Medição da temperatura
A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta quarta-feira que é recomendada a automonitorização dos sintomas da COVID...

“A medição da temperatura é feita nos aeroportos, nos pontos de entrada do nosso país, com determinados critérios e equipamentos. É aí que está recomendada”, começou por explicar a especialista em saúde pública, questionada sobre a medição da temperatura na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19. 

Na restante população, prosseguiu, “não temos nenhuma recomendação específica, a não ser aquela que é as próprias pessoas fazerem a automonitorização dos seus sintomas, entre eles a temperatura, antes de se deslocarem para a escola ou para o trabalho”. 

Graça Freitas advertiu, ainda, que “as instituições que entenderem implementar esse método deverão pedir autorização às pessoas para que lhes seja medida a temperatura”. Além disso, sugeriu, essas entidades “deverão manter o sigilo e o recato necessários para que a pessoa não veja revelado o seu valor da temperatura em público”. 

 

Ministra da Saúde
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contratou desde dezembro de 2015 mais 15.425 profissionais de saúde. Deste total, 3.710 são...

A Ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou esta quarta-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) dispõe de mais 5.216 profissionais de saúde quando comparado com o final do ano de 2019. 

Em declarações aos jornalistas na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19, a governante especificou que 1.527 são enfermeiros, 1.784 são assistentes operacionais, 542 assistentes técnicos e 445 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica. 

Marta Temido lembrou que entre o final de 2015 a dezembro de 2019 foram contratados 15.425 profissionais. 

Segundo a responsável, o Plano de Saúde outono-inverno 2020/21 conta com os setores privado e social para organizar as respostas à pandemia da COVID-19. 

“Sempre o dissemos, na primeira fase, que tínhamos interesse em contar com o setor privado e social para organizar as respostas”, afirmou Marta Temido, lembrando que metade dos testes de diagnóstico são “feitos no privado e na academia”. 

Também existem acordos preparados na primeira fase de resposta à doença, a nível dos internamentos, que poderão ser ativados, existindo ainda a possibilidade da requisição civil, referiu. 

Boletim Epidemiológico
Portugal registou mais três mortos nas últimas 24 horas devido ao novo coronavírus, aumentando para 1.928 o número de vítimas...

O boletim da Direção-Geral da Saúde, divulgado esta quarta-feira, revela ainda que foram diagnosticados 802 novos casos. O país supera assim a barreira dos 70 mil infetados, com um total de 70.465 casos desde o início da pandemia. Este é também o oitavo pior dia em casos diários registados desde março. 

Dos novos casos, 437 (54%) foram diagnosticados na região de Lisboa, quase tantos como todo o país ontem (463). O Norte registou 240 novos casos, a região Centro 73 casos, o Alentejo mais 19 e o Algarve mais 28. Nos Açores há mais três casos e na Madeira mais dois.

Existem, neste momento, 571 pessoas internadas, mais 25 que ontem. Destas, 77 estão nos cuidados intensivos, mais sete face ao último balanço.

Nas últimas 24 horas recuperaram da doença mais 216 pessoas. Já são 46.290 os casos recuperados.

Atualmente, existem 22.247 casos ativos de infeção e as autoridades de saúde têm 40.765 contactos em vigilância.

 

 

Investigação e Desenvolvimento
A Immunethep, uma empresa de biotecnologia com sede no Parque Tecnológico de Cantanhede vai iniciar no próximo mês testes em...

De acordo com o responsável da empresa, citado pela Executive Digest, dentro de dois a três meses deverão existir “resultados que permitam iniciar testes em humanos”.

A empresa tinha já trabalho desenvolvido com outra vacina, no sentido de prevenir infeções bacterianas, que muitas vezes são a causa de morte de doentes internados, inclusive pessoas infetadas com covid-19. Diz o responsável que a partir daí decidiram avançar para “o desenvolvimento de uma vacina específica para a covid-19”.

A formulação encontrada vai começar a ser testada em ratinhos no próximo mês e a produção da vacina, caso seja aprovada, será feita com uma empresa no Canadá com a qual a biotecnológica portuguesa já trabalha para a outra vacina na área bacteriana.

“Neste momento, temos uma formulação definida e estamos prontos a testá-la no modelo animal”, precisou Bruno Santos.

A base para a conceção desta vacina parte de vírus inativados, explicou.

Em comunicado, a empresa anunciou que o seu principal produto é uma vacina antibacteriana de largo espetro que está “pronta para entrar em ensaios clínicos” e que com a pandemia de covid-19, decidiu colocar as capacidades e conhecimento adquirido no desenvolvimento de “novas soluções” que possam ajudar a parar a doença e as suas consequências.

“O conhecimento gerado no processo de desenvolvimento de vacinas permitiu-nos avançar rapidamente para ensaios de desenvolvimento de uma vacina para a covid-19. Esta vacina foi desenhada para potenciar a resposta imune ao vírus nos pulmões. A vacina tem uma dupla função: Induzir a produção de anticorpos específicos para neutralizar o SARS-CoV-2 e aumentar a nossa capacidade natural de combater infeções virais”, lê-se no documento emitido pela empresa.

“Publicações recentes demonstram que pelo menos 50% dos casos fatais associados a infeções por SARS-CoV-2 são devido a infeções oportunistas causadas por bactérias multirresistentes. Considerando que a vacinação destes pacientes para SARS CoV-2 não geraria uma resposta em tempo útil, a Immunethep está a desenvolver uma terapia utilizando anticorpos monoclonais para tratar este tipo de infeções bacterianas oportunistas”, acrescentam os autores do trabalho.

O objetivo é, através da vacinação, prevenir a doença e evitar a transmissão de humano para humano e, por outro lado, “através do tratamento pelos anticorpos monoclonais”, atenuar os sintomas de pacientes já infetados “reduzindo significativamente” o número de casos fatais dentro dos pacientes com covid-19.

Connecting Healthcare
A Ministra da Saúde, Marta Temido, participou esta manhã na sessão de encerramento da conferência Connecting Healthcare,...

De acordo com a fonte oficial, Marta Temido lembrou que, no atual contexto de pandemia que o país atravessa, é fundamental a aposta em “serviços públicos de saúde de carácter universal, geral e pagos por impostos” e em “meios materiais e humanos, em boas lideranças técnicas e em parceria com as autarquias, as comunidades locais e a academia”.

Marta Temido acrescentou que a sustentabilidade da prestação pública de cuidados de saúde só pode ser alcançada através de um investimento inteligente, que tem sido orientado de acordo com duas preocupações principais: o investimento nas pessoas (através de políticas públicas preventivas e promotoras da saúde) e o investimento no SNS (nos seus recursos humanos, nas suas infraestruturas e equipamentos e na sua capacidade de diagnóstico e terapêutica).

Para a governante, é graças a um “SNS sustentável e a todo o investimento realizado que temos hoje um Portugal mais coeso, mais equitativo, mais justo social e economicamente» sendo, por isso, “essencial continuar a pugnar pelos valores deste SNS e pela sua sustentabilidade”.

A conferência Connecting Healthcare é uma parceria da Unidade Local de Saúde de Matosinhos e do SEAL GROUP, realizada este ano no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, num formato misto presencial e digital.

 

Sintomas e diagnóstico
O tempo mais frio está a chegar, as empresas estão a desconfinar, as aulas estão a começar e, de aco

Os sintomas são muito semelhantes e, para dificultar o processo, continuamos a ter muitos casos positivos em pessoas com manifestações ligeiras, para além do grande número de assintomáticos. Até a comunidade médica terá dificuldade em distinguir estas duas infeções na perfeição, uma vez que não é possível fazê-lo clinicamente e de forma direta. Os médicos estão sensibilizados para essa situação e a indicação que têm é para “testar, testar, testar”. Testar sempre que estiverem perante quaisquer sintomas respiratórios.

O diagnóstico continuará a ser efetuado através da realização de testes laboratoriais ao SARS-CoV-2 e/ou adicionalmente ao vírus da gripe, dependendo das circunstâncias. Atualmente, nos hospitais, a prioridade é testar os doentes para o novo coronavírus. No entanto, na altura em que os vírus cocircularem poderá fazer sentido a realização dos dois testes, para despistar casos de coinfeção. Obviamente, cada caso é único e a situação terá de ser avaliada pelo médico. Na altura em que o vírus da gripe estiver em circulação, fará sentido fazer os dois testes rápidos e fiáveis a ambos os vírus, situação para a qual os laboratórios clínicos estão muito bem equipados e preparados.

Com a circulação destes dois vírus, é também importante fazer-se um reforço da vacinação para a gripe. No entanto, é preciso alertar que a vacina pode prevenir a gripe, mas que sobretudo protege contra as suas complicações. Há muitos casos de gripe em pessoas vacinadas, pelo que todas as pessoas devem ser também testadas.

A circulação, em simultâneo, do SARS-CoV-2 e do vírus da gripe em nada deve alterar a nossa atuação perante a desconfiança de uma possível infeção. Pelo contrário, devemos até reforçar.

Em caso de sintomas de uma possível infeção respiratória, a população deve contatar a linha SNS24 ou o seu médico. E, acima de tudo, não baixar a guarda e seguir as recomendações de prevenção: lavar as mãos com água e sabão durante, pelo menos 20 segundos; evitar tocar nos olhos, nariz e boca; manter o distanciamento social em situações profissionais e de lazer; ficar em casa se estiver doente; e desinfetar mãos, objetos e superfícies que sejam tocadas regularmente.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Lançamento decorrerá durante a Reunião Anual da SPAIC
Já está disponível gratuitamente, para Android e iOS, a nova aplicação ALERGO365, dirigida a profissionais de saúde de...

A aplicação inclui uma área reservada a utilizadores registados, onde é possível aceder a conteúdos exclusivos, com o patrocínio da Menarini Portugal. O projeto é lançado oficialmente na semana em que se realiza a Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), entre os dias 24 e 26 de setembro de 2020, em formato virtual.

Seguindo uma lógica de navegação simples e intuitiva, o projeto digital apresenta quatro secções informativas distintas. No calendário de congressos, os utilizadores podem consultar os principais eventos na área de Imunoalergologia, quer a nível nacional, quer internacional e online, contendo todas as informações relativas ao programa, deadlines importantes, inscrições e localização. É possível adicionar o evento diretamente ao calendário do dispositivo, guardar nos favoritos da app ou mesmo sugerir um evento para ser acrescentado nesta secção.

Para além disso, a ALERGO365 agrega diariamente um conjunto de notícias e vídeos sobre Imunoalergologia, selecionados a partir de fontes internacionais credíveis, que são publicados, respetivamente, nos separadores de Notícias e Vídeos, incluindo as opções de classificar os conteúdos, guardar nos favoritos ou partilhar.

Por fim, a área reservada da aplicação, apenas acessível a profissionais de saúde registados, disponibiliza dossiers especiais com conteúdos dedicados a eventos da área, notícias e vídeos corporativos do promotor, entre outros materiais úteis para os profissionais dedicados a esta área.

João Rolo, Diretor Médico da Menarini Portugal, reforçou as vantagens desta aplicação, que garante um acesso rápido a informação relevante e útil para o médico envolvido no tratamento das doenças alérgicas. “A gestão de tempo é cada vez mais um desafio. Esta ferramenta poupa tempo precioso para os Profissionais de Saúde. É um suporte científico de alta qualidade e, ao mesmo tempo, um gestor de agenda prático ao aceder às reuniões científicas mais importantes, entre outras funcionalidades. Esta iniciativa reforça o objetivo da Menarini, de se afirmar como uma Companhia de referência nesta especialidade médica”, acrescentou.

A aplicação ALERGO365 será apresentada aos profissionais de saúde ao longo dos três da Reunião Anual da SPAIC, através do espaço virtual Menarini na exposição técnica do evento, que este ano decorre em formato exclusivamente digital.

Principais sintomas
Para assinalar o Dia Mundial do Coração, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) e a Delta Cafés vão...

“Consideramos que reduzir o número de mortes é uma responsabilidade conjunta dos profissionais de saúde e de uma população informada, e é assim que surge esta iniciativa, para levarmos a consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio mais perto do quotidiano dos portugueses” explica João Brum da Silveira, presidente da APIC.

“Para a Delta Cafés faz parte do nosso compromisso social ajudar na divulgação e promoção de campanhas que permitam melhorar a vida dos portugueses, pelo que acreditamos que esta parceria é mais um passo nesse sentido” explica Rui Nabeiro, comendador da Delta Cafés.

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, fazendo com que parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e de nutrientes. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não os ignore. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas.

Para prevenir o enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar, reduzir o colesterol, controlar a tensão arterial e a diabetes, fazer uma alimentação saudável, praticar exercício físico, vigiar o peso e evitar o stress. Para mais informações consulte www.cadasegundoconta.pt

 

Projeto de Consciencialização da Medicina Personalizada 2020
A OncoDNA, empresa de tecnologia em saúde que está a tornar a medicina de precisão uma realidade, anuncia hoje que assinou um...

A European Cancer Patient Coalition (ECPC) é a principal organização “umbrela” de doentes oncológicos na Europa, tendo o papel central de trazer as necessidades não atendidas dos doentes com cancro para debate em relação às diversas políticas, cuidados e pesquisa oncológica. Uma investigação conjunta com o doente, divulgada em 2016, mostrou que havia uma consciência geral muito baixa sobre os testes moleculares e biomarcadores do cancro, e o ECPC respondeu ao desempenhar um papel forte e proeminente na educação do doente, incluindo o lançamento do primeiro Mês de Consciencialização para a Medicina Personalizada.

Com a sua doação e envolvimento, a OncoDNA confirma o seu forte compromisso com os doentes com cancro e com a educação da comunidade oncológica e reforça a sua vontade de aumentar o acesso à medicina personalizada independente em oncologia na Europa.

“Estamos orgulhosos em apoiar a voz unificada dos doentes com cancro em toda a Europa, colaborando com o ECPC. A OncoDNA investiu em oncologia de precisão e desenvolveu testes moleculares tumorais exclusivos e abrangentes, incluindo software de interpretação para apoiar oncologistas e patologistas. Como resultado, os laboratórios podem oferecer uma abordagem terapêutica altamente personalizada para o cancro. Na OncoDNA, acreditamos que todos os cidadãos europeus têm o direito de aceder às melhores ferramentas de gestão oncológica, independentemente da situação socioeconómica. Esta colaboração com o ECPC demonstra a firme intenção da OncoDNA de dedicar tempo e recursos na educação dos doentes com cancro”, disse Myriam Guiral, diretora comercial da OncoDNA.

Antonella Cardone, Diretora da ECPC, acrescentou “Os testes moleculares permitem que um médico personalize o tratamento oncológico, identificando a terapia certa para o doente certo no momento certo. Em alguns países, o teste molecular não é reembolsado ou está disponível para todas as pessoas com cancro. Além disso, muitas pessoas nem conhecem essa possibilidade. Agora estamos a conduzir uma investigação sobre o teste de biomarcador para aprender sobre o conhecimento e experiência de doentes com cancro e sobreviventes de cancro com teste de biomarcador ou sem teste, e os resultados provisórios não são encorajadores. E isso tem de mudar. É por isso que no ECPC queremos aumentar a consciencialização sobre a importância do acesso aos testes moleculares oncológicos, especificamente durante o Mês da Consciencialização da Medicina Personalizada em novembro. Acreditamos que os doentes devem ser informados sobre todas as opções de tratamento disponíveis e ter autonomia para tomar as melhores decisões para a sua própria saúde”.

Ensaio Clínico
Foram recentemente publicados os resultados de um ensaio clínico que testou a segurança e a eficácia das células estaminais...

O estudo envolveu 54 doentes com CIC, elegíveis para cirurgia de bypass coronário. Os 16 participantes do grupo controlo foram tratados recorrendo exclusivamente à cirurgia de bypass coronário convencional, enquanto que 26 participantes foram ainda tratados com células estaminais do cordão umbilical e 12 com células da medula óssea. A administração das células ocorreu durante a cirurgia de bypass coronário, tendo sido feita a sua injeção direta no músculo cardíaco.

Os autores estudaram a diferença na capacidade de bombeamento de sangue pelo coração antes do tratamento e um ano depois, utilizando três técnicas diferentes. Observou-se que os doentes tratados com células do cordão umbilical demonstraram um aumento significativo na capacidade de bombeamento do coração em duas das três técnicas utilizadas, tendo uma das técnicas evidenciado melhorias significativas também no grupo que recebeu células da medula óssea. Nos doentes do grupo controlo não se observaram diferenças significativas.

Na análise das alterações na mobilidade da parede do coração, grau de fibrose e massa muscular cardíaca, foi possível aferir que, embora as diferenças não tenham sido estatisticamente significativas, os doentes que receberam células estaminais do cordão umbilical demonstraram melhorias mais acentuadas relativamente aos restantes, o que sugere um efeito reparador superior deste tipo de tratamento. O estudo da área do coração afetada por necrose (morte celular), antes do tratamento e um ano após o mesmo revelou que, embora se tenha observado uma diminuição significativa da área necrótica em todos os grupos, os doentes que receberam células do cordão umbilical exibiram melhorias mais acentuadas.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “no âmbito do Dia Mundial do Coração, é importante reforçar o papel da prevenção das doenças cardiovasculares, através da adoção de um estilo de vida saudável e alimentação cuidada, e sublinhar que a pesquisa por opções terapêuticas eficazes para o seu tratamento continua muito ativa”. A investigadora acrescenta ainda que “o recurso a terapias celulares tem sido alvo de intensa investigação científica e as células estaminais do tecido do cordão umbilical demonstraram já resultados promissores em contexto de doença cardíaca”.

Um enfarte do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco, pode conduzir ao desenvolvimento de uma doença designada por Cardiopatia Isquémica Crónica (CIC), devido à morte de células do músculo cardíaco e sua substituição por tecido fibroso não contráctil, semelhante ao de uma cicatriz. Estas alterações podem levar à perda de capacidade de bombeamento de sangue pelo coração e ao aparecimento de sintomas como dificuldade em respirar, dor no peito e fadiga extrema. Tendo em conta o bom perfil de segurança registado, as células estaminais do cordão umbilical podem revelar-se fortes candidatas para o desenvolvimento de tratamentos inovadores na área da regeneração cardíaca, sendo, no entanto, indispensável a realização de mais estudos nesse sentido.

Referência:
Ulus AT, et al. Intramyocardial Transplantation of Umbilical Cord Mesenchymal Stromal Cells in Chronic Ischemic Cardiomyopathy: A Controlled, Randomized Clinical Trial (HUC-HEART Trial). Int J Stem Cells. 2020. doi:10.15283/ijsc20075 [online ahead of print]

Testes arrancam em outubro
Eliminar o vírus SARS-CoV-2 – que provoca a doença Covid-19 – logo na principal “porta de entrada” no organismo, isto é, nas...

A investigação junta em consórcio a Universidade de Coimbra (UC), através de equipas multidisciplinares das faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e as empresas LaserLeap (Coimbra), que coordena o projeto, e Ondine Biomedical (Canadá), líder mundial na fotodesinfeção antibacteriana.

Os responsáveis do consórcio sublinham que o projeto “FOTOVID” assenta no “conhecimento recente de que o SARS-CoV-2 se associa a uma proteína preferencialmente presente nas cavidades nasais, onde se cria um reservatório de vírus responsável pela transmissão da doença e generalização da infeção”. Assim, fundamentam, “a inativação dos vírus presentes nas cavidades nasais nas fases iniciais da doença Covid-19 poderá acelerar o tratamento, permitir que apenas se manifestem as formas mais benignas da doença, e contribuir para impedir a propagação da pandemia”.

Partindo de uma tecnologia de desinfeção nasal criada pela empresa canadiana parceira no projeto, que já é utilizada em todo mundo para eliminar bactérias multirresistentes, o consórcio vai desenvolver uma terapia inovadora capaz de matar vírus, em particular o coronavírus responsável pela Covid-19. Desta forma, a investigação será muito mais rápida e, em caso de sucesso, a colocação no mercado será mais fácil e a custo reduzido.

“Esta é a inovação do projeto, pois a tecnologia nunca foi aplicada na inativação de vírus”, sublinha Luís Arnaut, um dos cientistas envolvidos na investigação, esclarecendo que “estamos a propor um procedimento já com elevado grau de sofisticação, que já demonstrou ser eficaz na desinfeção de fossas nasais, mesmo para bactérias multirresistentes onde as alternativas terapêuticas existentes falham sempre, ou seja, tem sido possível fazer a inativação de bactérias multirresistentes com a terapia fotodinâmica. Este elevado grau de sofisticação faz prever o maior sucesso da terapia para combater a Covid-19”.

Tal como acontece com outras abordagens terapêuticas atuais, em que fármacos dirigidos a outras doenças são também aplicados no tratamento da Covid-19, na prática, o que este consórcio propõe “é um reposicionamento de moléculas, ou seja, pegar numa terapia que está a ser usada para destruir bactérias multirresistentes e reposicioná-la para matar vírus”, acrescenta o catedrático da FCTUC.

Os primeiros testes vão arrancar já em outubro, na Faculdade de Medicina da UC, com amostras de vírus de doentes infetados por Covid-19 fornecidas pelo Serviço de Doenças Infeciosas do CHUC. Posteriormente, quando a equipa comprovar a eficácia da inativação fotodinâmica do vírus SARS-CoV-2, seguem-se os ensaios clínicos com doentes voluntários, o que deverá acontecer no próximo ano. Os testes vão ser coordenados pelos professores Manuel Santos Rosa e José Saraiva da Cunha.

A terapia fotodinâmica é uma terapia não invasiva onde se utiliza uma molécula que inativa vírus e bactérias apenas quando absorve luz e só no local onde a luz incide, ou seja, atua de forma seletiva. É um tratamento rápido, que pode durar apenas alguns segundos, e de baixo custo.

Sabendo-se que o nariz é a principal via de entrada do vírus SARS-CoV-2 no organismo, sem dúvida, a terapia fotodinâmica pode ser uma forte aliada no combate à pandemia. Os responsáveis do projeto defendem que a tecnologia que propõem tem como objetivo ser a primeira opção terapêutica, eliminando o vírus numa fase muito inicial e impedindo deste modo a evolução da doença para fases mais graves: “nós estamos a oferecer uma alternativa terapêutica que consiste em atacar diretamente a porta de entrada do vírus no organismo, para reduzir a carga viral no sítio onde ela é mais crítica”, afirma Luís Arnaut, vincando que se trata de uma tecnologia “que é para ser aplicada numa fase inicial de tratamento, para evitar complicações posteriores, em ambulatório”.

Além disso, conclui o especialista em terapia fotodinâmica da FCTUC, “trata-se de uma terapia que deve ser utilizada em grande escala, sem complicações e com um custo relativamente baixo. Em suma, queremos disponibilizar uma tecnologia em que o custo-benefício é extremamente vantajoso”.

Investigação i3S
De acordo com uma investigação do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), o consumo repetitivo de álcool afeta...

Renato Socodota, investigador do i3S, citado pelo Sapo 24, revela que o estudo, publicado na revista científica Science Signaling e que estava a ser desenvolvido há cerca de cinco anos, tem como principal objetivo “perceber o papel neurotóxico do álcool e os mecanismos moleculares e celulares envolvidos”.

Para tal, a equipa multidisciplinar de investigadores do i3S, recorreu a modelos experimentais, nomeadamente, a “ratinhos machos” e induziram um padrão de “ingestão repetitiva de álcool” durante 10 dias.

“Se fizéssemos a translação para um adulto homem saudável correspondia a cinco bebidas por dia, e numa mulher o equivalente entre três e quatro bebidas”, explicou Renato Socodota, primeiro autor do artigo.

Deste modo, os investigadores do grupo ‘Glial Cell Biology’ conseguiram mostrar que a ingestão repetitiva e excessiva de álcool atua diretamente na microglia (células imunes do sistema nervoso central), fazendo com que estas respondam “muito antes dos neurónios” aos efeitos do álcool.

De acordo com o investigador, “o álcool ativa essas células e elas eliminam as sinapses [elementos de comunicação entre os neurónios], o que contribui para a disfunção neuronal e possivelmente, comportamental que leva à adição”.

A par do papel neurotóxico do álcool, avança a notícia, a equipa de investigação ‘Addiction Biology’ do i3S, liderada pela investigadora Teresa Summavielle estudou “o papel da microglia no cérebro sob o efeito do álcool”.

“O facto de termos negligenciado outras células do cérebro durante muito tempo, considerando-as de suporte, contribuiu para que muitas das terapêuticas que temos para as doenças relacionadas com o cérebro não fossem tão eficientes como poderiam ser”, afirmou a investigadora.

Usando o mesmo modelo experimental, este grupo de investigação concluiu que o padrão de “ingestão repetitiva de álcool” durante 10 dias foi “suficiente para aumentar os níveis de ansiedade”.

“Qualquer alteração nas sinapses reflete-se no comportamento e, isto é relevante, porque mostra que não é preciso períodos muito longos de quantidades excessivas de álcool para que a ansiedade se manifeste”, disse a investigadora.

Este estudo, mostrou ainda que é “possível reverter o efeito do álcool”, nomeadamente, através de fármacos já utilizados para combater o cancro.

“Usámos fármacos que já estavam aprovados para tentar diminuir os efeitos tóxicos do álcool e resultou”, explicou Teresa Summavielle, acrescentando que o grupo pretende dar continuidade ao estudo.

“Gostávamos de usar um modelo de exposição mais longa para ver como é que o perfil de reatividade da microglia é alterado, como é que isso se reflete na ligação entre a microglia e outras células, o impacto que isso tem no comportamento e até que período de ingestão de álcool conseguimos prevenir os efeitos”, afirmou.

Cancro do colo do útero
Sendo uma infeção muito frequente e prevalente na população, sobretudo antes dos 30 anos, o HPV é o
HPV

Estima-se que todos os anos, em Portugal, mil mulheres sejam diagnosticadas com cancro do colo do útero, uma das principais complicações da infeção por HPV. Considerado pelos especialistas como “um evento natural” que afeta qualquer pessoa sexualmente ativa, “tenha ela um ou mais parceiros”, urge falar sobre a importância da vacinação.

“O Papilomavírus Humano é um pequeno vírus DNA pertencente à família dos Papovaviridae e que que infeta epitélios, mucosos ou cutâneos”, cuja transmissão acontece através do contato sexual entre mucosas e superfícies cutâneas. “A sua transmissão é muito fácil e frequente. Sabe-se que está presente em quase 100% dos cancro do colo do útero”, começa por explicar a especialista em ginecologia, Paula Ambrósio.

Para além ser responsável por este tipo de cancro, o HPV está ainda associado a lesões pré-invasivas e cancros da vagina, vulva, ânus, pénis e orofaringe. “No caso dos condilomas genitais, é responsável por 90% de todas as lesões”, acrescenta a especialista adiantando que, embora estes sejam benignos, “se associam a um enorme desconforto e estigma social e sexual” e cujos tratamentos são, muitas vezes, dolorosos e repetidos.

Esta infeção é quase sempre assintomática – com a exceção dos condilomas genitais que, tratando-se de lesões externas, são facilmente identificáveis – e transitória. “A maioria das pessoas acaba por eliminar o vírus e não tem consequências da infeção. No entanto, em alguns casos, a infeção torna-se persistente e é nestas situações que se podem desenvolver as lesões mais graves associadas ao vírus”, explica.

Quanto a grupos de risco, a especialista refere que todas as pessoas estão em risco de infeção pelo HPV desde que iniciam a sua atividade sexual não existindo, por isso, grupos de risco específicos ao contrário do que acontece com outras infeções sexualmente transmissíveis.

Neste sentido, sendo uma infeção muito frequente e prevalente, “importa identificar as pessoas que têm os tipos de alto risco e que, deste modo, estão em risco de desenvolver lesões pré-invasivas e cancros”.

“O rastreio do HPV não existe”, esclarece Paula Ambrósio. “O único cancro associado ao HPV em que existe rastreio é o do colo do útero. Tradicionalmente, este tem sido feito a mulheres entre os 21 e os 65 anos de idade (cada país tem o seu esquema) e com intervalos variáveis, entre 1 a 5 anos”, explica.

De acordo com a ginecologista, atualmente, a melhor forma de identificar as mulheres com risco aumentado de cancro do colo do útero é através da pesquisa dos HPV de alto risco em mulheres a partir dos 30 anos de idade, em substituição do tradicional teste de Papanicolau.

A importância do diagnóstico precoce prende-se, deste modo, com a necessidade de identificar, cada vez mais cedo, lesões pré-cancerígenas evitando que se venham a transformar numa neoplasia maligna.

Relativamente à prevenção, a especialista destaca a vacinação como a única forma de prevenir a infeção por HPV. “O uso de preservativo previne a transmissão do vírus, mas apenas em 70% dos casos, pelo que não é completamente eficaz”, afirma.

A sua eficácia está comprovada em mulheres e homens dos nove aos 45 anos de idade, no entanto, de acordo com Paula Ambrósio, não existe uma idade limite. No entanto, apesar de idealmente esta vacina ter de ser feita antes do início da atividade sexual, “a verdade é que a grande maioria das pessoas não vai entrar em contato com todos os vírus protegidos pela vacina pelo que se espera uma proteção mesmo em indivíduos sexualmente ativos”.  Admite, deste modo, que “qualquer pessoa, a partir dos nove anos, pode fazer a vacina quer num contexto de vacinação generalizada (como no programa nacional de vacinação) quer numa atitude de proteção individual”.

De acordo com esta especialista, “a existência de uma vacina segura que consegue prevenir 6 tipos diferentes de cancro, tanto em homens como mulheres, é um avanço notável da medicina e é uma arma que devemos utilizar de forma generalizada".

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Sistema Reprodutor Feminino

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha de prevenção
O MAR Shopping Algarve recebe, no próximo dia 29 de Setembro, uma Unidade de Saúde Móvel para a realização de despistes de...

No dia 29 de setembro, das 09h00-13h00 e das 15h00-21h00, os visitantes do MAR Shopping Algarve poderão realizar os despistes de lesões cutâneas e da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) de forma totalmente gratuita e sem marcação prévia, na Unidade de Saúde Móvel da Associação Oncológica do Algarve. Esta é uma iniciativa de sensibilização e despiste, sendo que qualquer diagnóstico final tem sempre de ser efetuado por um médico especializado.

No sentido de contribuir para o bem-estar da comunidade local, o MAR Shopping Algarve tem vindo a promover e a associar-se a várias iniciativas relacionadas com a área da saúde. Alguns exemplos são os rastreios ao cancro da próstata com a campanha “Prevent it Like a Gentleman”, que se realiza anualmente em setembro e outubro, colheitas de sangue regulares, entre outras ações.

Esta campanha de prevenção e despiste da Associação Oncológica do Algarve, inserida no âmbito do projeto MOV e cofinanciada pelo FEDER, está aberta a toda a população, mas foca-se sobretudo em grupos de risco, como trabalhadores de locais como cimenteiras e corticeiras, bombeiros, fumadores e pessoas com uma grande exposição diária ao sol.

 

 

Queda significativa dos níveis de dióxido de azoto
Cientistas do Instituto Real de Meteorologia dos Países Baixos (KNMI) e do Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial (BIRA...

O gráfico divulgado mostra as concentrações médias de dióxido de azoto nas cinco principais cidades europeias - Milão, Madrid, Paris, Berlim e Budapeste. O painel superior mostra as concentrações (usando uma média móvel de 14 dias) em 2019 em comparação com 2020 usando dados do Sentinel-5P, enquanto o painel inferior mostra observações in situ.

Os tons de cinza denotam os períodos de confinamento em 2020, movendo-se progressivamente de medidas estritas (cinza escuro) para mais flexíveis (cinza claro). As percentagens assinaladas a vermelho representam a redução em 2020 em relação a 2019, no mesmo período.

Os dados mostram que as reduções mais fortes de 40-50% foram observadas na primeira fase do confinamento no sul da Europa, especificamente Espanha, Itália e França. Em julho e agosto de 2020, os dados sugerem que as concentrações ainda são 10% a 20% inferiores aos níveis pré-COVID.

Bas Mijling, cientista atmosférico do KNMI, comenta: “As medidas de quarentena implementadas em Berlim levaram a uma queda de cerca de 20%, com pequenas variações observadas até agosto de 2020. Na Europa Oriental, o impacto das medidas foi geralmente menos dramático do que no sul da Europa e na França, onde reduções de aproximadamente 40–50% foram observadas durante os rígidos confinamentos de março e abril.                                                                              

“Estão a decorrer, atualmente, mais pesquisas como parte do projeto ICOVAC da ESA, ou estudo do impacto das medidas de confinamento da COVID-19 na qualidade do ar e no clima.”

Jenny Stavrakou, cientista atmosférica do BIRA-IASB, acrescenta: “O impacto da meteorologia nas observações de dióxido de azoto pode ser significativo e não deve ser esquecido. É por isso que é necessário analisar os dados ao longo de períodos de tempo mais longos, para melhor estimar o impacto da atividade humana nas observações.”

Ela continua, “Para a comparação média mensal de 2019 e 2020, estimámos uma incerteza na redução induzida pela COVID-19 de cerca de 15–20%. Ao comparar as reduções nos dados baseados em satélite e nos dados baseados no solo para diferentes cidades, encontramos diferenças em conformidade satisfatórias dentro das incertezas devidas à variabilidade meteorológica.”

O Diretor da Missão Copernicus Sentinel-5P da ESA, Claus Zehner, diz: “O que é realmente notável é o bom acordo entre os dados do satélite Sentinel-5P e as medições baseadas no solo. Isto demonstra que a monitorização da qualidade do ar a partir do espaço pode contribuir para relatórios regulares de qualidade do ar em países europeus, o que só foi feito, até agora, usando medições baseadas no solo.”

Os confinamentos na Europa, entre março e abril, levaram a quedas significativas dos níveis de dióxido de azoto em áreas densamente povoadas e industrializadas da Europa, incluindo as regiões do Ruhr, na Alemanha, e Po Valley, no norte da Itália.

Estas reduções são atribuídas à significativa contribuição do tráfego, bem como dos setores industrial e de energia para os níveis de dióxido de azoto. As concentrações parecem retornar aos níveis quase normais em julho-agosto de 2020, exceto em grandes cidades onde as atividades humanas ainda não foram totalmente retomadas.

O dióxido de azoto é libertado na atmosfera durante a combustão do combustível de veículos, centrais elétricas e instalações industriais e pode ter impactos significativos na saúde humana - aumentando a probabilidade de desenvolver problemas respiratórios. O Copernicus Sentinel-5P carrega o instrumento Tropomi - um instrumento de última geração que deteta a impressão digital exclusiva de gases atmosféricos para gerar imagens de poluentes atmosféricos com maior precisão e numa resolução espacial mais alta do que nunca.

Mais frequente após os 65 anos
Diagnosticada sobretudo depois dos 60 anos, a Leucemia Mieloide Crónica é um tipo raro do cancro do

A Leucemia Mieloide Crónica (LMC) é uma doença oncológica caracterizada por uma desregulação da medula óssea (local onde se produz o sangue) que se traduz numa proliferação desmesurada dos progenitores dos glóbulos brancos, mais particularmente dos que dão origem aos neutrófilos, eosinófilos e basófilos, chamados de granulócitos. Esta doença é mais frequentemente diagnosticada acima dos 65 anos de idade. Embora tenha um nome ao qual se associa um estigma de gravidade, esta doença actualmente é controlada com medicação oral, fazendo com que as pessoas com LMC tenham uma vida perfeitamente normal.

Esta proliferação é equilibrada entre os vários tipos de células, com presença de todos os estádios de maturação destas, havendo muito poucas células ditas indiferenciadas (blastos). Nas análises ao sangue é frequentemente possível também observar formas mais precoces dos glóbulos brancos, tais como os promielocitos, mielocitos e metamielocitos. Estes 3 tipos de células habitualmente não andam a circular no sangue, encontrando-se somente na medula óssea. Mas, como a medula está a produzir tantas células, fica “cheia e transborda” células para a corrente sanguínea. Além dos glóbulos brancos, também as plaquetas podem estar aumentadas (também por proliferação dos percursores plaquetares).

Há vários anos, as pessoas, não tendo disponível os cuidados de saúde que agora têm, eram frequentemente diagnosticadas já em fases mais avançadas, quando a doença já se manifestava com mais sintomas.

Os sintomas são relativos às alterações orgânicas que a LMC produz: cansaço (devido a anemia), dor abdominal, enfartamento (devido a baço aumentado), febre e perda de peso.

Atualmente, a maioria das pessoas que são diagnosticadas com Leucemia Mieloide Crónica, são-no de uma forma incidental, ou seja, fazem análises de rotina que mostram um aumento do número dos glóbulos brancos, à custa de uma produção aumentada de neutrófilos, basófilos e eosinófilos.

Houve um grande progresso no estudo desta doença e dos mecanismos que estão na sua origem. Atualmente sabe-se que a LMC é provocada por uma alteração genética específica que leva a uma sinalização permanente na medula para as células proliferarem.

Essa alteração genética é “visível” numa alteração cromossómica, com partilha de material entre dois cromossomas (o 9 e o 22), ao qual se dá o nome de cromossoma de Filadélfia.

Há 30 anos, após o diagnóstico desta patologia, os doentes tinham uma expectativa de vida de cerca de 20 anos, acabando por falecer por progressão para leucemia aguda. Os tratamentos não mudavam a história natural da doença, à exceção do transplante alogénico de medula que tinha potencial curativo, mas à custa de muita toxicidade e só acessível a indivíduos mais jovens.

Com a descoberta da causa subjacente para o aparecimento da LMC, foi desenvolvido um fármaco que actua especificamente sobre a alteração genética, fazendo “desligar” o sinal que faz as células proliferarem, o imatinib.

Desde então, houve uma revolução completa no tratamento da LMC e a sobrevivência dos doentes, fazendo com que, com um comprimido diário, haja uma total normalização da medula e, enquanto este for tomado, a doença mantém-se “adormecida”.

A forma como se foi aprendendo como é que esta doença aparecia e se criou um medicamento que tem um alvo molecular específico, que “corta” o efeito do Cromossoma de Filadélfia e induz o desaparecimento das células doentes, continua a ser um marco importantíssimo na oncologia no geral, sendo esta doença o paradigma do que a investigação nesta área deve tentar almejar.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial do Coração
No âmbito do Dia Mundial do Coração, a Fundação Portuguesa de Cardiologia promove o webinar “Doentes cardíacos e a covid-19”....

A Fundação Portuguesa de Cardiologia desenvolve ao longo do ano, diversas iniciativas com o objetivo de divulgar junto da população conhecimentos sobre a prevenção das doenças cardiovasculares e promoção da saúde. No âmbito das circunstâncias atuais pelo surto de COVID-19, a Fundação reforçou a sua comunicação online e promove pela primeira vez um webinar com transmissão exclusiva no Facebook e Youtube.

“A Covid-19 é responsável por várias complicações graves e até maior risco de morte nas pessoas com doenças crónicas e doenças cardiovasculares, como é o caso das miocardites, arritmias, tromboembolismo, enfartes e insuficiência cardíaca.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia quer fazer a diferença e diminuir o impacto desta pandemia neste grupo de risco, através da promoção deste webinar.

Pretende também sensibilizar e alertar a população para não deixarem de procurar os serviços de saúde em casos de suspeita de problema cardíaco, com receio da covid-19”, conclui Prof. Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

O webinar “Doentes cardíacos e a Covid-19” tem transmissão na página de Facebook e Youtube da Fundação Portuguesa de Cardiologia no dia 29 de setembro, pelas 21h00, e vai abordar temáticas como a importância da atividade física, alimentação saudável, fatores de risco, como gerir a doença durante a pandemia e ainda a apresentação e discussão dos resultados de um inquérito sobre os doentes cardíacos e a covid-19.

Na área Metropolitana de Lisboa
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa contactaram, entre 30 de...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença. 

Assim, entre 30 de junho e 18 de setembro, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 12.837 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizado ações de sensibilização à população.

 

Estudo publicado na revista científica Nature Communications
A aneuploidia é responsável por aproximadamente 50% das perdas gestacionais precoces. O método IVC de cultura de embriões...

O ser humano é o ser menos fértil que existe. Até ao momento, acredita-se que a aneuploidia, ou seja, a presença de um número anormal de cromossomas, seja uma das principais limitações da reprodução humana, já que representa cerca de 50% das perdas gestacionais precoces. Além disso, as taxas de aneuploidia são notavelmente altas em embriões humanos resultantes de fecundação in vitro (FIV), dos quais até 50% são diagnosticados como aneuploides, conforme demonstrado por testes genéticos pré-implantação para aneuploidias (PGT-A). No entanto, ainda não há informações científicas suficientes sobre o efeito que cada aneuploidia específica tem no desenvolvimento do embrião.

“Foi aqui que nasceu o nosso estudo, elaborado em conjunto com Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge, cujos resultados nos permitem apresentar a primeira análise detalhada do desenvolvimento após a implantação de embriões humanos aneuploides. Considerámos prioritário estudar para otimizar a prática clínica em todos os nossos centros, oferecendo assim os melhores resultados aos nossos pacientes, uma máxima para o IVI. Nessa linha, descobrimos que a plataforma de cultura da Universidade de Cambridge é um excelente sistema para estudar o desenvolvimento embrionário e validar testes genéticos pré-implantação”, diz o Antonio Pellicer, Presidente da IVIRMA Global, também apoiado por Emre Seli e Richard T. Scott Jr.

As aneuploidias podem levar a falha de implantação, aborto espontâneo e defeitos congénitos. Dado que se sabe muito pouco, sobre o impacto de aneuploidias específicas durante as primeiras etapas do desenvolvimento do embrião humano, o ponto exato em que os embriões com células aneuploides cessam o desenvolvimento continua pouco claro. Essa falta de conhecimento é em grande parte devido aos desafios técnicos no estudo do desenvolvimento do embrião humano após a implantação (que ocorre no 7.º dia após a fertilização), um período que envolve crescimento intenso, remodelação celular e mudanças na identidade e o destino das células mãe. Avanços técnicos recentes permitiram que embriões humanos se desenvolvessem além do dia 7 de desenvolvimento embrionário e até ao 12.º ou 13.º dia de desenvolvimento, em laboratório, na ausência de tecidos maternos. Os embriões cultivados neste sistema recapitulam as principais transformações morfológicas que os embriões sofrem in vivo, portanto, este método de cultura oferece uma oportunidade sem precedentes para caracterizar o desenvolvimento pós-implantação inicial de embriões humanos aneuploides em laboratório.

“Estas descobertas mostram, por exemplo, como embriões com trissomias 15 e 21 - ou seja, que têm três cópias de cada um desses cromossomas - se desenvolvem de forma semelhante aos embriões euploides - embriões normais que contêm duas cópias de cada um dos 23 cromossomas - ao contrário dos embriões com monossomia 21 - uma única cópia desse cromossoma - que apresentam altas taxas de interrupção do desenvolvimento. Além disso, descobrimos três casos de mosaicismo - uma alteração no número de cromossomas em apenas algumas células do embrião - em embriões que foram inicialmente identificados como completamente aneuploides por PGT-A, destacando o potencial de nossa plataforma embrionária humana para determinar a extensão do mosaicismo genético e a sua influência no desenvolvimento humano pós-implantação”, explica Pellicer.

O estudo, publicado recentemente na prestigiada revista científica Nature Communications, analisa os primeiros 5 ou 6 dias de desenvolvimento de 9.803 embriões que apresentaram aneuploidia cromossómica, comparando-os com 25.368 embriões euploides. O objetivo é caracterizar o desenvolvimento de embriões humanos aneuploides em laboratório para descobrir os defeitos celulares e de desenvolvimento de aneuploidias específicas e os mecanismos moleculares responsáveis.

“Em resumo, o método IVC de cultura de embriões humanos é uma plataforma útil para estudar a competência de desenvolvimento inicial após a implantação, já que é um período de desenvolvimento embrionário que não pode ser estudado em embriões que se desenvolvem in vivo. Com esse sistema, detalhamos o desenvolvimento de embriões com aneuploidias específicas até ao 9.º dia de desenvolvimento embrionário e as alterações específicas dos tecidos resultantes. Além disso, os nossos resultados mostram que a plataforma de cultura pode ser usada para identificar casos de mosaicismo e embriões mal diagnosticados por PGT-A. Esta identificação abre portas para estudos futuros focados em determinar o destino de células aneuploides durante o desenvolvimento pós-implantação inicial e a capacidade de desenvolvimento das células. Embriões de mosaico, uma necessidade clínica que ainda não é compreendida pela medicina reprodutiva, conclui Sofia Nunes, diretora do laboratório de FIV do IVI Lisboa.

Doença cardíaca e respiratória
A Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas – RESPIRA em parceria com a Sociedade...

De acordo com estudos recentes, desde o início da pandemia pela covid-19 foram adiadas mais de 4 milhões de consultas em Centros de Saúde, 1 milhão de consultas das várias especialidades médicas e mais de 100 mil cirurgias. Numa altura em que se prevê uma segunda vaga, a telemedicina e a teleSaúde podem ser essenciais para a racionalização do sistema de saúde e a garantia da qualidade de vida do doente crónico.

“Vivemos tempos difíceis a nível social e económico e estamos mergulhados numa grande crise de saúde pública por isso é cada vez mais premente olharmos para dentro do sistema e desenharmos planos de ação e programas que estejam de acordo com as boas práticas clínicas e que potenciem as novas tecnologias em prol do bem-estar do doente crónico, a nível nacional.

Estes programas devem permitir que o doente crónico possa ser acompanhado e tratado com um menor risco associado à covid-19. O que pretendemos é evitar deslocações desnecessárias ao hospital, promover a adesão à terapêutica, prestar aconselhamento ao doente e cuidadores através de modelos mitos presenciais e à distância e evitar o agravamento da condição de saúde dos doentes mais vulneráveis”, explica o Dr. Henrique Martins da SITT.

“Os nossos doentes respiratórios reportam-nos todos os dias as dificuldades que sentem em marcar consultas, fazer exames e tratamentos, em manterem os programas de reabilitação respiratória, aliado ao crescente medo que sentem de se deslocarem aos hospitais e centros de saúde.

A Teleassistência domiciliária e a telemonitorização, integrada numa rede nacional, podem de facto ser uma ajuda na prestação de cuidados porque permitem uma maior e melhor acessibilidade dos doentes crónicos aos serviços de saúde. A pandemia veio mostrar como é importante que o nosso Serviço Nacional de Saúde proceda à sua transformação digital.

Este webinar é dirigido aos doentes respiratórios e portadores de doenças cardíacas e à sociedade em geral com essa missão de mostrar de que forma a tecnologia pode ser utilizada em nosso benefício”, explica Dra. Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

O webinar “TeleSaúde na Pandemia Covid19” será transmitido, de forma gratuita, na página de Facebook da RESPIRA, no dia 30 de setembro, pelas 18h30. A discussão terá como ponto de partida a seguinte questão: “O programa português de Teleassistência domiciliária com Telemonitorização nas áreas pulmonar e cardíaca pode/deve ser o embrião de uma rede nacional?”.

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