Sintomas e tratamento
Nos últimos anos tem havido uma maior aposta na investigação do cancro do pâncreas de forma a promov

Sintomas e sinais de alerta

Muitas vezes, o cancro do pâncreas não causa sintomas nas fases iniciais. Quando se tem sintomas, que são causados geralmente pela relação do pâncreas com outros órgãos do aparelho digestivo, podem ser:

  • Icterícia (pele ou olhos amarelados);
  • Mudança de cor na urina (pode ficar cor de laranja ou cor de chá) ou nas fezes (amarelas, avermelhadas, acinzentadas ou esbranquiçadas);
  • Dor no abdómen ou em redor;
  • Inchaço ou sensação de plenitude;
  • Náuseas, vómitos ou indigestão;
  • Fadiga;
  • Falta de apetite ou perda de peso inexplicável
  • Diabetes de início súbito ou súbita mudança no controlo de açúcar no sangue em diabéticos;
  • Vesícula biliar dilatada.

Nota: apresentar um ou mais desses sintomas não significa que tenha um cancro pancreático. No entanto, é importante discutir quaisquer sintomas com o seu médico, uma vez que podem indicar outros problemas de saúde.

Como prevenir o cancro do pâncreas

Apenas 5-10% dos cancros pancreáticos são devidos a causas genéticas. Os restantes devem-se a causas ambientais. Os principais fatores de risco são o tabaco e os relacionados com hábitos alimentares (obesidade, ingestão de carnes vermelhas, deficit de ingestão de frutas e legumes, diabetes e ingestão alcoólica. Assim, os métodos de prevenção aconselhados são:

  • Adotar um estilo de vida saudável, que inclui uma dieta adequada e a prática de exercício físico;
  • Manter um peso saudável;
  • Não fumar ou deixar de fumar.

Não existe ainda um método de rastreio específico para o cancro no pâncreas. No entanto, podem ser efetuados, em contexto de check-up regular alguns exames de deteção precoce, tais como:

  • Ecografia abdominal;
  • TAC ou ressonância magnética.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco do cancro do pâncreas são:

  • Tabagismo: os fumadores têm 2-3 vezes mais probabilidades de desenvolver cancro do pâncreas;
  • Idade: risco maior para pessoas acima dos 50 anos;
  • História familiar: algumas pesquisas mostram que cerca de 10% dos cancros pancreáticos são causados por alterações genéticas hereditárias;
  • Obesidade: as pessoas com excesso de peso e um índice de massa corporal (IMC) superior a 30 são mais propensos;
  • Pancreatite crónica;
  • Diabetes de início repentino ou mudanças bruscas de controlo de açúcar no sangue em diabéticos.

Nota: nem todas as pessoas com fatores de risco desenvolvem cancro do pâncreas. No entanto, é uma boa ideia discutir os fatores de risco com o seu médico.

Equipa experiente é decisiva no tratamento. A cirurgia do pâncreas só deve realizada em centros especializados, nomeadamente com experiência em cirurgia hepato-bilio-pancreática e capacidade de reconstrução vascular, por vezes necessária neste tipo de doentes.

Tratamento

A ressecção cirúrgica representa atualmente a única opção terapêutica potencialmente curativa para o cancro do pâncreas, com uma sobrevivência aos cinco anos, para os doentes submetidos a ressecção de aproximadamente 20%. No entanto, na altura do diagnóstico apenas 15-20% dos tumores são considerados ressecáveis.

O cancro pancreático sem metástases à distância pode ser dividido em 3 categorias; ressecável, ressecável borderline ou localmente avançado (irressecável) de acordo com a extensão local da doença. Apesar desta classificação ter implicações terapêuticas a decisão da ressecabilidade depende da experiência do cirurgião e da técnica cirúrgica. Por exemplo, em centros especializados, os tumores borderline ressecáveis, ou seja, tumores sem metástases à distância, mas com envolvimento venoso, podem ser ressecados em bloco com ressecção dessas veias e reconstrução vascular.

O tipo de cirurgia depende da localização do tumor e inclui: ressecção do corpo e cauda com esplenectomia para os tumores localizados no corpo e cauda Duodenopancreatectomia cefálica (ressecção Whipple) para os tumores da cabeça.

Nos tumores multifocais está indicada a pancreatectomia total.

A linfadenectomia padrão deve implicar a excisão ≥15 gânglios linfáticos para um adequado estadiamento patológico. A linfadenectomia alargada, não está indicada pois a sobrevivência é semelhante e aumenta a morbilidade.

A cirurgia minimamente invasiva tem sido utilizada em alguns centros. Para os tumores distais a pancreatectomia corpo-caudal laparoscopica parece não ter resultados inferiores em termos de sobrevida com vantagem em tempos de internamento e inicio da dieta oral. Pelo contrário, a dudenopancreatectomia laparoscópica é extraordinariamente exigente pelo que a sua utilização permanece não recomendável.

A mortalidade, tempo de internamento, estado das margens, sobrevida e custos estão intimamente relacionados com o volume, pelo que a duodenopancreatectomia cefálica só esta recomendada em centros especializados que realizem pelo menos mais de 15 a 20 ressecções pancreáticas por ano

Nos últimos anos tem havido uma maior aposta na investigação do cancro do pâncreas de forma a promover a melhoria na qualidade de vida dos doentes e aumentar o leque de opções de tratamento. Se o cancro for operável, a intervenção é realizada com o objetivo de remover o tumor completamente. A quimioterapia após a cirurgia (adjuvante) é um tratamento que permite elevar as probabilidades de cura. Por outro lado, através da combinação de vários fármacos tem sido possível aumentar o tempo de vida dos doentes com cancro de pâncreas inoperável, destruindo as células que se dividem de forma descontrolada e muito rapidamente. Em alguns casos, é ainda possível reduzir o tamanho do tumor tornando-o operável, após tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Noutros casos, é possível retardar a evolução do cancro do pâncreas, atrasando o aparecimento de sintomas da doença, preservando a qualidade de vida e aumentando a sobrevivência. Foram recentemente identificados diversos tipos de cancro do pâncreas que no futuro poderão ter formas de tratamento muito diferentes, pelo que a investigação clínica é crucial e têm surgido novos tratamentos que podem mudar, pouco a pouco, o panorama desta doença.


Autor: 
Professor Rui Maio - cirurgião-geral
Diretor Clínico do Hospital da Luz Lisboa
Coordenador do Centro do Cancro do Pâncreas do Hospital da Luz Lisboa
Diretor do Centro de Referência Nacional para o tratamento do cancro do pâncreas do Hospital Beatriz Ângelo

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doente com AVC
Uma equipa do Serviço de Neurocirurgia, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) procedeu, no passado sábado, dia...

A cirurgia foi efetuada num doente do género masculino, de 56 anos de idade, vítima de um AVC hemorrágico, que se estendia ao espaço intraventricular.

De acordo com a explicação da equipa, “o cateter é introduzido dentro do ventrículo, favorecendo assim uma drenagem mais completa e reduzindo a possibilidade de bloqueio do cateter, permitindo ainda uma monitorização contínua da pressão intracraniana, tudo apenas num único sistema.”

Referem ainda que “depois de efetuada a cirurgia, este tipo de doentes, tem necessidade absoluta de cuidados neurocríticos, razão pela qual o doente ficou internado no Serviço de Medicina Intensiva do CHUC, onde continua o seu tratamento.”

“Com este novo dispositivo, implantado pela primeira vez no CHUC e em Portugal, esperamos poder contribuir para melhorar significativamente os resultados do tratamento desta grave patologia, que tem uma mortalidade superior a 50%, aos 30 dias”, complementam.

O dispositivo, refere o Centro Hospitalar, “foi aprovado no ano passado, 2019, tanto pela União Europeia, como pela FDA dos Estados Unidos da América”.

 

Relatório
Os custos das empresas com planos de saúde devem aumentar em Portugal cerca de 3% em termos brutos, traduzindo-se num...

Segundo o mais recente relatório, esta é uma tendência a nível mundial, com a taxa de aumento dos custos com planos de saúde a alcançar, previsivelmente, os 7,2% em 2021, revelando um abrandamento face a 2020 – ano em que se alcançou 8,0% – que acaba por acompanhar a redução do crescimento da inflação, que deverá atingir 2,2%.

Apesar da previsão de aumento dos custos, derivados quer de patologias agravadas por estilos de vida pouco saudáveis (baixos níveis de prevenção/deteção precoce, pobre gestão de stress), quer pela crescente prevalência de doenças crónicas (no top de patologias com maior impacto nos custos com saúde em Portugal temos doenças cardiovasculares, patologias de foro oncológico e diabetes), este abrandamento do ciclo de crescimento dos custos, leva a que o impacto que as empresas irão sentir no investimento em planos de saúde em 2021 seja o mais baixo alguma vez registado.

Realidade que pode ser justificada, segundo Rita Silva, Senior Associate da Aon Portugal na área de Health Solutions, “pelo ajustamento dos prémios de seguro, por parte do mercado, à redução do consumo verificado em consequência das medidas de confinamento que implicaram a restrição de circulação de pessoas e o encerramento de alguns estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde (além do receio que algumas pessoas sentiram em regressar a estes espaços, pela perceção de tinham de um maior risco de contágio). Porém, as empresas preveem que a utilização destes planos retome os seus níveis normais no próximo ano, acompanhando a gradual retoma das atividades económicas. Estamos, por isso, conscientes de que se trata apenas de um efeito de desfasamento até com potencial agravamento: diagnósticos que não foram feitos atempadamente, tratamentos que foram adiados, intervenções menos urgentes que ficaram em stand by e que, inevitavelmente, terão impacto no aumento dos custos em saúde no futuro”.

Quando analisadas as tendências por região, a América do Norte surge como a única área do globo a registar um aumento efetivo dos custos com planos de saúde, de 6,4% para 7%. Já a Europa, assim como a região do Médio Oriente e África, irão diminuir a curva de crescimento destes custos para 5,5% e 12%, respetivamente, apesar da diferença entre estes e o nível de inflação vir a aumentar por subidas de tributação e custos adicionais de resposta à atual pandemia.

O 2021 Global Medical Trend Rates Report apresenta também um conjunto de tendências ao nível dos planos de saúde empresariais, desde logo as coberturas destes planos ou os elementos que representam uma maior fatia dos custos totais com saúde. No primeiro caso, este relatório revela que os planos de saúde que as empresas disponibilizam aos seus colaboradores incluem, em 88% dos casos, cobertura ao nível da hospitalização, seguida por cobertura de serviços de medicina de ambulatório ou cobertura de medicamentos com prescrição médica, estando estes presentes em 84% e 75% do total de planos de saúde. De realçar também que os principais fatores com impacto nos custos dos planos de saúde privados, em Portugal, são situações de Internamento, consultas e exames complementares de diagnóstico, estomatologia e fisioterapia. O que, em parte, difere do que se observa na restante região da Europa, onde o investimento em serviços de prevenção surge já como um dos principais triggers dos gastos com saúde.

Em relação aos custos de saúde associados a cada patologia, a edição deste ano do Global Medical Trend Rates Report destaca a subida da representatividade das condições cardiovasculares e de pressão arterial elevada ou hipertensão nestas despesas, passando de, respetivamente, 68% e 55% dos inquiridos em 2020 a afirmarem o contributo destas doenças para os custos finais com planos de saúde, para 71% e 58% em 2021. Destaque ainda para a região da Europa que coloca neste top 5 a saúde mental, com 45% das empresas europeias a salientar a relevância desta condição.

Já no que respeita aos principais fatores de risco para a saúde dos colaboradores e, consequentemente, para os custos das empresas com planos de saúde, a incorreta gestão do stress destaca-se com uma subida de 9% a nível mundial e 11% a nível europeu: 47% empresas a nível mundial, e 70% a nível europeu, preveem que este fator seja decisivo na aumento de custos em saúde, sendo ainda os elevados níveis de pressão arterial o risco mais preocupante para 81% das empresas a nível mundial, uma vez que aumentam a probabilidade de ocorrência de Acidentes Vasculares Cerebrais ou Enfartes Agudos do Miocárdio, duas das principais causas de morte e/ou incapacidade da atualidade.

De forma a mitigar um cenário de aumento dos custos em saúde, são cada vez mais as empresas que adotam estratégias de promoção da saúde e bem-estar dos seus colaboradores. De acordo com o estudo, estes programas centram-se, na sua maioria, em estratégias de deteção (90%), sensibilização (79%) e intervenções ao nível do bem-estar (78%). No que concerne às medidas adotadas, 87% das empresas inquiridas afirma realizar check-ups físicos regulares aos colaboradores, seguidas de 75% de empresas que utilizam ferramentas de comunicação para sensibilizar para hábitos de saúde e bem-estar, e de 67% que realizam diagnósticos à visão e atividades físicas. Em Portugal, no top 3 de estratégias de mitigação dos custos em saúde encontramos também a implementação de planos de benefícios flexíveis como forma de otimizar o investimento total em benefícios.

Conferência de imprensa
Marta Temido relembrou, na conferência de imprensa de atualização de dados da pandemia em Portugal, que o novo coronavírus não...

A ministra da Saúde destacou as idades dos doentes de Covid-19 que estão internados: “4% têm menos de 40 anos, 33% entre os 40 e os 60 anos e 63% de pessoas com mais de 70 anos”. E frisou que “mais de 1.000 pessoas infetadas nas últimas 24 horas no país têm entre 40 a 49 anos”.

“Referimos estes dados para que todos percebam com clareza que não são só as pessoas que contraem a doença numa idade mais avançada que originam situações de internamento”, salientou.

A governante acrescentou ainda que a “preocupação neste momento é exatamente a elevada incidência com que a doença está a tocar o país”.

Segundo a ministra, “o risco de transmissão parece estar a baixar muito ligeiramente, o que é um sinal encorajador e que nos deve levar a continuar a fazer esforços no sentido de continuar a quebrar cadeias de transmissão e a adotar os comportamentos corretos. Mas não podemos deixar que o risco de transmissão, o RT, estabilize a um nível de novos casos diários que seja da ordem destes números que temos tido”, concluiu.

Vacina contra a Covid-19 pode chegar em janeiro a Portugal

Sobre a distribuição de uma vacina contra a Covid-19 em Portugal, Marta Temido esclareceu que o processo decorre no quadro da União Europeia, através do Infarmed, e que segundo os calendários de distribuição a nível comunitário, a vacina poderá chegar em janeiro a Portugal.

Marta Temido afirmou ainda, citada pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde,  que o Governo pretende estar preparado para, logo que as vacinas contra a Covid-19 possam ser comercializadas, ter a distribuição dessas vacinas a funcionar.

 

Projeto em desenvolvimento
Investigadores portugueses conseguem diminuir em 50% a reatividade alérgica dos peixes. Com este projeto de investigação – o...

O projeto Allyfish, desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade do Algarve, é o vencedor da distinção Born from Knowledge (BfK), atribuída pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito dos Food & Nutrition Awards. A investigação em desenvolvimento visa reduzir o potencial alergénio do peixe, considerado o terceiro alimento mais alergénico, provocando reações alérgicas a 2% a 5% da população mundial adulta com especial incidência em crianças e jovens, nos quais esta percentagem ronda os 6%.

A ANI considerou o projeto como o melhor candidato de base científica e tecnológica a concurso nos Food & Nutrition Awards, o que lhe valeu o troféu “Árvore do Conhecimento”.

O projeto Allyfish, desenvolvido pelos investigadores Pedro Rodrigues, Cláudia Raposo e Denise Schrama, faz uma abordagem multidisciplinar à alergia ao peixe, desde a produção ao consumidor final, fundamentando-se na caraterização dos alérgenos deste alimento e na redução do potencial alergénico do mesmo.

As alergias alimentares podem ser desencadeadas por qualquer alimento, ainda que os mais frequentes sejam nozes, amendoins, marisco, peixe, leite, ovos, trigo e grãos de soja. Normalmente, os sintomas variam de acordo com a idade, podendo incluir erupções cutâneas, sibilos, corrimento nasal e, ocasionalmente, reações mais graves como as anafiláticas, que podem ser fatais.

Segundo os investigadores, “a cronicidade, prevalência e o potencial de fatalidade da alergia alimentar, fazem da mesma um grave problema socioeconómico”. Em contrapartida, “o peixe é cada vez mais visto como uma fonte de proteína saudável e de elevado valor nutricional, sendo a aquacultura uma das indústrias com maior taxa de crescimento a nível mundial”.

O principal alérgeno do peixe, responsável por cerca de 95% das reações alérgicas em humanos, é uma proteína presente no seu músculo denominada de b-parvalbumina. Por conseguinte, “existem estudos que apontam que, uma redução da concentração desta proteína no músculo do peixe, está diretamente relacionada com uma diminuição da reação alérgica. Este caso está, por exemplo, documentado no atum, em que pacientes alérgicos a esta espécie fresca, não têm o mesmo tipo de reação quando consomem atum enlatado onde a concentração do agente alergénico se encontra reduzida”.

Utilizando a Dourada e o Robalo, devido não só à sua importância económica na Península Ibérica, mas também ao vasto conhecimento do seu processo produtivo, os investigadores começaram por enriquecer as dietas destas espécies com moléculas específicas quelantes de cálcio como o EDTA (ácido etileno-diamino-tetraacético), de modo a induzir a apo-forma da b-parvalbumina, bem como moléculas como a creatina, cujo alvo seja a redução da concentração da b-parvalbumina no músculo dos peixes.

A metodologia envolveu todo o processo de produção dos peixes, desde a formulação de dietas, ensaios de crescimento, teste do bem-estar dos animais, da qualidade do seu músculo e da concentração da b-parvalbumina, e, por fim, teste da reação alérgica através de um ensaio IgE, realizado no Luxemburg Institute of Health, utilizando soro de pacientes alérgicos a peixe.

“Até à data, foi conseguida uma redução em cerca de 50% da reatividade alérgica, utilizando dietas enriquecidas com 3% de EDTA, documentada por uma publicação científica em 2019 e cujo procedimento foi alvo de um pedido provisório de patente”, rematam os investigadores.

Webinar
Face à evolução da pandemia de COVID-19 e a necessidade de os doentes estarem preparados e informados sobre as suas patologias,...

“O curso clínico nas SMD é variável, mas a maioria dos doentes vem a necessitar de suporte transfusional e de fatores de crescimento. Os internamentos, particularmente dos mais idosos, são frequentes, geralmente por complicações infeciosas. Desta forma, para evitar dificuldades e hospitalizações, o reconhecimento dos sinais de agravamento de infeção e o tratamento precoce dos mesmos são essenciais. Este webinar é assim mais uma oportunidade para que estes doentes possam ver as suas dúvidas respondidas e interagir com profissionais de saúde sem riscos” afirma Manuel Abecasis, Presidente da APCL.

Este webinar, moderado pelo jornalista Paulo Farinha, vai abordar as diversas Síndromes Mielodisplásicas, os tratamentos disponíveis e as novas perspetivas relacionadas com esta doença.  A sessão contará ainda com a participação de Emília Cortesão, do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Francesca Pierdomenico, hematologista clínica no Instituto Português de Oncologia em Lisboa, e António Almeida, especialista em Hematologia Clínica no Hospital da Luz em Lisboa.

“A informação é a melhor defesa em relação às SMD. Afinal, falamos de síndromes em que cerca de 40% dos doentes evolui para leucemia mieloblástica aguda, geralmente com má resposta à terapêutica.” reforça ainda Manuel Abecasis.

A associação esclarece que esta sessão faz parte do leque de iniciativas de educação que tem vindo a promover em formato digital devido à pandemia da COVID-19. Esta sessão é de inscrição gratuita e conta ainda com um espaço para perguntas e respostas, nas quais os doentes poderão esclarecer as suas questões e interagir com os médicos convidados sobre este tema.

 

Ciências ULisboa e ANCI pretendem realizar testes semanais durante quatro meses
A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), através do seu Centro de Testes (CT), e em parceria com a...

O programa pretende chegar a 200 famílias a nível nacional, prevendo-se a realização de 13 600 testes em cerca de 800 pessoas. Os testes semanais durante quatro meses visam detetar casos desta doença no seio das famílias, procurando promover uma resposta médica e social atempada e prevenir a transmissão dentro destes grupos altamente vulneráveis. Também estão previstos questionários epidemiológicos e de satisfação.

As famílias encontram-se a ser identificadas pela ANCI e outros parceiros sociais, com base na vulnerabilidade e vontade de participação. “Famílias Seguras – Cuidar de Quem Cuida” tem como principal objetivo proteger cuidadores informais, pessoas cuidadas e seus familiares em convivência direta num período extraordinariamente desafiante. O rastreio poderá ser estendido a mais pessoas e prolongar-se por mais tempo caso se obtenham os apoios financeiros necessários.

“Não podemos ficar indiferentes, temos de agir. Com esta iniciativa colocamos a nossa capacidade de inovação e o nosso melhor espírito colaborativo ao serviço desta população tão vulnerável, tão pouco visível, mas essencial”, diz Luís Carriço, diretor da Ciências ULisboa.

Sílvia Artilheiro Alves, presidente da ANCI, acredita que “a inclusão dos cuidadores informais neste projeto trará benefícios aos próprios cuidadores e respetivos agregados familiares, uma vez que o programa pretende realizar testes semanais de rastreio à SARS-CoV-2; mas também trará benefícios a todos os outros cuidadores, no sentido do reconhecimento, possibilitando uma sensação de confiança e segurança, tendo em conta a vigilância ativa do programa”, acrescentando ainda que “os resultados serão proveitosos para a comunidade científica e futuros programas governativos”.

Ricardo Dias, investigador da Ciências ULisboa e responsável pelo CT Ciências ULisboa, considera que “este é um excelente exemplo de cooperação entre a academia, a sociedade civil, o tecido empresarial e as instituições do Estado, para encontrar uma rápida solução para este problema emergente”, acrescentando que “temos o dever de cuidar de quem cuida”. Ricardo Dias deixa ainda o apelo à sociedade civil: “junte-se a esta causa!”.

Estima-se que existam cerca de 1,4 milhões de cuidadores informais atualmente em Portugal, um número que quase duplicou durante a pandemia, segundo uma estimativa apresentada pela Eurocarers no Encontro Nacional de Cuidadores Informais, promovido pela ANCI. Destes, cerca de 240 mil são cuidadores a tempo inteiro.

Durante a pandemia, a diminuição da resposta social e a dificuldade no acesso a cuidados de saúde veio agravar a sobrecarga e o número de cuidadores informais por todo o país. Muitas das pessoas cuidadas — crianças, jovens adultos, ou idosos — pertencem a grupos de risco para a COVID-19 devido a doença crónica, deficiência, necessidade de cuidados continuados, ou à idade. Também os próprios cuidadores, muitos deles com idade superior a 65 anos, estão expostos a maior risco. Isto coloca o grupo dos cuidadores informais numa posição particularmente vulnerável, quer a nível de desgaste físico e psicológico, quer a nível de desigualdades sociais.

Falar sobre DPOC
Em Portugal, estima-se que cerca de 14% da população acima dos 40 anos sofra de doença pulmonar obst

Dispneia, tosse e expetoração são os principais sintomas de doença respiratória crónica. Um problema que afeta cerca de 800 mil portugueses e está associado a complicações graves que conduzem a perda de qualidade de vida ou morte prematura.

Tratando-se de uma doença progressiva, cujos sintomas se instalam de forma insidiosa, estima-se que o subdiagnóstico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica seja elevado. De acordo com Ana Sofia Oliveira, Assistente Hospitalar Graduada de Pneumologia e Membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, estima-se que apenas 1% destes doentes sabe que tem a doença.

“A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença respiratória progressiva, que resulta da obstrução das vias aéreas, ou seja, da dificuldade na passagem do ar pelas vias respiratórias”, começa por explicar a pneumologista adiantando que, o facto de os seus sintomas se irem “instalando lenta e progressivamente, levando o doente a adaptar-se no seu estilo de vida”, pode conduzir à sua desvalorização.

“A dispneia, ou falta de ar, ocorre inicialmente para grandes esforços e progressivamente para esforços cada vez menores. Frequentemente presente nestes doentes, estão também a tosse e a expetoração de predomínio matinal”, acrescenta.

Quanto às causas, a especialista sublinha que embora o consumo do tabaco seja o principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC e seu agravamento, há outros fatores importantes a ter em consideração. “Cerca de 85%-90% de todos os casos de DPOC ocorrem devido ao tabaco. Fumadores ativos, ex-fumadores ou fumadores passivos, têm um risco acrescido de ter esta doença”, explica. No entanto, “a poluição atmosférica e ambiental ou a exposição ocupacional” são apontados como importantes fatores desencadeantes.

“É reconhecido o papel da poluição ambiental no aumento do risco da doença, sobretudo nas áreas urbanas, onde as altas concentrações de gases têm sido responsabilizadas não só pelo desenvolvimento da doença como por agudizações da mesma”, afirma a especialista.

Os dados demonstram aliás que cerca de 81 mil pessoas morrem prematuramente em Portugal, todos os anos, devido à exposição a poluentes, sendo a maioria das mortes causadas por partículas provenientes dos motores de combustão.

Considerada uma das principais causas de morbilidade e de mortalidade na população adulta de todo o mundo – a DPOC é responsável por cerca de 3 milhões de mortes por ano -, é extremamente importante que o diagnóstico desta doença seja feito precocemente.

“O diagnóstico da DPOC é efetuado por um teste respiratório simples que se chama espirometria. Este exame permite não só diagnosticar a doença como avaliar a gravidade da mesma, podendo detetar os casos ligeiros, moderados ou graves”, explica acrescentando que, embora, esta patologia não tenha cura, o seu tratamento permite melhorar os sintomas, reduzir e impedir complicações ou agudizações, o que contribui para uma melhor qualidade de vida destes doentes.

Ainda assim, a especialista alerta que é essencial melhorar o acesso aos cuidados de saúde, facilitando a realização de espirometrias. Por outro lado, admite ser necessário ainda a “ampliação das estruturas dedicadas à reabilitação dos doentes” e “o aumento da dinâmica entre os cuidados de saúde primários e a especialidade”.

Entre os principais cuidados, a pneumologista aconselha a evicção do tabaco bem como a adoção de estilos de vida saudáveis. “Em primeiro lugar o doente deve deixar de fumar para evitar a progressão da doença e fazer exercício físico, sempre adaptado as suas limitações, para melhoria da sua condição de saúde. A vacinação antipneumocócica e da gripe, são meios de prevenção das frequentes infeções respiratórias e que desta forma poderão ser evitadas nestes doentes”, enumera.

“A DPOC é uma doença prevenível. Se não quiser sofrer de DPOC não fume ou se fuma deve deixar de fumar!”, sublinha.

Em plena pandemia, Ana Sofia Oliveira, deixa ainda o alerta: “embora o risco de terem a doença não seja comprovadamente maior, podem existir mais problemas se contraírem a doença e isso já está descrito também com o vírus da gripe”.

Os doentes com DPOC grave e enfisema estão entre aqueles considerados com maior risco de complicações da COVID-19. “Isto porque os pulmões são afetados pela COVID-19 e, se os pulmões já estiverem ligeiramente danificados, têm menor capacidade para combater o vírus”, explica.

Assim, para minimizar o impacto da doença COVID 19, as pessoas com DPOC devem seguir os conselhos do seu médico e das equipas de Saúde Pública e manter a terapêutica regular.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Mês de Alerta para a Saúde Masculina
Inquérito revela ainda que são muito poucos os que sabem que estas mutações aumentam o risco de cancro da próstata.

A maioria (70%) dos doentes oncológicos e os seus familiares nunca ouviram falar de mutações genéticas BRCA, revela um inquérito feito junto desta população, que mostra ainda que, dos cerca de 30% que já ouviram falar, apenas dois em cada dez (20,9%) dizem saber do que se trata. O conhecimento é reduzido entre estes também no que diz respeito aos tipos de cancro associados a estas mutações: apenas 23,8% sabe que existe risco aumentado para o desenvolvimento de cancro da próstata e menos ainda, 9,8%, associa as mutações BRCA ao cancro do pâncreas. No Mês de Alerta para a Saúde Masculina, a campanha “saBeR mais ContA”, reforça a necessidade de mais informação sobre este tema, contribuindo para este propósito desde 2019. E o reconhecimento é notório: entre os 30% dos inquiridos que já ouviram falar de mutações genéticas BRCA, 20% já ouviu falar desta campanha.

Daqueles que já ouviram falar sobre o tema, 57,4% não sabem que as mutações genéticas BRCA aumentam o risco de desenvolver alguns tipos cancro, como é o caso do cancro da próstata. Idade mais avançada, a raça negra e história familiar são alguns dos fatores de risco para este tipo de tumor, confirma André Mansinho, oncologista. Mas a estes juntam-se também “as mutações genéticas (BRCA1/2 por exemplo). Tendo menos impacto, a dieta, obesidade, tabaco e exposição ocupacional a alguns agentes”. De resto, acrescenta, a presença de uma mutação genética BRCA2 “quase que duplica o risco nestes homens, sendo tipicamente diagnosticados numa idade mais jovem e com doença mais agressiva”.

O cancro da próstata é uma doença que, nas fases mais precoces, pode mesmo não apresentar quaisquer sintomas, o que reforça a importância dos rastreios. “Os sintomas poderão começar quando o crescimento da neoplasia se aproxima de estruturas vizinhas, como a uretra ou bexiga”, explica o médico. “Geralmente, os sintomas na apresentação de uma neoplasia em fase inicial serão alterações relacionadas com a micção: alterações na força do jacto, dificuldade no início da micção, sensação de esvaziamento incompleto, necessidade de urinar frequentemente, urgência em urinar, ardor ao urinar, entre outros. No caso de uma neoplasia que já metastizou, poderão surgir outro tipo de sintomas como dor óssea (tipicamente coluna e bacia), perda de peso, entre outros.”

Ainda de acordo com o especialista, “atualmente, e existindo uma alternativa terapêutica aprovada para o tratamento destes doentes, os doentes metastáticos deverão realizar a pesquisa de mutações somáticas ou germinativas BRCA1 e BRCA2”.

“No caso das mutações germinativas (hereditárias), a suspeição mais forte levanta-se quando existe um familiar identificado com este tipo de mutações. No caso de não existir ainda diagnóstico familiar, passa por um conjunto de fatores, nos quais se incluem a idade ao diagnóstico, o alto grau do tumor, história familiar de cancro de mama em idade jovem ou ovárico, pancreático e de próstata”, refere o médico. Se um dos pais for portador da mutação, o risco de os filhos herdarem a mutação é, segundo André Mansinho, “de 50%”.

No caso de confirmada a presença da mutação BRCA2 - a que aumenta o risco de desenvolver cancro da próstata -, o portador, ainda que saudável, deve “ser seguido numa consulta de aconselhamento genético e realizar o plano de rastreio adaptado à sua idade e mutação da qual é portador. Apesar de não minimizar o risco de desenvolver a neoplasia, irá aumentar a probabilidade de ser diagnosticado numa fase precoce e maximizar a sua probabilidade de cura”.

De acordo com o inquérito feito, 63,9% dos inquiridos que já ouviu falar sobre mutações BRCA não sabe que os familiares do doente com um cancro associado a uma mutação hereditária BRCA têm um risco acrescido de desenvolver cancro e 41% desconhecem que uma vigilância apertada, através de consultas médicas regulares, é também uma medida preventiva.

Segundo a evidência mais recente, sabe-se que as mutações BRCA podem aumentar o risco de desenvolvimento de alguns tipos de cancro como ovário, mama, pâncreas e próstata. Assim, mediante análise de risco por um especialista, as pessoas saudáveis com história familiar de cancro podem ser referenciadas para a realização de testes genéticos e certos doentes oncológicos, devido ao seu diagnóstico ou por terem história familiar de cancro, podem ser elegíveis para teste genético, devendo informar-se junto do seu médico acerca dessa possibilidade. Atualmente a pesquisa da mutação BRCA é recomendada a todas as doentes com cancro do ovário não mucinoso e a doentes com cancro da mama, pâncreas, próstata, segundo critérios específicos.

Esclarecer a população sobre estas questões, particularmente, doentes oncológicos e seus familiares é o principal objetivo da campanha “saBeR mais ContA”, uma iniciativa da Careca Power, Evita, Sociedade Portuguesa de Genética Humana, da Sociedade Portuguesa de Ginecologia – Secção de ginecologia oncológica, da Sociedade Portuguesa de Oncologia e da Sociedade Portuguesa de Senologia, com o apoio da AstraZeneca, que conta com um site e presença das redes sociais, onde regularmente são partilhados conteúdos, entre eles, vídeos informativos.

O inquérito, realizado no âmbito desta campanha, foi feito através dos métodos CATI (Telefónico) e CAWI (online) a uma base de dados registada na plataforma da multidados.com, convidada a participar no estudo anónimo entre os dias 2 a 20 de outubro de 2020. Foram recolhidas e validadas 500 respostas, com uma margem de erro de ±3,5%, considerando p=q=50 e 95% de margem de confiança.

1 em 3 doentes recebe um antibiótico por dia
A resistência aos antibióticos compromete os tratamentos disponíveis e dificulta o sucesso de outros procedimentos como...

A resistência a antibióticos é a principal ameaça à Saúde Pública em todo o mundo. Tendo vindo a aumentar e está associada ao uso excessivo e inadequado de antibióticos, ao não cumprimento do tratamento e ao uso de agentes com menor atividade bactericida.

Com o surgimento e a transmissão de novas resistências, os doentes acabam por permanecer infetados por mais tempo, aumentando o risco de transmissão do microrganismo resistente. Além disso, a resistência aos antibióticos compromete os tratamentos disponíveis e dificulta o sucesso de outros procedimentos como transplantes, cirurgias e quimioterapia.

Segundo Cristina Claro, especialista em Dermatologia Pediátrica no CHLO – Hospital Egas Moniz, “ao mesmo tempo que é fundamental educar para o uso responsável e adequado de antibióticos, é também crucial apoiar e contribuir para o desenvolvimento de novos antibióticos orais e tópicos, para garantir o sucesso do tratamento e prevenir a resistência antimicrobiana”.

A resistência antimicrobiana é também responsável pelo aumento dos custos de saúde, já que doenças prolongadas exigem mais gastos com tratamentos, acompanhamento médico, aumento do número de consultas médicas ou internamento. Quando o microrganismo se torna resistente à primeira linha de tratamento, também outros costumam ser mais dispendiosos.

A resistência aos antibióticos e a elevada carga bacteriana são os fatores que tornam S. aureus um agente patogénico perigoso. Cerca de 90% das infeções adquiridas na comunidade por MRSA (Methicillin Resistant Staphylococcus aureus - Staphilococcus Aureus Resistente à Meticilina) apresentam-se como infeções de pele e tecidos moles. Os doentes infetados com MRSA apresentam 64% mais probabilidade de ter complicações do que aqueles infetados com as formas não resistentes.

“O sucesso futuro da terapêutica antibacteriana oral e tópica pode depender de novas classes com baixo potencial para induzir ou selecionar resistência”, acrescenta a referida especialista.

As novas classes farmacológicas de antibióticos tópicos têm menor capacidade para induzir ou selecionar resistências, isto é, alta atividade antimicrobiana bactericida, duplo mecanismo de ação, captação intrabacteriana rápida, concentração acima de MPC9 e não são afetadas por bombas de efluxo.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), na Europa, um em cada 3 doentes recebe, pelo menos, um antibiótico por dia. Parte desse uso, refere o ECDC, pode ser desnecessário e o seu uso aumenta a resistência aos antimicrobianos.

Dor crónica
A Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas vai realizar o 23.º Fórum de Apoio ao Doente Reumático, subordinado ao tema ...

“O objetivo é dar informação às pessoas que vivem com dor crónica, como os doentes reumáticos, sobre o papel dos canabinóides na gestão da mesma”, afirma Elsa Mateus, presidente da Liga.

A dor crónica é definida como uma dor persistente ou recorrente durante pelo menos 3 a 6 meses, que muitas vezes perdura além da cura da lesão ou da patologia que lhe deu origem, ou que existe sem lesão aparente. Além de ser causa de sofrimento, provocando insónias, ansiedade e depressão, podendo até levar ao suicídio, a dor crónica tem, também, repercussões na saúde física do doente. Por exemplo, pode levar a alterações do sistema imunitário, com consequente diminuição das defesas do organismo e aumento da suscetibilidade às infeções. A dor crónica tem repercussões sobre o doente e a sociedade, tanto pelo sofrimento que provoca, como pelos custos socioeconómicos que lhe estão associados, razão pela qual a Liga conta com o seu Núcleo da Dor.

Para participar gratuitamente na sessão, clique em 23.º Fórum de Apoio ao Doente Reumático – Dor Crónica e Canábis Medicinal, válido a partir das 18h30min, do dia 26 de novembro.

 

Diagnóstico em fases avançadas
O cancro do pâncreas é atualmente a 4ª causa de mortalidade por cancro em ambos os sexos, mas a sua

A cirurgia representa atualmente a única opção terapêutica potencialmente curativa. No entanto, na altura do diagnóstico apenas cerca de 20% dos tumores são considerados ressecáveis. Apesar de todos os avanços da medicina nas últimas décadas, o prognóstico desta neoplasia continua reservado, com uma sobrevivência global aos cinco anos inferior a 5%.

Sem dúvida que o principal responsável por este mau prognóstico é o diagnóstico da doença numa fase avançada, quando o tumor já cresceu localmente e invadiu dos vasos (veias e artérias), o que impossibilita a cura através da cirurgia.

Sabe-se que, quando os doentes têm queixas (dor ou desconforto abdominal ou icterícia), apenas 15-20% destes têm tumores operáveis. A melhor compreensão da biologia tumoral, o diagnóstico precoce e a utilização de terapêuticas neoadjuvantes são as únicas formas de alterar este cenário. Assim, é fácil entender que para melhorar o prognóstico dos doentes com cancro do pâncreas, temos de investir no diagnóstico precoce das lesões pré-malignas, as quais são, muitas vezes, achados acidentais em exames de rotina realizados por outros motivos (por exemplo, TAC, ressonância magnética ou ecografia).

Os resultados nomeadamente mortalidade, complicações, tempo de internamento, sobrevida e custos estão intimamente relacionados com o volume, pelo que o tratamento destes doentes só está recomendada em centros especializados que realizem pelo menos mais de 20 ressecções pancreáticas por ano.

Lesões Pré-malignas: avaliar é fundamental

Reconhece-se hoje que existem lesões do pâncreas, nomeadamente alguns quistos, que têm maior probabilidade de evoluir para cancro, enquanto outros quistos não têm qualquer potencial de evolução e, por isso, não têm indicação para ser vigiados.

Esta diferença é de máxima importância pois se, por um lado, o diagnóstico e tratamento de lesões pré-malignas têm um potencial de cura muito elevado, por outro, a cirurgia do pâncreas tem elevada morbilidade e algum risco de mortalidade, pelo que só deve ser proposta a doentes com lesões com alto risco de transformação maligna.

A distinção entre os vários tipos de lesões do pâncreas pode e deve ser feita com recurso a vários métodos de imagem nomeadamente ressonância magnética, ecoendoscopia com eventual punção aspirativa, bem como pela medição de marcadores tumorais no sangue ou no conteúdo/líquido do quisto.

Nos doentes com fatores de risco para cancro do pâncreas deve-se estar particularmente atento ao diagnóstico precoce e/ou identificação de lesões pré-malignas. O diagnóstico recente de diabetes mellitus, sobretudo num adulto de idade mais avançada, pode ser motivo para realizar um exame de imagem para estudar o pâncreas como forma de excluir a presença de um tumor maligno.

O cancro do pâncreas só apresenta sintomas numa fase avançada, mas, ainda assim, inespecíficos. Como este órgão está localizado atrás do estômago as queixas podem ser vagas, apenas um desconforto, mal-estar abdominal, por vezes com irradiação para as costas, podendo ainda haver náuseas, perda de apetite ou emagrecimento.

Se o tumor estiver localizado na cabeça do pâncreas e causar obstrução da via biliar, pode surgir icterícia com coloração amarelada da pele e das escleróticas (parte branca) dos olhos. Como estas queixas são progressivas e graduais, o doente ou os familiares podem não notar e serem, por vezes, as pessoas que não veem o doente há algum tempo a notar. Prurido (comichão) generalizado também pode aparecer.

Algumas destas queixas em doentes com fatores de risco indicados, nomeadamente diabetes, devem obrigar a excluir obrigatoriamente tumores do pâncreas.

Diagnóstico e Terapêutica

Em geral, o diagnóstico do cancro do pâncreas obtém-se recorrendo a TAC com contraste ou ressonância magnética. Podem ser necessários exames adicionais como ecoendoscopia com eventual punção aspirativa do pâncreas (biopsia), tomografia de emissão de positrões (PET) e exames laboratoriais ou análises mais específicas.

Deve salientar-se que os exames de imagem devem ser feitos em centros de referência, com equipamento adequado e por profissionais diferenciados. O doente terá maiores benefícios se realizar os exames no centro onde for tratado. Os métodos de imagem são muitas vezes complementares entre si e devem ser discutidos pela equipa médica envolvida no tratamento do doente. Podem ser necessários mais exames ou o primeiro exame realizado de forma adequada ser conclusivo e ser proposta uma terapêutica, nomeadamente, cirurgia.

A cirurgia do pâncreas só deve ser realizada em centros especializados, nomeadamente com experiência em cirurgia hepato-bilio-pancreática e capacidade de reconstrução vascular por vezes necessária neste tipo de doentes.

Por outro lado, tal como sucede para outros tumores do aparelho digestivo, a combinação de várias modalidades terapêuticas pode ser necessária para tratamento da doença.

Assim, existem situações em que a cura cirúrgica parece pouco provável, mas a administração prévia de quimioterapia e radioterapia pode tornar a doença tratável cirurgicamente – a chamada conversão terapêutica. Há ainda outros tipos de tratamento (endoscópico e/ou radioterapia) que podem ser necessários isoladamente ou em associação para tratar os doentes com cancro do pâncreas.

De salientar, que dada a rápida evolução deste tipo de cancro, muitas vezes a celeridade do diagnóstico e do início do tratamento mais adequado é determinante para a melhoria do prognóstico e sucesso terapêutico.

Autor:
Professor Rui Maio - cirurgião-geral
Diretor Clínico do Hospital da Luz Lisboa
Coordenador do Centro do Cancro do Pâncreas do Hospital da Luz Lisboa
Diretor do Centro de Referência Nacional para o tratamento do cancro do pâncreas do Hospital Beatriz Ângelo

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Semana Mundial dos Antibióticos
Segundo dados dos Infarmed, a dispensa de antibióticos nas farmácias comunitárias caiu 20% entre janeiro e setembro deste ano,...

De acordo com a informação divulgada no âmbito de uma campanha que apela ao uso racional dos medicamentos, nos primeiros nove meses do ano foram dispensadas nas farmácias comunitárias menos 1.249.637 embalagens de antibióticos do que em igual período do ano anterior. Assim, a média de embalagens de antibióticos dispensada nas farmácias passou de 17,46 doses diárias definidas por mil habitantes por dia para 13,97.

Portugal voltou a ficar abaixo da média europeia em 2019, tanto a nível hospitalar como no consumo em meio ambulatório, segundo os dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

Portugal é ainda referido como o único país, além da Noruega, onde a redução do consumo de carbapenemes (classe de antibióticos que é muito importante preservar, uma vez que é considerada terapêutica fim de linha em infeções graves) foi considerada estatisticamente significativa entre 2010 e 2019.

“À semelhança do que se verificou no ano passado, foi enviada informação específica aos médicos e farmacêuticos de todo o país e materiais para colocação nas unidades de saúde e farmácias comunitárias”, sublinha o Infarmed.

O objetivo, acrescenta, é “continuar a incentivar o uso adequado dos antibióticos, tendo em conta que o arsenal terapêutico pouco tem sido reforçado nos últimos anos e que os atuais medicamentos estão em risco de perder a sua eficácia face ao crescimento das resistências bacterianas”.

 

Estudo
Liderado pelo Imperial College London, o estudo, que contou com a colaboração de uma equipa da Universidade de Coimbra,...

“Ter uma estatura baixa para a idade e pouco peso para a estatura aumenta o risco de morbilidade e mortalidade, está associado a um baixo desenvolvimento cognitivo, menor probabilidade de uma boa performance escolar e consequentemente uma baixa produtividade profissional na vida adulta. Um IMC elevado, muito peso em relação à estatura, está associado a um risco elevado de incapacidade física, morte prematura, atrasos cognitivos e deficiências no grau de instrução”, explica Cristina Padez, do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS), da Faculdade de Ciências e Tecnologia a Universidade de Coimbra (FCTUC).

A análise, que relata dados de 1985 a 2019, revela que as nações com os jovens de 19 anos mais altos em 2019 situavam-se no noroeste e centro da Europa e incluíam a Holanda, Montenegro, Dinamarca e Islândia.

Os países com os jovens mais baixos em 2019 estavam principalmente no sul e sudeste da Ásia, América Latina e África oriental, incluindo Timor-Leste, Papua Nova Guiné, Guatemala e Bangladesh.

Os maiores crescimentos na altura média das crianças durante o período analisado foram observados na China e Coreia do Sul. Por exemplo, rapazes de 19 anos na China em 2019 eram 8 cm mais altos do que em 1985, com a sua classificação global a mudar da posição 150º em 1985 para 65º em 2019.

Em Portugal, no que respeita à altura, aos 5 anos de idade as meninas passam do lugar 38º para o lugar 70º e os meninos do 49º para o 77º. Ou seja, “afastam-se dos países “mais” altos. Aos 19 anos de idade as raparigas passam do lugar 88º para o 90º e os rapazes do 128º para o 87º. Isto significa que, no período de 1985 a 2019, quem mostra uma evolução positiva são apenas os rapazes de 19 anos de idade, que se aproximam dos países com estatura mais elevada”, refere Cristina Padez.

“Bastante problemático é o facto de, no período 1985-2019, aos 5 anos as crianças portuguesas se terem afastado dos países com “maior” estatura”, afirma a especialista, referindo que isso significa que, “possivelmente tiveram lugar carências nutricionais, especialmente de vitaminas e minerais, que não permitiram um crescimento adequado. Isto indica uma deterioração das condições de vida das crianças com repercussões graves para o seu desenvolvimento futuro enquanto cidadãos inseridos no mercado de trabalho”.

Quanto à relação peso-estatura (IMC), aos 5 anos de idade as meninas passam do lugar 40º para o 89º e os meninos do 51º para o 117º, isto é, distanciam-se dos países com “mais peso”, o que é muito positivo. Aos 19 anos de idade, raparigas e rapazes passam, respetivamente, de 117º para 157º e 58º para 100º.

De uma forma global, os resultados referentes a Portugal permitem concluir que “apesar dos bons resultados relativamente aos valores de obesidade, no caso da estatura das crianças aos 5 anos, estas parecem não estarem a crescer adequadamente, já que se afastam cada vez mais dos grupos de maior estatura. Isto é muito preocupante pelas consequências na saúde das crianças, no curto e a longo prazo. Possivelmente, as condições de vida na infância têm-se deteriorado com uma alimentação deficiente, o que estará a comprometer um adequado desenvolvimento físico destas crianças, com consequências para a sua saúde e grandes repercussões na vida adulta”.

Testes rápidos
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, que recebeu 13.600 testes rápidos no Âmbito da Estratégia Nacional de Testes,...

“Neste momento já efetuámos testes rápidos em ADR e em lares. Fizemos na primeira semana, ainda em fase de teste, 132 testes, tendo 55 sido positivos (41,67%) e 77 negativos”, avançou a ARS Norte.

Sobre os testes negativos, adianta que foi repetida a colheita por RT-PCR (testes moleculares) e informa que prevê “nesta semana aumentar de forma significativa os testes realizados”.

Foi a 5 de novembro que a Ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que a utilização dos testes rápidos de antigénio para diagnóstico do novo coronavírus arrancaria na semana seguinte, junto das administrações regionais de saúde.

Nesse mesmo dia e após audição de quase sete horas, a ministra esclareceu a estratégia de utilização destes testes rápidos no combate à pandemia de Covid-19 e salientou que o assunto foi trabalhado pela SPMS- Serviços Partilhados do Ministério e pela Direção-Geral da Saúde.

“Precisávamos de garantir que alguns aspetos relacionados com o registo destes casos como casos positivos – sendo que a definição internacional de caso ainda está associada à realização de um teste PCR [a metodologia de referência] – eram respeitados”, assegurou Marta Temido.

Desde então que a norma determina que, em situação de surto, como as que podem ocorrer em lares, escolas e outras instituições, “devem ser utilizados, preferencialmente, testes rápidos de antigénio (TRAg)”.

 

Regras para boa utilização
A OMS chama à atenção para a necessidade urgente de utilizar de forma adequada os antibióticos e ale

A importância da utilização adequada dos antibióticos

Os antibióticos são medicamentos usados no tratamento de infeções bacterianas. Têm a capacidade de impedir a multiplicação das bactérias ou de as eliminar e é desta forma que tratam as infeções. No entanto, e ao contrário do que muitos pensam, são ineficazes no tratamento de infeções causadas por vírus, fungos ou parasitas. O uso excessivo e inadequado dos antibióticos pode levar ao aumento das resistências bacterianas e à ineficácia destes medicamentos. Quando os antibióticos não são utilizados corretamente, algumas bactérias podem ser eliminadas, mas as mais resistentes que sofrem mutações, sobrevivem e multiplicam-se. Além de serem mais difíceis de combater podem alterar as bactérias que nos colonizam. As bactérias podem modificar-se quando tomamos antibióticos para tratar infeções ou quando consumimos alimentos que contêm antibióticos. O aumento do consumo de antibióticos, durante a pandemia de COVID-19, e a sua utilização nem sempre adequada poderá agravar a resistência aos antibióticos podendo levar a um aumento de infeções, infeções bacterianas com “superbactérias” que podem ser fatais.

Efeitos dos antibióticos na Microbiota Intestinal

Os antibióticos são uma arma poderosa no combate às infeções bacterianas, mas não são isentos de reações adversas. Além de potenciarem o desenvolvimento de bactérias multirresistentes alteram a nossa microbiota, principalmente a intestinal. A microbiota intestinal, é um conjunto de microrganismos, na sua maioria bactérias, que colonizam o intestino, desde o nascimento e que tem um papel importante na manutenção da nossa saúde e bem-estar. O uso prolongado e indiscriminado de antibióticos pode alterar a diversidade de microrganismos da microbiota intestinal, reduzindo o número das bactérias benéficas e originando um desequilíbrio com aumento das bactérias nocivas para o intestino, a chamada disbiose. A disbiose é uma situação desfavorável que origina distúrbios gastrointestinais e que sido associada a vários problemas de saúde.

Regras para uma boa utilização dos antibióticos

Existem algumas regras que devem ser respeitadas para que os antibióticos continuem a ser eficazes: só devem ser tomados se prescritos pelo médico, nunca por automedicação. Só o médico deve escolher o antibiótico, consoante a situação clínica e a gravidade da infeção. As indicações relativas à dose, duração do tratamento e horários das tomas devem ser rigorosamente respeitadas. Nunca se devem tomar antibióticos que sobraram de outro tratamento, mesmo que se pretenda tratar a mesma doença. Os antibióticos são prescritos para o tratamento de doenças causadas por bactérias e não para as causadas por vírus, como a gripe, fungos ou parasitas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo do CHUC
Estudo promovido pelo CHUC para avaliar prevalência e incidência da COVID-19 nos seus profissionais de saúde, publicado em...

Um estudo observacional, retrospetivo, unicêntrico, promovido pelo Núcleo de Investigação em Enfermagem, em parceria com o Serviço de Saúde Ocupacional do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra - Portugal (CHUC), foi recentemente publicado na revista internacional “Infection Prevention in Practice”ieditada pela Healthcare Infection Society.

Com o objetivo de avaliar a incidência e prevalência da infeção por SARS-COV-2 entre os profissionais de saúde e analisar os fatores de risco e as características clínicas entre os infetados, o estudo revela que 211 dos seus profissionais, de um universo de 8037, foram infetados com o novo coronavírus. Ou seja 2,63%.

Entre os profissionais de saúde infetados, apenas 20,9% (n=44) eram da “linha da frente”. Tanto os profissionais de saúde da “linha da frente” como os que não estão na “linha da frente” foram expostos principalmente a doentes (48,6% em ambos os grupos).

O estudo permitiu ainda constatar que os profissionais que não estiveram na “linha da frente” foram significativamente mais infetados por colegas (10,8% vs24,8%, p=0,04). Já os que estiveram na “linha da frente” realizaram mais isolamento familiar do que os restantes (88,9% vs 82,5%, p>0,05) e presumivelmente menos membros da família foram infetados no primeiro grupo (19,4% vs 26,3%, p>0,05). A proporção de profissionais de saúde com infeção assintomática foi estatística e significativamente menor na linha da frente (2,4% vs 19,9%, p=0,05).

Foram implementadas ações de prevenção e controlo que se comprovou serem eficazes na atenuação da pandemia da COVID-19, cujas infeções ocorreram principalmente nas fases iniciais. Os profissionais de saúde que não estiveram na “linha da frente” apresentaram um risco mais elevado, justificando uma atenção e intervenções específicas dirigidas a este grupo.

Os dados para este estudo foram recolhidos entre 1 de março e 30 de Junho do corrente ano em que foram analisadas retrospetivamente as especificidades epidemiológicas, de exposição, de informação clínica e de tratamento, utilizando fontes complementares de dados, coligidos pelos Serviços de Saúde Ocupacional e de Gestão dos Recursos Humanos do CHUC.

 

Balanço da pandemia
Nas últimas 24 horas morreram mais 81 pessoas e foram reportados 4.452 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o...

De acordo com os dados divulgados, Portugal já registou, desde o início da pandemia, 3.553 mortes e 230.124 casos de infeção pelo novo coronavírus, estando hoje ativos menos 2.919 casos.

Das 81 mortes registadas nas últimas 24 horas, 43 ocorreram na região Norte, 21 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 11 na região Centro, quatro no Alentejo e duas no Algarve.

Relativamente aos internamentos hospitalares, o boletim epidemiológico revela que estão internadas 3.028 pessoas (menos 12 que ontem) e destas 431 encontram-se nos cuidados intensivos (mais cinco do que ontem).

A região Norte continua a ser onde se regista a maioria dos novos casos (66% da totalidade), tendo sido reportados 2.941 nas últimas 24 horas, elevando para 116.966 o total de casos de infeção e 1.650 mortos desde o início da pandemia.

Atualmente, encontram-se em vigilância 80.817 contactos, menos 14.537 em relação a segunda-feira, e que foram dados como recuperados, nas últimas 24 horas, mais 7.290 doentes, num total de 149.445 desde o início da pandemia, em março.

Campanha de sensibilização
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) associa-se à Semana Mundial de Consciencialização Sobre o Uso de Antibióticos,...

Os antibióticos, essenciais no combate às infeções bacterianas, salvam muitas vidas. Contudo, combatem tanto as bactérias nocivas como as que têm funções importantes para o normal funcionamento do organismo e que se encontram, na sua grande maioria, no nosso intestino.  

No caso do intestino, a eliminação das bactérias “boas” pode levar ao desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose) e ser um “gatilho” para o desenvolvimento de outras doenças alérgicas e do Aparelho Digestivo.  A Asma, a Obesidade, a Doença de Crohn e a Síndrome do Intestino Irritável são doenças que atingem milhões de pessoas e onde a evidência científica demonstra que existe uma forte relação entre elas e a disbiose.  

“Quando a toma do antibiótico é necessária, o tratamento indicado pelo médico poderá ter de incluir, em simultâneo, um probiótico, para evitar a disbiose”, sublinha Rui Tato Marinho, presidente da SPG e acrescenta que “os probióticos têm na sua constituição bactérias vivas, com benefícios para a saúde, desde a manutenção do equilíbrio do aparelho digestivo bem como a regulação do sistema imunitário, compensando agressões externas como o stress, a má alimentação ou toma dos antibióticos. Existem probióticos que, por serem resistentes aos antibióticos, apresentam um benefício comprovado na prevenção e tratamento da disbiose”. E conclui que “não devem ser tomados antibióticos desnecessariamente, uma vez que as infeções virais não se tratam antibióticos”. 

A campanha de sensibilização da SPG, que inclui um filme  sobre o tema, vai decorrer durante os meses de outono e inverno, época do ano em que os antibióticos são mais frequentemente prescritos. Acompanhe a campanha nas redes sociais da “Saúde Digestiva by SPG” no Facebook e no Instagram.  

 

 

Excesso de ácido úrico no sangue
Criada pelo Círculo Médico para ajudar pessoas que vivem com Gota, cuidadores e profissionais de saúde, a campanha será lançada...

Em Portugal, estima-se que mais de 140 mil pessoas vivem com Gota, uma doença caracterizada pelo excesso de ácido úrico no sangue e da sua acumulação nas articulações, com maior prevalência nos homens entre os 40 e os 60 anos. Porém, passo a passo, é possível aprender a viver e a conviver com Gota.

A campanha de consciencialização, desenvolvida pela agência de marketing de saúde Círculo Médico, intitula-se “Passo a passo, aprenda a viver com Gota.” e pretende sensibilizar a população portuguesa para a importância deste tema, dirigindo-se principalmente a pessoas que vivem com a doença, cuidadores e profissionais de saúde.

Numa altura em que o meio digital é a forma mais segura de partilhar informação, todas as peças de comunicação encontram-se reunidas no site agotanaonospara.pt, com informações imprescindíveis e validadas pela Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), a Associação Portuguesa de Nutrição (APN) e a Ordem dos Farmacêuticos.

Desta forma, a nova plataforma funcionará como ponto de encontro para quem procura informar-se, aconselhar-se e, principalmente, manter a Gota controlada. Saber o que é, quais os fatores de risco e os sintomas, como se faz o diagnóstico e a prevenção, quais os alimentos permitidos e a evitar, os tratamentos e os avanços na medicina, são algumas das informações disponibilizadas. Além disso, terá webinars, receitas, materiais educativos e muito mais. Estão todos convidados a conhecer, acompanhar e partilhar esta campanha, hoje e no futuro.

Segundo Elsa Frazão Mateus, Presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), reforça que “é essencial sensibilizar a população para a gota e para o impacto enorme na qualidade de vida das pessoas se não for controlada. Para um melhor diagnóstico e gestão desta doença que afeta cerca de 1,3% dos portugueses, é necessário disponibilizar mais informação sobre a gota e como viver melhor com esta doença reumática.”

Já Helena Real, Secretária-Geral da Associação Portuguesa de Nutrição, “a existência de campanhas que agreguem saberes técnico-científicos de áreas complementares é de extrema importância para que se garanta uniformização de linguagem, passagem de conteúdos coerentes e abrangentes para um determinado assunto. Esta campanha vem reforçar a disponibilidade dos farmacêuticos em contribuir para a sensibilização, informação e apoio junto da comunidade. Um papel que é assumido com muito orgulho, pela consciência que existe no sentido de ajudar as pessoas afetadas pela Gota que muitas vezes procuram aconselhamento e orientação, começando por vezes nas farmácias.

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