O que tem de saber

Os diferentes tipos de raquitismo

Atualizado: 
10/12/2020 - 16:00
O raquitismo é uma doença que acomete crianças e que se caracteriza por uma falha na mineralização óssea. Entre as principais causas está a deficiência ou incapacidade do corpo de utilizar adequadamente a vitamina D. No entanto, existe uma outra forma de raquitismo genético que está associado a uma mutação que leva a perda de fósforo pela urina e que dificulta o processo de mineralização.

Desde a introdução de suplementos vitamínicos e da alimentação fortificada que os casos de raquitismo são raros. Atualmente, as crianças nos países subdesenvolvidos, onde vivem com grandes carências alimentares, são as que mais riscos correm de desenvolver esta condição.

Por cá, a toma de suplementação de vitamina D até, pelos menos, a um ano de idade tem vindo a prevenir os riscos associados à doença.

Mas o que é o raquitismo?

Raquitismo é uma condição que afeta o desenvolvimento dos ossos, tornando-os suaves e fracos, o que pode conduzir a deformidades ósseas. Entre as causas mais frequentes estão a deficiência de vitamina D e de cálcio, doenças que provocam má absorção intestinal, o uso de certos medicamentos e alguns fatores genéticos.

Que tipos de raquitismo existem?

Existem dois subtipos de raquitismo: o raquitismo hipocalcémico e o raquitismo hipofosfatémico. O tipo hipocalcémico apresenta como causa mais comum a deficiência da vitamina D ou problemas relacionados com a ação dessa vitamina no corpo. Já o tipo hipofosfatómico é causado por perda renal de fosfato.

Embora o raquitismo familiar hipofosfatémico seja, geralmente, uma doença transmitida hereditariamente de modo dominante ligado ao cromossoma X, há casos (muito raros) em que a doença surge associada a tumores mesenquimais benignos que produzem um fator humoral que diminui a reabsorção tubular renal proximal de fosfato.

Quais os sintomas?

Os sintomas de raquitismo incluem dor óssea e deformidades dos ossos, como grandes curvas na coluna vertebral ou pernas arqueadas. As crianças com raquitismo podem crescer mais lentamente do que outras crianças, e muitas vezes têm problemas dentários. As crianças com raquitismo também são mais propensas a fraturas em pequenos acidentes.

Como é feito o diagnóstico?

De um modo geral, o pediatra mediante exame físico pode solicitar a realização de exames ao sangue e de radiologia para identificar a doença. No caso específico do raquitismo hipofosfatémico é avaliada a função renal, afunção hepática, o cálcio, o fósforo, PTH, vitamina D - 25(OH)D3 e doseamento urinário de fósforo e cálcio. É pedido ainda um estudo genético.

Como se trata o raquitismo?

O tratamento do raquitismo depende dos fatores que estão na origem desta condição. A utilização de vitamina D e preparações de cálcio e fósforo podem ser recomendadas pelo médico, mas cada caso é um caso.  Em alguns doentes, é necessária a realização de cirurgias ortopédicas, a fim de se corrigirem deformidades ósseas.

No caso do raquitismo hipofosfatémico o tratamento passa, essencialmente pela administração oral de doses adequadas de fósforo e calcitriol. Por outro lado, pode ser administrado um anticorpo monoclonal anti FGF 23, que constitui uma arma terapêutica específica contra a doença.

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Manuais MSD
Ada
Educare.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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