De 13 a 16 de outubro
À imagem do que tem sido feito em anos anteriores, um dos eventos mais marcantes da atividade científica da Sociedade...

De acordo com Luís Cunha Miranda, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, “este congresso é também um congresso de balanço de uma direção que tinha como estratégia acelerar a SPR para o século XXI com a aposta numa nova imagem, num blogue para doentes e aposta nas redes sociais, num novo site e uma maior ligação digital aos doentes e sócios, numa revista (Acta Reumatológica Portuguesa) só em inglês e totalmente digital, na reedição do boletim informativo da SPR em formato digital, em novas formas de formação como o e-learning para MGF, em conceitos inovadores como o Fórum Art & Treat, num Reuma.pt com ecrãs tácteis para doentes nos hospitais de dia, entre outros. Gratificamo-nos que em todas estas iniciativas tivemos um inexcedível apoio e entusiasmo de todos os reumatologistas e internos e essas foram apostas ganhas por todos”. 

O Congresso Português de Reumatologia vai abordar entre diversos temas: ‘DMARDs sintéticos e biológicos’; ‘Distúrbios do Sono e doenças reumáticas: como gerir’; ‘A doença de Behçet’; ‘Controvérsias em Osteoporose’; ‘Doenças Reumáticas e Músculo-esqueléticas Induzidas por Fármacos’; ‘Gestão do doente em remissão’; ‘Dor & Inflamação’.

O evento conta com a participação de empresas como a AMGEN, a Novartis, a Lilly, a Pfizer, a MSD, a Abbvie no que respeita à apresentação e análise de diversos temas.

"Building Tomorrow Together"
Chegar a um tratamento eficaz para a doença de Machado-Joseph, uma doença neurodegenerativa rara e para a qual não existe cura;...

Escolhidos de um grupo de dez ideias com potencial para transformar a vida de pessoas com doença neurológica, selecionados na primeira fase do projeto, os vencedores tiveram oportunidade de apresentar as propostas num pitch, perante um júri a quem foi atribuída a difícil tarefa da seleção.

Com um prémio de 20.000 euros, o ExoTreat - Curar a doença de Machado-Joseph, foi o primeiro classificado. Aqui, os investigadores pretendem, com recurso à tecnologia Exo-Treat, chegar a um tratamento eficaz para esta doença, “através da correção do defeito genético causador da mesma”, sendo para isso necessário o recurso a ferramentas de edição genética.

Com 12.500 euros de prémio, o 2º classificado foi o projeto iLof - Uma nova era da medicina personalizada que, através de uma tecnologia de plataforma validada e patenteada, tem como objetivo a luta contra a doença de Alzheimer. Aqui, o que se pretende é contribuir para uma “nova era da medicina personalizada”, permitindo criar uma impressão digital do perfil biológico de cada doente, através de uma simples amostra de sangue.

Finalmente, o 3º prémio, no valor de 10.000 euros, foi atribuído ao Neuro-Headset - Otimizar o tratamento de doenças neurológicas, um projeto que tem como fio condutor a ideia de uma monitorização contínua dos doentes. Para isso, pretende criar um dispositivo portátil capaz de fazer a recolha de dados fisiológicos, tendo em vista a otimização do tratamento e a prevenção da mortalidade evitável nas doenças neurológicas comuns, como é o caso da doença de Parkinson.

Durante várias semanas, estes e os restantes sete projetos finalistas estiveram envolvidos num bootcamp, que decorreu à distância, cumprindo as regras de distanciamento físico impostas pela pandemia de Covid-19, onde foram orientados e receberam apoio e mentoria para o desenvolvimento das suas ideias, com formação personalizada para os ajudar a apresentar o seu pitch ao painel de jurados.

O Building Tomorrow Together é um concurso de aceleração e inovação destinado a desenvolver ideias que se baseiam na ciência e/ou na tecnologia para resolver desafios na área das neurociências, incluindo doenças como esclerose múltipla, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, doença de Huntington, atrofia muscular espinhal, distrofia muscular de Duchenne e perturbações do espetro do autismo.

Além de procurar inovação na área das neurociências, o Building Tomorrow Together é em si mesmo uma experiência colaborativa, juntando pessoas com diferentes experiências, encontrando novas formas de trabalhar, tentando acelerar a inovação.

Direção Geral da Saúde
Este ano, a campanha de vacinação para a gripe vai ser antecipada, começando no dia 28 de setembro, pelas faixas da população...

A responsável afirmou que a campanha de vacinação do Serviço Nacional de Saúde, que começa habitualmente em 15 de outubro, começará mais cedo, havendo 350 mil vacinas para esta primeira fase.

Residentes em lares de idosos, profissionais de saúde, profissionais do setor social que prestam cuidados e grávidas estão entre os setores mais vulneráveis e vão ser os primeiros a poder ser vacinados.

De acordo com a Diretora Geral da Saúde, na segunda fase, que terá início a 19 de outubro, estão incluídos outros grupos de risco, nomeadamente pessoas com 65 ou mais anos e pessoas com doenças crónicas.

“Queremos vacinar o mais depressa possível e estamos a fazer planeamento com as administrações regionais de saúde para, se for necessário, ampliar os pontos vacinação para outras estruturas da comunidade” além dos centros de saúde, afirmou Graça Feitas.

A especialista apelou ainda a todas as pessoas que tiverem indicação médica para que se vacinem, salientando que este ano, com a pandemia, é “ainda mais importante que o façam”.

Com a Covid-19, “convém não ter outras infeções respiratórias que se possam confundir com a Covid e que obriguem a fazer um diagnóstico para ver se as pessoas têm Covid ou têm gripe”, referiu.

A Diretora-Geral da Saúde informou ainda que, além das vacinas gratuitas para as pessoas incluídas nos grupos de risco, haverá vacinas à venda nas farmácias que podem ser compradas com receita médica e são comparticipadas.

No total, o Serviço Nacional de Saúde comprou este ano mais de dois milhões de vacinas da gripe a duas empresas diferentes, por concurso público, mas todas as vacinas são iguais. Uma das empresas entregou já 150 mil doses, a distribuir pelas administrações e “muito rapidamente” chegará mais uma tranche para permitir começar a vacinação mais cedo.

Aumento de capacidade
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) anunciou a instalação de três novas Unidades da Rede Nacional de...

Segundo a ARS Norte, as novas respostas decorrem da entrada em funcionamento das três unidades no Hospital do Senhor do Bonfim, em Vila do Conde, e duas na Gaiarts – Hospital Privado de Gaia, bem como do alargamento da capacidade instalada na Santa Casa da Misericórdia de Guimarães e no Centro Social da Paróquia de Santa Eulália de Nespereira”.

O investimento permite que a ARS Norte/Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, disponibilize junto das populações mais 23 camas de Convalescença, 28 de Média Duração e Reabilitação e 33 de Longa Duração e Manutenção, prosseguindo, assim, o alargamento assistencial nesta área da prestação.

De acordo com a ARS Norte, a capacidade total instalada é, agora, de 4 598 – camas e acompanhamentos no domicílio –, a que corresponde um encargo financeiro do Estado, anual, da ordem de 58 milhões de euros.

 

Investigação
Um grupo de investigadoras da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) está a recrutar grávidas saudáveis e com...

“Durante a gravidez, o feto em desenvolvimento impõe uma sobrecarga adicional ao coração da mãe, o que é normal, mas que obriga a adaptações cardíacas”, esclarece a coordenadora do projeto “PERIMYR”, Inês Falcão-Pires.

“Nesse período, a mulher está sujeita a um aumento do volume de sangue, o que faz aumentar a massa do seu coração.” Como explica a professora da FMUP, o processo conhecido por hipertrofia acaba por desaparecer totalmente alguns meses após o parto e o coração da mãe recupera a sua estrutura e função habituais.

“Esta sobrecarga de volume também está presente em contextos de doença cardiovascular”. Por esse motivo, a investigadora Ana Filipa Ferreira acredita que “as grávidas podem funcionar como um bom modelo para se conhecer melhor a patologia e abrir caminho a novas formas de a tratar, recuperando o coração insuficiente”.

No decorrer do projeto, as duas investigadoras pretendem também isolar e avaliar o impacto de determinados fatores de risco cardiovascular, tais como a hipertensão arterial, a obesidade e a diabetes mellitus.

As avaliações e como participar

O acompanhamento individual às grávidas deverá começar no primeiro trimestre de gestação e prolongar-se-á até um ano após o parto. No total, são cinco momentos de avaliação que preveem a realização de três exames de diagnóstico cardiovascular e colheitas de sangue e urina. Estas avaliações não têm qualquer custo para as participantes e os resultados serão revistos por uma equipa médica multidisciplinar do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ).

Em paralelo com este estudo, as participantes vão estar a ajudar uma outra equipa de investigação da Universidade do Porto (i3S e Faculdade de Medicina Dentária) e da Vrij Universiteit (Amesterdão). Coordenado por Benedita Sampaio Maia, o projeto designado “OralBioBorn” vai focar-se nos fatores que influenciam a aquisição de microrganismos da criança durante o primeiro ano de vida.

Deste modo, as grávidas e os futuros bebés poderão usufruir de uma avaliação oral gratuita e de aconselhamento para promover a saúde oral de ambos. As avaliações para os dois projetos são realizadas em conjunto, mediante a disponibilidade das participantes, no edifício da FMUP.

As interessadas em participar podem inscrever-se através do seguinte formulário. A informação das voluntárias será tratada de forma a salvaguardar a total confidencialidade dos dados.

O projeto, aprovado pela Comissão de Ética da FMUP/CHUSJ, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Maratona da Saúde 2017 e pela Bolsa João Porto 2019, atribuída pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Tomou posse a 16 de setembro
Elisabete Ramos é a primeira mulher a assumir a presidência da associação científica que representa os epidemiologistas a nível...

A investigadora Elisabete Ramos, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), tomou posse no passado dia 16 de setembro, como Presidente da Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE) para os próximos três anos (2020-2022).

A também professora da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) é a primeira mulher a desempenhar o cargo nos mais de 30 anos de existência da associação que representa cientificamente os epidemiologistas a nível nacional.

Elisabete Ramos, que sucede no cargo a Jorge Torgal, acredita que “a pandemia de COVID-19 veio dar mais visibilidade ao trabalho dos epidemiologistas” e que “a ação da APE e dos seus associados sairá ainda mais reforçada”.

Criada em 1988, a APE conta com cerca de 250 epidemiologistas inscritos. A missão da associação passa por “promover o estudo, a discussão e a divulgação da problemática da aplicação e do progresso da Epidemiologia na perspetiva de desenvolvimento das ciências da saúde”.

 

Transmissão via streaming
Com transmissão via streaming, o II Fórum Type 2 Inflammation, realiza-se hoje entre as 19h e as 22h, contando com a...

Este evento tem como objetivo promover um debate em torno das Doenças Inflamatórias Tipo 2, mais especificamente o diagnóstico e o tratamento da dermatite atópica moderada a grave, da asma grave e da rinossinusite crónica com polipose nasal, assim como partilhar as melhores práticas e diretrizes internacionais e nacionais.

O fórum inovador realiza-se em formato Drive in, simultaneamente em Lisboa - Plaza Ribeiro Telles e no Porto - Alfândega do Porto. Será também transmitido via streaming para os Profissionais de Saúde. Caso pretenda saber mais informações envie um e-mail para  [email protected].

O evento conta com a presença de dezenas de profissionais nacionais e de reconhecidos oradores nacionais e internacionais que partilharão o seu conhecimento e experiências no tratamento das doenças inflamatórias Tipo 2, num formato totalmente distinto e inovador cumprindo todas as medidas de segurança.

A nível internacional este fórum vai contar com a participação de Kenneth R. Chapman, da Universidade de Toronto, pneumologista conceituado internacionalmente, na área das doenças respiratórias, atualmente,  Diretor do Centro de Asma e Vias respiratórias da University Health Network e Diretor do Registo Canadiense de Deficiência de Alfa-1 Antitripsina; Eric Simpson, professor de Dermatologia na Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, especialista em dermatologia, e Paul Rowe, Vice-presidente e Responsável global do departamento médico de Imunologia da Sanofi Genzyme.

A nível nacional, conta com a participação de Cláudia Loureiro, Pneumologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Luísa Azevedo, Otorrinolaringologista e Diretora de Serviço no Centro Hospitalar do Baixo Vouga em Aveiro, Maria João Paiva Lopes, Dermatologista e Diretora de Serviço no Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital dos Capuchos e Rita Aguiar, Imunoalergologista no Hospital CUF Descobertas em Lisboa.

O evento será moderado pelo jornalista Pedro Pinto.

Saúde sexual
Não existe idade ideal para começar a falar de sexo às crianças.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde sexual é entendido como um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade, englobando ainda a possibilidade de se ter uma vida sexual agradável e segura, livre de coerção, discriminação e violência.

A OMS alega que a realização daquele padrão de saúde sexual está estritamente ligada ao respeito, proteção e realização dos direitos humanos, tal como o direito à não discriminação, à privacidade e confidencialidade, bem como os direitos à educação, informação e de acesso aos serviços de saúde.

Por outro lado, a OMS defende que a sexualidade envolve vários aspetos da nossa vida, nomeadamente: as diferenças biológicas entre homens e mulheres, as identidades e papéis de género, a orientação sexual, o erotismo, o prazer, a intimidade e a reprodução.

Face à sensibilidade do tema, e considerando que é fundamental na educação de todos, a informação sobre sexualidade deve ser abordada com naturalidade, com conversas adequadas à maturidade e à idade das crianças e adolescentes, desmistificando um pouco o conceito pré-existente entre nós.

Com efeito, numa sociedade marcada pelo conservadorismo, falar sobre sexualidade aos mais novos é muito complicado, o que torna difícil a desejada naturalidade. Muitas vezes, não é só aquilo que se diz, mas sim, encontrar as palavras certas para o fazer. Na verdade, se o sexo ainda é tabu para os adultos, é ainda mais complexo falar do assunto com as crianças.

Estas, aprendem muito cedo a expressão dos afetos através das relações que são estabelecidas entre si e quem as rodeia. Por isso mesmo, a forma como as famílias vivem a sua intimidade, como se relacionam com o corpo é transmitido às crianças desde muito cedo.

A partir do momento em que as crianças aprendem a falar, a curiosidade infantil dispara e surgem as questões. Mas “a idade dos porquês” é também a idade certa para o conhecimento.

De forma adequada à maturidade da idade dessas crianças, os pais e os educadores de proximidade devem responder-lhes de uma forma objetiva, sem metáforas e, de seguida, perceber se elas entenderam o que lhes foi transmitido. É uma boa altura para se estar atento ao tipo de observação e responder somente àquilo que foi perguntado. Escutar da criança o que ela traz para a elaboração da sua questão, é perceber o conhecimento que ela detém de determinado assunto e é a melhor maneira de encontrar a resposta adequada à situação.

Não existe idade ideal para começar a falar de sexo às crianças. O que está certo é dar as respostas “certas” a cada faixa etária da criança. Mas sem infantilizar. Vejamos:

Dos 18 meses até aos 3 anos, altura em que começam a controlar os esfíncteres, as crianças experimentam uma fase de prazer, marcada não só pelos elogios tecidos pelos adultos por irem sozinhos à casa de banho, como por descobrirem que têm um órgão sexual. Esta pode ser uma ótima ocasião para os educadores introduzirem as noções de privacidade e intimidade. Mostrar-lhes a diferença entre aquilo que é público (a rua) e aquilo que é privado (a casa de banho, o quarto).

Aos 4 e 5 anos, é normal que questionem as diferenças entre meninos e meninas e quererem explorar-se a si próprios e ao outro. Nesta fase é importante reiterar os cuidados a ter com o corpo e o conceito de privacidade, referindo que podem tocar-se, mas só podem fazê-lo em privado.

Dos 6 aos 8 anos, as crianças manifestam, à sua maneira, curiosidade na conceção, na gravidez e no parto.

Dos 9 aos 11 anos, em plena puberdade, é útil conversar sobre menstruação, as mudanças no corpo e reforçar a higiene íntima.

Aos 12 e 13 anos podem solicitar informações sobre o período, a ejaculação, a masturbação, métodos contracetivos e doenças sexualmente transmissíveis.

Se a criança chegar aos 10 anos sem manifestar qualquer curiosidade sobre o tema, é sinal de que está na altura de serem os pais a abordar o assunto.

Como acabamos de ver, a educação para a sexualidade na infância e pré-adolescência abrange o conhecimento do corpo humano, o respeito por si e pelo outro, a higiene, a nudez, a privacidade e o consentimento.

E, como parte integrante do seu desenvolvimento, a masturbação também aqui aparece como curiosidade natural da criança. Por vezes, tanto os pais como os professores não sabem como lidar com a situação e acabam por repreender a criança em lugar de orientá-la. Porém, também este é um bom momento para voltar a falar sobre a intimidade, a privacidade e pelo respeito do próprio corpo. Desta maneira, quando chegar à adolescência, poderá lidar melhor com as selfies e as exposições nas redes sociais.    

Não esquecer que as crianças sem educação sexual ficam mais vulneráveis, pois não conhecem o seu corpo. Com a internet e as redes sociais ao seu alcance, muitas deparar-se-ão com o tema da sexualidade, o que, se por um lado traz esclarecimento, por outro, abre caminho a informações desadequadas para cada etapa do seu desenvolvimento. Cabe aos pais a difícil tarefa de aconselhar onde deverá ir procurar informação fidedigna.

Por sua vez, a educação sexual no meio escolar tem caráter obrigatório e destina-se a todos os alunos que frequentam estabelecimentos de ensino básico e secundário da rede pública e os estabelecimentos da rede privada e cooperativa com contratos de associação, do território nacional. É a Lei n.º 60/2009 de 6 de agosto que estabelece o regime de aplicação da educação sexual em meio escolar. O seu artigo 2.º, determina o seguinte:

Constituem finalidades da educação sexual:

a) A valorização da sexualidade e afetividade entre as pessoas no desenvolvimento individual, respeitando o pluralismo das conceções existentes na sociedade portuguesa;

b) O desenvolvimento de competências nos jovens que permitam escolhas informadas e seguras no campo da sexualidade;

c) A melhoria dos relacionamentos afetivo-sexuais dos jovens;

d) A redução de consequências negativas dos comportamentos sexuais de risco, tais como a gravidez não desejada e as infeções sexualmente transmissíveis;

e) A capacidade de proteção face a todas as formas de exploração e de abuso sexuais;

f) O respeito pela diferença entre as pessoas e pelas diferentes orientações sexuais;

g) A valorização de uma sexualidade responsável e informada;

h) A promoção da igualdade entre os sexos;

i) O reconhecimento da importância de participação no processo educativo de encarregados de educação, alunos, professores e técnicos de saúde;

j) A compreensão científica do funcionamento dos mecanismos biológicos reprodutivos;

l) A eliminação de comportamentos baseados na discriminação sexual ou na violência em função do sexo ou orientação sexual. “

Por outras palavras, a escola deve educar a criança e o adolescente para o respeito pelo outro, para a proteção e para temas que respeitem os direitos humanos. A educação formal não vai contra os valores transmitidos pelos pais, nem incentiva a prática sexual. É sim, um complemento na educação para a saúde das crianças e adolescentes, a qual deve ser feita por profissionais devidamente habilitados, na medida em que, falar sobre as partes íntimas é fundamental e tal tarefa não é nada fácil.

A criança deve saber o que são e os nomes científicos das partes íntimas, quem pode auxiliá-la na higiene e nos cuidados íntimos. Também aqui aprenderá mais sobre privacidade, consentimento e respeito.

A educação sexual é ainda uma forma de prevenir os abusos e a violência sexual. Na verdade, é necessário dar a conhecer às crianças e aos jovens os direitos de viver a sexualidade e as formas de violência desses mesmos direitos. Nesta sequência, é relevante, em sede de educação sexual, ensinar o que é amar, o que é afeto e privacidade. Isto é fundamental para que a criança possa identificar e prevenir um abuso, pois ela saberá, na altura certa, diferenciar o que é um afeto e abuso ou violência sexual e comunicar tal facto aos pais ou professores.

E, em todo o processo, a escola é fundamental, já que esta é o espaço de socialização, por excelência, tanto das crianças, quanto dos adolescentes.

Por tudo o que dissemos, a sexualidade não poderá ser tabu. O cumprimento da citada norma jurídica fará todo o sentido, pois só com o esforço comum entre a família e a escola se atingirá aquele objetivo. Se assim não fizer, tal negligência poderá custar muito caro a algumas pessoas, em particular, e à sociedade, em geral.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Connecting Healthcare 2020
“Desenvolvimento e Sustentabilidade: que desafios para as organizações?” é o mote da Connecting Healthcare 2020, que vai reunir...

A conferência Connecting Helthcare reunirá no dia 23 de setembro, no Terminal do Porto de Leixões, vários especialistas de diversas áreas para discutir e encontrar soluções para as organizações seguirem em frente, no contexto de COVID-19. A pandemia estará mesmo em discussão com um dos especialistas mais conceituados do mundo: Peter Doherty, Prémio Nobel da Medicina (1996).

“O objetivo é de trazer vários oradores com uma diferente visão de áreas distintas como arte, música, negócios, investigação, e inspirar as organizações a seguirem em frente perante os desafios da pandemia”, explica Sérgio Almeida, Fundador do Seal Group e do Global Healthcare Fórum. “Através desta conferência queremos ainda aproximar a sociedade da saúde, numa altura tão crítica como a que vivemos atualmente”, acrescenta o responsável.

Com o mote “Desenvolvimento e Sustentabilidade: que desafios para as organizações?”, estarão ainda outros temas em discussão na conferência, como “Reserse Aging” com o conceituado médico israelita Shai Efrati, também professor da Faculdade de Medicina Sackler e da Escola de Neurociências Sagol da Universidade de Tel Aviv e diretor do Centro Sagol de Medicina e Pesquisa Hiperbárica no Centro Médico Yitzhak Shamir. “Inovação no Contexto Global”, “Os Desafios para a Sustentabilidade das Organizações” e “Inspiring Moment” serão outros dos temas a ser abordados.

Também a Ministra da Saúde, Marta Temido, tem presença marcada no evento e fará o encerramento desta segunda edição da conferência.

A inscrição no evento é gratuita e pode ser realizada aqui: https://www.connectinghealthcare.pt/inscricao/

 

 

 

Revisão de dados
O comité de medicamentos humanos da Agência Europeia de Medicamentos (CHMP) concluiu a sua revisão dos resultados ao estudo de...

Com base na revisão dos dados disponíveis, a EMA está a indicar com opção o uso de dexametasona em adultos e adolescentes (a partir de 12 anos e pesando pelo menos 40 kg) que necessitam de oxigenoterapia suplementar. A dexametasona pode ser tomada pela boca ou dada como uma injeção ou infusão (gotejamento) em uma veia. Em todos os casos, a dose recomendada em adultos e adolescentes é de 6 miligramas uma vez por dia por até 10 dias.

Dados publicados do estudo RECOVERY mostram que, em pacientes com ventilação mecânica invasiva, 29% dos doentes tratados com dexametasona morreram no prazo de 28 dias após o início do tratamento de dexametasona, em comparação com 41% dos pacientes que recebem cuidados habituais, com uma redução relativa de cerca de 35%. Em pacientes que receberam oxigénio sem ventilação mecânica, os números foram de 23% com dexametasona e 26% com cuidados habituais, com redução relativa de cerca de 20%. Não houve redução do risco de morte em pacientes que não estavam a receber oxigenoterapia ou ventilação mecânica. Esses resultados foram apoiados por dados publicados adicionais, incluindo uma meta análise realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que analisou dados de sete estudos clínicos que investigam o uso de corticosteroides para o tratamento de pacientes com COVID-19.

As empresas que comercializam medicamentos de dexametasona podem solicitar que esse novo uso seja adicionado à licença do produto, enviando um pedido às agências nacionais de medicamentos ou à EMA.

Falta de informação nas escolas
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) alerta para a necessidade de colocação de sinalética e...

“Neste arranque de ano letivo vários Optometristas têm reportado a ocorrência de incidentes oculares, requerendo referenciação para atendimento urgente hospitalar, envolvendo contacto entre o desinfetante ou soluções alcoólicas para as mãos e os olhos em crianças. Destes incidentes resultaram irritações na córnea e conjuntiva, com perturbação da visão” afirma Raúl de Sousa, presidente da APLO.

É frequente encontrar-se dispensadores de álcool gel em todos os estabelecimentos escolares, comerciais e outros, sem qualquer advertência para o perigo do contacto com os olhos. É igualmente preocupante que a colocação de dispensadores em posição para utilização por adultos, corresponda à altura normal de uma criança de oito anos, a título de exemplo. Podendo ocorrer a ejeção de desinfetante de forma dispersa e descontrolada, atingindo o olho e os anexos oculares. A utilização destes produtos deve ser feita com cuidado e as crianças, que têm o hábito de tocar mais frequentemente nos olhos, devem ser sensibilizadas para esta questão. Nas escolas e infantários deve existir informação infográfica que as alerte para o problema, complementada por esclarecimentos por parte dos pais e professores.

A APLO fará chegar um conjunto de recomendações à DGS, mas adverte desde já a população para adotar procedimentos a fim de evitar as referidas situações. Em caso de contato destes produtos com os olhos, a primeira medida deve passar imediatamente por lavar a região com água em abundância, contactar o SNS 24 e procurar um profissional de saúde para avaliar a gravidade da lesão.

 

 

Investigação internacional
Um estudo internacional realizado com um indivíduo que sofre de uma lesão cerebral extremamente rara, em que vê caras a ...

O estudo, já publicado na revista científica Current Biology, foi conduzido por investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e com as instituições americanas Dartmouth College e Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A equipa estudou um homem destro de 59 anos, identificado como A.D., que apresenta uma condição neurológica designada hemi-prosopometamorfopsia, uma lesão extremamente rara, sendo conhecidos cerca de 25 casos em todo o mundo, que leva a que a perceção de faces, apesar de ser algo que temos de fazer continuamente, seja geradora de grande desconforto.

Esta condição, explica Jorge Almeida, investigador principal do estudo e diretor do Proaction Lab da UC, "caracteriza-se geralmente pela perceção de uma distorção nos olhos, nariz e/ou boca apenas num dos lados da face – estas partes da face parecem estar a descair, quase como se estivessem a derreter. Nada mais além de imagens de faces causa estas distorções".

Tal como outros pacientes com hemi-prosopometamorfopsia, as distorções vivenciadas pelo paciente A.D. foram causadas por uma lesão nos feixes de matéria branca que ligam as áreas neuronais dedicadas às faces que estão no hemisfério esquerdo com as que estão no hemisfério direito.

As várias experiências realizadas com este paciente permitiram concluir que, "para vermos e reconhecermos faces, o nosso cérebro usa um processo semelhante aos sistemas de reconhecimento digital de faces usados pelas plataformas Facebook e Google", demonstrando pela primeira vez a existência de uma etapa no processamento de faces em que estas são rodadas e redimensionadas para corresponder a um padrão: "no processo de reconhecermos uma face que estamos a ver, comparamos esta face com as que temos na nossa memória. Assim, todas as vezes que vemos uma face, o nosso cérebro cria uma representação dessa face e alinha-a com um modelo que temos em memória", esclarece Jorge Almeida.

Foi, também, possível mostrar que estas representações de faces estão presentes nos dois hemisférios do cérebro e que as representações das metades direita e esquerda das faces são dissociáveis. Assim, esta investigação "veio não só aumentar o conhecimento sobre o funcionamento do cérebro, bem como apoiar com evidência científica uma das metodologias de reconhecimento facial mais usadas atualmente", acrescenta.

Uma das experiências realizadas prendia-se com a apresentação de imagens em diferentes perspetivas (de perfil esquerdo, de frente e de perfil direito). O paciente indicou que os olhos, boca e/ou nariz das faces apresentadas pareciam estar descaídas – zonas a vermelho na imagem 1. Nenhuma outra deformação foi reportada quando foram apresentadas imagens que não fossem faces (automóveis, casas, etc.).

Numa outra experiência, os investigadores expuseram imagens de faces em formas muito distintas: as metades esquerda e direita das faces em separado, em ambos os lados do campo visual (direito e esquerdo) e rodadas a 90, 180 e 270 graus.

Independentemente de como as faces eram apresentadas, A.D. continuou a reportar que as distorções afetavam as mesmas partes da face, representadas a vermelho na imagem 2 em anexo. Mesmo quando a face era invertida (boca em cima e olhos em baixo), o paciente via as distorções agora no lado esquerdo. Continuava a ser o olho direito que parecia estar a “derreter”, mesmo que na face invertida este esteja localizado no lado esquerdo da face.

"Ao apresentar faces em vários ângulos de rotação, verificámos que apenas as características direitas da face estavam distorcidas, mesmo quando a face foi apresentada invertida a 180 graus e essas partes da face se encontravam no lado esquerdo. A única forma de explicar este resultado é que ao processarmos faces, rodamo-las e criamos um modelo centrado na face e não no observador. Desta forma, o olho direito neste modelo centrado na face é representado sempre como o olho direito, mesmo que este esteja no nosso campo visual esquerdo como quando vemos uma face invertida. Este modelo centrado na face é depois comparado com um modelo já existente", conclui Jorge Almeida.

O artigo científico, intitulado “Face-Specific Perceptual Distortions Reveal A View- and Orientation-Independent Face Template”, pode ser consultado em: https://doi.org/10.1016/j.cub.2020.07.067.

Tecnologia inovadora
Uma equipa de investigadores das universidades de Aveiro e Saragoça desenvolveu uma ferramenta única que permite mapear em...

A temperatura desempenha um papel central na miríade de reações bioquímicas que regulam a vida. Por exemplo, a temperatura intracelular depende da atividade celular, incluindo a divisão celular, expressão genética, reações enzimáticas, e estados patológicos. As células desenvolveram mecanismos de termorregulação para neutralizar grandes mudanças de temperatura externa e para manter a temperatura corporal, um mecanismo intrínseco à célula que ainda não está totalmente compreendido.

Um trabalho publicado esta semana na prestigiada revista científica NanoLetters desenvolvido no âmbito do programa FET-Open NanoTBTech relata o desenvolvimento de uma ferramenta única para o mapeamento, em tempo real, da temperatura no interior das células.

A publicação conjunta de investigadores do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro (UA), do Instituto de Ciência de Materiais de Aragão da Universidade de Saragoça, em Espanha, descreve nanotermómetros inovadores que consistem em nanocápsulas de polímero incorporando centros emissores de luz e a sua aplicação na determinação da temperatura de células humanas (linha celular MDA-MB468).

Os investigadores Carlos Brites e Luís Carlos, do CICECO, referem que foi adaptado um microscópio de fluorescência convencional que permite o registo em tempo real da emissão de luz das nanocápsulas, que é posteriormente convertida em temperatura do interior das células. “A nossa abordagem permitiu a observação de diferenças de temperatura entre diferentes regiões de células cancerígenas que podem atingir os 20 graus Celsius”, apontam os investigadores da UA.

“Estes resultados abrem novos caminhos para a compreensão detalhada dos gradientes térmicos dentro das células”, referem os investigadores, “contribuindo, assim, para uma melhor perceção do papel desempenhado pelos organelos celulares que são geradores de energia térmica (como a mitocôndria) nas funções celulares”. Por outro lado, como as células cancerígenas têm uma temperatura superior à das células saudáveis, esta nova técnica será muito útil no desenvolvimento de novas terapêuticas (como, por exemplo a hipertermia ótica ou magnética).

 

 

Covid-19
O gabinete de crise para o acompanhamento da evolução da covid-19 em Portugal reúne-se hoje de urgência na residência oficial...

A reunião, convocada esta quinta-feira está marcada para hoje às 11:30, e surge na sequência do “contínuo aumento” de novos casos diários de infeção com o novo coronavírus e pela necessidade de “reforçar a sensibilização dos cidadãos para a adoção de medidas de prevenção e de segurança contra a covid-19″.

Do gabinete de crise, que se reuniu pela última vez em 29 de junho, em São Bento, fazem parte os ministros de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, de Estado e da Presidência, Marina Vieira da Silva, de Estado e das Finanças, João Leão, da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, da Administração Interna, Eduardo Cabrita, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, da Saúde, Marta Temido e das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Integram ainda este gabinete de crise os secretários de Estado dos Assuntos Parlamentares, Adjunto do Primeiro Ministro, Adjunto e da Defesa, da Juventude e Desporto e da Mobilidade.

Portugal regista hoje mais 10 mortes relacionadas com a covid-19 e 770 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

 

Sustentabilidade
A SunEnergy, especialista em soluções de produção de energia elétrica a partir do sol, vai instalar 720 painéis solares...

O novo projeto no Hospital Infante D. Pedro, com 223 kW de potência, vai permitir uma redução no valor de 22 mil euros por ano na fatura energética nesta unidade de saúde. A instalação dos 720 painéis solares fotovoltaicos de 310W para a produção de energia elétrica a partir do sol que será consumida pelo edifício vai também permitir uma diminuição assinalável das emissões de CO2, na ordem das 140 toneladas de CO2 por ano.

“Cada vez mais, as preocupações com a sustentabilidade ganham relevo e tal também é verdade nas instituições de saúde. Por esse motivo, decidimos apostar num projeto em modelo de autoconsumo que irá contribuir para uma diminuição significativa das emissões de CO2 da nossa unidade de saúde, para além de nos permitir uma poupança económica significativa que podemos canalizar para o cumprimento da nossa missão, a prestação de cuidados de saúde de qualidade aos nossos utentes”, destaca Carlos Picado, administrador do Hospital Infante D. Pedro.

“As entidades públicas, sobretudo os hospitais, têm um consumo energético regular e elevado. Por esse motivo, as instituições de saúde têm vindo a apostar cada vez mais na instalação de painéis solares fotovoltaicos para autoconsumo como forma de reduzir a sua fatura energética e também a pegada ecológica da sua atividade”, afirma Raul Santos, CEO da SunEnergy. “Sentimos, por isso, um enorme orgulho e satisfação em sermos a empresa escolhida pelo Centro Hospitalar do Baixo Vouga para potenciar o seu caminho para a sustentabilidade e, assim, combater as alterações climáticas”, assinala.

Ao longo de uma década de existência, a SunEnergy já executou vários projetos de instalação de painéis solares em edifícios do Estado, tais como escolas, hospitais, piscinas municipais, instalações desportivas, bibliotecas, equipamentos sociais, equipamentos culturais ou edifícios de paços do concelho. Estes projetos públicos são apoiados pelo programa operacional PO SEUR, no âmbito do Portugal 2020.

Em Portugal existem cerca de 15 mil pessoas com ostomia
O termo ostomia é utilizado para designar a abertura construída para a exteriorização à pele de uma

A construção de uma ostomia pode acontecer por diversas causas e os tipos de estoma são denominados em função do segmento exteriorizado. Assim, se é a laringe que é retirada, diz-se que a pessoa fica com uma laringectomia (ostomia respiratória); se é exteriorizado o intestino delgado, diz-se que a pessoa fica com uma ileostomia (ostomia digestiva); se é o intestino grosso, diz-se que a pessoa fica com uma colostomia (ostomia digestiva); e se são os ureteres exteriorizados, diz-se que a pessoa fica com urostomia (ostomia urinária). Portanto, podemos acrescentar que a pessoa com ostomia é aquela que após uma cirurgia fica com um estoma.

Em Portugal, estima-se que existam cerca de 15 mil pessoas com ostomia, dos quais 80% a 90% por patologia oncológica e destas, as mais frequentes, são as digestivas.

O primeiro impacto após o diagnóstico clínico ou no pós-operatório com a confrontação da presença da ostomia, pode gerar um padrão emocional negativo não só pela presença da doença, mas pelas adaptações impostas pela presença do estoma. Esta necessidade de aquisição de novas capacidades pode gerar sensações de perda de autocontrolo e consequentemente, implicações na autoestima com repercussões na qualidade de vida.

Os problemas psicossociais também são comuns e resultam de alterações inevitáveis como a alteração da imagem corporal, sensação de mutilação, inferioridade e rejeição de si mesmo, a insegurança o medo de não ser capaz de gerir a nova condição. No caso das pessoas com ostomia digestiva, o receio de ruídos involuntários (gases), do dispositivo descolar, pode conduzir ao isolamento, à marginalização social, à redução das atividades de lazer e participação nas atividades familiares e sociais. 

Se por um lado algumas pessoas encaram a ostomia como potencial para a cura, atribuindo-lhe como um valor essencial para o tratamento, por outro lado a ostomia pode representar a existência da doença, tornando mais difícil a aceitação da ostomia do que a própria doença.

Sabemos também que uma boa adaptação aos dispositivos está diretamente relacionada com a qualidade de vida da pessoa com estoma, proporcionando segurança e conforto, essenciais para retomar as atividades da vida diária, facilitando a integração não só familiar como social.

Os últimos anos, caracterizaram-se por terem sido um período altamente relevante porque se despertaram consciências e foi possível a realização de um trabalho conjunto com profissionais de saúde qualificados nesta área. Neste momento, a nível nacional, existe um regulamento baseado na legislação para estabelecer diretrizes nacionais para pessoas com ostomia que garantam os direitos de acesso ao material e de cuidados de saúde.

Em termos das necessidades de cuidados em saúde, foi também identificado o Enfermeiro com prática Diferenciada e Avançada em Estomaterapia reconhecida pela Ordem do Enfermeiros que aprovou, o projeto de Regulamento da Competência em Estomaterapia e definiu o perfil do Enfermeiro de Estomaterapia.

A publicação destes documentos permitiu a consolidação e a abertura de novas consultas de Estomaterapia na maioria das Unidades Hospitalares e em diversos serviços na comunidade, no Continente e Ilhas. Os cuidados de Enfermagem de Estomaterapia, em Portugal, caracterizam-se por elevados padrões científicos e de diferenciação, assim, os Enfermeiros de Cuidados em Estomaterapia acompanham os avanços tecnológicos e, as técnicas cirúrgicas, os dispositivos e os acessórios para os cuidados à ostomia e pele peri-estoma, disponibilizando à pessoa com ostomia e família respostas adequadas à sua condição.

Para a pessoa com ostomia deixo algumas palavras, que espero tranquilizadoras: use apenas os materiais indicados à sua situação e às suas necessidades, indicados pelo Enfermeiros de Cuidados em Estomaterapia. Esteja atento aos sinais de complicações e consulte o Enfermeiro de Estomaterapia sempre que tenha qualquer dúvida.

Não deixe que a presença de um estoma limite a sua vida, estamos aqui para o ajudar a recuperar o seu bem-estar e a seguir em frente. Conte connosco.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
Cientistas do RIKEN Center for Biosystems Dynamics Research, EMBL Barcelona, Universitat Pompeu Fabra e Kyoto University...

Cada espécie com seu próprio ritmo

Na fase inicial do desenvolvimento de vertebrados, o embrião desenvolve-se numa série de segmentos que eventualmente se diferenciam em vários tipos de tecidos, como músculos ou ossos. Esse processo é regido por um processo bioquímico oscilante, conhecido como relógio de segmentação, que varia em velocidade entre as espécies. Nos ratos, cada oscilação do relógio de segmentação leva cerca de duas horas, enquanto nas células humanas leva cinco horas. No entanto, o motivo que leva a que duração deste ciclo seja diferentes entre as espécies permaneceu um mistério.

Para resolver esse enigma, os pesquisadores usaram células-tronco embrionárias de ratinhos e células-tronco pluripotentes induzidas pelo homem (iPS) – ambas com a capacidade de se especializar para formar outros tipos de células no corpo. Os pesquisadores transformaram estas células num tipo celular conhecido mesoderme presomático (PSM), cujo desenvolvimento é regido pelo relógio de segmentação.

Os cientistas primeiro examinaram se a diferença na frequência de oscilação entre os dois tipos de células foi devido à maneira como várias células comunicam entre si, ou em vez disso poderiam ser encontradas nos processos bioquímicos dentro de cada célula individual. Usando experiências que isolaram células ou bloquearam sinais importantes, eles descobriram que eram os processos bioquímicos dentro de células individuais que eram responsáveis por estas diferenças.

Diferentes velocidades de reação bioquímica explicam por que os ratos se desenvolvem mais rápido que os humanos

Uma vez que ficou claro que os principais processos que regem as oscilações do relógio de segmentação ocorreram dentro das células, os pesquisadores suspeitaram que a diferença se poderia dever a um gene mestre chamado HES7. Eles realizaram uma série de testes em que trocaram os genes HES7 entre células humanas e células do rato, mas para sua surpresa isso não afetou o ciclo.

“Não mostrar diferença na expressão genética deixou-nos com a possibilidade de que a diferença na frequência de oscilação tenha sido impulsionada por diferentes reações bioquímicas dentro das células", diz o autor correspondente, Miki Ebisuya, Líder do Grupo da EMBL Barcelona, que realizou o trabalho na RIKEN BDR e na EMBL.

Mas quais eram exatamente essas diferenças? Para descobrir, a equipa analisou a taxa de degradação da proteína HES7, que desempenha um papel fundamental no ciclo de oscilação tanto em ratos quanto em humanos. Eles observaram que tanto a versão humana quanto a do rato da proteína HES7 foram degradadas mais lentamente em células humanas do que em células de ratinhos. Eles também descobriram que o tempo que as células levaram para transcrever o gene HES7 em RNA mensageiro (mRNA), para processar a molécula de mRNA, e traduzi-la em proteínas foi significativamente diferente. "Poderíamos, assim, mostrar que era de facto o ambiente celular em células humanas e de ratos que fez a diferença nas velocidades de reação bioquímica, e assim nas escalas de tempo envolvidas", diz Ebisuya.

Para uma melhor compreensão do desenvolvimento de vertebrados

Como explica Ebisuya, as suas observações levaram os cientistas a desenvolver o conceito de "allochrony do desenvolvimento", um termo que significa que algo se desenvolve em diferentes tempos. "O nosso estudo irá ajudar a entender o processo complicado através do qual os vertebrados se desenvolvem", diz Ebisuya. "Uma das principais perguntas que gostaríamos de responder é o que exatamente impulsiona as diferenças nas taxas de reação em células de ratos e humanos. Planeamos lançar luz sobre esse mistério num futuro próximo."

O relógio interno que rege o desenvolvimento de embriões é mais lento para os humanos do que para os ratos. Diferenças na velocidade das reações bioquímicas estão por trás das diferenças entre as espécies no ritmo do desenvolvimento.

Referência: 
Matsuda, M et al. Science,publicado online em 18 de setembro de 2020.
DOI: 10.1126/science.aba7668

Equipas multidisciplinares
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa contactaram, entre 30 de...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença. 

Assim, entre 30 de junho e 15 de setembro, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 12.320 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizado ações de sensibilização à população.

Campanha Dia Mundial da Segurança do Doente
O Dia Mundial da Segurança do Doente, comemorado hoje em todo o mundo sob a chancela da Organização Mundial da Saúde (OMS),...

Este ano, à medida que a pandemia COVID-19 revelou os enormes desafios e riscos que os profissionais de saúde enfrentam a nível global, nomeadamente as infeções associadas aos cuidados de saúde, os distúrbios psicológicos e emocionais e o ambiente de stresse a que estes profissionais de saúde estão diariamente sujeitos, entre outros, a OMS determinou que o tema desta celebração anual seja a ‘Segurança dos Profissionais de Saúde: Uma Prioridade para a Segurança dos Doentes’.

Nesse sentido, os Profissionais de Saúde da Lusíadas receberão ainda máscaras alusivas à data, com a mensagem ‘Profissionais Seguros, Doentes Seguros’. Isabel Pereira Lopes, Chief Quality Officer da Lusíadas Saúde, afirma que “num ano tão duro e desafiante para os profissionais de saúde, a celebração do Dia Mundial da Segurança dos Doente dedicado à segurança dos profissionais de saúde é o reconhecimento do trabalho e dedicação de todos nós. No Grupo Lusíadas Saúde, temos sido pioneiros na adoção de estratégias que contribuem para a garantir a qualidade e segurança de todos os nossos profissionais de saúde, de forma a também conseguirmos honrar o compromisso de excelência que assumimos perante os nossos doentes. Mobilizamos permanentemente todos os nossos colaboradores a divulgarem uma mensagem que é global, aplaudindo a prioridade assumida pela Organização Mundial da Saúde nesta área”.

Na sua campanha do Dia Mundial da Segurança do Doente, a Lusíadas Saúde destaca ainda a importância da implementação de alguns princípios essenciais que garantem a segurança de todos os profissionais de saúde. Sendo que estes se sustentam na criação de uma cultura de segurança aberta, igualitária e transparente que permita aos profissionais reportar incidentes de segurança, garanta a formação especializada sobre a prevenção e o controlo de infeções, implemente ferramentas que permitam aliviar o stress no local de trabalho e reconheça a dedicação e o empenho dos profissionais de saúde.

Comemorado pela primeira vez em 2019, a Organização Mundial de Saúde estabeleceu como objetivos para a celebração do Dia Mundial da Segurança do Doente o aumento da consciencialização e o envolvimento do público, a melhoria da compreensão global e o estímulo da solidariedade e ação globais para a promoção da segurança do doente.

9.ª Edição do Prémio Saúde Sustentável
O prazo para a submissão de candidaturas à 9.ª Edição do Prémio Saúde Sustentável, este ano dedicada à partilha das Boas...

Podem concorrer a esta iniciativa qualquer entidade ou área funcional, prestadoras de cuidados de saúde, dos setores público, privado ou social.

As candidaturas podem ser submetidas em nome da instituição ou área funcional de uma forma global ou de uma iniciativa concreta. O Prémio Saúde Sustentável 2020 pretende destacar iniciativas que tenham surgido durante a pandemia Covid-19, como resposta ou adaptação do sistema de saúde, mas também serão aceites projetos que, não estando diretamente ligados à doença Covid-19, tenham decorrido no contexto da pandemia.

Os Prémios Saúde Sustentável são atribuídos em dois âmbitos: institucional e personalidade. Tendo em conta o seu caráter extraordinário, a edição de 2020 estará particularmente direcionada para projetos que tenham sido implementados em contexto de Covid-19. No caso da distinção institucional, serão atribuídos sete prémios que distingam boas práticas correspondentes aos sete critérios de análise das candidaturas: experiência do cidadão, resultados em saúde, integração de cuidados, impacto populacional, transição digital, replicabilidade e escalabilidade.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge é um dos parceiros institucionais desta iniciativa, promovida pelo Jornal de Negócios e pela Sanofi.

 

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