Programa do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia
A start-up portuguesa Fetalix venceu o principal programa do EIT Jumpstarter na categoria de saúde. A equipa foi reconhecida no...

O EIT Jumpstarter é o principal programa de pré-aceleração interindustrial do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). Durante a edição deste ano, as equipas da Europa Central, Oriental e do Sul foram convidadas a competir na grande final, que decorreu virtualmente no dia 25 de novembro de 2020. Durante o evento virtual, 36 das 120 start-ups participantes apresentaram a potenciais investidores e um júri de especialistas as suas ideias de negócio, que se relacionaram com seis setores chave: Saúde, Alimentação, Matérias-primas, Energia, Manufaturação e Mobilidade Urbana. Os melhores projetos foram premiados com um valor total de 162 000 euros. A Fetalix venceu na categoria de Saúde, recebendo um prémio de 10 000 euros.

Fetalix: uma solução para a dor de costas

A Fetalix oferece uma solução regenerativa inspirada em fetos para tratar a dor lombar através de uma aplicação minimamente invasiva. O seu biomaterial natural é obtido a partir de uma fonte fetal de um mamífero, disponibilizando propriedades regenerativas únicas. Este material injetável e pronto a usar fornece a veterinários e cirurgiões ortopédicos um tratamento preventivo para degeneração do disco intervertebral, eliminando a necessidade de procedimentos cirúrgicos e novas operações. Segundo a Fetalix, o tempo de intervenção pode ser reduzido em 90%. Já o tempo de internamento em hospitais pode ser redúzio em 70% graças à terapia.

“O EIT Jumpstarter muniu-nos das habilidades empreendedoras básicas necessárias para lançar a nossa empresa. Recomendamos esta excelente iniciativa a todos os que desejam aprender como atrair investidores que financiem a sua ideia e a elevem ao próximo nível. A brilhante equipa de mentores foi fundamental para construir um plano de negócios forte e consistente e melhorar as nossas capacidades de apresentação”, afirmou Joana Caldeira, da Fetalix.

Vencedores do EIT Jumpstarter 2020

Para além da Fetalix, de Portugal, o Drone Plan (Energia), da Letónia, o ReCatalyst (Matérias-primas) e o ArcLub One (Manufaturação), da Eslovénia, o Horizer (Mobilidade Urbana), da Bósnia e Herzegovina, e o Coffeco (Alimentação), da Grécia, conseguiram convencer o júri do seu potencial de inovação e crescimento.

“O EIT Jumpstarter é um concurso europeu único que ajuda a desenvolver as ideias de negócio mais promissoras e inovadoras de toda a Europa. Convocámos um conjunto excecional de ferramentas e um painel de especialistas, que podem ajudar os participantes a obter conhecimento de negócios, desenvolver uma melhor compreensão relativamente à segmentação do mercado, criar uma boa proposta de valor, melhorar a vantagem competitiva e obter fundos para introduzir as suas ideias no mundo real. Estou muito orgulhoso por, ao longo dos seus quatro anos de existência, o programa ter criado a oportunidade para desenvolver muitos negócios inovadores e treinado 365 inovadores”, disse Dora Marosvolgyi, gerente do Programa Jumpstarter do EIT.

Associações devem ser consultadas
No âmbito das notícias que estão a ser publicadas com a apresentação do plano de vacinação para a Covid-19, a Associação...

A definição dos grupos prioritários e respetiva estratégia de vacinação deve ser clara e transparente para toda a comunidade. É fundamental que as pessoas com doenças crónicas se sintam protegidas e acompanhadas neste processo dado o risco aumentado que têm face às formas graves de Covid-19. As organizações da sociedade civil, pela sua proximidade aos cidadãos, podem e devem ser também elementos fundamentais nos aspetos de comunicação de factos e instruções fidedignas, credíveis e adequadas aos respetivos públicos-alvo.

“A pandemia do novo coronavírus exige soluções claras para as pessoas com doenças crónicas e, mais uma vez, a Sociedade Civil está a ser esquecida. É importante que, para uma estratégia eficaz de vacinação para a COVID-19, exista planeamento, organização, transparência e clareza na comunicação e definição de quem vai ter acesso, numa primeira fase, à vacina. E, apesar de este ser um período de incerteza, as pessoas com risco acrescido de complicação de infeção não podem ficar reféns da desinformação” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP. 

A associação alerta para que o conhecimento científico sobre a nova vacina é ainda escasso, e que é necessário definir um programa que dê confiança às pessoas. O objetivo é que as associações e sociedades que estão na linha da frente no apoio a pessoas com doença crónica sejam envolvidas para ajudar a reduzir o receio relativo a esta nova vacina.

“Tem de ser realizada uma análise à ordem de prioridade na distribuição desta vacina. Há pessoas com diabetes que continuam a deslocar-se para o local de trabalho, em transportes públicos e, como tal, estão mais expostas. Numa sociedade que se diz inclusiva e promotora da participação, é importante que haja abertura e disponibilidade do Governo para ouvir as organizações da Sociedade Civil, para avaliarmos em conjunto quais são as pessoas em situações mais vulneráveis e quais os critérios de distribuição das vacinas. Depois desta audição, o Governo pode e deve tomar as medidas que considerar necessárias.” defende José Manuel Boavida.

 

Investigação
Uma equipa da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Centro para a Inovação em Biotecnologia e...

Intitulado “COVIRNA - Um teste de diagnóstico para melhorar a vigilância e o tratamento de pacientes COVID-19”, o projeto é liderado pelo Instituto de Saúde do Luxemburgo (LIH, na sigla inglesa) e junta 15 parceiros das áreas da saúde, academia e indústria de 12 países europeus (Alemanha, Bélgica, Bósnia, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália, Luxemburgo, Portugal e Reino Unido).

O projeto, que acaba de arrancar, tem a duração de dois anos e conta com um financiamento de 3,9 milhões de euros da União Europeia (UE) no âmbito do plano de ação ERAvsCorona, que promove a cooperação entre instituições de investigação europeias para fortalecer a resposta à pandemia.

O grupo de investigadores da UC participa no projeto em duas fases distintas. Na primeira fase, e em estreita colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), vai recolher “amostras de sangue de pacientes diagnosticados com COVID-19, que depois serão analisadas no sentido de identificar biomarcadores que permitem antecipar o impacto cardíaco da doença de COVID-19”, explica Lino Ferreira, adiantando que, num segundo momento, a equipa da UC será responsável por “desenvolver terapias para atenuar o impacto da COVID-19 no coração”.

O consórcio espera fornecer “um teste de diagnóstico que estratificará os pacientes COVID-19 de acordo com o seu nível de risco de desenvolver doenças cardíacas, permitindo à equipa médica selecionar a terapêutica mais adequada para tratar os doentes” , salienta Lino Ferreira. Além disso, assinala ainda o investigador do CIBB da UC, no âmbito do projeto, «serão também desenvolvidos tratamentos inovadores para atenuar o impacto da COVID-19 no coração».

O projeto tem como objetivo final (ao fim dos dois anos) colocar no mercado o kit de diagnóstico.

 

 

Contra a discriminação pela idade
“Os Idosos são valiosos” é o lema da campanha nacional destinada a sensibilizar a população contra a discriminação pela idade,...

“A nossa espécie passou a viver muitos mais anos, a sociedade evoluiu. O conceito de que ser velho é ser doente e que a maioria dos velhos são doentes, dependentes e dementes, confirmou-se afinal como preconceito. Os velhos de hoje são, na maioria, autónomos, sem compromisso cognitivo e sentem-se saudáveis” afirma João Gorjão Clara, Coordenador do NEGERMI.

“O envelhecimento populacional provocou algumas perturbações nas sociedades ditas evoluídas. Sendo esta realidade indiscutível, os preconceitos persistiram e os velhos são marginalizados, ignorados nas qualidades e conhecimentos com que uma longa vida os enriqueceu. Considerados obsoletos, fora do tempo atual, são marginalizados, violentados física e psicologicamente pela sociedade e muitas vezes pelos familiares que lhes devem a vida, os cuidados, as preocupações, o esforço do trabalho, a dádiva de uma imensa ternura que os acompanhou enquanto cresciam”, conclui João Gorjão Clara.

Esta campanha nacional visa fazer entender que a Geriatria não se limita à intervenção na prevenção e tratamento das doenças, mas tem também no dever de se preocupar com o reconhecimento dos direitos, a defesa do bem estar e da qualidade de vida dos idosos.

 

Posição conjunta da OF, APF e ANF
Numa carta conjunta, a Ordem dos Farmacêuticos, a Associação de Farmácias de Portugal (AFP) e Associação Nacional de Farmácias ...

As três organizações garantem que os “farmacêuticos estão cientificamente preparados para vacinar”, sublinhando que há mais de 12 anos que, nas farmácias portuguesas, o fazem, “administrando anualmente mais de 1 milhão de vacinas e injetáveis”, garantindo “proximidade, segurança, conveniência, conforto e humanismo”.

Atendendo que a vacina Covid-19 “é uma conquista importante na inovação terapêutica contra a pandemia, para a qual muitos Farmacêuticos contribuíram”, estes profissionais querem “continuar a contribuir para que chegue a quem dela precisa de forma segura e rápida”.

“Devemos tirar conclusões da recente vacinação contra a gripe. Aproveitar para planear e organizar melhor, contando com a competência dos Farmacêuticos e das Farmácias”, apelam reforçando o seu papel no que diz respeito à distribuição e armazenamento de medicamentos.

“Os Farmacêuticos lideram com absoluta competência o processo de distribuição e armazenamento de medicamentos, que no caso da vacinação Covid-19 implica condições especiais de frio e segurança, bem como uma infraestrutura adequada para garantir a administração, em alguns casos de duas doses, num curto espaço de tempo”.

Para tal pedem que se siga o exemplo do que está a ser feito noutros países “como o Reino Unidos, os Estados Unidos, a Irlanda, o Canadá e a Austrália, que já integraram ou estão em processo de integração dos Farmacêuticos comunitários no Plano de Vacinação Covid-19, através das suas redes nacionais de Farmácias”.

“Seria incompreensível que Portugal, tendo uma das melhores redes de Farmácias da Europa, com três farmacêuticos, em média, por farmácia, com mais de 5.000 farmacêuticos habilitados para administrar a vacina, não utilizasse esta capacidade instalada para executar o Plano de Vacinação Covid-19. Incompreensível essencialmente para os Portugueses”, afirmam.

Por isso, reiteram a sua posição: “estamos disponíveis, estamos juntos para trabalhar em mais esta linha da frente contra a pandemia”.

“Cabe a quem coordena esta complexa operação no Ministério da Saúde fazer esta opção”, escrevem reforçando o desejo de “estar do lado certo da história, garantindo a nossa disponibilidade, de Norte a Sul, nas aldeias do Litoral e do Interior, nas Regiões Autónomas, junto daqueles que são a nossa razão de ser: os Portugueses”.

Área Metropolitana de Lisboa
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 já contactaram um total de 22.546 pessoas na área...

Segundo a informação disponibilizada na página oficial do Serviço Nacional de Saúde, os profissionais de saúde, segurança social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm “ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença”.

Na área Metropolitana de Lisboa, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares tendo contactado, entre 30 de junho e 27 de novembro 22.546 pessoas.

“Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizado ações de sensibilização à população”, pode ler-se na página do SNS. 

Boletim Epidemiológico
Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 68 mortes devido à covid-19, e 3.384 novos casos de infeção, segundo os dados...

De acordo com o Boletim Epidemiológico de hoje, o número total de vítimas mortais já ascende a 4.645, e o número de casos confirmados desde o início da pandemia situa-se nos 303.846. Atualmente há 75.755 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus.

A região norte continua a ser aquela que reporta o maior número de novos casos, tendo registado 2.218 nas últimas 24 horas. Segue-se a região de Lisboa a Vale do Tejo, com 1.646 (mais 23 do que no último balanço) e a região Centro com 590 novos casos (mais 7 que ontem. No Alentejo foram identificados mais 121 novos caso e no Algarve surgiram mais 51 nas últimas 24 horas.

Quanto às regiões autónomas, os Açores registaram um aumento de 22 novos casos relativamente ao dia anterior, tendo sido identificados mais 1061. Na madeira foram confirmados mais 920 novos casos de infeção.

Em relação aos pacientes internados registou-se uma subida de 64 casos e o total corresponde a 3.338 pessoas, das quais 525 em cuidados intensivos (mais quatro em relação a ontem).

Ao mesmo tempo, a DGS revela que, nas últimas 24 horas, houve 2.569 recuperados.

 

Formato virtual
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) promove, esta 5ª feira, a 2.ª edição do seminário «Comunicação para...

Organizado pelo Departamento de Alimentação e Nutrição, o encontro pretende debruçar-se sobre metodologias e formas de comunicação em saúde, focando temas da comunicação em alimentação e informação aos consumidores.

A iniciativa, que decorre em formato virtual devido à atual situação epidemiológica da Covid-19, visa ainda contribuir para uma comunicação fundamentada em boas práticas, de forma a otimizar o seu alcance e eficácia.

O evento tem como destinatários operadores da indústria e distribuição alimentar, membros PortFIR, laboratórios, profissionais da comunicação e outros comunicadores, profissionais da saúde e da educação e membros da comunidade científica e académica.

«Da impossibilidade de não comunicar à comunicação do complexo: desafios e estratégias», «Porquê comunicar ciência em linguagem clara?» e «Pequenos detalhes, grandes impactos! Pode uma frase correta mudar comportamentos?» são alguns dos temas que fazem parte do programa do seminário. Os interessados em acompanhar esta iniciativa poderão fazê-lo através do canal de YouTube do INSA, sendo que a inscrição é gratuita.

O impacto dos hábitos, escolhas e práticas alimentares dos consumidores é determinante para o estado de saúde e prevenção de doenças como obesidade, doenças cardiovasculares ou toxinfeções alimentares.

Para que os consumidores tomem consciência do impacto da alimentação na prevenção e controlo da doença ou melhoria do estado de saúde, é necessário facilitar o acesso a informação de qualidade e aumentar o seu conhecimento para a realização de escolhas mais informadas, assim como assegurar que a comunicação seja fundamentada em boas práticas.

 

Consciencializar para doença rara
O objetivo desta campanha é sensibilizar os doentes, familiares, profissionais de saúde e comunidade em geral sobre a PKU - uma...

A Associação Portuguesa de Fenilcetonúria e Outras Doenças Metabólicas (APOFEN) lança a campanha “Live Unlimited PKU” em Portugal com o objetivo de sensibilizar os doentes, familiares, profissionais de saúde e comunidade em geral para o estigma associado a viver com Fenilcetonúria (ou PKU), doença hereditária rara do metabolismo das proteínas. A consciencialização desta patologia rara por parte do doente é meio caminho andado para conseguir gerir a doença e levar uma vida o mais normal possível.

 Esta campanha de sensibilização está disponível em cinco países: Itália, França, Suécia, Turquia, Espanha e agora em Portugal, em colaboração com a APOFEN -  https://liveunlimitedpku.com/pt-pt/. Para além de disponibilizar informação sobre o que é a PKU, sobre os cuidados a ter e a gestão necessária ao longo de toda a vida, este website também tem informação sobre as seis associações envolvidas, que estão disponíveis para prestar todo o apoio aos doentes de PKU. Para além disso, também estão disponíveis testemunhos de doentes dos diferentes países, inclusive um português, onde cada um deles partilha a sua experiência de vida e contam como é viver com PKU. Com o objetivo de tornar esta campanha mais dinâmica, serão adicionados regularmente novos conteúdos, na forma de pequenos vídeos informativos, que vão falando desta doença rara, desde o nascimento até à idade adulta.

Ivan Correia, doente português com PKU, tornou-se um desportista de alta competição e é um exemplo de superação da doença. “O desporto sempre foi uma das minhas grandes paixões, desde o futebol, trail, atletismo e agora o triatlo, um desporto que me coloca à prova, física e psicologicamente. Ser desportista requer um cuidado redobrado ao nível da alimentação, mas o facto de ter PKU não me impede de viver sem limites”, afirma.

Em Portugal existe um modelo de referenciação exemplar onde, após o diagnóstico, o processo é encaminhado de imediato para os centros de referência de modo a garantir o melhor acompanhamento do recém-nascido. Estes centros de referência são reconhecidos a nível nacional pelas suas equipas multidisciplinares que acompanham o doente ao longo da vida. Em Portugal, estima-se que a incidência seja de cerca de 1/10.000 recém-nascidos.

A Fenilcetonúria, ou PKU, é uma doença hereditária rara do metabolismo das proteínas, que pode ser diagnosticada após o nascimento através do Teste do Pezinho. Esta doença caracteriza-se pela acumulação de fenilalanina no sangue, devido ao défice da enzima (fenilalanina hidroxilase (PAH)) que a metaboliza. A PKU é uma doença que, se não for tratada, pode ter graves consequências a nível cerebral como atraso de desenvolvimento psicomotor, défice intelectual de grau variável e outras manifestações neurológicas como problemas motores, epilepsia e perturbações do comportamento. A dieta é extremamente restrita, evitando carne, peixe, ovos, leite, laticínios e outros derivados eé importante o rastreio das várias deficiências que podem surgir, como de oligoelementos e vitaminas inerentes a esta restrição. Além dos cuidados especiais necessários na infância e adolescência, é uma condição a gerir ao longo de toda a vida.

A presidente da APOFEN, Elisabete Almeida, refere que “aceitámos lançar a campanha “Live Unlimited PKU” em conjunto com outras seis associações  e em colaboração com a BioMarin, com o objetivo de termos mais uma ferramenta disponível como fonte de informação sobre esta doença e também para sensibilizar as entidades competentes para a importância de proporcionar uma melhor qualidade de vida.” Elisabete Almeida acrescenta ainda que “o mote desta campanha, “Live Unlimited PKU”, ou seja, viver sem limites com PKU, pretende chamar a atenção para a importância dos cuidados a ter com a alimentação e o acesso regular a equipas multidisciplinares, de forma a aumentar a consciencialização sobre a doença como uma condição a gerir ao longo da vida”.

 

Peritos na área da saúde sugerem novas políticas de saúde pública
A criação de um Registo Nacional de Esclerose Múltipla, a constituição de Centros de Referência em Esclerose Múltipla, o uso de...

A Unidade de Saúde Pública da Universidade Católica Portuguesa acaba de divulgar as principais conclusões do Think Tank ‘Consenso Nacional para a Esclerose Múltipla’, um estudo desenvolvido com o apoio da Biogen, empresa de biotecnologia pioneira nas Neurociências, e que tem como propósito identificar novas políticas de saúde pública a implementar na área da Esclerose Múltipla em Portugal.

De acordo com o documento, a principal conclusão apontada por peritos e entidades da área da Esclerose Múltipla está na necessidade de se fazer mais com os mesmos ou pouco mais recursos, nomeadamente ao nível da prestação de cuidados de saúde e sociais a doentes, cuidadores e familiares de Esclerose Múltipla.

“O trabalho de investigação desenvolvido no âmbito do Consenso agora apresentado, veio comprovar que a Esclerose Múltipla, por ser uma doença degenerativa com forte impacto em todas as esferas da saúde e vida do doente, representa uma realidade com elevados custos monetários e não-monetários”, afirma Henrique Lopes, coordenador do Think Tank e Professor da Unidade de Saúde Pública da Universidade Católica Portuguesa

Para responder a este cenário, uma das soluções indicadas no Consenso prende-se com a criação de um Registo Nacional de Esclerose Múltipla, uma ferramenta, segundo os especialistas, capaz de garantir o uso eficiente dos recursos, ao mesmo tempo que permite avaliar com maior precisão os custos associados à gestão da doença e contribui para a melhoria da segurança dos doentes em todo o território nacional.

“Estamos a falar de um sistema agregador de informação-chave dos pacientes que poderá facilitar, de forma significativa, o trabalho dos profissionais de saúde ao nível do acompanhamento e tratamento da doença, mas também no que à gestão do sistema de saúde e investigação científica diz respeito. A implementação deste Registo traria um imperativo contributo para a resposta aos atuais atrasos no diagnóstico e acesso demorado à terapêutica, dois fatores causadores de maiores custos quer para a qualidade de vida do doente, quer para o próprio sistema de saúde e sociedade em geral”, explica o especialista

Este Consenso sugere também a criação de Centros de Referência em Esclerose Múltipla, com o objetivo de alargar a rede nacional de prestação de cuidados de saúde na Esclerose Múltipla, de forma a que se possa cobrir todo o território nacional, garantindo a equidade de assistência.

“Dada a complexidade da doença e experiência internacional, é imprescindível a existência de locais capacitados para a gestão do conhecimento, para lidar com todos os recursos tecnológicos integrantes dos protocolos clínicos, bem como para mitigar o risco inerente ao uso de novas tecnologias empregues no tratamento da doença”, acrescenta Henrique Lopes.

Para além destes, o documento destaca ainda a possibilidade do uso de linhas terapêuticas mais eficazes na fase inicial da doença de acordo com a recomendação clínica – garantindo a contenção da progressão da doença – assim como o reforço do apoio social aos doentes e respetivos cuidadores, área na qual, de acordo com os peritos, as associações de doentes têm um papel crucial, uma vez que acumulam uma maior experiência neste campo.

Sobre o Consenso Nacional para a Esclerose Múltipla:

Resulta de um Think Tank que reuniu mais de duas dezenas de peritos e entidades relevantes na gestão da Esclerose Múltipla, tais como especialistas clínicos, sociedades científicas, ordens profissionais, associações de doentes, e representantes das autoridades reguladoras (INFARMED), da Apifarma e de partidos políticos. A criação deste grupo de trabalho teve como missão promover a reflexão do estado da gestão da Esclerose Múltipla no país, com base nos mais recentes desenvolvimentos científicos e tecnológicos nesta área, permitindo identificar um conjunto de respostas direcionadas para a melhoria de eficiência e eficácia do sistema de assistência clínica e social a doentes e cuidadores desta patologia.

Incontinência urinária, dor crónica e espasticidade tema de webinar
Incontinência urinária, dor crónica e espasticidade são os temas que vão ser promovidos e abertos a discussão no webinar...

“A EM é uma doença neurológica crónica, autoimune, inflamatória e degenerativa que afeta cerca de oito mil portugueses. Ao falarmos desta patologia sabemos que não há um padrão de sintomas definidos, mas contamos com fadiga, fraqueza, problemas de visão, espasmos, dor, alterações na marcha, incontinência urinária e dormência. É assim fundamental termos uma sessão que explore a fundo algumas das consequências desta doença. Afinal, este é mais um passo para contribuirmos para um diagnóstico precoce e apoio a todas as pessoas que sofrem com EM, particularmente no período de pandemia que vivemos com a COVID-19” afirma Lurdes Silva, Coordenadora da ANEM.

Esta sessão conta com a moderação de Maria Edite Rio, especialista de neurologia no Hospital de Santa Maria, com a participação de Ricardo Pereira e Silva, urologista no Hospital de Santa Maria, para alertar para o impacto da incontinência urinária e explicar que esta condição não pode ser associada a uma falsa sensação de normalidade e negligenciada para segundo plano. Com a sessão sobre dor crónica e espasticidade, contamos ainda José Grilo Gonçalves, diretor do serviço de neurologia no Centro Hospitalar de Coimbra, para dar a conhecer o impacto desta consequência no dia-a-dia de uma pessoa com EM.

“As pessoas com EM devem ter acesso ao máximo de informação possível, é um direito que não lhes pode ser negado se queremos que tenham o tratamento mais eficaz. O objetivo final deverá ser conseguir criar uma boa qualidade de vida para cada doente. E, estarmos atentos aos sinais e sintomas da EM, significa que temos de os compreender e perceber que a doença pode manifestar-se de formas muito diferentes” reforça ainda Maria Edite Rio.

A ANEM tem apostado na partilha de informação clara para prestar apoio a todos os doentes com EM. Esta é mais uma iniciativa da associação para fomentar o conhecimento sobre a patologia e a sua gestão, de inscrição gratuita e com uma sessão para esclarecimento de dúvidas.

 

Webinar Alô, Alô, Sr. Doutor
No dia 3 de dezembro, às 18h, várias associações de doentes vão juntar-se no webinar “Alô, alô, Sr. Doutor” para debater as...

Carlos Sottomayor, membro da direção da Europacolon Portugal, Ana Sampaio, presidente da Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, Elsa Frazão Mateus, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, e Carlos Horta e Costa, vice-presidente da Associação Portuguesa Contra a Leucemia, com a moderação da jornalista Marina Caldas, vão partilhar as principais dificuldades e oportunidades identificadas pelos doentes no que concerne ao uso das tecnologias nas consultas à distância, partilhar de que forma as associações podem ajudar a facilitar a adaptação a esta nova realidade, especialmente nos doentes crónicos mais idosos e com baixa literacia em tecnologia.

Este webinar servirá também para promover a partilha de boas práticas no que toca ao uso da telessaúde, conselhos para que os doentes consigam exprimir melhor o que estão a sentir e porque é que esta nova realidade pode ser vista como uma oportunidade para o fortalecimento da relação médico-doente.

O webinar aberto ao público vai ser realizado na plataforma digital Virtual Healthcare, projeto de partilha de informação dedicado à telessaúde e que conta com a parceria de várias sociedades médicas e o patrocínio da Amgen, e pode ser consultado aqui. Os participantes podem participar através da partilha de perguntas por chat ou por vídeo.

HIV/Sida
O Hospital de Braga manteve “na íntegra” o atendimento prioritário a doentes HIV/Sida, apesar da pandemia de covid-19, tendo...

O Hospital de Braga específica que, daquele total, 54 foram primeiras consultas e as restantes 1.694 consultas subsequentes.

“Nesta altura de pandemia pelo vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, o Hospital de Braga manteve na íntegra o atendimento prioritário a estes doentes, sendo que a tipologia da consulta teve de ser adaptada às restrições da pandemia”, sublinha a instituição em comunicado.

Segundo a Unidade Hospitalar, citada pela página do Serviço Nacional de Sáude, este ano, o hospital já acompanhou 788 doentes em tratamento de HIV.

No âmbito do Dia Mundial da Luta contra a Sida, que se assinala todos os anos a 1 de dezembro, a equipa médica da consulta de Doenças Infeciosas do Hospital de Braga alerta que é “fundamental continuar a chamar a atenção para esta data, com o objetivo de sensibilizar, informar e diminuir o estigma e discriminação relativamente aos doentes que vivem com HIV e Sida”.

Por outro lado, reforça ainda “a importância de comportamentos sexuais seguros”, assinalando a existência do programa de troca de seringas e a profilaxia pré e pós exposição. Citada no comunicado, Joana Alves, infeciologista do Hospital de Braga, lembra que o rastreio da infeção está indicado a todos.

“Um diagnóstico atempado garante o tratamento adequado, fundamental para uma melhor qualidade de vida e diminuição da transmissão a terceiros”, afirma.

 

 

Para doentes com insuficiência cardíaca
A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC) encerra o ciclo de sessões de esclarecimento online, deste...

“Devido às circunstâncias inerentes à pandemia pelo SARS-CoV-2 a Associação AADIC, desde março, tem promovido várias sessões de esclarecimento.

O último webinar deste ano será transmitido no dia 9 de dezembro e tem como objetivo promover uma reflexão médico/paciente sobre a telesaúde no acompanhamento da evolução da doença crónica, na gestão das boas práticas, no diagnóstico precoce e no controlo da eficácia das terapêuticas” explica Maria José Rebocho, membro do conselho técnico-científico da AADIC.

Em simultâneo será divulgado, no site e por e-mail aos associados, um folheto sobre “Como selecionar, usar e lavar a máscara facial” e ainda com respostas às perguntas mais frequentes dos doentes com insuficiência cardíaca em contexto de pandemia, redigidas pelo conselho técnico-científico da AADIC.

O webinar “Telesaúde: Importância na vida dos doentes com insuficiência cardíaca”, será transmitido no dia 9 de dezembro, pelas 21h00, na página de Facebook e site da AADIC, com participação gratuita. Aurora Andrade, Cardiologista / Clínica de Insuficiência Cardíaca - CHTS; Dulce Brito, Cardiologista e Coordenadora do Programa de I.C. e Telemonitorização do CHULN e Maria João Lupi, Administradora Hospitalar do 1° Grau e Encarregada da Proteção de Dados do CHLO, vão ser moderadas por Maria José Rebocho. A sessão contará ainda com a participação de dois doentes com insuficiência cardíaca, que atualmente são acompanhados por um programa de telemonitorização.

“Durante a pandemia os doentes crónicos, nomeadamente com insuficiência cardíaca, foram confrontados com novas terminologias como “telemedicina”, “teleconsulta”, “e-saúde”, por isso parece-nos essencial e urgente promover o esclarecimento destes serviços e evidenciar os benefícios para a saúde pública”, conclui Maria José Rebocho.

 

Concurso
A empresa de medicina de precisão para o tratamento do cancro obtém esse reconhecimento pela terceira vez na sua história, com...

A OncoDNA, empresa especializada em medicina de precisão para o tratamento e diagnóstico do cancro com sede na Bélgica e delegações em Espanha, Portugal e América Latina, foi reconhecida pela terceira vez com o prémio Technology Fast 50 da consultora Deloitte. Prémio que a empresa já conquistou duas vezes, 2015 e 2018, nas categorias de ‘Companhia inovadora mais disruptiva’ e de ‘Empresa de Saúde, Bem Estar e Ciência’, e que este ano foi vencedora da categoria de melhor ‘Empresa Biotecnológica e Farmacêutica’.

Esses prémios são concedidos às empresas de base tecnológica com sede na Bélgica que tiveram o maior crescimento de faturação nos últimos quatro anos. “Ganhar o prémio em várias ocasiões é algo excecional, por isso estamos muito orgulhosos e gratos à Deloitte. Tem sido um desafio garantir que a nossa faturação continue a crescer gradualmente. Fast50 é um reconhecimento ao nosso esforço contínuo que motiva as nossas equipas a tornarem-se líderes mundiais em oncologia”, afirma Jean-Pol Detiffe, fundador da OncoDNA. 

O concurso Technology Fast50 tornou-se um ranking anual das 50 empresas belgas, públicas e privadas, com uma base tecnológica e inovadora que tiveram um rápido crescimento nos últimos quatro anos. Algo que a OncoDNA tem demonstrado de forma notável, com um crescimento de vendas superior a 180%.

Apesar da crise de saúde do coronavírus, este ano de 2020 abriu novas portas para a empresa se manter sustentável e em contínuo crescimento no futuro. Entre elas, a aquisição amigável da francesa IntegraGen, líder em sequenciação de ADN. O sucesso promete dobrar o tamanho da empresa e triplicar a faturação.

“Até ao momento, a OncoDNA já ajudou mais de 20 mil doentes em todo o mundo. A nossa força está na combinação das nossas soluções. Não apenas realizamos análises completas de amostras de tumor, mas também fornecemos ao oncologista um relatório detalhado para determinar o tratamento mais eficaz”, assegura o porta-voz da companhia.

 

Pandemia trouxe um agravamento da doença
Observa-se um agravamento das doenças reumáticas durante a pandemia COVID 19 devido a: confinamento

As doenças reumáticas (DRM) incluem mais de 150 doenças ou síndromes e cada vez mais portugueses são afetados por uma delas. Os custos para o Estado com doentes que sofrem de DRM ultrapassam os mil milhões de euros, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), que defende a criação de um novo programa nacional contra as doenças reumáticas da DGS para fazer face a estas doenças.

As doenças reumáticas e músculo-esqueléticas (DRM) representam, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de metade da prevalência de doenças crónicas em pessoas com idade acima dos 50 anos e são a categoria mais destacada no grupo destas doenças não transmissíveis. Portugal não escapa a esta tendência já que os números associados a algumas das mais de 150 doenças ou síndromes de natureza reumática são significativos, quer ao nível do número de pessoas afetadas, quer no impacto provocado na economia da saúde pública, representando custos para o Estado acima dos mil milhões de euros.

Em Portugal, 51,8% da população não tem acesso à especialidade de reumatologia (de acordo com os dados da Rede Referenciação Hospitalar de Reumatologia relativos a 2015). Há necessidade de reforçar o número de unidades hospitalares com serviço de Reumatologia e de quadros técnicos e recursos humanos especializados. Sem esquecer a importância que atribui ao diagnóstico precoce das doenças reumáticas, como é o caso da Artrite Reumatoide cujo diagnóstico precoce pode representar uma poupança média anual por cada novo caso de, aproximadamente, 30%.

Apenas cinco hospitais no país têm o quadro completo de especialistas, nos outros há falta de especialistas e 16 hospitais não têm sequer a especialidade.

Com a pandemia COVID o problema das doenças reumáticas agudizou-se. Devido a desmarcações iniciais e ajuste do sistema, receio de os doentes frequentarem as unidades de saúde e tomarem a medicação, e mais importante, a imobilidade associada ao confinamento. Os portugueses estão muito mais sedentários e isso reflete-se no agravamento das doenças do sistema musculo esquelético.

Para além dos custos para o Estado com doentes que sofrem de DRM, os números são mais abrangentes uma vez que também envolvem, aproximadamente, 204 milhões de euros, anuais devido ao absentismo e 910 milhões de euros devido a reformas antecipadas. Estima-se que os doentes afetados com doenças reumáticas tenham uma despesa individual com a doença na ordem dos 500 euros, por oposição aos 250 euros gastos com saúde pelos indivíduos que não sofrem de doenças reumáticas

Alguns destaques sobre as DRM

  • No caso da lombalgia, uma doença referenciada em todo o mundo, pelo menos em alguma fase da vida, por 80% das pessoas (1); da osteoporose do joelho que, estima-se, afeta 40% das pessoas com idade superior a 70 anos (2); ou da artrite reumatoide que está na origem do abandono do mercado de trabalho em mais de 50% dos doentes (3).
  • No caso da Espondilite Anquilosante, por exemplo, um estudo desenvolvido pela Nova IMS e a SPR (no âmbito do projeto arEA) concluiu que o seu impacto económico total pode chegar aos 639 milhões de euros, e que esta doença em particular faz com que cada um dos doentes perca cerca de 110 dias de trabalho por ano. Ou ainda o exemplo da osteoporose que, em Portugal, é responsável, anualmente, por cerca de 950 fraturas do colo do fémur.
  • O estudo Produtividade, Empregabilidade e Saúde Social, de 2016 (4), revelou que o absentismo laboral que as DRM originam é superior a 9 horas semanais, dado que a dor, a rigidez e a dificuldade na locomoção levam a que muitos trabalhadores fiquem vários dias de baixa e, em casos limite, solicitem reforma antecipada. Aproximadamente 50% dos doentes reformados inquiridos admitiram ter sido esse o seu caso. Aliás, refira-se, que os custos indiretos anuais relacionados com as reformas antecipadas atribuídas devido a DRM anda na ordem dos 910 milhões de euros, e que 13,2% dos reformados entre os 50 e os 64 anos reportam doenças reumáticas. (5)
  • No caso português, a SPR tem vindo a alertar para o facto de 51,8% da população nacional não ter acesso à especialidade de reumatologia e para a necessidade de reforçar o número de unidades hospitalares com serviço de Reumatologia e de quadros técnicos e recursos humanos especializados. Ainda de realçar a importância do diagnóstico precoce das DRM, como no caso da Artrite Reumatoide cujo diagnóstico precoce pode representar uma poupança média anual por cada novo caso de, aproximadamente, 30%. (6)
  • No seu todo, as patologias reumáticas e músculo-esqueléticas representam um problema de âmbito mundial que requer a intervenção urgente e concertada das instituições que devem zelar pela saúde pública, numa ótica global e nacional.

Sobre a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR):

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia foi fundada em janeiro de 1972, depois de, dois anos antes, um grupo de 1085 médicos portugueses, de todo o país e de diferentes especialidades, entre os quais se incluíam todos os reumatologistas, que lideraram o

processo, ter solicitado à Ordem dos Médicos a criação da especialidade de reumatologia.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia tem contribuído, ao longo dos anos, para o desenvolvimento da reumatologia portuguesa. Entre os muitos objetivos a que se propôs estão a colaboração com os outros organismos internacionais de Luta Contra as doenças Reumáticas; promover a atualização dos conhecimentos reumatológicos; ser o centro de documentação e informação reumatológica; fomentar o ensino e a investigação em reumatologia; atribuir prémios científicos; defender o título de reumatologista, em colaboração com a Ordem dos Médicos e as Autoridades de Saúde; favorecer a criação de Centros Médicos de ensino, tratamento e investigação e profilaxia das doenças reumáticas e do Centro de Estudo e Investigação Reumatológica; Apoiar a ação da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas; e, ainda, liderar o processo de criação, desenvolvimento e acompanhamento do Plano Reumatológico Nacional.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Iniciativa SPMI
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) volta a promover o Mês da Medicina Interna, em dezembro, com o objetivo de...

“A Medicina Interna é a especialidade base do Sistema Nacional de Saúde no Hospital, correspondendo a 14% do total dos especialistas hospitalares. Tem do seu lado profissionais competentes, que desenvolvem as suas funções assistenciais em áreas diversos, nunca deixando de ver o doente como um todo. É por isso que os internistas são os que melhor podem aconselhar os hábitos de vida mais saudáveis, que promovem a saúde e evitam a doença”, afirma João Araújo Correia, Presidente da SPMI.

“Neste ano de pandemia, a Medicina Interna demonstrou ser uma especialidade-chave na resposta hospitalar a doentes COVID, tendo-se evitado a rutura do Serviço Nacional de Saúde. Tentamos fazer o nosso melhor, para que o prestígio da Medicina Interna em Portugal seja cada vez maior”, acrescenta.

“É importante relembrar que foram os Internistas que trataram a maioria dos doentes COVID de grau moderado a grave, nos Serviços de Urgência, nas Enfermarias, nos Cuidados Intermédios e até nos Cuidados Intensivos, na primeira vaga, repetindo esse trabalho árduo neste segundo pico, que ainda estamos a viver. O nosso modelo de exercício da Medicina Interna, deu provas da sua valia. E, ao contrário de todas as outras especialidades, que reduziram ao mínimo a sua atividade, a Medicina Interna continuou a tratar, de forma diligente e segura, cerca de 90% dos seus doentes habituais não COVID”, conclui João Araújo Correia.

Dezembro é um dos meses de maior movimento nos hospitais, pelo aumento das doenças respiratórias de inverno. Este ano, acresce esta terrível pandemia COVID-19. No Serviço de Urgência, onde o afluxo de doentes é ainda mais notório, a população pode continuar a contar com o trabalho diligente e competente dos Internos e Especialistas de Medicina Interna.

A par de ser o Mês da Medicina Interna, o último mês do ano ficará também marcado pelo 69º aniversário da SPMI, comemorado a dia 14. Sessenta e nove anos após a sua fundação, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna é filiada na Sociedade Internacional de Medicina Interna e membro da Federação Europeia de Medicina Interna, contando já com mais de 3.000 sócios, que lhe valeram o estatuto de maior Sociedade Científica Médica Portuguesa.

 

 

Iniciativa online aborda perspetivas futuras em Portugal
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) realizou uma conferência digital, subordinada ao tema “Canábis Medicinal no...

“Esta conferência teve como objetivos promover a discussão sobre a canábis para fins medicinais no tratamento da dor crónica, em Portugal, e partilhar o conhecimento e as boas práticas internacionais nesta área, para que os médicos possam aumentar o seu conhecimento sobre esta opção terapêutica”, explica Ana Pedro, presidente da APED e comoderadora da conferência.

Durante a sessão, o orador convidado Janosch Kratz, médico e coordenador de Investigação e Desenvolvimento na Clínica Kalapa, em Barcelona, salientou que a canábis medicinal é “mais uma opção terapêutica, com muitas vantagens no tratamento da dor crónica, que os médicos podem utilizar para melhorar a qualidade de vida dos doentes”.

“Os profissionais de saúde devem olhar para estes medicamentos da mesma forma que olham para os outros. Trata-se de uma opção terapêutica segura e, geralmente, bem tolerada pelos doentes, com efeito não só no que diz respeito à dor, mas também à melhoria da qualidade do sono; à estimulação do apetite; e à redução das náuseas e vómitos”, afirmou Janosch Kratz.

No final da sessão, as moderadoras Ana Pedro e Graça Mesquita, membros da APED, terminaram dizendo: “São esperadas novidades para o tratamento da dor, em Portugal. É importante que o Infarmed aprove mais produtos deste grupo e que sejam colocados à nossa disposição, para rapidamente entrarmos num patamar de conhecimento que nos permita utilizá-los de forma racional e correta.”

A utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais, nomeadamente a sua prescrição e a sua dispensa em farmácia comunitária estão regulamentadas, em Portugal, com a Lei n.º 33/2018, de 18 de julho e com o Decreto-Lei n.º 8/2019, de 15 de janeiro.

Em Portugal, a utilização da canábis para fins medicinais está aprovada para várias indicações, entre as quais, a dor crónica. Estima-se que 36,7 por cento da população adulta portuguesa tenha dor crónica. A incapacidade associada a esta doença afeta diretamente a vida pessoal, familiar, social e profissional dos doentes. O tratamento da dor crónica requer uma abordagem biopsicossocial, onde se incluem intervenções farmacológicas e não farmacológicas, com diferentes níveis de eficácia, sendo uma mais-valia aumentar as opções terapêuticas disponíveis, por forma a melhorar a qualidade de vida dos doentes.

Revista Portuguesa de Cardiologia
Dados estatísticos disponíveis em Portugal revelam que em cerca de 20 anos (2000/2019) ocorreu um aumento de 194% de jovens do...

No que diz respeito à investigação científica, de acordo com o estudo, as diferenças de género são menos significativas em Portugal comparativamente com dados Europeus, com cerca de 50% das primeiras autorias dos artigos originais publicados na Revista Portuguesa de Cardiologia por mulheres. Contudo, relativamente à posição sénior das autorias, os dados são muito mais desfavoráveis comparativamente com as outras revistas, traduzindo o conhecido efeito de Glass Ceiling, com números reduzidos de mulheres em cargos de topo na medicina cardiovascular em Portugal.

Para Ana Teresa Timóteo, também Secretária-Geral da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a solução passará por uma mudança de política organizacional, mas também de uma modificação da perceção do papel da mulher na área da medicina.

Este fenómeno é suportado por estereótipos conscientes ou inconscientes de incompatibilidade entre vida pessoal/familiar e profissional, falta de políticas organizacionais de apoio ao balanço entre o esforço profissional e pessoal, falta de mentores ou role models para as mulheres com interesse em progressão na carreira e uma escassez de conexões que facilitem esse acesso a mulheres. Com efeito, podem-se apontar fatores socioeconómicos, culturais, religiosos, ambientais, entre outros, que condicionaram durante décadas, o acesso das mulheres a muitas áreas profissionais e a cargos de responsabilidade, mas esta situação tem sido progressivamente alterada nos últimos anos, nos países desenvolvidos.

Uma análise prévia internacional de dados dos últimos 20 anos encontrou apenas 16,5% e 9,1% de mulheres como primeira autora e autora sénior, respetivamente. Em 2016, último ano analisado, encontraram 21% como primeiras autoras e 12% como sénior, valores estes substancialmente inferiores quando comparados com jornais de elevado fator de impacto em outras áreas da medicina. Durante o período de análise, confirmou-se a tendência crescente nas autorias femininas, com incremento de 9,5% e 6,6%.

Quando comparado com o global das revistas internacionais, temos valores muito mais expressivos na Revista Portuguesa de Cardiologia de mulheres em artigos originais e de revisão, sobretudo no respeitante à primeira autoria. Estes resultados mostram claramente uma maior representatividade feminina na cardiologia portuguesa. Mesmo comparativamente com as revistas com base europeia, a melhor representatividade em Portugal é notória.

Gravidez e infeção por VIH
Em Portugal são diagnosticados cerca de três novos casos de VIH por dia.

Dados oficiais revelam que, em Portugal, existem mais de 50 mil portadores de VIH. Um número que coloca o país quase no topo dos estados membros europeus com mais casos registados, e onde predomina a transmissão por via heterossexual.

O recurso à terapia antirretroviral veio permitir não só o aumento da esperança média de vida, como a possibilidade do doente ter uma vida dita normal.

No que diz respeito à saúde reprodutiva, e mais concretamente ao planeamento de uma gravidez, a evolução das técnicas de Procriação Medicamente Assistida trouxeram maior esperança aos casais em que um dos elementos é portador da doença.

De acordo, com Sofia Nunes, diretora do Laboratório de Fecundação In Vitro da Clínica IVI Lisboa, “os principais objetivos das técnicas de Procriação Medicamente Assistida quando utilizadas em casais portadores de VIH são evitar a infeção do parceiro seronegativo e do feto/recém-nascido e, em algumas situações, ultrapassar uma causa de infertilidade concreta”.

Sabe-se, aliás, que a infeção por VIH é responsável pela diminuição da fertilidade, que afeta tanto homens como mulheres.

“Os doentes infetados pelo VIH podem apresentar uma deterioração dos parâmetros de avaliação da qualidade de esperma, nomeadamente, diminuição do volume, menos concentração e mobilidade e maior proporção de anomalias morfológicas dos espermatozoides”, explica Sofia Nunes, que refere ainda que alguns dos fármacos antirretrovirais utilizados também “têm um impacto negativo na mobilidade dos espermatozóides”.

No caso de mulheres portadoras do vírus, e de acordo com a ginecologista, especialista em Medicina Reprodutiva, Tatiana Semenova,  há vários relatos de mulheres, em estados avançados da doença, que apresentam alterações menstruais e/ou diminuição da reserva ovárica. “Nesta população também existe uma maior prevalência de outras doenças de transmissão sexual (DST) que podem originar obstrução das trompas uterinas”, acrescenta.

Ultrapassada a barreira da infertilidade, importa observar o estado de saúde do casal. Para que casais serodiscordantes – “aqueles em que um dos membros apresenta serologia positiva para esta infeção viral mas o outro não” – possam recorrer às técnicas de Procriação Medicamente Assistida é necessário que apresentem um bom estado de saúde geral.

“Nos casos em que a mulher é a portadora de infeção, o médico infeciologista deve ser consultado e deverá emitir um parecer favorável a uma futura gravidez. A doença deve estar controlada, ou seja, com contagem adequada de linfócitos CD4 e carga viral indetetável no sangue e boa adesão à terapêutica antirretroviral quando indicada”, explica Sofia Nunes.

As técnicas de PMA para casais serodiscordantes

De acordo com a diretora do laboratório de Fecundação in vitro, a técnica mais utilizada em Procriação Medicamente Assistida quando o parceiro masculino é seropositivo é a Fecundação in vitro com microinjeção de espermatozóides. “Quando o parceiro masculino é seropositivo deve-se proceder à lavagem do sémen e este processo geralmente reduz consideravelmente a concentração de espermatozóides móveis, pelo que na maioria dos casos é necessário utilizar a microinjeção”, justifica.

Tal como explica Sofia Nunes, a lavagem seminal consiste na separação do vírus presente no plasma seminal dos espermatozóides. “Tecnicamente o sémen deve passar por um meio específico com gradiente triplo de densidade e, no final, é realizado um teste de deteção do vírus do VIH por PCR (Polymerase Chain Reaction). Uma vez que a análise do PCR demora algum tempo, a amostra de sémen lavada é congelada e só poderá se utilizada se o resultado confirmar a ausência de vírus na amostra”, acrescenta.

O único risco que a lavagem de sémen apresenta é poder não existir, no final do procedimento,  material seminal suficiente para congelar e usar, posteriormente, na inseminação dos ovócitos.

“Quando é feita a lavagem de sémen, a concentração de espermatozóides móveis obtida no final é reduzida. Por esta razão, quando fazemos este tipo de procedimentos, as amostras de sémen devem preencher um mínimo de requisitos  de concentração e mobilidade seminais”, acrescenta a diretora do laboratório.

No caso de ser a mulher portadora do vírus, as técnicas de PMA a utilizar dependem da avaliação global do casal pelo especialista de reprodução humana.

“Pode ser utilizada a inseminação intra-uterina que é a técnica mais simples. Ou técnicas mais complexas”, adianta Sofia Nunes.

Estas técnicas, ditas complexas, passam pela estimulação ovárica e extração dos ovócitos para fecundação em laboratório, “seguida da monitorização do desenvolvimento dos embriões e cujo objetivo final é a transferência dos embriões (ou embrião) para a cavidade uterina da mulher”.

De acordo com a especialista, a inseminação dos ovócitos pode ser feita por fecundação in vitro convencional (FIV) ou a microinjeção intracitoplasmática de um espermatozóide (ICSI).

Enquanto que na Fecundação in vitro convencional, considerada um processo mais natural, os ovócitos são colocados num meio de cultura com vários espermatozóides, “na ICSI é o embriologista que injeta um espermatozóide para dentro de um ovócito”.

Os riscos destes procedimentos são raros, uma vez que, hoje em dia, as técnicas de Procriação Medicamente Assistida são extremamente seguras. No entanto, “pode existir hiperestimulação ovárica e riscos inerentes à intervenção para extração de ovócitos, como hemorragia ou infeção”.

Risco de transmissão vertical inferior a 2%

A maioria dos casos pediátricos de infeção por VIH resultam da transmissão do vírus durante a gestação, o parto ou pela amamentação.

No entanto, embora a transmissão vertical seja um fator determinante na evolução dos casos de VIH em idade pediátrica, as mães infetadas não transmitem invariavelmente o VIH aos filhos.

Há, aliás, inúmeros estudos que apoiam a perceção de que o tratamento antirretrovírico, de alta eficácia na redução da carga vírica durante a gestação, está associado a taxas muito baixas de transmissão vertical do vírus.

“Na gravidez espontânea a principal via de transmissão do VIH de mãe para o filho é vertical”, afirma Tatiana Semenova, especialista em Medicina Reprodutiva.

“Atualmente, o risco é inferior a dois por cento, se a mulher tem a doença estabilizada e boa adesão ao tratamento antirretroviral”, garante, adiantando que  “no caso dos tratamentos de PMA com esperma lavado, a probabilidade de contágio é quase nula e, até há data, não há casos descritos”, acrescenta.

Deste modo, reafirma a importância de uma gravidez planeada e acompanhada até ao seu término.

“É fundamental a avaliação pré-concepcional de ambos os elementos do casal para estabelecer as condições ótimas antes de eventual gravidez, nomeadamente, a doença estabilizada com cargas virais indetetáveis”, explica a ginecologista, recomendando “um controlo estrito da infeção antes de planear uma gravidez”.

“Numa mulher com infeção por VIH a gravidez considera-se de alto risco e por isso deve ser vigiada por uma equipa multidisciplinar em centro especializado”, justifica.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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