Importância da vacinação pneumocócica
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a Pneumonia mata em média 16 pessoas por dia, ou seja,

Grave e potencialmente fatal, a Pneumonia pode deixar sequelas permanentes e assim reduzir de forma drástica a qualidade de vida de quem a contrai. Entre as sequelas mais comuns destacam-se as bronquiectasias, deformações dos brônquios, e o compromisso da função pulmonar. A permanência de tosse, expetoração ou falta de ar também são bastante comuns. No entanto, muitos são aqueles que continuam a não levar esta patologia a sério.

De acordo com o Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, José Alves, “a pneumonia é responsável por, aproximadamente, um milhão e 600 mil mortes por ano em todo o mundo. É uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação e, só em Portugal, mata uma média de 16 pessoas por dia”.

Apesar da disseminação de informação e das diferentes campanhas que têm vindo a ser organizadas para sensibilizar a população, a Pneumonia continua a fazer vítimas, alerta o médico pneumologista.

“Inquéritos como o PneuVUE® mostram que a falta de informação é a principal causa para a reduzida taxa de vacinação contra a Pneumonia no nosso país: 84% das pessoas que se vacinaram contra a doença afirmaram tê-lo feito no seguimento de aconselhamento médico. Da mesma forma, 55% das pessoas que ainda não se tinham vacinado indicaram a falta de indicação médica como o principal motivo”, revela sustentando a importância da vacinação antipneumocócica. “Apesar de não ser difícil de tratar, como qualquer doença grave com elevado potencial de fatalidade, uma Pneumonia pode acabar muito mal. Não arrisquemos. Melhor do que tratar, é prevenir a doença”, apela referindo que, em média, são gastos 220 mil euros diários em internamentos relacionados com a patologia. “Vacinar-nos contra a Pneumonia significa diminuir a mortalidade e o risco de morte, diminuir a morbilidade, diminuir os custos pessoais e até mesmo os de saúde pública”, acrescenta o pneumologista.

Em Portugal, a vacinação antipneumocócica, está recomendada a todos os adultos que fazem parte dos grupos de risco, sendo que crianças e idosos estão mais suscetíveis a esta infeção.  “Os extremos das idades estão entre os mais vulneráveis à Pneumonia. Uns porque o seu sistema imunitário ainda não está totalmente desenvolvido, outros porque, com o passar do tempo, o seu começa a enfraquecer”, explica o médico. No entanto, também aqueles que apresentam um sistema imunitário mais debilitado, em função de doença crónica, estão entre os que correm maiores riscos. “Entre os mais fragilizados, encontramos adultos em qualquer idade com doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais”, chama a atenção o presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.

Estes “devem, por isso, fazer a vacinação antipneumocócica, e adotar outras medidas preventivas como a vacinação sazonal contra a Gripe e o abandono de hábitos nocivos como o tabagismo ou o alcoolismo. Aconselha-se, também, que adotem práticas de vida saudáveis como uma alimentação equilibrada, que lavem regularmente as mãos e que procurem controlar outras doenças crónicas associadas”.

Numa altura em que muitos começam a ser atingido pelo vírus da gripe, o especialista chama ainda a atenção para o facto de ainda se poder confundir ambas as doenças. “Nesta época, há uma enorme tendência para confundir Gripe e Pneumonia – uma confusão que pode atrasar a procurar ajuda médica e originar problemas mais graves. A Pneumonia pode, inclusivamente, surgir como complicação de uma Gripe. Devemos ter atenção a quadros de Gripe que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada e, sempre que considerarmos necessário, procurar ajuda”, alerta.

A Pneumonia pode ser originada por diferentes agentes infeciosos, incluindo vírus, bactérias e fungos. “A bactéria Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, é a responsável pela maioria das pneumonias bacterianas. Transmite-se por contacto direto com as secreções respiratórias de um doente ou portador saudável”, explica o médico especialista.  

Entre os sintomas mais frequentes, o pneumologista destaca a “tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando inspiramos fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo” como sinais que não devemos descurar.

O tratamento de uma Pneumonia inclui antibióticos, na maioria das vezes por via oral, e outros procedimentos que variam conforme a evolução e a causa da doença. E, embora, este seja quase sempre realizado em ambulatório, “se o doente apresentar outras morbilidades ou se a evolução da doença não decorrer como esperado” pode ser necessário recorrer ao seu internamento.

Por tudo isto, José Alves pede que leve a Pneumonia a sério! “Não se esqueça que, no contexto em que vivemos, dizer não à vacinação acaba por ajudar o Sars-Cov-2, aumentando a procura de cuidados médicos, e dificultando a resposta dos nossos serviços de saúde. Vacinar foi sempre importante, mas este ano ainda é mais. Se tem mais de 65 anos e/ou pertence aos grupos de risco, vacine-se”, sublinha.

"Mais do que tratar uma Pneumonia, devemos preveni-la. A Pneumonia pode ter consequências nefastas, mesmo para quem é considerado saudável, ou mesmo acabar na morte. Para quê arriscar?", questiona o médico. 

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Impacto da pandemia
Um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), revela que mais de 40% dos...

O estudo, que envolveu também investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto, tinha como objetivo avaliar o impacto da covid-19 nestes profissionais de saúde ao nível da depressão, ansiedade e ‘burnout’.

Da amostra de 551 inquiridos, mais de metade tratam doentes presencialmente, 35% estão em serviços de internamento e 18% trabalham diretamente com doentes infetados pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Cristina Jácome, investigadora da FMUP e do CINTESIS, citada pelo Sapo, afirma que a covid-19 “expôs a importância vital dos fisioterapeutas na reabilitação dos doentes, desde a fase aguda até ao acompanhamento a longo prazo”.

“Importava, por isso, perceber como se encontravam os fisioterapeutas do ponto de vista psicoemocional”, sublinha a investigadora em comunicado.

No questionário, 42% dos fisioterapeutas afirmaram estar em ‘burnout’, “uma percentagem superior à de outros estudos nacionais e internacionais que apontam para 10 a 30%”, refere a FMUP.

Para os investigadores, este facto pode ser explicado pelo “envolvimento em situações de trabalho emocionalmente exigentes” e por uma “menor capacidade de adaptação ao ‘stress’ do contacto com doentes com covid-19”.

“Quando tentámos compreender que características estavam a contribuir para o estado de fadiga e exaustão, verificámos que os fatores mais relevantes eram uma menor resiliência, níveis mais elevados de depressão, de stress e reabilitar doentes com covid-19”, explica a Cristina Jácome, que além de investigadora é fisioterapeuta.

Associados a estes fatores podem também estar outros problemas, nomeadamente dificuldades económicas, menor produtividade, redução da qualidade dos cuidados de saúde prestados e o aumento do tempo necessário para a recuperação dos doentes “com todas as consequências que daqui advêm para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, alerta a investigadora.

Por esse motivo, Cristina Jácome considera ser essencial e “urgente” que se implementem estratégias de mitigação para promover a saúde dos fisioterapeutas para garantir a qualidade dos serviços prestados.

Impacto na saúde mental
O regime de teletrabalho, agora uma prática cada vez mais recorrente, tem levado a muitas situações

O stress resultante de tais padrões de trabalho stressantes é angustiante. Os profissionais a eles sujeitos são frequentemente afetados por uma saúde mais deficiente, stress constante e luta nas suas vidas pessoais.

Então, falha o entendimento do que é um horário de trabalho flexível, diz a Adecco, que vai mais longe e esclarece sobre o tema.

Em primeiro lugar, o horário de trabalho flexível não significa que um gestor seja um pouco indulgente e permite que a equipa saia um pouco mais cedo. Horário de trabalho flexível não significa folga ou falta de prazos. Em vez disso, permite a um empregado decidir o seu próprio horário de trabalho, ambiente e local a partir do qual operar, de modo a obter os seus melhores resultados.

Apesar disto, é surpreendente como apenas algumas poucas empresas oferecem flexibilidade laboral nos seus contratos. Mas as vantagens são muitas, e pelo menos cinco a reter:

1. Permite que os empregados produzam melhores resultados

Esperar que cada colaborador atinja o seu desempenho máximo durante o período de trabalho das 9 às 18h horas é demasiado ambicioso. Quando um funcionário é limitado por um horário de trabalho rígido, ele passa mais tempo a olhar para o relógio do que a ser verdadeiramente produtivo. Como resultado, os seus prazos são afetados e a qualidade do trabalho é significativamente reduzida.

Os horários de trabalho flexíveis permitem aos colaboradores trabalhar quando e onde são mais produtivos. Para alguns, pode ser a trabalhar a partir de casa até altas horas da noite. Enquanto para outros pode ser um trabalho remoto a tempo inteiro a partir de algum canto do mundo.

Segundo o estudo, "O impacto da flexibilidade do trabalho no desempenho dos empregados", os horários flexíveis têm ajudado os profissionais a prosperar. Juntamente com a produtividade, a flexibilidade dos empregadores também tem ajudado a aumentar o moral dos empregados, a satisfação profissional, a eficiência e a rentabilidade global do negócio.

2. Satisfação profissional

Nos próximos dois anos, 50% dos trabalhadores serão da geração millennial. E para esta geração de novos trabalhadores, a satisfação profissional é mais importante do que um salário elevado.

E aqui, tanto os empregadores como os colaboradores sentem os benefícios de horários de trabalho flexíveis. Esta é uma das principais razões pelas quais as empresas se estão a virar para o trabalho flexível. É mais provável que os colaboradores fiquem satisfeitos quando têm mais controlo sobre o seu horário de trabalho. Portanto, oferecer flexibilidade de trabalho dentro da empresa promoverá a felicidade. E colaboradores felizes conduzem a um melhor crescimento empresarial e a uma melhor rentabilidade.

3. As empresas com acordos de trabalho flexíveis têm maior retenção de colaboradores

Não há necessidade de mencionar a importância da retenção de colaboradores e talentos e o quão cara pode ser a rotatividade dos colaboradores.

Estudos mostram que os colaboradores flexíveis tendem a estar mais satisfeitos do que os colaboradores com empregos de horários regulares. Além disso, os horários de trabalho flexíveis asseguram que o nível de compromisso dos empregados se mantém elevado. Devido à satisfação profissional proporcionada por horários de trabalho flexíveis, é mais provável que os colaboradores flexíveis permaneçam mesmo em tempos difíceis.

Se considerarmos os millennials, os horários de trabalho flexíveis desempenham um papel mais importante. Para esta geração, os benefícios e vantagens são mais importantes do que o salário. Portanto, para reter os melhores talentos, é preciso ser um pouco mais criativo do que apenas o habitual salário elevado. Entre os benefícios, os acordos de trabalho flexível são definitivamente um dos mais importantes benefícios que uma empresa pode oferecer.

4. Maior variedade de talentos

Os acordos de trabalho flexível têm uma influência significativa nas práticas de contratação. Com tantas empresas que oferecem vários benefícios, contratar é um trabalho difícil. Os melhores talentos nem sequer consideram as empresas que não se adaptam às suas necessidades. Um dos principais inconvenientes em que as empresas se concentram é um trabalho regular das 9h às 18h. Uma vez ultrapassada esta noção percebida, é possível escolher entre um conjunto muito diversificado de talentos. Isto é verdade para os trabalhadores millennials que dão muita importância à flexibilidade.

As empresas que se sentem confortáveis em oferecer flexibilidade aos empregados são mais suscetíveis de atrair os melhores talentos. Além disso, muitos millennials preferem ser trabalhadores a tempo parcial, trabalhar a partir de casa, ou simplesmente trabalhar num horário diferente do horário normal 9-6.

5. Melhor saúde mental

As horas de trabalho regulares das 09h às 18h são questionáveis porque parecem ser más para o bem-estar geral dos empregados. O aspeto mais importante que é afetado é a atual saúde mental. Este ambiente de trabalho parece ter abrigado elevados níveis de stress entre os colaboradores. Em geral, ao encorajar horários de trabalho flexíveis, aumenta a possibilidade de atrair e mesmo contratar pessoas talentosas.

O stress está presente mesmo em pessoas que amam o seu trabalho. Por vezes basta uma pausa para fazer o trabalho sem colegas ruidosos e políticas de escritório. A melhor produtividade pode vir de um colega que trabalha num ambiente pacífico sem qualquer stress mental que o entupa.

Permitir que os colaboradores marquem as suas próprias horas de trabalho não significa que cheguem atrasados ao trabalho. De facto, é exatamente o oposto. A empresa que oferece flexibilidade de trabalho irá experimentar um aumento de produtividade, permitindo-lhe destacar-se da concorrência.

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Mais de 6.000 reclamações desde o início do ano
Numa altura em que o país regressou ao Estado de Emergência, o Portal da Queixa revela um estudo analítico sobre as reclamações...

À maior rede social de consumidores de Portugal chegaram mais de 6.000 reclamações (6103), um aumento de 71%, face ao mesmo período em 2019 (3573). O setor privado regista 64.9% do total de reclamações (3962), e o setor público regista 35.1% (2141). Relacionadas com a COVID-19 estão 21% do total de queixas apresentadas pelos utentes (1305).

De acordo com o estudo desenvolvido pela equipa do Portal da Queixa, este ano, a liderar o maior volume de reclamações recebidas estão: os Planos e Seguros de Saúde (1261), as Farmácias (932), os Hospitais e Maternidades (930) e os Grupos de Saúde Privados (824), com destaque para as farmácias que, comparativamente com o período homólogo, registaram o maior crescimento do número de queixas, uma subida de 231%.

Entre os principais motivos de reclamação dos consumidores - dirigidos às diferentes entidades de saúde -, estão a dificuldade de marcação de consulta apontada aos Centros de Saúde (56% do total de queixas dirigidas a estes organismos) e nos Hospitais Públicos, o mau atendimento é o motivo reportado em 21% das reclamações.

Nos Hospitais e Clínicas Privadas, os portugueses apresentaram queixas sobre faturação errada (43%), sobre cobrança de taxas para kits de proteção (23%) e mau atendimento (12%). 

Nos Laboratórios de Análises Clínicas, os problemas gerados com o rastreio à Covid-19 geraram 27% das reclamações.

No início da pandemia, as Farmácias foram um forte alvo de reclamação junto do Portal da Queixa. Os problemas relacionados com a venda de máscaras geraram 58% das queixas registadas e os preços praticados no álcool gel desinfetante originaram 37% das reclamações.

Segundo a análise do Portal da Queixa, conclui-se que o contexto pandémico veio agravar a insatisfação dos consumidores face ao setor da Saúde, traduzida no crescimento exponencial de reclamações, ao longo dos meses, dirigidas aos vários agentes de saúde públicos e privados, expressando um alerta para a necessidade de melhorar, na generalidade, a eficácia dos serviços prestados.

Na opinião de Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust: “O Serviço Nacional de Saúde continua a registar taxas de insatisfação muito elevadas de ano para ano, não demonstrando melhorias contínuas no serviço prestado. Enquanto que, verificámos indicadores de redução do número de reclamações através dos canais do estado, nomeadamente no Livro Amarelo e de Reclamações, que induzem em erro na interpretação do atual estado do setor, no Portal da Queixa este crescimento é demais evidente, demostrando não só que os utentes do SNS estão descontentes com o serviço prestado, como também pela desacreditação no regulador, que manifestamente não traduz confiança na resolução dos problemas apresentados. Este comportamento já é transversal a quase todos os setores, na medida em que os portugueses já perceberam que a partilha pública dos problemas que encontram na prestação dos serviços públicos, traduz melhores resultados através da visibilidade pública, que permite uma avaliação mais transparente e coerente com a realidade, sem filtros políticos e económicos. Por outro lado, o serviço privado de saúde continua a não ser uma alternativa viável para a maioria das famílias portuguesas, onde a cobrança de valores exagerados na faturação pós-prestação do serviço, afastam os potenciais clientes do setor, obrigando-os a sacrificarem-se na espera de consulta através do SNS.”

Relatório europeu sobre comportamentos aditivos
Relatório europeu alerta para o aumento do consumo de álcool entre jovens até aos 16 anos, ao longo dos últimos quatro anos.

De acordo com “European School Survey Project on Alcohol and other Drugs (ESPAD)”, que permite acompanhar as tendências europeias no que diz respeito à evolução dos comportamentos aditivos entre jovens de 16 anos, entre 2015 e 2019, a percentagem de alunos de 16 anos que ingeriram pelo menos uma bebida alcoólica ao longo da vida aumentou de 71% para 77%. Ainda assim, o país mantém-se abaixo da média europeia relativamente à prevalência de consumo de álcool nos últimos 30 dias, à prevalência de embriaguez também nos últimos 30 dias e ao ‘binge drinking’.

Entre as bebidas mais consumidas estão as bebidas destiladas. Portugal é assim, a seguir à Espanha, o segundo país em que os jovens mais consumem este tipo de bebida.  

O inquérito revela ainda que “a percentagem de jovens portugueses de 16 anos que iniciaram o seu consumo aos 13 anos ou menos é consideravelmente superior à média europeia”.

No que diz respeito ao consumo de tabaco, o estudo comparativo, mostra que o seu consumo caiu entre os jovens portugueses.

“Em relação ao consumo de tabaco tradicional, entre 2015 e 2019, verificou-se em Portugal um decréscimo (-3 pontos percentuais) menos acentuado do que na média dos países participantes (-5 pontos percentuais)”, lê-se no relatório, que sublinha também um desagravamento do uso diário do tabaco.

O consumo do tabaco eletrónico também caiu em Portugal cinco pontos percentuais ao longo do mesmo período, mais do que na média europeia (que registou menos dois pontos percentuais). Portugal, assim, é o segundo país com menos consumidores deste tipo de cigarros.

Relativamente à média europeia, os resultados mostram descidas no consumo não só do tabaco, mas também das drogas ilícitas.

Relativamente a outros comportamentos aditivos, mais de metade dos jovens portugueses, que são dos que passam mais tempo em redes sociais ao fim de semana, admitiram ter tido problemas decorrentes da utilização da Internet em redes sociais e 24% em jogos ‘online’.

Já o jogo a dinheiro, em que participaram no último ano cerca de 22% dos jovens, à semelhança da média europeia, acontece sobretudo fora das redes, uma vez que o jogo ‘online’ foi declarado nos últimos 12 meses por 6% dos jovens portugueses, que preferem as lotarias e apostas desportivas.

No contexto da pandemia Covid-19
O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vai prestar apoio emocional aos seus profissionais e à população que sinta que a sua saúde...

De acordo com o Centro Hospitalar, a medida tem como objetivo “contribuir para o restabelecimento do bem-estar da população e dos profissionais, e impedir que as pessoas mais afetadas pelo isolamento social e pela incerteza da situação atual – que poderão evidenciar situações de ansiedade, insegurança, medo e desesperança – desenvolvam patologias mentais mais graves ou entrem em burnout (stress profissional)”.

O apoio emocional à população e aos colaboradores do CHL vai ser prestado por uma equipa de profissionais da área da saúde mental, entre médicos psiquiatras, psicólogos e enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde mental, e conta com a coordenação do diretor do Serviço de Psiquiatria do CHL.

Segundo fonte hospitalar, qualquer cidadão da área de abrangência do Centro Hospitalar pode solicitar este apoio. Para tal,  deve efetuar o pedido de intervenção através do email disponibilizado para o efeito ([email protected]), ou por telefone. A linha (244 817 090) está disponível de segunda a sexta-feira, entre as 9 as 13h e, durante a tarde, entre as 14 e as 17 horas.

Os utentes, bem como os doentes/cuidadores das áreas de diagnóstico e tratamento Covid-19, podem também ser encaminhados para a equipa pelos profissionais que os acompanham, com o seu consentimento.

 

Sete mortes
O Grupo Parlamentar do PAN – Em reação ao surto de legionela que está a afetar os concelhos de Vila do Conde, Póvoa de varzim e...

Segundo o partido, a deslocação destes profissionais para o apoio ao rastreamento e monitorização das redes de contágio de COVID-19 “colocou em risco programas de vigilância tão essenciais como a vigilância da qualidade da água, do ar e de diversos vetores fundamentais para a qualidade de vida das populações e saúde pública”.  Por outro lado, chama a atenção também de que “há mais de uma década que as Administrações Regionais de Saúde não admitem novos Técnicos de Saúde Ambiental. Com esta escassez de recursos humanos, agravada pelo contexto COVID-19, as Unidades de Saúde Pública têm os seus recursos direcionados para este combate, estando alguns destes serviços já em rutura, com elevado desgaste dos seus profissionais. Se esta situação se mantiver, este poderá não ser o único surto a acontecer no país”.

Em comunicado o PAN relembra que “em sede de discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2021, e ainda antes do início do surto de legionela, o PAN apresentou uma proposta de alteração que visa o reforço dos técnicos especializados em saúde ambiental. O objetivo é que o governo lance concurso com vista à contratação de 30 técnicos de saúde ambiental no âmbito das Unidades de Saúde Pública”

As unidades de saúde pública são constituídas por equipas multidisciplinares, com técnicos de saúde ambiental, enfermeiros, médicos, entre outros profissionais, fundamentais na defesa e proteção da saúde da comunidade, escreve o PAN segundo o qual,  “desempenham um papel decisivo na avaliação dos determinantes ambientais e o seu impacte na saúde humana e da população, sendo agora, mais do que nunca, uma das funções mais prementes e importantes dos Serviços de Saúde Pública”.

De acordo com o partido com assento parlamentar, o “combate à atual pandemia e ao recente surto de legionela não se faz só com a investigação epidemiológica dos casos ou rastreamento dos contactos, mas faz-se preventivamente na avaliação e monitorização das condições sanitárias, no licenciamento ou não de determinadas atividades e edificações, no apoio à elaboração e implementação de Planos de Contingência, nas vistorias, na formação dos trabalhadores das Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, no apoio à reabertura de estabelecimento de ensino, no controlo de infeção dentro dos serviços de saúde, entre muitas outras intervenções”. “Quebrar as cadeias de transmissão é fundamental, mas é igualmente imprescindível impedir novas cadeias, dotando os espaços, equipamentos e pessoas com os requisitos e meios para impedir a propagação da doença. Esse trabalho de terreno deve ser assegurado pelas Unidades de Saúde Pública, nomeadamente pelos seus Técnicos de Saúde Ambiental”, reivindica em comunicado.

Dados DGS
Portugal registou, esta quarta-feira, um novo máximo diário de óbitos por covid-19. De acordo com o boletim da Direção-Geral da...

Destes 82 óbitos, 44 ocorreram na região Norte, 19 em Lisboa e Vale do Tejo, 17 no Centro e dois no Alentejo. No total, Portugal regista já 3.103 mortes devido ao novo coronavírus.

O boletim desta quarta-feira revela ainda que, nas últimas 24 horas, foram diagnosticados mais 4.935 casos de covid-19, elevando para 192.172 o total acumulado de infetados no país desde o início da crise pandémica.

A região Norte continua a ser a que concentra a maior parte dos novos casos, com 2.845 diagnósticos. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.185 novos casos, o Centro com mais 743, o Algarve com mais 80 e o Alentejo com mais 44. Já os Açores reportaram mais 21 infeções, enquanto a Madeira contabilizou mais 17.

Também o número de doentes internados devido à covid-19 continua a subir, estando agora hospitalizadas 2.785 pessoas, mais 43 do que ontem. Destas, 391, mais nove face ao último balanço, estão em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

Por outro lado, mais 3.475 pessoas recuperaram da doença. São agora 110.353.

Atualmente há 78.716 casos ativos em Portugal e as autoridades de saúde têm 89.107 contactos em vigilância.

Investigação
Foram anunciados os nomes dos investigadores premiados na 64ª edição dos Prémios Pfizer, o mais antigo galardão na área da...

O projeto distinguido na categoria de Investigação Clínica, foi atribuído à equipa de Investigadores internacionais liderada por Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM).

A equipa publicou recentemente na revista científica Science Translational Medicine, os resultados do ensaio clínico de Fase 1/2a de uma potencial nova vacina contra a malária, denominada PbVac, que envolveu um total de 24 voluntários saudáveis. Embora nenhum dos indivíduos vacinados ficasse totalmente protegido contra a doença, os resultados mostraram uma redução muito significativa de 95% na infeção hepática, o primeiro estágio da infeção por malária em humanos. Este estudo abre caminho para desenvolvimentos adicionais da vacina PbVac e similares, no sentido do desenvolvimento de uma estratégia de vacinação eficaz contra a malária humana.

O PbVac é o primeiro membro de uma nova classe de agentes do tipo “organismo completo” desenhados para a vacinação contra a malária que consiste na ideia de usar parasitas de roedores, que não são patogénicos para os seres humanos, como base para uma nova vacina contra a malária.

A malária é uma doença causada por parasitas Plasmodium que, apesar dos progressos registados na última década, causaram mais de 400.000 mortes só em 2018. Uma vacina eficaz é considerada uma ferramenta crucial para a prevenção e futura eliminação da malária.

No entanto, o desenvolvimento clínico de uma vacina contra a malária provou ser um enorme desafio para inúmeros grupos de investigação ao longo dos anos e em todo o mundo. Esta dificuldade resulta sobretudo da complexa biologia dos parasitas da malária, cujo ciclo de vida inclui várias etapas que ocorrem quer no mosquito, vetor da doença, quer no hospedeiro mamífero, incluindo um estágio obrigatório e assintomático de desenvolvimento no fígado humano.

“O nosso trabalho fornece a validação clínica de uma nova abordagem de vacinação contra a malária, e abre possibilidades para a sua otimização no sentido da criação de uma vacina eficaz contra esta doença. Foi por isto uma enorme felicidade e uma honra ver o nosso trabalho reconhecido através de um prémio com o prestígio inigualável que o Prémio Pfizer-SCML granjeou ao longo das últimas décadas”, refere o Investigador do iMM, Miguel Prudêncio.

Na categoria de Investigação Básica, um dos projetos vencedores pertence ao Investigador Henrique Veiga-Fernandes, da Fundação Champalimaud, sobre a função das células inatas linfoides de tipo 3 (ILC3).

Pessoas que fazem turnos de trabalho noturnos, ou que mudam com frequência de fuso horário, têm uma tendência acrescida para o excesso de peso e sofrem mais amiúde de inflamações intestinais. Vários esforços têm procurado desvendar a causa deste fenómeno, tentando relacionar os processos fisiológicos com a atividade do relógio biológico.

Este trabalho permitiu definir que a função das células inatas linfoides de tipo 3 (ILC3), conhecidas por contribuírem para a saúde intestinal, se encontra sob o controlo do seu próprio relógio biológico que por sua vez é regulado pelo cérebro.

Nomeadamente, as ILC3 possuem um relógio molecular, e a desregulação dessa maquinaria conduz a uma redução das ILC3 no intestino, a uma alteração do epitélio intestinal e do seu microbioma, assim como a um aumento de infeções intestinais e a um anormal metabolismo lipídico. Surpreendentemente, os investigadores observaram ainda que os ciclos noite-dia são os principais reguladores do relógio biológico das ILC3, sugerindo assim que sinais cerebrais possam controlar a atividade das ILC3. Nesse sentido, a desregulação cirúrgica ou genética da ritmicidade do cérebro conduziu a alterações das ILC3 assim como à desregulação do microbioma e do metabolismo lipídico.

Este estudo revelou a existência de um circuito circadiano que traduz os ciclos naturais noite-dia em sinais fundamentais para o funcionamento das ILC3, garantindo assim a saúde intestinal, o metabolismo e a proteção contra infeções.

“Este trabalho permitiu-nos identificar que, para além do papel dos linfoides brancos no intestino no controlo da inflamação, a atividade desses glóbulos brancos dependia do nosso ritmo biológico. Esse ritmo biológico está associado a doenças tão diversas como o cancro, a obesidade ou doenças inflamatórias crónicas. Essa compreensão revela-se essencial no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas”, refere o Investigador da Fundação Champalimaud, Henrique Veiga-Fernandes.

Na categoria de Investigação Básica, o outro projeto vencedor pertence à Investigadora Julie Ribot, do iMM, sobre as células T gamma delta (γδ), produtoras de IL-17 que residem nas meninges e controlam plasticidade sináptica e memória de curto prazo.

O trabalho centra-se na interface entre o sistema imunitário e o sistema nervoso central e em particular na cognição. Neste projeto, os investigadores perguntaram de que forma o sistema imunitário pode influenciar o processo de Aprendizagem e Memória, quais são as células envolvidas neste processo, onde e como atuam. Foi identificada pela primeira vez em modelos animais uma população de células - denominadas células T gamma delta (γδ) - que produzem uma molécula inflamatória - chamada IL-17 - e que colonizam os vasos linfáticos das meninges cerebrais rapidamente após o nascimento e onde permanecem durante a vida adulta tendo um impacto na neurofisiologia basal.

Os animais que não têm esta população de células T γδ, ou a molécula IL-17, perdem a memória de curto prazo. Curiosamente, estes ratinhos retêm uma memória de longo prazo normal, sugerindo que os dois processos de memória de curto e longo prazo são regulados por diferentes componentes do sistema imunitário. Conceptualmente, este trabalho revela uma ligação evolutiva entre os sistemas imunitário e nervoso central, ao mostrar que estão em constante comunicação e que esta influencia a construção da memória de curto prazo.

Julie Ribot, a Investigadora do iMM, refere sobre a importância deste prémio: “O prémio Pfizer é muito prestigiante e obviamente um grande reconhecimento do nosso trabalho. Isso dá-nos mais visibilidade junto de outros cientistas e também junto da sociedade em geral, pois acredito que o envolvimento público com a investigação básica é fundamental. Agora, de um ponto de vista mais pessoal, posso dizer que fiquei particularmente emocionada ao saber que o nosso trabalho foi premiado. Este foi o meu primeiro projeto como investigadora principal, onde supervisionei alunos pela primeira vez, tendo estabelecido colaborações. Tem sido uma ótima experiência e agora temos uma cereja no topo do bolo. Isso é muito importante e dá-nos motivação extra e força para prosseguir com os nossos projetos, agora com o objetivo de compreender as implicações das nossas descobertas no contexto das doenças neurodegenerativas”.

A cerimónia da entrega dos prémios, no valor total de 50 mil euros, terá lugar dia 11 de novembro, e conta com a presença do Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, Luís Graça, e do Diretor-Geral da Pfizer Portugal, Paulo Teixeira.

A Cerimónia será transmitida através da página de Facebook do Expresso, a partir das 18h00.

 

Vacinação poderia evitar o número de mortes
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a Pneumonia mata uma média de 16 pessoas por dia, uma pessoa a cada 90 minutos. Em...

A fundadora do MOVA, Isabel Saraiva refere que “a população sabe o que é a Pneumonia mas desconhece os riscos que corre ao contraí-la. Falar de Pneumonia é falar de mortes, de morbilidades e de sequelas graves. Podemos preveni-las, basta que nos vacinemos”, relembrando que “qualquer investimento que façamos em prevenção é preferível aos custos da cura.”

A Pneumonia pode deixar sequelas permanentes, que reduzem drasticamente a qualidade de vida de quem a contraiu. Bronquiectasias (deformação dos brônquios) e compromisso da função pulmonar são apenas dois exemplos, tal como a permanência de tosse, expetoração ou falta de ar. Podemos evitar grande parte das Pneumonias e respetivas sequelas através de vacinação.

Nunca, como hoje, se falou tanto de prevenção. Grupos de risco como pessoas a partir dos 65 anos e quem, independentemente da sua idade, sofre de doenças crónicas, devem estar particularmente protegidos. Em plena pandemia, não temos, ainda, vacina contra a Covid-19 mas, felizmente a imunização já é uma realidade na prevenção de outras doenças graves e potencialmente fatais.

No Dia Mundial da Pneumonia, o MOVA reforça que a vacinação deve ser uma prioridade em todas as fases da vida. A vacinação antipneumocócica está recomendada pela Direção Geral da Saúde a todos os adultos pertencentes aos grupos de risco – idosos, pessoas com doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais.

A vacina é gratuita para as crianças e alguns segmentos de adultos, para quem já se encontra em PNV, e é comparticipada pelo estado em 37% para a restante população. A sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias, incluindo na prevenção das formas mais graves da doença.

A proteção dos grupos de risco através de imunização é uma das grandes causas do Movimento Doentes pela Vacinação. Composto por especialistas e associações de doentes, o movimento de cidadania apela à acessibilidade da vacina a pessoas que se encontrem em situações de maior fragilidade.

 

 

Vencedores anunciados em Webinar no dia 18 de novembro às 21h30
A Sociedade Portuguesa de Anestesiologia (SPA) promove, em parceria com a Octapharma, a 1.ª Edição do “Prémio SPA – Octapharma”...

Puderam candidatar-se ao “Prémio SPA – Octapharma” todos os trabalhos científicos da autoria de Médicos Internos de Anestesiologia que, isoladamente ou em colaboração, tenham sido desenvolvidos e/ou implementados no ano 2020.

Os três melhores trabalhos científicos serão distinguidos por um Júri independente, constituído por três médicos anestesiologistas de reconhecido mérito científico, com um Prémio no valor de 1.500,00€ ao vencedor e com duas Menções Honrosas aos dois trabalhos selecionados no valor de 750,00€.

A Presidente da SPA, Maria do Rosário Matos Órfão sublinha que “É responsabilidade de qualquer profissional fazer investigação na sua área pois, a investigação gera conhecimento, permite evoluir e melhorar a qualidade do exercício profissional sendo imprescindível na formação dos Anestesiologistas”.

 Eduardo Marques, Diretor-Geral da Octapharma Portugal refere “é com grande satisfação que a Octapharma se associa à SPA neste prémio o qual pretende incentivar os jovens médicos Anestesiologistas à elaboração e publicação de trabalhos científicos, por forma a permitir o incremento do conhecimento científico e a partilha da experiência clínica”.

 Os trabalhos vencedores serão anunciados e apresentados no dia 18 de novembro de 2020 no Webinar “Prémio SPA – Octapharma”.

 

XVI Edição das Conferências Abertas de Optometria realiza-se em novembro
A XVI Edição das Conferências Abertas de Optometria vai realizar-se nos dias 14 e 15 de novembro de 2020, em formato de virtual...

Segundo Raúl de Sousa, presidente da APLO, “pretende-se com esta iniciativa criar um fórum de discussão e participação de todos os optometristas na conceção do futuro da classe optométrica, reforçando o seu papel como promotores dos cuidados para a saúde da visão, da defesa da saúde pública e dos direitos dos cidadãos a mais e melhores cuidados”.

E acrescenta: “O nível das apresentações e dos oradores da XVI Edição das Conferências Abertas de Optometria fala por si mesmo. Contaremos com a participação de personalidades e organizações de relevo nacional e internacional no panorama da saúde. É importante enfatizar a apresentação pública e mundial, pela primeira vez, do plano e trabalho desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde em sequência do Relatório sobre a Visão”.

Nesta iniciativa será possível conhecer e debater assuntos da maior relevância no que concerne à normalização de qualidade em dispositivos médicos: ótica oftálmica, optometria clínica e desafios tecnológicos e digitais na prestação de cuidados para a saúde da visão. Assim como conhecer os resultados do estudo do VLEG, com contributo de membros da Direção da APLO, a publicar brevemente na The Lancet Global Health.

As inscrições são obrigatórias e estão abertas a todos os profissionais de saúde, sendo gratuitas para os membros efetivos e em regime probatório, assim como para os estudantes universitários de Optometria e Ciências da Visão. Estas devem ser efetuadas na seguinte ligação: https://mla.bs/7668172a.

"É urgente melhorar os dados de vigilância epidemiológica"
Estudo desenvolvido por investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da Faculdade...

O estudo, intitulado “COVID-19 surveillance – a descriptive study on data quality issues”, foi recentemente publicado na plataforma medRxiv. Os investigadores analisaram os dados disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) em abril e em agosto deste ano, na sequência dos apelos que os próprios fizeram no sentido de que as bases de dados fossem tornadas públicas.

Os resultados do estudo apontam então para a existência de “inconsistências significativas” nos dados disponibilizados, nomeadamente entre os números de casos e de mortes por COVID-19 divulgados diariamente.

A equipa da FMUP e do CINTESIS detetou ainda outros problemas, tais como diferenças entre as variáveis utilizadas e a ausência de um número significativo de dados. De acordo com estes cientistas, mais de quatro mil casos que faziam parte dos dados disponibilizados pela DGS em abril não constam da atualização feita pela própria DGS no mês de agosto.

“É urgente melhorar os dados de vigilância epidemiológica, através, por exemplo, da simplificação do processo de entrada dos dados, de uma monitorização constante e de um maior treino e consciencialização dos profissionais de saúde”, indicam os investigadores.

 

Informação
São mais fáceis de usar e permitem resultados em poucos minutos.

O que são os testes rápidos de Antigénio?

Segundo a Direção Geral da Saúde, os testes rápidos de antigénio são testes com um desempenho diferente dos testes moleculares. Estes permitem detetar as proteínas do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença respiratória, no entanto, “para haver confiança no resultado é preciso que quem os realiza tenha elevada probabilidade de ter Covid-19”.

Quer isto dizer que, face a um resultado negativo num teste rápido de pesquisa de antigénios, caso haja elevada suspeita clínica de covid-19, a Direção-Geral da Saúde recomenda a realização de um teste molecular (RT-PCR). Contudo, a decisão de fazer um teste molecular compete ao médico assistente, que age consoante análise e ponderação da situação clínica e epidemiológica evidenciada.

Entre as principais vantagens deste tipo de teste, a autoridade de Saúde Pública destaca a rapidez dos resultados.  

Quando deve utilizar-se um teste rápido?

De acordo com a DGS, os testes rápidos de antigénio podem ser utilizados por aqueles que apresentam sintomas, nos primeiros cinco dias de sintomas ou por pessoas que apresentem contactos de alto risco. Segundo a Direção Geral de Saúde, é obtida “uma maior sensibilidade dos testes” quando estes são realizados em indivíduos sintomáticos e numa fase inicial da infeção (casos com início dos sintomas inferior a 5-7 dias), período em que a carga viral no trato respiratório superior é mais elevada.

Os testes podem ainda ser utilizados em situações de surto ou no rastreio periódico de profissionais de saúde.

Quem pode pedir o teste?

Os testes de diagnóstico para a covid-19 devem ser realizados após indicação médica e por profissionais de saúde qualificados que têm o dever de registar os resultados, para que as autoridades de saúde possam manter a vigilância epidemiológica da covid-19 em Portugal.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Curso
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vai organizar, entre os dias 2 de dezembro e 14 de janeiro, a primeira...

Beneficiando de financiamento do Fundo Social Europeu, e da colaboração de especialistas da ESEnfC, do Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, o curso, de inscrição gratuita, destina-se a enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde a exercerem funções naquele ACES, cuja área de influência corresponde aos concelhos de Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua, Penacova e Soure.

“Direitos das pessoas LGBT: leis e instituições”, “Especificidades da discriminação contra pessoas LGBT”, “Crimes de ódio e violência doméstica”, “Epidemiologia das infeções sexualmente transmissíveis em pessoas LGBT”, “Estratégias para a promoção da saúde” e “Rede de recursos LGBT existentes” são temas deste programa formativo, que corresponde a 18 horas de formação por videoconferência, distribuídas por sete sessões, às quartas e/ou quintas-feiras, no período da tarde.

Abordar a estigmatização e discriminação das pessoas LGBT na sociedade e nos contextos de prestação de cuidados de saúde, consciencializar para um conhecimento crítico sobre as especificidades relativas ao acesso aos cuidados de saúde por esta população e apresentar o enquadramento jurídico (nacional e internacional) das questões desta área e do conceito de crime de ódio e de violência doméstica, são alguns objetivos da formação multidisciplinar.

São formadores deste curso, Aliete Cunha-Oliveira, Ana Paula Camarneiro, Andreia Costa Andrade, Beatriz Xavier, Pedro Urbano e Rosário Pinheiro.

Duas outras edições do curso decorrerão integralmente no próximo ano civil, a 2ª de 24 de fevereiro a 17 de março e a 3ª de 14 de abril a 5 de maio.

A formação é apoiada pelo Portugal 2020 (acordo de parceria entre o Estado português e a Comissão Europeia), com financiamento do Fundo Social Europeu, na sequência de candidatura ao Programa Operacional Inclusão Social e Emprego.

Covid-19
A partir de hoje já é possível realizar os testes rápidos de antigénio sem sair da própria casa. Todo o serviço de testagem ao...

Dirigido, numa primeira fase, a grupos de risco podem requisitar este serviço pessoas que apresentem sintomas após contactos de risco comprovado, maiores de 65 anos, pessoas em isolamento profilático, pessoas com necessidades especiais e profissionais de saúde. 

Como explica Carlos Monteiro, CEO e Fundador da BioJam Holding Group “não deixam de ser inquietantes os números que apontam para mais de 7500 novos casos de COVID-19 num só dia e como tal são muitas as pessoas que têm procurado realizar os testes rápidos de antigénio da BioJam. Foi a pensar nesta crescente procura de soluções rápidas de diagnóstico, sobretudo por parte de pessoas inseridas em grupos de riscos acrescidos, que a BioJam, através da OPFC, lançou o serviço de testagem ao domicílio. A possibilidade de as pessoas se submeterem a testagem, mesmo sem indicação de uma autoridade como seja o delegado de saúde, acaba por ser uma boa ferramenta de controlo de cadeias de infeção que muitas vezes se desenvolvem nos convívios familiares, os quais, segundo a DGS, estão na origem de 67% dos novos casos de covid-19 em Portugal”.

Referenciados pela DGS, os testes rápidos de antigénio da BioJam constituem uma ferramenta fiável e acessível para detetar focos de infeção em grande escala reduzindo, assim, a propagação da doença através da quebra de cadeias de infeção.

Os testes rápidos de antigénio COVID-19, cujas indicações para utilização entraram em vigor no passado dia 9 de novembro conforme norma da DGS, permitem detetar, desde as primeiras 24 horas de contágio, possíveis casos positivos. Indicados para o diagnóstico rápido na fase inicial da infeção, o teste apresenta resultados em apenas 15 minutos, podendo a partir de hoje, ser realizado por um profissional de saúde, no próprio domicílio daqueles que constituem grupos de risco acrescido.

 

Estudo
A alimentação pesa 30 por cento na pegada ecológica dos portugueses, mais do que os transportes ou o consumo de energia. A...

A Pegada Ecológica nacional, por habitante, é superior à biocapacidade do país ou do próprio planeta, o que siginifica que se todas as pessoas no mundo consumissem como os Portugueses, precisaríamos de 2,3 planetas Terra.  29 por cento dessa pegada diz respeito à alimentação, 20 por cento aos transportes e 10 por cento à habitação.

“A pegada alimentar avalia em hectares globais (gha) a quantidade de recursos naturais que necessitamos para produzir o que comemos num ano. Sabendo que o país tem anualmente um ‘orçamento natural’ de 1,28 gha por habitante [valor de 2016], percebemos que só para nos alimentarmos ‘gastamos’ 1,08gha, ou seja, 84 por cento desse orçamento”, aponta Sara Moreno Pires, professora do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da UA.

Se dependêssemos exclusivamente da biocapacidade de Portugal para nos alimentarmos, refere a coautora do estudo, “ficaríamos com um saldo de 0,20 gha para todas as restantes atividades de consumo [transporte, habitação, energia, vestuário, etc.], se não quiséssemos ter défice ecológico”.

Mas grande parte da biocapacidade necessária para a nossa alimentação provém de outros países, como Espanha, França, Ucrânia ou mesmo China Senegal, o que implica uma pressão e uma dependência desses ecossistemas.

“Portugal é, por esses motivos, o pior país de 15 países do Mediterrâneo no que diz respeito à Pegada Alimentar”, alerta Sara Moreno Pires.

Publicado recentemente na reconhecida revista científica internacional Science of the Total Environment, o estudo intitulado “Transição alimentar sustentável em Portugal: uma avaliação da pegada das escolhas alimentares e das lacunas nas políticas de alimentação nacionais e locais”, assinado por investigadores da UA e da Global Footprint Network, apresenta conclusões relevantes sobre a insustentabilidade dos padrões alimentares dos portugueses e a ainda frágil estrutura de políticas públicas para inverter esta tendência. Para além de Sara Moreno Pires, também pela UA Armando Alves e Filipe Teles assinam o trabalho.

Consumo de peixe aumenta a pegada alimentar dos portugueses

Portugal é o terceiro maior consumidor de pescado do mundo, com cerca de 61,7 quilos consumidos por pessoa em 2017 e 60 por cento da biocapacidade para produzir esse pescado vem de outros países, sendo Espanha um dos parceiros comerciais mais evidente. A elevada intensidade da Pegada Ecológica de peixes como o atum, espadarte e bacalhau (não considerando a Pegada associada ao seu transporte) são outra evidência, que aliados à sua força cultural na alimentação portuguesa, salientam ainda mais o impacto elevado do consumo de peixe na Pegada Alimentar.

Além disso, o estudo identifica uma dependência da biocapacidade de países estrangeiros (como a Espanha, França, Brasil, ou mesmo a China) para produzir recursos alimentares, de modo a satisfazer a procura dos portugueses, sendo as categorias mais dependentes as de “pão e cereais” (em que se importa quase 90 por cento dos hectares globais necessários à sua produção), “açúcar, mel, doces, chocolate, etc.” (com um importação na ordem dos 80 por cento) ou “gorduras alimentares” (com cerca de 73 por cento).

Para além da esperada relação comercial com Países Europeus, o estudo aponta uma dependência de países como Uruguai (na carne), África Ocidental e Senegal (no peixe), EUA (no leite e produtos lácteos), Argentina, Canadá e Brasil (nas gorduras alimentares ou frutos), ou China (nos frutos e nos vegetais).

São necessários sistemas alimentares mais sustentáveis

“Urge mudar hábitos alimentares e ter tolerância zero quanto ao desperdício”, sublinha Sara Moreno Pires garantindo que “o papel das políticas públicas é igualmente crítico para promover sistemas alimentares mais sustentáveis, desde a produção agrícola, ao processamento, à distribuição, ao consumo ou ao reaproveitamento dos alimentos, e para envolver todos nesta mudança”.

Dada a relevância de se estruturar e apoiar a governação das cidades em torno de sistemas alimentares mais sustentáveis, por estas desempenharem um papel fundamental na promoção de padrões alimentares resilientes e economicamente prósperos, pela sua proximidade e interação com diversos atores, este estudo identifica um conjunto de pontos fortes e fracos nas políticas de alimentação em seis cidades portuguesas:  Almada, Bragança, Castelo Branco, Guimarães, Lagoa e Vila Nova de Gaia.

Como importantes contributos dos municípios, o estudo destaca a sensibilização da população para a Pegada Ecológica da alimentação através de Calculadoras Municipais da Pegada Ecológica disponíveis nos websites destas Câmaras Municipais, a promoção de hortas urbanas, hortas sociais e hortas pedagógicas, ou iniciativas inovadoras como o Banco de Terra em Guimarães, através da sua Incubadora de Base Rural, ou a investigação agroalimentar, promovida pelo Município de Castelo Branco em parceria com o CATAA – Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar.

O Município de Vila Nova de Gaia destaca-se por inúmeras ações importantes, desde a divulgação de infografias de sustentabilidade alimentar na plataforma de educação a todos os encarregados de educação, a ações de avaliação do desperdício alimentar nas escolas ou cadernos de encargos para o fornecimento de refeições escolares promotoras da sustentabilidade alimentar. Este município é ainda signatário do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana, um importante compromisso político assumido por muitos autarcas do mundo inteiro em 2015, para o desenvolvimento de sistemas alimentares baseados nos princípios da sustentabilidade e da justiça social.

Das principais fragilidades identificadas pelos investigadores, a falta de recursos humanos adequados e com conhecimento especializado para trabalharem estas temáticas (com grupos multidisciplinares de profissionais qualificados, de nutricionistas a engenheiros florestais e agrícolas) ou de estruturas municipais para a promoção integrada de uma política de alimentação, são alguns dos fatores mais críticos. Destacam-se ainda o frágil suporte a circuitos agroalimentares curtos, que aproximem os produtores dos consumidores e a produção alimentar periurbana às cidades; a falta de regulamentação que promova compras públicas sustentáveis e a redução do desperdício alimentar; a ainda frágil colaboração entre as autarquias e diferentes setores (produtores, escolas profissionais, terceiro setor, empresas), bem como a falta de um compromisso político forte orientado para políticas alimentares locais. A falta de estratégias alimentares municipais ou de políticas integradas dedicadas à alimentação saudável e sustentável é disso um exemplo.

O estudo mostra que é necessário e urgente investir em mais informação (que identifique e avalie os impactos das iniciativas locais), mais recursos humanos, bem como na capacidade dos governos locais para promoverem sistemas alimentares equitativos, resilientes e sustentáveis. A coordenação entre atores e políticas, sobretudo a nível intermunicipal, ou mesmo nacional (nomeadamente com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) é um passo necessário, bem como a sensibilização de todos os intervenientes na cadeia alimentar (da produção, ao processamento, distribuição, consumo e resíduos) para a mudança de comportamentos, de forma permitir um olhar renovado sobre como os sistemas alimentares se podem tornar mais sustentáveis em Portugal.

Entrevista
A Esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crónica incapacitante, à qual continua associado um grande

Estima-se que a Esquizofrenia afete 1% da população mundial e embora esta patologia não seja tão comum como outros transtornos mentais, os sintomas podem ser muito incapacitantes. Neste sentido começo por lhe perguntar em que consiste e quais os principais sintomas?

De todas as síndromes psiquiátricas, a esquizofrenia é talvez a mais difícil de descrever e de definir na sua globalidade.  A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crónica, sendo a perturbação psicótica mais comum e encontra-se entre as dez principais causas de incapacidade no conjunto de doenças de evolução prolongada. É uma doença mental complexa e heterogénea, que reflete alterações a nível do funcionamento cerebral, implicando mudanças a nível do pensamento, cognição, perceção, afeto e comportamento. 

Embora as causas não estejam ainda completamente esclarecidas, há algum consenso na literatura que atribui a esquizofrenia a uma interação de variáveis biológicas, psicológicas e culturais.

Como síndrome heterogénea, a esquizofrenia, tem uma apresentação clínica que envolve várias dimensões, por um lado sintomatologia dita “positiva” (ideias delirantes, alucinações, …) e por outro lado, sintomatologia “negativa” (embotamento afetivo, isolamento social, …). Podem igualmente estar presentes sintomas cognitivos, agressividade e impulsividade.

Os sintomas de esquizofrenia variam assim de pessoa para pessoa e ao longo da evolução da doença, ou seja, nem todas as pessoas com este diagnóstico apresentam os mesmos sintomas.

Qual a sua prevalência e a quais as faixas etárias mais acometidas por esta patologia? A partir de que idade pode ser diagnosticada?

A Esquizofrenia é uma doença de distribuição mundial de baixa incidência (número de novos casos por anos) mas de elevada prevalência (casos numa população num determinado momento).

A maioria dos estudos estima uma prevalência entre 2,7-7,0 por 1000 habitantes e incidências anuais correspondem entre 0,16 a 1 por 1000 habitantes. É mais frequente no sexo masculino com uma relação de 3:1.

Em termos globais pode-se dizer que afeta 1% da população.

A Esquizofrenia pode aparecer em qualquer idade. Contudo, na maioria dos casos, o início ocorre no final da adolescência, entre os 18 e os 25 anos nos homens e no fim da segunda década nas mulheres. Estima-se que até 10% das mulheres pode haver um início mais tardio, após 40 anos de idade, com sintomas mais negativos e menor hipótese de recuperação completa.

Sabendo que existem alguns sintomas precoces associados a esta doença quais os sinais de alerta?

Como referido, os sintomas e o modo de apresentação variam de pessoa para pessoa, sendo muito difícil prever quem vai ter a doença. Alguns sinais inespecíficos, que também podem estar presentes noutras patologias psiquiátricas, como a sensação de estar a ser observado, o isolamento social, comportamento inadequado ou bizarro, deterioração da performance académica ou profissional, descuido no autocuidado, por exemplo, podem ser indicadores precoces.

Sei que existem diferentes tipos de esquizofrenia. Que tipos são estes e como se caracterizam? Qual ou quais as formas mais graves da doença?

A Classificação Internacional de Doenças 10 (CID10) descreve diferentes tipos de esquizofrenia - paranóide, hebefrénica ou desorganizada, catatónica, indiferenciada, residual e simples.

A esquizofrenia paranóide é a mais frequente. Habitualmente cursa com ideação delirante bem sistematizada e de conteúdo persecutório. Comparativamente a outros subtipos o prognóstico é relativamente favorável com preservação da personalidade.

A esquizofrenia desorganizada ou hebefrénica tem normalmente um início mais precoce e pior prognóstico. O pensamento é desorganizado com afrouxamento associativo e os sintomas negativos como o embotamento afetivo e isolamento social, surgem mais precocemente.

A esquizofrenia catatónica é atualmente pouco frequente na Europa e América do Norte e carateriza-se por uma alternância entre a excitação e agitação psicomotora, agressividade e violência, estupor e mutismo.

A esquizofrenia simples tem um início insidioso e prognóstico pobre. Os sintomas negativos desenvolvem-se sem manifestações de sintomatologia “produtiva” evidente e há um marcado comportamento estranho, isolamento social e declínio do funcionamento laboral ou académico. No entanto, neste subtipo de esquizofrenia, os delírios e alucinações são pouco marcados.

Considera-se que existe um quadro de esquizofrenia residual quando a clínica progrediu de 1 ou mais episódios psicóticos para um quadro em que predominam os sintomas negativos. O diagnóstico requer um ano de sintomas negativos sem recorrência de sintomas positivos proeminentes.

Por fim, na esquizofrenia indiferenciada enquadram-se os doentes que não cumprem critérios para os referidos subtipos de esquizofrenia.

Quais os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desta doença?

A Esquizofrenia é uma patologia multifatorial, embora se desconheça a causa exata.

É consensual que os fatores genéticos são importantes, uma vez que há alterações no desenvolvimento de esquizofrenia e história familiar positiva, alterações no neurodesenvolvimento que de alguma forma modifiquem o desequilíbrio da neurotransmissão no cérebro e um papel importante do meio ambiente a que estamos expostos nomeadamente: parto traumático, complicações durante a gravidez e infeções virais.

Outros fatores ambientais como o stress e o abuso de substâncias químicas (em particular alucinogénios e canabinóides), parecem desempenhar igualmente um papel importante.

Sem cura, para que está indicado o tratamento e em que consiste (que medicamentos são utilizados)?

 A Esquizofrenia é uma doença crónica. Não é curável, mas tem tratamento.

O tratamento farmacológico passa pela utilização de psicofármacos, incluindo antipsicóticos – que atuam essencialmente num neurotransmissor (mensageiro químico chamado dopamina), cujo excesso provoca os sintomas positivos como o delírio, alucinações e comportamento desorganizado – levando consequentemente a uma remissão destes sintomas.

A abordagem terapêutica deverá ser multidisciplinar incluindo, por exemplo, para além do tratamento psicofarmacológico, estimulação social, psicoterapêutica e ocupacional.

De que modo a doença condiciona o dia-a-dia do doente? É possível manter uma rotina profissional?

Algumas perturbações psiquiátricas, e esta em particular, pode ser extremamente incapacitante a nível pessoal, familiar e social. Os doentes esquizofrénicos, infelizmente, são expostos a diversas formas de preconceito e têm que enfrentar o estigma associado à sua doença.

Embora possam existir limitações nas capacidades sociais e cognitivas ou dificuldades em manutenção do emprego, a interação social positiva aumenta a capacidade dos indivíduos para se adaptarem e enfrentarem os desafios do quotidiano.

Existem associações e diversas estruturas sociais para apoiar estas pessoas.

Em termos sociais, quais as principais dificuldades / barreiras que se apresentam a estes doentes?

Os doentes com esquizofrenia podem ter um funcionamento social comprometido com dificuldade em manter conversação, expressar necessidades e sentimentos, que se agravam em períodos de descompensação de sintomatologia psicótica, alterando a sua perceção da realidade. As relações interpessoais e o ajustamento a várias situações sociais nomeadamente no trabalho, podem ser afetadas.

Qual o seu peso para as famílias?

Os familiares e amigos podem oferecer suporte emocional, encorajar a ida a consultas e a toma assídua da terapêutica, tendo um papel importante na recuperação dos doentes.

Embora a doença possa ser disruptiva em termos familiares e pessoais, felizmente hoje em dia com o tratamento correto e o seguimento devido, é possível ter uma vida estabilizada.

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Dia Mundial da Diabetes
A propósito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de novembro, em conjunto com a International Diabetes Federation ...

Cuidar na diabetes já é, por si, um desafio para os enfermeiros e é sabido que as pessoas com diabetes fazem parte dos grupos de risco de complicações em caso de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, o que aumenta a complexidade do tratamento e maior necessidade de acesso aos cuidados e à informação. As pessoas com diabetes, para correrem menos riscos, necessitam de assegurar um bom controlo da doença. Com a nova evolução dos casos associados à COVID-19, é urgente encontrar soluções para que às pessoas com diabetes não falte um acompanhamento continuado.

“As pessoas com diabetes não podem ficar esquecidas, precisam de ser apoiadas para conseguirem uma boa compensação da sua diabetes e assim evitar complicações em caso de infeção pelo novo coronavírus. Neste momento, mais do que assinalar uma efeméride, temos de garantir que todas as pessoas com diabetes estão salvaguardadas. Os enfermeiros desempenham aqui um papel fundamental, pois são o paradigma do apoiar, do cuidar e da educação terapêutica.”, afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

A associação esclarece que na diabetes, a educação e a prestação de cuidados de saúde são indissociáveis e, que neste momento, é necessário a existência de uma rede de apoio de proximidade e de fácil acesso. Recorde-se que a APDP, com a declaração do primeiro estado de emergência, criou uma linha de apoio telefónico (213816161) à qual todas as pessoas com diabetes podem recorrer para esclarecimentos e orientações. Esta linha é assegurada por enfermeiros especialistas da APDP.

2020 foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como o ano internacional dos enfermeiros, devido à importância da profissão. Lurdes Serrabulho, coordenadora de Enfermagem e Formação da APDP, menciona que “os enfermeiros representam 59% dos profissionais de saúde em todo o mundo e têm estado na linha da frente na luta contra a pandemia da COVID-19. Os enfermeiros desempenham um papel fundamental nos cuidados, no apoio, na educação, na relação terapêutica e na capacitação da pessoa com diabetes, como agentes facilitadores de mudanças de comportamento e adoção de estilos de vida saudável, especialmente durante este período”.

 

Tumores
Os tumores neuroendócrinos são raros e podem formar-se em qualquer parte do corpo.

Os tumores neuroendócrinos são tumores com origem nas células neuroendócrinas (isto é, células que apresentam algumas características comuns às células nervosas, e outras típicas das células endócrinas, que têm capacidade de produzir hormonas), que existem em múltiplos locais. Tal como acontece com outros tipos tumores, eles surgem quando uma das células normais sofre alterações que lhe permitem escapar aos mecanismos de controlo do organismo, começando a dividir-se de forma desregulada, dando origem ao tumor. De acordo com a coordenadora do Grupo Multidisciplinar de Tumores Neuroendócrinos, do IPO de Coimbra, Raquel Martins, apesar de não se saber ao certo o que está na sua origem, “conhecem-se algumas situações que aumentam o risco do seu aparecimento e que estão presentes numa minoria dos casos”. São elas alterações genéticas e algumas doenças inflamatórias que atingem alguns órgãos, nomeadamente o estômago.

Apesar de puderem surgir em qualquer parte do corpo, são mais frequentes no estômago, intestino, pulmão e pâncreas.

Dada a sua complexidade, os sintomas podem ser inespecíficos ou surgirem já em fases avançadas da doença. Dor, cansaço ou perda de peso podem ser sinais de alerta. Segundo a endocrinologista, muitos destes tumores “crescem de forma indolente, sem se associarem a sintomas durante muito tempo, até anos, pelo que podem ser diagnosticados apenas numa fase avançada, em que além do tumor inicial já existem múltiplas metástases, impedindo, frequentemente, o tratamento curativo (embora permaneçam disponíveis vários tratamentos para controlar a doença) ”.

Outros produzem hormonas que dão origem a sintomas, que se tornam mais intensos à medida que o tumor ou as suas metástases crescem, como a diarreia, azia ou rubor facial.

Poucos são aqueles que se comportam de forma mais agressiva e “mais semelhante aos cancros mais comuns” e que apresentam como sintomas o emagrecimento súbito e inexplicado. “Contudo, como crescem de forma muito rápida, os doentes comummente já apresentam doença extensa quando são diagnosticados”, explica a especialista.

Para além da dor, as principais complicações estão associadas à produção desregulada de hormonas e dependem do órgão onde o tumor ou tumores, designados de funcionantes, se encontram localizados.

Terapêutica farmacológica utilizada para controlar produção de hormonas

O tratamento dos tumores neuroendócrinos depende de múltiplos fatores como as suas características - o tipo de tumor, se produz ou não hormonas - a localização e presença de metástases. “Sendo (estes) heterogéneos e relativamente raros, o seu tratamento deverá ser decidido, idealmente, em reuniões que estejam presentes as várias especialidades médicas envolvidas na sua orientação, em centros com experiência”, começa por dizer a especialista do IPO de Coimbra.

Entre as várias opções terapêuticas disponíveis estão a cirurgia, a terapêutica farmacológica, os tratamentos de medicina nuclear, as técnicas ablativas por radiologia de intervenção ou a radioterapia.

“A terapêutica farmacológica é utilizada para controlo do crescimento tumoral nas situações em que os tumores são irressecáveis – isto é, quando não é possível remover toda a doença através da cirurgia”, esclarece Raquel Martins. Esta é também a opção utilizada “para controlar a produção de hormonas pelo tumor (e deste modo, melhorar os sintomas do doente) nas situações de neoplasias funcionantes.

“Os análogos da somatostatina são fármacos que imitam a somatostatina, uma das hormonas do nosso organismo que tem como função controlar a libertação de outras hormonas”, explica adiantando que estes além de diminuírem a secreção de hormonas nos tumores funcionantes, permitem controlar o crescimento dos tumores. “Como são muito bem tolerados, são habitualmente a primeira opção terapêutica a considerar nos tumores neuroendócrinos bem diferenciados irressecáveis”, refere.

Segundo a especialista os tipos de análogos de somatostatina mais utilizados são a lanreotida e o octreoctido, “habitualmente administrados de 28 em 28 dias, através de uma injeção subcutânea ou intramuscular, respetivamente”, em regime hospitalar. A novidade é que a lanreotida é agora administrada através de uma nova seringa pré-carregada, “mais ergonómica, que torna mais simples o manuseamento e mais cómoda a aplicação do fármaco, garantindo maior eficiência na sua utilização”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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