Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra
O projeto “Dynamic Pillow” – uma almofada inovadora anti-escaras para cadeira de rodas manual projetada por estudantes de...

Concebida para melhorar a qualidade de vida da população envelhecida e dependente de um cuidador, a “Dynamic Pillow” permitirá aliviar as zonas de pressão, promovendo um melhor controlo de postura e ajudando a minimizar a dor. A almofada idealizada pelos estudantes da ESTeSC-IPC integra um sistema elétrico alimentado por uma bateria recarregável, que permite três movimentos – elevação, inclinação anterior e oscilação lateral – auxiliando no levante e nas transferências das pessoas em cadeira de rodas.

A ideia foi desenvolvida em contexto académico, por quatro estudantes da licenciatura em Fisioterapia da ESTeSC-IPC (três deles, entretanto, já diplomados): Ana Souto, Hugo Ribeiro, Inês Ângelo e Joana Sousa. O prémio (2500 euros) representa “uma ajuda para conseguir registar a patente e eventualmente iniciar com desenvolvimento de protótipo”, explicam os jovens.

O Angelini University Award! – que em 2019/2020 assumiu o tema “Menos Dor, Mais Vida!” – é uma iniciativa da Angelini Farmacêutica, que premeia o empreendedorismo de jovens universitários. Na escolha dos dois vencedores (entre 15 projetos selecionados como semifinalistas), o júri teve em consideração critérios como inovação, criatividade, metodologia e viabilidade de negócio, bem como a qualidade de apresentação dos projetos.

 

Prémio entregue hoje
Organizado pela Universidade de Coimbra em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no âmbito do...

A entrega do prémio, no valor de 500€, contará com a presença da Vice-Reitora da UC para a Investigação e o 3.º Ciclo, Cláudia Cavadas, e será realizada no Anfiteatro II (Piso -1) do Edifício da Unidade Central do Polo III/Ciências da Saúde da Universidade de Coimbra.

Além do valor monetário, a equipa vencedora terá a possibilidade de competir na final do evento internacional Innovation Days, a decorrer em simultâneo em outros 19 parceiros europeus, como o Imperial College (Reino Unido), a Universidade de Oxford (Reino Unido), e o Instituto Karolinska (Suécia), no âmbito da rede internacional EIT Health.

Cláudia Cavadas, Vice-Reitora da UC para a Investigação e o 3.º Ciclo, destaca que “é cada vez mais importante que a comunidade académica e científica da UC esteja sensibilizada para contribuir e responder aos desafios da sociedade. A Universidade de Coimbra tem contribuído ativamente para esse desígnio, mas este contributo tem assumido um papel ainda mais relevante na situação pandémica atual. O Innovation Days é um evento estrategicamente importante neste cenário, dado que possibilita que os participantes (estudantes e investigadores doutorados), em equipas multidisciplinares e usando metodologia inovadoras de partilha, proponham soluções para desafios reais propostos pelas entidades na área da saúde”.

Além de permitir aos estudantes passarem da teoria à prática, contactando com problemas reais da área da saúde e experimentando nova a metodologia de design thinking (Biodesign Concept) desenvolvida pela Universidade de Stanford, a iniciativa permite-lhes conectarem-se com congéneres internacionais (aderindo à EIT Health Alumni Network) e desenvolverem soft skills fundamentais para o seu futuro ingresso mercado de trabalho.

O Coimbra Innovation Days é uma iniciativa organizada pela Universidade de Coimbra em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no âmbito do programa europeu EIT Health.

Veja a lista completa dos desafios colocados aos participantes da iniciativa em https://www.uc.pt/research/rdit/iniciativas/idays/Desafios).

Estudo
60% dos portugueses admitem que nos últimos seis meses sofreram de algum episódio de dor apontam a cabeça, segundo um estudo...

Quase 60% dos portugueses que nos últimos seis meses tenham sofrido de algum episódio de dor apontam a cabeça como o local mais prevalente de dor, concluiu um estudo exploratório sobre a Dor em Portugal, promovido pela farmacêutica Angelini. Relativamente ao tratamento e alívio da Dor, as pessoas procuram ações imediatas quando sentem dores de cabeça. Já nos outros tipos de dor, mais de metade dos inquiridos esperam que passe.

Segundo o estudo, que foi apresentado esta quinta-feira na cerimónia de entrega dos Prémios AUA! e do Prémio de Jornalismo “Menos Dor, Mais Vida!”, depois das dores de cabeça (59%), as dores musculares representam o tipo de dor mais prevalente para 51% dos inquiridos, seguidas pelas dores lombares, com 48% das respostas. A dor óssea, que representa a menor fatia, continua, no entanto, a afetar 15% da população que teve dores nos últimos seis meses.

Oito em cada dez inquiridos afirmaram ainda que já experienciaram até três tipos de dor, sendo que na categoria de dores recentes (última semana) 58% afirma ter dores de cabeça, na categoria de dor distante (último mês ou últimos três meses) 19% afirma ter dores musculares e finalmente, na dor remota (últimos três a seis meses) 17% afirma ter dor cervical.

 O estudo, que analisou ainda os hábitos e comportamentos no tratamento e alívio da Dor, apurou que em relação às dores de cabeça as pessoas procuram ações imediatas (60%), maioritariamente através de analgésicos ou outras medicações orais (85%). Relativamente às dores musculares, mais de metade dos inquiridos (54%) dizem esperar que a dor passe, mesmo após um dia. Uma resposta semelhante pode ser observada relativamente às dores lombares (48% esperam que passe), dores musculares (51%), dores cervicais (47%) e dores ósseas (54%).

 Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos afirma “A pandemia e o período de confinamento podem ter contribuído para aumentar o comportamento da automedicação, entre os portugueses, justificado pelo medo de ir aos hospitais ou até mesmo às farmácias. No entanto, não podemos desvalorizar a importância da opinião de um profissional de saúde mesmo quando se trata apenas de uma dor ligeira. Neste campo os farmacêuticos desempenham um papel fundamental sendo muitas vezes o primeiro, e único, contacto dos doentes que sofrem frequente ou ocasionalmente de dores”.

Em relação à durabilidade, a dor aguda é o tipo de dor dominante. Já relativamente à frequência, no mínimo, seis em cada 10 inquiridos experienciaram dor frequente, principalmente dor cervical e nas articulações.

Foi ainda observado que, quando comparados todos os tipos de dor, a menor tolerância dos inquiridos diz respeito às dores de cabeça. Já a tolerância mais elevada observa-se relativamente às dores musculares, principalmente junto dos jovens adultos. Os inquiridos com idade mais avançada, por sua vez, lidam mais facilmente com os outros tipos de dor, sendo que a familiaridade e a experiência podem desempenhar um papel importante nesta questão.

 O estudo, realizado entre os dias 13 e 24 de março de 2020 e que contou com um total de 600 participantes, teve como objetivos principais adquirir uma visão geral sobre a Dor junto da população portuguesa e analisar o seu comportamento, na procura de uma solução, em função da sua tipologia. Para tal, foram selecionados 9 inquiridos entre os 20 e os 24 anos, 18 inquiridos entre os 25 e os 34 anos, 26 inquiridos entre os 35 e os 44 anos, 23 inquiridos entre os 45 e os 54 anos e 24 inquiridos entre os 55 e os 65 anos.

Da amostra, 51% é do sexo feminino e 49% é do sexo masculino, localizando-se maioritariamente nas regiões Norte (37%), Centro (23%) e Lisboa (28%). 73% dos inquiridos praticam exercício físico, maioritariamente corrida ou caminhada (72%).

 

 

Inovação e criatividade
Projeto do Instituto Superior Técnico, que pretende para ajudar os hospitais a melhorar o planeamento cirúrgico e a dinâmica...

De acordo com Hugo Maia, “esta iniciativa é também uma das formas que a Glintt encontrou de manter ativa a sua presença junto das principais escolas do país, a par do que tem vindo a fazer nos últimos cinco anos com a Academia Glintt, que por razões relacionadas com o atual contexto pandémico não irá ter lugar este ano. Mas, em contrapartida, foi criada uma nova iniciativa: o GBattle - Durante 24 horas, 86 participantes, de diversas faculdades, divididos em 25 Grupos, tiveram de pôr à prova o seu nível de inovação e criatividade para desenvolverem um projeto que tenha impacto no futuro da Saúde”. Continua referindo que “este tipo de iniciativas vem reforçar o posicionamento da Glintt, junto deste público, assim como a nossa ambição na apostar de soluções inovadoras que tornem mais eficiente o acesso e a prestação de cuidados de saúde”.

Desta forma, dos 25 grupos a concurso, apenas 10 passaram à fase final e apenas 1 saiu vencedor: o Instituto Superior Técnico com o projeto MedicMetrics, um software para ajudar o hospital a melhorar o seu planeamento cirúrgico e a dinâmica hospitalar, melhorando a estimativa de tempos cirúrgicos, facilitando a comunicação entre os profissionais de saúde e tendo um melhor controlo da ocupação dos espaços em tempo real.

Por outro lado, o projeto DeepPsy - Building a new paradigm in mental, Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Nova de Lisboa, recebeu o prémio Honroso, no qual a Glintt irá avaliar o seu desenvolvimento e implementação. Este projeto consiste num dispositivo médico de auxílio ao diagnóstico psiquiátrico capaz de identificar três patologias onde os maus diagnósticos são recorrentes e a taxa de suicídio muito elevada: o Distúrbio Depressivo Maior (DDM), mal diagnosticado até 46% dos casos; o Síndrome da Fadiga Crónica (SFC), em 80% dos casos mal diagnosticado como DDM; e o Distúrbio Bipolar (DB), com uma taxa de mau diagnóstico de até 69%.

Assim como a Talkdesk pretende trabalhar, em conjunto, com o projeto MedBot – o seu assistente de saúde a qualquer hora, em qualquer lugar, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, atribuindo ainda um voucher no valor de 250 euros para cada membro. O MedBot pretende tornar-se na linha da frente do SNS, permitindo um melhor redireccionamento dos pacientes para as diferentes unidades de saúde. Será uma aplicação com chatbot dotado de Inteligência Artificial, cujo objetivo é o de aliviar a carga diária de casos das equipas médicas. Através da utilização de Natural Language Processing (NLP), o bot será capaz de entender os sintomas do paciente e, acedendo a informação clínica, perceber as causas e o grau de gravidade. De acordo com o mesmo, poderá tomar diferentes decisões, de acordo com a melhor solução para a situação do paciente.

Do programa do GBattle, fizeram também parte integrante diversas conferências, com reconhecidos oradores, especialistas e profissionais da área da saúde e da tecnologia, que debateram a importância do digital e o impacto que o Covid-19 teve e continua a ter na digitalização deste setor, assim como na forma de trabalhar das empresas e no recrutamento. Para este ponto, a iniciativa contou com a ajuda dos parceiros e patrocinadores Talkdesk, Lenovo, Oracle, Pfizer e Altice, bem como dos nossos oradores convidados: Susana Marques, da Pfizer, Ricardo Mexia, da ANMSP, João Figueiredo, da SCMP, Miguel Coelho, da Lenovo, João Borrego, da Oracle, Pedro Gomes, da Talkdesk e David Faustino, do Nexllence.

Esta iniciativa trata-se de uma ação de networking que pretende cativar, reunir e descobrir no mesmo espaço, profissionais e jovens estudantes que partilham um entusiasmo comum pela área da tecnologia e da saúde, promovendo futuras ideias e colaborações, reforçando a valorização do empreendedorismo inerente à própria transformação digital da sociedade.

Cada uma das 10 equipas finalistas, recebeu um prémio de participação de 300 euros e a equipa vencedora um prémio monetário no valor de 1.500 euros.

Iniciativa da Associação Nacional de História da Enfermagem e a Sociedade Portuguesa de História da Enfermagem
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) acolhe, amanhã (instalações do Polo B, em S. Martinho do Bispo), o Simpósio...

Subordinado ao tema principal “Enfermagem: de Nightingale à atualidade”, o simpósio resulta de uma parceria científica da ESEnfC com a Associação Nacional de História da Enfermagem (ANHE) e a Sociedade Portuguesa de História da Enfermagem (SPHE).

Na sessão de abertura (9h00), são aguardadas as presenças de Aida Cruz Mendes (Presidente da ESEnfC), João Apóstolo (coordenador da UICISA: E - Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem), Paulo Queirós (presidente do Conselho Técnico-Científico da ESEnfC), Carlos Lousada Subtil (Presidente da SPHE) e Luís Lisboa Santos (presidente da ANHE).

“A Assistência em Coimbra na Idade Média: Dimensão Urbana, Religiosa e Socioeconómica (séculos XII a XVI)” e “Enfermeiros antes de Nightingale” são os títulos das duas conferências da manhã, a proferir, a partir das 10h00, respetivamente por Ana Rita Saraiva da Rocha (Centro de História da Sociedade e da Cultura da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e por Luís Lisboa Santos (ANHE).

Segue-se a inauguração, em Portugal, da exposição “Salud y mujer, el arte del cuidado desde una visión histórica” (“Saúde e mulher, a arte do cuidado numa perspetiva histórica”), que já esteve patente em Espanha e que é uma produção científica do estudo associado “História, Saúde e Género, Espanha e Portugal (HISAG-EP)”, no âmbito do projeto estruturante da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E), “História e Epistemologia da Saúde e Enfermagem”, e que tem, também, a colaboração e o apoio da Cofradía Internacional de Investigadores de Toledo.

A exposição, a ser apresentada, entre outros, por Sagrario Gómez Cantarino (professora da Facultade de Fisioterapia e Enfermagem do Campus de Toledo da Universidade de Castilla-La Mancha), pretende dar a conhecer à sociedade o conhecimento científico sobre a história do cuidado em relação à figura da mulher, o seu papel em diferentes culturas e momentos históricos, bem como a sua importância nas ciências da saúde na atualidade.

Já no período da tarde (14h30 em diante), terão lugar as conferências “Enfermagem no tempo de Nightingale” (a cabo de Paulo Joaquim Pina Queirós, também investigador do projeto estruturante “História e Epistemologia da Saúde e Enfermagem”) e “Contributos da História da Enfermagem para a Enfermagem atual” (por Carlos Lousada Súbtil, presidente da SPHE).

Combate à pandemia
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa contactaram, entre 30 de...

Com o objetivo sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, os profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno verificar estas condições.

De acordo com os dados da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, entre 30 de junho e 17 de novembro, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 21.118 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizado ações de sensibilização à população.

 

 

 

 

Tumores
O cancro do pâncreas é a terceira neoplasia maligna do sistema digestivo mais frequente em Portugal,

Com sintomas “geralmente vagos e inespecíficos”, o cancro do Pâncreas é um cancro difícil de diagnosticar nas suas fases precoces. Em Portugal, estima-se que, todos os anos, surjam 1400 novos casos da doença. “No momento do diagnóstico”, apenas 20% dos doentes são candidatos a tratamento cirúrgico. Isto significa que a grande maioria dos casos apresenta, logo à partida, um prognóstico muito reservado, o que faz deste tipo de cancro um dos diagnósticos mais temidos na área da oncologia. “Apesar de ser uma forma de cancro pouco frequente, o cancro do pâncreas é um dos tumores sólidos mais mortais. Somente 5 a 8% dos pacientes sobrevivem os 5 anos e a sobrevida média após o diagnóstico é inferior a 5 meses”, revela a gastrenterologista, Ana Caldeira.

“O aparecimento da sintomatologia deve motivar o doente a recorrer ao seu médico assistente, seja através de consulta presencial ou de consulta telefónica. Só assim poderá iniciar a escalada diagnóstica de um possível tumor do pâncreas e/ou ser referenciado à consulta especializada”, sublinha a especialista.

Entre os principais sintomas ou sinais de alerta, a presidente do Clube Português do Pâncreas destaca a “dor na região superior do abdómen com irradiação para as costas, que agrava após as refeições e na posição de decúbito dorsal”, icterícia e urina turva. “Outros sintomas menos frequentes são a comichão, indigestão, alteração dos hábitos intestinais, perda de peso inexplicável, depressão, diarreia (esteatorreia), perda de apetite, fenómenos de trombose vascular ou diabetes de diagnóstico recente”, acrescenta chamando, no entanto, à atenção de que estes sintomas “podem estar associados a outras condições”, não sendo por isso específicos a esta patologia. “A sintomatologia é comum a outras patologias muito frequentes como gastrite, gastroenterite, litíase biliar, doenças hepáticas ou síndrome do intestino irritável, o que pode confundir ou ignorar o diagnóstico diferencial com o cancro do pâncreas condicionando atrasos no diagnóstico”, explica.

Esta falta especificidade dos seus sintomas, pode levar a que decorram meses entre o seu aparecimento e a consulta com o médico assistente. Para evitar que a doença se mantenha subdiagnosticada, Ana Caldeira revela que “recentemente foi publicado um consenso entre 12 sociedades científicas, denominado PAN-TIME”, que determina em que situações se deve lançar suspeita sobre este diagnóstico. Assim, “perante o diagnóstico recente de DM, sem síndrome metabólico, em especial em indivíduos com mais de 50 anos, o surgimento de sintomas inespecíficos gastrointestinais ou perda de peso involuntária são sinais que devem motivar a suspeita de cancro do pâncreas; numa consulta de medicina geral e familiar, perante um doente com mais de 40 anos, que surge com icterícia, este deve ser referenciado com brevidade a uma consulta especializada, ou nesta impossibilidade, ao serviço de urgência; em doentes com mais de 60 anos, o emagrecimento associado a alterações gastrointestinais (especialmente dor abdominal e diarreia), a dor nas costas ou diabetes de origem recente devem ser motivo de referenciação à consulta de especialidade num prazo de 15 dias”.

De acordo com a especialista, a abordagem diagnóstica padrão na suspeita de cancro do pâncreas deve incluir a realização de história clínica completa, com especial atenção aos antecedentes familiares, exame físico e exames laboratoriais. A ecografia é “o primeiro método de imagem a que se deve recorrer perante a suspeita”, no entanto, explica, caso este exame não resulta em” imagem compatível com massa pancreática, mas os sintomas forem suficientemente indicativos de cancro do pâncreas, o doente deve realizar uma TAC abdominal e ser encaminhado a um especialista para realização de exames mais diferenciados”.

Entre os fatores de risco associados ao cancro do Pâncreas, destaca-se o tabagismo – estima-se que 25% dos casos estejam associados ao consumo do tabaco -, obesidade, diabetes, consumo excessivo de álcool ou carne vermelha, baixo consumo de frutas ou pancreatite crónica. “Muitos desses fatores de risco são potencialmente modificáveis, o que é uma boa oportunidade para reduzir a incidência deste tumor”, sublinha a gastrenterologista, reforçando a importância da adoção de hábitos de vida saudáveis, com prática de exercício físico e uma alimentação rica em fruta e vegetais, na sua prevenção.

Apenas 5% a 10% dos casos diagnosticados estão associados a um fator hereditário. “Este grupo inclui síndromes hereditárias associadas a uma mutação da linha germinativa, como a síndrome hereditária do câncer de mama e ovário (mutações nos genes BRCA1, BRCA2 e PALB), síndrome do melanoma múltiplo (mutações em p16 / CDKN2A), Síndrome de Peutz-Jeghers (mutações STK11 / LKB1), síndrome de Lynch (mutações MLH1 / MSH2 / MSH6 / PMS2), polipose atenuada familiar (mutações APC), síndrome de Li Fraumeni (mutações TP53) e síndrome de ataxia telangiectasia (mutações ATM). Outras condições hereditárias associadas a um risco aumentado de cancro do pâncreas são o cancro pancreático hereditário (≥ 2 parentes de primeiro grau ou ≥ 3 parentes de qualquer grau de relação com cancro de pâncreas sem uma causa genética específica) e doenças hereditárias, como pancreatite crônica hereditária (mutações no gene PRSS1)”, enumera Ana Caldeira.

O cancro do pâncreas apresenta frequentemente metástases ou “micro-metástases” à data do diagnóstico

Sendo diagnosticado em fases tardias, o tratamento do cancro do pâncreas envolve quase sempre a combinação de várias modalidades e não apenas a ressecção cirúrgica.

“A abordagem multidisciplinar deste tipo de cancro deve integrar várias valências como a Gastrenterologia, Cirurgia, Oncologia e Radioterapia, Imagiologia e Anatomia Patológica”, explica a especialista que adianta que apenas uma pequena percentagem dos doentes está indicada para cirurgia.

“A terapia neoadjuvante, tratamento de quimioterapia realizado inicialmente com objetivo de reduzir o tamanho dos tumores antes da cirurgia, é atualmente a opção de eleição nos casos potencialmente operáveis. Desta forma pode controlar a progressão da doença ao mesmo tempo que reduz o tamanho de tumores grandes, permitindo ressecção mais eficaz, com melhores taxas de sobrevivência”, acrescenta.

A esperança para um melhor prognóstico da doença recai na investigação molecular do cancro do pâncreas que, nos últimos anos, tem sofrido “bastantes progressos”. No entanto, diz Ana Caldeira, é preciso mais.

O diagnóstico precoce do cancro pâncreas é, por isso, “o ponto crucial da cura da doença”. “É importante identificar a população de risco e conhecer as lesões precursoras de cancro do pâncreas para podermos intervir na sua história natural. Existem lesões precursoras que se forem identificadas precocemente por métodos de imagem, podem ser tratadas antes de sofrerem transformação maligna”, justifica defendendo que o rastreio “deve ser fortemente ponderado em adultos assintomáticos com episódio de pancreatite aguda sem causa (especialmente >50 anos), DM de novo com aparecimento acima dos 50 anos e indivíduos com história familiar de cancro”.

No entanto, se esta identificação precoce dos casos de doença já é difícil em circunstâncias normais, em plena pandemia a situação só piorou. “São poucos os casos em que o diagnóstico é feito em tempo útil para podermos intervir de forma curativa, a pandemia veio reduzir ainda mais essa ínfima percentagem de doentes que são diagnosticados precocemente”, lamenta a especialista explicando que “o difícil acesso ou grande atraso verificado nos exames complementares sem os quais não é possível o diagnóstico da doença contribuiu de forma decisiva para um atraso inevitável que em muito compromete o sucesso do tratamento”. “O cancro do pâncreas é, na verdade, um tumor muito silencioso, é importante não deixarmos que a pandemia o silencie ainda mais!”, sublinha.

Reforçando a importância do diagnóstico atempado, deixa um apelo à população: “caso não consiga ter acesso à consulta nos cuidados de saúde primários, e tenha sintomas importantes, poderá ter que recorrer ao serviço de urgência. Importa salientar o risco de negligenciar sinais e sintomas que pode comprometer definitivamente a possibilidade de cura”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reforço de capacidade de rastreio
Foi publicado o despacho que determina a operacionalização do reforço da capacidade de rastreio das autoridades e serviços de...

Segundo a informação disponibilizada pela página do Serviço Nacional de Saúde, esta foi uma das medidas tomadas pelo Conselho de Ministros para combater a pandemia de Covid-19, no âmbito do novo Estado de Emergência que começou a 9 de novembro.

Neste sentido, e de acordo com o despacho publicado hoje, caberá a cada empregador público “identificar os trabalhadores que não estejam em regime de teletrabalho e que se encontrem em isolamento profilático”, sendo posteriormente contactados os trabalhadores que se considere melhor habilitados ao reforço da capacidade de rastreamento das autoridades e serviços de saúde pública”.

Por seu turno, “determina-se igualmente que sejam facultados os equipamentos necessários ao desenvolvimento da sua atividade aos trabalhadores que reforcem efetivamente a capacidade de rastreamento das autoridades e serviços de saúde pública”, lê-se no diploma.

No que respeita à afetação dos trabalhadores às funções a exercer, o despacho indica que deve ter em conta a “respetiva formação e conteúdo funcional, sendo priorizados profissionais de saúde, seguindo-se os trabalhadores detentores de grau de licenciatura ou grau académico superior a este, de acordo com a afinidade da área de formação, e os trabalhadores detentores de 12.º ano de escolaridade ou curso equiparado”.

Por último, o texto refere que o serviço prestado pelos trabalhadores efetivamente mobilizados é considerando trabalho efetivo, sendo remunerado como tal e suspendendo o prazo referente aos dias de faltas justificadas contabilizadas para efeitos de perda de remuneração.

 

Semana Europeia da Fibrose Quística
A Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ) e a Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ) apelam por uma maior...

De 16 a 22 de novembro de 2020 celebra-se a Semana Europeia da Fibrose Quística, iniciativa criada pela Federação Europeia de Fibrose Quística (CF Europe) e que tem por objetivo divulgar a doença, impulsionar a investigação científica e apelar ao acesso a todas as ferramentas terapêuticas disponíveis, para melhorar a qualidade e esperança de vida destes pacientes.

A Fibrose Quística é uma doença genética, hereditária e rara. Contudo, trata-se da doença genética grave mais frequente na Europa. Afeta todo o organismo, mas os sistemas respiratório e gastrointestinal são os mais gravemente afetados. É uma doença crónica e degenerativa, em que ocorre uma deterioração progressiva dos pulmões.

De acordo com o relatório anual mais recente do Registo Europeu de Fibrose Quística (European Cystic Fibrosis Patient Registry – Annual Report 2017), existem perto de 50.000 pessoas com Fibrose Quística (FQ) na Europa. No entanto, o prognóstico destas pessoas difere consoante o país em que residem. Os cerca de 400 pacientes residentes em Portugal encontram-se em desvantagem, sendo dos últimos países da União Europeia que até ao momento, não têm acesso generalizado às terapias inovadoras.

Segundo estas associações “o processo de avaliação para financiamento destes medicamentos inovadores (moduladores do CFTR) arrasta-se em Portugal, desde 2016. Até agora, têm sido submetidos para avaliação, todos os moduladores desenvolvidos (Kalydeco®, Orkambi® e Symkevi®). Em 2019, surgiu a terapia tripla (Kaftrio®) com resultados revolucionários para a maioria das pessoas com FQ. Este medicamento foi aprovado em tempo record pelas entidades competentes – Food and Drug Administration e European Medicines Agency”.

“Em ensaios clínicos, o Kaftrio® demonstrou melhorar significativamente a função pulmonar de pessoas com FQ, permitindo-lhes respirar mais livremente e melhorando a sua qualidade de vida geral”, escrevem em comunicado acrescentando que  “a Cystic Fibrosis Medical Association Reino Unido) descreveu o tratamento referido como mostrando evidência de ser potencialmente "transformador de vidas". David Ramsden, diretor executivo do Cystic Fibrosis Trust, disse: “O licenciamento do Kaftrio® hoje marca uma mudança radical no tratamento da FQ”.  O tratamento conhecido como “terapia de combinação tripla” recebeu luz verde pelos reguladores europeus em 21/8/2020. A partir dessa data, milhares de pacientes com FQ, do NHS em Inglaterra (equivalente ao SNS), começaram a beneficiar deste tratamento”. Posteriormente, outros países europeus aprovaram o seu financiamento.

No entanto, “em Portugal, chegamos ao final de 2020 sem nenhum dos processos terminados. O tempo é determinante na FQ. Quantos transplantes poderiam ter sido atrasados ou evitados desde 2016? Quantos óbitos? Quantos adolescentes poderiam ter evitado a deterioração clínica? Todo o tempo de espera burocrático é sinónimo de perda progressiva e irreversível da capacidade respiratória”.

Assim, afirmam ser “se necessário conseguir a igualdade de acesso e o tratamento adequado para todos os doentes com Fibrose Quística, na Europa”.

“Apelamos a que todos os doentes elegíveis tenham acesso imediato aos medicamentos disponíveis em condições clínicas favoráveis, para poderem retirar o benefício máximo proporcionado pelos fármacos (Kalydeco®, Orkambi®, Symkevi® e Kaftrio®)”, dizem afirmando que mais de 80% dos pacientes portugueses são atualmente elegíveis para a terapêutica disponível mais eficaz (terapia tripla), capaz de melhorar significativamente o seu prognóstico. Mas até ao momento, queixam-se, “nenhum teve ainda acesso a esta medicação em Portugal”.

A atual crise global despoletada pela pandemia de Covid-19 veio sublinhar esta urgência, por isso consideram essencial e urgente “garantir que as pessoas com FQ se encontrem nas melhores condições físicas possíveis, fazendo elas parte dos grupos de risco conhecidos. Deverá ser assegurado o correto seguimento clínico e o maior rigor no controlo de infeções cruzadas”.

Para a Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ) e a Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ), estamos perante um “momento revolucionário na FQ, fruto do esforço colaborativo das associações de pacientes, médicos e investigadores”. “Necessitamos do apoio administrativo e político para garantir que os pacientes portugueses têm acesso ao tratamento mais diferenciado e que este é equitativo em todo o território nacional, na Europa e no Mundo”, apelam.

Grupos vulneráveis
Os efeitos da pandemia da Covid-19 são visíveis em todos os setores da sociedade. No entanto, as populações em maior risco para...

Com limitações, muitas destas organizações permanecem ativas na oferta de serviços que incluem o rastreio a infeções sexualmente transmissíveis, consultas médicas e de enfermagem presenciais ou por telemedicina, referenciação e ligação a cuidados de saúde, distribuição de preservativos e gel lubrificante, materiais para consumo mais seguro e programas de substituição opiácea.

A Semana Europeia do Teste do VIH e hepatites virais, que decorre de 20 a 27 de novembro, organizada pela EuroTest, marca novamente o compasso de uma iniciativa conjunta que reúne diferentes parceiros da área da saúde pública europeia e une esforços desde 2013 com o objetivo de promover o rastreio atempado e literacia em saúde.

Em Portugal, as organizações membro da Rede de Rastreio Comunitária e associações que se juntam à iniciativa destacam a importância da manutenção destes serviços e a remoção de qualquer barreira no acesso a cuidados de saúde.

Também nesta data, e  consequência do trabalho que o GAT desenvolve com a Coalition Plus há 11 anos, está a ser organizada a primeira edição da Semana Internacional do Teste em todos os membros parceiros da Coalition Plus, de 23 a 27 de novembro. Através da Rede Lusófona, o GAT está a promover o aumento da cobertura e a reforçar a importância da disponibilização para todos do rastreio em contexto comunitário. Em parceria com organizações de base comunitária, a Semana Internacional do Teste tem por objetivo a remoção de qualquer barreira que permaneça no acesso aos serviços de saúde e reforçar o apoio para que as populações em maior risco se mantenham uma prioridade, e se consiga alcançar os objetivos traçados pelas Nações Unidas até 2020, para que a epidemia do VIH possa ser eliminada, enquanto problema grave de saúde pública, até 2030.

 

 

 

 

“Da Molécula à Prática Clínica”
Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN) organiza, entre os dias 19 a 21 de novembro, no Centro de Congressos do Hotel Vila...

“Apesar de todas as dificuldades logísticas impostas pela pandemia, apresentamos um formato de congresso atraente e dinâmico, em que serão abordados os avanços científicos mais relevantes que, ao longo dos últimos anos, têm pautado a prática da nossa especialidade”, explica Isabel Luzeiro, presidente da SPN. “Neste Congresso, pretendemos fazer uma viagem da ciência fundamental à prática médica, unificando e aproximando todos os agentes envolvidos na produção, na gestão e aplicação do conhecimento à Neurologia clínica”, acrescenta Filipe Palavra, vice-presidente e secretário geral da SPN.

O programa científico do congresso é abrangente e incluiu sessões dedicadas a doenças do movimento, a cefaleias, ao próprio envelhecimento e mecanismos a ele associados (até mesmo relacionáveis com potenciais implicações no tratamento de doenças imunomediadas, como a esclerose múltipla), a distúrbios de natureza funcional, à epilepsia, a doenças neuromusculares e ao acidente vascular cerebral. Haverá ainda espaço para debater o erro na prática médica, a liderança de equipas de saúde e, naturalmente, para reforçar a relevância da atividade científica produzida pelos neurologistas portugueses, seja pela apresentação de comunicações orais, seja pela discussão de posters eletrónicos, seja ainda pela publicação de trabalhos, incluindo na revista Sinapse, órgão oficial da SPN, que terá também um espaço no programa do evento. A Comissão de Internos e Recém-Especialistas em Neurologia (CIREN) vai ter uma mesa redonda no dia 21 de novembro, dia em que será também proferida a Conferência Fernando Lopes da Silva e serão entregues os prémios e bolsas, incentivos que a SPN proporciona aos seus associados para formação e promoção da investigação científica.

Este congresso vai contar ainda, no dia 18 de novembro, com uma sessão pré-congresso, que inclui o Simpósio de Enfermagem em Neurologia, o Fórum de Cirurgia da Epilepsia e vão ser ainda disponibilizados vários cursos digitais, a que todos os participantes podem ter acesso.

Os interessados podem consultar mais informações no website da SPN.

Dia Mundial do Cancro do Pâcreas
No Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, a Europacolon junta-se mais uma vez à campanha mundial de consciencialização para aquele...

Segundo dados da Globocan de 2018, mundialmente são diagnosticados 460 mil casos de cancro do pâncreas por ano, 130 mil na Europa e 1619 em Portugal. A incidência aumentou 23% nos últimos seis anos e prevê-se que continue a aumentar. Só em Portugal, todos os anos, o cancro do pâncreas é responsável pela morte de 1594 por ano,  um número que se estima que será ainda mais elevado devido à pandemia de COVID-19 que vivemos e que deu origem à suspensão dos cuidados de saúde primários, diagnósticos e tratamentos.

“O cancro do pâncreas é o tumor maligno do sistema digestivo com pior prognóstico, sendo atualmente a terceira causa de morte por cancro na Europa. A sobrevivência a este tipo de tumor é das mais baixas. Só 2% a 8% dos doentes ultrapassam os cinco anos de sobrevida. A sobrevivência depende muito do estadio da doença à data do diagnóstico. Sendo que, se o diagnóstico for precoce e puder haver intervenção cirúrgica para remoção do tumor, a sobrevida aumenta muito. Conhecemos doentes com mais de 12 anos de vida com a doença, devido a um diagnóstico atempado”, destaca Vítor Neves, Presidente da Europacolon Portugal - Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

O desconhecimento dos fatores de risco e dos sintomas são o principal motivo para o diagnóstico tardio. “Está na hora de mudar esta realidade e é isso mesmo que tentamos fazer todos os dias e mais uma vez no âmbito do Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, juntando-nos à campanha da World Pancreatic Cancer Coalition, cujo mote este ano é “It’s about time”, sublinha.

“Está na hora” de apostar na deteção precoce. “Atualmente não existe nenhum exame de rastreio para o cancro do pâncreas, pelo que a chave para uma deteção precoce é conhecer os fatores de risco e os sintomas, que são pouco específicos e frequentemente desvalorizados por doentes e profissionais de saúde. É preciso apostar em mais investigação que permita desenvolver um método eficaz de deteção, nomeadamente através da avaliação dos biomarcadores desta doença com taxa de mortalidade tão elevada”, alerta Vítor Neves.

“Está na hora” de todos conhecermos os sintomas.  Os sintomas mais comuns da doença incluem dor na coluna dorsal, perda de peso sem explicação, icterícia, dor abdominal persistente, náuseas, entre outros. Qualquer pessoa que tenha um ou mais sintomas, de forma persistente, deve falar com o seu médico de família com urgência.

“Está na hora” de conhecermos os riscos associados a esta doença. Embora a causa da doença seja desconhecida na maior parte dos casos, a evidência mostra que fumar, ter excesso de peso, história familiar de cancro do pâncreas e pancreatite crónica aumenta o risco de desenvolver a doença. Por isso, quem tem pelo menos um dos sintomas acima de forma persistente e tem também um fator de risco deve falar com urgência com o seu médico assistente.

“Está na hora” de mudar as taxas de sobrevivência. É necessária mais atenção, sensibilização e progresso para ajudar os doentes a sobreviver a esta doença. Os doentes que são diagnosticados atempadamente e que são elegíveis para cirurgia têm uma sobrevivência maior. Temos de conseguir aumentar o número de doentes que sobrevive e baixar as taxas de mortalidade deste cancro.

A Europacolon vai divulgar na sua página de Facebook uma série de vídeos sobre o cancro do pâncreas, os seus sintomas e fatores de risco, o diagnóstico, o tratamento, a investigação sobre esta doença, entre outros temas. Contará com a participação de profissionais de saúde, membros da Europacolon Portugal, doentes e cuidadores. A Europacolon encoraja toda a população a partilhar estas informações e a conhecer melhor o cancro do pâncreas. #EstaNaHora é a hashtag que podem usar nas redes sociais para apoiar esta causa.

Auxiliar o diagnóstico da obesidade
A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e a Novo Nordisk acabam de lançar um novo guia com os 5 passos para o...

O guia começa por apresentar as principais conclusões do estudo ACTION IO, que indica que 68% das pessoas com obesidade reconhecem-na como uma doença; no entanto, 81% destas considera que a perda de peso é da sua inteira responsabilidade. Ao nível do comportamento do doente, o estudo conclui que em média, demora seis anos para que a pessoa com obesidade aborde pela primeira vez o assunto com o seu médico e 68% admite que gostaria que o seu médico iniciasse a conversa sobre o peso.

O mesmo estudo conclui também que 71% dos médicos não inicia a conversa sobre o peso porque acreditam que as pessoas com obesidade não estão interessadas em perder peso, apesar de apenas 7% destes referir ter sido essa a razão para não iniciar a conversa. Com o objetivo de aumentar o diagnóstico da obesidade e por consequência o seu tratamento, a SPEO e a Novo Nordisk lançam este guia de 5 passos que procura ajudar os profissionais de saúde nas consultas de obesidade a iniciar e manter o diálogo com o doente, para que seja possível encontrar a melhor solução e individualizar o tratamento.

O primeiro passo é o iniciar a conversa com a pessoa com obesidade e fazê-lo de forma apropriada é fundamental. Para além de pedir permissão para começar a conversa sobre o peso, o profissional de saúde deve ter sempre uma abordagem positiva e motivacional com o doente. Numa primeira fase, o profissional de saúde deve considerar alguns aspetos antes de iniciar a consulta e para isso este guia fornece uma checklist de apoio. 

O passo seguinte é o diagnosticar, este é essencial para, de forma clara e assertiva, o profissional de saúde poder individualizar e escolher o tratamento adequado para o doente. Neste processo é fundamental avaliar o perímetro da cintura, para determinar possíveis riscos de saúde como o risco cardiovascular, e determinar o índice de massa corporal (IMC).

O terceiro passo fulcral neste processo é o conversar. De acordo com vários estudos, as conversas bem-sucedidas entre profissionais de saúde e os seus doentes ajudam a obter mais sucesso na perda de peso. Um dos pontos chave é clarificar que a obesidade não é culpa do doente e ajudá-lo a compreender que o peso é influenciado por fatores genéticos, ambientais e hormonais. Nesta parte, o profissional de saúde deve também conseguir explicar ao doente os riscos de saúde associados à obesidade e como uma perda de peso de 5% a 10% pode melhorar a saúde e reduzir o risco de comorbilidades.

No penúltimo passo “temos a fase mais importante, o tratar”. Uma vez que a obesidade é uma doença crónica, o seu tratamento deve ter como objetivo melhorar adicionalmente as complicações relacionadas, a saúde no geral e a qualidade de vida do doente. Uma das principais medidas de primeira linha a tomar é a modificação do estilo de vida, através de uma alimentação saudável e equilibrada, juntamente com o exercício físico. No entanto, alterar o estilo de vida nem sempre é suficiente para a perda e manutenção do peso.

É, neste sentido, que existem dois tipos de tratamentos possíveis: o farmacológico, de segunda linha, para doentes com IMC entre 27 e 30 kg/m2 com pelo menos uma comorbilidade associada ou IMC superior ou igual a 30 kg/m2 que não tenham atingido o objetivo de perda de peso com medidas de intervenção de estilo de vida. Esta opção terapêutica é essencial para ajudar os doentes a manter o controlo sobre o seu peso. O outro tipo de tratamento, considerado de terceira linha, é a intervenção cirúrgica com a cirurgia bariátrica, indicado em doentes com IMC superior ou igual a 40 kg/m2 ou indivíduos com IMC superior ou igual a 35 kg/m2 com pelo menos uma comorbilidade.

Por fim, o último passo é o acompanhar o percurso do doente, uma vez que consultas regulares podem ter um impacto significativo no controlo do peso. Nesta fase, deve ser feita uma avaliação da evolução através do controlo do peso e valor de IMC. O profissional de saúde deve explicar ao doente que prevenir o reganho de peso é fundamental para o controlo do peso a longo prazo. É igualmente fundamental a realização de consultas regulares para apoiar o doente ao longo de todo o processo de perda e manutenção do peso. 

Paula Freitas, Presidente da SPEO, defende que “este tipo de materiais são fundamentais no apoio aos profissionais de saúde no acompanhamento das pessoas com obesidade e são ferramentas muito úteis para que encontrem as melhores formas de gerir todo o processo de uma consulta de obesidade, com especial atenção à parte emocional. A obesidade é uma doença crónica particularmente sensível porque implica diretamente com a autoestima e o bem-estar do doente, por isso os médicos devem ter estes aspetos em consideração desde a abordagem inicial e durante o longo processo de acompanhamento. Por outro lado, é fundamental que os profissionais de saúde percam o receio de abordar o problema da obesidade em qualquer consulta e tentem acelerar o processo de diagnóstico e tratamento de uma forma holística e multidisciplinar”.

O guia estará acessível no espaço de exposição virtual, no 24.º Congresso Português de Obesidade, e estará disponível para download posteriormente no site da SPEO.

SPG alerta para a importância do diagnóstico precoce
No dia mundial do Cancro do Pâncreas o Clube Português do Pâncreas, secção da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, alerta...

"A perspetiva devastadora para o cancro do pâncreas enfatiza a necessidade de novas estratégias para o prevenir e diagnosticar", sublinha a SPG em comunicado acrescentando que "estudos indicam que a doença pode estar presente no pâncreas por muitos anos antes de se manifestar proporcionando uma oportunidade para a deteção precoce".

O pâncreas tem uma localização muito profunda, está situado atrás do estômago, no abdómen superior e é a maior glândula do corpo humano. O cancro do pâncreas ocorre quando as células malignas se formam e se multiplicam no tecido pancreático.

Os sintomas são difíceis de identificar e geralmente são vagos e inespecíficos, dificultando o reconhecimento e o diagnóstico precoce da doença. Pode manifestar-se por dor na região superior do abdómen com irradiação para as costas. A cor amarelada da pele e urina turva são os sintomas mais frequentes nos tumores da cabeça do pâncreas. Outros sintomas, menos frequentes, são a comichão, indigestão, alteração dos hábitos intestinais, perda de peso inexplicável, depressão, perda de apetite, fenómenos de trombose vascular ou diabetes de diagnóstico recente.

Estima-se que dois terços dos principais fatores de risco associados ao cancro do pâncreas sejam potencialmente modificáveis, sendo esta uma oportunidade para a prevenção da doença. O tabagismo está relacionado com 20 por cento de todos os cancros do pâncreas e causa um aumento de 75 por cento em comparação com não fumadores. Por outro lado, a Sociedade alerta para o facto de a obesidade contribuir "também para pior prognóstico e taxas de sobrevida". Também "O consumo excessivo de álcool de está associado ao cancro do pâncreas, nomeadamente se associado à pancreatite crónica". Os doentes com pancreatite crónica, "especialmente aqueles que têm pancreatite hereditária", têm um risco aumentado de desenvolver cancro do pâncreas.

Segundo a SPG, o diagnóstico do cancro do pâncreas é frequentemente tardio, pois os sintomas surgem num estadio avançado da doença. Quando já há sintomas, quase sempre a realização de uma ecografia abdominal é suficiente para a suspeita diagnóstica do cancro. A realização de tomografia computorizada, ressonância magnética e/ou ecoendoscopia são habitualmente necessários na confirmação do diagnóstico e estadiamento do tumor. À data do diagnóstico apenas 20 por cento são candidatos cirúrgicos, e mesmo nestes, a sobrevivência aos 5 anos é de apenas 30 por cento.

O tratamento quase sempre envolve a realização de quimioterapia isoladamente ou em associação com a radioterapia nos doentes que não são candidatos cirúrgicos. O tratamento de quimioterapia, realizado inicialmente com objetivo de reduzir o tamanho dos tumores antes da cirurgia, é atualmente a opção de eleição nos casos potencialmente operáveis.

No entanto, é possível ter esperança no futuro: "nos últimos anos temos assistido a importantes progressos da investigação no sentido de encontrar biomarcadores moleculares que permitam uma terapêutica dirigida a novos alvos e desta forma possam ter impacto no prognóstico da doença. No futuro, uma maior compreensão do papel do microbioma, dos biomarcadores de risco aumentado e de possíveis novos alvos terapêuticos e imunoterapia contra o cancro, aproxima a promessa da medicina personalizada e a esperança de melhores resultados no tratamento".

Sintomas e tratamento
Nos últimos anos tem havido uma maior aposta na investigação do cancro do pâncreas de forma a promov

Sintomas e sinais de alerta

Muitas vezes, o cancro do pâncreas não causa sintomas nas fases iniciais. Quando se tem sintomas, que são causados geralmente pela relação do pâncreas com outros órgãos do aparelho digestivo, podem ser:

  • Icterícia (pele ou olhos amarelados);
  • Mudança de cor na urina (pode ficar cor de laranja ou cor de chá) ou nas fezes (amarelas, avermelhadas, acinzentadas ou esbranquiçadas);
  • Dor no abdómen ou em redor;
  • Inchaço ou sensação de plenitude;
  • Náuseas, vómitos ou indigestão;
  • Fadiga;
  • Falta de apetite ou perda de peso inexplicável
  • Diabetes de início súbito ou súbita mudança no controlo de açúcar no sangue em diabéticos;
  • Vesícula biliar dilatada.

Nota: apresentar um ou mais desses sintomas não significa que tenha um cancro pancreático. No entanto, é importante discutir quaisquer sintomas com o seu médico, uma vez que podem indicar outros problemas de saúde.

Como prevenir o cancro do pâncreas

Apenas 5-10% dos cancros pancreáticos são devidos a causas genéticas. Os restantes devem-se a causas ambientais. Os principais fatores de risco são o tabaco e os relacionados com hábitos alimentares (obesidade, ingestão de carnes vermelhas, deficit de ingestão de frutas e legumes, diabetes e ingestão alcoólica. Assim, os métodos de prevenção aconselhados são:

  • Adotar um estilo de vida saudável, que inclui uma dieta adequada e a prática de exercício físico;
  • Manter um peso saudável;
  • Não fumar ou deixar de fumar.

Não existe ainda um método de rastreio específico para o cancro no pâncreas. No entanto, podem ser efetuados, em contexto de check-up regular alguns exames de deteção precoce, tais como:

  • Ecografia abdominal;
  • TAC ou ressonância magnética.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco do cancro do pâncreas são:

  • Tabagismo: os fumadores têm 2-3 vezes mais probabilidades de desenvolver cancro do pâncreas;
  • Idade: risco maior para pessoas acima dos 50 anos;
  • História familiar: algumas pesquisas mostram que cerca de 10% dos cancros pancreáticos são causados por alterações genéticas hereditárias;
  • Obesidade: as pessoas com excesso de peso e um índice de massa corporal (IMC) superior a 30 são mais propensos;
  • Pancreatite crónica;
  • Diabetes de início repentino ou mudanças bruscas de controlo de açúcar no sangue em diabéticos.

Nota: nem todas as pessoas com fatores de risco desenvolvem cancro do pâncreas. No entanto, é uma boa ideia discutir os fatores de risco com o seu médico.

Equipa experiente é decisiva no tratamento. A cirurgia do pâncreas só deve realizada em centros especializados, nomeadamente com experiência em cirurgia hepato-bilio-pancreática e capacidade de reconstrução vascular, por vezes necessária neste tipo de doentes.

Tratamento

A ressecção cirúrgica representa atualmente a única opção terapêutica potencialmente curativa para o cancro do pâncreas, com uma sobrevivência aos cinco anos, para os doentes submetidos a ressecção de aproximadamente 20%. No entanto, na altura do diagnóstico apenas 15-20% dos tumores são considerados ressecáveis.

O cancro pancreático sem metástases à distância pode ser dividido em 3 categorias; ressecável, ressecável borderline ou localmente avançado (irressecável) de acordo com a extensão local da doença. Apesar desta classificação ter implicações terapêuticas a decisão da ressecabilidade depende da experiência do cirurgião e da técnica cirúrgica. Por exemplo, em centros especializados, os tumores borderline ressecáveis, ou seja, tumores sem metástases à distância, mas com envolvimento venoso, podem ser ressecados em bloco com ressecção dessas veias e reconstrução vascular.

O tipo de cirurgia depende da localização do tumor e inclui: ressecção do corpo e cauda com esplenectomia para os tumores localizados no corpo e cauda Duodenopancreatectomia cefálica (ressecção Whipple) para os tumores da cabeça.

Nos tumores multifocais está indicada a pancreatectomia total.

A linfadenectomia padrão deve implicar a excisão ≥15 gânglios linfáticos para um adequado estadiamento patológico. A linfadenectomia alargada, não está indicada pois a sobrevivência é semelhante e aumenta a morbilidade.

A cirurgia minimamente invasiva tem sido utilizada em alguns centros. Para os tumores distais a pancreatectomia corpo-caudal laparoscopica parece não ter resultados inferiores em termos de sobrevida com vantagem em tempos de internamento e inicio da dieta oral. Pelo contrário, a dudenopancreatectomia laparoscópica é extraordinariamente exigente pelo que a sua utilização permanece não recomendável.

A mortalidade, tempo de internamento, estado das margens, sobrevida e custos estão intimamente relacionados com o volume, pelo que a duodenopancreatectomia cefálica só esta recomendada em centros especializados que realizem pelo menos mais de 15 a 20 ressecções pancreáticas por ano

Nos últimos anos tem havido uma maior aposta na investigação do cancro do pâncreas de forma a promover a melhoria na qualidade de vida dos doentes e aumentar o leque de opções de tratamento. Se o cancro for operável, a intervenção é realizada com o objetivo de remover o tumor completamente. A quimioterapia após a cirurgia (adjuvante) é um tratamento que permite elevar as probabilidades de cura. Por outro lado, através da combinação de vários fármacos tem sido possível aumentar o tempo de vida dos doentes com cancro de pâncreas inoperável, destruindo as células que se dividem de forma descontrolada e muito rapidamente. Em alguns casos, é ainda possível reduzir o tamanho do tumor tornando-o operável, após tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Noutros casos, é possível retardar a evolução do cancro do pâncreas, atrasando o aparecimento de sintomas da doença, preservando a qualidade de vida e aumentando a sobrevivência. Foram recentemente identificados diversos tipos de cancro do pâncreas que no futuro poderão ter formas de tratamento muito diferentes, pelo que a investigação clínica é crucial e têm surgido novos tratamentos que podem mudar, pouco a pouco, o panorama desta doença.


Autor: 
Professor Rui Maio - cirurgião-geral
Diretor Clínico do Hospital da Luz Lisboa
Coordenador do Centro do Cancro do Pâncreas do Hospital da Luz Lisboa
Diretor do Centro de Referência Nacional para o tratamento do cancro do pâncreas do Hospital Beatriz Ângelo

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doente com AVC
Uma equipa do Serviço de Neurocirurgia, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) procedeu, no passado sábado, dia...

A cirurgia foi efetuada num doente do género masculino, de 56 anos de idade, vítima de um AVC hemorrágico, que se estendia ao espaço intraventricular.

De acordo com a explicação da equipa, “o cateter é introduzido dentro do ventrículo, favorecendo assim uma drenagem mais completa e reduzindo a possibilidade de bloqueio do cateter, permitindo ainda uma monitorização contínua da pressão intracraniana, tudo apenas num único sistema.”

Referem ainda que “depois de efetuada a cirurgia, este tipo de doentes, tem necessidade absoluta de cuidados neurocríticos, razão pela qual o doente ficou internado no Serviço de Medicina Intensiva do CHUC, onde continua o seu tratamento.”

“Com este novo dispositivo, implantado pela primeira vez no CHUC e em Portugal, esperamos poder contribuir para melhorar significativamente os resultados do tratamento desta grave patologia, que tem uma mortalidade superior a 50%, aos 30 dias”, complementam.

O dispositivo, refere o Centro Hospitalar, “foi aprovado no ano passado, 2019, tanto pela União Europeia, como pela FDA dos Estados Unidos da América”.

 

Relatório
Os custos das empresas com planos de saúde devem aumentar em Portugal cerca de 3% em termos brutos, traduzindo-se num...

Segundo o mais recente relatório, esta é uma tendência a nível mundial, com a taxa de aumento dos custos com planos de saúde a alcançar, previsivelmente, os 7,2% em 2021, revelando um abrandamento face a 2020 – ano em que se alcançou 8,0% – que acaba por acompanhar a redução do crescimento da inflação, que deverá atingir 2,2%.

Apesar da previsão de aumento dos custos, derivados quer de patologias agravadas por estilos de vida pouco saudáveis (baixos níveis de prevenção/deteção precoce, pobre gestão de stress), quer pela crescente prevalência de doenças crónicas (no top de patologias com maior impacto nos custos com saúde em Portugal temos doenças cardiovasculares, patologias de foro oncológico e diabetes), este abrandamento do ciclo de crescimento dos custos, leva a que o impacto que as empresas irão sentir no investimento em planos de saúde em 2021 seja o mais baixo alguma vez registado.

Realidade que pode ser justificada, segundo Rita Silva, Senior Associate da Aon Portugal na área de Health Solutions, “pelo ajustamento dos prémios de seguro, por parte do mercado, à redução do consumo verificado em consequência das medidas de confinamento que implicaram a restrição de circulação de pessoas e o encerramento de alguns estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde (além do receio que algumas pessoas sentiram em regressar a estes espaços, pela perceção de tinham de um maior risco de contágio). Porém, as empresas preveem que a utilização destes planos retome os seus níveis normais no próximo ano, acompanhando a gradual retoma das atividades económicas. Estamos, por isso, conscientes de que se trata apenas de um efeito de desfasamento até com potencial agravamento: diagnósticos que não foram feitos atempadamente, tratamentos que foram adiados, intervenções menos urgentes que ficaram em stand by e que, inevitavelmente, terão impacto no aumento dos custos em saúde no futuro”.

Quando analisadas as tendências por região, a América do Norte surge como a única área do globo a registar um aumento efetivo dos custos com planos de saúde, de 6,4% para 7%. Já a Europa, assim como a região do Médio Oriente e África, irão diminuir a curva de crescimento destes custos para 5,5% e 12%, respetivamente, apesar da diferença entre estes e o nível de inflação vir a aumentar por subidas de tributação e custos adicionais de resposta à atual pandemia.

O 2021 Global Medical Trend Rates Report apresenta também um conjunto de tendências ao nível dos planos de saúde empresariais, desde logo as coberturas destes planos ou os elementos que representam uma maior fatia dos custos totais com saúde. No primeiro caso, este relatório revela que os planos de saúde que as empresas disponibilizam aos seus colaboradores incluem, em 88% dos casos, cobertura ao nível da hospitalização, seguida por cobertura de serviços de medicina de ambulatório ou cobertura de medicamentos com prescrição médica, estando estes presentes em 84% e 75% do total de planos de saúde. De realçar também que os principais fatores com impacto nos custos dos planos de saúde privados, em Portugal, são situações de Internamento, consultas e exames complementares de diagnóstico, estomatologia e fisioterapia. O que, em parte, difere do que se observa na restante região da Europa, onde o investimento em serviços de prevenção surge já como um dos principais triggers dos gastos com saúde.

Em relação aos custos de saúde associados a cada patologia, a edição deste ano do Global Medical Trend Rates Report destaca a subida da representatividade das condições cardiovasculares e de pressão arterial elevada ou hipertensão nestas despesas, passando de, respetivamente, 68% e 55% dos inquiridos em 2020 a afirmarem o contributo destas doenças para os custos finais com planos de saúde, para 71% e 58% em 2021. Destaque ainda para a região da Europa que coloca neste top 5 a saúde mental, com 45% das empresas europeias a salientar a relevância desta condição.

Já no que respeita aos principais fatores de risco para a saúde dos colaboradores e, consequentemente, para os custos das empresas com planos de saúde, a incorreta gestão do stress destaca-se com uma subida de 9% a nível mundial e 11% a nível europeu: 47% empresas a nível mundial, e 70% a nível europeu, preveem que este fator seja decisivo na aumento de custos em saúde, sendo ainda os elevados níveis de pressão arterial o risco mais preocupante para 81% das empresas a nível mundial, uma vez que aumentam a probabilidade de ocorrência de Acidentes Vasculares Cerebrais ou Enfartes Agudos do Miocárdio, duas das principais causas de morte e/ou incapacidade da atualidade.

De forma a mitigar um cenário de aumento dos custos em saúde, são cada vez mais as empresas que adotam estratégias de promoção da saúde e bem-estar dos seus colaboradores. De acordo com o estudo, estes programas centram-se, na sua maioria, em estratégias de deteção (90%), sensibilização (79%) e intervenções ao nível do bem-estar (78%). No que concerne às medidas adotadas, 87% das empresas inquiridas afirma realizar check-ups físicos regulares aos colaboradores, seguidas de 75% de empresas que utilizam ferramentas de comunicação para sensibilizar para hábitos de saúde e bem-estar, e de 67% que realizam diagnósticos à visão e atividades físicas. Em Portugal, no top 3 de estratégias de mitigação dos custos em saúde encontramos também a implementação de planos de benefícios flexíveis como forma de otimizar o investimento total em benefícios.

Conferência de imprensa
Marta Temido relembrou, na conferência de imprensa de atualização de dados da pandemia em Portugal, que o novo coronavírus não...

A ministra da Saúde destacou as idades dos doentes de Covid-19 que estão internados: “4% têm menos de 40 anos, 33% entre os 40 e os 60 anos e 63% de pessoas com mais de 70 anos”. E frisou que “mais de 1.000 pessoas infetadas nas últimas 24 horas no país têm entre 40 a 49 anos”.

“Referimos estes dados para que todos percebam com clareza que não são só as pessoas que contraem a doença numa idade mais avançada que originam situações de internamento”, salientou.

A governante acrescentou ainda que a “preocupação neste momento é exatamente a elevada incidência com que a doença está a tocar o país”.

Segundo a ministra, “o risco de transmissão parece estar a baixar muito ligeiramente, o que é um sinal encorajador e que nos deve levar a continuar a fazer esforços no sentido de continuar a quebrar cadeias de transmissão e a adotar os comportamentos corretos. Mas não podemos deixar que o risco de transmissão, o RT, estabilize a um nível de novos casos diários que seja da ordem destes números que temos tido”, concluiu.

Vacina contra a Covid-19 pode chegar em janeiro a Portugal

Sobre a distribuição de uma vacina contra a Covid-19 em Portugal, Marta Temido esclareceu que o processo decorre no quadro da União Europeia, através do Infarmed, e que segundo os calendários de distribuição a nível comunitário, a vacina poderá chegar em janeiro a Portugal.

Marta Temido afirmou ainda, citada pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde,  que o Governo pretende estar preparado para, logo que as vacinas contra a Covid-19 possam ser comercializadas, ter a distribuição dessas vacinas a funcionar.

 

Projeto em desenvolvimento
Investigadores portugueses conseguem diminuir em 50% a reatividade alérgica dos peixes. Com este projeto de investigação – o...

O projeto Allyfish, desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade do Algarve, é o vencedor da distinção Born from Knowledge (BfK), atribuída pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito dos Food & Nutrition Awards. A investigação em desenvolvimento visa reduzir o potencial alergénio do peixe, considerado o terceiro alimento mais alergénico, provocando reações alérgicas a 2% a 5% da população mundial adulta com especial incidência em crianças e jovens, nos quais esta percentagem ronda os 6%.

A ANI considerou o projeto como o melhor candidato de base científica e tecnológica a concurso nos Food & Nutrition Awards, o que lhe valeu o troféu “Árvore do Conhecimento”.

O projeto Allyfish, desenvolvido pelos investigadores Pedro Rodrigues, Cláudia Raposo e Denise Schrama, faz uma abordagem multidisciplinar à alergia ao peixe, desde a produção ao consumidor final, fundamentando-se na caraterização dos alérgenos deste alimento e na redução do potencial alergénico do mesmo.

As alergias alimentares podem ser desencadeadas por qualquer alimento, ainda que os mais frequentes sejam nozes, amendoins, marisco, peixe, leite, ovos, trigo e grãos de soja. Normalmente, os sintomas variam de acordo com a idade, podendo incluir erupções cutâneas, sibilos, corrimento nasal e, ocasionalmente, reações mais graves como as anafiláticas, que podem ser fatais.

Segundo os investigadores, “a cronicidade, prevalência e o potencial de fatalidade da alergia alimentar, fazem da mesma um grave problema socioeconómico”. Em contrapartida, “o peixe é cada vez mais visto como uma fonte de proteína saudável e de elevado valor nutricional, sendo a aquacultura uma das indústrias com maior taxa de crescimento a nível mundial”.

O principal alérgeno do peixe, responsável por cerca de 95% das reações alérgicas em humanos, é uma proteína presente no seu músculo denominada de b-parvalbumina. Por conseguinte, “existem estudos que apontam que, uma redução da concentração desta proteína no músculo do peixe, está diretamente relacionada com uma diminuição da reação alérgica. Este caso está, por exemplo, documentado no atum, em que pacientes alérgicos a esta espécie fresca, não têm o mesmo tipo de reação quando consomem atum enlatado onde a concentração do agente alergénico se encontra reduzida”.

Utilizando a Dourada e o Robalo, devido não só à sua importância económica na Península Ibérica, mas também ao vasto conhecimento do seu processo produtivo, os investigadores começaram por enriquecer as dietas destas espécies com moléculas específicas quelantes de cálcio como o EDTA (ácido etileno-diamino-tetraacético), de modo a induzir a apo-forma da b-parvalbumina, bem como moléculas como a creatina, cujo alvo seja a redução da concentração da b-parvalbumina no músculo dos peixes.

A metodologia envolveu todo o processo de produção dos peixes, desde a formulação de dietas, ensaios de crescimento, teste do bem-estar dos animais, da qualidade do seu músculo e da concentração da b-parvalbumina, e, por fim, teste da reação alérgica através de um ensaio IgE, realizado no Luxemburg Institute of Health, utilizando soro de pacientes alérgicos a peixe.

“Até à data, foi conseguida uma redução em cerca de 50% da reatividade alérgica, utilizando dietas enriquecidas com 3% de EDTA, documentada por uma publicação científica em 2019 e cujo procedimento foi alvo de um pedido provisório de patente”, rematam os investigadores.

Webinar
Face à evolução da pandemia de COVID-19 e a necessidade de os doentes estarem preparados e informados sobre as suas patologias,...

“O curso clínico nas SMD é variável, mas a maioria dos doentes vem a necessitar de suporte transfusional e de fatores de crescimento. Os internamentos, particularmente dos mais idosos, são frequentes, geralmente por complicações infeciosas. Desta forma, para evitar dificuldades e hospitalizações, o reconhecimento dos sinais de agravamento de infeção e o tratamento precoce dos mesmos são essenciais. Este webinar é assim mais uma oportunidade para que estes doentes possam ver as suas dúvidas respondidas e interagir com profissionais de saúde sem riscos” afirma Manuel Abecasis, Presidente da APCL.

Este webinar, moderado pelo jornalista Paulo Farinha, vai abordar as diversas Síndromes Mielodisplásicas, os tratamentos disponíveis e as novas perspetivas relacionadas com esta doença.  A sessão contará ainda com a participação de Emília Cortesão, do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Francesca Pierdomenico, hematologista clínica no Instituto Português de Oncologia em Lisboa, e António Almeida, especialista em Hematologia Clínica no Hospital da Luz em Lisboa.

“A informação é a melhor defesa em relação às SMD. Afinal, falamos de síndromes em que cerca de 40% dos doentes evolui para leucemia mieloblástica aguda, geralmente com má resposta à terapêutica.” reforça ainda Manuel Abecasis.

A associação esclarece que esta sessão faz parte do leque de iniciativas de educação que tem vindo a promover em formato digital devido à pandemia da COVID-19. Esta sessão é de inscrição gratuita e conta ainda com um espaço para perguntas e respostas, nas quais os doentes poderão esclarecer as suas questões e interagir com os médicos convidados sobre este tema.

 

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