Ciência de Dados e Inteligência Artificial
Três dos 12 projetos financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito do concurso “AI 4 COVID-19:...

O montante global do financiamento atribuído aos três projetos, intitulados “VIRHOSTAI - Descoberta do interatoma vírus-hospedeiro: uma abordagem guiada por inteligência artificial e dados multi-ómicos”, “Lung@ICU - Ferramentas avançadas para diagnóstico e prognóstico em pneumologia @ Cuidados Intensivos” e “Um sistema de documentação de interface entre necessidades clínicas e de ciências dos dados para enfrentar o desafio da COVID”, ultrapassa os 700 mil euros.

O projeto “VIRHOSTAI” é liderado por Irina de Sousa Moreira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), e vai focar-se no desenvolvimento de uma plataforma inovadora capaz de propor novas terapias especificamente desenhadas para o tratamento da COVID-19.

No contexto atual, afirma a investigadora, “é imprescindível uma identificação célere e fidedigna dos alvos terapêuticos e candidatos a fármacos para que apenas os melhores avancem para ensaios pré-clínicos e clínicos. Para tal, é fundamental maximizar o aproveitamento do enorme volume de dados gerado durante o combate mundial à pandemia e dos mais recentes avanços em tecnologias computacionais inteligentes para acelerar e otimizar a procura por soluções terapêuticas de difícil obtenção com metodologias tradicionais”.

Assim, clarifica a também docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), “através da utilização de algoritmos inovadores no domínio da inteligência artificial, ir-se-á interligar dados ómicos e biofísicos de forma a prever correlações e interações fármaco-alvo associadas ao sistema vírus-homem (vhDTIs), caracterizando-se também as mais relevantes propriedades e mecanismos biológicos do SARS-CoV-2”.

Esta investigação, que obteve 240 mil euros de financiamento, vai ser desenvolvida em parceria com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento em Lisboa (INESC-ID) e a Associação do Instituto Superior Técnico para a Investigação e Desenvolvimento (IST-ID) da Universidade de Lisboa.

Já o projeto Lung@ICU, coordenado por Paulo de Carvalho, do Laboratório de Informática Médica do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC), propõe desenvolver um conjunto integrado de ferramentas de diagnóstico e prognóstico baseado em Inteligência Artificial (IA), com base em auscultação remota de som torácico e tomografia por impedância elétrica (EIT). Recebeu 238 mil euros de financiamento e integra investigadores do CHUC, abrangendo a experiência na área clínica e científica da pneumologia.

Esta investigação visa essencialmente responder a três grandes desafios enfrentados nos atuais ambientes hospitalares para combater doenças pandémicas, designadamente dificuldades no diagnóstico e avaliação adequada dos pacientes com COVID-19, escassez de profissionais treinados em pneumologia e unidades de cuidados intensivos (UCI) e necessidade de ferramentas de apoio à decisão adequadas para o diagnóstico e prognóstico preciso da evolução da doença.

“Devido às medidas de proteção individual exigidas aos profissionais de saúde, como os fatos de isolamento, e ao requisito de manter uma distância segura dos pacientes infetados, os métodos de observação e diagnóstico tradicionais como a auscultação não são exequíveis, o que gera dificuldades no diagnóstico e avaliação adequada dos pacientes com COVID-19, mesmo por pneumologistas experientes”, fundamenta Paulo de Carvalho. Por outro lado, salienta, “a natureza pandémica deste surto levou à escassez de profissionais treinados em pneumologia e Unidades de Cuidados Intensivos. Por exemplo, muitos profissionais de outras áreas (em alguns países, até estudantes de medicina) foram recrutados para evitar o colapso dos serviços de saúde”.

Para além disso, o facto de a doença COVID-19 ser “altamente imprevisível, por exemplo, a condição dos pacientes pode evoluir muito rapidamente (em questão de horas), aumenta a necessidade de ferramentas de apoio à decisão adequadas para o diagnóstico e prognóstico oportuno e preciso da evolução da doença para apoiar, principalmente, profissionais menos treinados”, sublinha ainda o docente da FCTUC.

O terceiro projeto financiado pela FCT – “Um sistema de documentação de interface entre necessidades clínicas e de ciências dos dados para enfrentar o desafio da COVID” – é liderado por Miguel Castelo-Branco, investigador do Coimbra Institute for Biomedical Imaging and Translational Research (Cibit), e obteve um financiamento de 239 mil euros. Centra-se em gerar uma ferramenta de data science e apoio à decisão a nível hospitalar e desenvolver uma linha de teleapoio e neuroreabilitação à distância que mitigue a dificuldade em organizar respostas.

“Este tipo de ferramentas é crítico numa fase em que é necessário dar resposta ao tremendo impacto da COVID. Pretende-se o desenvolvimento de um sistema de fácil utilização e manutenção, com diversas funcionalidades que visam a melhoria dos registos clínicos eletrónicos e apoio à investigação e decisão clínica, no contexto da atual pandemia”, frisa o coordenador do projeto. Partindo do trabalho prévio de colaboração entre o CHUC e a UC em Sistemas de Informação da Saúde e Registo de Saúde Eletrónico, o desenvolvimento do sistema proposto “assume importância cada vez mais decisiva para o sucesso e a qualidade da prestação de serviços de saúde, uma vez que ele permitirá melhorar a transmissão e uso da informação relativa a serviços de saúde, entre os diversos intervenientes, assegurando o entendimento da informação, quer pelos sistemas, quer pelos utilizadores”, esclarece.

O também docente da Faculdade de Medicina da UC sublinha ainda que o projeto irá disponibilizar uma “ferramenta de investigação clínica, fundamental no apoio à tomada de decisões clínicas complexas, no contexto da COVID, com enfoque em doenças do neurodesenvolvimento (Hospital Pediátrico de Coimbra) e crónicas do adulto, como a diabetes (Serviço de Endocrinologia dos CHUC)”.

Para a Vice-Reitora da UC com o pelouro da investigação, Cláudia Cavadas, o financiamento obtido “reflete a capacidade da comunidade científica da Universidade de Coimbra em dar resposta a desafios globais, interdisciplinares e que venham a ter impacto na sociedade”.

Impacto da pandemia
Desde o início da pandemia, em Portugal, os hospitais públicos já cancelaram 96 mil cirurgias. No entanto este número pode...

De acordo com o Jornal de Notícias, que avançou hoje com a informação, até ao final do ano é expectável que muitas outras cirurgias fiquem por realizar, já que o Ministério da Saúde determinou que os hospitais do SNS podem suspender durante o mês de novembro a atividade assistencial não urgente “que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância”.

A juntar estes dados, o Ministério da Saúde prevê o número de consultas médicas realizadas nos hospitais sofra uma quebra de 12,5 em relação ao ano passado. Quanto às cirurgias, revela o jornal Público, a tutela estima que este ano termine com uma quebra de 21,6%. Isto significa que, a manterem-se as projeções, se realizem menos um milhão e meio de consultas e 152 mil operações, comparativamente ao ano passo. Estes dados baseiam-se nos valores que fazem parte das projeções apresentadas na nota explicativa do Orçamento de Estado 2021 para a saúde.

Quanto aos centros de saúde, de acordo com o documento, a estimativa do Governo é a de recuperação com uma projeção de 31,6 milhões de consultas realizadas.

 

Opinião
Numa época em que as crianças e os adolescentes são alvo de inúmeras solicitações e se encontram mer

Dormir bem faz parte de uma vida saudável, não sendo possível ficar mais do que uns poucos dias sem dormir, sob pena de graves danos para a saúde física e mental e, em última análise, sob pena de morte por “esgotamento”. Por muito que queiramos, não podemos impedir a sensação de precisar de dormir, tal como, mais cedo ou mais tarde sentimos fome ou sede quando não comemos ou não bebemos.

Para termos saúde não nos basta respirar, comer e beber. Também precisamos de afecto, segurança, cultura, felicidade e exercício físico, mas a actividade a que dedicamos mais tempo ao longo de toda a nossa vida (ocupa em média 8 horas por dia, o que quer dizer um terço da nossa vida) é dormir. No entanto, e apesar de muitos estudos já efectuados sobre esta questão, ainda não se sabe ao certo porque temos necessidade de dormir, nem o que verdadeiramente provoca o sono e nos faz bocejar!

Tanto quanto se sabe, dormir é uma necessidade fisiológica de todos os animais, pelo menos dos mais “evoluídos”, embora os padrões do sono não sejam os mesmos em cada espécie: enquanto as baleias e os golfinhos dormem com “metade do cérebro” e com um olho aberto e o outro fechado, os peixes “dormem de olhos abertos”, porque não têm pálpebras, reduzindo a sua actividade, se possível em esconderijos ou encostados aos fundos e os ursos dormem como os outros mamíferos nos meses mais quentes e “hibernam” por longos períodos de tempo nos meses mais frios do ano.

No entanto, se dormir é necessário, também pode ser perigoso: enquanto se dorme, reduz-se a regulação térmica do organismo (o que facilita a hipotermia ou a hipertermia), diminui o controlo sobre a respiração (a língua cai para trás, os músculos da faringe relaxam-se, diminui o reflexo da tosse, acumula-se expectoração) e baixa o nível de alerta (menor capacidade de escapar dos predadores e de lidar com situações de risco).

A duração do sono varia de espécie para espécie e é influenciada pelos riscos de se correm quando se dorme. Cada espécie animal, consoante a sua vulnerabilidade, o meio ambiente em que vive, a disponibilidade de abrigo, o nível de protecção fornecido pelos progenitores e pelos restantes elementos do grupo (no caso de espécies gregárias), tem o seu esquema próprio, existindo animais que dormem até 18 a 20 horas por dia, como a cobra píton e o morcego e outros que não chegam a dormir 2 horas, como a girafa, passando pelo gato e pelo rato, com cerca de 12 horas diárias de sono e pelo chimpanzé, que quase chega a 10 horas.

Afinal, o que é dormir e o que é o sono?

Existem muitas respostas diferentes para esta questão, podendo dizer-se, de uma forma simplista, que “dormir é passar do estado de vigília (acordado) para o estado de sono”, pressupondo-se que estes dois estados são conscientes e que quem está a dormir não está inconsciente, como sucede durante as anestesias, em estado de coma ou após um traumatismo craniano grave.

O sono e a vigília fazem parte dos estados da consciência e alternam-se, periódica e regularmente, segundo ritmos biológicos adaptados ao ritmo solar, designados por ritmos circadianos, que também regulam a temperatura corporal, a produção de hormonas, a tensão arterial, o nível de alerta, a força muscular, a coordenação motora ou a capacidade de aprendizagem.

Em 2017, o Prémio Nobel em Fisiologia ou Medicina foi atribuído a três investigadores norte-americanos pelos seus estudos sobre o controle do ritmo circadiano: isolamento dos genes que codificam as proteínas PER, TIM e DBT (cujos níveis oscilam segundo um ciclo de 24 horas) e definição dos mecanismos da sua inter-regulação e da sua sincronização pela luz solar.

O sono, propriamente dito, pode ser definido como um período de repouso para o corpo e a mente, durante o qual a vontade e a consciência estão em inatividade parcial ou completa, havendo uma suspensão, temporária e variável, das actividades perceptivas, sensoriais e motoras.

O sono deve ter início sensivelmente à mesma hora, em cada período de 24 horas, e dele deve resultar uma sensação de restabelecimento da energia física, psíquica e intelectual. O número ideal de horas de sono é aquele que faz com que a pessoa acorde naturalmente, com a sensação de ter dormido o suficiente e com capacidade para cumprir as suas tarefas.

É possível “ficar a dever“ algumas horas de sono, por alguns dias, e depois compensá-las sem grandes prejuízos para a saúde, mas um grande défice de sono provoca alterações metabólicas e endócrinas que geram doenças, reduzem o desempenho cognitivo e aumentam o risco de acidentes. Neste caso, podemos mesmo adormecer por exaustão (durante uma noitada de estudo ou ao conduzir o automóvel por períodos longos, por vezes sob a forma de micro-sonos mas às vezes sob a forma de um “apagão”), mas esse processo não é fisiológico e não gera um sono natural.

As crianças pequenas têm tendência para o avanço de fase do sono (acordam cedo) e os adolescentes têm tendência para o atraso de fase do sono (adormecem tarde), o que complica a vida familiar, social e escolar e interfere com o rendimento intelectual e físico

Tal como em muitas outras espécies, também na espécie humana o número diário de horas de sono diminui com a idade, sendo os seguintes os seus valores médios:

  • Recém-nascido - 18 a 20 h (em blocos de 3 a 4 horas ao longo das 24 horas)
  • 1 mês - 16 a 18 h (em blocos de 3 a 4 horas ao longo das 24 horas)
  • 4 meses - 13 a 18 h (inclui duas sestas de 2 a 3 horas)      
  • 6 - 12 meses - 14 a 15 h (inclui duas sestas de 1 a 2 horas)
  • 12 – 24 meses - 12 a 14 h (inclui uma ou duas sestas de 1 a 2 horas)                               
  • 3 - 6 anos - 11 a 13 h (pode ou não incluir uma sesta de 1 a 2 horas)      
  • 6 – 12 anos - 10 a 11 h                     
  • Adolescência - 9 h                            
  • Idade adulta - 7 a 8 h                        
  • Terceira idade - 5 a 7 h

Durante os seis primeiros meses de vida, o bebé tem o sistema nervoso pouco maduro e necessita de dormir muito tempo e comer muitas vezes, pelo que os períodos de sono se intercalam com as mamadas e com pequenos períodos de vigília, de uma forma regular ao longo das 24 horas. Só a partir dos seis meses de idade é que o sono começa a ser influenciado pelo ciclo noite/dia e pelos hábitos familiares, passando a criança a dormir por períodos noturnos longos, sem necessidade de se alimentar.

É esta a melhor altura para criar na criança bons hábitos de sono, associando a hora de dormir a uma rotina securizadora (banho, chupeta, fraldinha, peluche…) e ensinando-a a distinguir o dia da noite.

A mecânica do sono

Para obter uma boa relação entre os benefícios e os perigos do sono, cada espécie desenvolveu uma “mecânica” própria do sono, com alternância de períodos de sono profundo, de sono leve e mesmo de pequenos despertares, o que permite que o sono cumpra as suas importantes funções biológicas sem comprometer demasiado a segurança.

Na espécie humana o sono decorre por ciclos, fases e estágios bem definidos, com diferentes níveis de profundidade.

Nos adultos, um período normal de 8 horas de sono é formado por 4 ou 5 ciclos de 90 a 120 minutos, cada um deles estruturado em duas fases - não REM ou lento e REM ou paradoxal - e cinco estágios (REM é o acrónimo de Rapid Eye Movement, que significa Movimentos Oculares Rápidos).

O sono não REM inclui o estágio 1 (adormecimento e sono muito leve, que dura entre 5 e 15 minutos e em que existe uma sensação de queda, há movimentos lentos dos olhos e movimentos corporais involuntários bruscos), o estágio 2 (sono leve, que dura entre 5 e 15 minutos e em que desce a temperatura corporal, baixa a frequência cardíaca e há movimentos lentos dos olhos) e os estágios 3 e 4 (sono profundo e muito profundo, que dura entre 10 e 30 minutos e em que há “recuperação” do corpo e há movimentos lentos dos olhos).

O sono REM inclui o estágio 5 (sono paradoxal, que dura cerca de 10 minutos no primeiro ciclo e mais tempo nos ciclos seguintes e em que ocorrem os sonhos, há actividade cerebral semelhante à da vigília, movimentos rápidos dos olhos e uma paragem quase total dos movimentos corporais). No final de cada fase REM inicia-se outro ciclo de sono não REM e por aí fora até ao despertar.

O tempo de sono não REM vai diminuindo ao longo da noite e o tempo de sono REM vai aumentando. Podem ocorrer vários episódios de micro-despertar, que não afectam a qualidade do sono. Em geral o sono não REM ocupa 75% do tempo de sono e o sono REM 25%.

O estado de sono é caracterizado por um padrão de ondas cerebrais típico, essencialmente diferente do padrão do estado de vigília e dos demais estados de consciência e que tem características próprias em cada um dos estágios do sono. Este facto permite, através de estudos electroencefalográficos (EEG), estudar pormenorizadamente o padrão de sono de cada pessoa e ajuda no estudo das insónias e da apneia de sono, entre outras perturbações do sono-vigília.


Falta de concentração e dificuldades na aprendizagem estão associadas a uma má qualidade do sono

As funções do sono

Dormimos para que:

  1. o nosso corpo recupere do cansaço, regenere os níveis energéticos, reorganize o sistema hormonal e reabilite o sistema imunitário;
  2. o nosso cérebro se “arrume”, isto é, selecione a informação a guardar, consolide a memória, forme a memória de longo prazo, reorganize as conexões neuronais e elimine os resíduos metabólicos tóxicos (durante o sono, as células cerebrais “encolhem” e aumentam o espaço entre si, o que facilita a eliminação de substâncias nocivas acumuladas durante a vigília).

Na realidade, enquanto dormimos:

  • desce a tensão arterial (aumenta no final da noite);
  • diminui a secreção de cortisol (aumenta no final da noite);
  • aumenta a secreção de hormona de crescimento (promoção da síntese proteica, do crescimento e da reparação tecidular);
  • diminui a produção de leptina e aumenta a de grelina (diminui a sensação de fome);
  • melhora a memória do sistema imunitário;
  • diminui a temperatura corporal;
  • diminui a actividade do aparelho digestivo (digestão, motilidade intestinal);
  • consolida-se a(s) memória(s);
  • faz-se o processamento afectivo, a recuperação emocional e a elaboração inconsciente da personalidade (associada aos sonhos, na fase REM).

Quando não se dorme o suficiente ou se dorme mal surgem problemas de vária ordem:

  • irritabilidade (birras, indisciplina, agressividade…);
  • comportamento hiperactivo;- ansiedade, depressão;
  • sonolência diurna;
  • falta de concentração e dificuldade de aprendizagem;
  • menor ritmo de crescimento;
  • debilidade do sistema imunitário;
  • maior risco de obesidade ou de anorexia nervosa.

O sono e a aprendizagem

A consolidação da(s) memória(a) passa pela selecção, organização e transferência de dados da memória de curto prazo, (guardados no hipocampo pela acetilcolina), para o neocortex, onde se transformam em memória de longo prazo.

O processo de esquecimento durante o sono é tão importante quanto o do armazenamento das informações. Sem esquecimento, o cérebro entraria em colapso, por absoluta incapacidade de armazenamento e de gestão de um volume exagerado de dados, a maior parte dos quais é absolutamente dispensável e não contribui em nada para o nosso desempenho e para a nossa felicidade.

A emoção é a chave de entrada das informações no neocórtex.
Os factos ocorridos durante estados emocionais fortes (agradáveis ou desagradáveis) são mais facilmente selecionados para se transformarem em memória de longo prazo. Se o estado emocional for excessivamente intenso, o efeito pode ser o oposto, e o facto é apagado da memória. Outro factor facilitador da formação da memória de longo prazo é a necessidade de preservar as informações obtidas durante o dia, como sucede com a matéria de estudo, com as obrigações laborais e com o agendamento de compromissos importantes, mas estes aspectos pressupõem a existência de um substrato afectivo ligado ao imperativo.

Alguns estudos têm mostrado que o processo de formação dos diversos tipos de memória não é simultâneo:

  • nos estágios 1 e 2 do sono não REM (sono mais leve) guardam-se as informações ligadas à aprendizagem dos movimentos (andar, falar, comer, escrever, tocar um instrumento musical, apertar parafusos, andar de bicicleta ou de patins, jogar ténis ou golf), que constituem a memória mecânica;
  • nos estágios 3 e 4 do sono não REM (sono mais profundo) guardam-se as informações ligadas ao conhecimento do nosso meio ambiente (localização das divisões da casa, percurso de casa para a escola, para o trabalho ou para a praia, esquema de um circuito de manutenção, arrumação da dispensa ou da biblioteca, organização das máquinas do ginásio), que constituem a memória espacial, sem a qual nos perderíamos e estaríamos sempre desorientados;
  • no sono REM guardam-se as informações ligadas ao conhecimento mais intelectual (científico, literário, cultural, filosófico, musical, social), aprendido nas escolas, locais de trabalho, espectáculos, conferências ou meios de comunicação social, que constituem a memória intelectual.

É muito importante compreender a organização temporal e a hierarquia destes três tipos de memória, porque é evidente que seria muito difícil explorar o mundo sem nos perdermos (memória espacial) antes de ter aprendido a andar e a executar uma enorme série de tarefas (memória mecânica), do mesmo modo que não seria fácil aprender uma língua ou matemática, conhecer os clássicos da literatura, declamar uma poesia ou saber de cor as letras das nossas canções favoritas sem ter assimilado devidamente as competências motoras e de orientação. Isto é: primeiro o corpo, depois o espaço e finalmente o intelecto.

Não se sabe se foi uma necessidade hierárquica que nos fez deixar para as fases finais do sono o processo de memorização intelectual ou se isto aconteceu por acaso. O certo é que, se queremos memorizar devidamente aquilo que aprendemos ao longo do dia, precisamos de tempo adequado de sono não REM (para consolidar as memórias mecânica e espacial) e de sono REM (para consolidar a memória intelectual). E isto só se consegue dormindo bem e por tempo suficiente. Quem dorme pouco e mal aprende pouco e mal…

Uma outra questão prende-se com o horário de adormecer e de acordar. O rendimento do dia seguinte não é o mesmo se nos deitarmos mais cedo ou mais tarde: se dormirmos 8 horas, das 22h às 6h, temos durante o tempo de vigília de 16 horas 3 “janelas favoráveis à aprendizagem” que perfazem 11 horas, mas se dormirmos apenas 5 horas, das 2h às 7h, ficamos 19 horas acordados, temos as mesmas 3 “janelas favoráveis à aprendizagem” mas estas apenas perfazem 9 horas.

Por outro lado, e salvo algumas excepções, fazer uma “noitada de estudo” ou “directa” na véspera de uma prova não é bom sistema: quando não se dorme bem, não se memoriza bem o que se estudou e, na hora da prova, o aluno vai estar sonolento e desatento, raciocina mal, comete mais erros e demora mais a responder.

As sestas

Dormir uma ou duas sestas de uma a três horas faz parte do padrão normal de sono das crianças pequenas (dos 4 a 6 meses até aos 3 a 5 anos), servindo estas sestas longas para consolidar a memória e a aprendizagem e para melhorar o comportamento e o rendimento escolar.

As crianças que se deitam tarde dependem muito das sestas para atingirem a sua quota normal de sono. Nesses casos, a sesta deverá ser permitida ou até encorajada, independentemente da idade.

As sestas curtas dos adultos (até 20 a 25 minutos) servem para relaxar, melhorar a digestão, baixar a pressão arterial, melhorar o rendimento intelectual e laboral e reduzir a sinistralidade.

As sestas longas dos adultos reduzem o tempo de sono noturno e fragmentam-no, retirando um ou dois ciclos de sono por noite, o que reduz muito o tempo útil de sono REM (este problema acentua-se muito na terceira idade, quando o sono já não é naturalmente muito longo e reparador).

Dormir bem (ou não…)

Para dormir bem é necessário:

  • ter um bom estado de saúde geral;
  • ter horas certas para dormir e acordar (mesmo ao fim de semana e nas férias);
  • criar rotinas relaxantes antes de dormir (ouvir música calma, beber um chá calmante ou leite morno, reduzir a intensidade da luz, ouvir uma história, fazer as orações, etc.);
  • criar um ambiente favorável ao sono: quarto escuro, silencioso e pouco aquecido, cama confortável, roupa leve e respirante ou mesmo dormir sem roupa;
  • comer pouco ao jantar;
  • não ingerir líquidos em grande quantidade antes de dormir;
  • fazer exercício físico regular (de preferência no início do dia);
  • estar exposto à luz solar durante o dia…

O que nos tira o sono (os principais inimigos do sono):

  • consumo de álcool, café, chá preto, chocolate, substâncias com histamina, tabaco, bebidas e drogas estimulantes… (+ no final do dia);
  • toma de medicamentos (diuréticos, hormonas esteroides e tiroideias, anti-epilépticos, alguns antidepressivos…);
  • não ter horas certas para dormir e para despertar/”noitadas”;
  • trabalho por turnos/viagens longas inter-fusos horários (jet lag)
  • dormir sestas > 30 minutos (válido para adultos)
  • ruído, luz intensa, muito calor ou frio;
  • comer muito antes de deitar;
  • preocupações, ansiedade, stress;
  • pesadelos (“sonhos maus”);
  • actividades excitantes: filmes, jogos, redes sociais… (+ no final do dia);
  • fazer exercício físico intenso (+ no final do dia)…
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Seminário
A GS1 Portugal promove, esta manhã, uma conversa sobre “Ecossistemas de Saúde: Lições & Desafios” em tempos de pandemia....

Depois da abertura da sessão que estará a cargo de Ulrike Kreysa, Senior Vice President da GS1 Healthcare, o primeiro painel do Seminário, moderado pela jornalista Fernanda Freitas, terá como oradores Joaquim Cunha, Executive Director da Health Cluster Portugal; Pedro Simas, Group Leader do Instituto de Medicina Molecular (IMM), assim como os representantes do Infarmed e do INSA. Os pontos em debate passarão pelas implicações e perspetivas para o negócio durante a pandemia, a segurança dos utentes, a necessidade de alinhamento e de uma estrutura global que permita uma maior rastreabilidade e os desafios da cadeia de valor na área da saúde.

Na segunda parte da sessão, juntam-se os oradores João Marques Gomes, Chairman da Nova Saúde; Nuno Loureiro, Diretor de Supply Chain do Centro Hospitalar Lisboa Norte; e Pedro Lima, Supply Chain & Operations do Grupo Luz Saúde, para debater a cadeia de abastecimento dos hospitais, os mais recentes constrangimentos e inovações registados, a importância da digitalização no processo logístico e o motor de aceleração dos desafios, vindo do novo normal.

Por fim, Cátia Gouveia, Gestora de Estudos de Níveis de Serviço, da GS1 Portugal, apresentará os resultados do mais recente Estudo de Benchmarking de níveis de serviço no setor da saúde, partilhando também alguns testemunhos de entidades participantes.

Através deste Seminário online, com dois painéis de excelência, os convidados terão oportunidade de conhecer as lições retiradas pelos players do setor da saúde na gestão da crise pandémica e dos desafios que ainda precisam de ser solucionados dentro da cadeia de valor deste setor.

Para informações adicionais sobre este Seminário de Saúde, por favor consultar o site da GS1 Portugal. Para assistir à sessão, os interessados deverão inscrever-se através deste link.

 

 

 

Estudo Health Trends 2020
A pandemia de COVID-19 veio transformar a prestação nos serviços de cuidados de saúde e alterar, por tempo prolongado, a forma...

A 6ª edição do estudo Health Trends 2020 da Mercer Marsh Benefits (anteriormente designado de Medical Trends Around the World), revela que 68% das seguradoras prevê um aumento do número das despesas relacionadas com diagnósticos, cuidados e tratamentos ao COVID-19.

As seguradoras admitem aumentos com os custos dos planos de saúde oferecidos pelas empresas e que continuem a superar a inflação em 2021. Em 2019, as seguradoras reportavam aumentos com custos na ordem dos 9.7%, sendo pouco menos de 3 vezes a taxa de inflação. Em 2020, preveem um aumento de 9.5% com despesas médicas, que é aproximadamente 3.5 vezes a taxa de inflação. Em 2021, 90% afirma que esta tendência se irá manter ou aumentar.

Paulo Fradinho, Country Business Leader da Mercer Marsh Benefits em Portugal refere: “O COVID-19 impactou profundamente a sociedade e economia, e em especial os cuidados de saúde. Pelo que acreditamos que as despesas com os mesmos vão continuar a aumentar, desta vez devido a questões relacionadas com o trabalho remoto e o estilo de vida mais sedentário, que incluem doenças do foro mental e musculoesqueléticas, e as preocupações constantes com as implicações a longo-prazo que o COVID-19 trará para a saúde mental e física.”

“Com o objetivo de responder aos novos desafios impostos pelo trabalho remoto e conter os custos, as empresas precisam de repensar radicalmente o leque de benefícios que oferecem aos colaboradores e de que forma poderão apresentá-los.”, afirma Paulo.

A crise de COVID-19 veio destacar as fragilidades dos atuais sistemas de benefícios, muitos dos quais são ainda em suporte de papel, o que impossibilita a sua consulta ou gestão remotamente. Com uma procura crescente, por parte dos colaboradores, por soluções que possam oferecer benefícios adicionais, por exemplo, na área da saúde mental, cuidados preventivos e uma gama amplificada de serviços digitais e online, as seguradoras estão cada vez mais a tentar ampliar o seu conjunto de soluções.

O estudo revela ainda um aumento no número de seguradoras que oferecem consultas médicas virtuais, ou “teleconsulta”, com 59% a afirmar que esta solução foi uma parte ativa da abordagem atual do plano de gestão, aumentando 38% face a 2019. Além disso, 55% refere que os seus planos cobrem agora iniciativas de saúde preventiva, como rastreios, e 20% indica estar ainda em fase de testes ou com planos já desenvolvidos, prontos para serem implementados nos próximos 24 meses. Os planos de saúde das empresas continuarão a ter um papel importante no que respeita a assegurar as necessidades de saúde dos seus colaboradores. Por exemplo, pouco mais de metade das seguradoras espera que os planos de saúde das empresas possam cobrir uma vacina para o COVID-19, especialmente na América Latina.

Foram ainda encontradas lacunas no que respeita ao apoio à saúde mental, apesar do aumento de pedidos verificados durante a pandemia. A título de exemplo, o aconselhamento psicológico online não é ainda generalizado, com apenas um terço das seguradoras a oferecer uma cobertura para tal; e 32% a afirmar que não providenciam planos com cobertura de serviços de saúde mental. Isto apesar do facto de em todas as regiões, a taxa privada das seguradoras, os sistemas de saúde comparticipados pelos planos das empresas serem mais eficazes que os sistemas de saúde públicos no que respeita à oferta de atos preventivos, diagnósticos e tratamento de perturbações mentais.

Os custos médicos têm vindo a superar cerca de 3 vezes mais a inflação geral nos últimos anos e este ano a tendência repete-se com um novo fator: a pandemia global de COVID-19. O impacto da pandemia nos custos tem variado com base em fatores como a natureza das despesas tipicamente cobertas nos planos de saúde ou a duração/escala dos confinamentos que afeta a utilização destes mesmos planos.

Em Portugal, a taxa de crescimento estimada em 2019 com custos médicos era de 1.5%, sendo que a taxa de inflação estimada neste ano rondava os 0.3%. Em 2020, a taxa projetada com custos médicos fixa-se nos 2.0%, sendo que a previsão da taxa de inflação é de -0.2%.

Segundo Paulo Fradinho, Country Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal, “À medida em que as despesas com a saúde aumentam e a recessão espreita, é importante que cada vez mais empresas consigam assegurar que os benefícios que providenciam aos seus colaboradores têm como objetivo melhorar a saúde, bem-estar, produtividade e o seu compromisso. A saúde dos colaboradores é um bem crucial para as empresas, ajudando-as a gerir a performance do negócio e a gerir o risco de forma eficaz. Os planos de saúde devem ser vistos como um investimento nas pessoas.”

O estudo Health Trends 2020 da Mercer Marsh Benefits contempla informação recolhida de planos de saúde de empresas distribuídos por 59 países, à exceção dos Estados Unidos da América, entre o início de junho e meados de julho de 2020. Este ano, o estudo contém uma tabela adicional com tendências quantitativas anuais na área da saúde, tendo por base dados recolhidos junto de aproximadamente 240 seguradoras, e ainda um índice respeitante aos aspetos financeiros das coberturas de seguros.

Atividade assistencial e cirúrgica
Atendendo ao atual contexto de saúde pública e no decorrer das reuniões que tem vindo a manter com o Ministério da Saúde ao...

Em comunicado, a Lusíadas Saúde revela que, desde o inicio da pandemia “tem vindo a atuar ativamente no apoio aos cidadãos portugueses contribuindo com a sua atividade diária, nos seus 13 hospitais e clínicas, para a diminuição das manifestas necessidades no âmbito da atividade assistencial e cirúrgica dos seus Clientes tradicionais e da realização de mais de 1.500 cirurgias ao abrigo do programa Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) do Serviço Nacional de Saúde”

O despacho proveniente do gabinete da Ministra da Saúde, de 03 de novembro de 2020, indica que as unidades do Serviço Nacional de Saúde, face à implementação do plano de contingência, deverão ver suspensa “a atividade assistencial não urgente que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes”. Esta circunstância de contingência implica um crescimento ainda mais acentuado das listas de espera, que atualmente já se encontram na ordem de 1 milhão de consultas, 100 mil exames e mais de 60 mil cirurgias.

Atendendo à situação, a Lusíadas Saúde está a preparar duas das suas unidades hospitalares para receber utentes do serviço público de saúde. Sendo que é o norte do país é a região que mais dificuldades tem tido na sua capacidade de resposta, os Hospitais do grupo em Braga e no Porto estão prestes a “contribuir de forma ainda mais ativa no combate à pandemia Covid-19 e à imperativa necessidade de atuar nas consultas, diagnóstico e tratamento das demais patologias não covid-19”.

Adicionalmente, o grupo privado de saúde tem vindo a ter contatos diretos com a ARS Norte e iniciado o processo de adesão ao acordo que, para além da duplicação da capacidade instalada para SIGIC – já informada e em operação –, irá permitir o internamento de doentes com patologia médica em fase aguda. “Por outro lado, está ainda a ser ultimada a negociação de capacidade com um Hospital de referência, no Porto, para poder acelerar ainda mais a execução das cirurgias urgentes em lista de espera, num total de 25 camas médicas e cirúrgicas”, avança em comunicado.

Segundo a Lusíadas Saúde, o Hospital Lusíadas Porto está ainda a estudar a possibilidade de ajustar o seu perfil assistencial para poder contribuir para o internamento de doentes com Covid-19 e aguarda a atualização do respetivo protocolo por parte do Ministério da Saúde, que deverá assentar na experiência associada à duração média de internamento em enfermaria e em cuidados intensivos e nos respetivos custos efetivos suportados pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

O grupo reitera, deste modo, a sua disponibilidade para colaborar com o Ministério da Saúde no combate à pandemia, bem como na redução das necessidades urgentes não Covid da população portuguesa. “Mais do que nunca, acreditamos num único Sistema de Saúde a servir os Portugueses”, sublinha.

 

O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) vai requalificar e a adaptar um novo espaço físico para a Unidade de Cuidados...

Em comunicado, o HESE explicou que a obra arrancou na passada sexta-feira e deverá estar concluída antes do final do ano. 

“Esta é uma obra essencial até à construção do novo Hospital Central do Alentejo porque permite, no imediato, um aumento da capacidade de resposta nesta área, em que se estima uma procura potencialmente elevada resultante da incidência significativa de doentes com Covid-19”, afirmou a Presidente do Conselho de Administração, Maria Filomena Mendes, citada pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde. 

Segundo a unidade hospitalas, a empreitada é cofinanciada em 85% pela reprogramação do projeto ReMoTe – Requalificação e Modernização Tecnológica do HESE, no âmbito do programa regional Alentejo 2020, com apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

O HESE recorda que, no contexto da pandemia, foi necessário criar de imediato duas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI): uma para doentes Covid e outra para doentes não Covid.

A atual UCI Covid do hospital encontra-se a funcionar no espaço físico da única UCI que o HESE dispunha até ao início da pandemia COVID-19, "com uma lotação atual de 5 camas, podendo escalar até 8 camas", explica co HESE. Já a Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente para doentes não Covid situa-se num espaço pertencente ao Serviço de Cirurgia, o único espaço desta unidade hospitalar que "dispõe de condições físicas e técnica".

A obra autorizada prevê um espaço físico para a UCI Covid, no piso 4 do Edifício do Espírito Santo, que passará a dispor de mais 11 camas com pressão negativa onde podem ser internados doentes Covid.

Capacidade de testagem
Cerca de um terço da população em Portugal já foi testada ao novo coronavírus, SARS-CoV-2, revelou hoje o Secretário de Estado...

Os dados foram apresentados durante a conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da covid-19 em Portugal, onde o governante indicou que já tinham sido testadas mais de 3,4 milhões de pessoas, o equivalente a cerca de um terço da população.

Por milhão de habitantes, Portugal está a realizar em média mais de 280 mil testes à SARS-CoV-2, o vírus causador da doença Covid-19, registando-se dias com mais de 30 mil análises.

"Estamos com mais de 300% da capacidade de testagem que tínhamos em março, o que penso que é um reforço substancial", acrescentou António Lacerda Sales.

 

 

Medida excecional
A partir de hoje, a Linha SNS 24 vai passar declarações provisórias de isolamento profilático, sempre que se verifique uma ...

A medida é excecional e provisória e é uma das que constam no Decreto-Lei n.º 94-A/2020, publicado em Diário da República, no âmbito da pandemia.

Quer isto dizes que a partir de hoje, os utentes que liguem para a linha SNS 24 podem “receber uma declaração provisória de isolamento profilático”, que permite justificar “a ausência de local de trabalho ou até para outros efeitos”, explicou o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro, durante a conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde.

A partir de agora, após avaliação clínica do risco feita pelos profissionais de saúde, é enviado um código, por SMS ou e-mail, que permite ao utente aceder a uma declaração provisória de isolamento profilático.

“Isto significa que, para a entidade patronal ou para qualquer entidade que exija a presença física da pessoa, esta declaração pode ser usada para justificar a necessidade de ficar em casa”, explicou Luís Goes Pinheiro. No entanto, para efeitos de baixa médica é preciso o doente provar que não pode estar em casa em regime de teletrabalho.

 

Covid-19
Dados da Direção Geral da Saúde dão conta de mais 7.497 novos casos de infeção por Covid-19 e 59 mortes, desde ontem.

Face a estes números, a autoridade de saúde esclarece, numa nota que consta do boletim desta quarta-feira, que “os dados apresentados no relatório de hoje incluem o somatório de 3.570 casos, decorrentes do atraso no reporte laboratorial, principalmente de um laboratório na região Norte, desde o dia 30/10/2020”.

Ao todo, já foram infetadas, desde o início da pandemia, 156.940 pessoas em todo o território português. Quanto ao número de mortes, desde março, já foram registadas 2.694 vítimas mortais.

A região norte continua a ser aquela que apresenta o maior número de novos casos. De ontem para hoje, confirmaram-se mais 1.206 casos. Lisboa e Vale do Tejo registou mais 1.057 novos casos, o Centro 333, o Alentejo 53 e o Algarve 29.  No Arquipélago dos Açores foram identificados mais 15 novos casos e na Madeira um.

O maior número de mortes atingiu a zona norte do país, onde se registaram a maioria dos óbitos do país – 34. Na região de Lisboa morreram 18 pessoas, na zona centro 5 e no Alentejo foram registados 2 óbitos nas últimas 24 horas.

Quanto ao número de doentes internados, atualmente estão hospitalizadas 2.337 pessoas, 325 das quais em unidades de cuidados intensivos (+5 que ontem).

Atualmente encontram-se ativos, segundo a DGS, 65.300 casos (mais 5.081). E as autoridades de saúde mantêm 65.566 contactos, menos 81 do que ontem.

 

Combate à pandemia
O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, vai disponibilizar pelo menos mais 30 camas para tratamento de doentes com Covid-19...

De acordo com o Conselho de Administração da Unidade Hospitalar “está prevista a expansão da capacidade de internamento de doentes com patologia Covid através de uma nova estrutura modular para tratamento de doenças infeciosas/Covid, superior a 30 camas”.

Atualmente, o hospital dispõe de 60 camas para doentes com Covid-19, incluindo oito camas em cuidados intensivos polivalentes.

Existem ainda três enfermarias Covid-19 neste hospital e há planos para abrir uma quarta, em breve.

Segundo a administração, são realizados “testes a todos os doentes aquando do seu internamento e de forma sistemática, promovendo ainda rastreios aos seus profissionais de saúde nos diferentes serviços clínicos”.

Além das medidas previstas para melhoria da capacidade de resposta a doentes com Covid-19, o HGO refere que também foram estabelecidos protocolos com entidades externas para assegurar a retoma da atividade cirúrgica, com profissionais do HGO e de outras instituições.

Entre outras medidas, o HGO destaca, citado pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde,  a criação de “uma Unidade de Hospitalização Domiciliária para doentes Covid com cinco camas”, o “aumento do número de teleconsultas” e a contratação de “mais especialistas para reforçar a multidisciplinaridade da sua oferta”.

 

Dia Mundial da Diabetes
À semelhança do que acontece todos os anos, o Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar e...

De acordo com o CHUC, “face ao período que estamos a vivenciar”, vão ser realizadas menos atividades do que nos anos anteriores.  A unidade hospitalar faz, no entanto, saber, em comunicado, que entre os dias 6 e 7 de novembro vão decorrer, em formato virtual, as “24ªs Jornadas de Endocrinologia e Diabetes de Coimbra”, organizadas pela Associação de Apoio ao Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, em colaboração com o Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do CHUC.

“Haverá ainda colocação de faixas e cartazes alusivos ao tema, nos vários polos do CHUC e em alguns mupis da cidade, (colaboração da Câmara Municipal de Coimbra), distribuição de t-shirts com o símbolo da Diabetes a todos os jogadores da Associação Académica de Coimbra-OAF, que entrarão em campo (em jogo que irá decorrer durante este mês) envergando as referidas camisolas (numa colaboração da direcção da AAC-OAF e do Laboratório Novo Nordisk que ofereceu as camisolas)”, acrescenta o Centro Hospitalar

Todas as atividades têm como mote principal sensibilizar os utentes e a comunidade em geral para um grave problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo mundo, onde Portugal se inclui, com um número que vai além de um milhão de pessoas.

O Dia Mundial da Diabetes é uma campanha de dimensão mundial, que serve fundamentalmente para alertar e consciencializar as populações sobre uma doença que é um flagelo à escala mundial.

 

 

 

Patologias do pé
A Associação Portuguesa de Podologia (APP) vai realizar o XV Congresso de Podologia, cujo objetivo é discutir as mais diversas...

“Este ano e pela primeira vez, o Congresso de Podologia será realizado em formato online, num modelo diferente e inovador. Contudo, manterá a sua essência, vincada na partilha de conhecimento e de experiências entre podologistas de todo o mundo, que exercem atividade nas mais diversas áreas da podologia”, refere Manuel Portela, presidente da APP.

E acrescenta: “Convidamos todos os interessados a participar, de forma segura e ativa, assistindo a temas atuais e de grande impacto na prática clínica com apresentações das melhoras práticas internacionais na área da Podiatria Infantil, Pé Diabético, Podiatria Cirúrgica, Biomecânica e Ortopodolgia, Podiatria Desportiva e Medicina Podiátrica”.

O Congresso conta com a participação de Roberto Pascual, José Luis Gómez Boquera, Renata Neves, Ivo Brochado, André Ferreira, Gabriel Camuñas, Simone Moroni, Joaquim Godinho, Francisco Javier Márquez, Kevin A. Kirby, Richard Blake, Marta Carvalho, Carla Casemiro, Joel Pereira, Liliana Avidos, Sophie Leost, Gerardo Ruales Suárez, Cláudia Ferreira, Hélder Neves, Filipa Machado e Janete Leiras.

Conferencistas convidados de Espanha, França, Inglaterra e dos Estados Unidos juntam-se aos especialistas nacionais na apresentação de temas atuais, trabalhos de investigação e discussão de casos clínicos de patologia do pé e da marcha.

As inscrições devem ser feitas em: https://mla.bs/9ace2354

 

Investigação promissora
Ao selecionar centenas de mini-anticorpos sintéticos chamados Sybodies, cientistas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular...

A capacidade do SARS-CoV-2 de infetar células depende de interações entre a proteína do pico viral e a proteína da superfície celular humana ACE2. A capacidade do SARS-CoV-2 de infetar células depende das interações entre a proteína do pico viral e a proteína da superfície celular humana ACE2. Para que o vírus fique preso à superfície celular, a proteína do pico liga o ACE2 usando três saliências semelhantes a dedos, chamadas de domínios de ligação recetora (RBDs).

Bloquear os RBDs, portanto, tem o potencial de impedir que o vírus entre em células humanas. Isso pode ser feito usando anticorpos.

Nano corpos, pequenos anticorpos encontrados em camelos e lamas, mostram-se promissores como ferramentas contra vírus devido à sua alta estabilidade e tamanho pequeno. Embora a sua extração seja demorada, os avanços tecnológicos agora permitem a rápida seleção de nanomá corpos sintéticos, os chamados sybodies. Uma plataforma tecnológica para selecionar sybodies de grandes bibliotecas sintéticas foi recentemente desenvolvida no laboratório de Markus Seeger na Universidade de Zurique, e disponibilizada para este estudo.

Em busca do melhor sybody contra SARS-CoV-2

O grupo Christian Löw, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL, sigla em inglês) de Hamburgo, procurou pelas bibliotecas existentes para encontrar corpos que poderiam bloquear o SARS-CoV-2 de infetar células humanas. Primeiro, eles usaram os RBDs da proteína do pico viral como isco para selecionar os sybodies que se ligam a eles. Em seguida, eles testaram os corpos selecionados de acordo com sua estabilidade, eficácia e precisão de ligação. Entre as melhores pastas, uma chamada sybody 23 acabou por ser particularmente eficaz no bloqueio dos RBDs.

Para saber exatamente como sybody 23 interage com os RBDs virais, investigadores do grupo de Dmitri Svergun na EMBL Hamburg analisaram a ligação de sybody 23 aos RBDs por dispersão de raios-X de pequeno ângulo. Além disso, Martin Hällberg do CSSB e Karolinska Institutet usou crio-EM para determinar a estrutura do pico SARS-CoV-2 completo ligado ao sybody 23. Os RBDs alternam entre duas posições: na posição "superior", os RBDs apontam para fora e estão prontos para vincular ACE2; na posição "inferior", eles são enrolados para se esconder do sistema imunológico humano. As estruturas moleculares mostraram que todos os 23 RBDs se ligam tanto nas posições "superior" quanto "inferiores" e bloqueiam as áreas onde o ACE2 normalmente se ligava. Essa capacidade de bloquear RBDs, independentemente de sua posição, poderia explicar por que o Sybody 23 é tão eficaz.

Finalmente, para testar se o Sybody 23 pode neutralizar um vírus, o grupo de Ben Murrell do Instituto Karolinska usou o chamado lentivírus, que foi modificado para transportar a proteína de pico de SARS-CoV-2 na sua superfície. Eles observaram que o S23 23 desativou com sucesso o vírus modificado in vitro. Novos testes serão necessários para confirmar se alguém pode parar a infecção do SARS-CoV-2 no corpo humano.

Colaboração científica durante o confinamento

"O espírito de equipa tem sido enorme nestes tempos, e todos foram motivados a contribuir", diz Christian Löw, um dos principais cientistas do estudo. Os investigadores iniciaram o projeto assim que receberam aprovação da liderança da EMBL para reabrir seus laboratórios durante o bloqueio do COVID-19. Eles conseguiram selecionar os órgãos candidatos e realizar as análises em apenas algumas semanas.

"Obter os resultados tão rapidamente só foi possível porque já tínhamos utilizado estas as metodologias em outros projetos de pesquisa não relacionados ao SARS-CoV-2. O desenvolvimento dessas ferramentas teria levado significativamente mais tempo e recursos", diz Löw.

Os resultados deste projeto mantêm a promessa de uma maneira potencial de tratar o COVID-19. Em trabalhos futuros, os cientistas realizarão novas análises para confirmar se o Sybody 23 pode ser um tratamento COVID-19 eficaz.

APED
A alimentação saudável pode ajudar a prevenir e aliviar a dor crónica. Quem o afirma é a Associação Portuguesa para o Estudo da...

A alimentação contribui para melhorar as funções dos sistemas nervoso, imunitário e endócrino, impactando diretamente as experiências de dor, tendo em conta que a perda ou a manutenção do peso reduz a carga nas articulações e, consequentemente, a inflamação. Além disso, a alimentação e o peso têm impacto no risco e/ou gravidade de outras comorbilidades associadas, como doenças cardiovasculares, diabetes e ansiedade, que coexistem frequentemente e agravam a dor crónica.

Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), reforça que “a alimentação é um grande aliado no tratamento da dor crónica, uma vez que esta está associada a peso elevado e à qualidade da dieta. É extramente importante que estes doentes consultem um médico que proceda ao controlo da sua alimentação para evitar o aumento do peso e consequente tensão na coluna. Desta forma, o médico pode modificar a dieta e certificar-se que consomem todos os alimentos necessários para uma alimentação saudável e equilibrada”.

A variedade e equilíbrio alimentar são fundamentais, sendo importante a ingestão de alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C) e potássio, como frutas cítricas, manga, papaia, kiwi, morango, brócolos, banana, farelo de aveia e nozes. Também são importantes os alimentos ricos em cálcio e em magnésio, pois melhoram a contração muscular e a transmissão dos impulsos nervosos, como couves, agrião, lacticínios, feijão, lentilhas, espinafres, etc. Ainda, as fontes de triptofano aumentam a produção de serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. São exemplos destas fontes: carnes magras, peixe, iogurte desnatado, leguminosas, damasco e açaí.

Cerca de 40% da população portuguesa sofre de dor crónica, sendo a segunda doença mais prevalente em Portugal e é causadora de morbilidade, absentismo, dependência, afastamento social e incapacidade temporária ou permanente, gerando elevados custos aos sistemas de saúde, com grande impacto na qualidade de vida do doente e das famílias. É, portanto, fundamental procurar mecanismos que atenuem a dor, como a adoção de uma alimentação saudável e equilibrada e, desta forma, melhorar a qualidade de vida.

Manifestações clínicas
O aparecimento do novo coronavírus trouxe consigo inevitáveis comparações com o vírus da gripe comum

Gripe

A gripe sazonal é uma infeção respiratória aguda provocada pelo vírus influenza. Trata-se de uma doença contagiosa cuja maior atividade se observa no pico do inverno, entre os meses de dezembro e fevereiro.

Espalha-se facilmente, especialmente em áreas com grandes aglomerados de pessoas, como escolas, lares ou escritórios. Quando uma pessoa infetada espirra, tosse ou fala, pequenas gotículas contagiosas ficam em suspensão no ar e podem infetar pessoas que estejam num raio de um metro e as inspirem.

Quando doente com gripe, o corpo desenvolve os primeiros sintomas entre um a quatro dias após a infeção, pelo que o período de incubação do vírus é curto. A sua cura é espontânea, mas o doente pode recorrer a medicação destinada aos sintomas para os aligeirar e acelerar o processo.

Neste sentido, é uma doença relativamente inofensiva, embora possa implicar complicações em pessoas com doenças crónicas ou idosos.

Os sintomas da gripe podem variar de leves a graves e incluem:

  • tosse
  • dores de cabeça
  • febre
  • dores musculares
  • dores de garganta
  • congestão e corrimento nasal.

COVID-19

A COVID-19, por sua vez, é a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2. Trata-se de um coronavírus que pode provocar uma infeção respiratória grave, como é o caso da pneumonia, e consideravelmente mais contagiosa do que a gripe.

Assim como a gripe, tem no contacto com gotículas respiratórias infetadas a principal via de transmissão. Este contacto pode dar-se de forma direta, através da interação com um sujeito infetado, ou de forma indireta, através do contacto com superfícies ou objetos contaminados e posterior toque nos olhos, no nariz ou na boca.

Já o período de incubação da doença é superior ao da gripe. Estima-se que desde a exposição ao vírus até ao momento em que surgem os primeiros sintomas possam decorrer entre um a 14 dias. A transmissão, contudo, pode dar-se ainda antes do aparecimento de sintomas.

Embora, grande parte dos casos de COVID-19 resulte em doença ligeira ou assintomática, muitos podem desenvolver um quadro de sintomas graves e ter necessidade de internamento ou cuidados intensivos. A maior parte dos óbitos verifica-se em idosos ou pessoas com outras patologias, como doenças crónicas ou sistema imunitário comprometido.

Infelizmente, não existe, para já, uma vacina que previna a infeção por SARS-CoV-2. O tratamento é dirigido aos sinais e sintomas da doença, de modo a proporcionar maior alívio aos doentes.

Tal como acontece no caso da gripe, os sintomas da COVID-19 podem variar de leves a graves e incluem:

  • febre, geralmente alta
  • tosse, geralmente seca
  • dores de garganta
  • cansaço
  • dores musculares
  • falta de ar ou dificuldade em respirar
  • congestão e corrimento nasal
  • perda de olfacto
  • perda de paladar
  • diarreia.

O que fazer se tiver sintomas? 

É inegável que tanto a gripe quanto a COVID-19 têm uma apresentação semelhante com inúmeros sintomas idênticos, se não mesmo iguais. Por esse motivo, a distinção imediata destas doenças não é fácil.

Isto significa que não deve cair no erro de um autodiagnóstico ou da automedicação, uma vez que pode estar errado e colocar a sua saúde e a dos outros em grande risco. É por isso muito importante que procure aconselhamento médico, de modo a ter um diagnóstico correto e uma indicação terapêutica adequada.

Deve, contudo, evitar deslocar-se ao seu centro de saúde ou às urgências do hospital por iniciativa própria, uma vez que só assim será possível evitar contagiar os outros. Então o que deve fazer se tiver alguns destes sintomas, ainda que leves? A linha SNS 24 está disponível através do número 808 24 24 24 para o ajudar por telefone, avaliando os seus sintomas e fazendo o encaminhamento mais indicado, desde autocuidados a avaliação médica no centro de saúde ou no hospital.

*Este artigo foi preparado e validado com a colaboração de Raul Amaral Marques, Pneumologista - Pneumomedical – Centro Médico de Função Pulmonar, Lda.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Evento junta médicos e doentes
Com o objetivo de analisar o estado atual e futuro da Esclerose Múltipla em Portugal, realiza-se no próximo sábado, 7 de...

A iniciativa, dirigida a profissionais de saúde, conta com a participação de médicos especialistas, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), bem como alguns doentes, que em conjunto fazem a análise desta patologia agora e no futuro.

Este encontro conta com a jornalista Clara de Sousa, como moderadora e com a participação do General Manager da Sanofi Genzyme, Francisco Del Val, os comentários científicos dos médicos neurologistas Ana Martins da Silva, Carlos Capela, Cerqueira, Neurologista Profº Dr. João de Sá, Lívia de Sousa, Sónia Batista, Vasco Salgado e com as histórias de vida e respetivos testemunhos dos doentes: João Medeiros e Telma Teles.

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crónica, autoimune, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central. Esta doença surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade, ou seja, entre os jovens adultos e afeta com maior incidência as mulheres.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, existem 2,5 milhões de pessoas, em todo o mundo com a doença. Em Portugal, estima-se que a Esclerose Múltipla afete oito mil pessoas.

 

 

 

Infarmed
Desenvolvido pelo Infarmed, no âmbito do programa SIMPLEX, o novo Sistema de Informação para Dispositivos Médicos (SIDM) já se...

De acordo com a autoridade nacional do medicamento, o sistema de informação foi atualizado de forma a otimizar a gestão de informação relacionada com estes dispositivos, agilizando e simplificando o processo de registo, bem como as tecnologias que o suportam.

Em comunicado, o Infarmed revela que este novo sistema vai facilitar e promover o registo de dispositivos médicos por parte dos operadores económicos, aumentando a transparência e tornando pública toda a informação de registo residente no Infarmed, e agilizar as atividades de fiscalização.

Além da componente de registo, o SIDM é composto por outras duas outras áreas de acesso público, disponíveis na área de serviços online da página do Infarmed: o infoDM, que permite a pesquisa pública dos dispositivos médicos registados no Infarmed; e o Reporte, área que permite, de forma centralizada e facilmente acessível, a notificação de problemas com produtos de saúde (dispositivos médicos e cosméticos).

Com este novo sistema, afiança o Infarmed citado pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, “é promovida a simplificação no registo de dispositivos médicos, com o modelo de registo único, promovida a transparência no setor com a divulgação de informação sobre os dispositivos comercializados em Portugal e agilizada a comunicação pelos utilizadores de problemas com produtos de saúde”.

 

Falta de vacinas
Embora, a rede de farmácias tenha batido o seu record de dispensa de vacinas da gripe no primeiro dia da época vacinal deste...

No passado dia 19 de outubro, 67 mil portugueses vacinaram-se contra a gripe naquela que foi considerada a segunda fase da campanha de vacinação, onde estavam incluídos grupos de risco, como pessoas a partir dos 65 anos e doentes crónicos. Durante a primeira semana da época vacina, a dispensa de vacinas da gripe registou um crescimento de 21% vacinal, em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, incapazes de satisfazer todos os pedidos, o número de pessoas a vacinar-se contra a gripe nas farmácias, caiu.

Até ao final do mês de outubro, 234 mil portugueses vacinaram-se nas farmácias, menos 64 mil do que em 2019, por esta altura, informa a HMR, multinacional portuguesa de informação e estudos de mercado de produtos farmacêuticos. “Os nossos dados indiciam que o primeiro stock de vacinas das farmácias está tecnicamente esgotado”, afirma João Norte, CEO da HMR.

“O nosso estudo de mercado confirma que se regista um crescimento exponencial e inédito da procura de vacinas da gripe nas farmácias, por parte da população portuguesa”, refere este especialista no mercado farmacêutico, que adianta que “a rede de farmácias vai receber um segundo fornecimento, de 210 mil vacinas, na segunda quinzena de Novembro, insuficiente para satisfazer todos os pedidos”.

A vacina da gripe faz parte do Plano Nacional de Vacinação, tendo o Estado adquirido este ano um recorde de dois milhões de doses. As farmácias, pelo seu lado, procuraram subir também as suas encomendas, mas só conseguiram garantir 440 mil doses, número máximo que lhes foi disponibilizado pelas empresas que comercializam em Portugal vacinas da gripe. No ano passado, de acordo com a HMR, as farmácias obtiveram 600 mil doses e satisfizeram a procura de 543 mil portugueses.

 

 

Balanço DGS
O último boletim epidemiológico, divulgado pela Direção Geral da Saúde, mostra que ao contrário do que vinha a acontecer, ao...

Ao todo, de acordo com as contas da Direção Geral da Saúde, desde o início da pandemia já foram registados 149.443 casos de infeção pelo novo coronavírus. A média diária desceu, estando agora perto dos 2.600 novos casos.

Quanto ao número de mortes, segundo o boletim da DGS, há a assinala menos uma morte que ontem, ou seja, tendo sido regiradas 45 vítimas mortais nas últimas 24 horas, elevando o número total de mortes para 2.635, desde março.

Dos 45 óbitos registados, 21 ocorreram na região Norte, 18 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Centro e um no Alentejo.

Em relação aos novos casos de infeção, a região Norte continua a ser a região com maior número de casos - nas últimas 24 horas foram registados 1.547 casos - seguida de Lisboa e Vale do Tejo, onde foram registados 626 novos casos, da região Centro, que conta com mais 292 casos, do Alentejo com 57 e do Algarve com 47. A Madeira confirmou mais 19 diagnósticos de covid-19 e os Açores mais oito.

Quanto ao número de internamentos, houve um aumento, nas últimas 24 horas, tendo dado entrada nos hospitais nacionais mais 94 infetados. Ao todo, encontram-se 2.349 doentes internados, 320 dos quais em unidades de cuidados intensivos.

O número de casos recuperados também subiu de ontem para hoje: 3.295 pessoas deixaram de ter a doença.

Atualmente, encontram-se 60.219 (menos 744) e as autoridades de saúde mantêm em vigilância, ao todo, 65.647 contactos (menos 781).

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