Queda significativa dos níveis de dióxido de azoto
Cientistas do Instituto Real de Meteorologia dos Países Baixos (KNMI) e do Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial (BIRA...

O gráfico divulgado mostra as concentrações médias de dióxido de azoto nas cinco principais cidades europeias - Milão, Madrid, Paris, Berlim e Budapeste. O painel superior mostra as concentrações (usando uma média móvel de 14 dias) em 2019 em comparação com 2020 usando dados do Sentinel-5P, enquanto o painel inferior mostra observações in situ.

Os tons de cinza denotam os períodos de confinamento em 2020, movendo-se progressivamente de medidas estritas (cinza escuro) para mais flexíveis (cinza claro). As percentagens assinaladas a vermelho representam a redução em 2020 em relação a 2019, no mesmo período.

Os dados mostram que as reduções mais fortes de 40-50% foram observadas na primeira fase do confinamento no sul da Europa, especificamente Espanha, Itália e França. Em julho e agosto de 2020, os dados sugerem que as concentrações ainda são 10% a 20% inferiores aos níveis pré-COVID.

Bas Mijling, cientista atmosférico do KNMI, comenta: “As medidas de quarentena implementadas em Berlim levaram a uma queda de cerca de 20%, com pequenas variações observadas até agosto de 2020. Na Europa Oriental, o impacto das medidas foi geralmente menos dramático do que no sul da Europa e na França, onde reduções de aproximadamente 40–50% foram observadas durante os rígidos confinamentos de março e abril.                                                                              

“Estão a decorrer, atualmente, mais pesquisas como parte do projeto ICOVAC da ESA, ou estudo do impacto das medidas de confinamento da COVID-19 na qualidade do ar e no clima.”

Jenny Stavrakou, cientista atmosférica do BIRA-IASB, acrescenta: “O impacto da meteorologia nas observações de dióxido de azoto pode ser significativo e não deve ser esquecido. É por isso que é necessário analisar os dados ao longo de períodos de tempo mais longos, para melhor estimar o impacto da atividade humana nas observações.”

Ela continua, “Para a comparação média mensal de 2019 e 2020, estimámos uma incerteza na redução induzida pela COVID-19 de cerca de 15–20%. Ao comparar as reduções nos dados baseados em satélite e nos dados baseados no solo para diferentes cidades, encontramos diferenças em conformidade satisfatórias dentro das incertezas devidas à variabilidade meteorológica.”

O Diretor da Missão Copernicus Sentinel-5P da ESA, Claus Zehner, diz: “O que é realmente notável é o bom acordo entre os dados do satélite Sentinel-5P e as medições baseadas no solo. Isto demonstra que a monitorização da qualidade do ar a partir do espaço pode contribuir para relatórios regulares de qualidade do ar em países europeus, o que só foi feito, até agora, usando medições baseadas no solo.”

Os confinamentos na Europa, entre março e abril, levaram a quedas significativas dos níveis de dióxido de azoto em áreas densamente povoadas e industrializadas da Europa, incluindo as regiões do Ruhr, na Alemanha, e Po Valley, no norte da Itália.

Estas reduções são atribuídas à significativa contribuição do tráfego, bem como dos setores industrial e de energia para os níveis de dióxido de azoto. As concentrações parecem retornar aos níveis quase normais em julho-agosto de 2020, exceto em grandes cidades onde as atividades humanas ainda não foram totalmente retomadas.

O dióxido de azoto é libertado na atmosfera durante a combustão do combustível de veículos, centrais elétricas e instalações industriais e pode ter impactos significativos na saúde humana - aumentando a probabilidade de desenvolver problemas respiratórios. O Copernicus Sentinel-5P carrega o instrumento Tropomi - um instrumento de última geração que deteta a impressão digital exclusiva de gases atmosféricos para gerar imagens de poluentes atmosféricos com maior precisão e numa resolução espacial mais alta do que nunca.

Mais frequente após os 65 anos
Diagnosticada sobretudo depois dos 60 anos, a Leucemia Mieloide Crónica é um tipo raro do cancro do

A Leucemia Mieloide Crónica (LMC) é uma doença oncológica caracterizada por uma desregulação da medula óssea (local onde se produz o sangue) que se traduz numa proliferação desmesurada dos progenitores dos glóbulos brancos, mais particularmente dos que dão origem aos neutrófilos, eosinófilos e basófilos, chamados de granulócitos. Esta doença é mais frequentemente diagnosticada acima dos 65 anos de idade. Embora tenha um nome ao qual se associa um estigma de gravidade, esta doença actualmente é controlada com medicação oral, fazendo com que as pessoas com LMC tenham uma vida perfeitamente normal.

Esta proliferação é equilibrada entre os vários tipos de células, com presença de todos os estádios de maturação destas, havendo muito poucas células ditas indiferenciadas (blastos). Nas análises ao sangue é frequentemente possível também observar formas mais precoces dos glóbulos brancos, tais como os promielocitos, mielocitos e metamielocitos. Estes 3 tipos de células habitualmente não andam a circular no sangue, encontrando-se somente na medula óssea. Mas, como a medula está a produzir tantas células, fica “cheia e transborda” células para a corrente sanguínea. Além dos glóbulos brancos, também as plaquetas podem estar aumentadas (também por proliferação dos percursores plaquetares).

Há vários anos, as pessoas, não tendo disponível os cuidados de saúde que agora têm, eram frequentemente diagnosticadas já em fases mais avançadas, quando a doença já se manifestava com mais sintomas.

Os sintomas são relativos às alterações orgânicas que a LMC produz: cansaço (devido a anemia), dor abdominal, enfartamento (devido a baço aumentado), febre e perda de peso.

Atualmente, a maioria das pessoas que são diagnosticadas com Leucemia Mieloide Crónica, são-no de uma forma incidental, ou seja, fazem análises de rotina que mostram um aumento do número dos glóbulos brancos, à custa de uma produção aumentada de neutrófilos, basófilos e eosinófilos.

Houve um grande progresso no estudo desta doença e dos mecanismos que estão na sua origem. Atualmente sabe-se que a LMC é provocada por uma alteração genética específica que leva a uma sinalização permanente na medula para as células proliferarem.

Essa alteração genética é “visível” numa alteração cromossómica, com partilha de material entre dois cromossomas (o 9 e o 22), ao qual se dá o nome de cromossoma de Filadélfia.

Há 30 anos, após o diagnóstico desta patologia, os doentes tinham uma expectativa de vida de cerca de 20 anos, acabando por falecer por progressão para leucemia aguda. Os tratamentos não mudavam a história natural da doença, à exceção do transplante alogénico de medula que tinha potencial curativo, mas à custa de muita toxicidade e só acessível a indivíduos mais jovens.

Com a descoberta da causa subjacente para o aparecimento da LMC, foi desenvolvido um fármaco que actua especificamente sobre a alteração genética, fazendo “desligar” o sinal que faz as células proliferarem, o imatinib.

Desde então, houve uma revolução completa no tratamento da LMC e a sobrevivência dos doentes, fazendo com que, com um comprimido diário, haja uma total normalização da medula e, enquanto este for tomado, a doença mantém-se “adormecida”.

A forma como se foi aprendendo como é que esta doença aparecia e se criou um medicamento que tem um alvo molecular específico, que “corta” o efeito do Cromossoma de Filadélfia e induz o desaparecimento das células doentes, continua a ser um marco importantíssimo na oncologia no geral, sendo esta doença o paradigma do que a investigação nesta área deve tentar almejar.

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Dia Mundial do Coração
No âmbito do Dia Mundial do Coração, a Fundação Portuguesa de Cardiologia promove o webinar “Doentes cardíacos e a covid-19”....

A Fundação Portuguesa de Cardiologia desenvolve ao longo do ano, diversas iniciativas com o objetivo de divulgar junto da população conhecimentos sobre a prevenção das doenças cardiovasculares e promoção da saúde. No âmbito das circunstâncias atuais pelo surto de COVID-19, a Fundação reforçou a sua comunicação online e promove pela primeira vez um webinar com transmissão exclusiva no Facebook e Youtube.

“A Covid-19 é responsável por várias complicações graves e até maior risco de morte nas pessoas com doenças crónicas e doenças cardiovasculares, como é o caso das miocardites, arritmias, tromboembolismo, enfartes e insuficiência cardíaca.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia quer fazer a diferença e diminuir o impacto desta pandemia neste grupo de risco, através da promoção deste webinar.

Pretende também sensibilizar e alertar a população para não deixarem de procurar os serviços de saúde em casos de suspeita de problema cardíaco, com receio da covid-19”, conclui Prof. Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

O webinar “Doentes cardíacos e a Covid-19” tem transmissão na página de Facebook e Youtube da Fundação Portuguesa de Cardiologia no dia 29 de setembro, pelas 21h00, e vai abordar temáticas como a importância da atividade física, alimentação saudável, fatores de risco, como gerir a doença durante a pandemia e ainda a apresentação e discussão dos resultados de um inquérito sobre os doentes cardíacos e a covid-19.

Na área Metropolitana de Lisboa
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa contactaram, entre 30 de...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença. 

Assim, entre 30 de junho e 18 de setembro, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 12.837 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizado ações de sensibilização à população.

 

Estudo publicado na revista científica Nature Communications
A aneuploidia é responsável por aproximadamente 50% das perdas gestacionais precoces. O método IVC de cultura de embriões...

O ser humano é o ser menos fértil que existe. Até ao momento, acredita-se que a aneuploidia, ou seja, a presença de um número anormal de cromossomas, seja uma das principais limitações da reprodução humana, já que representa cerca de 50% das perdas gestacionais precoces. Além disso, as taxas de aneuploidia são notavelmente altas em embriões humanos resultantes de fecundação in vitro (FIV), dos quais até 50% são diagnosticados como aneuploides, conforme demonstrado por testes genéticos pré-implantação para aneuploidias (PGT-A). No entanto, ainda não há informações científicas suficientes sobre o efeito que cada aneuploidia específica tem no desenvolvimento do embrião.

“Foi aqui que nasceu o nosso estudo, elaborado em conjunto com Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge, cujos resultados nos permitem apresentar a primeira análise detalhada do desenvolvimento após a implantação de embriões humanos aneuploides. Considerámos prioritário estudar para otimizar a prática clínica em todos os nossos centros, oferecendo assim os melhores resultados aos nossos pacientes, uma máxima para o IVI. Nessa linha, descobrimos que a plataforma de cultura da Universidade de Cambridge é um excelente sistema para estudar o desenvolvimento embrionário e validar testes genéticos pré-implantação”, diz o Antonio Pellicer, Presidente da IVIRMA Global, também apoiado por Emre Seli e Richard T. Scott Jr.

As aneuploidias podem levar a falha de implantação, aborto espontâneo e defeitos congénitos. Dado que se sabe muito pouco, sobre o impacto de aneuploidias específicas durante as primeiras etapas do desenvolvimento do embrião humano, o ponto exato em que os embriões com células aneuploides cessam o desenvolvimento continua pouco claro. Essa falta de conhecimento é em grande parte devido aos desafios técnicos no estudo do desenvolvimento do embrião humano após a implantação (que ocorre no 7.º dia após a fertilização), um período que envolve crescimento intenso, remodelação celular e mudanças na identidade e o destino das células mãe. Avanços técnicos recentes permitiram que embriões humanos se desenvolvessem além do dia 7 de desenvolvimento embrionário e até ao 12.º ou 13.º dia de desenvolvimento, em laboratório, na ausência de tecidos maternos. Os embriões cultivados neste sistema recapitulam as principais transformações morfológicas que os embriões sofrem in vivo, portanto, este método de cultura oferece uma oportunidade sem precedentes para caracterizar o desenvolvimento pós-implantação inicial de embriões humanos aneuploides em laboratório.

“Estas descobertas mostram, por exemplo, como embriões com trissomias 15 e 21 - ou seja, que têm três cópias de cada um desses cromossomas - se desenvolvem de forma semelhante aos embriões euploides - embriões normais que contêm duas cópias de cada um dos 23 cromossomas - ao contrário dos embriões com monossomia 21 - uma única cópia desse cromossoma - que apresentam altas taxas de interrupção do desenvolvimento. Além disso, descobrimos três casos de mosaicismo - uma alteração no número de cromossomas em apenas algumas células do embrião - em embriões que foram inicialmente identificados como completamente aneuploides por PGT-A, destacando o potencial de nossa plataforma embrionária humana para determinar a extensão do mosaicismo genético e a sua influência no desenvolvimento humano pós-implantação”, explica Pellicer.

O estudo, publicado recentemente na prestigiada revista científica Nature Communications, analisa os primeiros 5 ou 6 dias de desenvolvimento de 9.803 embriões que apresentaram aneuploidia cromossómica, comparando-os com 25.368 embriões euploides. O objetivo é caracterizar o desenvolvimento de embriões humanos aneuploides em laboratório para descobrir os defeitos celulares e de desenvolvimento de aneuploidias específicas e os mecanismos moleculares responsáveis.

“Em resumo, o método IVC de cultura de embriões humanos é uma plataforma útil para estudar a competência de desenvolvimento inicial após a implantação, já que é um período de desenvolvimento embrionário que não pode ser estudado em embriões que se desenvolvem in vivo. Com esse sistema, detalhamos o desenvolvimento de embriões com aneuploidias específicas até ao 9.º dia de desenvolvimento embrionário e as alterações específicas dos tecidos resultantes. Além disso, os nossos resultados mostram que a plataforma de cultura pode ser usada para identificar casos de mosaicismo e embriões mal diagnosticados por PGT-A. Esta identificação abre portas para estudos futuros focados em determinar o destino de células aneuploides durante o desenvolvimento pós-implantação inicial e a capacidade de desenvolvimento das células. Embriões de mosaico, uma necessidade clínica que ainda não é compreendida pela medicina reprodutiva, conclui Sofia Nunes, diretora do laboratório de FIV do IVI Lisboa.

Doença cardíaca e respiratória
A Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas – RESPIRA em parceria com a Sociedade...

De acordo com estudos recentes, desde o início da pandemia pela covid-19 foram adiadas mais de 4 milhões de consultas em Centros de Saúde, 1 milhão de consultas das várias especialidades médicas e mais de 100 mil cirurgias. Numa altura em que se prevê uma segunda vaga, a telemedicina e a teleSaúde podem ser essenciais para a racionalização do sistema de saúde e a garantia da qualidade de vida do doente crónico.

“Vivemos tempos difíceis a nível social e económico e estamos mergulhados numa grande crise de saúde pública por isso é cada vez mais premente olharmos para dentro do sistema e desenharmos planos de ação e programas que estejam de acordo com as boas práticas clínicas e que potenciem as novas tecnologias em prol do bem-estar do doente crónico, a nível nacional.

Estes programas devem permitir que o doente crónico possa ser acompanhado e tratado com um menor risco associado à covid-19. O que pretendemos é evitar deslocações desnecessárias ao hospital, promover a adesão à terapêutica, prestar aconselhamento ao doente e cuidadores através de modelos mitos presenciais e à distância e evitar o agravamento da condição de saúde dos doentes mais vulneráveis”, explica o Dr. Henrique Martins da SITT.

“Os nossos doentes respiratórios reportam-nos todos os dias as dificuldades que sentem em marcar consultas, fazer exames e tratamentos, em manterem os programas de reabilitação respiratória, aliado ao crescente medo que sentem de se deslocarem aos hospitais e centros de saúde.

A Teleassistência domiciliária e a telemonitorização, integrada numa rede nacional, podem de facto ser uma ajuda na prestação de cuidados porque permitem uma maior e melhor acessibilidade dos doentes crónicos aos serviços de saúde. A pandemia veio mostrar como é importante que o nosso Serviço Nacional de Saúde proceda à sua transformação digital.

Este webinar é dirigido aos doentes respiratórios e portadores de doenças cardíacas e à sociedade em geral com essa missão de mostrar de que forma a tecnologia pode ser utilizada em nosso benefício”, explica Dra. Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

O webinar “TeleSaúde na Pandemia Covid19” será transmitido, de forma gratuita, na página de Facebook da RESPIRA, no dia 30 de setembro, pelas 18h30. A discussão terá como ponto de partida a seguinte questão: “O programa português de Teleassistência domiciliária com Telemonitorização nas áreas pulmonar e cardíaca pode/deve ser o embrião de uma rede nacional?”.

Contaminante resulta de processamento alimentar
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), que avaliou a exposição da população Portuguesa à...

A acrilamida é um contaminante resultante do processamento alimentar e que surge, essencialmente, em alimentos fritos, assados ou torrados, submetidos a temperaturas elevadas e baixa humidade, como as batatas, os cereais de pequeno-almoço, as bolachas e o pão. É formado tanto no processamento industrial dos alimentos como na sua confeção em casa.

A comunicação distinguida no Congresso da APN focou-se, concretamente, na avaliação do nível individual de exposição da população Portuguesa a esta substância, presente em vários alimentos que ingerimos diariamente, a partir de uma amostra de 5811 pessoas que integraram o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF).

Por que razão é importante estudar a acrilamida?

“Porque esta se encontra associada a um maior risco de neoplasias e neuropatia periférica”, explica Sofia Costa, investigadora do ISPUP e primeira autora do trabalho premiado, coordenado por Carla Lopes e Duarte Torres.

Os resultados do trabalho, intitulado Estimation of dietary exposure to acrylamide of the Portuguese population, irão ser posteriormente publicados em artigo.

As investigadoras do ISPUP, Ana Catarina Carvalho, Sofia Vilela e Daniela Correia assinam também a comunicação, desenvolvida no âmbito do projeto FOCAcCia: Exposição a aditivos alimentares e a contaminantes resultantes do processamento e embalagem de alimentos: definir padrões e os seus efeitos na adiposidade e na função cognitiva da infância.

O XIX Congresso de Nutrição e Alimentação decorreu nos dias 9 e 10 de setembro, em formato digital. 

4.ª Maratona da Maternidade
A Make-A-Wish Portugal acaba de juntar-se à BebéVida na realização da 4.ª Maratona da Maternidade “Juntos pela Maternidade, em...

A 4.ª Maratona da Maternidade vai realizar-se entre os dias 31 de outubro e 01 de novembro em formato virtual, permitindo desta forma a participação de famílias por todo o país. As inscrições devem ser feitas até ao dia 23 de outubro, através do site da BebéVida, e têm o custo de 2€.

Se o objetivo de 1000km percorridos for cumprido, a BebéVida vai duplicar o valor das inscrições e doá-lo à Make-A-Wish. Esta é já a segunda iniciativa, em 2020, da BebéVida em parceria com a Make-A-Wish que marca a continuidade desta colaboração.

A Make-A-Wish em Portugal já realizou cerca de 1390 desejos a crianças e jovens adolescentes, contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida, restituindo momentos de alegria genuína. A Fundação Make-A-Wish está presente em mais de 50 países, já realizou mais de 500 000 desejos no mundo desde 1980 e com a colaboração de milhares de voluntários tem como missão diária concretizar a cada 16 minutos um desejo de uma criança em qualquer parte do mundo. Em 2019 foram mais de 33 000 os desejos realizados no mundo. Acompanhe aqui os desejos realizados pela Make-A-Wish em Portugal.

Mariana Carreira, Diretora Executiva da Make-A-Wish Portugal reforça que “são pequenos gestos de todos nós, como este, que fazem toda a diferença na vida de uma criança Make-A-Wish. Estamos muito orgulhosos do nosso trabalho em Portugal e da nossa parceria cada vez mais sólida com a BebéVida que, através de diversas iniciativas, ao longo deste ano tem contribuído de forma significativa para realizarmos mais desejos às nossas crianças. Neste momento a Make-A-Wish está a fazer um apelo a todas as famílias para se inscreverem na 4ª Maratona da Maternidade, em formato virtual, para que juntos consigamos alcançar o objetivo de quilómetros percorridos e angariar o maior número de inscrições possível para levarmos felicidade às crianças e jovens que sofrem de uma doença que coloca em risco a sua vida!”.

Os inscritos nesta maratona solidária vão receber durante a semana anterior ao evento uma t-shirt para utilizarem durante a realização da sua caminhada e poderem partilhar a sua participação nas redes sociais.

Ao participar na caminhada para além de estarem a ajudar a Make-A-Wish estão também habilitados a um sorteio para ganhar um cabaz de produtos MaisBebé no valor de 200€.

 

Formação
A 4ª edição do projeto Health Insights regressa já no próximo dia 30 de setembro. Em formato online, a formação, destinada a...

No período da manhã, as sessões serão dedicadas à Saúde da Mulher, explorando conteúdos teóricos e práticos relacionados com a gravidez e o parto sobre a perspectiva psico-neuro-endocrino-imunológica. Nas sessões da tarde, será explorada a Saúde Infantil, através de conteúdos teóricos e práticos relacionados com o desenvolvimento fetal, o desenvolvimento infantil e uma abordagem salutogénica de promoção da adaptação do recém-nascido à vida extra-uterina.

Pretende-se que, no final da formação, os participantes adquiram maior consciência sobre o impacto do nascimento para a saúde da mulher e do recém-nascido e sejam capazes de identificar sinais de saúde relacionados com isso.

A inscrição é obrigatória e pode ser realizada através do link: https://www.healthinsights.pt/?page_id=309.   

 

Queixas frequentes e tratamento
A articulação temporomandibular localiza-se em frente ao ouvido e permite-nos fazer movimentos essen

A articulação temporomandibular (ATM) é a articulação que nos permite abrir e fechar a boca, para mastigar, falar, bocejar, etc.

Situa-se logo à frente das orelhas e pode provocar dor intensa e prolongada, com perda da qualidade de vida, e dificuldade na alimentação e na própria fala.

Esta dor pode atingir até 75% da população em alguma altura da sua vida, sendo, portanto, muito frequente. Atinge maioritariamente doentes do sexo feminino com idade entre 20-40 anos.

As queixas incluem:

  • Dor: habitualmente à volta da orelha, surda e profunda, que pode agravar com a mastigação, tornando-se nessas alturas numa dor aguda. Pode ser só de um ou dos dois lados da cabeça.
  • Cliques, “pops”: estes sons associam-se à dor e significam que há uma luxação de uma estrutura no interior da articulação – o disco.
  • Dificuldade em abrir a boca e episódios de bloqueio: nos episódios de bloqueio o doente pode não conseguir abrir a boca (bloqueio fechado) ou pode não conseguir fechar a boca (bloqueio aberto).
  • Dor de cabeça: a dor na articulação temporomandibular (ATM) conduzir a dores de cabeça mais generalizadas, como enxaquecas.
  • Sintomas otorrinológicos: dificuldade em ouvir, zumbidos.

Tratamento para a dor na Articulação Temporomandibular

O tratamento, para além de medicação para a dor (como anti-inflamatórios e relaxantes musculares), pode incluir goteiras dentárias e:

  1. Toxina botulínica (Botox®)
  2. Ácido hialurónico

A toxina botulínica (Botox®) é usada quando a dor tem componente muscular, servindo para paralisar e relaxar parcialmente os músculos responsáveis. Permite ainda tratar patologias associadas como o Bruxismo noturno (com o desgaste dentário que provoca).

O ácido hialurónico é um lubrificante e modulador da inflamação, que é administrado no interior da articulação, permitindo um alívio da dor quando já existe artrose ou alterações do disco articular. É usado, portanto, quando existe um componente articular na dor.

Ambos os tratamentos devem ser administrados sob controlo de ecografia, dado que os músculos e articulação são de difícil acesso e os fármacos colocados fora do local correto perdem eficácia.

Tratam-se de procedimentos exclusivamente médicos.

 

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Rastreio de redes de contágio
A aplicação de rastreio StayAway COVID já foi descarregada por mais de um milhão de pessoas, estando contabilizado, até 20 de...

A aplicação móvel, lançada em 1 de setembro, permite rastrear, de forma rápida e anónima e através da proximidade física entre smartphones, as redes de contágio por COVID-19, informando os utilizadores que estiveram, nos últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo coronavírus. A sua instalação é voluntária. 

Com esta elevada adesão os portugueses mostram estar a responder positivamente ao apelo da Ministra da Saúde, Marta Temido, do Primeiro-Ministro, António Costa, durante o lançamento da Stayaway Covid, para instalação da app. 

Como funciona? 

Cada utilizador que tenha testado positivo poderá inserir o código do teste na app. Depois da validação da Direção-Geral da Saúde, a aplicação irá alertar outros utilizadores que tenham estado próximos do utilizador infetado – durante 15 minutos ou mais -, sempre sem revelar a sua identidade, os seus contactos ou os de outros utilizadores. 

Quando não há registo de contactos de proximidade com elevado risco de contágio, a página inicial da app apresenta uma cor verde que mudará para o estado amarelo sempre que o utilizador tenha estado próximo de alguém a quem foi diagnosticada Covid-19. 

1ª edição da Bolsa de Investigação em Leucemia Linfocítica Aguda
Luís Pedro Monteiro é o vencedor da 1ª edição da Bolsa de Investigação em Leucemia Linfocítica Aguda, uma bolsa no valor de 10...

“Ao fazer este estudo queremos dissecar a mecanística da sinalização da Interleucina-7 em leucemia, para que possamos tirar ilações acerca da melhor forma de combater este tipo de cancro, recorrendo a uma terapêutica mais personalizada”, explica o investigador, Médico Interno de Hematologia Clínica no Centro Hospitalar de Lisboa Central e estudante de Doutoramento do Programa Doutoral LisbonBioMed, do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

A Interleucina-7 é uma molécula do sistema imune, que, em condições normais (fisiológicas), tem um papel importante no crescimento e sustentabilidade das células T – células responsáveis pela defesa do organismo contra bactérias e vírus. Esta molécula comunica através de um recetor que, no caso de alguns tipos de leucemia, pode sofrer uma mutação na sua estrutura, passando a estar sempre ativo independentemente da presença de Interleucina-7 e servindo de sustentação ao crescimento das células não saudáveis. Esta mutação, no recetor da molécula, está presente em aproximadamente 10% de todas as Leucemias Linfoblásticas Agudas de células-T, mas também em algumas formas raras de Leucemia Linfoblástica Aguda de células B. Luís Pedro Monteiro pretende explorar detalhadamente como é que a Interleucina-7 manipula os níveis lipídicos da célula leucémica tornando-a mais “agressiva” e como é que o bloqueio desta via pode interferir na sustentação da célula.

Esta bolsa, organizada pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia, com o apoio da Amgen Biofarmacêutica, vai ser entregue no dia 22 de setembro, na sede da APCL, pelas 17:30 horas.

“Com recurso a uma análise molecular computacional detalhada, o nosso laboratório conseguiu estabelecer um mapa de conectividade entre 6000 proteínas e os diferentes circuitos que estas integram quando ativados pela Interleucina-7 e seu recetor. Como tal foi possível descobrir novas vias de sinalização, até à data inexploradas, destacando-se a importância da regulação da gordura intracelular para a viabilidade e proliferação da célula maligna”, refere o investigador.

Manuel Abecasis, Presidente da APCL, “este projeto agora contemplado com a bolsa LLA SPH-APCL-Amgen vem na linha dos avanços mais interessantes feitos na área das doenças hemato-oncológicas, em que o dissecar das vias de sinalização envolvidas na transformação maligna das células abre novas perspetivas terapêuticas com potencial relevante.

Segundo João Raposo, Presidente Interino da SPH, “É com todo o prazer que a Sociedade Portuguesa de Hematologia participa no apoio a esta bolsa de investigação em LLA e deseja os melhores resultados na obtenção dos objetivos propostos.”

O Diretor-Geral da Amgen, Tiago Amieiro, afirma que “a investigação básica molecular é tão ou mais importante que a investigação clínica, para o desenvolvimento futuro de melhores formas de tratamento. É um passo fundamental para a inovação e para o progresso da medicina e do desenvolvimento de terapêuticas inovadoras. Aumenta a sua relevância, quando estamos a falar de doenças hemato-oncológicas de elevada mortalidade, como é o caso das leucemias linfocíticas agudas e as suas formas mais raras de apresentação. A AMGEN está muito orgulhosa de contribuir para a investigação básica neste domínio. “

Medida integrada no Plano de Saúde Outono Inverno 2020/21
O Ministério da Saúde vai criar hospitais de retaguarda, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, para acolher...

Esta medida, divulgada na página oficial do Serviço Nacional de Saúde, faz parte do Plano de Saúde Outono Inverno 2020/21, ontem divulgado, que tem como objetivo “preservar vidas humanas, proteger os mais vulneráveis, particularmente a população idosa a viver em Estruturas Residenciais para Idosos, e preparar a resposta ao crescimento epidémico da Covid-19”.

Com o objetivo de “maximizar a resposta e a capacidade hospitalar” para a atividade não-covid-19 será reforçado o papel das equipas de gestão de altas em articulação com o setor social para evitar o prolongamento do internamento por motivos sociais.

De acordo com a fonte oficial, o Plano da Saúde para o Outono-Inverno 2020-21 prevê também a reorganização da atividade assistencial no serviço de urgência, em articulação com os cuidados de saúde primários, de forma a evitar a sua utilização em “situações de triagem clínica de baixa gravidade”, o que deve ser concretizado através do encaminhamento destes doentes para os centros de saúde.

Promove ainda o incentivo à cirurgia eletiva e de ambulatório, com avaliação pré-operatória em modelos de ‘drive-through’ e a definição de unidades ou serviços hospitalares “covid-19 free”, para manter a resposta “não-covid-19”.

Quanto à atividade assistencial “não-covid-19”, esta vai acompanhada de mecanismos que garantam “a humanização dos cuidados de saúde”, com a presença de um acompanhante e “da retoma segura das visitas às pessoas internadas”.

Os hospitais continuam a promover “o incremento da oferta da hospitalização domiciliária” para proteger os doentes e as famílias do “contacto hospitalar desnecessário” e os profissionais de saúde, e aumentar a capacidade de resposta para a covid-19, através da gestão eficiente da ocupação das camas.

A área da saúde mental também vai continuar a ser uma aposta nos próximos meses, esperando-se um  reforço do apoio e acompanhamento psicológico das pessoas que sofrem de problemas.
 

MOVA tem agora 13 membros
A MYOS – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica e a Associação Ares do Pinhal são os mais...

Mesmo entre os grupos de risco e alto risco, são ainda poucos os que estão vacinados contra a Pneumonia e outras doenças graves. A entrada de novos membros como a MYOS ou a Associação Ares de Pinhal é um contributo fundamental para inverter esta tendência. Sensibilizar a população e os profissionais de saúde, a par dos decisores políticos, para a importância da vacinação na idade adulta é um dos principais objetivos do MOVA.

Recordamos que existe uma norma da Direção-Geral da Saúde que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos (idades superiores a 18 anos) pertencentes aos grupos de risco. A vacina já é gratuita para as crianças e alguns grupos de risco, para quem está em PNV, mas a sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias. Uma das missões do MOVA é, também, o apelo para que se estenda essa gratuitidade para quem se encontra mais frágil, seja pela idade, pelas patologias de que padece ou por circunstâncias que levem a dependências ou situações de exclusão social.

Fundado há pouco mais de três anos, o Movimento Doentes pela Vacinação conta atualmente com 13 membros: Respira, Fundação Portuguesa do Pulmão, GRESP – Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da APMGF, Liga Portuguesa Contra a Sida, Associação Portuguesa de Asmáticos, Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes, Liga Portuguesa Contra o Cancro, Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, Associação Portuguesa de Enfermeiros de Reabilitação, Pulmonale, MYOS e Ares do PInhal.

DGS
A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, informou hoje que vai ser publicada uma nova orientação que recomenda o uso de...

“Muito brevemente, e depois de termos consultado os peritos nacionais e internacionais, vai sair uma orientação no sentido de que quando as pessoas, no exterior, não conseguirem garantir para elas ou para os outros a distância física recomendada, deverão usar máscara”, afirmou Graça Freitas no decurso da conferência de imprensa de atualização dos dados sobre a evolução da pandemia em Portugal. 

A Diretora-Geral da Saúde sublinhou que “ao ar livre, a utilização de máscaras fará sentido se formos de facto para sítios onde não consigamos garantir que ficamos longe de outros. Diferente é uma situação ao ar livre no campo, no jardim, a horas em que não andam outras pessoas a passear”.

Assim, nas situações em que o distanciamento é facilmente assegurado, a Direção-Geral da Saúde continua a considerar que o uso de máscara não é necessário.

“Se estiverem no exterior, mas distante de outras pessoas, não faremos essa recomendação, sendo que as pessoas são livres de se quiserem utilizar em todo o momento, porque se sentem melhor, poder fazê-lo”, reforçou Graça Freitas.

 

Campanha
Em outubro assinala-se o mês dos cuidados paliativos e a apresentadora Tânia Ribas de Oliveira juntou-se à Associação...

“Foi com um grande sentido de responsabilidade que aceitei o convite da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos para participar nesta campanha.

É importante reforçar que os cuidados paliativos são um direito e que por isso devem estar acessíveis a todos os doentes e acima de tudo agradecer a estes profissionais o seu empenho na promoção destes cuidados no nosso país.

Com a minha participação espero conseguir ajudar e contribuir para esta missão”, afirma Tânia Ribas de Oliveira.

O spot promocional “25 anos ligados para cuidar”, na qual participa a Tânia Ribas de Oliveira, será transmitido na SIC e respetivos canais temáticos, na RTP, no circuito de TV do metro do Porto e nas respetivas redes sociais da Associação, durante as duas primeiras semanas de outubro.

De acordo com a literatura científica, estima-se que vivam em Portugal pelo menos 89 mil adultos e 8 mil crianças e adolescentes com necessidades paliativas. Destas, cerca de 70% morrem sem acesso aos devidos cuidados, sendo as equipas e as infraestruturas são claramente insuficientes para as necessidades a nível nacional.

A Campanha “25 anos ligados para cuidar” foi desenvolvida pelo Grupo United Creative e assinala os 25 anos da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.

Doença Neurodegenerativa
Embora não se saiba ao certo os números da doença de Alzheimer no nosso país, estima-se que esta pat

A Doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, como é o caso da memória, atenção, concentração, linguagem ou pensamento. Segundo Patrícia Charters, Psicóloga da Associação Alzheimer Portugal, “esta deterioração tem como consequência alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária”. 

Nas suas fases iniciais os seus sintomas podem ser muito subtis, no entanto, esta doença manifesta-se quase sempre com perdas de memória frequentes, sobretudo no que diz respeito a acontecimentos recentes, dificuldades na linguagem ou orientação e na realização de tarefas complexas. “Consoante as pessoas e as áreas cerebrais afetadas, os sintomas variam e a doença progride a um ritmo diferente. As capacidades da pessoa podem variar de dia para dia ou mesmo durante o próprio dia, podendo piorar em períodos de stress, fadiga e em virtude de outros problemas de saúde”, explica ainda Patrícia Charters.

Infelizmente, muitas vezes confundidos com sinais normais de envelhecimento, há muitos casos que ficam por diagnosticar e outros tantos que chegam em fases já avanças da doença.

“O papel dos clínicos gerais é fundamental na deteção dos primeiros sinais de demência e no encaminhamento imediato para consultas da especialidade, permitindo um diagnóstico precoce”, dando à Pessoa com Demência a possibilidade de, “juntamente com os seus familiares, organizar e planear a sua vida e ser parte ativa nas decisões que respeitam ao seu futuro”.

Segundo Patrícia Charters, a pessoa com demência pode viver muitos anos com a doença pelo que quanto mais cedo se instituir uma terapêutica, melhor.

Apesar de ainda não existir cura para a doença, os fármacos disponíveis ajudam, ainda que modestamente, a aliviar os sintomas, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

“Em alternativa e/ou complementarmente à intervenção farmacológica”, “tem havido necessidade de desenvolver estratégias para melhorar a qualidade de vida das Pessoas com Demência”, acrescenta a psicóloga explicando que “a opção pelo tipo de intervenção deve ser feita em função das necessidades e preferências da Pessoa com Demência, mas também da fase de evolução da doença em que se encontra, das capacidades que mantém e dos sintomas que apresenta”.

Segundo Patrícia Charters, “as principais modalidades são as intervenções cognitivas (por exemplo o treino cognitivo, a reabilitação cognitiva e a estimulação cognitiva individual e/ou em grupo). Existem também outras intervenções orientadas para as emoções ou para o comportamento, assim como abordagens orientadas para a estimulação sensorial (como a musicoterapia) e outras orientadas para o exercício físico”.

Famílias carecem de suporte emocional, físico e funcional

É difícil afirmar o que muda no seio de uma família após um diagnóstico de Doença de Alzheimer. De acordo com Patrícia Charter tudo depende do contexto familiar. “O que pode acontecer e que será de evitar, são duas situações muito em concreto: uma, é negar o diagnóstico e continuar a vida tal como até à data e, a outra, é olhar-se para o diagnóstico como condenatório, deixando-se de envolver e estimular o familiar com demência ou de, o próprio quando ainda autónomo, procurar fazê-lo”, explica.

No entanto, seja qual for a realidade, o impacto desta doença é enorme. “A grande maioria dos cuidadores familiares de Pessoas com Demência vê-se a braços com alguém de quem tem que cuidar 24/7, muitas vezes, sem ter formação ou informação sobre as melhores estratégias para tal”, aponta quanto às dificuldades.

“Por norma, os cuidadores familiares são pessoas extremamente empenhadas, que se esgotam na procura de soluções criativas para conseguir fazer frente a todas as alterações psicológicas e comportamentais do seu familiar, bem como à perda de autonomia que se vai tornando numa dependência cada vez maior. Contudo, são igualmente estes mesmos cuidadores, outros ‘pacientes do sistema nacional de saúde’ dado que, procurando superar-se a si próprios, acabam por adoecer física e emocionalmente”, acrescenta a psicóloga.

Amor, respeito e resiliência não cura, mas ajuda a vencer tudo!

A mãe de Cristina Ventura foi diagnosticada numa fase precoce da doença, em 2011, “numa altura em que os sinais e sintomas ainda eram pouco evidentes”.

“Nessa altura, o meu maior receio era que a minha mãe desvalorizasse a doença, não seguindo a prescrição médica nem as recomendações, e que manipulasse a informação e a imagem que transmitia de si própria. Esta reação conduzia a um conjunto de riscos no seu dia-a-dia difíceis de controlar e antecipar. Infelizmente foi o que aconteceu durante anos”, recorda acrescentado que apenas sete anos depois, com o falecimento do pai e a alteração exponencial da sintomatologia e do comportamento da mãe, “foi possível dar continuidade ao tratamento e acompanhamento necessários”.

Sendo filha única, e sem qualquer apoio familiar, a sua rotina mudou drasticamente. "A organização do meu tempo passou a ser em função das necessidades da minha mãe. Tive que ganhar flexibilidade e capacidade de adaptação, em termos de tempo e espaço, para garantir o seu máximo bem-estar. Com ela não há dois dias iguais!”, acrescenta.

“Tive momentos em que duvidei da minha força, energia e capacidade para enfrentar uma realidade que não domino, mas nunca pensei em desistir! O momento mais difícil até hoje, não foi há muito tempo - foi o dia em que a minha mãe deixou de me reconhecer...”, lamenta.

Na sua opinião, esta doença constitui um desafio para qualquer família e lamenta que muitas tenham um conhecimento pouco profundo da patologia. “O caminho para sermos bem-sucedidos a apoiar as Pessoas com Demência é estarmos bem informados e capacitados. Isto só é possível com apoio especializado. A Alzheimer Portugal faz um trabalho brilhante neste campo, pois tem um conjunto de respostas eficazes - apoio psicológico individual, grupos de apoio, cadernos de estimulação cognitiva e entretenimento, workshops e formações, etc. Mas é necessário haver mais respostas sociais”, afirma.

“Este caminho não se faz sozinho. Requer aprendizagem constante, partilha de diferentes abordagens e experiências, e muito importante, cuidados de saúde físicos e mentais para garantir o bem-estar e o equilíbrio dos cuidadores/familiares”, conclui.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reconhecimento internacional
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) congratula-se pelo facto da Cardiologia de Intervenção portuguesa...

Atualmente, a EAPCI conta com a colaboração do maior número de portugueses desde a sua fundação, perfazendo um total de 14 cardiologistas de intervenção. Além de Rui Campante Teles, que ascendeu à coordenação da Comissão de Treino e Certificação, os cardiologistas de intervenção Eduardo Infante de Oliveira e João Brum Silveira, integraram pela primeira vez a Direção da Associação Europeia com responsabilidade, respetivamente, pela coordenação da Comissão de Internos em Treino e Comissão de Reuniões Científicas. A representação nacional provém de diversas áreas e centros nacionais, contando com os médicos António Fiarresga, Pedro de Araújo Gonçalves, Joana Delgado Silva, André Luz, Carlos Braga, Pedro Jerónimo de Sousa, Bruno Silva, Ângela Bento, João Brito, Pedro Carrilho e Cláudia Jorge e com o enfermeiro David Rodrigues.

Para a Direção da APIC este “é o resultado do trabalho desenvolvido ao mais alto nível Europeu nos últimos anos, da excelência dos resultados e do reconhecimento internacional da qualidade das equipas de hemodinâmicas nacionais, mas também da própria APIC, no que respeita à promoção da interligação e da troca de conhecimento e de experiências entre centros, assim como da formação contínua dos internos e dos médicos desta subespecialidade”.

Cirurgias
O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) e o Hospital das Forças Armadas (HFA) do Porto celebraram um protocolo...

De acordo com Elisabete Barbosa, Diretora do Serviço de Cirurgia Geral do CHUSJ, “este projeto pioneiro tem como objetivo rentabilizar as estruturas públicas, numa parceria pioneira. Estamos a proceder ao envio de utentes de forma faseada. Alguns já foram operados, outros têm cirurgia agendada, outros estão a fazer o pré-operatório, consultas, entre outros”.

A reserva estratégica do HFA já tinha sido acionada devido a surtos associados ao novo coronavírus mas a missão deste hospital, como descreve António Moura, Subdiretor do polo do Porto do HFA, normalmente associado à família militar e a forças policiais, levou-o a propor a hospitais vizinhos outros modos de apoio.

Em termos de procedimento, o CHUSJ avalia os doentes cuja espera por cirurgia é mais longa e orienta-os, após consentimento destes, para o HFA. As duas unidades de saúde trabalham em estreita colaboração para que a experiência dos utentes seja a melhor possível, mantendo o nível de excelência assistencial.

As cirurgias em causa pertencem a especialidades como cirurgia geral, vascular, plástica, ortopedia, otorrino, oftalmologia e urologia.

 

Opinião
Este ano, no dia 21 de setembro, assinala-se de novo o Dia Mundial da Doença de Alzheimer.

Os profissionais de saúde e prestadores de serviços sociais, ao apresentarem-se vestidos com os equipamentos de proteção individual, incluindo máscara, bata, luvas, óculos e touca, podem não ser reconhecidos pelas pessoas com doença de Alzheimer, mesmo que façam parte dos seus contactos do dia-a-dia. Podem ser encarados com medo e desconfiança, podendo precipitar quadros confusionais e de alterações comportamentais. A descaracterização que os equipamentos de proteção individual determinam, pode gerar experiências disruptivas para as pessoas com a doença de Alzheimer, a que acresce o trauma do “desaparecimento” das faces familiares que previamente garantiam segurança, confiança e tranquilidade. A comunicação com os doentes pode ser grandemente afetada pelo uso das máscaras e comprometer a satisfação das necessidades dos doentes além de aumentar o seu stress.

Por outro lado, as pessoas com doença de Alzheimer, ao percecionarem as profundas alterações económicas e sociais resultantes da pandemia e cientes da sua vulnerabilidade e carácter progressivo da doença, podem desenvolver sentimentos de medo, ansiedade e depressão. Poderá haver dificuldade na verbalização destes sentimentos e preocupações, pelo que os familiares e cuidadores deverão estar alerta e tentar tranquilizá-los, demonstrando que continuarão a ter o apoio que precisam.

Contudo, malogradamente, algumas pessoas com demência de Alzheimer poderão mesmo ser vítimas de maior solidão, devido à suspensão de serviços sociais como o encerramento dos centros de dia, a interrupção ou redução da frequência das visitas de apoio domiciliário, da menor disponibilidade dos serviços de voluntariado e menor frequência dos contactos com familiares. Estas medidas, embora visem a proteção dos doentes e a prevenção da transmissão da COVID 19, podem comprometer os cuidados básicos, como a higiene e a alimentação, e o controlo de eventuais doenças crónicas. O isolamento social e a solidão podem agravar o compromisso cognitivo resultante da doença de Alzheimer devido à menor socialização e estimulação cognitiva, pelo que alternativas deverão ser encontradas para fazer frente à deterioração cognitiva. As novas tecnologias poderão aqui desempenhar um importante papel, embora a capacidade de aprendizagem dos doentes possa também estar afetada, limitando beneficiar das novas tecnologias.

O confinamento no domicílio, ainda que seja uma das medidas mais eficaz para a prevenção da infeção COVID-19, resulta ainda no sedentarismo e suspensão de atividades lúdicas. Além, da repercussão na capacidade física e funcional, pode também contribuir para o declínio das capacidades cognitivas e executivas das pessoas com doença de Alzheimer.

As pessoas com doença de Alzheimer, em virtude da falha de memória, poderão ainda ter dificuldade em cumprir as medidas de distanciamento social, em usar corretamente a máscara e manter a higiene adequada das mãos. Consequentemente, as pessoas com doença de Alzheimer, poderão correr maior risco de contrair a COVID-19, não pela doença em si, mas pelas consequências da mesma. Os cuidadores e familiares de doentes com Doença de Alzheimer deverão ter cuidado acrescido para que se cumpram estas medidas.

Por fim, não pode ser esquecido que a doença de Alzheimer afeta não só o próprio doente, mas também os seus familiares e cuidadores, que nesta época se poderão ver mais sobrecarregados, com maior risco de burnout e depressão, merecendo também um cuidado reforçado.

Realçar os problemas que a pandemia COVID-19 impõe aos doentes com Doença de Alzheimer não deverá aumentar o estigma que envolve a doença de Alzheimer, mas sim aumentar a consciencialização para a doença e promover a implementação de estratégias que aumentem a dignidade, a qualidade de vida e o bem estar das pessoas com doença de Alzheimer. Este é um assunto que diz respeito aos doentes, aos seus familiares e cuidadores, aos profissionais de saúde e de serviços sociais.... mas não só.... este assunto diz respeito a toda a sociedade civil!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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