O que tem de saber
Sabia que apesar de os probióticos serem globalmente seguros, em algumas situações de doença são des

As bactérias cumprem papeis importantes na saúde do indivíduo. VERDADE

As bactérias que existem no trato gastrointestinal humano são conhecidas como “microbiota”. Estas bactérias ajudam em múltiplas funções no nosso organismo, como por exemplo, no funcionamento normal do trato gastrointestinal ou recuperação após um quadro infecioso gastrointestinal.

As bactérias intestinais são todas iguais. VERDADE

Existem milhares de tipos de bactérias intestinais em cada individuo. A conjugação das diferentes bactérias, em diferentes quantidades em cada individuo constitui a “microbiota intestinal”.

A nossa microbiota intestinal é única, podendo até mesmo ser comparada à “impressão digital”. VERDADE

A nossa microbiota intestinal é única e alguns estudos sugerem que através da avaliação da microbiota é possível distinguir uma pessoa das outras.

Uma vez estabelecida a flora intestinal, ela permanece inalterada ao longo da vida. MITO

Apesar de a microbiota ter tendência a manter-se estável, ela pode ser alterada por múltiplos fatores (p.e. tratamento com antibióticos, migração para outro país, etc).

A microbiota intestinal saudável tem relação direta com a imunidade. VERDADE

A microbiota tem um papel muito importante no desenvolvimento e regulação do sistema imune. Por outro lado, o sistema imune tem muitos mecanismos que ajudam a regular a microbiota e que permitem que estes dois sistemas interajam e se ajudem mutuamente.

Probióticos e prebióticos são a mesma coisa. MITO

Existem 3 tipos de agentes que atuam na microbiota intestinal: os probióticos, os prebióticos e os simbióticos.

Os probióticos são definidos como produtos que contêm bactérias e leveduras vivas numa quantidade suficiente para produzirem um efeito potencialmente benéfico; os prebióticos contêm “alimentos” para as bactérias, que ajudam a microbiota intestinal benéfica a proliferar e funcionar adequadamente; os simbióticos contêm probióticos e prebióticos.

Probióticos da mesma espécie fornecem o mesmo benefício. MITO

Os probióticos da mesma espécie podem não levar ao mesmo benefício. Dentro de cada espécie existem pequenas variações genéticas que podem conferir atributos diferentes às bactérias. Assim, as bactérias podem ser da mesma espécie (p.e.: Lactobacillus acidophilus) mas serem de estirpes diferentes (p.e.: Lactobacillus acidophilus M92 e Lactobacillus acidophilus M25).

Se os probióticos atuam no intestino, os benefícios observados estão relacionados apenas a este órgão. MITO

Apesar de irem atuar na composição da microbiota intestinal, os benefícios dos probióticos podem ser observados em órgãos extraintestinais. Por exemplo, alguns estudos sugerem que os probióticos podem ter efeitos benéficos nos sintomas de crianças com eczema.

O consumo de probiótico não é recomendado, sendo seu consumo de indicação restrita. VERDADE

Apesar de os probióticos serem globalmente seguros em algumas situações de doença severa e imunodeficiência grave podem surgir eventos adversos. Além disso, uma vez que os benefícios dos probióticos dependem do tipo de doença e do tipo de estirpe usado, o seu uso deve ser orientado de acordo com a indicação clínica.

Os probióticos não trazem benefícios a pessoas saudáveis. VERDADE

Até ao momento, não existe evidência científica que prove que o uso de probióticos em indivíduos saudáveis traz benefícios para a saúde.

Há limite de idade para tomar probióticos. MITO

A idade avançada não é uma contraindicação para o uso de probióticos.

Os iogurtes possuem mesmo efeito de formulações probióticas. MITO

É verdade que a maioria dos iogurtes possuem na sua constituição bactérias e leveduras vivas, que podem vir a ter um efeito benéfico na saúde de quem os consome. Contudo, estes não devem ser considerados exatamente iguais às formulações probióticas.  Na maioria dos casos não é possível identificar a estirpe utilizada nestes iogurtes (e a estirpe está diretamente relacionada com o tipo de benefício que podemos esperar), e podem existir outros fatores alimentares a contribuir para os benefícios que os iogurtes trazem além dos microrganismos.

Os benefícios dos probióticos podem ser alcançados com a alimentação. MITO

Uma alimentação saudável deverá fazer sempre parte de um estilo de vida saudável, e traz benefícios globais para a saúde de todos os indivíduos. Contudo, nas situações clínicas em que os probióticos demonstraram benefício, como por exemplo a diarreia aguda da infância, a alimentação não consegue obter os mesmos resultados.

*este artigo foi escrito com a colaboração de Sofia Xavier, gastrenterologista no Hospital Lusíadas Braga 

Bibliografia:
Franzosa EA, et al. Identifying personal microbiomes using metagenomic codes. PNAS June 2, 2015. doi: 10.1073/pnas.1423854112
Belkaid Y, Harrison OJ. Homeostatic Immunity and the Microbiota. Immunity. 2017 Apr 18. doi: 10.1016/j.immuni.2017.04.008
McFarland VL, et al. Strain-Specificity and Disease-Specificity of Probiotic Efficacy: A Systematic Review and Meta-Analysis. Front Med (Lausanne). 2018. doi: 10.3389/fmed.2018.00124
Islam SU. Clinical Uses of Probiotics. Medicine (Baltimore). 2016 Feb. doi: 10.1097/MD.0000000000002658
Kristensen NB, et al. Alterations in fecal microbiota composition by probiotic supplementation in healthy adults: a systematic review of randomized controlled trials. Genome Medicine 2016. doi: 10.1186/s13073-016-0300-5
Hill C, et al. The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology. 2014. doi: 10.1038/nrgastro.2014.66

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto Europeu
Investigadores portugueses do iBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, participam no projeto europeu ADDovenom,...

Com um financiamento de 3.6 milhões de euros atribuídos pela União Europeia ao abrigo da vertente de tecnologias futuras e emergentes (EU-FET), o projeto ADDovenom poderá vir a prevenir 100 000 mortes por ano provocadas por mordeduras de cobras venenosas.

Declarada pela Organização Mundial de Saúde como uma das doenças tropicais mais negligenciadas, as mordidas de cobra afetam todos os anos mais de 500 000 pessoas, sendo fatais para cerca de um quinto destas e debilitantes para as restantes. Devido à discriminação cultural existente em alguns dos locais mais afetados, os sobreviventes sofrem frequentemente de ostracização aumentando assim a carga humana e emocional associada à intoxicação por veneno de cobras.

O tratamento atualmente disponível, baseado na administração de soro de animais imunes às toxinas do veneno – frequentemente cavalos e ovelhas – possui uma baixa eficácia devido à diversidade de toxinas presentes nos venenos. Além disso, sendo que apenas 10 a 15% dos anticorpos presentes nos soros têm capacidade de se ligar às toxinas, é necessária a administração de várias doses para conseguir um tratamento eficaz. O aumento do número de doses aumenta também os custos do tratamento e o risco de efeitos colaterais adversos.

O projeto ADDovenom, coordenado pela Universidade de Bristol, irá desenvolver uma plataforma inovadora – ADDomer© – baseada em partículas semelhantes a vírus que tem uma elevada eficácia clínica. Esta nova modalidade terapêutica para o combate à intoxicação por venenos de cobras permitirá ainda o transporte e armazenamento em cadeias que não necessitem de frio, facilitando a sua distribuição em locais remotos, como as comunidades agrícolas da África Subsaariana, onde o número de ocorrências e mortes por este tipo de envenenamento é maior.

O papel do iBET no projeto é o de desenvolver uma plataforma compatível com as Boas Práticas de Fabrico capaz de produzir ADDomers personalizados com elevada qualidade e a baixo custo. Nas palavras de Paula Alves, CEO do iBET, “Os ADDomers têm o potencial de permitir o desenvolvimento de tratamentos inovadores para eliminar as toxinas em circulação. A relação de custo-benefício desta tecnologia poderá contribuir para diminuir o custo de produção e facilitar a logística associada, permitindo disponibilizar esta solução a países onde o número de mortes causadas por picadas de cobra e víbora é muito significativo”

Primeira angioplastia coronária no mundo foi realizada há 43 anos
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) acaba de lançar um vídeo, com o objetivo de sensibilizar a...

“Com este vídeo pretendemos transmitir mensagens rápidas sobre a angioplastia coronária, explicando de que forma pode contribuir para o bem-estar do doente. O objetivo é consciencializar a população em geral para a importância deste procedimento, enquanto forma de tratamento de doenças cardiovasculares; e explicar como se processa a intervenção percutânea, que tem, atualmente, taxas de eficácia e de segurança extremamente elevadas”, explica João Brum da Silveira, presidente da APIC.

O vídeo subordinado à temática “O que é uma angioplastia coronária?” pode ser visualizado em https://youtu.be/Ok60HnVQKvk

A angioplastia coronária é um procedimento minimamente invasivo, realizado por uma Equipa de Cardiologia de Intervenção (uma subespecialidade da Cardiologia), em laboratórios de hemodinâmica, com o objetivo de melhorar o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias com obstruções.

Na maior parte dos doentes, a angioplastia coronária é o procedimento indicado para resolver a obstrução das artérias coronárias no tratamento da angina de peito, bem como no enfarte agudo do miocárdio. Neste último caso, designa-se por angioplastia primária e deve ser realizada, idealmente, nas primeiras duas horas após o início dos sintomas.

Esta técnica minimamente invasiva foi realizada pela primeira vez, há 43 anos, pelo médico Andreas Gruentzig, em Zurique, e consiste na colocação de um tubo muito fino (cateter) na artéria a ser tratada. De seguida, é introduzido um fio guia, através do cateter, que atravessa a obstrução da artéria. Sobre o fio guia é introduzido um balão que será insuflado na zona da obstrução, restabelecendo, assim, o normal fluxo sanguíneo da artéria. Na grande maioria dos casos é, ainda, necessário implantar uma pequena rede metálica expansível (stent), para que a artéria se mantenha permeável a longo prazo.

A melhor forma de prevenir a doença coronária aterosclerótica é a mudança do estilo de vida: não fumar, reduzir o consumo de gorduras, açúcar e sal, praticar exercício físico de uma forma regular e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, bem como corrigir os fatores de risco, como a hipertensão arterial, a dislipidemia e a diabetes, quando presentes.

APED alerta para os sintomas e tratamento
O mês de novembro, conhecido como “Novembro Azul”, é dedicado à consciencialização da saúde do homem e tem como objetivo...

A Síndrome de Dor Pélvica Crónica Masculina, também conhecida como Prostatite Crónica, afeta sobretudo jovens e homens de meia-idade, mas é prevalente em todas as idades. Esta é definida como dor crónica, pressão ou desconforto localizados na pélvis, períneo, ou órgãos genitais, com duração superior a três meses. Apesar de não ser originada por causas facilmente explicáveis, as infeções relacionadas com as doenças sexualmente transmissíveis (DST), cancro ou inflamação da próstata estão entre as principais causas da dor pélvica crónica.

Os sintomas mais comuns incluem dor ou desconforto no períneo, região supra púbica e órgãos genitais. Para além da dor, esta Síndrome é frequentemente acompanhada de alterações sexuais como disfunção erétil, ejaculação precoce ou dolorosa e sintomas de trato urinário, como micção e armazenamento e fluxo diminuído. Os sintomas sistémicos incluem mialgia, artralgia e fadiga e alguns doentes podem ter uma variante da cistite intersticial com dor predominante relacionada com a bexiga, associada a problemas urinários.

Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “os sintomas da Síndrome de Dor Pélvica Crónica Masculina são frequentes e podem intensificar-se durante horas, dias ou semanas. Além disso, é comum estes doentes apresentarem comorbilidades como depressão, stress e ansiedade. Desta forma, é fundamental estar atento aos sintomas e procurar acompanhamento médico para garantir um diagnóstico atempado e proceder ao tratamento adequado”.

O tratamento da Síndrome deve seguir uma abordagem multidisciplinar e deve ser personalizado de acordo com o fenótipo clínico do doente, uma vez que depende da causa subjacente e consiste principalmente em controlar os sintomas. Quando a infeção é identificada, é comum serem prescritos medicamentos como antibióticos anti-inflamatórios e relaxantes musculares. A fisioterapia do pavimento pélvico também pode ajudar a tratar as estruturas músculo-esqueléticas da região pélvica, onde todos os órgãos da cavidade abdominal e pélvica assentam. Ainda, termoterapia localizada, exercício de baixo impacto como caminhada, natação e yoga e alimentação saudável são bons aliados no controlo da dor crónica pélvica.

Iniciativa
Sob o lema, “AJUDAR CORRE-TE NAS VEIAS” é uma campanha que está a ser levada a cabo pelos quatro núcleos de estudantes da...

Com esta ação, os estudantes da FEUC pretendem sensibilizar a comunidade universitária e a sociedade em geral para a importância da dádiva de sangue, com enfoque neste momento de particular dificuldade e de enorme pressão sobre os Hospitais. "As dádivas decorrentes deste valioso contributo constituirão certamente um importante apoio para reforçar a capacidade do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do CHUC para que possamos continuar a dar a resposta de qualidade aos nossos doentes", revela fonte desta Unidade Hospitalar. 

A iniciativa “Ajudar Corre-te nas Veias - Todo o Dador de Sangue é um Herói de Alguém”, pretende mostrar com este gesto solidário de quem dá hoje, pode necessitar amanhã. Trata-se de um ato de enorme grandeza, que vai ajudar a salvar vidas e que está ao alcance de muitos.

Os núcleos criaram, para o efeito, um formulário online de pré-registo de modo a possibilitar um maior controle de acesso dos dadores estudantes ao posto de colheita de sangue do CHUC https://docs.google.com/.../1FAIpQLSd2lgvb2CtPHb.../viewform

Nunca é de mais referir que o sangue só pode ser obtido através da dádiva voluntária e não remunerada, em pessoas saudáveis entre os 18 e os 65 anos e com mais de 50 kg,.

O Posto de Colheita de Sangue do Serviço de Sangue e de Medicina Transfusional do CHUC está a funcionar, desde 16 Março de 2020 no r/c do Pavilhão Azul dos Blocos de Celas, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 13h e das 14h às 18h30. Aos sábados, domingos e feriados funciona das 9h às 13h e das 14h às 16h.

 

Estudo
76,4% dos portugueses acreditam que as medidas restritivas deveriam ser aplicadas de igual forma em todo o continente, enquanto...

De acordo com o estudo, as medidas mais valorizadas pelos portugueses são a imposição, sempre que possível, do teletrabalho (94,5%); mobilização de militares das forças armadas para reforço da capacidade de rastreamento (94,5%); possibilidade de realizar medições de temperatura corporal em estabelecimentos de ensino (93,5%); possibilidade de requisitar recursos, meios e estabelecimentos de saúde dos setores privado e social (93,3%); e possibilidade de realizar medições de temperatura corporal em espaços comerciais, culturais e desportivos (92,0%).

Contudo, há medidas que não reúnem consenso, sendo menos valorizadas, tais como: proibição de circulação na via pública a partir das 13h00 aos sábados e domingos (46,5%); mobilização dos trabalhadores de grupos de risco para reforço da capacidade de rastreamento (40,0%); limitação à circulação de pessoas entre concelhos (30,8%); mobilização de trabalhadores em isolamento profilático para reforço da capacidade de rastreamento (27,4%); encerramento de estabelecimentos de restauração às 22h30 (21,9%).

Os principais receios dos portugueses em relação à Covid-19 passam pela falência económica nacional (74,0%), falência do Sistema Nacional de Saúde (72,2%) e Desemprego (64,6%). Em março de 2020, os principais receios apontados eram a falência económica nacional (62,2%) e a taxa de mortalidade (58,2%). 29,8% dos inquiridos afirmam estar sempre atentos às informações sobre a pandemia, numa redução relativamente a março de 2020, quando este valor chegava aos 36,7%. Apenas 1,4% dos portugueses revelam que prefere não ver notícias sobre o tema.

Quando questionados sobre que outras iniciativas deviam ser tomadas pelo Governo português no âmbito do Estado de Emergência, os portugueses apontam as seguintes medidas: apoios sociais e financeiros às pessoas individuais e às famílias (16,9%); apoio financeiro às empresas (12,5%); apoio especial para a restauração (10,9%); testar a população toda (9,9%); maior fiscalização na aplicação das medidas impostas (9,7%); aplicação real de multas por incumprimento (9,5%); imposição da máscara em qualquer situação, exceto em casa (9,3%); confinamento total de duas semanas (9,3%); ensino à distância, sempre que possível (9,3%); aumento da oferta de transportes e fiscalização nos transportes públicos (8,7%).

O estudo foi realizado por via dos métodos CATI (Telefónico) E CAWI (online) a uma base de dados de utilizadores registados na plataforma da multidados.com. Foram recolhidas e validadas 1 500 respostas entre os dias 9 e 19 de novembro de 2020.

APAH lança curso online gratuito
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) lançou, esta semana, uma formação para dotar profissionais de...

“O contexto pandémico exigiu a aquisição rápida de conhecimento e obrigou à aceleração da utilização da tecnologia na prática clínica e o que sentimos é que poderá ainda haver uma lacuna neste sentido e que nem todos os profissionais de saúde, e mesmo os próprios utentes, sabem como funcionam estas ferramentas e de que forma as podem rentabilizar no exercício das suas funções”, esclarece Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

A nova formação, que a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares disponibiliza, vai ser composta por seis cursos dedicados às seguintes temáticas: conceitos fundamentais em telessaúde; como envolver os profissionais, os utentes e a comunidade, como planear e implementar a telemonitorização; como planear e implementar a teleconsulta; como planear e implementar a telereabilitação e promover a integração de cuidados; e inovação e novas oportunidades.

As associações de doentes reforçaram o seu papel na sensibilização e inclusão dos doentes e juntaram-se também a estes cursos, nos quais partilham, em vídeo, o seu testemunho sobre a adaptação à nova realidade que é a aceleração digital e a sua experiência no recurso à telessaúde.

“Com estes cursos queremos que todos os profissionais de saúde que prestam telessaúde estejam envolvidos com a utilização da tecnologia e que possam beneficiar da mesma na sua prática clínica. Por outro lado, estes cursos não se destinam apenas a profissionais de saúde, mas pretendem igualmente sensibilizar todos os utentes para a possibilidade de beneficiarem destes serviços e explicar-lhes como podem tirar o melhor partido dos mesmos”, conclui Alexandre Lourenço.

Esta formação é gratuita e é promovida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, contando ainda com o apoio da Novartis e da Teladoc Health como parceiro técnico da iniciativa. Os conteúdos destas formações vão estar disponíveis no site da APAH, no âmbito da sua Academia Digital.

 

Cuidados com os pés
As calosidades, comummente denominadas por calos, constituem uma camada espessa de células mortas, q

Existem fundamentalmente dois tipos de calos: os calos moles, que se desenvolvem entre os dedos, e os calos duros, que surgem nas extremidades dos dedos.

As principais causas para o aparecimento de calosidades são o uso de calçado inadequado e mal ajustado ao pé; a atividade profissional ou desportiva que implique fricção e pressão constante; as deformações ósseas e estruturais dos dedos (como por exemplo, os dedos em garra) ou alterações na forma como cada pessoa caminha.

Para evitar o aparecimento de calosidades é recomendável o uso de calçado adaptado à morfologia e tamanho do pé, uma vez que o uso de sapatos demasiado apertados poderá causar, a curto prazo, o aparecimento de calosidades, bem como problemas mais graves a longo prazo. Além disso, é importante diminuir ou eliminar a pressão excessiva que está na origem das calosidades. A hidratação em zonas mais propicias a calosidades, como os calcanhares, ajuda a manter a elasticidade dos tecidos, e por isso, pode contribuir também para a sua prevenção.

A avaliação morfológica do pé, realizada na consulta de Podologia, é um importante método de diagnóstico das possíveis origens das calosidades, ajudando assim, à indicação do tratamento mais adequado. 

O podologista poderá ainda recomendar formas de alívio da dor, proceder à eliminação das calosidades e aconselhar sobre a melhor forma de prevenir o seu reaparecimento, nomeadamente através da escolha do calçado mais adequado ao pé, e, em situações concretas, fazer de forma personalizada palmilhas compensatórias.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
Miguel Tábuas Pereira e Isabel Santana, investigadores do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra...

“Estamos a fazer um estudo sobre fatores de risco genético da doença de Alzheimer em Portugal, esperando contribuir para a melhor compreensão da doença, e, no futuro, um tratamento melhor e mais personalizado dos nossos doentes”, referem Miguel Tábuas Pereira e Isabel Santana.

Esta primavera, Rita Guerreiro e José Brás (do Van Andel Institute), em colaboração com os investigadores do CHUC, receberam uma bolsa de cinco anos e um financiamento de 3,7 milhões (USD) do National Institute on Aging (NIA) que é parte do NIH (National Institutes of Health) para estudar a predisposição genética para a doença de Alzheimer na população portuguesa.

Trata-se do primeiro estudo do género no nosso país e também do maior, estando previsto estudar, ao todo, 25 famílias, 2.500 casos esporádicos de Alzheimer e 2.500 controlos no decorrer do projecto. As amostras serão recolhidas em colaboração com os investigadores portugueses do Serviço de Neurologia do CHUC, Miguel Tábuas Pereira e Isabel Santana.

Em conjunto, os investigadores irão identificar variantes comuns e raras associadas com o risco genético da doença de Alzheimer, mapeando e analisando o genoma de uma amostra de população portuguesa. Estes dados serão combinados com dados genómicos publicamente disponíveis de populações não portuguesas para aumentar a diversidade e o poder estatístico dos estudos internacionais em curso.

De acordo com os investigadores, a população portuguesa pode ter pistas que podem melhorar a compreensão das origens genéticas da doença. Não só por ter um perfil genético único - “o perfil genético da população portuguesa é homogéneo e predominantemente europeu, mas retém contribuições das populações da África do Norte e Subsaariana e dos judeus sefarditas. Essa composição genética diversa pode conter percepções promissoras sobre a doença, seu início e sua progressão” como pela existência de um elevado número de casos de inicio precoce e de incidência familiar.

“Os seus estudos preliminares indicam que a frequência de algumas variantes de risco genético para a doença de Alzheimer na população portuguesa difere da de outras populações”, acrescentam os investigadores.

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e a causa mais comum de demência em todo o mundo. Caracteriza-se pela morte neuronal em determinadas partes do cérebro com algumas causas ainda não determinadas. Esta doença provoca uma deterioração global e progressiva de diversas funções cognitivas, conduzindo a diversas alterações na capacidade funcional da pessoa, no comportamento e na personalidade.

O nome da doença deve-se a Alois Alzheimer, médico alemão, que em 1907 descreveu a doença pela primeira vez. Mas foi apenas no início dos anos 90 do séc. XX, que os cientistas identificaram as primeiras ligações claras entre o início da doença e a genética. Apesar dessas e de outras descobertas inovadoras que foram surgindo ao longo de todos estes anos, o facto é que ainda não existem tratamentos para retardar ou interromper a progressão da doença de Alzheimer.

Concurso
A empresa de Medicina de Precisão para o tratamento do cancro soma uma nova nomeação a estes prémios, que reconhecem as...

OncoDNA, empresa especializada em Medicina de Precisão para o tratamento e diagnóstico do cancro com sede na Bélgica e delegações em Espanha, Portugal e América Latina, foi novamente nomeada ao prémio Technology Fast 50 da consultora Deloitte. Um prémio que a empresa já conquistou duas vezes, em 2015 e 2018, nas categorias de 'Empresa inovadora mais disruptiva' e na de 'Empresa de Saúde, Bem-estar e Ciência', respetivamente, e que é atribuído a empresas de tecnologia estabelecidas na Bélgica que tiveram um maior crescimento em termos de faturação nos últimos quatro anos.

“Estamos muito honrados em sermos nomeados novamente para o Technology Fast 50 da Deloitte neste ano tão difícil. Queremos agradecer à organização por este reconhecimento do sucesso contínuo da nossa estratégia. Mostra que estamos no caminho certo e que continuamos a crescer cada vez mais fortes”, afirma Jean-Pol Detiffe, fundador da OncoDNA. Nesta ocasião, os vencedores serão anunciados numa cerimónia que ocorrerá no dia 26 de novembro.

O concurso Technology Fast 50 passou a ser um ranking anual das 50 empresas belgas, públicas e privadas, de base tecnológica e inovadora que mais cresceram nos últimos quatro anos. Para as empresas jovens, com menos de quatro anos de desenvolvimento, foi criada a categoria especial Rising Star, que a OncoDNA conquistou em 2015. Todas as empresas serão avaliadas por um júri independente que levará em consideração o seu potencial de faturação e escalabilidade.

A participação no concurso pode ajudar as empresas que se apresentam a desenvolver seus os negócios, aumentando a sua visibilidade, bem como o acesso à rede Fast 50 de executivos e investidores de sucesso.

 

Mês de Sensibilização para o Cancro do Pulmão
Mais tempo para estarem com quem amam, mais tempo para fazer o que gostam, mais tempo para viver. No Mês de Sensibilização para...

António Morais, Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, adianta que “havendo uma maior dificuldade nos acessos aos cuidados de saúde primários e na referenciação hospitalar, havendo também a nível do hospital uma menor disponibilidade dos exames que são necessários para o diagnóstico desta doença, tivemos como consequência um atraso no diagnóstico do cancro do pulmão”. A mensagem do especialista é, por isso, clara: “é isto que temos de combater de forma muito persistente.”

Todas as doenças devem ser diagnosticadas o mais precocemente possível. No caso do cancro do pulmão, António Morais reforça que “é particularmente importante, porque quanto mais precocemente for diagnosticado, mais doentes poderemos encontrar numa fase ainda cirúrgica, sendo o único tratamento que tem potencial curativo”. Mas mesmo que isso não seja possível, “é importante que os doentes ainda estejam com um bom estado geral para que possam usufruir de todos os tratamentos que temos hoje para combater a doença. Caso os doentes cheguem a um estádio mais avançado, com metástases, acabam por não tornar possível equacionar alguns tratamentos um pouco intensos”.

Ainda que o único tratamento com potencial curativo seja a cirurgia, são várias as opções que podem prolongar a vida do doente. É o caso das terapêuticas-alvo. António Morais explica que estas “permitem que o doente, aquele para o qual estas terapêuticas se dirigem, tenha uma maior sobrevida. Assim, quem pode fazer este tipo de terapêutica e que quem tem este tipo de tumor pode ser objeto para este tipo de terapêuticas, permitindo uma maior sobrevida e também um maior tempo livre da doença. Ou seja, um maior tempo em que o doente tem uma qualidade de vida que se aproxima do normal”. São, por isso, “um avanço significativo na abordagem terapêutica destes doentes”.

Há ainda a imunoterapia que, “juntamente com as terapêuticas alvo, é talvez um dos maiores avanços que tivemos na abordagem terapêutica, sendo um avanço muito significativo”. De acordo com o especialista, trata-se de “um tratamento que tem em conta a resposta imunitária. Normalmente, o tumor desenvolve determinados tipos de defesas que levam a que o organismo não o considere como um corpo estranho. Aqui, a imunoterapia, que existe em diversas formas de atuação porque os fármacos não atuam todos de forma igual, em termos de princípio, aquilo que tenta fazer é não permitir ao tumor que desenvolva este tipo de estratégia, levando a que o organismo o reconheça como algo estranho e, por fim, o combata. No fundo, acaba por estimular a própria defesa do indivíduo a atuar sobre o tumor”.

Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão, realça “o avanço do conhecimento nos últimos anos, no que concerne a esta patologia, traduzido em novas abordagens terapêuticas. A questão de ser possível efetuar uma abordagem holística do doente, não se limitando apenas à aplicação do melhor ‘estado da arte’, mas proporcionando-lhe um apoio multidisciplinar, nutrição, psicologia, reabilitação etc, e o empowerment do doente, dotando-o das ‘ferramentas’ necessárias a que possa ser agente ativo da sua doença afigura-se fundamental em tudo isto”.

Numa altura em que vivemos tempos atípicos na área da saúde por causa da Covid-19, a mensagem é apenas uma: “as pessoas não devem desvalorizar os sintomas como a tosse, a falta de ar, a dor torácica e o facto de deitar sangue na expetoração5. Tudo isto é muito importante e deve levar a que qualquer pessoa que tenha estes sintomas recorra aos serviços de saúde com a maior brevidade”, refere António Morais.

A presidente da Pulmonale concorda. “De referir que nunca como agora importa o doente ser proativo, ser agente do processo de gestão da sua doença. De forma totalmente digital e reorganizada, a Pulmonale tem procurado ir ao encontro das novas necessidades do doente com cancro do pulmão e seus cuidadores face aos desafios decorrentes da pandemia.”

Inquérito a diretores de serviço mostra impacto da pandemia na Oncologia
O início da pandemia de Covid-19 em Portugal levou a alterações no regime de consultas externas em todos os serviços de...

O estudo, que analisa a atividade nos meses de março e abril de 2020, revela que, em quase metade dos serviços, as consultas de follow-up não foram adiadas, tendo-se optado gradualmente pela realização de teleconsulta. Igual procedimento foi seguido para as consultas em doentes em terapêuticas oncológicas via oral, que não foram adiadas na quase totalidade dos Serviços (em 19 unidades), sendo a sua realização feita em teleconsulta, a forma preferencial a partir da 2ª quinzena de março.

A necessidade de reforço de recursos humanos é sublinhada neste questionário. Em quase todos os serviços de Oncologia existentes em Portugal Continental não foram recrutados profissionais de saúde nas várias categorias, desde médicos, profissionais de enfermagem, auxiliares de ação médica ou assistentes técnicos. O inquérito aponta ainda que, em mais de metade das unidades inquiridas, também não se verificou recrutamento de médicos oncologistas nas equipas especializadas na abordagem de Covid-19 (comissões de infeção, PAP's, espaços dedicados a doentes suspeitos).

Testes regulares e entrevistas telefónicas de rastreio a doentes oncológicos

De acordo com conclusões deste inquérito, na larga maioria dos serviços analisados não houve escassez de material de proteção individual e houve formação em medidas de controlo de infeção e de proteção individual para os profissionais de saúde do serviço, logo a partir de março. Contudo, apenas em uma das 21 unidades que responderam a este inquérito foram feitos testes aos profissionais de saúde assintomáticos.

O estudo aponta que em quase metade dos serviços (47,6%) foi realizada entrevista telefónica de rastreio de sintomas suspeitos previamente ao tratamento oncológico, principalmente a partir da 2ª quinzena de março. E um terço já tinha feito essa entrevista telefónica logo a partir da 1ª quinzena de março.

Os inquiridos apontam que, em quase todos os serviços, foram realizados sistemáticos testes Covid-19 aos doentes sob quimioterapia assintomáticos, sobretudo a partir da 2.º quinzena de março. Em mais de metade dos serviços, foram feitos testes aos doentes internados, em diferentes fases, com a maioria a decorrer logo a partir da 1ª quinzena de março. A modalidade mais frequente foi a realização do teste antes de cada tratamento no caso dos doentes sob quimioterapia assintomáticos, ou, em segundo lugar, de acordo com os critérios de cada serviço.

Já sobre as medidas de atuação em doentes Covid-19 positivos, a maioria das instituições optou por manter os doentes nos respetivos serviços. Além de que em todas as instituições se verificou a criação de um serviço específico para doentes suspeitos com necessidade de internamento hospitalar a aguardar resultado de teste.

Praticamente todos os inquiridos referem que se verificaram alterações físicas do Serviço de Oncologia de ambulatório, com a criação de circuitos de circulação dos doentes oncológicos, para permitir o distanciamento social, alterações na sala de espera e a criação de áreas de verificação para deteção precoce de pessoas potencialmente infetadas.

Entre os meses de março e abril foram ainda detalhadas outras alterações como a colocação de separadores de proteção nos pontos de interação: gabinetes de serviço e área de atendimento, a redução do número de unidades de tratamento com maior distanciamento entre as restantes e a criação de áreas de contenção com circuito e equipamentos adequados para receber doentes não suspeitos, mas que aguardavam resultado de teste. A maioria dos serviços suspendeu os acompanhantes dos doentes nas consultas externas, logo a partir da 1ª quinzena março.

O inquérito sobre o impacto da pandemia na Oncologia em Portugal também mostra que mais de metade das instituições optou por interromper o recrutamento para ensaios clínicos, entre a 1ª quinzena de março e abril. Quase a totalidade optou pela monitorização destes ensaios por videoconferência, mas a larga maioria não adiou as visitas obrigatórias dos ensaios clínicos.

Das 21 unidades que responderam a este inquérito metade (52,4%) pertence a um hospital central do SNS e a larga maioria (71,4%) está num serviço integrado numa instituição dedicada Covid-19.

Para Ana Raimundo, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, “estes resultados vêm mostrar que os doentes diagnosticados com cancro em Portugal continuaram a ser tratados, mesmo em pleno período pandémico, graças aos esforços dos serviços oncológicos que, sem terem verificado recrutamento extra, fizeram as adaptações necessárias para dar resposta a esta pandemia. Neste contexto, ressalvamos a necessidade de criação de uma via verde do cancro que pode ajudar a melhorar a resposta aos doentes oncológicos, reduzindo os tempos de espera que se vão somando entre a primeira ida ao médico, o diagnóstico e o início do tratamento devido aos constrangimentos criados pela Covid-19.”

O inquérito “Impacto da pandemia Covid-19 na Oncologia em Portugal” foi desenvolvido pela SPO para aferir a adaptação dos serviços durante a primeira vaga de pandemia no país. Está enquadrado num projeto abrangente com várias vertentes, que vai também avançar com o registo dos doentes oncológicos com infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2. Neste âmbito, a SPO vai ainda promover futuros questionários para aferir o impacto da pandemia no atraso dos diagnósticos, na não realização de exames complementares e em tratamentos que eventualmente não tenham sido realizados.

“Microbiota Gastrointestinal e Sistema Imunitário”
Estão abertas, até ao dia 17 de dezembro próximo, as candidaturas à 2.ª edição da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação...

A Bolsa Nacional para Projetos de Investigação, com um prémio no valor de 25 mil euros, distingue o melhor trabalho de investigação na área da Microbiota realizado por clínicos/investigadores que trabalhem em instituições científicas e tecnológicas portuguesas.

As candidaturas devem ser enviadas, até ao dia 17 de dezembro de 2020, para o endereço de e-mail: [email protected]

Os projetos vão ser avaliados por um júri independente constituído pelos quatro membros do Comité Científico da Biocodex Microbiota Foundation em Portugal e devem ter uma duração máxima de 18 meses.

O projeto vencedor será anunciado em abril de 2021. Consulte o regulamento em: https://www.biocodexmicrobiotafoundation.com/national-call-projects/portugal

 

 

 

Universidade de Coimbra
Um estudo que explorou o potencial das biópsias líquidas no diagnóstico e na monitorização de doentes com cancro oral,...

O trabalho, intitulado “Cell-free DNA: A Tool for The Diagnosis and Follow-up of Oral Cancer?”, teve a participação do Serviço de Cirurgia Maxilofacial do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). O prémio foi entregue durante a reunião anual da SPGH.

Segundo os autores do estudo, «as taxas de incidência e de sobrevivência do cancro oral permanecem preocupantes, principalmente devido ao seu diagnóstico tardio e ao frequente desenvolvimento de recidivas e metástases. As biópsias líquidas, que consistem na deteção de componentes derivados dos tumores, incluindo DNA tumoral em circulação (do inglês ctDNA) em biofluidos, como o sangue e a urina, surgiram recentemente como uma potencial abordagem não invasiva ou minimamente invasiva para a deteção precoce, o diagnóstico e a monitorização de doentes oncológicos».

No entanto, acrescentam, «o impacto clínico das biópsias líquidas no cancro oral ainda é muito limitado quando comparado com outros tipos de cancro, requerendo mais estudos de validação para a sua implementação com sucesso na prática clínica».

Com o objetivo de explorar o potencial das biópsias líquidas no diagnóstico e na monitorização de doentes com cancro oral, a equipa procedeu à «monitorização das concentrações de DNA livre em circulação no plasma e na urina durante o acompanhamento clínico de doentes com diagnóstico de cancro oral, avaliando e comparando o perfil mutacional do ctDNA e do tecido tumoral correspondente por sequenciação de nova geração (do inglês, NGS)».

Ambas as análises quantitativas e qualitativas do DNA livre em circulação foram correlacionadas com as caraterísticas clinicopatológicas dos doentes em estudo. Nesta fase do estudo, adiantam os investigadores, «já foi possível obter informações preliminares interessantes relativamente à cinética do DNA livre em circulação durante o tratamento dos doentes com cancro oral, nomeadamente, que os níveis de DNA livre em circulação no plasma parecem aumentar em resposta ao tratamento antes de diminuir».

Para além disso, a identificação de «mutações específicas em alguns genes revelou que as biópsias líquidas podem ser uma fonte de informação relativamente ao perfil genético dos tumores e à resposta à terapêutica no cancro oral. Os resultados obtidos revelam que é possível isolar ctDNA de plasma e urina destes doentes e que a análise integrada de biópsias líquidas e de tecido permite uma caracterização mais abrangente do perfil do tumor», referem os autores do trabalho, salientando que a continuação do estudo, com um período de acompanhamento mais longo destes doentes, será fundamental para confirmar o potencial das biópsias líquidas no diagnóstico e monitorização do cancro oral.

A equipa é constituída por Ivana Martins, Leonor Barroso, Inês Tavares, Luís Pires, Francisco Marques, Joana Barbosa de Melo, Isabel Marques Carreira e Ilda Patrícia Ribeiro.

Este trabalho envolveu diferentes centros da FMUC, incluindo o Laboratório de Citogenética e Genómica (iCBR-CIMAGO) e a Área de Medicina Dentária.

ESEnfC
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) leva a efeito, amanhã à tarde, o Seminário Internacional “Erradicação da...

Organizado pela ESEnfC, no âmbito do Projeto (O)Usar & Ser Laço Branco, o evento (em formato de webinar), que pretende assinalar o Dia Internacional da Erradicação da Violência contra as Mulheres, começa por tratar a questão da “Violência sexual na adolescência: sexismo, um fator de risco”, tema da intervenção (17h00) do professor da ESEnfC, Armando Silva.

Segue-se (17h20) a comunicação de Alexandra Silva (Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres), intitulada “Violência sexual masculina contra mulheres e raparigas: prevenção e combate à luz da Convenção de Istambul”.

“Vulnerabilidades para violência em jovens/adolescentes” (17h45) e “Menos violência, mais igualdade: desafios e oportunidades na Itália após a pandemia” (18h15) são as preleções finais, a proferir, respetivamente, por Lúcia Penna (Universidade Federal Rio de Janeiro, Brasil) e por Andrea Santoro e Annina Lubbock (Associazione Cerchio degli Uomini, Itália).

Reunir profissionais com experiência de intervenção em diversos públicos na área de violência sobre mulheres, partilhar experiências em contextos multiculturais e disseminar o conhecimento sobre a intervenção na área da violência sobre as mulheres, perspetivando modos de atuação, são objetivos deste encontro, cujo encerramento (18h50) está a cargo da Presidente da ESEnfC, Aida Cruz Mendes.

O Seminário Internacional “Erradicação da Violência sobre as Mulheres - Um desafio para todos/as!” insere-se, ainda, no plano de atividades previstas pela ESEnfC para o ano de 2020, no âmbito do Ano Internacional do Enfermeiro e do 200º aniversário do nascimento de Florence Nightingale.

Mais informações sobre esta iniciativa podem ser obtidas no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/seminarioviolencia2020.

Proteção contra as Radiações
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC), através do departamento de Imagem Médica e...

A renomeação da ESTeSC-IPC enquanto Centro Colaborador da OMS representa “o reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido” pela Escola nesta área, quer em termos de investigação, quer no “apoio e cooperação técnica com a OMS no desenvolvimento de uma cultura de segurança na utilização de radiação ionizante para fins médicos”, afirma Graciano Paulo, docente responsável pelo Centro Colaborador da ESTeSC (a par com a professora Joana Santos).

Enquanto Centro Colaborador, a ESTeSC-IPC tem como missão providenciar aconselhamento técnico à OMS para a identificação de prioridades na pesquisa científica na área da proteção contra as radiações e apoiar no desenvolvimento e revisão de ferramentas de comunicação sobre os riscos de exposição à radiação. Irá ainda desenvolver metodologias de trabalho, traduzidas em normas orientadoras, manuais e plataformas online, sobretudo para países de expressão portuguesa, com vista à harmonização de procedimentos em imagem médica e radioterapia.

Nos últimos quatro anos, este trabalho materializou-se, por exemplo, na criação de “documentos orientadores” sobre a importância de diminuir a exposição dos doentes – e, consequentemente, dos profissionais – aos efeitos da radiação ionizante. Destaque para a colaboração na publicação do livro “Comunicar os Riscos da Radiação em Imagiologia Pediátrica”, lançado pela ESTESC e disponível para download gratuito, em https://www.who.int/ionizing_radiation/pub_meet/radiation-risks-paediatric-imaging/en/

O impacto negativo da utilização da radiação para fins médicos em pacientes e profissionais de saúde tem vindo a ser estudado pela comunidade cientifica, verificando-se que utentes e profissionais de saúde expostos sucessivamente a radiação para fins médicos demonstram maior incidência de patologia radioinduzida em relação a indivíduos que não sofrem essa exposição. Neste sentido, o compromisso da ESTeSC-IPC para o próximo quadriénio passa por continuar a contribuir para a “consciencialização acerca da importância da proteção contra a radiação ionizante para profissionais e doentes, bem como desenvolver e disseminar conteúdos atinentes à proteção radiológica e apoiar no desenvolvimento destas matérias nos países de expressão portuguesa”, explica Graciano Paulo.

Recorde-se que a OMS tem centros colaboradores em todo o mundo nas mais diversas áreas, que prestam apoio técnico e científico à instituição. Em Portugal, existem atualmente apenas cinco centro colaboradores ativos – entre eles a ESTeSC-IPC, cuja nomeação vigora até dezembro de 2024.

Webinar
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) realiza no próximo dia 27 de novembro, às 21 horas, o webinar “Contra...

O webinar será feito através da plataforma Zoom e com transmissão em direto na sua página do Facebook (@apdpdiabetes). O objetivo é facultar as principais ferramentas aos profissionais de saúde para a educação de pessoas com diabetes para uma melhor gestão da doença durante este período, sendo esta mais uma das iniciativas que a associação tem vindo a concretizar em formato digital devido à pandemia da COVID-19.

“Esta iniciativa servirá para reforçar a importância da luta contra a gripe e a pneumonia pneumocócica em pessoas com diabetes, incentivando profissionais de saúde a evitar consequências graves, como o internamento em unidades de cuidados intensivos. Nesta fase, visto que apenas uma minoria das pessoas com diabetes se previne contra estas infeções, é fundamental focarmo-nos no papel dos profissionais de saúde enquanto agentes de sensibilização e mudança para evitar cenários mais graves.”, afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

O webinar "Contra factos não há argumentos. Prevenção da gripe e da pneumonia pneumocócica do ponto de vista dos profissionais de saúde" será moderado por João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, e contará com a participação de Ana Filipa Lopes, endocrinologista da APDP e do pediatra Luís Varandas como convidado. Esta é uma iniciativa de participação gratuita.

“É necessário explorar os efeitos da gripe e da pneumonia pneumocócica em pessoas com diabetes, bem como apresentar os tratamentos disponíveis e as medidas de prevenção. O objetivo final é que os profissionais de saúde aprofundem ainda mais o seu conhecimento de forma a poderem prestar um melhor cuidado. Afinal, em caso de internamento, as pessoas com diabetes ficam, em média, mais um dia do que um indivíduo que não sofra da doença e a mortalidade, nestes casos, também é superior." reforça ainda João Filipe Raposo. 

Estudo
Um estudo que desvendou o potencial da ativação do metabolismo do colesterol como uma futura terapia para a Doença de Machado...

Desenvolvido por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve e da BrainVectis Therapeutics (França), o trabalho, intitulado “Restoring brain cholesterol turnover improves autophagy and has therapeutic potential in mouse models of spinocerebellar ataxias”, foi publicado em julho de 2019 na conceituada revista científica Acta Neuropathologica.

Os investigadores descobriram que a proteína CYP46A1, enzima com papel fulcral no metabolismo do colesterol do cérebro, «apresenta níveis mais baixos no cérebro dos doentes com a doença de Machado-Joseph e que a sobre-expressão desta proteína desencadeia a ativação da autofagia (o principal processo de limpeza das nossas células), cuja ativação havíamos demonstrado anteriormente ser extremamente importante para a limpeza dos aglomerados de ataxina-3 mutante, o lixo que se acumula nos neurónios e causa a doença de Machado-Joseph».

A entrega do prémio decorreu durante a 24ª reunião da SPGH, na passada 6ª feira, dia 20 de novembro, aos principais autores do estudo, Liliana Mendonça, do CNC-UC, e Clévio Nóbrega, do CBMR. Segundo os dois investigadores, «a modulação da CYP46A1 poderá levar a uma estratégia terapêutica mais geral, com aplicação a várias doenças neurodegenerativas que apresentam redução nos níveis da CYP46A1 no cérebro, e que – se não puder curar – pode pelo menos aliviar o fenótipo destas doenças».

O trabalho premiado pode ser consultado em https://doi.org/10.1007/s00401-019-02019-7

Novembro: Mês de Sensibilização para a Saúde do Homem
A Associação Portuguesa de Urologia (APU) acaba de distribuir pelos profissionais de saúde da área da urologia de todo o país,...

Esta ação tem como objetivo sensibilizar não só para o cancro da próstata como para todas as outras doenças do homem, pedindo aos homens portugueses que não tentem “mascarar” sintomas e que continuem a cuidar da sua saúde em tempos de pandemia. Esta iniciativa tem como principal público alvo homens com mais de 50 anos de idade, uma vez que a idade se revela o principal fator de risco para as doenças da próstata1

A pandemia tem exigido uma redução na procura das consultas não Covid-19, na generalidade, e esta é uma realidade que consequentemente resulta na diminuição do diagnóstico, tornando ainda mais imperativas todas as ações de sensibilização. No caso das doenças da próstata, o diagnóstico precoce e por sua vez o seu tratamento adequado, contribuem de forma significativa para a redução das taxas de mortalidade.

O Presidente da APU, Luís Abranches Monteiro, reforça “É muito importante falarmos também de muitas outras doenças do homem que não o cancro da próstata. A hiperplasia benigna da próstata, ou carcinoma da próstata, são outras doenças que carecem igualmente de um diagnóstico e por sua vez de um tratamento, para que muitos homens não vejam a sua qualidade de vida reduzida com o avançar da idade. Este ano a APU está verdadeiramente focada em colocar na agenda as outras doenças não-covid que estão a ser indiretamente afetadas pela pandemia, como é o caso da área da Urologia.”

O movimento Movember foi lançado pela Movember Foundation, uma organização não-governamental de alcance internacional, e que tem como objetivo sensibilizar e alertar a população masculina para a importância das consultas de rotina. Desde 2003, o Movember financiou mais de 1.250 projetos relacionados com a saúde dos homens em todo o mundo, desafiando o status quo, impulsionando a investigação da saúde dos homens e transformando a forma como os serviços de saúde alcançam e apoiam os mesmos. Até 2030, a fundação prevê reduzir em 25% o número de homens que morrem demasiado cedo2.

1https://patients.uroweb.org/pt/fatores-de-risco-para-cancro-da-prostata/

2https://ex.movember.com/pt/about/foundation

 

Desenvolvido na Universidade de Coimbra
Um programa de intervenção psicológica para contexto oncológico, desenvolvido na Universidade de Coimbra (UC), mostrou ser...

Elaborado no âmbito do doutoramento de Inês Trindade, investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), o programa, batizado de “Mind”, combina técnicas de mindfulness (atenção plena), aceitação e compaixão, tendo como objetivo promover uma autogestão emocional mais eficaz e, assim, melhorar o funcionamento psicossocial e qualidade de vida de doentes com cancro.

Num estudo-piloto realizado com um grupo de mulheres com cancro da mama não metastático em tratamento no Serviço de Radioterapia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o programa Mind teve um efeito notável na melhoria da saúde psicológica das participantes.

A amostra foi constituída por 32 mulheres, distribuídas por dois grupos – um grupo experimental e um grupo de controlo (doentes que não realizaram a intervenção). No final das oito sessões previstas no programa Mind, com a duração de aproximadamente duas horas cada, «a saúde psicológica das mulheres com cancro da mama que realizaram a intervenção melhorou significativamente em comparação ao grupo de mulheres que não realizou o programa (grupo de controlo)», assinala Inês Trindade.

Foram também notadas melhorias na saúde física e qualidade das relações sociais e diminuição de sintomas de depressão e stresse. Além disso, as mulheres do grupo experimental relataram que o programa é muito útil para lidarem melhor tanto com a doença como com outras áreas de vida. Estes resultados, já publicados no Journal of Contextual Behavioral Science, sugerem que «o programa Mind pode ser um complemento muito útil ao tratamento médico do cancro da mama, ajudando a melhorar a qualidade de vida e a saúde mental dessa população», afirma a investigadora. O cancro da mama é o segundo cancro mais comum e o mais frequente em mulheres.

Agora, com o objetivo de otimizar o programa Mind, Inês Trindade, em conjunto com Helena Moreira, também do CINEICC, vai conduzir um novo estudo, com um maior número de participantes. Para tal, acaba de obter 245 mil euros de financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Este novo estudo, designado "Mind programme for cancer patients: A randomized controlled trial testing the programme´s cost-effectiveness and efficacy in changing psychological and biological outcomes in women with breast cancer”, tem a duração de três anos e vai permitir «realizar um ensaio clínico mais robusto e controlado, e avaliar também o efeito do programa em marcadores fisiológicos (epigenéticos e inflamatórios), além das medidas psicológicas, relacionadas com saúde mental e adaptação à doença, assim como o custo-efetividade (ganhos económicos) do programa», finaliza a investigadora do CINEICC.

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