Relatório
O número de novos casos de infeção por VIH voltou a descer em 2019, mantendo-se a tendência de decréscimo que já se verificava...

Além da redução no número anual de novos diagnósticos de infeção, este ano destaca-se também uma percentagem de diagnósticos tardios inferior a 50%. O relatório indica a percentagem de diagnósticos tardios passou de 54,4% em 2018 para 49,7%, o que demonstra o esforço que tem sido feito para diagnosticar mais e mais precocemente.

A maioria (69,3%) dos novos casos de infeção por VIH registaram-se em homens (2,3 casos por cada caso comunicado em mulheres) e a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 38 anos.

Em 24,1% dos novos casos, os indivíduos tinham idade igual ou superior a 50 anos.

Embora a transmissão heterossexual se mantenha como a mais frequente, os casos em Homens que têm Sexo com Homens (HSH) constituíram a maioria dos novos diagnósticos em homens (56,7%).

No que diz respeito à área de residência, 50,4% dos indivíduos residiam na Área Metropolitana de Lisboa (13,7 casos/100.000 habitantes) e a região do Algarve apresentou a segunda taxa mais elevada de diagnósticos (13,5 casos/100.000 habitantes).

No período em análise, não foi notificado nenhum caso de transmissão de VIH em crianças.

Relativamente aos óbitos, foram comunicados 197 óbitos em doentes infetados por VIH durante o ano de 2019, sendo que em 46,2% destes casos as pessoas já tinham atingido o estádio SIDA.

Analisando os dados acumulados, até 31 de dezembro de 2019 foram identificados em Portugal 61.433 casos de infeção por VIH, dos quais 22.835 atingiram o estádio de SIDA.

Entre 2009 e 2018 registou-se uma redução de 47% no número de novos casos de infeção por VIH e de 65% em novos casos de SIDA.

Segundo as duas entidades que participaram neste relatória "para a obtenção de melhores resultados com impacto no diagnóstico precoce, importa reforçar e manter as respostas comunitárias, estimular o alargamento da realização do teste rápido nas farmácias comunitárias a outras regiões do país, divulgar as diferentes opções para a realização do rastreio, incluindo a disponibilidade do autoteste e promover a literacia da população e dos profissionais de saúde. Iniciativas como a “Cidades na via rápida para acabar com a epidemia de VIH” são fundamentais na prossecução dos objetivos traçados".

Mês do Cancro do Pulmão
É o quarto cancro com maior incidência em Portugal e aquele que apresenta maior letalidade.

Segundo os dados disponibilizados, em 2018 foram diagnosticados 5284 novos casos de cancro no pulmão e, embora este não seja o número mais elevado, no que diz respeito às neoplasias, este tipo de cancro é o que apresenta as maiores taxas de mortalidade.

Associado maioritariamente ao consumo do tabaco – sendo o tabagismo responsável por 80% dos casos -, há, no entanto, outros fatores de risco que podem condicionar a doença: o fumo passivo, a exposição ao rádon ou asbestos, exposição ocupacional e industrial, bem como a poluição do ar. “A evidência da predisposição genética para o cancro do pulmão tem sido difícil de estabelecer devido a fatores ambientais confundidores, no entanto alguns dados começam a surgir nesse sentido”, acrescenta Pedro Fernandes, cirurgião no Centro Hospitalar Universitário de São João.

Frequentemente diagnosticado já em fases avançadas da doença, estes doentes perdem a possibilidade de uma cura. “Um dos fulcrais problemas no cancro do pulmão é o tempo decorrido até ao diagnóstico, pois o curso silencioso desta doença determina em grande parte a sua elevada letalidade”, começa por explicar o médico cirurgião. A verdade é que, numa fase inicial do cancro do pulmão, a maioria dos doentes é assintomática, sendo a lesão pulmonar muitas vezes detetada acidentalmente. “A realização de uma radiografia torácica ou tomografia computorizada (TC) torácica por variadas razões, quer seja por uma infeção respiratória ou um traumatismo, leva à deteção de lesões nodulares de novo ou em crescimento, iniciando assim a marcha diagnóstica até ao cancro do pulmão”, revela Pedro Fernandes.

Em fases mais avançadas, os doentes podem apresentar sintomas, “porém não podemos falar de sintomas típicos de cancro do pulmão”. Segundo o médico cirurgião, “a doença pode manifestar-se por sintomas devido ao envolvimento local dos pulmões, tais como dificuldade em respirar, tosse, presença de sangue na expetoração ou dor torácica, bem como se pode expressar por sintomas generalizados de perda de apetite, perda de peso ou fadiga”.

Quando a doença já se espalhou para outros órgãos, ou seja, quando se encontra metastizada, os sintomas podem estar relacionados com o órgão afetado pelas metástases – como “sintomas neurológicos (no caso de metástases cerebrais) ou dor óssea (no caso de metastização óssea)”.

Para estabelecer o diagnóstico é necessário obter amostra da lesão suspeita através de “uma biópsia, quer seja percutânea, quer seja através de broncofibroscopia”.

“Após este diagnóstico de cancro do pulmão, inicia-se a etapa do estadiamento, de forma a percebermos em que fase está a doença. O estadio no qual conseguimos diagnosticar a doença determina o seu tratamento e o prognóstico, sendo que após diagnóstico, apenas 15% dos doentes estão vivos 5 anos depois, isto porque aproximadamente 70% dos casos são diagnosticados numa fase avançada da doença, tornando o diagnóstico precoce essencial para um tratamento prematuro e eficaz.

O largo espectro de fases nos quais a doença é estadiada compreende desde o pequeno nódulo pulmonar com menos de um centímetro que pode ser tratado com cirurgia – permitindo uma sobrevida aos 5 anos de cerca de 92% - até ao cancro do pulmão em estadios avançados, com múltipla metastização à distância, cujo prognóstico contempla uma sobrevida aos 5 anos inferior a 5%”, explica Pedro Fernandes.

O tratamento depende então da fase em que se encontra a doença, e apesar da maioria dos casos não permitir uma terapêutica curativa, na última década tem havido uma enorme evolução nesta área.

Exemplo disso é a implementação de uma técnica minimamente invasiva para tratamento de estadios mais precoces. “A cirurgia toracoscópica vídeo-assistida (VATS), permite através de uma única porta de 3 a 5 centímetros, sem necessidade de afastamento de costelas, remover o lobo pulmonar ou o segmento pulmonar afetado pelo cancro do pulmão”, explica o cirurgião acrescentado que esta “é uma abordagem cirúrgica menos agressiva, que possibilita ao doente um pós-operatório menos doloroso, menor tempo de internamento, com uma recuperação funcional mais positiva e um rápido retorno à sua atividade normal”.

“Em fases mais avançadas da doença, a cirurgia com ressecção pulmonar não demonstra ter efeitos benéficos na sobrevida dos doentes. Nestes estadios da doença, a quimioterapia clássica era a única opção, que permitia aos doentes uma sobrevida de pouco mais de um ano. Também nesta área, na última década, houve um incremento de qualidade no tratamento a oferecer, com o desenvolvimento das terapêuticas dirigidas e da imunoterapia”, revela Pedro Fernandes.

Segundo o especialista estas novas terapêuticas permitem “não só um incremento substancial na sobrevida, mas sobretudo um melhoramento na qualidade de vida destes doentes, sem os efeitos adversos conhecidos da quimioterapia”.

Não obstante esta evolução, o tempo que decorre entre a deteção de lesão suspeita, estadiamento e tratamento, constitui uma das maiores problemáticas associadas à patologia. Neste sentido, é imperativa a existência de uma via verde para o cancro do pulmão. “A via verde para o cancro do pulmão é uma estratégia dos centros nacionais de tratamento de cancro do pulmão de desenvolver e otimizar os seus recursos. O objetivo, sobretudo nos doentes que podem ser submetidos a terapêuticas potencialmente curativas (nomeadamente a cirurgia), é diminuir o tempo desde a suspeição de cancro de pulmão até à alta clínica após cirurgia”, explica Pedro Fernandes.

Na prática, pretende-se uma meta de 30 dias desde a deteção de um nódulo pulmonar suspeito, à realização de uma biópsia pulmonar diagnóstica, passando pelo estadiamento da doença até à cirurgia e alta clínica deste procedimento. “Este processo permitirá ganhar tempo e resgatar muitos doentes para um tratamento radical. Atualmente, o esforço de realizar cada um destes passos de forma mais célere possível é a luta dos profissionais no dia-a-dia”, adianta o especialista.

“O cancro do pulmão tem um fardo muito importante na nossa sociedade, no entanto, as armas para o combater estão cada vez mais refinadas. Os três passos fundamentais estão identificados: prevenir com evicção tabágica, diagnosticar precocemente e tratar cedo com o melhor que temos para oferecer”, conclui.

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Investigação
Investigadores do RCSI University of Medicine and Health Sciences, na Irlanda, desenvolveram um novo bioma material que ajuda...

Os investigadores já haviam descoberto uma molécula chamada JNK3, que é um dos principais fatores-tronco das células-tronco das crianças que leva a que estas sejam mais sensíveis ao seu ambiente e a se regenerarem melhor que a dos adultos. Isso explica, pelo menos parcialmente, por que os ossos das crianças são capazes de curar mais rapidamente. Com base nesse conhecimento, eles criaram um biomamaterial que imita a estrutura do tecido ósseo e incorpora nanopartículas que ativam o JNK3.

Quando testado em um modelo pré-clínico, o bioma material rapidamente reparou grandes defeitos ósseos e reduziu a inflamação após um mês de uso. O bioma material também provou ser mais seguro e eficaz que outros biomateriais carregados de medicamentos para reparação óssea, cujo uso tem sido controversamente associado a efeitos colaterais perigosos, incluindo cancro, infeção ou formação óssea fora do local.

"Embora sejam necessários mais testes antes de começarmos os testes clínicos, estes resultados são muito promissores", disse o professor Fergal O'Brien, principal autor do estudo e diretor de Pesquisa e Inovação do RCSI.

"Este estudo mostrou que a compreensão da mecanobiologia das células-tronco pode ajudar a identificar moléculas terapêuticas alternativas para reparar grandes defeitos no osso e, potencialmente, em outros tecidos corporais. Num sentido mais amplo, este projeto é um grande exemplo de como o crescimento da nossa compreensão da mecanobiologia pode identificar novos tratamentos que beneficiam diretamente os doentes – um objetivo fundamental do que fazemos aqui no RCSI."

O trabalho foi realizado por investigadores do Grupo de Pesquisa em Engenharia de Tecidos (TERG) e do Centro Âmbar SFI com sede no RCSI em colaboração com uma equipa da Children's Health Ireland (CHI) do Temple Street Hospital. A equipa do CHI em Temple Street foi liderada pelo Dylan Murray, um cirurgião craniofacial, plástico e reconstrutivo, líder do Centro Craniofacial Nacional Pediátrico (NPCC), que colaborou com a equipa do RCSI ao longo de vários anos.

"É muito emocionante fazer parte deste projeto translacional no qual a participação e o consentimento dos pacientes do NPCC em Temple Street – que doaram células ósseas colhidas – contribuíram imensamente para esse sucesso", disse Murray.

A pesquisa foi financiada pela Children's Health Foundation Temple Street, Health Research Board of Ireland under the Health Research Awards - Patient-Oriented Research scheme, European Research Council (ERC) sob horizon 2020 (Projeto ReCaP #788753) e Science Foundation Ireland (SFI) através do Centro avançado de pesquisa de materiais e bioengenharia (AMBER) (SFI/12/RC/2278).

"Agora provamos que a identificação de alvos terapêuticos inspirados na mecanobiologia pode ser usada para projetar biomateriais inteligentes que recriam a capacidade de cura superior das células-tronco nas crianças quando comparadas com os adultos", disse o Arlyng Gonzalez Vazquez, primeiro autor do estudo e pesquisador do TERG.

"Estamos usando a mesma estratégia para desenvolver um novo biomaterial para reparação de cartilagem em adultos. Um projeto de acompanhamento recentemente financiado pela Children's Health Foundation Temple Street também pretende utilizar uma abordagem científica semelhante para identificar se os mecanismos moleculares encontrados em crianças diagnosticadas com craniossinostose (uma condição em que o crânio se funde cedo) poderia ser usado para desenvolver um biomamaterial terapêutico que acelera a formação óssea e a cicatrização óssea em adultos."

Este projeto contribuiu para que Arlyng Gonzalez Vazquez ganhasse o altamente prestigiado "New Investigator Recognition Award" (NIRA) na Reunião Anual da Ortopédica Research Society (ORS) em 2019 em Austin, Texas.

 

Combate à pandemia
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa contactaram, entre 30 de...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença.

Assim, entre 30 de junho e 24 de novembro, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida e Loures-Odivelas, realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 22.035 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizado ações de sensibilização à população.

Balanço
De acordo com os agora dados divulgados, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e os seus parceiros no Sistema...

Segundo o INEM, foi na região norte que se realizaram mais transportes, com 1.537 utentes transportados. Na região sul, os meios de emergência pré-hospitalar efetuaram o transporte de 1.152 utentes com suspeita de infeção com SARS-CoV-2. Na região centro foram efetuados 621 transportes e, mais a sul, no Algarve 110 transportes.

Ao todo, desde o dia 1 de março já foram efetuados 72.167 transportes de utentes com suspeita de Covid-19. “Recordamos que a definição de caso suspeito de Covid-19 é, entre outros e de acordo com as normas em vigor¸ qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU2)”, revela o INEM.

Neste mesmo período, foram feitas 1.319 recolha de amostras para análise. A equipa da Delegação Regional do Sul (DRS) efetuou 572 colheitas, a Delegação Regional do Norte (DRN) 553, a da Delegação Regional do Centro (DRC) 159 e equipa da DRS- Algarve, uma.

 

 

Opinião
Hoje em dia, nos clubes de futebol, os dados estão espalhados entre os diversos departamentos.

Um sistema como o FootballISM, sendo totalmente holístico e não deixando nenhum departamento relacionado com a operacionalidade do clube de lado, faz com que a informação esteja toda centralizada numa só plataforma. O Big Data é isto mesmo. Poder centralizar a informação para depois a poder tratar da melhor maneira.

Dou um exemplo: O GPS. Atualmente todos os clubes de primeira e segunda divisão já dispõem destas ferramentas. Mais de 80 colunas de dados de treino e de jogo de todos os jogadores de um plantel. Os departamentos de performance fazem correlações entre os BPM e as acelerações, entre os metros percorridos acima de 18km/h e a distância total. Esta informação é sem dúvida muito boa e permite que se extraiam vários insights. Mas ela é apenas relativa a uma componente especifica: Dados Físicos em treino e em jogo. E as horas de sono? E as notas na escola? E a situação familiar? E a nutrição? O peso? A Antropometria? O contrato? As anteriores lesões?

O que acontece é que não havendo uma centralização da informação, não é possível fazer extrapolações para entender padrões de comportamento e deixar que a própria máquina desenvolva os seus próprios mecanismos de aprendizagem (Machine Learning).

O objetivo do FootballISM é que seja o próprio sistema que nos possa alertar para uma possivel lesão que pode vir a acontecer, usando como base todos os dados, desde a posição do atleta, de quem é o seu treinador (joga mais pela direita ou pela esquerda, mais físico ou menos físico), dos seus dados nutricionais (peso, antropometria), do seu estado psicológico (situação familiar, das suas notas na escola, das ocorrências disciplinares, das lesões anteriores e a forma como estas aconteceram, etc.

Sem ter a informação toda centralizada os departamentos dos clubes vão continuar a desenvolver-se sobre si próprios sem ter em conta a totalidade de fatores/dados que influenciam o desenvolvimento de um jogador.

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Informação em tempo real
Prioridade VIH/SIDA – a doença ainda existe. O que fazer?” é a primeira plataforma de conteúdos em streaming dedicada ao VIH,...

Ao longo do dia vão ser lançados vários conteúdos com informação em tempo real que que vão desde entrevistas, discussão, partilha de conhecimentos e experiências de doentes e profissionais de saúde. Conta ainda com a participação de associações de doentes que, através dos seus testemunhos, deixam relatos que identificam os principais problemas que os doentes enfrentam, ao mesmo tempo que partilham o trabalho que têm vindo a desenvolver.

Para Ricardo Fernandes, que “abre” o projeto na qualidade de Presidente do European AIDS Treatment Group (EATG), “apesar da eficácia das terapêuticas atuais, que já permitem um controlo do ponto vista clínico, ainda existem problemas por resolver e soluções por encontrar, por forma a que consigamos apertar o controlo epidemiológico desta doença. Temos que fazê-lo num exercício conjunto entre doentes, profissionais de saúde, decisores e a comunidade em geral, conscientes de que a doença não pode ser esquecida ou remetida para segundo plano.”

Voltar a focar no VIH/SIDA é por isso o grande objetivo desta iniciativa. Através da criação de um espaço de informação em tempo real, pretende-se perceber em que situação se encontram os doentes, como promover a qualidade de vida da pessoa com VIH, e, sobretudo, como poderá Portugal alcançar as metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Através do seu programa UNAIDS, a ONU estabeleceu a meta dos pilares 90-90-90 até 2020* como o primeiro passo para extinção do caracter epidémico da infeção VIH. Portugal atingiu valores superiores a 90 em cada um dos 3 pilares, algo que se traduz em ganhos de efetividade do sistema, tendo como resultado último a efetividade económica e viabilidade de recursos. A segunda etapa estabelecida pela UNAIDS é o aumento dos pilares para 95-95-95. No entanto, os especialistas defendem que este patamar só será alcançado com a potenciação de “uma viga estrutural” sobre os pilares 90: a qualidade de vida da pessoa que vive com VIH, considerado o 4º 90.

Como explica Ricardo Fernandes “para alicerçar a qualidade de vida é necessário apostar na literacia, no combate ao estigma social e ao autoestigma, na integração social, no acesso aos medicamentos e aos melhores cuidados, bem como nas condições socioeconómicas do doente”. Defende ainda que, nesta fase, a comunicação é a peça que falta para unir todas estas pontes e acrescenta que “este espaço virtual, prioridadevihsida.newsfarma.pt, é um contributo importante na construção de estratégias que ajudem a alcançar as novas metas estabelecidas”.

O projeto “Prioridade VIH/SIDA – a doença ainda existe. O que fazer?” é uma iniciativa da Newsfarma com o apoio da ViiV Healthcare e pode ser acedido em prioridadevihsida.newsfarma.pt

Contra a Covid-19
O governo emitiu um despacho que determina a constituição de uma task force para a elaboração do «Plano de vacinação contra a...

Coordenada por Francisco Ventura Ramos, esta task force integra representantes do Ministério da Defesa Nacional, do Ministério da Administração Interna, da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

O Estado-Maior-General das Forças Armadas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I. P. (INÇA), os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) são as entidades de apoio técnico.

O diploma, assinado pelos Ministros da Defesa Nacional, da Administração Interna, e pela Ministra da Saúde, refere que o trabalho desenvolvido pela Comissão Europeia nesta matéria, “não dispensa que cada Estado Membro estabeleça o seu próprio plano de vacinação, designadamente definindo a estratégia de vacinação, assegurando a logística do armazenamento e distribuição das vacinas, garantindo o registo eletrónico da respetiva administração e da vigilância de eventuais reações adversas e promovendo uma comunicação transparente com a população sobre a importância da vacinação”.

 

Solidariedade
Depois das campanhas comerciais de Black Friday, no dia 1 de dezembro é dia de se celebrar a generosidade com a iniciativa...

Criado em 2012 o #GivingTuesday parte de uma ideia simples: incentivar as pessoas a fazerem o bem. Nos últimos sete anos a ideia cresceu e tornou-se um movimento global que inspira centenas de milhões de pessoas a doar, colaborar e celebrar a generosidade.

Com a pandemia a Vida Norte, uma associação 100% privada que depende do apoio de particulares e empresas para dar resposta à sua atividade de acompanhamento de famílias em situação de fragilidade social e económica, registou um decréscimo das contribuições e donativos, o que resulta num forte impacto na atividade da associação e no apoio que consegue prestar, em contraste com o crescente aumento de pedidos de apoio que têm vindo a chegar à IPSS.

Como forma de procurar angariar apoios que permitam dar continuidade ao seu trabalho, que abrange uma média de 100 grávidas e famílias por mês, a Vida Norte juntou-se à campanha #GivingTuesday através do projeto “Torne-se um Amigo Vida Norte”.

Um Amigo Vida Norte é um particular ou uma empresa que contribui financeiramente, de forma regular, para a sustentabilidade da Associação, com valor e periodicidade à escolha. Com um apoio mensal a partir de 5€ este Amigo pode fazer toda a diferença na vida das mães e bebés que a associação acompanha, garantindo um acompanhamento de proximidade, com vista à capacitação da família e à construção de um projeto de vida autónomo, responsável e feliz.

Em alternativa a esta contribuição regular, é possível aos doadores optarem pela oferta de Kits de Produtos de Bebé, com valores que variam entre os 5€ e os 15€.

 

 

Mais mecanismos de apoio
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça que a sua Linha de Apoio à Diabetes continua como uma frente...

Esta linha destina-se a todas as pessoas com diabetes que procurem assistência em situações de descompensação da doença e esclarecimento sobre os procedimentos a adotar em caso de infeção pelo novo coronavírus. “Inicialmente, o principal objetivo era evitar que as pessoas com diabetes tivessem de se deslocar para resolver o seu problema e que continuassem a ser informadas e acompanhadas. Neste momento, a linha ganha uma nova dimensão e surge também como uma rede para amparar todos os que se viram impossibilitados de ter as suas consultas.” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

A APDP alerta ainda para o facto de as pessoas com diabetes serem um dos grupos de risco em caso de infeção pelo novo coronavírus. “Em caso de contágio, as pessoas com diabetes estão mais suscetíveis a consequências graves ou até à morte”, reforça o presidente da APDP. Afinal, estima-se que 10 a 20 mil pessoas tenham ficado sem acesso a diagnóstico e intervenção precoces, um dos passos cruciais para evitar complicações e internamentos, durante o período de quarentena.

A associação frisa ainda a importância do papel da Sociedade Civil para ajudar a fazer uma avaliação correta das necessidades e medidas necessárias para a redução do impacto das doenças crónicas. Outro dos objetivos da linha de apoio prende-se com esta medida: “é mais uma ferramenta de uma frente ativa da APDP que está a trabalhar para criar um sistema que permita combater a deterioração dos direitos e das condições das pessoas em situações mais vulneráveis”, explica José Manuel Boavida.

O projeto da Linha de Apoio à Diabetes foi recentemente distinguido com uma menção honrosa atribuída pelo Prémio Manuel António da Mota, este ano sob o lema “Portugal vence a covid-19”, pelo seu papel no combate à crise epidémica e às suas consequências na área da saúde.

A linha de atendimento telefónico da APDP, destinada a todas as pessoas com diabetes, está disponível todos os dias, entre as 9h e as 17 horas, através do número 213 816 161.

 

Projeto da Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) desafia os...

A participação envolve o preenchimento de dois questionários, disponíveis em www.figadogordo.com, antes e depois da leitura de uma banda desenhada desenvolvida pela equipa no âmbito do projeto europeu “FOIE GRAS” (Marie Sklodowska Curie Actions-Innovative Training Networks; MSCA-ITN), que se foca em investigação fundamental e aplicada sobre esta doença do fígado.

A iniciativa é coordenada por Mireia Alemany i Pagès, aluna do Programa Doutoral em Biologia Experimental e Biomedicina (PDBEB) do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra (IIIUC), e faz parte da sua tese de doutoramento, que tem como objetivo a procura de novas estratégias e abordagens de comunicação da doença do fígado gordo não-alcoólico (NAFLD na sigla inglesa), assim como monitorização do impacto.

A aluna já realizou trabalho de campo com doentes, com o intuito de perceber o que conheciam ou desconheciam sobre a patologia. Esse trabalho, realizado numa colaboração interdisciplinar entre biólogos, psicólogos, sociólogos, cuidadores, clínicos e doentes, resultou numa publicação científica, e, com base nas histórias de vida e dúvidas dos doentes, surgiram as personagens e a história por trás da banda desenhada "Um fígado equilibrado é meio caminho andado", ilustrada por Rui Tavares, também aluno do PDBEB. Esta BD aborda características, tratamento e prevenção da doença do fígado gordo não-alcoólico, bem como de outras doenças metabólicas.

Os dois alunos são orientados por Anabela Marisa Azul e João Ramalho-Santos. Mais informação sobre o Projeto FOIE GRAS disponível em: http://www.projectfoiegras.eu/about/.

 

Apoio em tempo de pandemia
Desenvolvida e pensada por uma mãe que sentiu a necessidade de poder ter acesso, durante este período, ao apoio de...

Apesar de estar a ser lançada em plena pandemia da COVID-19, o projeto nasce há cerca de um ano, quando a criadora da aplicação – Teresa Horta e Costa – estava à espera do seu segundo filho e tinha já um bebé com pouco mais de um ano de idade. Apercebeu-se de que existia uma necessidade não atendida para as mulheres que tinham acabado de ser mães e tinham inúmeras dúvidas sobre a alimentação do bebé, a amamentação, o sono, os problemas mais frequentes, entre muitas outras questões e para as quais muitas vezes sair de casa era um desafio pela logística envolvida.

“Apesar de existir muita informação na internet sobre os vários temas que a maternidade envolve, está toda muito dispersa e nem sempre temos a certeza de que está correta ou até mesmo se tem validade científica. Isto ainda nos faz sentir mais ansiosas e com mais dúvidas”, começa por explicar Teresa Horta e Costa.

A Bean App surge então como resposta à criação de uma espécie de Marketplace online, com especialistas em áreas ligadas à puericultura e que se debruça sobre os vários temas relacionados com a maternidade. Aqui, as mães contam com a curadoria de profissionais de saúde e podem pesquisar sobre os temas que mais têm interesse ou caso precisem de ajuda, podem agendar consultas online em áreas como a Amamentação, Sono, Cuidados do Bebé, Psicologia, Coaching ou Fisioterapia.

Teresa Horta e Costa, acrescenta ainda que olha para a Bean App “como um projeto em constante desenvolvimento, que certamente vai crescer com as famílias e as suas necessidades. Cada bebé é único e por isso só traz novos desafios, queremos estar ao lado das famílias nesta nova etapa e continuar a dar respostas às necessidades que sintam e ainda não estejam atendidas”.

Esta é uma plataforma que vai permitir que as famílias estejam com o seu bebé num ambiente mais cómodo e seguro, mantendo o contacto com profissionais de saúde de forma prática, através do agendamento e participação nas sessões ou consultas online. Uma necessidade que no passado quando a fundadora da aplicação a pensou podia já fazer sentido, mas que atualmente devido ao período de pandemia que ainda nos encontramos a viver este formato ganha ainda mais pertinência. 

Bean App já se encontra disponível online através de um website que funciona como uma plataforma. No futuro, está previsto adotar-se um sistema com ambiente de aplicação, mas que não será necessário fazer o download. 

O que tem de saber
Sabia que apesar de os probióticos serem globalmente seguros, em algumas situações de doença são des

As bactérias cumprem papeis importantes na saúde do indivíduo. VERDADE

As bactérias que existem no trato gastrointestinal humano são conhecidas como “microbiota”. Estas bactérias ajudam em múltiplas funções no nosso organismo, como por exemplo, no funcionamento normal do trato gastrointestinal ou recuperação após um quadro infecioso gastrointestinal.

As bactérias intestinais são todas iguais. VERDADE

Existem milhares de tipos de bactérias intestinais em cada individuo. A conjugação das diferentes bactérias, em diferentes quantidades em cada individuo constitui a “microbiota intestinal”.

A nossa microbiota intestinal é única, podendo até mesmo ser comparada à “impressão digital”. VERDADE

A nossa microbiota intestinal é única e alguns estudos sugerem que através da avaliação da microbiota é possível distinguir uma pessoa das outras.

Uma vez estabelecida a flora intestinal, ela permanece inalterada ao longo da vida. MITO

Apesar de a microbiota ter tendência a manter-se estável, ela pode ser alterada por múltiplos fatores (p.e. tratamento com antibióticos, migração para outro país, etc).

A microbiota intestinal saudável tem relação direta com a imunidade. VERDADE

A microbiota tem um papel muito importante no desenvolvimento e regulação do sistema imune. Por outro lado, o sistema imune tem muitos mecanismos que ajudam a regular a microbiota e que permitem que estes dois sistemas interajam e se ajudem mutuamente.

Probióticos e prebióticos são a mesma coisa. MITO

Existem 3 tipos de agentes que atuam na microbiota intestinal: os probióticos, os prebióticos e os simbióticos.

Os probióticos são definidos como produtos que contêm bactérias e leveduras vivas numa quantidade suficiente para produzirem um efeito potencialmente benéfico; os prebióticos contêm “alimentos” para as bactérias, que ajudam a microbiota intestinal benéfica a proliferar e funcionar adequadamente; os simbióticos contêm probióticos e prebióticos.

Probióticos da mesma espécie fornecem o mesmo benefício. MITO

Os probióticos da mesma espécie podem não levar ao mesmo benefício. Dentro de cada espécie existem pequenas variações genéticas que podem conferir atributos diferentes às bactérias. Assim, as bactérias podem ser da mesma espécie (p.e.: Lactobacillus acidophilus) mas serem de estirpes diferentes (p.e.: Lactobacillus acidophilus M92 e Lactobacillus acidophilus M25).

Se os probióticos atuam no intestino, os benefícios observados estão relacionados apenas a este órgão. MITO

Apesar de irem atuar na composição da microbiota intestinal, os benefícios dos probióticos podem ser observados em órgãos extraintestinais. Por exemplo, alguns estudos sugerem que os probióticos podem ter efeitos benéficos nos sintomas de crianças com eczema.

O consumo de probiótico não é recomendado, sendo seu consumo de indicação restrita. VERDADE

Apesar de os probióticos serem globalmente seguros em algumas situações de doença severa e imunodeficiência grave podem surgir eventos adversos. Além disso, uma vez que os benefícios dos probióticos dependem do tipo de doença e do tipo de estirpe usado, o seu uso deve ser orientado de acordo com a indicação clínica.

Os probióticos não trazem benefícios a pessoas saudáveis. VERDADE

Até ao momento, não existe evidência científica que prove que o uso de probióticos em indivíduos saudáveis traz benefícios para a saúde.

Há limite de idade para tomar probióticos. MITO

A idade avançada não é uma contraindicação para o uso de probióticos.

Os iogurtes possuem mesmo efeito de formulações probióticas. MITO

É verdade que a maioria dos iogurtes possuem na sua constituição bactérias e leveduras vivas, que podem vir a ter um efeito benéfico na saúde de quem os consome. Contudo, estes não devem ser considerados exatamente iguais às formulações probióticas.  Na maioria dos casos não é possível identificar a estirpe utilizada nestes iogurtes (e a estirpe está diretamente relacionada com o tipo de benefício que podemos esperar), e podem existir outros fatores alimentares a contribuir para os benefícios que os iogurtes trazem além dos microrganismos.

Os benefícios dos probióticos podem ser alcançados com a alimentação. MITO

Uma alimentação saudável deverá fazer sempre parte de um estilo de vida saudável, e traz benefícios globais para a saúde de todos os indivíduos. Contudo, nas situações clínicas em que os probióticos demonstraram benefício, como por exemplo a diarreia aguda da infância, a alimentação não consegue obter os mesmos resultados.

*este artigo foi escrito com a colaboração de Sofia Xavier, gastrenterologista no Hospital Lusíadas Braga 

Bibliografia:
Franzosa EA, et al. Identifying personal microbiomes using metagenomic codes. PNAS June 2, 2015. doi: 10.1073/pnas.1423854112
Belkaid Y, Harrison OJ. Homeostatic Immunity and the Microbiota. Immunity. 2017 Apr 18. doi: 10.1016/j.immuni.2017.04.008
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Hill C, et al. The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology. 2014. doi: 10.1038/nrgastro.2014.66

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto Europeu
Investigadores portugueses do iBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, participam no projeto europeu ADDovenom,...

Com um financiamento de 3.6 milhões de euros atribuídos pela União Europeia ao abrigo da vertente de tecnologias futuras e emergentes (EU-FET), o projeto ADDovenom poderá vir a prevenir 100 000 mortes por ano provocadas por mordeduras de cobras venenosas.

Declarada pela Organização Mundial de Saúde como uma das doenças tropicais mais negligenciadas, as mordidas de cobra afetam todos os anos mais de 500 000 pessoas, sendo fatais para cerca de um quinto destas e debilitantes para as restantes. Devido à discriminação cultural existente em alguns dos locais mais afetados, os sobreviventes sofrem frequentemente de ostracização aumentando assim a carga humana e emocional associada à intoxicação por veneno de cobras.

O tratamento atualmente disponível, baseado na administração de soro de animais imunes às toxinas do veneno – frequentemente cavalos e ovelhas – possui uma baixa eficácia devido à diversidade de toxinas presentes nos venenos. Além disso, sendo que apenas 10 a 15% dos anticorpos presentes nos soros têm capacidade de se ligar às toxinas, é necessária a administração de várias doses para conseguir um tratamento eficaz. O aumento do número de doses aumenta também os custos do tratamento e o risco de efeitos colaterais adversos.

O projeto ADDovenom, coordenado pela Universidade de Bristol, irá desenvolver uma plataforma inovadora – ADDomer© – baseada em partículas semelhantes a vírus que tem uma elevada eficácia clínica. Esta nova modalidade terapêutica para o combate à intoxicação por venenos de cobras permitirá ainda o transporte e armazenamento em cadeias que não necessitem de frio, facilitando a sua distribuição em locais remotos, como as comunidades agrícolas da África Subsaariana, onde o número de ocorrências e mortes por este tipo de envenenamento é maior.

O papel do iBET no projeto é o de desenvolver uma plataforma compatível com as Boas Práticas de Fabrico capaz de produzir ADDomers personalizados com elevada qualidade e a baixo custo. Nas palavras de Paula Alves, CEO do iBET, “Os ADDomers têm o potencial de permitir o desenvolvimento de tratamentos inovadores para eliminar as toxinas em circulação. A relação de custo-benefício desta tecnologia poderá contribuir para diminuir o custo de produção e facilitar a logística associada, permitindo disponibilizar esta solução a países onde o número de mortes causadas por picadas de cobra e víbora é muito significativo”

Primeira angioplastia coronária no mundo foi realizada há 43 anos
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) acaba de lançar um vídeo, com o objetivo de sensibilizar a...

“Com este vídeo pretendemos transmitir mensagens rápidas sobre a angioplastia coronária, explicando de que forma pode contribuir para o bem-estar do doente. O objetivo é consciencializar a população em geral para a importância deste procedimento, enquanto forma de tratamento de doenças cardiovasculares; e explicar como se processa a intervenção percutânea, que tem, atualmente, taxas de eficácia e de segurança extremamente elevadas”, explica João Brum da Silveira, presidente da APIC.

O vídeo subordinado à temática “O que é uma angioplastia coronária?” pode ser visualizado em https://youtu.be/Ok60HnVQKvk

A angioplastia coronária é um procedimento minimamente invasivo, realizado por uma Equipa de Cardiologia de Intervenção (uma subespecialidade da Cardiologia), em laboratórios de hemodinâmica, com o objetivo de melhorar o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias com obstruções.

Na maior parte dos doentes, a angioplastia coronária é o procedimento indicado para resolver a obstrução das artérias coronárias no tratamento da angina de peito, bem como no enfarte agudo do miocárdio. Neste último caso, designa-se por angioplastia primária e deve ser realizada, idealmente, nas primeiras duas horas após o início dos sintomas.

Esta técnica minimamente invasiva foi realizada pela primeira vez, há 43 anos, pelo médico Andreas Gruentzig, em Zurique, e consiste na colocação de um tubo muito fino (cateter) na artéria a ser tratada. De seguida, é introduzido um fio guia, através do cateter, que atravessa a obstrução da artéria. Sobre o fio guia é introduzido um balão que será insuflado na zona da obstrução, restabelecendo, assim, o normal fluxo sanguíneo da artéria. Na grande maioria dos casos é, ainda, necessário implantar uma pequena rede metálica expansível (stent), para que a artéria se mantenha permeável a longo prazo.

A melhor forma de prevenir a doença coronária aterosclerótica é a mudança do estilo de vida: não fumar, reduzir o consumo de gorduras, açúcar e sal, praticar exercício físico de uma forma regular e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, bem como corrigir os fatores de risco, como a hipertensão arterial, a dislipidemia e a diabetes, quando presentes.

APED alerta para os sintomas e tratamento
O mês de novembro, conhecido como “Novembro Azul”, é dedicado à consciencialização da saúde do homem e tem como objetivo...

A Síndrome de Dor Pélvica Crónica Masculina, também conhecida como Prostatite Crónica, afeta sobretudo jovens e homens de meia-idade, mas é prevalente em todas as idades. Esta é definida como dor crónica, pressão ou desconforto localizados na pélvis, períneo, ou órgãos genitais, com duração superior a três meses. Apesar de não ser originada por causas facilmente explicáveis, as infeções relacionadas com as doenças sexualmente transmissíveis (DST), cancro ou inflamação da próstata estão entre as principais causas da dor pélvica crónica.

Os sintomas mais comuns incluem dor ou desconforto no períneo, região supra púbica e órgãos genitais. Para além da dor, esta Síndrome é frequentemente acompanhada de alterações sexuais como disfunção erétil, ejaculação precoce ou dolorosa e sintomas de trato urinário, como micção e armazenamento e fluxo diminuído. Os sintomas sistémicos incluem mialgia, artralgia e fadiga e alguns doentes podem ter uma variante da cistite intersticial com dor predominante relacionada com a bexiga, associada a problemas urinários.

Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “os sintomas da Síndrome de Dor Pélvica Crónica Masculina são frequentes e podem intensificar-se durante horas, dias ou semanas. Além disso, é comum estes doentes apresentarem comorbilidades como depressão, stress e ansiedade. Desta forma, é fundamental estar atento aos sintomas e procurar acompanhamento médico para garantir um diagnóstico atempado e proceder ao tratamento adequado”.

O tratamento da Síndrome deve seguir uma abordagem multidisciplinar e deve ser personalizado de acordo com o fenótipo clínico do doente, uma vez que depende da causa subjacente e consiste principalmente em controlar os sintomas. Quando a infeção é identificada, é comum serem prescritos medicamentos como antibióticos anti-inflamatórios e relaxantes musculares. A fisioterapia do pavimento pélvico também pode ajudar a tratar as estruturas músculo-esqueléticas da região pélvica, onde todos os órgãos da cavidade abdominal e pélvica assentam. Ainda, termoterapia localizada, exercício de baixo impacto como caminhada, natação e yoga e alimentação saudável são bons aliados no controlo da dor crónica pélvica.

Iniciativa
Sob o lema, “AJUDAR CORRE-TE NAS VEIAS” é uma campanha que está a ser levada a cabo pelos quatro núcleos de estudantes da...

Com esta ação, os estudantes da FEUC pretendem sensibilizar a comunidade universitária e a sociedade em geral para a importância da dádiva de sangue, com enfoque neste momento de particular dificuldade e de enorme pressão sobre os Hospitais. "As dádivas decorrentes deste valioso contributo constituirão certamente um importante apoio para reforçar a capacidade do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do CHUC para que possamos continuar a dar a resposta de qualidade aos nossos doentes", revela fonte desta Unidade Hospitalar. 

A iniciativa “Ajudar Corre-te nas Veias - Todo o Dador de Sangue é um Herói de Alguém”, pretende mostrar com este gesto solidário de quem dá hoje, pode necessitar amanhã. Trata-se de um ato de enorme grandeza, que vai ajudar a salvar vidas e que está ao alcance de muitos.

Os núcleos criaram, para o efeito, um formulário online de pré-registo de modo a possibilitar um maior controle de acesso dos dadores estudantes ao posto de colheita de sangue do CHUC https://docs.google.com/.../1FAIpQLSd2lgvb2CtPHb.../viewform

Nunca é de mais referir que o sangue só pode ser obtido através da dádiva voluntária e não remunerada, em pessoas saudáveis entre os 18 e os 65 anos e com mais de 50 kg,.

O Posto de Colheita de Sangue do Serviço de Sangue e de Medicina Transfusional do CHUC está a funcionar, desde 16 Março de 2020 no r/c do Pavilhão Azul dos Blocos de Celas, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 13h e das 14h às 18h30. Aos sábados, domingos e feriados funciona das 9h às 13h e das 14h às 16h.

 

Estudo
76,4% dos portugueses acreditam que as medidas restritivas deveriam ser aplicadas de igual forma em todo o continente, enquanto...

De acordo com o estudo, as medidas mais valorizadas pelos portugueses são a imposição, sempre que possível, do teletrabalho (94,5%); mobilização de militares das forças armadas para reforço da capacidade de rastreamento (94,5%); possibilidade de realizar medições de temperatura corporal em estabelecimentos de ensino (93,5%); possibilidade de requisitar recursos, meios e estabelecimentos de saúde dos setores privado e social (93,3%); e possibilidade de realizar medições de temperatura corporal em espaços comerciais, culturais e desportivos (92,0%).

Contudo, há medidas que não reúnem consenso, sendo menos valorizadas, tais como: proibição de circulação na via pública a partir das 13h00 aos sábados e domingos (46,5%); mobilização dos trabalhadores de grupos de risco para reforço da capacidade de rastreamento (40,0%); limitação à circulação de pessoas entre concelhos (30,8%); mobilização de trabalhadores em isolamento profilático para reforço da capacidade de rastreamento (27,4%); encerramento de estabelecimentos de restauração às 22h30 (21,9%).

Os principais receios dos portugueses em relação à Covid-19 passam pela falência económica nacional (74,0%), falência do Sistema Nacional de Saúde (72,2%) e Desemprego (64,6%). Em março de 2020, os principais receios apontados eram a falência económica nacional (62,2%) e a taxa de mortalidade (58,2%). 29,8% dos inquiridos afirmam estar sempre atentos às informações sobre a pandemia, numa redução relativamente a março de 2020, quando este valor chegava aos 36,7%. Apenas 1,4% dos portugueses revelam que prefere não ver notícias sobre o tema.

Quando questionados sobre que outras iniciativas deviam ser tomadas pelo Governo português no âmbito do Estado de Emergência, os portugueses apontam as seguintes medidas: apoios sociais e financeiros às pessoas individuais e às famílias (16,9%); apoio financeiro às empresas (12,5%); apoio especial para a restauração (10,9%); testar a população toda (9,9%); maior fiscalização na aplicação das medidas impostas (9,7%); aplicação real de multas por incumprimento (9,5%); imposição da máscara em qualquer situação, exceto em casa (9,3%); confinamento total de duas semanas (9,3%); ensino à distância, sempre que possível (9,3%); aumento da oferta de transportes e fiscalização nos transportes públicos (8,7%).

O estudo foi realizado por via dos métodos CATI (Telefónico) E CAWI (online) a uma base de dados de utilizadores registados na plataforma da multidados.com. Foram recolhidas e validadas 1 500 respostas entre os dias 9 e 19 de novembro de 2020.

APAH lança curso online gratuito
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) lançou, esta semana, uma formação para dotar profissionais de...

“O contexto pandémico exigiu a aquisição rápida de conhecimento e obrigou à aceleração da utilização da tecnologia na prática clínica e o que sentimos é que poderá ainda haver uma lacuna neste sentido e que nem todos os profissionais de saúde, e mesmo os próprios utentes, sabem como funcionam estas ferramentas e de que forma as podem rentabilizar no exercício das suas funções”, esclarece Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

A nova formação, que a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares disponibiliza, vai ser composta por seis cursos dedicados às seguintes temáticas: conceitos fundamentais em telessaúde; como envolver os profissionais, os utentes e a comunidade, como planear e implementar a telemonitorização; como planear e implementar a teleconsulta; como planear e implementar a telereabilitação e promover a integração de cuidados; e inovação e novas oportunidades.

As associações de doentes reforçaram o seu papel na sensibilização e inclusão dos doentes e juntaram-se também a estes cursos, nos quais partilham, em vídeo, o seu testemunho sobre a adaptação à nova realidade que é a aceleração digital e a sua experiência no recurso à telessaúde.

“Com estes cursos queremos que todos os profissionais de saúde que prestam telessaúde estejam envolvidos com a utilização da tecnologia e que possam beneficiar da mesma na sua prática clínica. Por outro lado, estes cursos não se destinam apenas a profissionais de saúde, mas pretendem igualmente sensibilizar todos os utentes para a possibilidade de beneficiarem destes serviços e explicar-lhes como podem tirar o melhor partido dos mesmos”, conclui Alexandre Lourenço.

Esta formação é gratuita e é promovida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, contando ainda com o apoio da Novartis e da Teladoc Health como parceiro técnico da iniciativa. Os conteúdos destas formações vão estar disponíveis no site da APAH, no âmbito da sua Academia Digital.

 

Cuidados com os pés
As calosidades, comummente denominadas por calos, constituem uma camada espessa de células mortas, q

Existem fundamentalmente dois tipos de calos: os calos moles, que se desenvolvem entre os dedos, e os calos duros, que surgem nas extremidades dos dedos.

As principais causas para o aparecimento de calosidades são o uso de calçado inadequado e mal ajustado ao pé; a atividade profissional ou desportiva que implique fricção e pressão constante; as deformações ósseas e estruturais dos dedos (como por exemplo, os dedos em garra) ou alterações na forma como cada pessoa caminha.

Para evitar o aparecimento de calosidades é recomendável o uso de calçado adaptado à morfologia e tamanho do pé, uma vez que o uso de sapatos demasiado apertados poderá causar, a curto prazo, o aparecimento de calosidades, bem como problemas mais graves a longo prazo. Além disso, é importante diminuir ou eliminar a pressão excessiva que está na origem das calosidades. A hidratação em zonas mais propicias a calosidades, como os calcanhares, ajuda a manter a elasticidade dos tecidos, e por isso, pode contribuir também para a sua prevenção.

A avaliação morfológica do pé, realizada na consulta de Podologia, é um importante método de diagnóstico das possíveis origens das calosidades, ajudando assim, à indicação do tratamento mais adequado. 

O podologista poderá ainda recomendar formas de alívio da dor, proceder à eliminação das calosidades e aconselhar sobre a melhor forma de prevenir o seu reaparecimento, nomeadamente através da escolha do calçado mais adequado ao pé, e, em situações concretas, fazer de forma personalizada palmilhas compensatórias.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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