14ª Mostra Nacional de Ciência Virtual

Projeto ATMOS vence Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores

Os vencedores do Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores, organizada pela Fundação da Juventude em parceria com a Ciência Viva, foram conhecidos hoje numa cerimónia que pela primeira vez se realizou em formato online.

Considerada uma das maiores a nível Europeu, a Mostra Nacional de Ciência revelou os projetos de 129 jovens cientistas coordenados por 40 professores participantes no Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores, e que pode conhecer aqui. Depois de analisados pelo júri, presidido por Raquel Seruca, Investigadora no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, foram declarados como vencedores da 28.ª edição do Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores os seguintes projetos:

1.º Prémio, no valor de 1250€

Projeto “ATMOS”, da autoria de Klára Sofia Varga, Sara Ribeiro Couto e João Carlos Pereira Carvalho. O projeto foi orientado por Rita Rocha, professora no Colégio Luso-Francês, Porto.

“ATMOS” parte da premissa de que anualmente, em Portugal, morrem prematuramente 6630 pessoas devido à poluição do ar, principalmente causada pelo tráfego automóvel, sendo o Material Particulado (PM) responsável por mais de 50% das estatísticas. Assente em três pontos focais, o projeto visa quantificar a retenção de PM por paredes verdes arbóreas; desenvolver uma nova metodologia para calcular a retenção de PM, baseada na função volúmica e avaliar o valor económico do serviço prestado ao ecossistema por esta solução baseada na natureza. Os amostradores ATMOS possuem uma capacidade de retenção de PM2.5 de 738 g, e um valor económico potencial de 1116 euros. A biomonitorização proposta revela-se uma metodologia alternativa de aquisição e análise de dados fácil e económica.

2.º Prémio, no valor de 1000€

Projeto “SandSpace”, da autoria de Nuno de Figueiredo Brito e Castro, Bruno Dylan Pinto Ferreira e Jorge Miguel Fernandes Correia, parte da constatação de que as águas do mar continuam salgadas, as águas dos rios continuam cristalinas, mas… paira a ameaça. Por isso, através de um sistema de georreferenciação – entenda-se sistema de semáforos –, que inclui 680 praias oceânicas e fluviais de Portugal, será possível identificar a situação de cada praia. As praias sem informação aparecem referenciadas com sinais verdes de menor dimensão. A informação é fornecida pelos próprios utilizadores da aplicação e refere-se às duas últimas horas. Através de um gráfico, a SANDSPACE indica também o número de pessoas que deram a informação e a hora a que o fizeram. Este projeto efetuou, entretanto, parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente, que detém a aplicação Info Praia. O projeto foi orientado por Fátima Paes, professora no Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, São João da Madeira.

3.º Prémio, no valor de 750€

Projeto “Desenvolvimento de um Sistema Integrado de Deteção e Alerta de Radiações Ionizantes”, da autoria de Hugo Daniel Oliveira Vieira Remelgado, Hugo Ferreira Costa e Rita Fernandes de Matos. O projeto, orientado por Júlio Bigas, professor na Escola Secundária Dona Maria II, Braga, tem como objetivo controlar a exposição de grupo profissional às radiações ionizantes, pelo que apresenta um sistema de deteção e análise destas radiações de fácil utilização, analisa em tempo real a exposição a radiações nocivas e alerta o utilizador quando o limite diário for atingido. O sistema integra um detetor desenvolvido de raiz para o efeito na plataforma Arduino e comunica com uma aplicação móvel, desenvolvida na plataforma Kodular, que analisa e regista todas as sessões de trabalho. O resultado é um protótipo revolucionário, que introduz um novo paradigma de segurança dos profissionais de saúde com a finalidade de reduzir os riscos de saúde associados e salvar vidas.

4.º Prémio, no valor de 600€

Projeto “Comparação de Métodos de Análise de Ondas Gravitacionais - LIGO vs. ROOT”, da autoria de João Dinis Ribeiro Machado de Carvalho Álvares, parte da premissa de que a utilização de outras ferramentas para análise de ondas gravitacionais é essencial para uma compreensão mais completa dos sinais que são observados pelos detetores LIGO/Virgo. Por isso, os sinais de vários eventos foram tratados utilizando o ROOT, do CERN, onde foram notadas correlações anómalas, que foram estudadas posteriormente utilizando a Transformada de Fourier. O projeto foi orientando por João Vieira, professor na Escola Secundária Dona Maria II, Braga.

5.º Prémio, no valor de 400€

Projeto “Radio Watching”, da autoria de André Amorim Ribeiro e Larissa Pereira Andrade tem por objetivo desenvolver um modelo de interação de radiofrequências com o plasma gerado em incêndios florestais, de modo a estipular as bases de atuação de um sistema de deteção precoce. Os cálculos são efetuados a partir da criação de simulações computacionais de fogos de pequena escala e soluções de aplicação do sistema são desenhadas através de técnicas simples de machine learning. O projeto foi orientado por Maria Helena Rodrigues, professora na Agrupamento de Escolas Clara de Resende, Porto.

Prémio Especial Porto Editora, no valor de 300€ em edições PE

Projeto “Influência de um herbicida na fauna edáfica: ensaios de evitamento com Eisenia foetida”, da autoria de Tomás Fernandes Matos, Raquel Pacheco Martins e Timo Cláudio Dieter Kolb. O projeto foi orientado por Paula Canha, professora na Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, Odemira.

Prémio Especial LIPOR, no valor de 1.000€

Projeto “Relação entre a disponibilidade de Fe e a capacidade de sequestração de CO2 em Tetraselmis chui”, da autoria de Beatriz de Almeida Fernandes, Joana Espírito Santo Couto e Diogo Filipe Rosa Heleno. O projeto foi orientado por Rui José Fernandes, professor na Escola Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte, Marinha Grande.

Prémio Especial Professor Coordenador do 1º Prémio, no valor de 400€

Rita Rocha, professora no Colégio Luso-Francês, Porto.

Francisco Maria Balsemão, presidente da Fundação da Juventude, congratulou-se com a qualidade dos projetos a concurso e reforçou que “os jovens cientistas ao representarem Portugal em concursos internacionais da área da ciência estão não só a levar o nome da Fundação além-fronteiras como a colocar no mapa da ciência, da produção de investigação e inovação científica o nome do nosso país”.

Carla Mouro, presidente executiva da Fundação da Juventude, destacou para além da qualidade dos projetos, que traduzem os “ideias de cooperação e intercâmbio nacional e internacional”, os dois dias da Mostra Nacional de Ciência, que pela primeira vez se realizou online.

De acordo com Carla Mouro, “foram dois dias onde a Ciência esteve em destaque e onde foi possível discutir temas como a relação entre Ciência e COVID 19, propriedade intelectual, patentes, plágio na era Digital, ou como “a Educação e o ensino em tempo de Covid”, um painel que animou a tarde do segundo dia e que teve a participação de Eduardo Sá e Nuno Crato.

Carlos Moedas também marcou presença através de mensagem gravada e destacou a importância ímpar que os jovens assumem ao nível do desenvolvimento da ciência e da investigação em Portugal.

A 14ª Mostra Nacional de Ciência Virtual é uma organizada pela Fundação da Juventude em parceria com a Ciência Viva e tem como parceiro oficial o Município do Porto, como mecenas a JBFernandes e conta com o apoio do IPDJ, Fundação Calouste Gulbenkian, FLAD, Porto Editora, Bial e Lipor.

 

Fonte: 
GCI
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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