Patologia pouco conhecida
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) assinala o Dia Mundial do Linfoma, esta terça-feira (15 de setembro), com a Campanha...

A campanha da LPCC vem alertar a população para esta doença oncológica, cujos sintomas são difusos e sem sinais específicos, através de diferentes materiais digitais e físicos - folhetos, vídeos com testemunhos de uma hematologista, uma sobrevivente e uma cuidadora - com informação sobre a doença.

Em Portugal, todos os anos cerca de 1700 pessoas diagnosticadas com Linfoma não Hodgkin (LNH) e, embora possa ocorrer em qualquer idade, a maioria dos casos está acima dos 60 anos de idade, com um ligeiro predomínio no sexo masculino.

O Linfoma é um grupo de doenças resultantes da acumulação de linfócitos (um subtipo de glóbulos brancos) malignos nos gânglios linfáticos.

“Com esta campanha a LPCC pretende, no âmbito das suas atividades, contribuir para o esclarecimento e sensibilização da população sobre uma patologia ainda pouco conhecida”, explica Vitor Rodrigues, Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Para saber mais informações sobre esta campanha viste o site: www.ligacontracancro.pt/lnh

 

Investigação
Ana João Rodrigues, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do...

“Desde que acordamos somos inundados com informação e o nosso cérebro evolui a filtrar e a focar-se em estímulos que são emocionalmente relevantes, atribuindo-lhes valências. Quando temos um estímulo que é recompensador e atrativo, atribuímos-lhe uma valência positiva, se for mau ou aversivo, a valência é negativa. O nosso comportamento está de acordo com o selo atribuído àquele estímulo”, afirma Ana João Rodrigues.

E continua: “Este projeto tenta perceber a forma como o nosso cérebro codifica o prazer e a aversão, como algo positivo e algo negativo, com o objetivo de compreender o que está na base de algumas decisões que tomamos. Em algumas doenças, como a depressão e a adição, os indivíduos têm défices neste sistema que codifica o prazer e a aversão. Ao compreendermos como isto acontece, do ponto de vista fisiológico, é possível perceber o que acontece quando está disfuncional.”

A investigadora considera que o financiamento de 500 mil euros do Programa Health Research 2020, da Fundação “la Caixa”, é “muito importante”, porque vai permitir comprar equipamento para avaliar a atividade dos neurónios e “fazer ciência de elevada qualidade”, originando “descobertas importantes para a comunidade científica”.

 

A importância do diagnóstico precoce
O cancro da Próstata é um dos tumores mais frequentes do homem, sendo considerado a segunda causa de

Se há um tipo de cancro que mexe particularmente com os homens, é o cancro da próstata. Para entendermos a doença, sobretudo para conseguirmos identificar os sinais precoces, começo por lhe perguntar o que é o cancro da próstata? E qual a sua incidência?

O Cancro da próstata é um tumor maligno deste órgão. Ou seja, existe uma transformação maligna de células de próstata, que depois se multiplicam a uma velocidade superior às restantes células da próstata, como acontece com qualquer tumor maligno, proliferam e, se não tratado, se disseminam.

Preocupa muito os homens porque é um dos tumores mais frequentes do homem. É ainda a segunda causa de morte oncológica no sexo masculino. Em Portugal, são diagnosticados cerca de 5000 a 6000 novos casos por ano, com uma mortalidade de cerca de 1800 a 1900 homens/ano.

Na Europa, é diagnosticado um novo cancro da próstata em cada 3 minutos e a cada 15 minutos morre um homem por este diagnóstico. Um recém-nascido do sexo masculino apresenta, neste momento, uma probabilidade de cerca de 15% de vir a sofrer este tipo de tumor e uma probabilidade de 3% de vir a morrer deste cancro.

Existem os fatores de risco para o seu desenvolvimento? Quem está em risco?

Os fatores de risco conhecidos são os seguintes:

Idade: homens com idade superior a 50 anos têm um risco superior de cancro da próstata.

História familiar: o risco é superior se o pai ou um irmão sofrerem de cancro da próstata. O risco de desenvolver um cancro da próstata aumenta duas vezes se existe um familiar em 1º grau com esta doença. Este risco aumenta para cinco a onze vezes se existem dois ou mais familiares em primeiro grau afetados.

Origem étnica: mais frequente na raça negra.

Testosterona: A causa de degenerescência e multiplicação das células da próstata é a testosterona, a hormona masculina. Se não existir testosterona, não se desenvolve este tumor. A testosterona promove o desenvolvimento e o crescimento tumoral.

Dieta: As dietas ricas em gordura, sobretudo se com elevado teor de gorduras saturadas e as dietas com elevado conteúdo proteico, ou seja, as dietas “ocidentais”, com muitas calorias e elevado consumo de carne promovem igualmente este tumor.

Obesidade: foi também associada ao cancro da próstata.

Agentes químicos: o contacto com produtos químicos tóxicos pode aumentar o risco deste cancro.

Sendo assintomático em fases iniciais, quais os principais sintomas a que devemos estar atentos? De um modo geral, quais as principais manifestações clínicas, consoante os diferentes estádios da doença?

De facto, um dos maiores problemas deste tumor é o facto de não causar quaisquer queixas, não causar sintomas e, por isso, poder evoluir silenciosamente durante muito tempo.

Quando causa sintomas, as queixas que provoca são iguais aos do aumento benigno deste órgão. Por isso é tão importante fazer uma avaliação por urologistas com experiência nesta área, para diferenciar as duas situações e fazer o “diagnóstico diferencial” entre ambas.

O cancro da próstata pode manifestar-se por sintomas do aparelho urinário inferior, chamados LUTS (do inglês Lower Urinary Tract Symptoms) - que se dividem em sintomas de “esvaziamento”, de “enchimento” e pós-miccionais.

Sintomas de esvaziamento (que ocorrem durante a fase em que a bexiga está a acumular urina):

  • Dificuldade a urinar (jato fraco e fino) ou ardor
  • Demorar a começar a urinar
  • Demorar muito tempo a urinar
  • Urinar por diversas vezes, interrupção do jato
  • Necessidade de fazer esforço abdominal para urinar
  • Retenção urinária
  • Incontinência (perda de urina) durante a noite

Sintomas de enchimento que ocorrem durante a fase em que a bexiga está a esvaziar, durante a micção):

  • Necessidade súbita de urinar
  • Incapacidade de reter a urina, quando se tem vontade súbita de urinar
  • Aumento da frequência das micções
  • Aumento do número de vezes que se urina durante a noite
  • Dor/sensação de peso abaixo do umbigo

Sintomas pós-miccionais: (que ocorrem depois da micção):

  • Sensação de não esvaziar completamente a bexiga
  • Ficar a pingar urina no fim de urinar
  • Ocasionalmente, pode manifestar-se por sangue na urina (hematúria), sangue no esperma (hematospermia) ou, em casos mais raros, problemas de ereção (disfunção eréctil).

Em casos de tumores mais avançados, já metastizados, ou seja, envolvendo outros órgãos, existem diversos outros sintomas possíveis, relacionados com os órgãos afetados ou sintomas gerais: dores ósseas, emagrecimento, perda de apetite, falta de forças e cansaço, que podem estar associados à anemia, frequente nestes doentes. Podem surgir ainda sintomas neurológicos, por compressão da medula vertebral por metástases ósseas, vertebrais. Podem surgir outras queixas menos típicas, como alterações intestinais, do controle da bexiga ou fraturas ósseas que chamamos de patológicas (fraturas espontâneas ou em consequência de pequenos traumatismos, que só ocorrem porque o osso já está mais frágil).

Como é feito o seu diagnóstico? 

O diagnóstico é feito através de vários elementos. Os dois principais são

  • Uma análise ao sangue (PSA – Antigénio Específico da Próstata)
  • A avaliação da próstata por toque rectal.

Podem ser ainda necessários diversos exames, como a ecografia da próstata e/ou uma ressonância magnética nuclear (RMN) especial, a ressonância multiparamétrica da próstata.

A confirmação do diagnóstico é sempre e necessariamente feito através de uma biópsia da próstata.

Atualmente, como cada vez mais se efetua a RMN multiparamétrica, dirigida à próstata, é possível “guiar” a biópsia a realizar, a chamada biópsia de fusão. Neste exame, fundem-se as imagens da RMN e da ecografia, permitindo realizar uma biópsia muito mais precisa.

Que tratamentos existem para o cancro da próstata?

É necessário separar duas fases da doença: a fase localizada e a fase metastizada. Os tratamentos e o prognóstico, a expectativa de evolução e cura da doença são muito diferentes e dependem da fase em que a doença é diagnosticada.

Se for diagnosticado em fases precoces, localizado ainda apenas na próstata, o tratamento tem intuitos curativos e pode consistir em:

  • Cirurgia – prostatectomia radical (aberta, laparoscópica ou robótica)
  • Braquiterapia (colocação de implantes ou “sementes” radioativas no interior da próstata)
  • Radioterapia externa; a terapia com feixes de protões é outra forma de tratamento

Em casos muito especiais, muito particulares e selecionados, podem ser utilizadas técnicas como a crioterapia e técnicas focais.

Se diagnosticado em fases avançadas, já não localizado apenas na próstata, os tratamentos são diferentes e mais agressivos. Se a doença estiver localmente avançada, isto é, se ultrapassar os limites da próstata, mas não existirem metástases à distância, o tratamento envolver a realização de:

  • Cirurgia (prostatectomia radical; em alguns casos pode ser necessária uma ressecção trans-uretral da próstata para alívio sintomático ou uma orquidectomia, em substituição do tratamento hormonal)
  • Associação de tratamentos, por exemplo Braquiterapia + radioterapia ou Braquiterapia + radioterapia + hormonoterapia
  • Radioterapia isolada (neste caso é geralmente necessário associar outro tipo de tratamentos, como a hormonoterapia sistémica)

Pode ainda ser efetuada Crioterapia (mas esta é geralmente indicada para as recidivas do tumor)

Se o tumor já está mais avançado, existem diversas opções de tratamento disponíveis:

  • Hormonoterapia – atualmente existem já tratamentos de hormonoterapia de 1ª e 2ª linha, sendo estes últimos cada vez mais eficazes e com menos efeitos secundários, melhor tolerados e permitindo uma maior duração e uma melhor qualidade de vida para os doentes.
  • Quimioterapia - em alguns casos, especialmente agressivos;
  • Imunoterapia - em alguns casos, especialmente resistentes;
  • Terapêutica com radionuclídeos – em alguns casos em que existem metástases ósseas além do tumor primário.

Nestes últimos casos, o tratamento já não é geralmente curativo, mas destina-se apenas a controlar a doença, a tentar evitar a continuação do desenvolvimento do tumor, a sua progressão. Pretende-se ainda controlar as suas consequências, as queixas que pode provocar e a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos doentes afetados.

Qual o seu prognóstico e qual a importância do diagnóstico precoce?

Estas duas perguntas e respostas estão totalmente relacionadas! O prognóstico depende da fase em que é diagnosticada a doença. Se for diagnosticada em fases precoces e o tumor for adequadamente tratado (em alguns casos o tumor pode ser tão pouco agressivo que pode nem ser necessário tratar desde logo), o prognóstico é excelente, dos melhores possíveis em tumores malignos (com taxas de sobrevida de 95% e mais, aos 10 anos). Pelo contrário, se for diagnosticado em fases avançadas, a doença pode ter uma evolução muito rápida e, infelizmente, causar grande sofrimento e dor. Ainda continuamos a diagnosticar muitos doentes em fases tardias, doentes que não procuraram ajuda ou não realizaram exames e avaliações, muito simples, em fases precoces e em que a doença evoluiu meses e, em alguns casos, anos. Nestes casos de facto o prognóstico é muito mau, com grande parte dos doentes a falecerem até aos 2 a 5 anos.

Nunca é por isso demais insistir na necessidade de um diagnóstico precoce, que pode ser feito com exames tão simples como uma análise ao sangue (o já referido “PSA”) e o toque rectal.

Quais os principais mitos associados a este tipo de cancro? Quais as principais dúvidas que este tumor suscita nos homens?

Existem inúmeros mitos associados ao cancro da próstata, muitos deles associados à sexualidade. Estes mitos surgem dada a faixa etária em que os problemas e sexuais, nomeadamente problemas de ereção, surgem mais frequentemente – isto é, a partir dos 50 anos. Por outro lado, há alguns tratamentos para o cancro da próstata, como a cirurgia, a radioterapia ou a hormonoterapia, que podem provocar, de facto, problemas de ereção e/ou de desejo. Há muitos trabalhos publicados, por exemplo, em relação à frequência das relações sexuais e o risco de cancro (alguns parecem sugerir que uma maior frequência pode proteger do cancro). Outro mito é a associação da vasectomia com um maior risco de cancro, o que é errado. Existem inúmeros produtos, que quem vende designa como “naturais”, que alegam proteger contra este cancro (quando o único produto que demonstrou ser protetor foi o licopeno, que existe no tomate cozido). Outros fatores como a vitamina E, e, o zinco também foram descritos como protetores, mas tal não parece confirmar-se. Alguns estudos revelaram que alguns medicamentos podem reduzir o risco de cancro da próstata. A importância da inflamação crónica da próstata (a “prostatite”) também e objeto de debate e estudo há muitos anos, alegando alguns autores que aumenta o risco de cancro.

O que muda depois de um diagnóstico de cancro na próstata? Existem complicações ou efeitos secundários ao tratamento?

Eu diria que tudo muda. A perspetiva de vida dos homens afetados com cancro da próstata muda radicalmente, de um dia para o outro. A expectativa em relação à duração da sua vida, à sua qualidade de vida, ao sem bem-estar e “normalidade” da vida que esperavam ter, altera-se significativamente.

Felizmente, no entanto, na maior parte dos casos, os tumores da próstata, se diagnosticados precocemente e adequadamente tratados, têm um bom prognóstico. Tratamentos como a braquiterapia ou a cirurgia laparoscópica e robótica, quando efetuados por urologistas experientes, podem reduzir enormemente os efeitos secundários do tratamento, reduzindo o risco de complicações como a incontinência urinária e a disfunção eréctil. É por isso fundamental: 1) efetuar o diagnóstico precoce deste tumor e 2) ser tratados por médicos e equipas com experiência no tratamento deste tumor. Estes dois aspetos fazem toda a diferença na expectativa de vida e prognóstico destes doentes.

Que conselhos deixa a todos os homens a respeito deste tema? 

Penso que a mensagem principal será realizar um diagnóstico precoce. Para isso, deverão fazer uma avaliação anual da próstata a partir dos 45-50 anos (os doentes referem-se muitas vezes a esta avaliação como sendo um “check-up” da próstata, mas não se trata de facto exatamente disso). Em segundo lugar, se infelizmente for diagnosticado um cancro, deverão sempre procurar opiniões de mais de um médico e recorrer a especialistas e equipas com experiência no tratamento e seguimento de doentes com este problema. Estes dois aspetos farão toda, toda a diferença, em relação à adequação e eficácia dos tratamentos, a uma menor taxa de complicações e a um melhor prognóstico, não só em relação à esperança de vida, mas também em relação à qualidade da mesma.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Financiamento
Um projeto coordenado pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), dedicado ao estudo...

O projeto, intitulado “MStar - Potassium channel dysfunction in models of neurodevelopmental disorders”, tem como principal objetivo explorar ligações entre doenças neuropsiquiátricas e epilepsia que permitam desenvolver melhores tratamentos para estas patologias, uma vez que se sabe que cerca de metade dos indivíduos afetados com défices intelectuais padecem de epilepsia, e doentes com esquizofrenia apresentam risco aumentado de desenvolver convulsões, comparados com o resto da população. Deste modo, pensa-se que perturbações do desenvolvimento do cérebro (como o défice intelectual e a esquizofrenia) e a epilepsia partilham mecanismos celulares que poderão estar na base da sua origem.

«As doenças neuropsiquiátricas são a segunda maior causa de anos de vida saudável perdidos por incapacidade, e são frequentemente agravadas pela ocorrência de epilepsia. No entanto, na maioria dos casos não se percebe de que forma as patologias estão ligadas», explica Ana Luísa Carvalho, coordenadora do projeto e docente do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Nesse sentido, esclarece a também líder de grupo do CNC, «neste projeto, exploramos um mecanismo de regulação da atividade neuronal que julgamos estar comprometido em algumas doenças do neurodesenvolvimento, como o défice intelectual e a esquizofrenia, e simultaneamente estar envolvido no aumento de suscetibilidade à epilepsia.»

Uma das bases desta investigação assenta nos resultados de um estudo anterior realizado pela equipa de Ana Luísa Carvalho, focado na análise de funções neuronais, como a excitabilidade dos neurónios, que estão a cargo de proteínas conhecidas como canais M, uma família de canais de potássio. Os investigadores descobriram um novo mecanismo de regulação da excitabilidade neuronal, através da regulação dos canais M, que depende de um gene mutado em alguns doentes com perturbações de défice intelectual ou esquizofrenia. Assim, a verba agora atribuída pela Fundação “la Caixa” vai permitir procurar perceber como é que este mecanismo regula os canais M, e testar terapias dirigidas aos mecanismos de regulação disfuncionais que possam estar na base de crises epiléticas.

Neste estudo, com a duração de três anos, vão ser utilizados modelos animais de doença, mas também células humanas «diferenciadas em neurónios, que contêm mutações associadas a défice intelectual e esquizofrenia, e que aumentam a suscetibilidade a epilepsia», afirma Ana Luísa Carvalho, acentuando que o projeto «por um lado, explora um novo mecanismo de regulação dos canais de potássio do tipo M, reguladores da excitabilidade neuronal, e, por outro lado, visa compreender de que forma alterações neste mecanismo podem ligar a ocorrência de epilepsia a doenças do neurodesenvolvimento. A compreensão dessa ligação é essencial no desenvolvimento de terapias mais dirigidas.»

Além de Ana Luísa Carvalho, a equipa inclui Paulo Pinheiro, Irina Moreira, Ângela Inácio, Gladys Caldeira e Marina Rodrigues, também investigadores do CNC-UC. O projeto insere-se num consórcio de investigação composto pelo CNC-UC e o Institute for Interdisciplinary Neuroscience (IINS), da Universidade de Bordéus.

Pneumologistas deixo o alerta
Falta de ar, fadiga, cansaço e tosse seca e persistente são alguns dos sintomas da Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), uma...

De acordo com António Morais, pneumologista e presidente da SPP, a FPI é uma doença crónica associada “a incapacidade de esforço, com limitação da autonomia, a insuficiência respiratória nas fases mais avançadas da doença e a morte”. Um cenário que pode ser significativamente retardado com um diagnóstico atempado e precoce, dado atualmente existirem fármacos que ajudam a tratar a FPI.

Procurar realizar um diagnóstico “quando a perda de função respiratória é ainda mínima”, recorrendo a exames que permitam detetar as alterações nos pulmões, como é a TAC torácica, e não desvalorizar as manifestações da doença são essenciais para o seu diagnóstico e tratamento. Aliás, para o presidente da SPP, a atempada resposta à doença vai permitir dar início à terapêutica adequada, atrasando, assim, a progressão da FPI e, consequentemente, fornecendo uma melhor qualidade de vida aos doentes.

Isabel Saraiva, presidente da Associação Respira, não tem dúvidas da importância do diagnóstico precoce que, no caso da FPI, “pode fazer toda a diferença entre o doente viver mais alguns anos com alguma qualidade de vida ou poucos anos com nenhuma qualidade de vida”.

Contudo, o diagnóstico precoce ainda não é uma realidade para todos. Seja pela dissociação dos sintomas à FPI, podendo ser facilmente confundidos com os de outras patologias respiratórias ou cardíacas, ou pela falta de conhecimento e sensibilização dos profissionais de saúde, ainda são vários os portadores desta doença que são apenas diagnosticados numa fase mais avançada da mesma. Assim, ao não beneficiarem da terapêutica numa fase inicial, torna-se mais difícil atenuar as consequências da FPI.

É, por isso, essencial “chamar à atenção, porque esta doença existe, os doentes têm necessidades específicas, têm de ter acesso ao diagnóstico e aos tratamentos e a tudo o que conduz a uma melhor qualidade de vida sempre que possível”, reforça Isabel Saraiva.

Apesar das causas da doença ainda serem desconhecidas, António Morais revela que “a predisposição genética, a senescência e as agressões de fatores externos no epitélio alveolar” podem fazer parte do conjunto de situações que induzem à FPI.

Esta campanha pretende assim alertar profissionais de saúde e doentes para a importância do diagnóstico precoce.

 

Mais barato e com resultados mais fiáveis
Uma das maiores empresas da área do diagnóstico acaba de lançar em Portugal um teste rápido de deteção de anticorpos anti-SARS...

O teste COVID-19 Coronavirus Rapid Test Cassette da SureScreen Diagnostics identifica a resposta imunológica ao coronavírus após o início da infeção. É capaz de detetar até os casos assintomáticos e necessita apenas de uma amostra de sangue através de uma picada no dedo para fornecer um resultado, tal como num teste de glicemia. 

A deteção de anticorpos anti-SARS-Cov-2 é qualitativa, ou seja, o teste oferece uma resposta sim/não quanto à presença de anticorpos, mas apresenta-se como uma alternativa rápida, simples, prática e mais barata que os testes quantitativos, feitos nos laboratórios de análises clínicas. Tem a Certificação CE, uma vez que cumpre todos os requisitos essenciais em matéria de segurança e proteção da saúde. 

Até ao momento, existem mais de 30 milhões de pessoas infetadas com a COVID-19 e mais de 900 mil mortos em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende a realização de testes de diagnóstico por forma a rastrear a comunidade de forma mais célere e aumentar a eficiência na tomada de decisão terapêutica. 

Ao contrário dos testes laboratoriais, que implicam mais custos e recursos, os testes rápidos da SureScreen Diagnostics representam uma enorme economia de tempo e identificam a infeção de forma simples e célere, correspondendo à recomendação da OMS. Os testes rápidos permitem, por exemplo, despistar rapidamente doentes de risco, profissionais de saúde ou funcionários e utentes de lares de idosos. Além disso, conseguem, de forma quase imediata, acabar com a dúvida de exposição a uma situação de risco ou entre uma infeção e sintomas gripais. Alguns países da Europa, como é o caso da França, já estão a comparticipar este tipo de testes para identificar o maior número de infeções possível e controlar focos de doença.

Num Ensaio Clínico de comparação entre o teste rápido SureScreen e o teste serológico semi-quantitativo (ELISA)1, o teste que chega agora às farmácias obteve um dos melhores resultados de especificidade e sensibilidade (100%) entre os sete testes analisados. É integralmente produzido no Reino Unido e testado por entidades de referência a nível mundial, como o Kings College London, a Imperial College London, a UZ Leuven Belgium e a Fundação Champalimaud.

Como funciona?

Incorporados na tira de teste estão os anticorpos que se ligam a um biomarcador específico de COVID-19: a imunoglobulina G (IgG) e a imunoglobulina M (IgM). Quando a amostra é adicionada a uma extremidade do teste, ela flui ao longo da tira e interage com esses anticorpos. Se o paciente contraiu COVID-19, os biomarcadores no sangue ligam-se aos anticorpos na tira de teste, deixando uma linha visível. Se o paciente não tiver COVID-19, nenhum biomarcador deve estar presente no sangue e somente a linha de controlo (C) será visível. Existem linhas de teste separadas para IgG e IgM e apenas uma precisa estar visível para um resultado positivo. O teste pode também ser feito com amostras de soro ou plasma.

O teste é feito na farmácia para garantir total segurança e acompanhamento quanto à avaliação do grau de risco de infeção, avaliação dos sintomas e explicação sobre o procedimento. A pessoa será seguida em função do resultado, sendo informada sobre as recomendações e ações futuras. O preço do serviço de despistagem – teste com acompanhamento pelo profissional de saúde – está abaixo dos 30 euros.

Os testes de diagnóstico deverão ser realizados em vários momentos após a infeção de forma a respeitar o período natural de produção de anticorpos no organismo. Podem ainda ser utilizados em conjunto com os testes quantitativos (que identificam a caracterizam o estado de imunidade dos doentes) para aumentar a precisão do diagnóstico.

O que são  IgG e IgM ?

As imunoglobulinas são os próprios anticorpos e fazem parte do nosso sistema imunológico. A IgM é a primeira imunoglobulina a ser produzida. A presença de IgM é um indicador de infecção precoce. A presença de IgG é um indicador de infeção em estágio posterior (geralmente 7 dias ou mais após a infeção).

Referência:
1 - Pickering, Suzanne & Betancor, Gilberto & Galão, Rui & Merrick, Blair & Signell, Adrian & Wilson, Harry & Ik, Mark & Seow, Jeffrey & Graham, Carl & Acors, Sam & Kouphou, Neophytos & Steel, Kathryn & Hemmings, Oliver & Patel, Amita & Nebbia, Gaia & Douthwaite, Sam & O'Connell, Lorcan & Luptak, Jakub & McCoy, Laura & Edgeworth, Jonathan. (2020). Comparative assessment of multiple COVID-19 serological technologies supports continued evaluation of point-of-care lateral flow assays in hospital and community healthcare settings. 10.1101/2020.06.02.20120345.

Distinguidos dois projetos
O Programa Health Research 2020, da Fundação “la Caixa”, distinguiu na sua edição de 2020 dois projetos de investigação da...

O projeto de Ana João Rodrigues, “Encoding reward and aversion in the mammalian brain: the overlooked role of endogenous opioids”, cujo objetivo é perceber como o cérebro codifica o prazer e a aversão, foi financiado com 500 mil euros. “Este projeto vai usar ferramentas avançadas para registo da atividade neuronal para compreender como é que os neurónios do nucleus accumbens atribuem valência, e como é que esta informação é descodificada originando prazer ou aversão. A longo prazo, este conhecimento ajuda a compreender os mecanismos subjacentes a patologias como a depressão e adição, onde se sabe que existe uma disfunção do circuito que codifica o prazer e a aversão”, explica Ana João Rodrigues.

“Desde que acordamos que somos inundados com estímulos variados do exterior. Neste contexto, o nosso cérebro evoluiu para filtrar informação e focar-se nos estímulos que são emocionalmente relevantes. Este filtro baseia-se na atribuição de um selo positivo ou negativo aos estímulos, um fenómeno que designamos como valência. Um estímulo com valência positiva induz recompensa, enquanto que um estímulo com valência negativa induz aversão” afirma a vencedora Ana João Rodrigues.

Já a equipa do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), da Escola de Medicina da Universidade do Minho, liderada por António Salgado, foi financiado com 300 mil euros no âmbito do projeto “Diamond4Brain - Diamond photonics platforms for synaptic connectivity assessment in healthy and Parkinson disease neuronal models”, coordenado pela investigadora do Instituto Ibérico de Nanotecnologia (INL) Jana Nieder, contando também com a participação do grupo de Ramiro Almeida da Universidade de Aveiro.

“A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa com maior prevalência a nível mundial, sendo caracterizada por uma morte progressiva de uma população específica de neurónios. O objetivo deste projeto visa estabelecer novas metodologias através da utilização de nanosensores de diamante que permitam detetar esta doença de uma forma precoce, possibilitando assim o desenvolvimento de terapias mais eficazes. A equipa do ICVS vai testar estas novas metodologias em estruturas denominadas por mini-cérebros (mini-brains), desenvolvidas a partir de células estaminais pluripotentes induzidas, conseguindo “imitar” a estrutura de um cérebro, o que possibilita recriar as condições da doença de Parkinson”, explica António Salgado.

O Programa Health Research 2020 atribuiu um total de 18 milhões de euros a 25 projetos de investigação biomédica. Dos projetos finalistas, 21 foram selecionados na convocatória HR20, 3 foram selecionados em colaboração com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, e 1 em colaboração com a Fundação Luzón, que visa estimular a transferência de conhecimento para a sua aplicação na área da saúde e contribuir para o bem-estar das pessoas.

Medidas preventivas
O regresso às aulas em época de COVID-19 continua a ser uma das maiores preocupações dos pais, que r

Mas a experiência de outros países mostra-nos que a transmissão nas escolas não é tão elevada como era expectável. Muito se fala de França, por terem já sido encerradas mais de 20 escolas logo no início. Porém, é preciso lembrar que são pouco mais de duas dezenas de instituições, em cerca de 60 mil, e que, na sua maioria, fecharam por questões preventivas.

As escolas portuguesas têm condições para receber os alunos novamente, mas tem de haver consciência de que a probabilidade de as crianças contraírem o vírus é sempre mais acrescida do que se ficarem em casa. O risco é relativamente baixo, mas para o mantermos baixo,  devemos referir que para além das autoridades de saúde, das escolas e dos seus profissionais, também os pais têm um papel muito importante, no sentido de consciencializar os filhos para as regras do distanciamento social, da lavagem das mãos e da etiqueta respiratória, que, de forma alguma, podem deixar de ser cumpridas. Os pais têm de ter a responsabilidade individual de conduzir as suas crianças e/ou instruírem os seus adolescentes, que são o grupo mais problemático, para cumprirem as regras no espaço escolar.

O grande problema não está tanto nas salas de aula, mas nos tempos de pausa. É preciso explicar muito bem às crianças e adolescentes que, mesmo nessas alturas, é fundamental continuar a usar a máscara (as crianças com idade para a utilizar, naturalmente) - exceto à refeição -, e a manter a distância.

É também importante consciencializar as crianças e os jovens para utilizarem máscara dentro do espaço escolar e nos transportes, durante o percurso até á escola; guardarem a distância de segurança dos colegas, professores e funcionários da escola; seguirem as normas de Etiqueta respiratória que incluem tapar o nariz e a boca com um lenço de papel ou com o braço, quando espirrar ou tossir; e efetuarem a correta higiene das mãos, desinfetando ou lavando as mãos depois de tocar em superfícies ou objetos. Estas regras são para todos. São difíceis de cumprir, mas são essenciais.

No geral, as instituições de ensino estão bem organizadas, com circuitos e formas de atuação bem definidas. As diretrizes emitidas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e as condições instituídas nas escolas asseguram a minimização do contágio por SARS-CoV-2.

No meu entender, uma informação que carece de melhor explicação é a clarificação de quais são exatamente os sintomas de infeção respiratória indicadores de que os pais não podem levar as crianças à escola e, ainda, como devem atuar nesta situação. É claro que crianças sintomáticas não podem ir à escola, mas é preciso que a DGS defina melhor o que se entende por sintomático neste escalão etário e que deverá implicar ficar no domicílio.

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Infeção por Covid-19
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), em conjunto com a Associação Portuguesa da Intervenção Cardiovascular (APIC) e a...

A infeção COVID-19 apresenta complicações mais graves em doentes com mais idade (>60 anos) e cujo quadro clínico apresente outras comorbilidades. Em particular, verifica-se maior risco de complicações e de mortalidade nos portadores de doença cardiovascular (CV). “Embora os estudos que mostraram uma associação entre a doença CV e maior risco de complicações e de mortalidade nos doentes com infeção COVID-19 não definam doença CV de risco elevado, a SPC considera de extrema importância proteger os doentes portadores de doença cardíaca de risco elevado, cuja a atividade profissional não seja passível de teletrabalho, devendo assim beneficiar de deve de proteção especial”, defende Victor Gil, presidente da SPC.

“Esta questão é particularmente importante porque, sendo uma sociedade científica, a SPC tem sido questionada múltiplas vezes relativamente à definição de situações cardiovasculares de elevado risco que possam servir como orientadoras para os Cardiologistas, mas também para as outras especialidades médicas”, acrescenta.

Assim, e apesar da ausência de evidência científica sobre estas formas de doença CV que se associam a maior gravidade/mortalidade na infeção COVID-19, este documento, que é um documento de consenso desenvolvido por vários peritos de várias áreas da Cardiologia, permite identificar as doenças cardíacas com risco mais significativo associado à infeção por SARS-CoV2.

 

Saúde da visão
Os programas de gestão de listas de espera na área da saúde da visão fracassaram em toda a linha. Segundo dados do Ministério...

As barreiras de acesso aos cuidados para a saúde da visão no SNS são crónicas, gigantescas e aumentam de ano para ano e a pandemia de COVID-19 veio agravar a situação para um patamar ainda mais crítico.

“Este cenário resulta da falta de integração dos cuidados para a saúde da visão e do incorreto planeamento da força de trabalho, e quem o diz é a própria Organização Mundial de Saúde. Não adianta atirar dinheiro para algo que está fundamentalmente errado” diz Raúl de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).

Cinquenta por cento das causas de problemas visuais em Portugal são erros refrativos que podem e devem ser atendidos, diagnosticados, prescritos e tratados nos cuidados de saúde primários. Os optometristas são especialistas a tratar erros refrativos, síndromes de visão binocular e são treinados para detetar quando há anomalias no olho.  Os optometristas são formados pelas mesmas faculdades e escolas que formam os médicos, garantindo a mesma qualidade e segurança.

Para Raúl de Sousa “a solução técnica e científica para assegurar acesso universal aos cuidados para a saúde da visão, é garantir cuidados de proximidade e na comunidade, através de força de trabalho bem planeada e organizada com oftalmologistas, optometristas e ortoptistas em trabalho de equipa multidisciplinar e distribuídos pelos vários níveis de cuidados do SNS”.

Recentemente um inquérito realizado, a 217 médicos de família em 58 centros de saúde da comunidade autónoma de Navarra, em Espanha, sobre a implementação da consulta de optometria nos centros de saúde, revela que 86% dos médicos de família encaminhavam os seus doentes para esta consulta quando detetavam perda de acuidade visual à distância ou presbiopia.

Após dez anos da implementação da consulta de optometria nos centros de saúde, Navarra tinha apenas 3.683 pacientes a aguardar uma primeira consulta no serviço de oftalmologia, sendo a quarta comunidade autónoma, em 2016, com a menor taxa na lista de espera no SNS.

O mundo caminha alinhado com o Programa de Visão da OMS que visa facilitar a integração dos cuidados da saúde da visão na cobertura universal de saúde.

De acordo com  APLO, Portugal além de não seguir esta tendência, continua inerte em políticas obsoletas que não asseguram o direito a uma prestação de cuidados de saúde primários da visão eficiente e atempada. "É absolutamente crítico refletir sobre a realidade atual e futura dos cuidados para a saúde da visão no nosso país", escreve em comunicado. 

 

Material de proteção
Neste Mês Internacional de Sensibilização para o Cancro Pediátrico, a Zurich Portugal, a “Z Zurich Foundation”, fundação...

Devido à fragilidade dos seus sistemas imunológicos, as crianças e jovens doentes pediátricos são particularmente vulneráveis à Covid-19 e, por este motivo, a ACREDITAR está, desde fevereiro, a adaptar todas as suas ações a esta realidade. O donativo vai ser aplicado em materiais de proteção para crianças, jovens e suas famílias, na continuação da adaptação necessária ao contexto epidémico dos espaços das Casas Acreditar em Lisboa, Coimbra e Porto, no transporte de doentes e famílias, no apoio financeiro às famílias de doentes em situações socioeconómicas críticas e na criação de testemunhos em vídeo de sobreviventes de cancro para partilha com as crianças e jovens internados.

“No meio do contexto pandémico que vivemos e com a possibilidade de um agravamento a partir do outono, não podemos deixar que o cancro pediátrico caia no esquecimento. Continua a ser fundamental realçar a importância do diagnóstico atempado do cancro pediátrico e garantir que a qualidade dos tratamentos se mantém na agenda pública. Neste momento em que as famílias estão ainda mais carenciadas social e financeiramente e em que sentimos uma quebra dos nossos fundos, é renovador contarmos com o empenho de parceiros como a Zurich no reforço da proteção das nossas Casas e também das crianças e jovens hospitalizados”, salienta Margarida Cruz, diretora geral da ACREDITAR.

“A Zurich é parceira da ACREDITAR há mais de 10 anos e considerando que os impactos da Covid-19 são particularmente sentidos nas crianças e jovens com cancro pediátrico e que as necessidades de adaptação da ACREDITAR aumentaram, faz-nos todo o sentido reforçar o nosso apoio, contribuindo assim para a qualidade de vida destes doentes, sobreviventes e suas famílias que tanto precisam da nossa atenção, do nosso apoio e da nossa dedicação”, afirma António Bico, CEO da Zurich Portugal.

Em resposta aos desafios que as instituições de beneficência enfrentam devido à crise provocada pela Covid-19 e para manter o apoio às instituições selecionadas através de um contínuo compromisso local com o voluntariado, a Zurich Portugal, a “Z Zurich Foundation” e a Missão Azul também estão a apoiar a ADIL – Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo, Casa da Criança de Tires, Centro de Apoio ao Sem-Abrigo de Setúbal, CEPAC – Centro Padre Alves Correia, Comunidade Vida e Paz, Coração Amarelo, Cruz Vermelha Portuguesa, EPIS - Empresários Pela Inclusão Social e vários centros hospitalares com alimentação, equipamento informático, material didático, mobiliário ou viseiras de proteção individual.

A ACREDITAR existe desde 1994. Presente em quatro núcleos regionais: Lisboa, Coimbra, Porto e Funchal, dá apoio em todos os ciclos da doença e desdobra-se nos planos emocional, logístico, social, entre outros. Em cada necessidade sentida, dá voz na defesa dos direitos das crianças e jovens com cancro e suas famílias. A promoção de mais investigação em oncologia pediátrica é uma das preocupações a que mais recentemente se dedica. O que a ACREDITAR  faz há 25 anos - minimizar o impacto da doença oncológica na criança e na sua família - é ainda mais premente agora em tempos de crise pandémica.

 

Discriminação pela idade
O Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (NEGERMI), com o apoio de 42 outras organizações...

No dia 25 de maio, o mundo inteiro ficou chocado com a morte por asfixia de George Floyd, um afro-americano, durante a sua prisão pela polícia em Minneapolis. Imediatamente o mundo mobilizou-se para criar um movimento para combater o racismo anti-negro, por meio do slogan “#BlackLivesMatter "

Quatro meses mais tarde, com a pandemia de COVID-19 a afetar todas as nações, sem distinção, foram as pessoas com 65 ou mais anos que pagaram o preço mais alto (92% de mortalidade em França, 90% na Suécia, 89% no Reino Unido).

Quando se comemora o 20º aniversário do artigo 25º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, que reconhece oficialmente "o direito das pessoas idosas a uma existência condigna e independente e a participar na vida social e cultural”, o Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (NEGERMI), com o apoio de 42 outras organizações de 29 países lançaram o slogan "#OldLivesMatter" para lutar contra a discriminação pela idade (idadismo; velhicismo) e sensibilizar os cidadãos, os meios de comunicação social e as instituições para o respeito pelos mais velhos.

#AllLivesMatter: dos negros, dos jovens, dos velhos

Esta campanha, criada pela Sociedade Francesa de Geriatria e Gerontologia (SFGG), com o apoio da European Geriatric Medicine Society (EuGMS), é composta por três vídeos “#OldLivesMatter”, criados por Jean-Paul Lilienfeld. Os vídeos representam três casos de racismo comum e universal, num tom humorístico e incomum, e pretendem mostrar como o preconceito de idade é uma discriminação tão frequente que nem sequer a vemos.

Em 2050, as pessoas com 60 anos ou mais serão 2 mil milhões no mundo: “a sociedade poderá tirar vantagens desse envelhecimento da população se todos envelhecermos com melhor saúde. Mas, para isso, devemos eliminar os preconceitos relacionados com a idade”, diz Olivier Guérin, Presidente da Société Française de Gériatrie et Gérontologie (SFGG).

Idadismo é a discriminação mais comum e banal

O preconceito de idade é a discriminação mais difundida, comum e universal (e é a única discriminação que não é punida por lei). A maioria das pessoas não tem conhecimento dos estereótipos que eles próprios inconscientemente têm sobre os idosos e, no entanto, isso exerce um efeito destrutivo sobre esses mesmos idosos - um estudo mostrou que pessoas expostas ao comportamento negativo do idadismo vivem em média 7,5 anos menos que os outros.

A discriminação insidiosa que mina as nossas sociedades: a exclusão da maioria dos idosos da vida ativa da sociedade é uma tragédia inaceitável e contrária à dignidade humana.

29 e 31 de outubro
A Sociedade Portuguesa da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover o seu IX Congresso, que irá decorrer pela primeira vez num...

“Com este congresso pretendemos promover a partilha de conhecimento entre os profissionais de saúde de forma interdisciplinar e fomentar o interesse no tratamento de patologias da coluna vertebral. Neste espaço online estarão presentes oradores que articularão palestras, debates e workshops com diferentes objetivos e subtemas.”, explica Carla Reizinho, Presidente da Comissão Organizadora do IX Congresso da SPPCV.

Acrescenta ainda, “Face à situação que o mundo está a ultrapassar, organizar o congresso num formato virtual é sem dúvida a solução mais segura para todos. Consideramos que a continuidade formativa dos cirurgiões da coluna e restantes profissionais que de alguma forma abordam o doente com patologia da coluna é vital para a melhoria dos cuidados aos nossos doentes."

A iniciativa virtual contará com a presença de palestrantes internacionais, como Thomas Blattert e Marco Teli em representação da Eurospine no simpósio com o tema “Desafios no tratamento da patologia da coluna no idoso” e com o Professor Michael Fehlings, que introduzirá a palestra “Degenerative cervical myelopathy: What is new? What is hot?”, entre outros palestrantes nacionais e internacionais reconhecidos. Contaremos com a participação de Sociedades Científicas Internacionais, nomeadamente a AO Spine, a Sociedade Espanhola de Coluna (GEER) e Sociedade Iberolatinoamericana de coluna (SILACO).

O Congresso da SPPCV é um evento que vai já na sua nona edição e tem como missão promover a discussão, divulgação científica e aprendizagem de temas relacionados com a coluna vertebral, sendo que as inscrições para a submissão dos resumos estão abertas até ao próximo dia 13 de setembro.

Para mais informações e inscrições: https://norahsevents.eventkey.pt/geral/paginas.aspx?cod=336

 

Curso
O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI), da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai realizar...

“Conhecemos hoje, melhor do que nunca, a população microbiológica associada aos doentes com infeção que tratamos na Medicina Interna e isto deve-se à maior capacidade laboratorial para a sua identificação e pela consciência da necessidade do conhecimento – para cada realidade epidemiológica – do seu padrão de sensibilidade e resistências aos antibióticos. Esse mesmo conhecimento coloca-nos hoje em alerta para a emergência de microrganismos cada vez mais resistentes aos antibióticos disponíveis, colocando novos desafios na prevenção e tratamento da infeção.” afirmam Sara Marques e Carlos Capela, Médicos de Medicina Interna do Hospital de Braga.

“Um dos fatores mais relevantes para a emergência dessas resistências é a utilização excessiva de antibióticos, seja a nível do uso humano, seja a nível da indústria de produção animal. A Medicina Interna é a especialidade que lida frequentemente com doentes e doenças complexas, e por isso é-nos exigida a adequação terapêutica individual otimizada nestes contextos, para daí retirarmos o benefício para o doente contribuindo ao mesmo tempo para o melhor controlo global das resistências aos antibióticos.” acrescentam Sara Marques e Carlos Capela.

O curso destina-se a Médicos de Medicina Interna com necessidade de formação ou recertificação e nele serão abordados vários temas, como Princípios gerais de antibioterapia racional; Mecanismos de ação e princípios farmacocinéticos/ farmacodinâmicos; Fundamentos da bacteriologia – agentes comuns das infeções comuns; e Fundamentos da bacteriologia – agentes multirresistentes. Para além de Workshops práticos tipo case-based learning, sobre Infeção do Sistema Nervoso Central; Endocardite; Infeções da pele; Infeções no doente imunodeprimido; Infeções respiratórias; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Infeções do trato urinário; e Reações adversas e interações medicamentosas.

Mais informações em: https://www.spmi.pt/bases-de-antibioterapia-para-internistas-2020/

Sistema imunitário debilitado aumenta o risco
A sépsis é uma inflamação sistémica que surge como uma resposta aguda do sistema imunitário a uma infeção grave generalizada,...

A sépsis pode desenvolver-se em qualquer indivíduo que contraia uma infeção, contudo, em indivíduos com o sistema imunitário mais debilitado o risco torna-se mais acrescido, como é o caso dos doentes com COVID-19 que, devido à fragilidade do seu sistema imunitário, apresentam maior probabilidade de desenvolver sépsis.

“É fundamental conhecer os primeiros sinais de sépsis para iniciar o tratamento o mais atempadamente possível e evitar um agravamento das lesões. A eficácia do tratamento depende muito da rapidez do diagnóstico”, lembra Eleonora Bunsow, especialista na área de Microbiologia Clínica e Doenças Infeciosas e Medical Advisor da bioMérieux Portugal e Espanha.

Grande parte dos indivíduos apresenta sintomas como febre, podendo ter calafrios e fraqueza. À medida que a infeção se agrava, podem verificar-se o aumento da frequência respiratória e/ou cardíaca, pele manchada ou sem cor devido ao fluxo sanguíneo reduzido, menor frequência nas idas à casa-de-banho e urina em quantidades menores, fala arrastada ou confusão e tremor extremo ou dor muscular. O fluxo sanguíneo reduzido pode levar à morte dos tecidos, incluindo órgãos vitais, como rins, pulmões, coração e cérebro.

A especialista acrescenta ainda que “A taxa de mortalidade aumenta nos casos em que o diagnóstico é mais demorado e, sobretudo, nos casos em que o doente tem o sistema imunitário debilitado ou uma doença crónica”.

Este ano, para assinalar o Dia Mundial da Sépsis, a bioMérieux, empresa líder em soluções de diagnóstico in vitro, convida sobreviventes, familiares, amigos e profissionais de saúde a partilharem testemunhos relacionados com a Sépsis. Procuram-se histórias de superação ou de perda, testemunhos pessoais ou experiências com pessoas próximas que relatem vivências com esta condição. A iniciativa “Juntos Vamos Dar Rosto à Sépsis” pretende reunir testemunhos reais e envolver a sociedade, ao contribuir para aumentar o conhecimento sobre esta infeção potencialmente fatal. As histórias podem ser submetidas através da Internet, no seguinte formulário https://biomerieux.wufoo.com/forms/z107n6kz0wzxbxw/

A sépsis afeta milhões de pessoas todos os anos, estimando-se que seja responsável por 20 por cento das mortes por ano em todo o mundo. De acordo com um estudo publicado na revista Lancet, em 2017, morreram 11 milhões de pessoas com sépsis. Em Portugal, segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), 22% dos internamentos em unidade de cuidados intensivos são devidos à sépsis e 40% destes doentes acabam por morrer. Apesar de ser uma infeção ainda desconhecida para grande parte dos portugueses, causa mais mortes a nível hospitalar do que o acidente vascular cerebral (AVC). Os efeitos a longo prazo para os sobreviventes da sépsis incluem danos permanentes nos órgãos, assim como incapacidade física e cognitiva.

Patologia causada pelo Papilomavírus Humano
O calor, o excesso de transpiração e a afluência a praias, piscinas e balneários leva a que os pés e

Muitas vezes confundidas com calos, as verrugas plantares são infeções localizadas na planta do pé, que apresentam um aspeto com uma tonalidade esbranquiçada e um formato redondo. A sua textura carateriza-se por ser dura e áspera, resultante do acumular de pele naquele local. Já o seu período de incubação é longo, o que significa que as lesões podem surgir 6 meses após o contágio.

Esta patologia é causada pelo Papilomavírus Humano (do inglês, HPV), tratando-se de uma doença altamente contagiosa. O vírus faz com que algumas células da pele se desenvolvam de forma mais rápida do que o habitual, levando ao excesso de pele.

Com a transpiração e a existência de cortes, fissuras, feridas ou maceração (pele branca, fragilizada) nos pés, passa a existir uma porta de entrada para o HPV. Razão pela qual, os frequentadores de piscinas e balneários estão mais propensos a serem infetados.

Para evitar as verrugas plantares devem ser utilizados chinelos nos locais públicos como nas piscinas, nos balneários e nas saunas, uma vez que estes locais são quentes e húmidos, ideais para a proliferação de fungos e de bactérias, logo possíveis fontes de contágio. Também é importante que não sejam partilhadas toalhas, meias ou qualquer tipo de calçado.

Para evitar que o vírus se propague, é ainda recomendável que os pés sejam lavados diariamente, com um sabonete de PH neutro, e que no final fiquem bem secos. Se existir uma suspeita de ter estado em contacto com uma área infetada, deverá optar por um sabonete desinfetante.

Por outro lado, se existirem sintomas como dor ou alteração na cor e/ou textura do pé, deve ser marcada uma consulta no podologista, o quanto antes, uma vez que este tipo de patologia pode tornar-se incapacitante dada a sua localização.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Webinar
A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) vai realizar uma sessão online subordinada ao tema "Cirurgia do...

Nesta iniciativa, que celebra também os 22 anos da APCA, em Portugal, cada unidade de cirurgia de ambulatório (UCA) vai apresentar a sua experiência sobre o que foi a realidade nestes últimos 3 meses: alterações nos circuitos, adaptações, protocolos anestésicos e cirúrgicos, gestão da atividade cirúrgica, recursos humanos, rastreios, entre outros.

De acordo com Carlos Magalhães, presidente da APCA, “a partilha de conhecimento e experiências entre os profissionais das várias UCA poderá ser um contributo para ultrapassar os desafios que nos são colocados atualmente, sem nunca descurar os elevados padrões de qualidade da Cirurgia Ambulatória portuguesa”, afirma.

E acrescenta “este webinar marca também aquilo que são os 22 anos de existência da Cirurgia de Ambulatório em Portugal, e todos os esforços que têm vindo a ser feitos nesse sentido. Nos últimos anos, no nosso país, a cirurgia em contexto de ambulatório obteve um desenvolvimento positivo, sendo que o principal fator de sucesso e desenvolvimento tem sido a sua característica multidisciplinar, envolvendo diferentes grupos profissionais, assim como a garantia de segurança e de elevados índices de qualidade no tratamento dos nossos doentes.”.

O webinar vai contar com a moderação da APCA e com a participação dos médicos que representam as unidades de cirurgia ambulatória por todo o país, nomeadamente Lúcia Marinho, da UCA de Lamego, Francisco Matos, da UCA de Coimbra, Jelena Neves, da UCA de Centro Hospitalar Lisboa Norte, Luís Gabriel, da UCA de Beja, e Ana Lares, da UCA de Faro.

A inscrição no evento é gratuita, mas obrigatória.

Para mais informações e inscrições, consultar: https://diventos.eventkey.pt/geral/detalheeventos.aspx?cod=279

Semana Europeia de Consciencialização para a Doença Valvular Cardíaca
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai assinalar, em Portugal, a Semana Europeia de...

“Acreditamos que ao aumentar a consciencialização sobre as doenças valvulares cardíacas estaremos a garantir que os doentes estão mais informados e capacitados para identificar sintomas (cansaço, dor no peito e desmaios) e recorrer ao profissional de saúde (médico de família ou cardiologista), o que irá permitir o diagnóstico e tratamento atempado”, explica Rui Campante Teles, Coordenador da campanha Corações de Amanhã.

No âmbito da Semana Europeia de Consciencialização para a Doença Valvular Cardíaca, a APIC vai promover uma coleção de vídeos de consciencialização para a estenose aórtica e insuficiência mitral, as principais doenças valvulares cardíacas, junto das universidades seniores e unidades de cuidados de saúde primários.

Os vídeos podem ser visualizados no canal de Youtube da APIC em: http://www.youtube.com/c/AssociaçãoPortuguesadeIntervençãoCardiovascular

“Esta iniciativa enquadra-se também nos objetivos institucionais da APIC que pretende estar cada vez mais próxima da comunidade, numa perspetiva de consciencialização para a prevenção e diagnóstico precoce das doenças cardíacas. Desta forma, vai poder, também, assegurar que os doentes estão a beneficiar de todas as formas de tratamento modernas e inovadoras disponíveis no SNS português, independentemente da sua condição social ou do local onde habitem” diz João Brum Silveira, presidente da APIC.

A campanha “Corações de Amanhã” pretende aumentar o conhecimento e compreensão sobre a doença valvular cardíaca, promovendo o seu diagnóstico e tratamento atempado. A estenose aórtica e a insuficiência mitral são as principais doenças valvulares cardíacas.

A estenose aórtica é uma doença que afeta cerca de 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 70 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida. A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso impede o fluxo sanguíneo para fora do coração. Se não for detetada atempadamente esta doença pode ter um desfecho letal.

A insuficiência mitral é a segunda doença valvular mais comum, em todo o mundo, e antecipa-se que a sua prevalência aumente nos próximos anos, com o envelhecimento da população. É mais comum em homens e aumenta com a idade. Caracteriza-se por um refluxo de sangue pela válvula mitral. À medida que o ventrículo esquerdo bombeia o sangue para a aorta, um pouco de sangue retorna para trás em direção à aurícula esquerda, aumentando o volume de sangue e pressão nesse local. Este aumento da pressão arterial na aurícula esquerda aumenta a pressão do sangue nas veias dos pulmões. Será bombeado menos sangue para a circulação e os pulmões ficam como que encharcados em sangue e isto gera a falta de ar e o cansaço.

Campanha
Relembrar aos doentes a importância de identificar sinais de outras doenças e reforçar a necessidade de comparência às...

“Infelizmente, mesmo em tempo de pandemia as doenças continuam. É muito importante alertar para a identificação de outros sinais, para outras patologias que não a Covid-19. Numa altura em que o medo de ser infetado pesa na decisão de ir ao hospital, queremos reforçar que estamos prontos para cuidar de todas as pessoas com a máxima segurança e que connosco estão em boas mãos”, sublinha Nuno Corte Real, diretor clínico do Hospital de Cascais.

 Uma campanha que aposta na proximidade e pedagogia, e que conta com a afixação de cartazes no Hospital de Cascais, colocação de outdoors e mupis pela cidade e a disponibilização de informação relevante sobre o tema nas redes sociais e site das duas entidades promotoras.

 

Estudo
Estima-se que a Dermatite Atópica custe todos os anos cerca de mil milhões de Euros aos doentes e ao Serviço Nacional de Saúde ...

O impacto desta doença inflamatória crónica da pele na sociedade portuguesa inclui ainda custos indiretos relacionados com absentismo laboral e perda de produtividade num valor estimado de 1.477 milhões de euros.

No dia em que se assinala o Dia Mundial da Dermatite Atópica são libertadas as principais conclusões do primeiro estudo sobre o impacto social e económico da DA em Portugal. Este estudo foi realizado pela NOVA Information Management School (NOVA IMS) da Universidade Nova de Lisboa, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) e com Associação Dermatite Atópica Portugal (ADERMAP), com apoio da Sanofi. O estudo analisa o impacto desta doença nas diferentes dimensões da qualidade de vida, o impacto económico da doença e o impacto das variáveis mediadoras como absentismo, presenteísmo e produtividade.

A Dermatite Atópica mostrou ter um elevado impacto para as pessoas com DA. Estas gastam, em média, 1.818 Euros por ano na gestão da sua doença. No que diz respeito apenas aos custos com medicamentos, um doente com DA ligeira gasta em média 530 Euros e um doente com a forma mais grave quase que quadruplica os seus gastos para 2.054 Euros.

Relativamente aos efeitos do absentismo ou perda de produtividade, por parte de doentes e cuidadores, a DA representa uma perda de 1.477 mil milhões de Euros, todos os anos.

“Os resultados do estudo hoje apresentado demonstraram a existência de um impacto muito significativo nos vários níveis da qualidade de vida do doente com DA, mas também na economia nacional. Por outro lado, torna-se evidente que o investimento nesta doença inflamatória crónica por parte do estado e dos doentes, tem um significativo retorno positivo para a sociedade, que se traduz em qualidade de vida do doente, e numa importante mitigação do seu impacto económico” avança Pedro Simões Coelho, coordenador do estudo da NOVA IMS.

Para além do impacto económico, o estudo revelou um enorme impacto social e na qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores.

O estudo mostrou que as pessoas que vivem com DA demoram, em média, 44 minutos por dia a tratar da sua doença. Este tempo dedicado ao tratamento e alívio dos sintomas cresce na DA moderada para 63 minutos e na DA grave para 81 minutos por dia, o que significa que nos casos mais graves os doentes dedicam sempre mais de uma hora à gestão da DA.

Metade das pessoas com DA grave refere que passa mais de 14 noites mal dormidas por mês. No geral, 34% de todos os inquiridos refere ter dificuldades em dormir, o que ilustra o impacto que a doença tem na vida de quem sofre de DA. Os doentes com DA estariam dispostos a abdicar de 21% do seu rendimento anual para conseguirem eliminar a doença e todos os sintomas associados.

O diagnóstico desta doença é um processo muitas vezes lento, podendo demorar até 6 anos. Em média, o tempo entre os primeiros sintomas e a confirmação do diagnóstico é de dois anos.

Joana Camilo, presidente da ADERMAP comenta que “a Dermatite Atópica é uma doença crónica comum, com um impacto físico e psicológico contínuo e que pode ser violento na vida social, familiar, profissional e económica das pessoas. Falamos de, por exemplo, comichão e dor permanente e globalizada no corpo, que nos impede de dormir e tem repercussões a todos os níveis da nossa vida. Na maioria das pessoas, acresce ainda outras comorbilidades que fazem piorar ainda mais o nosso estado de saúde e agravar a qualidade de vida que nalguns casos é inexistente. É uma doença que tem de ser valorizada, pelos doentes, pelas famílias e pelo Estado. Este estudo demonstra que investir na melhoria da saúde das pessoas com DA pode representar ganhos para a economia do país e poupança para o SNS.”

No ano anterior ao estudo, 16% dos inquiridos recorreram ao serviço de urgência do SNS devido à DA, o que demonstra que estas pessoas não tinham a sua doença controlada.

Outra das conclusões do estudo foi a assimetria verificada entre os cuidados de saúde a nível público e privado. Cerca de 70% dos inquiridos recorreram ao sistema de saúde privado devido à DA. Para 86% dos doentes esta escolha foi justificada pelo menor tempo de espera para uma consulta, que para a especialidade de dermatologia, é oito vezes superior no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Os dados deste estudo evidenciam que estes doentes têm muito do seu acompanhamento no sector privado, o que revela uma fragilidade assistencial no apoio a estes doentes. A relevância do sistema de saúde privado para estes doentes, mostra que existem questões de equidade que necessitam de ser garantidas para um acesso à saúde justo para todos” reitera o presidente da SPDV, Miguel Peres Correia

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