Ensaio Clínico
Dados positivos do ensaio principal para o uso experimental em primeira linha do inibidor de PD-1 Cemiplimab no cancro do...

O estudo comparou Cemiplimab em monoterapia à quimioterapia com dupleto de platina em doentes cujas células tumorais expressavam PD-L1, incluindo aqueles cujos tumores tinham expressão confirmada de PD-L1 ≥50%. Estes resultados formam a base das submissões regulamentares, incluindo nos EUA e na União Europeia.

“Nas novas análises apresentadas no congresso da ESMO, Cemiplimab reduziu o risco de morte em 43% em doentes cujo tumor tinha expressão confirmada de PD-L1 de 50% ou mais. Isso é notável, dado que quase três quartos dos doentes deixaram a quimioterapia após a progressão da doença e 12% dos doentes tinham metástases cerebrais pré-tratadas e estáveis”, afirma Ahmet Sezer, MD, professor associado do Departamento de Oncologia Médica da Universidade Başkent em Adana, Turquia e investigador do estudo clínico. “Esses resultados apoiam o Cemiplimab como uma nova opção potencial de primeira linha para monoterapia anti-PD-1 em cancro avançado do pulmão de não pequenas células.”

O estudo também encontrou uma correlação direta entre a resposta do tumor e o nível de expressão de PD-L1 em doentes tratados com Cemiplimab. A ORR foi mais elevada (46%; intervalo: 36-56%) em tumores com expressão de PD-L1 ≥90%, com tumores alvo diminuindo em mais de 40% após 6 meses de tratamento em média (pelo último método de observação realizado). Esta correlação com o nível de expressão de PD-L1 não foi observada com a quimioterapia.

Na população envolvida no estudo, a duração média da exposição ao Cemiplimab foi de 27 semanas (intervalo: <1-115 semanas) e 18 semanas para a quimioterapia (intervalo: <1-87 semanas). Os eventos adversos (AEs) gerais ocorreram em 88% dos doentes tratados com Cemiplimab e em 94% dos doentes tratados com quimioterapia. AEs de grau 3 ou superior ocorreram em 37% dos doentes tratados com Cemiplimab e 49% dos doentes tratados com quimioterapia. AEs imunomediados foram relatados em 17% dos doentes tratados com Cemiplimab e incluíram hipotiroidismo (6%), hipertiroidismo (4%), pneumonite (2%), hepatite (2%), reação adversa cutânea (2%), artrite, aumento da hormona estimuladora da tiroide no sangue, tiroidite, colite, nefrite e neuropatia periférica (cada 1%). A descontinuação do tratamento devido a um AE ocorreu em 6% dos doentes com Cemiplimab e em 4% dos doentes com quimioterapia. Nenhum novo sinal de segurança relacionado com Cemiplimab foi observado.

 

Campanha nas farmácias
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, apresentou, hoje, na conferência de imprensa de atualização...

No dia em que começa a primeira fase de vacinação contra a gripe, pela primeira vez em setembro para minimizar a circulação simultânea do vírus da gripe sazonal e do SARS-CoV-2, o governante destacou esta campanha, que une as ordens dos Enfermeiros, Farmacêuticos e Médicos ao Ministério da Saúde, em “prol do sucesso desta campanha vacinal”, agradecendo aos três bastonários pelo empenho demonstrado. 

Com o mote «Vacine-se por si, vacine-se por todos», esta campanha tem como objetivo chegar de “forma muito particular aos profissionais de saúde, cuja necessidade de proteção é este ano ainda mais necessária, mas também aos idosos, às grávidas aos doentes crónicos e a todos os que devem ser protegidos na primeira e na segunda fase da vacinação”, que começa a 19 de outubro.

António Lacerda Sales destacou, ainda, que “além da vacinação nos centros de saúde este ano, cerca de 10% das vacinas reservadas à população com mais de 65 anos poderão ser administradas em 2.000 farmácias de todo o país graças também a um esforço e empenho” da Associação Nacional de Farmácias e da Associação de Farmácias de Portugal, “em regime de complementaridade ao Serviço Nacional de Saúde”.

Esta primeira fase da campanha de vacinação é constituída por 335 mil doses de vacinas, que se destinam aos profissionais de saúde que prestam serviços ao público, grávidas e idosos residentes em lares.

O Secretário de Estado lembrou que Portugal vai ter dois milhões de vacinas, que chegarão em tranches, e que “as pessoas não serão vacinadas todas de uma vez, é um processo organizativo dos cuidados de saúde primários que decorrerá com serenidade até ao final do ano”.

 

 

Dia Mundial do Coração
No âmbito do Dia Mundial do Coração, que se assinala a 29 de setembro, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) reforça, uma...

A nível mundial, calcula-se que a doença cardiovascular seja responsável por cerca de 20 milhões de mortes todos os anos. Só a doença cardíaca isquémica provocou 8,92 milhões de mortos em 2015, o que faz dela líder das causas de morte no mundo.

 Em Portugal, segundo um estudo recente (custo e carga da aterosclerose), onde foram analisados dados de mais de 320.000 doentes, mais de 15123 doentes faleceram em 2016 por doença cardiovascular (7592 por AVC e 6887 por enfarte).

O universo de doentes afetados pela aterosclerose atinge os 740.000 adultos. A doença representa 50 % das mortes por doenças do aparelho circulatório e é uma causa importante de anos de vida perdidos. “Contas feitas, são quase 261 mil anos de vida perdidos, ou seja, o equivalente a 10 dias por ano por adulto. Além disso, os custos associados à doença são tremendos com impacto no produto interno bruto (1% do PIB), representando mais de 10% das despesas de saúde em Portugal”, alerta o Presidente da SPC, Victor Gil.

Victor Gil reforça a importância de adotar hábitos de vida saudáveis – para ganhar anos de vida, o que ficou provado num estudo publicado em 2018 onde foram analisados dados de mais de 120.000 registos da população dos EUA, em que a adesão a cinco fatores relacionados com um estilo de vida associado a baixo risco, prolonga a esperança média de vida aos 50 anos em 14  e 12,2 anos adicionais respetivamente para mulheres e homens. “Estes hábitos fundamentais a que nos referimos passam por nunca fumar, manter um peso e dieta saudáveis, consumo moderado de álcool e praticar atividade física de forma regular”, acrescenta.

“Em todas as fases, em todas as idades, com ou sem fatores de risco, com ou sem doença cardiovascular ativa ou prévia, um estilo de vida saudável é a pedra fundadora de qualquer atitude preventiva e de qualquer tratamento, com eficácia demonstrada em todas as fases”, reforça Victor Gil, presidente da SPC.

Em 2020, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia decidiu ir mais longe e desafia toda a população a adotar estilos e hábitos de vida saudáveis.

Este ano, o tema do Dia Mundial do Coração, será a “Boa Onda” cardiovascular com celebrações que vão decorrer em Peniche, conhecida como a “capital da onda”, contando com o apoio da Câmara Municipal de Peniche, que de imediato aceitou associar-se a esta iniciativa e permitiu montar um programa que poderá ser acompanhado através do Facebook da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e da Câmara Municipal de Peniche.

 

GS1 promove iniciativa em formato digital
Identificação de dispositivos médicos, combate à falsificação de medicamentos e codificação de unidades logísticas no sector da...

Para além deste tema, a que será dado particular destaque, esta reunião organizada pela GS1 Portugal e que reúne um grupo restrito de profissionais e decisores do setor da saúde vai incidir também sobre as parafarmácias do retalho. Neste âmbito, será abordado o projeto de transferência eletrónica de dados nesses pontos de venda, com base no Projeto Europeu da Associação Europeia para a Distribuição de Produtos de Saúde (GIRP-Groupement International de la Répartition Pharmaceutique); serão apresentadas as novas funcionalidades de sincronização de dados para parafarmácias da plataforma SyncPT; e será exposto o potencial de eficiência logística inerente à adoção da etiqueta GS1-128 neste canal de distribuição.

De modo mais amplo, no que se refere ao restante setor, esta reunião permitirá ainda um ponto de situação sobre o estudo, liderado pela GS1 Portugal, sobre  qualidade dos códigos Datamatrix em medicamentos, de inserção obrigatória, ao abrigo da Diretiva dos Medicamentos Falsificados (2011/62/EU); sobre as novas datas de ativação dos vários módulos da plataforma EUDAMED, a plataforma desenvolvida pela Comissão Europeia com vista à implementação do Regulamento (EU) 2017/745 sobre dispositivos médicos e o Regulamento   (EU) 2017/746 sobre dispositivos médicos de diagnóstico in vitro. Serão ainda revistos os requisitos da FDA (Food and Drugs Administration), a autoridade do medicamento dos Estados Unidos, no que se refere à obrigatoriedade de inclusão de identificadores únicos universais (UDI – Unique Device Identifiers) na rotulagem dos dispositivos e à necessidade de submissão dessa informação na plataforma disponível para o efeito, a GUDID – Global Unique Device Identification Database.

Com o intuito de debater e analisar os desafios e oportunidades com que o setor se depara na atualidade, este encontro contará também com a apresentação de projetos e iniciativas de caráter mais amplo. Exemplo disso é a iniciativa Lean & Green, um projeto de certificação representado e liderado pela GS1 Portugal no nosso país e que visa reconhecer os esforços de redução de emissões de CO2 inerentes a operações logísticas. Outro exemplo é a campanha Fight the Fakes, uma iniciativa a que a GS1 aderiu e com base na qual se associa às comemorações do 75.º aniversário das Nações Unidas, promovendo a sensibilização para a importância da prevenção e fiscalização da falsificação de medicamentos.

 

Saúde visual
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) vem alerta para a divulgação na comunicação social de estudos...

De acordo com a APLO, um exemplo aparente ou eventual deste tipo de atuação é o que foi protagonizado recentemente pelo Consumer Guidance – Institute Portugal LDA, cujo objeto social visa o fim lucrativo e o financiamento “(...) exclusivamente através da venda dos resultados dos nossos estudos, bem como através do licenciamento dos nossos testes e selos de qualidade.”

Deste modo, esta associação de profissionais “defende a sã concorrência no mercado, mas exige o rigor científico na análise de todo e qualquer estudo que analise a atividade e prática profissional de um optometrista licenciado e associado desta associação. Assim, em consequência, e nada tendo contra a existência de estudos científicos de rigor comprovado – bem pelo contrário – defendemos que os mesmos, em concreto, os acima aludidos, sejam necessariamente efetuados por profissionais com a formação, capacidade ou competência para o efeito. Apenas desta forma estará assegurado o rigor científico que se exige e a transparência com que o mercado se deve reger”.

Em comunicado, a APLO faz saber que “condena transversalmente e de forma genérica, as práticas publicitárias motivadas apenas pelo lucro e a prática de concorrência desleal que possa distorcer o mercado, ou que procuram condicionar a população no seu livre e legítimo direito à escolha de um optometrista licenciado, e que possam, em tese, colocar em causa a saúde pública – que é o nosso desiderato maior - e o direito à informação credível, fundamentada e transparente”.

Na sua opinião, os utentes podem e devem obter aconselhamento e recorrer aos organismos e instituições credíveis na área da saúde visual e, da optometria em particular, tal como a APLO, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ou a Direção-Geral da Saúde (DGS), “em detrimento de fontes ou estudos de duvidosa credibilidade, mérito ou reconhecimento científicos, e que apenas visem a mera publicidade ou engrandecimento de determinados players do mercado”.

Start-up portuguesa
Rastrear doentes com cancro do fígado e a sua elegibilidade para tratamento curativo por transplante hepático é a proposta de...

A solução apresentada pela startup portuguesa materializa-se num dispositivo médico (IVD – in vitro diagnostics) que permite avaliar com uma taxa de sucesso superior às abordagens atualmente existentes, o nível de sucesso de um transplante hepático em pacientes com cancro do fígado. A solução desenvolvida pela Ophiomics, que integra biomarcadores genómicos e um algoritmo de decisão desenvolvido de raiz com base em machine learning, pretende assim apoiar a comunidade médica na indicação de pacientes para transplante e identificação dos que poderão beneficiar de terapêuticas alternativas. Com os 17.000€ arrecadados na semifinal, 10.000€ dos quais em numerário e os restantes em serviços de consultoria, a Ophiomics tem agora como meta consolidar a ideia de negócio e robustecer o protótipo que levará à final internacional.

A Ophiomics é uma startup portuguesa de base tecnológica que foi criada em 2015, por José Leal, Joana Cardoso Vaz e o Grupo Germano de Sousa, com o objetivo de desenvolver e disponibilizar soluções de oncologia de precisão. Em 2019, com base em investigação interna da empresa, reposicionam a Ophiomics com um novo modelo de negócio centrado no HepatoPredict, em que Joana Vaz e Jose Leal apostam num mercado global.

Para José Leal, CEO da Ophiomics, “É muito gratificante vermos reconhecida a proposta de valor do HepatoPredict e os anos de esforço e trabalho que dedicámos ao seu desenvolvimento. Acreditamos que a solução fará a diferença e contribuirá, de forma expressiva, para apoiar a comunidade médica na tomada de decisão, para consolidar terapêuticas personalizadas e sobretudo para salvar vidas”. E acrescenta ainda “Temos como objetivo ter o HepatoPredict pronto para entrada no mercado até ao final de 2021 e, neste âmbito, o apoio conquistado com este prémio será fundamental para robustecermos o protótipo e a ideia de negócio em torno do mesmo.”

À semifinal local chegaram os projetos de 13 startups portuguesas nas categorias de “Novos modelos de negócios na economia digital”, “Tecnologias setoriais” e “Biotecnologia e Saúde” (consulte a lista detalhada em baixo), naquela que foi a edição com mais candidaturas, 117 no total. Os projetos foram avaliados por um júri composto por académicos, empreendedores e empresários de reconhecido mérito e competência2, em linha com o que se seguirá na final internacional. 

Os critérios mais valorizados no processo de avaliação foram o nível de inovação, o modelo de negócio apresentado pelos candidatos e a solução final do projeto.

De acordo com António Brandão de Vasconcelos, Chairman da everis em Portugal e trustee da Fundação everis, “A qualidade das soluções apresentadas na 19ª edição dos prémios everis awards mostra-nos, uma vez mais, que temos muitos e bons talentos, investigadores motivados e empenhados em empreender com os resultados da sua investigação. E revela também que há cada vez mais empreendedores apostados em aplicar e elevar o potencial da tecnologia a favor do desenvolvimento e qualidade do setor da saúde, e isso só pode ser visto com muita satisfação e orgulho, em particular no atual contexto que vivemos.”

Este ano, a final internacional vai realizar-se num formato inteiramente virtual, dadas as condicionantes impostas pela pandemia Covid-19. Em 19 anos de história em que a iniciativa se realiza, destacam-se dois primeiros lugares e duas menções honrosas para startups portuguesas nos últimos cinco anos.

Os prémios everis awards vêm, desta forma, reforçar a crença da Fundação everis de que a inovação e o empreendedorismo terão um impacto inquestionável na forma como irão ajudar as sociedades e o planeta a ultrapassar os desafios impostos por uma crise sem precedentes, como a pandemia Covid-19. A iniciativa espelha, ainda, a aposta da Fundação everis na promoção da inovação e do empreendedorismo nacionais, através do desenvolvimento de soluções de negócio inovadoras de base tecnológica.

Doenças da retina
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem pelo menos 2.2 biliões de pessoas cegas parcia

A retina consiste em uma camada fina de células que reveste a parte interna do olho, e tem como função transformar o estímulo luminoso em neurológico. Este estímulo é conduzido ao nervo ótico que irá levar as informações até ao cérebro para serem processadas, permitindo-nos ver.

Algumas das causas destas doenças da retina residem na falta de controlo dos níveis de glicemia no sangue, na idade, na predisposição genética, no tabaco e até na exposição excessiva à luz solar.

É importante estar atento a todos os sinais de modo a detetar atempadamente alterações oculares. O diagnóstico precoce de doenças da retina pode ser fundamental, ainda que, apesar da retina não poder ser transplantada, existem algumas doenças que podem ser tratadas ou mesmo evitadas. Alguns dos sintomas passam pela distorção da imagem, visualização de pontos flutuantes, diminuição da visão ou mesmo perda, quer da central, quer da periférica.

Com a finalidade de evitar e prevenir este flagelo é crucial consultar regularmente um Optometrista para fazer rastreios oculares; ter uma alimentação saudável; praticar atividade física; não fumar; usar óculos de sol; controlar os níveis de açúcar no sangue, a tensão arterial e o colesterol.

Caso detete algum dos sintomas de doenças da retina deve marcar uma consulta com um Optometrista, para um diagnóstico e terapêutica adequados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde o Optometrista é um profissional central nos cuidados para a saúde da visão.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Fundação Portuguesa de Cardiologia
48% dos doentes cardíacos portugueses revelam ter mais receio da pandemia do que de um agravamento do seu estado clínico, uma...

“Este estudo vem provar o que já sabíamos, ou seja, que a pandemia teve e continua a ter um impacto real no acompanhamento clínico dos doentes cardíacos. Verificámos que quase metade dos doentes têm mais medo do vírus SARS-CoV-2 do que de um descontrolo da sua doença cardíaca e esta atitude é preocupante, uma vez que pode levar os doentes a não priorizarem a sua doença crónica, com evidentes perigos para a sua saúde. Numa altura em que o número de novos casos diários de Covid-19 continua elevado, é preciso reforçar junto dos doentes cardíacos que a sua doença deve ser prioritária e devem, por isso, continuar a realizar todos os atos médicos agendados e a recorrer aos cuidados de saúde sempre que necessário”, sublinha Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

O mesmo inquérito mostrou ainda que um terço dos doentes que sentiram um agravamento da sua doença não recorreram a cuidados de saúde, com metade destes a referirem especificamente o receio da pandemia, e 18% não realizaram um ato médico que tinham marcado devido a cancelamento ou adiamento ou por receio da pandemia.

Com este estudo, a Fundação Portuguesa de Cardiologia pretendia avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 nos doentes cardíacos crónicos, avaliando as limitações no acesso aos cuidados de saúde, os motivos que levaram os doentes a não recorrer aos hospitais e centros de saúde, o impacto da pandemia nas rotinas e comportamentos e a recetividade em relação a uma vacina contra a Covid-19 e à adoção de consultas por telemedicina.

O estudo “Doentes cardíacos crónicos e a Covid-19” foi realizado pela GfK Metris e teve como base uma amostra de 1000 indivíduos com doença cardíaca, crónica, com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal Continental. Os resultados deste inquérito vão ser apresentados pela Fundação Portuguesa de Cardiologia durante um webinar, no dia 29 de setembro, pelas 21h, que assinala o Dia Mundial do Coração.

Este ano, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Coração, a Fundação Portuguesa de Cardiologia promoveu ainda, pela primeira vez, a Quinzena do Coração com a partilha, ao longo de 15 dias, de um conjunto de vídeos para sensibilizar toda a população para diversas temáticas associadas à prevenção cardiovascular.

Redução da mortalidade e morbilidade
As vacinas são responsáveis pela redução da mortalidade e pelo aumento da esperança de vida.

O tema vacinas começa a dar os seus primeiros passos no sec. XVIII.

Em 1798, Edward Jenner foi reconhecido pela comunidade científica como tendo descoberto a vacina para a varíola. Já em 1885 é descoberta a vacina para a raiva por Louis Pasteur. E começa a caminhada de descoberta de várias vacinas.

As vacinas têm por objetivo dar proteção contra determinada doença através da estimulação de uma resposta imunológica desencadeada pelo corpo que a recebe, criando uma memória imunológica. As vacinas são preparadas de vírus ou bactérias, em fragmentos ou inteiros, mortos, atenuados ou inativados. Após a vacina estar a conferir imunidade, mesmo que o nosso corpo entre em contacto com a doença, não desenvolve a doença e está protegido. Podemos dizer que as vacinas são um conjunto de antigénios que confere prevenção individual e em grupo sobre determinada doença.

A história das vacinas é, de facto, uma história de sucesso.

A introdução de um esquema vacinal na idade pediátrica fez reduzir a mortalidade infantil, visto que muitas crianças morriam com doenças infeciosas.

Quando se consegue vacinar em massa assiste-se a uma redução da mortalidade e morbilidade sobre determinada doença. E nos focos não vacinados não assistimos a uma gravidade tão intensa da doença.

Um excelente exemplo da eficácia da vacinação foi a varíola, em que a sua erradicação foi confirmada pela OMS a 8 de maio de 1980.

Outro excelente exemplo foi a notificação do último caso de poliomielite na Europa em 1998.

Mas se olharmos para o nosso país, quando atingimos uma taxa de cobertura vacinal superior a 90% temos a capacidade de eliminar algumas doenças como a difteria, o sarampo, a poliomielite, o tétano neonatal e ainda reduzir a incidência de rubéola congénita, a parotidite endêmica, tosse convulsa,

O Plano Nacional de Vacinação foi implementado em 1965

O Plano Nacional de Vacinação (PNV) é gratuito, acessível a todas as pessoas e é composto por um conjunto de vacinas que são eficazes e seguras, com benefícios evidentes para a população global, para o próprio e para a saúde publica. Pretende-se que a vacinação seja assim o mais abrangente possível, porque só conseguimos modificar o curso de uma doença quando adquirimos uma imunidade de grupo, logo quase toda a população tem que estar vacinada. Os esquemas de vacinação estão também adequados à faixa etária.

Existe uma Comissão Técnica de Vacinação (CTV) que está atenta à evolução das doenças e suas modificações, a sua distribuição no nosso país, as características da população, a disponibilidade das vacinas existentes, a descoberta de novas vacinas para outras doenças, a identificação de esquemas em que as vacinas se possam conjugar numa inoculação conjunta. Essa CTV propõe mudanças adequadas do PNV, para que o mesmo seja atualizado, com maior eficácia e maior aplicabilidade.

A atualização do PNV é da responsabilidade da DGS.

SARS –CoV-2: travar o vírus com vacina eficaz

Atualmente vivemos uma pandemia a nível mundial onde percebemos a incapacidade que temos em travar o vírus SARS –CoV-2.

Diariamente assistimos a um número crescente de pessoas infetadas e também um elevado número de mortalidade. A acrescer a este problema sabemos que existe um grande número de infetados que são assintomáticos, o que significa que estão a transmitir o vírus de forma silenciosa, mas que podem causar doença grave noutras pessoas.

Assim, todos esperamos uma vacina como única solução de resposta a esta pandemia.

A aceitação de uma vacina é potenciada pela informação obtida pelo público e fornecida pelos profissionais de saúde e pelas campanhas implementadas. Diariamente os meios de informação ajudam a aumentarmos expectativas nesta procura incessante pela vacina para a doença Covid.

Normalmente uma vacina para ser produzida passa por um longo percurso de avaliação, que se inicia primariamente no laboratório e posteriormente em animais. Ao passar esta primeira etapa começam os ensaios em humanos, que se dividem em 3 etapas: I, II e III. Estas 3 fases decorrem durante vários anos e distinguem-se pelo número de pessoas abrangidas, que vai aumentado sucessivamente e pressupõem que temos sempre validada a fase anterior o que permite avançar para a fase seguinte. Num último estádio, a vacina é aplicada na comunidade e ainda assim os testes de segurança e vigilância continuam.

De uma forma global podemos generalizar que as vacinas que se encontram comercializadas e no PNV têm segurança comprovada bem como eficácia garantidas.

Neste momento assistimos a um acelerar temporal de ensaios clínicos referentes à vacina Covid, visto a intenção ser parar esta pandemia. No entanto, não podemos esquecer a segurança! Existem esforços gigantescos e uma comunidade científica a trabalhar num esforço comum.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Redução do risco de complicações após transplante
No âmbito da celebração do mês dos cancros do sangue, em setembro, foi recentemente divulgada a conclusão de um ensaio clínico...

As pessoas com doenças hemato-oncológicas, comumente conhecidas como cancros do sangue, fazem frequentemente transplantes de células estaminais, para substituir as células da medula óssea danificadas pela quimioterapia ou radioterapia. Estes transplantes podem ser feitos com células da medula óssea, com células estaminais presentes no sangue periférico mobilizado ou com células estaminais do cordão umbilical.

No entanto, os transplantes de medula óssea acarretam um risco elevado para os doentes relacionado com a possível incompatibilidade e rejeição do organismo. Com os transplantes de sangue do cordão umbilical esta rejeição não é tão comum, por isso torna este tratamento mais seguro e vantajoso.

Uma vez que o sangue do cordão umbilical está limitado ao número de células colhidas no momento do parto, a investigação nesta área tem suscitado muito interesse por parte da comunidade científica, especialmente no âmbito da transplantação hematopoiética e da expansão do número de células estaminais colhidas no sangue do cordão umbilical no momento do parto. Os resultados obtidos num ensaio clínico de fase III, acabam de dar mais um passo em direção à expansão das células estaminais hematopoiéticas do sangue do cordão umbilical.

 A empresa Gamida Cell, biotecnológica sedeada nos E.U.A, anunciou as conclusões do ensaio clínico de fase III de transplante de células estaminais expandidas a partir do sangue do cordão umbilical, em pessoas com doenças hemato-oncológicas, como leucemias e linfomas.

O ensaio clínico envolveu 50 centros de transplantação, pelo mundo inteiro, e permitiu concluir que o tempo de recuperação de neutrófilos (células do sistema imunitário) foi reduzido para 12 dias após o transplante, em vez de 22 dias do grupo de controlo, que receberam o transplante de células estaminais do cordão umbilical standard.

Os resultados permitem concluir que a utilização de células estaminais hematopoiéticas expandidas do sangue do cordão umbilical, para o transplante destes doentes, favorece a redução de complicações, como o risco de infeções e, consequentemente reduzem o período de hospitalização.

Em Portugal, a BebéVida desenvolveu um projeto de investigação nesta área com o Instituto de Medicina Molecular (IMM), da Faculdade de Medicina de Lisboa, e a empresa Stemcell2MAX, para testar uma nova molécula de expansão de células estaminais hematopoiéticas.  Neste projeto foram testadas algumas amostras de sangue do cordão umbilical e conseguiu verificar-se uma expansão em alguns casos de até 100 vezes o número de células contidas numa amostra de sangue do cordão umbilical. 

“Os testes que realizámos permitiram provar a capacidade da molécula na expansão das células estaminais hematopoiéticas in vitro, agora o próximo passo é fazer os mesmos testes in vivo e verificar se as células expandidas têm o mesmo comportamento das células originais. Esta avaliação permitirá uma redução do tempo de recuperação de neutrófilos e plaquetas, o que irá encurtar o tempo de recuperação hematológica, minimizando por consequência os riscos associados a um transplante. Este é o desafio que temos em mãos nesta área para o futuro” – afirma João Sousa, Diretor de Qualidade da BebéVida.

Estes resultados sustentam a decisão que muitos pais tomam de criopreservar as amostras de sangue do cordão umbilical em Bancos de Sangue do Cordão Umbilical, alargando o potencial terapêutico destas células.

Webinar
A reorganização dos hospitais e centros de saúde, o adiamento de exames, consultas e cirurgias programadas, a resposta a outros...

Esta sessão conta com a participação do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, Ana Paiva Nunes, coordenadora da Unidade Cerebrovascular do Hospital de São José, Bruno Santiago, coordenador da campanha “Olhe pelas suas costas” e neurocirurgião no Hospital da Luz Lisboa, Miguel Coelho, neurologista do Hospital de Santa Maria e Rui Teles, cardiologista de intervenção no Hospital de Santa Cruz.

A pandemia da COVID-19 obrigou a uma reprogramação de agendas, salvaguardando os casos prioritários ou urgentes. Em maio de 2020, 242 mil dos doentes já estavam inscritos na lista de espera para cirurgias e para 43% o tempo máximo de resposta garantido já tinha sido ultrapassado. No total, os hospitais tinham realizado menos 902 mil consultas e menos 85.000 cirurgias relativamente ao período homólogo. 

Luís Lopes Pereira, diretor-geral da empresa de dispositivos médicos Medtronic, esclarece a importância desta iniciativa e o seu propósito: “a resposta dos hospitais aos casos de doentes não COVID-19 tornou cada vez mais evidente as necessidades não satisfeitas na área da saúde. Nesta fase, temos de avaliar o compromisso de resposta para os doentes não COVID-19 para minimizar o impacto que a pandemia tem provocado e que continuará a provocar no futuro. Todos os doentes são importantes e devem receber os cuidados de saúde que necessitam. No entanto, há patologias nas quais o adiamento do tratamento, nomeadamente o cirúrgico, podem ter consequências bastante graves para quem delas sofre”.

Com o objetivo de analisar as principais áreas em que faltam respostas, qual o papel que se pode assumir, qual é a educação que está a ser feita junto dos doentes e a segurança nos locais de saúde nos centros hospitalares, este espaço de discussão vai abordar quatro áreas específicas: patologias da coluna, doenças do movimento, acidente vascular cerebral e doenças cardiovasculares.

 

Estudo CAPTURE
Entre outras conclusões, o estudo CAPTURE, vem mostrar que apenas 2 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 e doença...

O estudo, o primeiro deste género e que envolveu cerca de 10.000 participantes de 13 países em cinco continentes, mostrou que 1 em cada 3 pessoas com diabetes tipo 2 tem doença cardiovascular estabelecida, das quais 9 em cada 10 com doença cardiovascular aterosclerótica. A doença cardiovascular aterosclerótica é causada pela acumulação de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, estreitando os vasos e diminuindo o fluxo sanguíneo, o que pode potencialmente levar a episódios como um enfarte do miocárdio ou um acidente vascular cerebral. O estudo CAPTURE destacou ainda que apenas 2 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular aterosclerótica estão a receber tratamento para a redução da glicose com benefícios cardiovasculares comprovados.

 “As conclusões do estudo CAPTURE são significativas para qualquer pessoa que esteja envolvida no cuidado de pessoas com diabetes tipo 2. Os dados revelam que, embora a prevalência da doença cardiovascular aterosclerótica na população com diabetes tipo 2 seja elevada, a grande maioria não está a receber tratamentos que comprovadamente reduzem o risco de episódios cardiovasculares potencialmente graves”, afirma o investigador Dr. Ofri Mosenzon consultor da Novo Nordisk e da Unidade de Diabetes no Centro Médico Hadassah em Israel. “É crítico que priorizemos as doenças cardiovasculares como fatores-chave na gestão da diabetes tipo 2”.

As pessoas com diabetes tipo 2 precisam de estar mais conscientes dos seus fatores de risco e os médicos precisam de ser ativos a rastreá-los. Hoje em dia, é possível controlar este risco por meio de tratamentos com benefícios cardiovasculares comprovados, conforme recomendado em várias diretrizes de tratamento”.

Pela primeira vez, foram recolhidas informações sobre as doenças cardiovasculares na diabetes tipo 2 em contexto de cuidados de saúde primários e hospitalares, o que também demonstra que uma parte significativa das pessoas com diabetes tipo 2 está a ser acompanhada na medicina geral e familiar em conjunto com especialistas em diabetes.

"A doença cardiovascular é a principal causa de incapacidade e morte entre pessoas com diabetes tipo 2. Até há pouco tempo, a ligação entre a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares não era totalmente valorizada à escala global", diz Stephen Gough, diretor médico na Novo Nordisk. "Através do nosso investimento contínuo, incluindo o estudo CAPTURE, a Novo Nordisk espera que, com uma maior compreensão da doença e da sua gestão, os profissionais de saúde adquiram mais conhecimento sobre a forma mais adequada de controlar esta doença e melhorar os resultados dos doentes."

Para mais informações sobre o estudo CAPTURE, visite: https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/9143/presentation/485 

https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/9143/presentation/664 

https://www.epresspack.net/novonordiskEASD2020/CAPTURE

Desenvolvimento e Inovação
A Associação Portuguesa de Bioindústria (P-BIO) acaba de lançar o BioMentors Club, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento...

O BioMentors Club dirige-se a todos os projetos ou start-ups nacionais no setor das Ciências da Vida e Biotecnologia, sobretudo nas áreas de Biomedicina, Medtech, Biofarma, saúde digital, biologia sintética, biotecnologia agrícola, marinha e industrial.

Os principais objetivos do BioMentors Club passam por fomentar a criação e o crescimento de empresas que atuam nas áreas de Ciências da Vida e Biotecnologia no ecossistema empresarial em Portugal; atrair investimento para o setor; contribuir para uma maior notoriedade e impacto do setor, tanto a nível nacional como internacional.

“A área das Ciências da Vida e Biotecnologia está em franco crescimento em Portugal e um dos objetivos da P-BIO é fazer com que evolua ainda mais no futuro. Através do intercâmbio de conhecimento e da promoção de um maior networking, acreditamos que este clube de mentores poderá ser uma importante mais-valia para impulsionar alguns projetos nacionais”, afirma Simão Soares, Presidente da P-BIO.

O programa do BioMentors Club está assente num plano de mentoria que é desenhado à medida de cada projeto e pode durar até 18 meses. Os mentores estão a ser selecionados entre os melhores especialistas em Portugal em Ciências da Vida e Biotecnologia, e são escolhidos tendo em conta a sua área de especialização, experiência profissional e competências como conselheiros. Nuno Arantes-Oliveira, Isabel Rocha e Simão Soares fazem já parte do grupo de mentores especialistas.

A inscrição pode ser feita aqui.

 

Airbus A340 com destino a Beirute
Um avião Airbus A340 da Hi Fly aterrou, na passada sexta-feira, no Aeroporto de Beirute, Líbano, chegado do Aeroporto de Lisboa...

Este voo enquadra-se no apoio que a Fundação Mirpuri e a companhia aérea Hi Fly estão a dar à iniciativa “Ajudar Beirute”, criada pela médica portuguesa Andreia Castro, após a sua viagem para o Líbano, onde encontrou uma importante área da capital destruída, com inúmeras necessidades.

Entendendo essa necessidade urgente, a Fundação Mirpuri desde logo decidiu contribuir com o fornecimento de 1800 doses individuais de medicamentos e material hospitalar, essencial para que as entidades no terreno pudessem continuar a apoiar a população devastada.

Contudo, a falta de meios para ajudar todas as pessoas, levou a Fundação a estender a sua ajuda a esta iniciativa e decidir transportar até Beirute as 3 toneladas de carga reunida pela iniciativa “Ajudar Beirute”, através da companhia aérea Hi Fly.

A Hi Fly neste voo em particular, como já o fez noutras situações de voos humanitários, prescindiu da sua margem de comercialização e a Fundação Mirpuri fez ainda um donativo adicional de 100.000 euros para viabilizar esta operação.

“Na sequência da catástrofe ocorrida a 4 de agosto, o território de Beirute e os libaneses têm vivido momentos dramáticos, sendo a ajuda internacional essencial. A Fundação Mirpuri, enquanto organização filantrópica não podia deixar de assumir o seu compromisso na ajuda humanitária a este povo, e contribui assim com o envio de ajuda de emergência e humanitária para Beirute, através da Hi Fly”, explica Paulo Mirpuri, Presidente da Fundação Mirpuri e da companhia aérea Hi Fly.

Para Andreia Castro, “Esta iniciativa, que nasceu de uma ação voluntária individual e sem qualquer apoio institucional e se dinamizou unicamente graças às redes sociais (IG @me_across_the_world) estendeu-se por todo o país e tomou proporções inimagináveis, com centenas de pessoas e organizações a quererem manifestar o seu apoio e a contribuírem com o seu tempo e/ou donativos. A Fundação Mirpuri estendeu a mão no momento certo, transformando um envio que se previa durar 3 semanas até chegar ao destino, numa ação de apenas um dia, o que, considerando a urgência no material em causa, faz toda a diferença".

Universidade do Minho
A Escola de Medicina da Universidade do Minho, em colaboração com o seu Centro de Medicina Digital P5, desenvolveu uma...

Desenhada e desenvolvida por uma equipa liderada por Pedro Morgado, investigador e docente da Escola de Medicina, a webapp é uma ferramenta de autoavaliação e automonitorização da saúde mental, mas também de gestão emocional. A plataforma gratuita ajuda a identificar situações que possam beneficiar de encaminhamento para os cuidados de saúde ou aconselhar a marcação de uma consulta. Esta abordagem está em linha com as boas práticas internacionais no domínio da saúde mental.

A webapp está disponível em saudemental.p5.pt

Esta ferramenta, única em Portugal, foi construída pela Escola de Medicina e pelo seu centro de investigação, ICVS, em parceria com o P5. No futuro, está prevista a integração de módulos do projeto Eutimia e da Sociedade Portuguesa de Estudos e Intervenção no Luto, parceiros da iniciativa.

“Esta ferramenta permite que cada pessoa possa avaliar e monitorizar os seus sintomas ansiosos e depressivos, recebendo informação acerca do seu estado. Cada pessoa tem também acesso a ferramentas de gestão emocional, melhoria do sono e adoção de estilos de vida saudáveis”, explica Pedro Morgado.

A informação acerca das estratégias propostas foi selecionada por uma equipa de psiquiatras, psicólogos e investigadores da área das neurociências de acordo com a melhor evidência científica.

Com este projeto, pretende-se aumentar a literacia em saúde mental, em simultâneo com a automonitorização de sintomas e a capacitação da população na autogestão da saúde mental. Em simultâneo, promove-se a consciencialização para a necessidade de recurso aos serviços de saúde e a profissionais qualificados sempre que se verifiquem situações de maior gravidade dos sintomas reportados.

O Centro de Medicina Digital P5 tem-se destacado na criação de soluções digitais, com consultas de telemedicina e opções virtuais de apoio à COVID-19. Também no apoio psicológico e psiquiátrico durante a pandemia, o P5 sobressaiu-se com a criação de um serviço de apoio a Profissionais de Saúde (Cuidar de Quem Cuida), bem como de uma linha de apoio psicológico à comunidade académica e à população dos municípios de Braga e Guimarães.

Nova unidade hospitalar
Resultado de um investimento superior a 170 milhões de euros, abre hoje, o novo Hospital CUF Tejo, em Lisboa. Com um avançado...

O Hospital CUF Tejo - que substitui o Hospital CUF Infante Santo, o mais antigo hospital privado do país - alia a experiência e competência de 75 anos das equipas clínicas da CUF a uma inovação permanente na forma de cuidar das pessoas.  

Para garantir uma resposta personalizada, integrada e completa, conta com a dedicação de mais de 1700 profissionais de referência que atuam de forma multidisciplinar e apoiados por equipamentos médicos de última geração, permitindo diagnósticos e tratamentos com maior precisão, conforto e segurança. 

É o primeiro hospital português totalmente organizado num modelo clínico centrado no doente, para responder de forma personalizada e integrada às doenças do futuro.

Este modelo de organização clínica por patologia, que promove os melhores resultados para os doentes, está organizado em catorze Centros Clínicos para dar resposta às patologias de grande incidência e com tendência de crescimento na população, nomeadamente nas áreas de Oncologia, Neurociências e Cardiovascular. 

O Hospital CUF Tejo é a materialização de um projeto diferenciador, desenhado para as doenças do futuro, centrado nos doentes, familiares e cuidadores e promotor da investigação clínica e da formação universitária e pós-graduada em saúde.

Segundo Salvador de Mello, Presidente do Conselho de Administração da CUF: “A abertura do Hospital CUF Tejo é a concretização de um projeto clínico coerente, sólido e diferenciador que materializa, uma vez mais, a cultura de inovação da CUF e reforça a sua liderança na prestação de cuidados de saúde de referência em Portugal”. 

A abertura do Hospital CUF Tejo ocorre de forma faseada com a disponibilização, desde o dia de hoje, das áreas de Consulta Externa e a Imagiologia e, numa segunda fase, que irá ocorrer até ao final do ano, com a disponibilização das áreas de Internamento, Bloco Operatório, Unidade de Cuidados Intensivos e Atendimento Permanente de Adultos e Atendimento Pediátrico Não Programado.  

Infraestruturas modernas com forte diferenciação tecnológica

A nova unidade da CUF tem uma capacidade instalada de 10 salas de Bloco Operatório - onde, dos equipamentos de ponta, se destacam, na Sala de Neurocirurgia, o sistema de neuronavegação com apoio ecográfico, visualização de imagem 3D e microscópio última geração; na Sala de Robótica o robô Da Vinci; na Sala de Oftalmologia, tecnologia com imagem 3D e microscópio e lasers com a tecnologia mais avançada que existe e uma Sala Híbrida um angiógrafo de vanguarda - única em Portugal, para a realização de procedimentos pelas áreas de Cardiologia de Intervenção, Neurocirurgia ou Cirurgia Vascular. 

Com 213 camas de internamento, uma Unidade de Cuidados Intensivos com 14 camas, 113 Gabinetes de Consulta, 65 Gabinetes Exames e um Atendimento Permanente de Adulto e Atendimento Pediátrico Não Programado, o Hospital CUF Tejo tem capacidade de resposta para as mais diversas e complexas patologias privilegiando a segurança, conforto e privacidade dos doentes.

Num ano o Hospital CUF Tejo tem a capacidade de realizar 465 mil consultas de especialidade, 80 mil diárias de internamento, 23 mil cirurgias e 80 mil episódios de Atendimento Permanente.

O Hospital CUF Tejo tem uma área superior a 75.000m² distribuída por seis pisos acima do solo e quatro pisos subterrâneos, contando com 800 lugares para estacionamento.

Hospital Escola:  ensina, investiga e interroga

O Hospital CUF Tejo assume-se como um Hospital Escola promotor de atividades de formação universitária pré e pós-graduada, incluindo internato médico, bem como investigação translacional no dia-a-dia das equipas clínicas.  

Integra um Centro de Simulação Clínica, criado em parceria com a NOVA Medical School, onde será possível treinar com tecnologia de realidade aumentada de vanguarda e com modelos de alta fidelidade, que mimetizam o doente real nas mais variadas situações clínicas (médicas e cirúrgicas). 

Esta aposta da CUF na diferenciação e inovação do ensino permitirá responder às necessidades de formação prática dos atuais e futuros profissionais de saúde, gerar valorização profissional e crescimento científico e pessoal contínuo. 

eENE 2020 – Overview
O formato foi virtual, mas nem por isso o Encontro Nacional de Epilepsia de 2020 defraudou expetativ

O Dr. Ricardo Rego fez soar as pancadas de Molière com os Highlights em Epilepsia de 2019. Abordou temas como a indução de crises e potencial redução do tempo de monitorização vídeo-EEG, passou pelo iceberg das epilepsias autoimunes com um primeiro ensaio prospetivo e randomizado na evidência de imunoterapia, neste caso na LFI/CASPR2, e revelou a apneia central pós-convulsiva como um possível biomarcador de SUDEP, salientado a importância dos registos poligráficos multimodais. Terminou com uma mensagem provocatória sobre a adequação do termo antiepilético, para o que na verdade são anticonvulsivantes. O que poderia passar por uma questão semântica, manifesta-se superior, numa era em que verdadeiros antiepiléticos se adivinham a chegar.

Na conferência que se seguiu, dedicada às etiologias, o Dr. João Freixo falou sobre genética. Os testes genéticos traduzem-se numa medicina personalizada e exemplo disso é a descoberta que a epilepsia genética com crises febris + (GEFS+) pode ser um mosaico de mutações de novo do SN1A, tornando os seus descendentes mais propensos a fenótipos severos como o Síndrome de Dravet. Este conhecimento permite um melhor aconselhamento genético a estas famílias e a eventual realização de diagnósticos pré-natal. No que diz respeito a que teste pedir, o Whole Exome Sequencing torna-se protagonista, mas com dificuldades de interpretação associadas, traduzindo a importância de vias de comunicação entre clínicos.

Na mesma conferência ouvimos ainda o Dr. Nicolas Gaspard sobre o tema “Autoimmune Epilepsy – What is changing in our clinical practice”. Introduz-nos o conceito de NORSE, uma apresentação clínica não estranha para os neurologistas: um doente sem antecedentes neurológicos relevantes que se apresenta em estado de mal epilético sem clara causa aguda ou ativa estrutural, tóxica ou metabólica. Em estudos retrospetivos multicêntricos de doentes com NORSE, 51% eram criptogénicos, apresentando um curso natural de fase febril, estado epilético super-refratário e por fim alterações neuropsicológicas crónicas. A etiologia pressupõe-se iniciar com uma infeção viral minor num doente com predisposição que dá início a uma “tempestade de citocinas” traduzida em hiperexcitabilidade neuronal e eventual estado de mal. Por fim, realçou que um subgrupo significativo de doentes com epilepsias refratárias de etiologia desconhecidas são na verdade autoimunes. Um baixo limiar de suspeição, com deteção precoce e tratamento atempado, tem fortes implicações prognósticas, em particular nas associações a neoplasias.

A segunda conferência tinha como tema “Neurodegeneração e epilepsia”. A Dra. Sofia Duarte, falando-nos da idade pediátrica, salientou a diferença entre encefalopatia epilética e encefalopatias do desenvolvimento, sendo que nestas últimas as manifestações epiléticas sucedem as alterações cognitivas do desenvolvimento, que são maioritariamente independentes. Esta diferenciação é importante na intenção de cessar por completo as crises neste segundo grupo, por vezes traduzindo mais iatrogenia e receio do que benefício para o desenvolvimento da criança. A Dra. Isabel Santana falou sobre os adultos. Saliento a

apresentação de um artigo sobre uma forma de epilepsia do lobo temporal com amnésia ictal e alterações mnésicas interictais, sendo estas últimas de predomínio retrógrado, autobiográfico e acompanhadas de alterações comportamentais. Ao contrário da demência na epilepsia, que é uma área desafiante com muitas incógnitas, são melhor conhecidas as manifestações epiléticas na demência vascular e doença de Alzheimer, em particular nas formas precoces e familiares, podendo até surgir na fase prodrómica das doenças neurodegenerativas. Faltam-nos ainda ensaios clínicos randomizados sobre a melhor terapêutica a oferecer a estes doentes, sendo o único existente com levetiracetam, fenobarbital e lamotrigina, favorecendo o primeiro.

O segundo dia contou com a presença do Dr. Ángel Aledo-Serrano que nos trouxe as perspetivas terapêuticas farmacológicas, e discutiu a necessidade de mudar o paradigma, procurando novos mecanismos de ação, e aliar a genética a novas técnicas cirúrgicas, o que nos permitirá uma medicina de precisão.

A Dra. Rute Teotónio falou-nos do futuro da cirurgia da epilepsia, desafiando-nos a pensar nesta opção na idade pediátrica, com menos carga de doença e farmacológica, e um melhor prognóstico associado. Há cada vez mais candidatos cirúrgicos, permitindo uma abordagem cirúrgica em fases precoces, existindo agora um equilíbrio entre a simplificação da seleção e um possível prejuízo do sucesso cirúrgico.

Por fim, na conferência 4 “Computational models and brain connectivity: how it changes our view on epilepsies”, o Dr. Fabrice Bartolomei revela como novos modelos permitem-nos novos paradigmas. Para além da já conhecida zona epileptogénia (ZE), surgem-nos novas áreas, que funcionam como nós, e cuja remoção nos permite igual eficácia e poderão ser cruciais em doentes cuja ZE tem difícil acesso ou cujas funções restrinjam a sua recessão.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Iniciativa
Vanessa Ferreira, fundadora da Associação Portuguesa para as Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas...

“Com esta caminhada gostava de alertar as pessoas para as CDG e para as necessidades das famílias com CDG em todo o mundo, assim como recolher fundos, através do site da Organização Mundial de CDG, para o desenvolvimento de investigação nesta área, que será realizada pela rede de investigação CDG & Allies PPAIN”, afirma Vanessa Ferreira, bióloga e irmã de uma jovem com CDG.

E continua: “O meu desejo é angariar pelo menos 100 euros por cada etapa, mas o objetivo ideal são os 10 euros por km. Vou levar uma camisola com a mensagem ‘CDG is rare, but research should not be’ (as CDG são raras, mas a investigação não deve ser) e uma bandeira que vou içar num ponto bonito de cada etapa do percurso. Se conseguir numa etapa angariar o valor de duas, presentearei os nossos seguidores com uma iniciativa especial, como um vídeo ou algo atípico, que irei decidir na altura.”

Vanessa Ferreira tem como objetivo caminhar uma média total de 135 km. O percurso vai ser constituído por sete etapas – Alcoutim/Balurcos, Balurcos/Frunazinhas, Frunazinhas/Vaqueiros, Vaqueiros/Cachopo, Cachopo/Barranco do Velho, Barranco do Velho/Salir, Salir/Alte.

As CDG são um grupo de 150 doenças hereditárias que afetam a glicosilação, um processo pelo qual todas as células humanas acumulam açúcares de cadeia longa que estão ligados a proteínas ou lípidos (gorduras), essenciais para muitas funções biológicas. Estas doenças são altamente incapacitantes, com uma elevada taxa de mortalidade pediátrica e com significativo impacto negativo na qualidade de vida dos doentes e das famílias. As CDG são uma família de doenças muito raras, estimando-se que a forma mais comum (PMM2-CDG) tenha uma incidência de 1 em cada 20 mil pessoas.

 

 

Opinião
O Farmacêutico na sua vertente de especialista do medicamento que envolve responsabilidade na seleçã

O suporte nutricional, considerado ainda menor na prestação de cuidados de saúde, torna-se essencial para gerar resultados em saúde.

O Farmacêutico como elemento da equipa de profissionais de saúde responsáveis pela Nutrição Artificial, promove a seleção e aquisição das melhores fórmulas adaptadas às necessidades e preferências do doente; promove a literacia em saúde através da transmissão de informação; promove a adesão à terapêutica e o acompanhamento e avaliação técnica da utilização das tecnologias disponíveis.

Estabelecida a necessidade de suporte nutricional, o Farmacêutico colabora na tomada de decisão terapêutica, articula-se com a indústria farmacêutica e o serviço de aprovisionamento, para garantir a entrega domiciliária das fórmulas selecionadas nas melhores condições. Proporciona o ensino e a responsabilização do doente pelo seu próprio tratamento e compromete-se com ele na prestação de cuidados farmacêuticos. Além disso, monitoriza o tratamento e participa na resolução das complicações que surjam, habilitando o doente para a sua prevenção.

A criação de Unidades de Responsabilidade de Nutrição Artificial Domiciliária constituídas por médico, enfermeiro, nutricionista, assistente social, psicólogo e, claro está, o Farmacêutico, dotadas dos meios técnicos e logísticos adequados, com responsabilidades definidas, regras e protocolos de atuação, que determinem, concretizem e acompanhem o plano nutricional estabelecido, permitem obter ganhos em saúde sem aumentar os custos.

É necessário o desenvolvimento na legislação que possa suportar a implementação de modelos de Nutrição Artificial Domiciliária, já que na Farmácia Hospitalar não existe nenhum diploma legal que lhe permita ceder às fórmulas, ou outros medicamentos necessários neste âmbito, para o domicílio, bem como cumprir a legislação já existente obtendo do doente o Consentimento Informado Livre e Esclarecido, para nunca esquecer a vontade do próprio doente.

O suporte nutricional domiciliário permite ao doente permanecer no seio sociofamiliar, com as mesmas garantias de segurança e eficácia, sempre que se programe adequadamente o tratamento e seguimento do doente.

A Nutrição Artificial Domiciliária assenta num carácter inovador, centrado no doente e na sua qualidade de vida, nas suas expectativas, na independência dos serviços de saúde, na maior humanização e satisfação dos doentes e familiares, sem perder o conhecimento técnico e científico dos especialistas.

A implementação de terapia nutricional no domicílio, realizada por profissionais de saúde especializados e capacitados, que estabeleçam um rigoroso programa de educação e treino dos doentes e/ou cuidadores, vai permitir pôr em prática um plano nutricional eficaz, indispensável, se quisermos tratar bem os nossos doentes.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Evento
No dia 10 de outubro, pelo 4.º ano consecutivo, a MSD Portugal vai organizar o Workshop “O doente no centro da imunoterapia”,...

Num formato 100% digital, a 4.ª edição do Workshop “O doente no centro da imunoterapia” vai manter a componente interativa entre oradores e convidados, como tem sido habitual até aqui, mas fará uso da tecnologia para tornar a partilha de conhecimentos e experiências mais inovadora e envolvente.

O evento, que reúne especialistas nacionais e internacionais, conta com um Comité Científico composto por especialistas de renome, nomeadamente a Dr.ª Encarnação Teixeira, Pneumologista do Centro Hospitalar Lisboa Norte e Hospital CUF Descobertas, o Dr. Fernando Barata, Pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Prof. Doutor Venceslau Hespanhol, Pneumologista do Hospital de São João, e com a participação especial do Prof. Maximilian Hochmair, Médico Oncologista em Viena, que irá transmitir a sua experiência clínica num Centro de Referência Europeu, onde têm sido abordadas terapêuticas inovadoras em doentes com Cancro do Pulmão.

O programa junta ainda especialistas de diferentes áreas para liderar workshops interativos com incursões técnicas e de cariz científico, que avaliam o valor da imunoterapia para o doente e aprofundam os importantes avanços que se têm feito no tratamento do Cancro do Pulmão, nomeadamente: “A Gestão do Doente com CPNPC metastático: o tratamento certo para o doente certo”; “Imunoterapia em populações especiais: como e quando?”, “Sustentabilidade da Inovação no SNS”, “Os novos desafios no acompanhamento do doente com Cancro do Pulmão”; “O diagnóstico anatomopatológico no Cancro do Pulmão: uma visão sobre o presente”, “O que falta discutir sobre Imunoterapia no Cancro do Pulmão?”; “O diagnóstico anatomopatológico no Cancro do Pulmão: Uma visão sobre o futuro” e “Os Ensaios Clínicos em Portugal: onde estamos e para onde queremos ir?”.

O propósito do evento é levar a mais recente evidência dos ensaios clínicos de imunoterapia aos profissionais de saúde para otimizar a prática clínica diária, explorando também os desafios e oportunidades desta inovação terapêutica.

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