Boletim Epidemiológico
Portugal registou, nas últimas 24 horas, o maior número de mortes diárias de sempre: 95 pessoas morreram devido à covid-19. A...

Dos 95 óbitos ocorridos, revelam os dados hoje divulgados pela Direção Geral da Saúde, 41 ocorreram na região Norte, 32 em Lisboa e Vale do Tejo, 16 no Centro, dois no Alentejo e dois no Algarve, um na Madeira e outro nos Açores.

O boletim epidemiológico revela ainda que foram diagnosticados mais 5.080 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, desde o último balanço. A maior parte dos casos (2.578) foram diagnosticados na região norte. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com mais 1.618 infetados, o Centro com mais 787, o Alentejo com 193 e o Algarve com 66. No arquipélago dos Açores foram diagnosticados 16 novos casos e no da Madeira cinco.

Os dados de hoje mostram que, desde o início da pandemia já foram infetadas com o novo coronavírus 340.287 pessoas. Destas, 5.373 não conseguiram vencer a doença.

Quanto ao número de internados, nas últimas 24 horas assistiu-se a uma diminuição estando agora 3.230 pessoas a receber tratamento nos hospitais. Destas, 507 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

Por outro lado, foram dadas como recuperadas 4.100 pessoas, elevando o total de curados desde o início da pandemia para 263.648.

Atualmente, estão ativos em Portugal 71.266 casos da doença e as autoridades de saúde têm 74.894 contactos sob vigilância.

Dia Internacional da Cobertura Universal de Saúde assinala-se a 12 de dezembro
O Dia Internacional da Cobertura Universal de Saúde assinala-se a 12 de dezembro, visando reafirmar o acesso universal a...

A cobertura universal de saúde significa que todas as pessoas têm direito a ter acesso aos serviços de saúde que precisam, quando e onde precisam, sem qualquer tipo de barreiras. Inclui toda a gama de serviços essenciais de saúde, da promoção da saúde à prevenção, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.

Segundo Raúl de Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), “uma avaliação rigorosa da implementação e dos resultados do “Plano de Ação Global: Acesso Universal aos Cuidados para a Saúde da Visão da Organização Mundial da Saúde”, subscrito por Portugal em 2012, com o objetivo de reduzir a deficiência visual e/ou cegueira evitável em 25 por cento, revela o falhanço total das políticas nacionais.”

E acrescenta: “Das quatro recomendações idealizadas por este plano, nenhuma foi concretizada: não há a implementação de cuidados primários para a saúde da visão, não se procedeu à integração de Optometristas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e não se eliminaram as barreiras injustificadas no acesso aos cuidados para a saúde da visão. Também ficaram por obter dados fidedignos sobre a prevalência das principais causas de deficiência visual e/ou cegueira evitável e o estabelecimento de uma verdadeira estratégia nacional para a saúde da visão centrada nos utentes”.

“Mais de dois milhões de pessoas apresentam dificuldades de visão em Portugal, sendo os erros refrativos a principal causa de disfunção da visão, atingindo, segundo as estimativas, mais de 50 por cento dos portugueses. Num momento onde as barreiras de acesso aos cuidados para a saúde da visão no SNS são crónicas, gigantescas e aumentam de ano para ano, é absolutamente crítico refletir sobre a realidade atual e futuro dos cuidados para a saúde da visão em Portugal”, conclui Raúl de Sousa.

Um estudo realizado pela Nova Healthcare Initiative – Research, da Universidade Nova de Lisboa, revela que 25 por cento dos pedidos de consulta de oftalmologia podem ser resolvidos por optometristas, dada a natureza das condições referenciadas e caso estes profissionais fossem integrados no SNS.

Colocar os optometristas no SNS, nomeadamente nas Unidades de Saúde Familiar, tem sido um tema controverso junto do Ministério da Saúde. Grupos parlamentos e outras instâncias políticas têm deliberadamente ignorado este assunto, mesmo depois das provas científicas das suas vantagens para as contas do Estado, mas sobretudo para a qualidade de vida dos portugueses e do correto funcionamento do nosso sistema de saúde público.

Inquérito
São menos de 10% a percentagem de portugueses que não pretende ser vacinado contra a Covid-19. Os dados foram revelados pelo...

Em entrevista, Francisco Ramos referiu que este é, aliás, um número positivo.   “Têm sido feitos regularmente inquéritos sobre isso e os últimos números que temos, eu diria que são francamente positivos. Apenas 6% a 8% dos portugueses, atrevo-me eu a dizer. Ou seja, é um número francamente positivo, disse.

O responsável assumiu também que um dos principais objetivos do governo passa por transmitir uma mensagem de confiança à população sobre o processo de vacinação. “Aquilo que nos compete também é, em termos de comunicação, garantir aos portugueses que a vacina pode demorar um pouco mais, exatamente porque as autoridades estão a trabalhar para que a vacina seja segura”, afirmou.

Francisco Ramos defendeu que as medidas de restrições que estão atualmente em vigor só devem ser aliviadas quando metade da população portuguesa estiver vacinada. “A perspetiva com que estamos a trabalhar, com todos os riscos de incerteza que temos neste momento, é conseguir atingir metade da população portuguesa vacinada no final da Primavera e a partir daí, sim, começarmos a considerar que teremos certamente condições para aliviar as medidas de contenção em que temos vivido”, sublinhou nesta intervenção.

 

 

No âmbito dos projetos de apoio à comunidade
Na 5.ª Edição da Semana da Responsabilidade Social, a Associação Abraço foi reconhecida pela Associação Portuguesa de Ética...

Os Centros de Rastreio, o Gabinete Dentário e os Serviços de Apoio Domiciliário foram os projetos que sustentaram a escolha da APEE para a entrega deste prémio, que visam proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas e respetivas famílias que vivem com VIH/SIDA.

O ano de 2020 é, segundo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o ano do início da "Década da Ação", pelo que a APEE - Organismo de Normalização Setorial e entidade host em Portugal, do United Nations Global Compact, a maior iniciativa de sustentabilidade do mundo – partiu para a ação e promoveu a 15.ª Edição da Semana da Responsabilidade Social®.

“2020-2030 A Década Da Sustentabilidade” foi o mote desta Semana da Responsabilidade Social, que, pela primeira vez, decorreu em formato exclusivo online, através da Plataforma HOPIN.

 

Formato virtual
No dia em que assinala 121 anos, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) reúne um painel de oradores para uma...

De acordo com a informação divulgada, após a Conferência-debate, haverá lugar a uma Mesa subordinada ao tema “O INSA e a Covid-19: Que respostas? que contará com a participação de vários especialistas nas áreas das doenças infeciosas e da epidemiologia e onde serão apresentados alguns trabalhos e estudos desenvolvidos pelo INSA relacionados com a monitorização, vigilância epidemiológica e diagnóstico laboratorial do SARS-CoV-2. Esta Mesa terá como moderadora Cristina Abreu Santos, vogal do Conselho Diretivo do INSA.

O programa das comemorações prevê ainda a realização de uma sessão de homenagem a colaboradores do INSA com 30 ou mais anos de serviço. O evento será transmitido através das redes sociais do INSA (FacebookTwitter e YouTube).

Fundado em 1899 pelo médico e humanista Ricardo Jorge, como braço laboratorial do sistema de saúde português, o Instituto Ricardo Jorge tem por missão contribuir para ganhos em saúde pública, para a definição de políticas de saúde e para o aumento da qualidade de vida da população. Dispõe de unidades operativas na sua Sede em Lisboa, em centros no Porto (Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira) e em Águas de Moura (Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco Cambournac).

 

Iniciativa
O Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) acaba de lançar a campanha “A caminho de um hospital sem fumo”, com o...

Esta iniciativa foi criada, de acordo com o centro hospitalar, para combater várias realidades. Para além do impacto na saúde dos fumadores e na dos que os rodeiam, promove risco de incêndios e inundações.

“Pretende-se promover os hospitais como zonas livres de fumo. O tabaco é a primeira causa evitável de doença. É um importante fator de risco de cerca de 50 doenças. Estima-se que a cada hora morra alguém com uma doença relacionada com o consumo de tabaco”, explicou o pneumologista António Morais, Adjunto da Direção Clínica do CHUSJ.

A campanha é a ainda divulgada online está a ser acompanhada por um programa de consultas de cessação tabágica para profissionais do hospital, bem como de tratamentos para a dependência para todos os doentes que sejam internados.

Para aqueles que, mesmo assim, não conseguem cessar os seus hábitos tabágicos, o CHUSJ informa que devem utilizar as áreas autorizadas, cuja localização pode consultar no mapa, disponibilizado no site da instituição.

 

 

Cuidados de saúde e hábitos de vida em período de pandemia
A Escola Superior Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) é um dos parceiros do projeto unCoVer, que vai avaliar o impacto da...

O projeto unCoVer – financiado em três milhões de euros pelo programa Horizonte 2020 – reúne 26 parceiros europeus e norte-americanos que, durante dois anos, vão trabalhar na recolha e análise de dados relacionados com a prestação de cuidados de saúde e hábitos de vida em período de pandemia. Analisando dados que atualmente se encontram dispersos e tratando-os de forma global, a rede – composta por instituições de ensino, agências de saúde e hospitais – procurará preencher lacunas de conhecimento e reunir informação sobre a segurança e eficácia dos tratamentos à Covid-19, bem como sobre o impacto da doença junto da população e dos sistemas de saúde. “Uniformizando conhecimento será possível criar evidência científica e estratificar estratégias de Saúde Pública para o futuro”, explica Ana Lúcia Baltazar, docente do departamento de Dietética e Nutrição da ESTeSC.

Intervindo na área da Nutrição, a docente vai trabalhar dados sociodemográficos, bem como questões relacionadas com estilos de vida, nutrição e hábitos alimentares – cujos

padrões terão sido alterados no contexto da pandemia. “A relação entre os novos hábitos alimentares, o estado nutricional e a COVID-19 revelam-se hoje como imperativos para o conhecimento e transposição do mesmo, bem como na identificação de estratégias em saúde”, nota, lembrando que "a pandemia Covid-19 representa um desafio global".

Liderado pelo Institute for Tropical Medicine Antwerp, o projeto unCoVer teve início a 15 de novembro e vai prolongar-se até novembro de 2022.

 

Conteúdo patrocinado
Num mercado cada vez mais competitivo, a escolha de uma boa suplementação torna-se cada vez mais imp

Uma história de paixão

“Percebi que tínhamos um ingrediente com um enorme potencial por explorar, e que era possível, também no universo da dermocosmética, tirar partido dos atributos deste superalimento que é a Spirulina”

Mirela Suta, CEO e fundadora da marca Suta Spirulina Technology.

O sonho de infância

O sonho de Mirela Suta pela criação de produtos diferenciadores para a pele começou cedo. Na infância os momentos de brincadeira eram  passados na cozinha, com o irmão, a misturar ingredientes que a Natureza lhe oferecia para produzir sabonetes.

Depressa descobriu que podia dar um odor mais agradável às suas criações ao misturar-lhes pétalas e ervas aromáticas.

Foi neste laboratório caseiro que nasceu a sua paixão pela química, pela pesquisa, pela dermocosmética.

Proativa e empreendedora, em 2012 Mirela Suta começou a estudar a Spirulina quando percebeu, após várias experiências laboratoriais e em clínica, as propriedades e os benefícios que esta microalga pode trazer para pele.

Da investigação à marca de excelência

Após 5 anos de pesquisa e inúmeras experiências nasceu a gama SUTA SPIRULINA TECHNOLOGY, que alia a SPIRULINA – e outros ingredientes no seu estado puro – à tecnologia de ponta.

Mais do que criar um produto ou uma marca, a preocupação da criadora é com a EXCELÊNCIA. Cada produto foi cuidadosamente desenvolvido para as necessidades de cada tipo pele.

As pesquisas em laboratório são permanentes. Testam-se os ingredientes que a NATUREZA oferece. Acrescentam-se benefícios. Reformula-se. Evolui-se. Uma busca incessante e imutável, numa só direção: oferecer os melhores PRODUTOS de dermo e nutricosmética.

https://sutacosmetic.com/

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Hoje a parentalidade é vivida de uma forma muito mais saudável, hoje o homem assume o papel preponde

Nas últimas duas décadas a presença do Pai assumiu-se como um compromisso no processo educativo que se iria iniciar, mas também um processo de apoio a mulher na gestação.

É inegável que o Homem é um elemento chave, que a sua importância é vital.

Hoje, o Homem sente cada vez mais a necessidade de integração no processo gestacional. Este nunca saberá o que é gerar um bebé, mas tem competências e "funções" que são únicas e muito importantes no apoio a mulher.

Cimentar uma relação no apoio e confiança e permitir ao Homem ser esse pilar no processo educativo pré e pós-parto, não só favorece o casal e a sua relação, mas dá a criança uma experiência real de parentalidade positiva.

Felizmente, a ideia Machista da Natalidade cai em desuso e são eles, os Homens, que pedem e se chegam para intervirem e ser parte ativa.

Permitam que o vosso companheiro se envolva na gravidez, parto e pós-parto. Reforcem positivamente pois dai nascem laços e reforços de relações que favorecem a tríade.

A vocês Homens, assumam este papel como sendo o nosso contributo para um papel exclusivo só nosso. Não deixem de viver momentos únicos da vossa vida, é importante para o pai ser papel ativo no apoio a gravida no âmbito emocional.

A Gravidez é um processo de evolução hormonal que pede às grávidas várias adaptações. O aumento ponderal de peso, o crescimento da barriga, o corpo adaptado a maternidade, são processos em que o Homem deve apoiar, incentivar e motivar para que essas alterações não se tornem patológicas.

O Nosso Papel é especial, essencial e muito importante para deixar de ser vivido. Aproveitem cada minuto da gravidez participando na vigilância, aproveitem cada minuto do parto sendo presentes e interventivos, e sejam sempre proativos no pós-parto cuidado dos vossos filhos e sendo um agente motivacional das vossas companheiras.

Nada é definido por uma equação estática, tudo depende de cada um de vocês.

Milagre da Vida deve ser vivido.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sessão virtual
Hoje pelas 18h30, realiza-se a sessão virtual “Alergias na escola: riscos em período de Pandemia COVID-19”, uma iniciativa...

Destinada a pais, encarregados de educação e docentes, a iniciativa pretende promover a literacia em saúde destes grupos sobre as doenças alérgicas, sobretudo no momento em que o Mundo está a lidar com a pandemia causada pelo novo coronavírus.

Para falar sobre todos estes temas marcam presença Celso Pereira, Graça Loureiro e Beatriz Tavares, todos especialistas em Imunoalergologia. Rita Ferro Rodrigues, enquanto jornalista, conduzirá a conversa, colocando ao painel as principais questões da audiência.

Na opinião de Celso Pereira, abordar o tema do impacto das doenças alérgicas em ambiente escolar é de extrema importância uma vez que “as doenças alérgicas são seguramente o grupo de patologias mais frequente na população infantil, incluindo a creche, os patamares pré-escolar e escolar e o posterior processo educativo. Um melhor conhecimento dos sintomas alérgicos e do seu tratamento e controlo precoces são fundamentais, tanto mais que podem ser fatores de deficiente rendibilidade no desempenho escolar, no absentismo e naturalmente na qualidade de vida da criança”.

Entre os temas a abordar está o conhecimento já adquirido sobre o novo vírus SARS-CoV2 e o seu potencial impacto na população alérgica, nomeadamente as crianças, analisando os graus de risco, as principais vias de transmissão e as formas mais eficazes de prevenção.

No momento em que o Mundo está confrontado com a pandemia causada pelo novo coronavírus, faz sentido reforçar a atenção para as doenças alérgicas uma vez que “a preocupação dos doentes alérgicos e seus cuidadores aumentou com esta pandemia, sendo fundamental esclarecer sobre o risco destes doentes”, acrescentou Graça Loureiro. Serão ainda esclarecidas dúvidas sobre como distinguir algumas doenças alérgicas, como a rinite e a asma, da COVID-19.

Por toda a conjuntura, Beatriz Tavares considera que a sessão será uma oportunidade para esclarecer doentes alérgicos, pais, cuidadores e toda a comunidade educativa sobre “diferentes aspetos relacionados com a interferência entre doenças alérgicas e COVID-19”, sendo o formato virtual seguro e facilitador “para passar a mensagem, permitindo igualmente a troca de ideias, nomeadamente resposta às questões colocadas”.  

A sessão virtual é gratuita e vai ser transmitida em https://sessoesalergo.webinarsmenarini.secretariado.pt.

 

Projeto Europeu TR@NSNET
Definir um modelo genérico de laboratório vivo para as universidades - Living Lab Universitário -, adaptável ao resto da...

Nos próximos anos, os cinco campos universitários irão funcionar como “bancos de ensaios” para promover as capacidades de inovação para um crescimento inteligente e sustentável de modo a que em 2023 possam submeter as suas candidaturas à certificação de laboratório vivo junto da Rede Europeia de Living Labs (ENoLL).

“No caso particular da Ciências ULisboa, destaca-se a responsabilidade de desenvolver um novo demonstrador para a reutilização de baterias usadas de veículos elétricos para armazenar energia solar produzida pelos nossos telhados fotovoltaicos e a criação de um observatório de mobilidade no campus”, conta José Almeida Silva,  investigador do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia (DEGGE), do Instituto Dom Luiz (IDL) e coordenador da equipa da Faculdade neste projeto, que conta ainda com a participação de Miguel Centeno Brito, professor do DEGGE e investigador do IDL.

O modelo vai ser testado e validado com a replicação de demonstradores tecnológicos já existentes - iluminação inteligente, IoT-Home, interação entre redes de energia elétrica e térmica, entre outros; assim como com a criação de novos demonstradores, nomeadamente autoconsumo fotovoltaico com apoio de baterias em segunda vida, ciclo da água, mobilidade, etc..

O projeto coordenado pela UT3 começou em outubro passado e deverá terminar em março de 2023. O TR@NSNET é financiado pela Comissão Europeia, através do programa Interreg-Sudoe. A primeira reunião do consórcio ocorreu em novembro passado.

 

Sessão transmitida online
A Associação Portuguesa de Bioindústria (P-BIO) apresenta o plano estratégico Portugal Bio-Saúde 2030, num evento que conta com...

A pandemia por SARS-CoV-2 mudou o modo como encaramos o papel da ciência e do conhecimento na sociedade, em particular na área das Ciências da Vida. Foi esta reflexão que levou a P-BIO a desenvolver a Estratégia Bio-Saúde 2030, que será agora apresentada publicamente. O objetivo passa por dar espaço à discussão com os legisladores, decisores políticos e todas as partes interessadas.

A sessão pretende promover o debate sobre a criação de um cluster de Ciências da Vida e Biotecnologia enquanto motor de desenvolvimento social e económico e concorrer para diferenciação competitiva tecnológica sustentável do nosso país a longo prazo.

Através de um investimento sustentado e transversal, o Portugal Bio-Saúde 2030 pretende posicionar Portugal como um centro de Investigação e Desenvolvimento em Biotecnologia e Ciências da Vida e um pilar estratégico da capacidade de produção na União Europeia (UE), tornando o nosso país na Fábrica da Europa para a Saúde.

Pode consultar o programa da iniciativa em: http://p-bio.org/wp-content/uploads/2020/12/Programa-P-BIO-Bio-Saude2030_11-12-2020.pdf

 

No âmbito do “Research 4 COVID-19”
Uma equipa de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), em...

De acordo com os autores do projeto, este sistema ajuda a definir a estratégia de tratamento do doente infetado com o novo coronavírus, funcionando como uma “segunda opinião” para os radiologistas e outros clínicos não especialistas na análise de imagens de raio-x torácico.

O sistema foi desenvolvido no âmbito do projeto CXR_AI4COVID-19 e em colaboração com o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE) a Administração Regional de Saúde do Norte e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (INSA), no âmbito do programa de apoio especial “Research 4 COVID-19” da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Para Pedro Sousa, médico radiologista do CHVNGE citado pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, este projeto “tem o potencial de criar uma ferramenta de diagnóstico útil e poderosa na prática clínica”.  O mesmo assegura que está a ser avaliada a possibilidade de o sistema ser testado no CHVNGE, “onde poderá contribuir como uma segunda opinião de fácil interpretação” e ajudar no combate à Covid-19.

 

 

Equipa conta com docentes e investigadores
O Iscte – Instituto Universitário de Lisboa lançou hoje o Iscte-Saúde, através do qual pretende contribuir com os recursos e...

O lançamento é assinalado com a publicação do primeiro Caderno sobre Saúde Societal, com um conjunto de reflexões críticas sobre Saúde e a Sociedade na era Covid-19.

No programa do Iscte-Saúde para 2020-2021 encontra-se o desenvolvimento de diversos projetos, nomeadamente de formação em Saúde Digital, lançamento de novos cursos na área da saúde e desenvolvimento de parcerias com a indústria, de projetos de desenvolvimento de soluções digitais para a autogestão de doenças crónicas com associações de doentes e investigação interdisciplinar, por exemplo, no domínio da literacia do cancro.

O Iscte Saúde resulta da convicção de que os desafios da saúde exigem saberes e ajuda de todas as áreas científicas, desde as ciências sociais e humanas, a gestão, a arquitetura ou as tecnologias digitais. Uma abordagem de Saúde Societal, em que os problemas da saúde e da doença são vistos na perspetiva das pessoas envolvidas (doentes, cidadãos, profissionais e as organizações da saúde) e as soluções passam pelo envolvimento de todos os atores sociais.

“Hoje, enfrentar a complexidade dos problemas de saúde pública requer o contributo de todas as disciplinas e áreas científicas, com abordagens multidisciplinares abrangentes. No futuro, a resolução dos problemas de saúde exigirá ainda mais: mais pluridisciplinaridade, mais digital, mais participação dos cidadãos, mais perspetiva global, mais foco no bem-estar. O Iscte afirma o seu contributo neste domínio com a mobilização dos recursos e competência alargados e plurais que possui”, afirma a Reitora do Iscte, Maria de Lurdes Rodrigues.

O Iscte tem centros de investigação e departamentos com um forte historial de projetos, publicações e formações na área da saúde, com mais de 800 teses de mestrado e doutoramento relacionadas com este sector. Desde áreas disciplinares como a psicologia, sociologia e ciências da comunicação às tecnologias digitais e redes; da gestão, estratégia, logística e gestão de recursos humanos, às políticas públicas e serviço social. Todas elas essenciais para a resolução dos problemas de saúde que o país enfrenta.

O projeto é coordenado pela presidente do Conselho Científico do Iscte, Maria Luísa Lima, com apoio do perito Henrique Martins, uma equipa nuclear de dez docentes dedicados, e que integra já mais de 40 docentes e investigadores associados de todas as áreas científicas da universidade.

Reduzir listas de espera
O Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN) já assinou protocolos com hospitais do setor privado e social, para proceder à...

De acordo com o centro hospitalar, o objetivo é que até ao final de janeiro possam ser operados cerca de 500 doentes que estão em lista de espera de várias especialidades. As primeiras cinco cirurgias realizaram-se esta quarta feira.

“Mesmo em período de pandemia, o CHULN tem conseguido diminuir a lista de inscritos para cirurgia – no início do ano tínhamos 10 mil doentes em lista e agora temos 8 mil. O objetivo deste projeto é evitar que o tempo de espera para doentes menos graves não se alargue, indo ao encontro das suas expectativas e das expectativas das suas famílias”, sublinhou Daniel Ferro, Presidente do Conselho de Administração do CHULN.

Esta iniciativa envolve 12 equipas de sete especialidades, como é o caso da Neurocirurgia, Ortopedia, Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia, Urologia, Cirurgia Vascular e Cirurgia cardíaca. Além das condições técnicas e funcionais a observar por esses hospitais e a disponibilidade das equipas, é condição absoluta a concordância prévia dos doentes.

As parcerias estabelecidas com as unidades hospitalares, tanto do setor privado como do socias, vão estar vigo até janeiro, mês em que será feita uma avaliação deste processo e das condições de retoma da atividade no CHULN, “para efeitos da cessação ou eventual prorrogação”. Segundo o centro hospitalar, “o CHULN teve como referência os valores que o SNS paga aos hospitais públicos pelos mesmos cuidados”, no que diz respeito aos custos.

Ainda assim, importa informar que todas as cirurgias prioritárias e urgentes continuam a ser realizadas no CHULN, bem como toda a atividade de ambulatório, como é o caso de pequenas cirurgias, consultas, hospitais de dia e exames.

 

 

Coordenador do Plano Nacional de Vacinação
Segundo o coordenador do Plano Nacional de Vacinação, as primeiras vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas à...

Entrevistado pela estação pública de televisão, Francisco Ramos, ex-Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, mostrou-se convicto de que em 29 de dezembro a União Europeia dará parecer positivo para a distribuição de vacinas aos países-membros. A grande dúvida recai, no entanto, sobre a quantidade de vacinas que vão chegar a Portugal. A previsão do acesso nacional é que 1,5 milhões de vacinas da farmecêutica Pfizer cheguem ainda no primeiro trimestre de 2021.

Nesta entrevista o membro do governo explicou que está previsto que chegue um lote em janeiro e outro lote em fevereiro (todas das Pzifer), estimando-se que só em meados de janeiro deverá ser tomada uma decisão das autoridades de saúde sobre a avaliação final e aceitação da vacina da Moderna.

Se tudo correr bem, Francisco Ramos admitiu que ainda em janeiro será também possível ter acesso a vacinas dessas empresas farmacêuticas, alertando, contudo, que existe alguma «incerteza» citando que, por exemplo, ainda não há data para apreciação da vacina da AstraZeneca, embora exista “esperança” que haja uma decisão em janeiro ou fevereiro.

«É o melhor cenário, mas há ainda incerteza, nomeadamente quanto à quantidade de vacinas disponíveis», disse, reiterando ter confiança que em fevereiro se espera ter a vacina da Oxford/AstraZeneca.

Perante a ansiedade ligada à chegada das vacinas, Francisco Ramos ressalvou que é importante primeiro obter “garantias de segurança” em todas as vacinas. Por outro lado, afirmou que “ainda não se sabe quais as quantidades (de vacina) vão chegar nos primeiros lotes”, apontando como prioridades prevenir a mortalidade, nomeadamente de idosos em lares, profissionais de saúde e de risco e a quem sofrer de “doença severa”, associada a patologias como doença renal crónica.

Governo espera vacinar 950 mil pessoas até fevereiro

Se tudo correr como planeado, 950 mil pessoas vão ser vacinadas durante a primeira fase de vacinação que decorre até fevereiro. Nos lares, ressalvou, os idosos “não serão vacinados no mesmo dia”, ou seja, em simultâneo, mas à medida que as vacinas sejam. Nos hospitais, a vacinação decorrerá com marcação para as pessoas em risco “com local, data e hora”.

Por outro lado, frisou que vão ser os Centros de Saúde a convocar a vacinação das pessoas com declaração médica a atestar condição clínica que permita a vacinação na primeira fase do plano.

“O que é a capacidade de rotina são 50 mil inoculações por dia sem pôr em causa as outras atividades normais dos Centros de Saúde”, garantiu Francisco Ramos, admitindo que nas cidades mais populosas podem vir ser definidos outros espaços mais amplos para vacinar as a população.

Ciências forenses
O professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Duarte Nuno Vieira, encontra-se na Líbia a...

A deslocação integra-se numa ação conjunta do Gabinete para as Drogas e Crime das Nações Unidas (UNODC) e da Missão de Apoio Fronteiriço da União Europeia na Líbia (EUBAM-Lybia), no âmbito de um projeto mais vasto que visa o combate ao tráfico de seres humanos e às redes criminosas de contrabando de migrantes no Norte de África.

Em concreto pretende-se elaborar um plano estratégico - a curto, médio e longo prazo - que defina as prioridades e as ações efetivas suscetíveis de permitirem a concretização de perícias médico-legais e forenses confiáveis e cientificamente sólidas, para apoio às investigações criminais na Líbia.

Na sequência da queda do regime de Kadhafi, em 2011, «a Líbia tem vivenciado um contexto contínuo de agitação política e institucional, associado a significativos problemas de segurança. Estas circunstâncias favoreceram uma competição intensa pelo poder que conduziu, em 2014, a uma polarização política, com a criação de dois governos rivais, no leste e oeste da Líbia. A segurança tem estado assim fragmentada e politizada, dominada pela competição entre redes e unidades diversas, verificando-se um aumento de atividades do crime organizado, assim como a presença de grupos terroristas», contextualiza Duarte Nuno Vieira.

Assim, afirma o especialista forense da FMUC, «sendo as perícias médico-legais e forenses absolutamente essenciais para o apoio ao processo de justiça criminal, este projeto visa ajudar a estabelecer um setor médico-legal e forense eficiente e profissional, que garanta, simultaneamente, o pleno respeito pelos direitos humanos e pelo Estado de direito».

No âmbito desta deslocação, o especialista da FMUC vai ainda prestar apoio no processo de identificação de corpos encontrados em valas comuns e participar no delineamento de cursos de capacitação forense, de índole internacional, visando a formação e qualificação dos profissionais forenses daquele país.

Estes cursos poderão vir a ser concretizados com o apoio do Centro de Investigação e Formação Forense em Direitos Humanos e Ação Humanitária (Coimbra University Centre for Humanitarian and Human Rights Forensic Research and Training) da FMUC, do qual Duarte Nuno Vieira é diretor executivo.

Este centro, que reúne especialistas internacionais de reconhecido mérito, «é uma plataforma internacional que pretende vir a ser uma referência global no âmbito da aplicação das Ciências Forenses à ação humanitária e aos direitos humanos, ajudando governos, organizações intergovernamentais e ONG’s em todo o mundo, através da prestação de serviços periciais, serviços de consultoria, investigação e formação forense», refere ainda o catedrático da FMUC.

Doenças Congénitas da Glicosilação
Em todo o mundo são conhecidos 150 tipos de Doenças Congénitas da Glicosilação, um grupo de patologi

Liliana nasceu em 1981 e logo a seguir ao parto foi possível perceber que algo não estava bem. “Era uma bebé “mole”, que não conseguia sustentar a própria cabeça e não atingiu os marcos do desenvolvimento comuns, como o gatinhar e o caminhar. Também tinha muitos vómitos e diarreia, estrabismo, distribuição anormal da gordura e mamilos invertidos”, começa por explica a irmã, Vanessa Ferreira.

À data, e muito pelo desconhecimento que existia sobre a doença, foi-lhe diagnosticada paralisia cerebral. Apenas 16 anos depois, “numa das suas numerosas idas às urgências do hospital, um neuropediatra olhou com mais atenção para o largo espectro dos sintomas” que apresentava e resolveu investigar mais profundamente sobre a sua condição.

“Durante a “peregrinação” incessante da busca do diagnóstico definitivo, a Liliana fez inúmeros exames médicos/genéticos, alguns deles invasivos, com riscos inaceitáveis e que hoje em dia sabemos terem sido desnecessários”, recorda Vanessa adiantando que em 1986 a família deslocou-se à Bélgica, “em busca do diagnóstico definitivo”. No entanto, revela Vanessa, as respostas teimavam não chega. "Nessa visita à Bélgica, realizaram outra "bateria" de exames, mas não obtivemos respostas... A "peregrinação" continuaria", comenta. 

“Obviamente, no seu conjunto tudo acarretou um enorme desgaste físico e psicológico à minha família”, reconhece Vanessa reforçando a importância de se falar sobre o tema. “Dar a conhecer as CDGs, junto da comunidade médica é fundamental para diminuir os anos de angústia, amargura, confusão, desespero durante esta “peregrinação” incessante da busca do diagnóstico definitivo!”.

Liliana, atualmente com 39 anos, vive com a forma mais comum de CDG (chamada PMM2-CDG) que afeta 1 em cada 20 mil pessoas. No momento do seu diagnóstico não havia registo, em Portugal, de nenhum outro caso.

“As CDG são doenças raras, crónicas, provocam incapacidades severas e afetam a expectativa de vida e as capacidades físicas e sensoriais das pessoas que vivem com CDG.   Por norma, atingem mais do que um órgão, com uma grande heterogeneidade entre si. No caso da Liliana, quase todos os órgãos estão atingidos”, revela explicando que desde cedo necessitou de cuidados permanentes o que deixou marcas no seio da família. “O medo do desconhecido invadiu os nossos pensamentos, escurecendo o nosso quotidiano e as nossas perspetivas de futuro. Foi-nos dito que não deveríamos pensar num futuro… pois havia poucas pessoas com CDG reportadas em fase adulta”, recorda. Por outro lado, e uma vez que a irmã necessitava de atenção constante, a sua condição deixou pouco espaço para “para cultivar os laços familiares e sociais”.

“Em 1996, a informação sobre a doença e tratamentos era escassa, e havia poucos profissionais que conhecessem CDG, em Portugal. Portanto, os serviços de saúde não responderam de forma imediata e adequada às necessidades de saúde que a Liliana tinha”, lamenta acrescentando que a falta de investigação e a ausência de informação sobre estas patologias se traduziram numa enorme frustração. “Também enfrentámos a falta de apoios económicos e sociais. Lembro-me que queríamos conhecer outras famílias com pessoas que sofressem da mesma doença, mas em 1996, existia apenas a página web da associação americana CDG (atualmente, CDG Care). Em 2009, tivemos a oportunidade de conhecer as primeiras famílias CDG graças a um encontro organizado pela associação espanhola CDG (AESCDG)”, comenta explicando que estes foram anos de isolamento para a família, sobretudo para a mãe que passou a dedicar-se em exclusivo à filha.

“Todos os sonhos da minha mãe, ficaram truncados. Além do desgaste físico, associado a poucas horas de sono, muitas horas no hospital, e sem poder descansar, há o desgaste psicológico. A vida profissional da minha mãe ficou de lado para poder acompanhar os seus filhos e o meu pai teve o grande peso de ser a única pessoa a trazer o sustento financeiro para a nossa casa, incluídas as terapias que eram e são essenciais, mas extremamente caras, o que foi e tem sido um grande peso a nível do orçamento”, revela.

Liliana precisa de cuidados de saúde de qualidade e recursos terapêuticos constantes, e apesar desta doença comprometer a sua autonomia, não deixa de ser, como diz a irmã Vanessa “uma fonte de alegria e de felicidade. Este aspeto é algo que caracteriza as crianças e adultos que vivem com CDG”.

Não há cura para o tipo específico que afeta Liliana. O tratamento apenas serve para controlo dos sintomas, embora seja ainda muito limitado. Em paralelo, realiza alguns tratamentos complementares inteiramente pagos pela família, como é o caso da Fisioterapia, Terapia da fala, Hipoterapia e Hidroterapia. “As terapias são essenciais, mas extremamente caras, o que tem sido um grande peso a nível do orçamento familiar. E quando necessário, consultamos especialidades médicas no âmbito do privado. Há, portanto, muitas despesas exorbitantes”, esclarece.

Por outro lado, explica que tem sido difícil receber cuidados de saúde coordenados. “A Liliana tem por ano 15-20 consultas. Isto traduz-se em dificuldades junto dos cuidadores informais, como é o caso da minha mãe, por exemplo, para conseguir ou manter um emprego. Sem cuidados adequadamente coordenados, as famílias que vivem com doenças raras têm necessidade de dedicar quantidades significativas de tempo e esforço, muitas vezes com grande sacrifício, para estar presentes em diferentes consultas de diferentes especialidades e às vezes em diferentes hospitais”, explica deixando o exemplo: “para atender às diferentes consultas relativas à condição da minha irmã, os meus pais gastam em média, três horas para preparar a Liliana, três horas de viagem e têm pelo menos duas ou três consultas por mês”.

Quanto aos cuidados diários, revela, contabilizam “doze transferências à casa de banho, e cuidados noturnos, como mudar fraldas de noite”.

Considerando ser de extrema importância sensibilizar para as Doenças Congénitas de Glicosilação, até porque grande parte da população nunca ouviu falar sequer delas, Vanessa Ferreira, realizou, este ano, uma caminhada pelo Algarve durante oito dias, tendo percorrido 135 quilómetros para chama a atenção para estas patologias. “Esta caminhada, denominada “Desafio CDG”, foi uma oportunidade que contribuiu para aumentar a sensibilização sobre as CDGs junto dos doentes, familiares, cuidadores, médicos, investigadores e da sociedade em geral. Nas redes sociais alcançamos no total 10 000 pessoas, e aumentámos substancialmente o número de seguidores nas redes socais em geral (para mais informação AQUI). Também angariámos fundos para a investigação levada a cabo pela Rede de Investigação Internacional para Famílias e Profissionais CDG (CDG & Allies - PPAIN). Várias associações CDG de todo o mundo uniram-se a nós, com demonstrações e mensagens genuínas de carinho e apoio.

Sensibilizar e investigar, atuam como agentes multiplicadores e são essenciais para o diagnóstico precoce e aumento de tratamentos mais eficazes”, afirma.

O que são as Doenças Congénitas da Glicolisação?

As Doenças Congénitas da Glicosilação (Congenital disorders of glycosylation  - CDG)) são doenças metabólicas, raras e hereditárias, sendo atualmente conhecidos cerca de 150 tipos diferentes.

São doenças complexas que, por norma, atingem mais do que um órgão, com uma grande heterogeneidade entre si. Não se sabe a real prevalência deste grupo de doenças, que está claramente subdiagnosticado, mas estima-se que na Europa é de 0,1-0,5/100.000, enquanto que em Portugal existem cerca de 90 doentes diagnosticados.

Como se manifestam?

As CDG englobam uma grande variedade de sinais e sintomas. Consequentemente, falamos de um grupo de doenças camaleónicas! E devemos suspeitar CDG, em qualquer criança com envolvimento de órgãos neurológicos ou multissistémicos inexplicáveis.

De uma forma geral, o atingimento neurológico é o mais frequente (por exemplo ataxia, alteração do tónus muscular, atraso do desenvolvimento, epilepsia ou subdesenvolvimento do cerebelo, o que pode causar problemas de equilíbrio e coordenação), mas pode não estar presente.

É também comum distribuição anormal de gordura, defeitos na coagulação do sangue que podem causar hemorragias ou coagulações anormais (defeitos de coagulação), sintomas gastrointestinais tais como vómitos e diarreia, anomalias oculares tais como olhos cruzados (estrabismo) e degeneração da retina.

Existe ainda um conjunto de manifestações clínicas sugestivas deste grupo de doenças, nomeadamente dismorfias faciais típicas, a presença de mamilos invertidos e a distribuição anormal da gordura corporal.

Existe ainda sintomas adicionais que incluem anomalias hepáticas, anomalias cardíacas tais como doença do músculo cardíaco (cardiomiopatia), episódios semelhantes a acidentes vasculares cerebrais, e perda excessiva de proteínas do tracto gastrointestinal (enteropatia por perda de proteínas), que podem causar inchaço devido à retenção de líquidos (edema). Os doentes também podem apresentar acumulação de fluidos em torno dos pulmões ou corações (derrames pleurais ou pericárdicos).

Cabe destacar, que a gravidade e prognóstico de sinais e sintomas variam muito, dependendo do tipo específico de CDG. Os sintomas específicos e a sua gravidade podem variar mesmo entre indivíduos com o mesmo tipo de CDG e mesmo entre membros da mesma família. Além disso, a maioria dos subtipos de CDG só foram relatados num número limitado de indivíduos, o que dificulta aos médicos o desenvolvimento de um quadro preciso dos sintomas e prognóstico associados.  

Como são diagnosticadas as CDG?

O diagnóstico dos defeitos congénitos da glicosilação é um desafio, dado a grande variabilidade de manifestações e a ausência de um exame diagnóstico global e único. Muitas vezes é utilizado um teste de rastreio, a focagem isoelétrica de transferrina, mas que apenas é positivo em cerca de metade dos casos. Assim, a suspeição clínica é fundamental, devendo ser equacionado como hipótese diagnóstica em qualquer quadro clínico inexplicado.

Qual o tratamento?

Atualmente apenas estão disponíveis tratamentos para alguns tipos de defeitos congénitos da glicosilação, que incluem a suplementação dietética (por exemplo galactose no PGM1-CDG e manose no MPI-CDG) ou a transplantação de órgãos (por exemplo transplante hepático no MPI-CDG), havendo, contudo, a expectativa de que a investigação em curso possa permitir desenvolver novas terapêuticas.

Nos restantes casos, existem tratamentos dirigidos ao controlo dos sintomas e prevenção, que permitem melhorar a qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores. Para isso, é fundamental que os doentes sejam acompanhados por uma equipa multidisciplinar e num centro com experiência no seguimento destas doenças.

Cuidados Complementares

Para além dos cuidados médicos, é necessário um apoio personalizado e com recurso a terapias adequadas, de forma a garantir que seja atingido o potencial máximo de cada criança.

A integração na escola deve ser planeada e ajustada com um currículo individualizado e adaptada à realidade de cada criança.

No adulto, quando possível, deve ser apoiada e fomentada a integração a nível laboral, através de equipas multidisciplinares que além do apoio clínico nas diversas vertentes, garantam também o apoio social.

A formação e atualização das famílias e profissionais, através da organização de ações de formação e informação escrita sobre a doença é também de extrema importância.

O papel fundamental da Associação Portuguesa da Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras

A Associação Portuguesa da Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG-DMR), é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo promover ações que visem a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com CDG e seus familiares.

De acordo com Vanessa Ferreira esta associação tem vários eixos de atuação:

  1.  sensibilização da opinião pública e dos poderes públicos para os problemas relacionados com o diagnóstico, o tratamento, os cuidados médicos e integração social destas pessoas;
  2.  fomentar a investigação baseada nas necessidades e perspetivas das famílias, e em colaboração com especialistas – desta forma contribuímos para a produção de conhecimento sobre as doenças;
  3. incentivar a união da comunidade mediante uma presença online (por exemplo, através de websites e de meios de comunicação social) ou mediante a organização de eventos. Estas ações são plataformas ideais para a partilha de experiências e autoajuda entre famílias;
  4. facilitar recursos em linguagem acessível para ajudar as famílias a entenderem o diagnóstico e os passos a dar depois do diagnóstico.

“De forma geral, o nosso modelo de associação é único, pois temos um foco muito terapêutico, que permite contribuir para produção de conhecimento rápido na área das CDG, e que possa contribuir para futuros tratamentos e melhoria da qualidade de vida”, revela Vanessa.

Artigos relacionados: 

Saiba o que são as doenças congénitas da glicosilação

Doenças Congénitas da Glicosilação: falta de informação é um dos principais entraves ao diagnóstico

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
A COVID-19 tem sido em 2020 o “inimigo” número um da humanidade, não só ao nível da saúde como també

O setor público uniu-se ao privado, e laboratórios privados como a SYNLAB tiveram de se reajustar e abrir, de um dia para o outro, unidades físicas e móveis, em parceria com as Câmaras Municipais e com os Centros de Saúde locais, para realização de testes COVID-19 para ajudar a diagnosticar esta infeção e evitar, ao máximo, a propagação do vírus. Tem sido verdadeiramente um esforço de equipa que nos tem levado a superar desafios dificilmente imaginados antes da pandemia.

E, quase um ano depois, chegou o momento ansiado por muitos, com os telejornais a abrirem com a notícia: “Foi lançada a vacina contra a COVID-19” e, nas redes sociais, o tema a passar a ser rei. Depois de muitos ensaios clínicos, de várias tentativas falhadas, eis que foi aprovada a primeira vacina contra a COVID-19.

O mecanismo envolvido na conceção das vacinas tradicionais passa pela utilização do próprio vírus ou bactéria, numa versão desativada ou atenuada, para que o organismo reaja e responda à infeção. A tecnologia utilizada nesta nova vacina nunca tinha sido testada em humanos, contribuindo para muita discussão à volta deste tema. Nas vacinas fabricadas pelas Pfizer e Moderna, utilizando o mRNA, não é o agente do vírus que é introduzido através da vacina, mas sim parte do seu genoma que produzirá uma determinada parte do micro-organismo (naturalmente, uma parte fundamental para a propagação do vírus) e assim, estimulará a produção de defesas contra essa parte específica do agente infecioso.  Ou seja, esta vacina vai imitar o que o vírus faz, com a diferença que não gera uma infeção completa, apenas obriga a célula do hospedeiro humano a produzir uma parte da constituição do vírus, a tal parte fundamental do mesmo.

A polémica existente frisa que esta vacina poderá modificar o ADN humano, entrando no cromossoma e modificando o genoma humano. Tal não acontece, uma vez que o vírus não permanece nas células e não tem capacidade para se integrar no cromossoma. É uma vacina eficaz (>90%) e é das mais seguras que pode haver, e como o provam centenas de milhares de pessoas em que não houve qualquer efeito adverso grave. A juntar a isto, temos ainda outras vantagens, das quais se destacam: a facilidade de produção e, caso o vírus sofra uma mutação que diminua a eficácia da vacina, a facilidade de se corrigir rapidamente e fabricar uma nova vacina. São estes os principais motivos pelos quais estas vacinas estão na linha da frente.

Assim, podemos dizer que a vacina é eficaz e segura. Mas, é importante que fique realçado que a sua administração poderá produzir alguns efeitos passageiros nas primeiras 24 horas, após a sua administração, dos quais se destacam o mal-estar ou a febre baixa. Mas embora incómodos, não são sinais negativos, pelo contrário. Se sentir esse tipo de efeitos, é sinal que o sistema imunitário está a reagir de forma positiva ao vírus. Quanto ao relato recente de algumas reações alérgicas, podemos dizer que não é um fenómeno inesperado, que parece ser raro, mas que merece certamente acompanhamento. Aliás, na linha do processo natural de fabricação e consequente administração de qualquer medicamento, vai haver a necessidade de um acompanhamento médico em larga escala dos vacinados, para que se perceba se existem ou não efeitos secundários não conhecidos e não detetados durante o período dos ensaios clínicos.

Estima-se que seja necessário vacinar apenas 70 por cento da população para atingir a imunidade de grupo, mas deve ser referido que quanto maior for a taxa de vacinação, melhor controlo da infeção haverá. Com a vacina do sarampo, para dar outro exemplo, é necessário vacinar 95 por cento da população, uma vez que a taxa de transmissão do vírus é elevadíssima, superior à da COVID-19.

As vantagens destas vacinas estão à vista, mas ainda faltam passos importantes a percorrer: a aprovação da mesma pelas entidades reguladoras europeias e a nível logístico, uma rápida e eficaz distribuição uma vez que a vacina é embalada a -70ºC, com embalagens de gelo seco, tendo um tempo de armazenamento relativamente curto. Mas com uma boa logística, este problema consegue ultrapassar-se!

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Estudos publicados na The Lancet Global Health
Esta diferença acentua-se com a idade e na sua maioria não é devido a fatores intrínsecos das causas, mas sim a fatores...

Os estudos, Causes of blindness and vision impairment in 2020 and trends over 30 years, and prevalence of avoidable blindness in relation to VISION 2020: the Right to Sight: an analysis for the Global Burden of Disease Study; e Trends in prevalence of blindness and distance and near vision impairment over 30 years: an analysis for the Global Burden of Disease Study analisam com uma profundidade, dimensão e detalhe nunca antes atingido, o peso e relevância das diferentes causas de deficiência visual e cegueira no mundo, incluindo Portugal.

As limitações no acesso a cuidados para a saúde da visão e as dificuldades económicas de acesso aos tratamentos, inclusive óculos e/ou lentes de contacto, representam um estrangulamento no orçamento individual e familiar no momento de decidir e procurar soluções para as dificuldades de visão. Por diferentes contextos culturais e socioeconómicos, é menos provável as meninas/mulheres verem a sua deficiência visual avaliada e tratada, resultando numa maior prevalência de deficiência visual e/ou cegueira evitável em todas as causas no sexo feminino, com exceção do glaucoma. Esta deficiência visual e/ou cegueira resulta na limitação de desenvolvimento de todo o potencial das meninas e na perda de autonomia e capacidade produtiva das mulheres, traduzindo-se em consequências fundamentais na sua independência e autonomia. Este desequilíbrio é ainda mais evidente com o aumento da idade.

Vera Carneiro e Raúl Alberto de Sousa, Optometristas e Colaboradores do IHME/Global Burden Disease enfatizam a importância da boa visão na promoção da igualdade de género, no desenvolvimento individual e da sociedade. Assegurar boa visão é assegurar o acesso à igualdade de oportunidades.

É esta uma das mais valias da implementação das recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre a integração e planeamento da força de trabalho dos cuidados para a saúde da visão, desde os cuidados primários aos cuidados hospitalares e de reabilitação. Cerca de 5 milhões de portugueses sofrem de erro refrativo, a maior causa de deficiência visual evitável.

As/os Optometristas são as/os especialistas com formação mais aprofundada e detalhada para diagnosticar e tratar o erro refrativo. Desempenham um papel fundamental na prestação de cuidados primários para a saúde da visão de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, com as quais o Estado Português se comprometeu e ainda estão por implementar. Até lá, cada vez mais portuguesas e portugueses irão ver pior o seu presente e futuro.

Os artigos completos podem ser consultados na Lancet Global Health
(https://www.thelancet.com/journals/langlo/home).

 

 

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