminais do cordão umbilical podem revelar-se fortes candidatas para o desenvolvimento de tratamentos inovadores na área da regeneração cardíaca, sendo, no entanto, indispensável a realização de mais estudos nesse sentido.

Referência:
Ulus AT, et al. Intramyocardial Transplantation of Umbilical Cord Mesenchymal Stromal Cells in Chronic Ischemic Cardiomyopathy: A Controlled, Randomized Clinical Trial (HUC-HEART Trial). Int J Stem Cells. 2020. doi:10.15283/ijsc20075 [online ahead of print]

Testes arrancam em outubro
Eliminar o vírus SARS-CoV-2 – que provoca a doença Covid-19 – logo na principal “porta de entrada” no organismo, isto é, nas...

A investigação junta em consórcio a Universidade de Coimbra (UC), através de equipas multidisciplinares das faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e as empresas LaserLeap (Coimbra), que coordena o projeto, e Ondine Biomedical (Canadá), líder mundial na fotodesinfeção antibacteriana.

Os responsáveis do consórcio sublinham que o projeto “FOTOVID” assenta no “conhecimento recente de que o SARS-CoV-2 se associa a uma proteína preferencialmente presente nas cavidades nasais, onde se cria um reservatório de vírus responsável pela transmissão da doença e generalização da infeção”. Assim, fundamentam, “a inativação dos vírus presentes nas cavidades nasais nas fases iniciais da doença Covid-19 poderá acelerar o tratamento, permitir que apenas se manifestem as formas mais benignas da doença, e contribuir para impedir a propagação da pandemia”.

Partindo de uma tecnologia de desinfeção nasal criada pela empresa canadiana parceira no projeto, que já é utilizada em todo mundo para eliminar bactérias multirresistentes, o consórcio vai desenvolver uma terapia inovadora capaz de matar vírus, em particular o coronavírus responsável pela Covid-19. Desta forma, a investigação será muito mais rápida e, em caso de sucesso, a colocação no mercado será mais fácil e a custo reduzido.

“Esta é a inovação do projeto, pois a tecnologia nunca foi aplicada na inativação de vírus”, sublinha Luís Arnaut, um dos cientistas envolvidos na investigação, esclarecendo que “estamos a propor um procedimento já com elevado grau de sofisticação, que já demonstrou ser eficaz na desinfeção de fossas nasais, mesmo para bactérias multirresistentes onde as alternativas terapêuticas existentes falham sempre, ou seja, tem sido possível fazer a inativação de bactérias multirresistentes com a terapia fotodinâmica. Este elevado grau de sofisticação faz prever o maior sucesso da terapia para combater a Covid-19”.

Tal como acontece com outras abordagens terapêuticas atuais, em que fármacos dirigidos a outras doenças são também aplicados no tratamento da Covid-19, na prática, o que este consórcio propõe “é um reposicionamento de moléculas, ou seja, pegar numa terapia que está a ser usada para destruir bactérias multirresistentes e reposicioná-la para matar vírus”, acrescenta o catedrático da FCTUC.

Os primeiros testes vão arrancar já em outubro, na Faculdade de Medicina da UC, com amostras de vírus de doentes infetados por Covid-19 fornecidas pelo Serviço de Doenças Infeciosas do CHUC. Posteriormente, quando a equipa comprovar a eficácia da inativação fotodinâmica do vírus SARS-CoV-2, seguem-se os ensaios clínicos com doentes voluntários, o que deverá acontecer no próximo ano. Os testes vão ser coordenados pelos professores Manuel Santos Rosa e José Saraiva da Cunha.

A terapia fotodinâmica é uma terapia não invasiva onde se utiliza uma molécula que inativa vírus e bactérias apenas quando absorve luz e só no local onde a luz incide, ou seja, atua de forma seletiva. É um tratamento rápido, que pode durar apenas alguns segundos, e de baixo custo.

Sabendo-se que o nariz é a principal via de entrada do vírus SARS-CoV-2 no organismo, sem dúvida, a terapia fotodinâmica pode ser uma forte aliada no combate à pandemia. Os responsáveis do projeto defendem que a tecnologia que propõem tem como objetivo ser a primeira opção terapêutica, eliminando o vírus numa fase muito inicial e impedindo deste modo a evolução da doença para fases mais graves: “nós estamos a oferecer uma alternativa terapêutica que consiste em atacar diretamente a porta de entrada do vírus no organismo, para reduzir a carga viral no sítio onde ela é mais crítica”, afirma Luís Arnaut, vincando que se trata de uma tecnologia “que é para ser aplicada numa fase inicial de tratamento, para evitar complicações posteriores, em ambulatório”.

Além disso, conclui o especialista em terapia fotodinâmica da FCTUC, “trata-se de uma terapia que deve ser utilizada em grande escala, sem complicações e com um custo relativamente baixo. Em suma, queremos disponibilizar uma tecnologia em que o custo-benefício é extremamente vantajoso”.

Investigação i3S
De acordo com uma investigação do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), o consumo repetitivo de álcool afeta...

Renato Socodota, investigador do i3S, citado pelo Sapo 24, revela que o estudo, publicado na revista científica Science Signaling e que estava a ser desenvolvido há cerca de cinco anos, tem como principal objetivo “perceber o papel neurotóxico do álcool e os mecanismos moleculares e celulares envolvidos”.

Para tal, a equipa multidisciplinar de investigadores do i3S, recorreu a modelos experimentais, nomeadamente, a “ratinhos machos” e induziram um padrão de “ingestão repetitiva de álcool” durante 10 dias.

“Se fizéssemos a translação para um adulto homem saudável correspondia a cinco bebidas por dia, e numa mulher o equivalente entre três e quatro bebidas”, explicou Renato Socodota, primeiro autor do artigo.

Deste modo, os investigadores do grupo ‘Glial Cell Biology’ conseguiram mostrar que a ingestão repetitiva e excessiva de álcool atua diretamente na microglia (células imunes do sistema nervoso central), fazendo com que estas respondam “muito antes dos neurónios” aos efeitos do álcool.

De acordo com o investigador, “o álcool ativa essas células e elas eliminam as sinapses [elementos de comunicação entre os neurónios], o que contribui para a disfunção neuronal e possivelmente, comportamental que leva à adição”.

A par do papel neurotóxico do álcool, avança a notícia, a equipa de investigação ‘Addiction Biology’ do i3S, liderada pela investigadora Teresa Summavielle estudou “o papel da microglia no cérebro sob o efeito do álcool”.

“O facto de termos negligenciado outras células do cérebro durante muito tempo, considerando-as de suporte, contribuiu para que muitas das terapêuticas que temos para as doenças relacionadas com o cérebro não fossem tão eficientes como poderiam ser”, afirmou a investigadora.

Usando o mesmo modelo experimental, este grupo de investigação concluiu que o padrão de “ingestão repetitiva de álcool” durante 10 dias foi “suficiente para aumentar os níveis de ansiedade”.

“Qualquer alteração nas sinapses reflete-se no comportamento e, isto é relevante, porque mostra que não é preciso períodos muito longos de quantidades excessivas de álcool para que a ansiedade se manifeste”, disse a investigadora.

Este estudo, mostrou ainda que é “possível reverter o efeito do álcool”, nomeadamente, através de fármacos já utilizados para combater o cancro.

“Usámos fármacos que já estavam aprovados para tentar diminuir os efeitos tóxicos do álcool e resultou”, explicou Teresa Summavielle, acrescentando que o grupo pretende dar continuidade ao estudo.

“Gostávamos de usar um modelo de exposição mais longa para ver como é que o perfil de reatividade da microglia é alterado, como é que isso se reflete na ligação entre a microglia e outras células, o impacto que isso tem no comportamento e até que período de ingestão de álcool conseguimos prevenir os efeitos”, afirmou.

Cancro do colo do útero
Sendo uma infeção muito frequente e prevalente na população, sobretudo antes dos 30 anos, o HPV é o
HPV

Estima-se que todos os anos, em Portugal, mil mulheres sejam diagnosticadas com cancro do colo do útero, uma das principais complicações da infeção por HPV. Considerado pelos especialistas como “um evento natural” que afeta qualquer pessoa sexualmente ativa, “tenha ela um ou mais parceiros”, urge falar sobre a importância da vacinação.

“O Papilomavírus Humano é um pequeno vírus DNA pertencente à família dos Papovaviridae e que que infeta epitélios, mucosos ou cutâneos”, cuja transmissão acontece através do contato sexual entre mucosas e superfícies cutâneas. “A sua transmissão é muito fácil e frequente. Sabe-se que está presente em quase 100% dos cancro do colo do útero”, começa por explicar a especialista em ginecologia, Paula Ambrósio.

Para além ser responsável por este tipo de cancro, o HPV está ainda associado a lesões pré-invasivas e cancros da vagina, vulva, ânus, pénis e orofaringe. “No caso dos condilomas genitais, é responsável por 90% de todas as lesões”, acrescenta a especialista adiantando que, embora estes sejam benignos, “se associam a um enorme desconforto e estigma social e sexual” e cujos tratamentos são, muitas vezes, dolorosos e repetidos.

Esta infeção é quase sempre assintomática – com a exceção dos condilomas genitais que, tratando-se de lesões externas, são facilmente identificáveis – e transitória. “A maioria das pessoas acaba por eliminar o vírus e não tem consequências da infeção. No entanto, em alguns casos, a infeção torna-se persistente e é nestas situações que se podem desenvolver as lesões mais graves associadas ao vírus”, explica.

Quanto a grupos de risco, a especialista refere que todas as pessoas estão em risco de infeção pelo HPV desde que iniciam a sua atividade sexual não existindo, por isso, grupos de risco específicos ao contrário do que acontece com outras infeções sexualmente transmissíveis.

Neste sentido, sendo uma infeção muito frequente e prevalente, “importa identificar as pessoas que têm os tipos de alto risco e que, deste modo, estão em risco de desenvolver lesões pré-invasivas e cancros”.

“O rastreio do HPV não existe”, esclarece Paula Ambrósio. “O único cancro associado ao HPV em que existe rastreio é o do colo do útero. Tradicionalmente, este tem sido feito a mulheres entre os 21 e os 65 anos de idade (cada país tem o seu esquema) e com intervalos variáveis, entre 1 a 5 anos”, explica.

De acordo com a ginecologista, atualmente, a melhor forma de identificar as mulheres com risco aumentado de cancro do colo do útero é através da pesquisa dos HPV de alto risco em mulheres a partir dos 30 anos de idade, em substituição do tradicional teste de Papanicolau.

A importância do diagnóstico precoce prende-se, deste modo, com a necessidade de identificar, cada vez mais cedo, lesões pré-cancerígenas evitando que se venham a transformar numa neoplasia maligna.

Relativamente à prevenção, a especialista destaca a vacinação como a única forma de prevenir a infeção por HPV. “O uso de preservativo previne a transmissão do vírus, mas apenas em 70% dos casos, pelo que não é completamente eficaz”, afirma.

A sua eficácia está comprovada em mulheres e homens dos nove aos 45 anos de idade, no entanto, de acordo com Paula Ambrósio, não existe uma idade limite. No entanto, apesar de idealmente esta vacina ter de ser feita antes do início da atividade sexual, “a verdade é que a grande maioria das pessoas não vai entrar em contato com todos os vírus protegidos pela vacina pelo que se espera uma proteção mesmo em indivíduos sexualmente ativos”.  Admite, deste modo, que “qualquer pessoa, a partir dos nove anos, pode fazer a vacina quer num contexto de vacinação generalizada (como no programa nacional de vacinação) quer numa atitude de proteção individual”.

De acordo com esta especialista, “a existência de uma vacina segura que consegue prevenir 6 tipos diferentes de cancro, tanto em homens como mulheres, é um avanço notável da medicina e é uma arma que devemos utilizar de forma generalizada".

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha de prevenção
O MAR Shopping Algarve recebe, no próximo dia 29 de Setembro, uma Unidade de Saúde Móvel para a realização de despistes de...

No dia 29 de setembro, das 09h00-13h00 e das 15h00-21h00, os visitantes do MAR Shopping Algarve poderão realizar os despistes de lesões cutâneas e da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) de forma totalmente gratuita e sem marcação prévia, na Unidade de Saúde Móvel da Associação Oncológica do Algarve. Esta é uma iniciativa de sensibilização e despiste, sendo que qualquer diagnóstico final tem sempre de ser efetuado por um médico especializado.

No sentido de contribuir para o bem-estar da comunidade local, o MAR Shopping Algarve tem vindo a promover e a associar-se a várias iniciativas relacionadas com a área da saúde. Alguns exemplos são os rastreios ao cancro da próstata com a campanha “Prevent it Like a Gentleman”, que se realiza anualmente em setembro e outubro, colheitas de sangue regulares, entre outras ações.

Esta campanha de prevenção e despiste da Associação Oncológica do Algarve, inserida no âmbito do projeto MOV e cofinanciada pelo FEDER, está aberta a toda a população, mas foca-se sobretudo em grupos de risco, como trabalhadores de locais como cimenteiras e corticeiras, bombeiros, fumadores e pessoas com uma grande exposição diária ao sol.

 

 

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