3 conselhos fundamentais para as mulheres com diabetes
No âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de março, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal ...

Cuide do seu coração – A diabetes aumenta o risco cardiovascular quatro vezes mais nas mulheres e por sua vez estas têm uma recuperação mais difícil após um enfarte. O risco de desenvolver complicações da diabetes como cegueira, doença renal e depressão também é maior nas mulheres.

A saúde do aparelho reprodutor deve ser monitorizada em todas as idades - Na mulher com diabetes os cuidados devem começar na preconceção, em que o objetivo é modificar hábitos e identificar alterações que podem ser tratadas ou equilibradas antes do início da gestação. Referindo que as primeiras semanas de desenvolvimento embrionário são exatamente as mais sensíveis aos efeitos de agentes externos e, quanto mais elevada a glicémia, maior o risco de malformações (que pode chegar a ser 10-15 vezes superior ao risco da população em geral). Lisa Ferreira Vicente, ginecologista-obstetra, responsável pela Consulta de Saúde Reprodutiva na APDP explica que “a diabetes é uma, entre outras doenças crónicas, em que a estabilização da situação médica é essencial. Neste sentido, antes de se parar a contraceção, é necessário realizar determinados exames, garantir o controlo metabólico, avaliar as complicações crónicas da diabetes, e, nas mulheres que fazem terapêutica, ela deve ser modificada , quando necessário, para que seja adequada à gravidez”.

Redobre os cuidados na gravidez – Os riscos e consequências que decorrem de uma gravidez numa mulher com diabetes mellitus estão relacionadas com a existência, tipo e gravidade das complicações crónicas pré-existentes. E, em situações mais graves, a gravidez pode constituir um sério risco para a saúde da mulher (a curto ou médio prazo). “O processo de preparação para uma gravidez na mulher com diabetes é exigente, com um acompanhamento de várias especialidades, afinal, além dos riscos de complicações fetais, estamos perante um maior risco de ameaça de parto pré-termo, de hipertensão (e das sua complicações) e de infeções – cistite, pielonefrite e candidíase vulvo-vaginal. Mas, mais do que a equipa multidisciplinar envolvida, não nos podemos esquecer que o principal interveniente é a própria mulher e ela tem de ser o membro mais ativo desta equipa” destaca Lisa Ferreira.

A APDP reforça ainda o papel da mulher na gestão da diabetes enquanto cuidadora. Afinal, apoiar quem vive com diabetes requer, muitas vezes, uma atenção ininterrupta. A associação reforça que cuidar é uma atividade multifacetada que engloba dimensões relacionais, emocionais e terapêuticas. Além disso, acarreta um enorme desafio: na dupla perspetiva de trabalho emocional, trabalho de organização e gestão de atividades diárias.

 

Balanço de atividade
De acordo com o último balanço, o Instituto Nacional de Emergência Médica “e os seus parceiros do Sistema Integrado de...

Na semana de 22 a 28 de fevereiro, foram transportados 2.452 utentes com suspeita de infeção com o novo coronavírus, Sars-Cov-2 (causador da doença Covid-19), o que vem ajudar a confirmar a “tendência de diminuição do trabalho”, em contexto desta doença.

Destes, o INEM faz saber que “os meios de emergência pré-hospitalar afetos à Delegação Regional do Sul foram os que registaram maior atividade, tendo efetuado 997 transportes de utentes. Os meios da Delegação Regional do Norte transportaram 867 utentes. Na Delegação Regional do Centro registaram-se 482 transportes e na Delegação Regional do Sul – Algarve, 106”.

Quanto às colheitas para testagem, o INEM indica que as quatros Equipas de Enfermagem de Intervenção Primária que criou para ajudar na resposta coletiva à pandemia de Covid-19 registaram 556 colheitas na última semana de fevereiro.

Informa, ainda, que atividade das quatro equipas de recolha de amostras, uma por cada Delegação Regional, que entraram em atividade em 10 de março de 2020, já efetuaram 42.234 colheitas de material biológico para análise.

Covid-19 em Portugal
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 28 mortes e 949 novos casos de infeção por Covid-19. Nos hospitais estão atualmente...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 17 das 28 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com cinco e centro com três óbitos. No Alentejo há três mortes e no Algarve nenhuma.

Quanto aos arquipélagos, não há registo de mortes, nem na Madeira nem nos Açores, desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 949 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 436 novos casos e a região norte 192. Desde ontem foram diagnosticados mais 118 na região Centro, no Alentejo 36 casos e no Algarve mais nove. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 163 infeções. Quanto aos Açores, o relatório de hoje reflete uma descida do número total de casos da região dos Açores, por força da necessidade de correção de dois casos duplicados, transferência de seis casos para outras regiões de ocorrência, e notificação de três novos casos na região dos Açores no dia em análise.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 1.583 doentes internados, menos 125 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos registaram uma descida, tendo agora menos 16 doentes internados. Atualmente, estão em UCI 383 pessoas.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.606 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 728.659 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 63.260 casos, menos 685 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 2.160 contactos, estando agora 28.881 pessoas em vigilância.

Despacho publicado em Diário da República
A criação de uma via verde do trauma na prestação de cuidados de saúde pré e intra-hospitalar é uma das novas competências da...

A partir de agora a Comissão Nacional de Trauma, passa ser integrada por representantes dos diversos organismos do Ministério da Saúde com atribuições no domínio da saúde e da gestão dos meios especialmente relevantes para a coordenação respeitante ao trauma, e conta com o apoio de peritos nomeados a título individual ou institucional para coadjuvar nos trabalhos.

De acordo com a informação divulgada hoje na página oficial do Serviço Nacional de Saúde, esta comissão vai ainda “propor o modelo de funcionamento e articulação dos agentes participantes na rede, identificar e fomentar a divulgação e implementação de normas de boa prática e avaliar as necessidades em matéria de equipamentos e infraestruturas nos serviços de urgência integrados na rede hospitalar de urgência e emergência”.

Para além disso, o despacho hoje publicado define ainda como prioridade da Comissão a criação do Registo Nacional de Trauma nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e meios de emergência médica pré-hospitalar e na rede hospitalar de urgência e emergência, “e consequente vigilância epidemiológica do trauma em Portugal, em articulação com o INEM, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).”

A” Comissão Nacional de Trauma, que até 31 de março deve apresentar um plano de atividades para o ano de 2021, tem também como competências promover a indicação de coordenadores locais de trauma, de cada instituição da rede hospitalar com serviço de urgência médico-cirúrgico e polivalente, avaliar os mecanismos de gestão e reserva de produtos sanguíneos relevantes neste contexto e identificar a pertinência de constituição de uma componente específica no âmbito da Reserva Estratégica do Medicamento”, pode ler-se.

Segundo o despacho, esta comissão deve ainda “valorizar a relevância da problemática da violência doméstica”, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e o INSA.

Estudo
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), já deu início à segunda fase do Inquérito Serológico, que arrancou...

Desenvolvido pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas do INSA, o ISN COVID-19 vai permitir conhecer a distribuição dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 (IgM e IgG) na população residente em Portugal, por grupos etários e regiões de saúde, assim como monitorizar a sua evolução ao longo do tempo e estimar a fração de infeções por SARS-CoV-2 assintomáticas. Esta informação permitirá aferir a taxa de ataque desta infeção na população portuguesa e contribuir para, futuramente, estimar o impacto do atual programa de vacinação contra a Covid-19.

Segundo faz saber, esta análise, que deverá decorrer até ao final do mês, envolve 350 pontos de colheita e prevê o recrutamento de 8.189 indivíduos com idade superior a 12 meses que recorram a um hospital ou laboratório participante no estudo para realização de análises clínicas, sendo que até ao dia 2 de março já tinham sido recrutados 4.164 participantes, o que corresponde a um pouco mais de 50% da amostra total planeada. Os primeiros resultados da nova fase do ISN COVID-19 deverão ser conhecidos no início de maio de 2021.

A informação e as amostras recolhidas no âmbito do ISN COVID-19 são codificadas no momento da recolha de modo a que os dados partilhados e divulgados não permitam a identificação individual do participante. A participação no inquérito não tem qualquer custo para os participantes, que poderão ter acesso aos seus resultados individuais, caso assim o entendam. Todas as amostras encontram-se a ser processadas no Departamento de Doenças Infeciosas do INSA.

De acordo com os resultados da primeira fase do ISN COVID-19 foi detetada uma seroprevalência global de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus na população residente em Portugal, não tendo sido encontradas diferenças significativas entre regiões e grupos etários. O estudo analisou uma amostra não-probabilística de 2.301 pessoas residentes em Portugal, com idade igual ou superior a 1 ano, recrutadas em 96 pontos de colheita, entre 21 de maio e 8 de julho de 2020.

 

 

Estudo “Um ano de pandemia aos olhos dos portugueses"
O CRC-W da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa acaba de apresentar os resultados do estudo “Um...

O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto ResiliScence 4 COVID-19, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e coordenado por Rui Gaspar, Docente e Investigador do Católica Research Centre for Psychological, Family and Social Wellbeing, em parceria com a Direção-Geral da Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Ordem dos Psicólogos Portugueses e ISPA-Instituto Universitário.

O estudo centrou-se na análise do comportamento humano como fator central na evolução da pandemia, devendo estar no centro das estratégias de combate à atual, mas também a futuras crises de saúde pública. Para incrementar a adesão dos cidadãos às diferentes recomendações de comportamentos de prevenção de contágio emitidas pelas autoridades de saúde, importa compreender os fatores que podem influenciá-la, nomeadamente como os cidadãos respondem a uma crise de saúde pública e socioeconómica como a que carateriza a atual pandemia e como estes avaliam os acontecimentos ao longo do tempo: as primeiras notícias vindas da China, a entrada do vírus na Europa e as consequências na emergência de preconceito e racismo, as exigências do 1º confinamento e a esperança no futuro durante o 1º desconfinamento, o aparente “normal” no verão e a perceção de risco no regresso à escola, a constatação do “não normal” em outubro/novembro e o aparente relaxamento do “efeito Natal”, seguido da perceção de perigo extremo associado ao maior grau de ameaça percecionada em Portugal desde o início da pandemia.

Esta avaliação pode ser analisada ao longo do tempo, com base em indicadores de como as pessoas percecionaram as exigências colocadas pela pandemia (perigo; esforço; incerteza) e os recursos de que dispunham para lidar com ela (conhecimento e habilidades; disposições; suporte externo). Para este fim, foram avaliados um conjunto de indicadores de perceção de risco (para a saúde pública, social, económico e saúde psicológica), em 87 períodos de monitorização de 4 em 4 dias desde janeiro de 2020 a janeiro de 2021. Foram analisados 120.267 comentários públicos de utilizadores de redes sociais, em resposta a publicações sobre COVID-19 emitidas pela Direcção-Geral da Saúde de Portugal e por sete meios de comunicação social nacionais (Expresso, TVI24, RTP3, SIC Notícias, Correio da Manhã, Público e Observador), com vista a emitir recomendações para uma eficaz comunicação de risco e comunicação de crise e mobilização social. A análise pode ser encontrada aqui: https://covid19.min-saude.pt/comunicacao-de-crise-e-percecao-de-riscos/

Globalmente, o nível de ameaça tendeu a refletir a situação epidemiológica de novas infeções e óbitos num determinado momento, mas foram também identificados períodos em que isso não ocorreu, com algumas expressões de incerteza/desconfiança face à gravidade dos números comunicados ou perceção de um elevado grau de ameaça quando os números não o evidenciavam (e.g. início do ano letivo). Naquilo que eram as exigências específicas expressadas pelos cidadãos, indicadores de esforço foram sempre predominantes face ao perigo e incerteza existentes na situação, o que confirma que a atual crise de saúde se tornou crónica, predominando a denominada “fadiga pandémica”.

O período em que a ameaça foi percecionada como mais baixa, coocorreu com os primeiros casos confirmados de COVID-19 em Portugal e novamente no único dia com zero óbitos. O maior grau de ameaça avaliada verificou-se em janeiro de 2021, em coocorrência com a mais grave situação epidemiológica desde o início da pandemia, acima do maior até aí verificado no período em que foram confirmadas medidas restritivas a implementar no Natal de 2020.

Como evidência de uma sociedade resiliente, após cada “período de crise”, em que a ameaça percebida aumentou consistentemente até atingir o pico, foi verificado um “período de restauração”, onde a ameaça percebida diminuiu consistentemente, atingindo os níveis médios do ciclo anterior. Estes resultados podem indicar resiliência social e individual, indicando que após cada crise existe recuperação. Servem também, no entanto como alerta, dado que a repetição de vários ciclos de crise-recuperação pode levar a um incremento de fadiga pandémica e consequente maior tempo de recuperação após cada período de crise, caso não sejam providenciados recursos sociais e pessoais aos cidadãos, que tornem a recuperação mais eficaz.

Workshops online
Chegam já na próxima semana novos workshops, em formato digital, dedicados às futuras e recém mamãs promovidas pela BebéVida,...

No entanto, os pais podem também assistir a uma formação online sobre “Células Estaminais”, inserida no Curso Online de preparação para o Parto e Parentalidade.  Os três eventos, totalmente gratuitos, visam continuar a dar apoio a pais e futuros pais durante a pandemia e o confinamento.

O primeiro workshop realiza-se dia 8 de março às 17h30 e tem como tema “O banho como forma de relaxamento do bebé”, contando com a participação da enfermeira Alice Araújo, especialista em saúde materna e obstetrícia.

O segundo workshop decorre no dia 11 de março, também às 17h30, e aborda o tópico “Amamentar sem dor: cuidados a ter” e conta igualmente com o contributo desta enfermeira.

Por fim, no dia 12 de março, às 19h00, realiza-se a formação online sobre células estaminais em parceria com o Lusíadas Knowledge Center. Ao inscreverem-se nesta sessão, os participantes ficam habilitados a receber uma mala com produtos Bioderma.

Apesar de gratuita, a inscrição para participar nestes eventos, promovidos pela BebéVida, é obrigatória, assim como o uso da câmara. A gravação das sessões está proibida. 

No início deste ano, com o regresso ao confinamento obrigatório, motivado pela pandemia da Covid-19, a BebéVida assumiu o compromisso de continuar a dar suporte a pais e futuros pais no esclarecimento de dúvidas sobre o período de gestação e primeira infância do bebé, mesmo que à distância, sob o mote “Continuamos consigo, 100% online”.

 

Parceria
A Moderna e a IBM anunciaram que irão explorar tecnologias, incluindo inteligência artificial, blockchain e cloud híbrida, que...

O objetivo é identificar novas formas de utilização da tecnologia para ajudar a acelerar a partilha segura de informações entre governos, prestadores de cuidados de saúde e indivíduos. Desta forma, a Moderna e a IBM pretendem melhorar a confiança nas campanhas de vacinação, reduzindo assim a disseminação do vírus.

O trabalho inicial irá concentrar-se na exploração dos recursos da IBM nos EUA, incluindo:

Soluções de gestão de vacinas que fornecem rastreabilidade em toda a cadeia de distribuição para responder a potenciais interrupções que possam ocorrer. Estas soluções permitem que governos e prestadores de cuidados de saúde partilhem dados de forma rápida e segura sobre lotes individuais de vacinas à medida que estes circulam pela complexa cadeia de abastecimento, desde os locais de produção até aos pontos de administração de vacinas.

Passaporte digital de saúde, desenvolvido com base em tecnologia blockchain, é uma solução desenhada para ajudar os indivíduos a manter o controlo das suas informações pessoais de saúde e poderem partilhá-las de forma segura, verificável e confiável. As organizações podem usar a solução para verificar as credenciais de saúde dos seus funcionários, clientes e viajantes com base em critérios específicos, como resultados de testes, registos de vacinação e verificações de temperatura.

"A Moderna está comprometida em colaborar com uma aliança de parceiros de forma a aumentar a educação e a consciencialização da importância da vacinação para ajudar a derrotar a Covid-19." afirmou Michael Mullette, VP, Managing Director North America Commercial Operations da Moderna. "Esperamos trabalhar com a IBM para aplicar as inovações digitais na criação de conexões entre organizações, governos e indivíduos que permitam garantir a confiança nas vacinas da Covid-19.”

"Se alguma vez houve um momento para nos juntarmos em torno de tecnologias abertas e de colaboração, é agora", disse Jason Kelley, Managing Partner, Global Strategic Alliances Leader da IBM. "À medida que, por um lado, governos, farmacêuticas e prestadores de cuidados de saúde continuam a escalar e a conectar as suas ferramentas, e que, por outro lado, novas entidades entram na cadeia de distribuição, a tecnologia aberta pode ajudar a garantir mais transparência e a aumentar a confiança, ao mesmo tempo que ajuda a garantir acessibilidade e equidade em todo o processo."

O trabalho com a Moderna está alinhado com os esforços da IBM para ajudar a responder à pandemia da Covid-19, disponibilizando acesso ao seu portefólio de tecnologia. No início da pandemia, a IBM juntou-se ao Covid-19 High Performance Computing Consortium, uma parceria para fornecer recursos de supercomputação a investigadores para ajudar a acelerar a descoberta e o desenvolvimento de vacinas ou de terapêuticas de tratamento da Covid-19.

A IBM também ofereceu a sua solução IBM Clinical Development (ICD) a organizações que desenvolvem ensaios clínicos como parte dos seus esforços de suporte à comunidade médica para ajudar a lidar com a pandemia. A empresa recebeu interesse de vários hospitais, centros de I&D e instituições académicas.

Universidade de Coimbra
Um estudo publicado hoje na revista Communications Chemistry, do grupo Nature, e liderado pelo investigador Sérgio Domingos, da...

O reconhecimento molecular quiral é um fenómeno fundamental na ciência biomolecular, relevante, por exemplo, na produção de fármacos. Genericamente, explica Sérgio Domingos, “o reconhecimento quiral é a habilidade que uma molécula quiral tem para distinguir entre dois enantiómeros de outra molécula quiral. Enantiómeros são moléculas que são imagens no espelho uma da outra e não são sobreponíveis, nem por rotação, nem por translação. Consideremos uma molécula quiral (R) e a sua imagem especular (S)”.

Podemos pensar, por exemplo, “num aperto de mão entre duas pessoas: uma mão direita e outra mão direita encaixam bem. Agora se uma das pessoas der a mão esquerda, as mãos já não encaixam tão bem. Este é um exemplo macroscópico de um fenómeno que existe à escala molecular e que tem implicações em processos químicos e biológicos. Por exemplo, muitos medicamentos são produzidos com compostos de uma só quiralidade (R ou S) porque a interação com os recetores no nosso corpo é por vezes muito diferente entre elas”, ilustra o investigador do Centro de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

O estudo que, além da Universidade de Coimbra, envolveu o Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY) e a Universidade de Bochum, na Alemanha, incidiu no autorreconhecimento quiral, revelando sobretudo o que acontece quando dois R’s ou dois S’s da mesma molécula se emparelham para formar um dímero (duas unidades ligadas por uma ligação não covalente) RR ou SS, ou quando um R se emparelha com um S, formando um RS ou SR. Os mecanismos de interação destas duas vertentes não se manifestam de forma análoga e têm, pois, implicações em muitos processos biológicos.

Para tal, a equipa escolheu o sistema molecular quiral e aromático “óxido de estireno”, que existe nas duas formas S e R e tem características estruturais ideais para estudar as interações moleculares mais fracas. Para além disso, esclarece Sérgio Domingos, “este anel aromático é um motivo molecular recorrente em sistemas biológicos e que tem muita influência em processos de agregação em proteínas e por isso é um protótipo muito estudado”.

Mais especificamente, aprofunda o investigador, o objetivo deste estudo era a “deteção experimental de todas as possibilidades de encaixe entre R’s e S’s deste sistema aromático quiral (protótipo) e tentar perceber que forças mobilizam a preferência entre encaixes do tipo RR ou do tipo RS. Este processo de autorreconhecimento é crucial em muitos processos biológicos, um deles a eficiência com que um medicamento interage com o recetor no nosso corpo. Queríamos aprofundar o conhecimento sobre que tipo de interações controlam este emparelhamento de moléculas quirais e até que ponto estas interações podem promover uma assimetria no processo de reconhecimento. Este equilíbrio/desequilíbrio pode ajudar-nos a desvendar os segredos da homoquiralidade da vida”.

Para alcançar o objetivo, os cientistas utilizaram a técnica de espectroscopia de micro-ondas, que lhes permitiu estudar os estados quânticos de rotação dos dímeros RS e RR em alta resolução, na fase gasosa. As experiências foram realizadas no sincrotrão (acelerador de partículas) de eletrões alemão - Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY), em Hamburgo, uma das mais sofisticadas infraestruturas de investigação científica na Europa.

Este método experimental foi complementado com cálculos teóricos, que por sua vez permitiram identificar as estruturas tridimensionais dos dez pares RR e RS mais estáveis e estudar detalhadamente as interações que promovem o emparelhamento em cada caso. Os investigadores concluíram que “a parte aromática das moléculas tem uma influência tremenda na gestão do encaixe entre pares, e que esse ajuste de contactos se pronuncia diferentemente para pares RR e RS, favorecendo o emparelhamento homoquiral, ou seja, do tipo RR. No entanto, este desequilíbrio não se pronunciou tão afincadamente como esperado, e o nosso estudo revela que isto se deve à flexibilidade estrutural e caráter dinâmico do autorreconhecimento no processo de encaixe”, destaca Sérgio Domingos.

Este estudo permitiu perceber que o “emparelhamento de moléculas quirais ganha um nível de complexidade ainda mais acrescido quando o mecanismo de encaixe é dominado por partes das moléculas que são aromáticas. Estas condições podem desfavorecer a discriminação quiral em processos de ativação de moléculas medicinais com recetores no nosso corpo”, conclui.

A investigação, cujo artigo científico está disponível em: https://www.nature.com/commschem/, foi financiada pelo Centro de Investigação Colaborativa 1319 ELCH- Extreme light for sensing and driving molecular chirality.

 

Medicina Dentária
“Este acessório vital de proteção que são as máscaras, usadas em qualquer ambiente social de interaç

Na realidade atual, o uso de máscaras faz parte da responsabilidade coletiva para o combate à pandemia.

Em termos psicológicos, face à ameaça do vírus, o seu uso aumenta o sentimento de segurança e controlo e funciona como mecanismo de defesa contra a ansiedade, aumentando a coesão social.

No plano da comunicação interpessoal – da máscara teatral grega às máscaras alongadas com forma de bicos de pássaros, usadas pelos médicos durante a Peste Negra na Idade Média, às máscaras antipoluição vulgarizadas na cultura japonesa, para não falar nas culturas árabes onde os niqabs e burkas são obrigatórios -, a ausência da visualização das expressões faciais é um facto, uma consequência intencional ou involuntária, que só é colmatada por uma atenção a outros sinais, nomeadamente a expressão do olhar.

Na minha prática como dentista, há já uns anos que opto por substituir a máscara por viseira transparente, porque considerava que a máscara tradicional, tapando a expressão facial, não potenciava a interação necessária com os meus pacientes e, desta forma, deixando a face a nu, transmitia maior confiança e empatia.

Na nova “normalidade”, são os pacientes que nos chegam de máscara e não deixo de notar eu nessa proteção necessária, uma quebra na comunicação deixando-me a adivinhar, pela gesticulação, pelo uso de sobrancelha e pelo olhar, o estado de ânimo dos pacientes e a verdadeira expressão das suas preocupações. Da mesma forma que não reconhecemos às vezes, à primeira vista, um vizinho no prédio ou um amigo que passa na rua.

É uma nova realidade que aprendemos a contornar para que não nos distanciemos do lado mais humano. Se a máscara não nos deixa ver um sorriso que transmite calor e afeto, aprendemos a traduzi-lo por uns tracinhos franzidos no canto dos olhos e juntamos as mãos em sinal de agradecimento.

Este acessório vital de proteção que são as máscaras, usadas em qualquer ambiente social de interação, acabam por estar a esconder também, muitos problemas de dentição dando assim uma falsa sensação de bem-estar e ajudando, no caso de muitos, a procrastinar a ida ao dentista.

“Olhos que não veem, coração que não sente”, mesmo que haja desconforto (e a verdade é que há, uma moinha num dente, uma gengiva que sangra), assim encontro muitos pacientes que escudaram nos últimos meses falta de dentição, fraturas e problemas de infeção nos dentes e gengivas com a “privacidade” de uma máscara.

A barreira física, que é vital para nos protegermos do vírus acaba por funcionar como uma muleta para “varrer para baixo do tapete” problemas que não deveriam ser negligenciados.

A este problema de camuflagem, acresce ainda que o próprio uso de máscaras, principalmente para os que na sua vida profissional são obrigados a usá-las em permanência, tem feito agravar os problemas orais, nomeadamente o surgimento de cáries e problemas gengivais. Se para muitos, a máscara traz este problema novo, para os que a usam para esconder fragilidades, agrava substancialmente o estado de saúde da boca. Já surgem, inclusive, referências ao fenómeno como “mask mouth” (boca de máscara).

Esta designação é inspirada no nome “meth mouth” (boca de metanfetamina) pelas consequências devastadoras que os seus dependentes apresentam na saúde oral, caracterizadas por cárie dentária severa e doença gengival, que frequentemente faz com que os dentes partam ou caiam.

Crê-se que o uso da máscara prolongado aumenta a respiração pela boca, em detrimento da respiração nasal, causando secura resultante da diminuição de saliva. Ora, tendo a saliva propriedades antibacterianas e de neutralização da acidez, a sua diminuição proporciona a colonização bacteriana e inflamação gengival.

No consultório, tenho constatado um aumento de doenças nas gengivas e cáries, em franco crescimento desde o início do uso de máscara.

Estes problemas, a manifestarem-se, não devem, pois, ser “mascarados” e exigem consulta no dentista.

Alerto para o facto de que a doença gengival – ou doença periodontal - acabará por levar a um risco aumentado de ataques cardíacos.

Um dos sintomas para o qual chamo a atenção é o mau hálito.

Se por um lado, a máscara também faz a barreira para o outro, as pessoas que a usam ganham consciência do seu hálito e, nesse sentido, tornam-se, desejavelmente, mais atentas à sua higiene oral, pois o mau hálito do próprio não se mascara, mas pode e deve ser tratado na sua origem, mesmo em épocas de pandemia. Na vida há sempre uma altura em que temos que tirar a máscara e enfrentar os problemas, neste caso específico, deve sempre cuidar da sua saúde oral.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alimentação e gravidez
A Direção Geral da Saúde aproveitou o Dia Mundial da Obesidade, que se assinalou ontem, para lançar um manual dedicado à...

Este manual inclui as mais recentes recomendações sobre macro e micronutrientes durante a gravidez e a lactação da EFSA - Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos.

Por outro lado, divulga informação importante sobre o ganho de peso durante a gravidez, a ingestão de cafeína ou álcool e suplementação, questões frequentes nestas situações. Foram acrescentadas recomendações para casos específicos, como por exemplo para gestações múltiplas ou para mulheres que seguem um padrão alimentar vegetariano.

Esta nova edição do manual destaca também a obesidade na preconceção e na gravidez, e os cuidados de segurança alimentar a ter durante a gravidez. Por último, foram desenvolvidas algumas ferramentas de apoio que podem ser utilizadas na comunidade para a promoção da alimentação e nutrição adequadas a mulheres na gravidez e lactação.

"Trata-se de um documento de cariz essencialmente técnico, mas no final de cada capítulo ou subcapítulo é apresentado um resumo, em linguagem acessível a todos, com a informação a reter e com interesse para a mulher grávida. Complementarmente, o manual apresenta também dois guias com informação clara, grafismo apelativo e orientado para o público em geral", pode ler-se no site da DGS. 

De acordo com a autoridade de saúde pública, "os hábitos alimentares e o estilo de vida antes, durante a gravidez e amamentação influenciam a saúde da criança, nomeadamente o risco de contrair doenças como a obesidade. Assim, otimizar o estado nutricional precocemente e corrigir alguns comportamentos alimentares ainda antes e durante a gravidez trará benefícios a curto e a longo prazo, pelo que é necessário que os profissionais de saúde e as mulheres grávidas tenham o melhor conhecimento sobre a alimentação e nutrição adequadas durante esta fase tão importante do ciclo da vida". 

"Promover a saúde materno-infantil é mesmo considerado pela Organização Mundial da Saúde como uma oportunidade particular para a prevenção da obesidade e de outras doenças crónicas associadas", acrescenta.

Este manual foi elaborado em parceria com a ASAE, uma vez que apresenta um capítulo dedicado à importância da segurança alimentar durante a gravidez. Colaboraram ainda no manual reconhecidos especialistas da área da alimentação a nível nacional e a equipa técnica do PNPAS.

Movimento digital “A beleza exterior NÃO engana”
A Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e Outras Doenças Respiratórias Crónicas e a Pulmonale - Associação...

A epidemia do tabaco é uma importante ameaça à saúde feminina, constituindo o principal fator de risco evitável de morte prematura e doença nas mulheres adultas. O número de mulheres a fumar no mundo tem vindo a aumentar, constituindo atualmente 20% de todos os fumadores e sendo responsável por 6% das mortes no sexo feminino.

“Num dia dedicado às mulheres, esta iniciativa pretende sensibilizar sobretudo a população feminina, cujo hábito tabágico tem vindo a aumentar, e consequentemente a promover o aparecimento de doenças respiratórias graves, como a DPOC e o cancro do pulmão.

São vários os fatores que contribuem para este aumento, como por exemplo, o aumento do seu poder de compra, a emancipação feminina e a diminuição das restrições culturais e sociais, a falta de programas de educação para a saúde e de cessação tabágica específicos para mulheres e a existência de campanhas da indústria tabaqueira dirigidas a este target”, explica a Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

O movimento digital “A beleza exterior NÃO engana” é composto por uma campanha de conteúdos para as redes sociais da RESPIRA e da Pulmonale e por um webinar com o tema “As Mulheres e o tabaco: riscos, impacto e desafios”, que irá ser transmitido no Facebook das Associações, de forma gratuita e sem necessidade de inscrição, no dia 11 de março, quinta-feira, pelas 19h00.

“A tendência de crescimento do consumo de tabaco pela população feminina trouxe novas preocupações para a saúde pública. As principais causas de morte na mulher são, em primeiro lugar, as doenças cardiovasculares; em segundo, as neoplasias malignas; e, em terceiro, as doenças respiratórias. As três causas podem estar diretamente relacionadas com o consumo de tabaco”, conclui Isabel Magalhães, Presidente da Direção da Pulmonale.

Junte-se a este movimento, partilhe a imagem da campanha nas suas redes sociais com os hashtags #EuSouMulherMasEuNãoFumo; #EuSouMulherMasJáNãoFumo; #ABelezaExteriorNÃOEngana e #DIAINTERNACIONALDAMULHER.

Programa @Preparar para Nascer
De modo a retomar as aulas de preparação para o parto e para a parentalidade, suspensas desde o início da pandemia, por motivos...

Destinado a casais e grávidas, a partir das 28 semanas de gestação e ainda inteiramente gratuito, este programa, adaptado à situação epidemiológica em vigor, contempla sessões teórico-práticas, conduzidas e orientadas por enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia, e tem a periodicidade de 1H / semana, num total de 10 sessões, subordinadas às temáticas: pavimento pélvico, trabalho de parto, analgesia do parto, amamentação, cuidados ao bebé e pós-parto.

As inscrições on-line, podem ser feitas em www.chcbeira.min-saude.pt ou através do link: https://forms.gle/HTVBT5vSmyY8sLQk9

Avaliar eficácia, segurança e qualidade
O comité de medicamentos humanos (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) já deu início a uma análise...

A decisão do CHMP de iniciar esta análise contínua baseia-se em resultados de estudos laboratoriais e clínicos em adultos. Esses estudos indicam que o Sputnik V desencadeia a produção de anticorpos e células imunes que visam o coronavírus SARS-CoV-2 e podem ajudar a proteger contra a Covid-19.

A EMA avaliará os dados à medida que estiverem disponíveis para decidir se os benefícios superam os riscos. A análise contínua continuará até que haja evidências suficientes disponíveis para solicitação formal de autorização de marketing.

A EMA avaliará a conformidade da Sputnik V com as normas usuais da UE para eficácia, segurança e qualidade. Embora a EMA não possa prever os cronogramas globais, deve levar menos tempo do que o normal para avaliar uma eventual aplicação por causa do trabalho feito durante a análise.

Como atua esta vacina?

Espera-se que o Sputnik V trabalhe preparando o corpo para se defender contra a infeção com o vírus SARS-CoV-2. Este vírus usa proteínas em sua superfície externa, chamadas proteínas de pico, para entrar nas células do corpo e causar Covid-19.

Sputnik V é composta por dois vírus diferentes pertencentes à família adenovírus, Ad26 e Ad5. Estes adenovírus foram modificados para conter o gene para a produção da proteína de pico SARS-CoV-2; eles não podem se reproduzir no corpo e não causam doenças. Os dois adenovírus são dados separadamente: O Ad26 é usado na primeira dose e o Ad5 é usado na segunda para aumentar o efeito da vacina.

Uma vez dada, a vacina fornece o gene SARS-CoV-2 a células do corpo. As células usarão o gene para produzir a proteína do pico. O sistema imunitário da pessoa tratará essa proteína de pico como desconhecida e produzirá defesas naturais - anticorpos e células T - contra essa proteína.

Se, mais tarde, a pessoa vacinada entrar em contato com o SARS-CoV-2, o sistema imunitário reconhecerá a proteína de pico do vírus e estará preparado para atacá-lo: anticorpos e células T podem trabalhar juntos para matar o vírus, prevenir sua entrada nas células do corpo e destruir células infetadas, ajudando assim a proteger contra a Covid-19.

 

 

 

 

Atividade creditada pela Ordem dos Enfermeiros
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) vai organizar webinar LadoaLado.Com: Que Sistema de Saúde...

Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Directivo Regional da SRCentro, vai estar “LadoaLado.Com” Ricardo Baptista Leite, Médico e Deputado da Assembleia da República, e Alexandre Lourenço, Administrador Hospitalar do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).

Todos reconhecem que a pandemia Covid-19 está a colocar uma enorme pressão sobre todo o sistema de saúde e, em particular, sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). As consequências, nefastas em todos os sectores da sociedade, mostraram as fragilidades de todo o sistema e a necessidade de reformas estruturais que permitam uma maior e melhor capacidade de resposta à realidade que temos pela frente no período pós-pandémico.

Como é que vamos normalizar a situação no pós-pandemia? Quais as prioridades? Qual a capacidade que vai existir, face ao cansaço de todos e à contaminação de muitos dos profissionais de saúde? Seremos o melhor investimento de todos, ou continuaremos a ser uma despesa pública? Perante os dados que dispomos e as tendências que se verificam, que sistema de saúde queremos e podemos pagar? são algumas das questões que irão ser abordadas.

A atividade está acreditada pela OE, atribuindo 0,33 créditos de desenvolvimento profissional aos enfermeiros inscritos (AQUI), e será igualmente transmitida em direto na página de Facebook da SRCentro.

 

 

Artigo de Opinião
“Os linfomas cutâneos são doenças raras, que carecem de abordagem multidisciplinar, e os doentes com

A Consulta Multidisciplinar de Linfomas Cutâneos e Mastocitoses (CMLC) do Centro Hospitalar Universitário do Porto, que envolve os Serviços de Hematologia Clínica e de Dermatologia deste centro hospitalar, foi criada em 2003.

A Consulta funciona um dia por semana, às 5ªs feiras, no Edifício Dr. Luís de Carvalho do Hospital de Santo António, sede do CHUP, e está certificada desde 2005. Integrada na EuroBloodNet, a rede europeia de referência de doenças hematológicas raras, a CMLC é, desde o final de 2016, centro de referência europeu para os linfomas cutâneos e mastocitoses.

Atualmente conta com a colaboração de 3 médicas, a Prof. Doutora Margarida Lima, imunohemoterapeuta, uma das fundadoras da consulta e responsável pela mesma, a Dra. Renata Cabral, hematologista, e a Dra. Iolanda Fernandes, dermatologista. A sua atividade clínica desenvolve-se em colaboração com os restantes colegas dos Serviços de Hematologia Clínica e de Dermatologia, com os médicos e enfermeiros que prestam serviço no Hospital de Dia, e com os colegas de outros serviços do CHUP, que de alguma forma colaboram na prestação de cuidados de saúde aos utentes da Consulta.

O número de doentes foi aumentando ao longo dos anos, o que permitiu alargar progressivamente a experiência nesta área. Em 2019 e 2020 realizaram-se na CMLC entre 600 e 700 consultas por ano, das quais, também por ano, entre 40 e 50 foram primeiras consultas.

Há situações em que os doentes são referenciados diretamente à CMLC por colegas de dermatologia e de hematologia de outros hospitais, ou até mesmo pelos médicos de família. Noutros casos, os doentes são referenciados inicialmente à Dermatologia ou à Hematologia Clínica do CHUP, sendo os próprios dermatologistas e hematologistas a referenciar depois para a Consulta.

Os linfomas cutâneos são doenças raras, mas ainda assim muito diversos

Os linfomas primários cutâneos são, a seguir aos linfomas gastrointestinais, o tipo mais frequente de linfomas extraganglionares. Ainda assim são doenças raras, com uma incidência anual estimada em 1 caso por 100.000 habitantes. A idade média de apresentação é de aproximadamente 60 anos.

Como o próprio nome indica, os linfomas primários cutâneos manifestam-se inicialmente na pele, ainda que potencialmente, a curto, médio ou a longo prazo, outros órgãos possam ser afetados e as células de linfoma possam circular no sangue periférico. Felizmente essa não é a regra, e, na maioria dos casos, estes linfomas permanecem confinados à pele.

As lesões cutâneas podem ser de vários tipos, desde manchas ou placas, até tumores, que podem ulcerar, e podem atingir desde uma área limitada da pele a praticamente toda a superfície corporal.

O diagnóstico, que por norma exige uma ou mais biopsias das lesões cutâneas, é feito através de uma série de exames laboratoriais que se complementam para identificar e caraterizar as células linfóides envolvidas e para classificar o linfoma, nomeadamente a anatomia patológica, a citometria de fluxo, a citologia, a genética molecular e a citogenética.

A classificação dos linfomas cutâneos faz-se segundo o esquema proposto pela Organização Mundial de Saúde e pela EORTC, atualizado pela última vez em 2018. Entre 70 e 80% dos linfomas primários cutâneos têm origem nos linfócitos T e os restantes 20 a 30% têm origem nos linfócitos B.

De entre os linfomas cutâneos de células T, o mais frequente é a Micose Fungóide. Depois, há uma série de subtipos mais raros, algumas com comportamento mais agressivo, como, por exemplo, a Síndrome de Sézary e os linfomas cutâneos de células T gama/delta, e outras com comportamento clínico mais indolente, como, por exemplo, as doenças linfoproliferativas de células T CD4 de tamanho pequeno e médio, as doenças linfoproliferativas cutâneas de células T CD30+, como a Papulose Linfomatóide e os linfomas cutâneos de células grandes anaplásicas. A Síndrome de Sézary é uma forma muito particular de linfoma cutâneo de células T que se carateriza por eritrodermia generalizada e prurido, geralmente associados a adenopatias. O prurido é frequentemente muito intenso e resistente aos tratamentos convencionais, e pode ter um grande impacto na qualidade de vida dos doentes. As células de linfoma, denominadas células de Sézary, estão por definição presentes no sangue periférico. Embora durante muitos anos o Síndrome de Sézary tenha sido considerado em conjunto com a Micose Fungóide, sabe-se hoje que são entidades distintas.

Nos linfomas de células B, temos subtipos de células B pequenas, como o linfoma primário cutâneo de células B da zona marginal e o linfoma primário cutâneo folicular, e os linfomas de células B grandes, nos quais se distinguem pelo menos duas entidades com prognóstico distinto: o “tipo perna” e o tipo “não perna”.

Para o estadiamento dos linfomas cutâneos de células T de tipo Micose Fungóide ou Síndrome de Sézary é utilizada uma classificação TNM modificada proposta pela ISCL/EORTC (International Society for Cutaneous Lymphoma/European Organization for Research and Treatment of Cancer), que tem em consideração o tipo de lesão cutâneas (manchas ou placas, tumores e eritrodermia), a percentagem da superfície corporal atingida pelas mesmas, o envolvimento de gânglios linfáticos, o envolvimento de órgãos viscerais, e a presença ou não de células de linfoma no sangue periférico (TNMB, do inglês Tumor, Node, Metastasis, Blood). De acordo com este esquema, o estadio mais precoce é o estadio IA (mais precoce, com manchas ou placas em menos de 10% da superfície corporal, sem tumores cutâneos ou eritrodermia e sem envolvimento dos gânglios linfáticos, das vísceras ou do sangue periférico) e o estadio mais avançado é o estadio IVB (com envolvimento visceral). Para o estadiamento dos linfomas cutâneos de células B é usada um esquema distinto, também proposto pela ISCL/EORTC.

O prognóstico depende não só do tipo de linfoma, como do estadio em que se encontra quando é diagnosticado, daí a importância de classificar bem a doença e fazer o seu correto estadiamento. Por exemplo, um doente com Micose Fungóide em estadio precoce tem uma sobrevida igual à que terá uma pessoa que não tenha a doença. Mas se o estadio for avançado, pode ter um ou dois anos de vida.

A abordagem dos linfomas cutâneos deve ser multidisciplinar

A abordagem dos linfomas cutâneos deve ser multidisciplinar a diferentes níveis e por vários motivos.

No que respeita ao diagnóstico e classificação da doença, é importante a colaboração das várias especialidades. A escolha da melhor lesão para efetuar a biopsia é fundamental e esta deve ser efetuada por um dermatologista experiente. Por outro lado, para diagnosticar e classificar de forma precisa o linfoma, é necessário conjugar os resultados de várias técnicas, como a citologia, a histologia e a imunohistoquímica, a citometria de fluxo, a genética molecular e a citogenética, que são da responsabilidade de várias especialidades médicas, como a Anatomia Patológica, a Hematologia e a Patologia Clínica, uma realidade que difere de hospital para hospital. Para fazer o diagnóstico preciso é também necessário integrar os resultados no contexto clínico, fase em que os médicos responsáveis pelos doentes, geralmente dermatologistas ou hematologistas, têm um papel muito relevante.

Nas fases precoces, em que os tratamentos são mais dirigidos à pele, o contributo dos dermatologistas é muito relevante enquanto nos casos de doença avançada, em que é necessário recorrer a terapêuticas sistémicas, o hematologista tem um papel decisivo. Outras especialidades médicas podem dar um contributo importante em terapêuticas específicas. É o caso da radioterapia, em que radioncologistas têm um papel decisivo no que respeita à escolha da modalidade que melhor se adapta a cada caso e à sua execução.

Salientamos também o papel dos enfermeiros, quer na educação para a doença, sensibilizando os doentes para os cuidados a ter com a pele, quer no tratamento de feridas, já que quando a doença está numa fase avançada podem surgir tumores cutâneos que ulceram e infetam e que carecem de cuidados de penso efetuados por profissionais com conhecimentos e treino específicos.

A colaboração dos médicos de família é importante

Tal como acontece em outras patologias, os médicos de família assumem um papel relevante na abordagem dos linfomas cutâneos. Estes profissionais são importantes na referenciação aos cuidados hospitalares, quando há uma lesão suspeita de linfoma cutâneo. Por outro lado, nas fases mais precoces da doença, em que é necessário fazer apenas vigilância das lesões, se houver uma boa articulação entre os médicos hospitalares e os médicos de família, é possível reduzir o número de deslocações dos doentes aos hospitais. A colaboração dos médicos de família na vigilância e tratamento das patologias associadas que o doente apresenta é outro aspeto relevante, já que algumas podem interferir e ser afetadas pelos tratamentos instituídos (ex. hipertensão, diabetes, etc.). Nas fases avançadas em que é necessário prestar cuidados paliativos, a colaboração dos médicos e dos enfermeiros de família é igualmente indispensável, porque muitos doentes residem longe do hospital e a proximidade na prestação de cuidados é frequentemente indispensável.

São diversos os tratamentos indicados para os linfomas cutâneos

Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos, os linfomas cutâneos continuam a ser doenças incuráveis. No entanto, com uma gestão correta dos tratamentos disponíveis e com uma abordagem terapêutica personalizada, é geralmente possível controlar as manifestações da doença e contribuir de forma decisiva para a melhoria da qualidade de vida dos doentes.

Os tratamentos disponíveis para os linfomas cutâneos incluem, entre outros, fármacos aplicados na pele, diversas modalidades de fototerapia e de radioterapia, e terapias sistémicas, ou combinações destas. Estes são selecionados de acordo com o tipo de linfoma e o seu estadio, e de acordo com as caraterísticas do doente, seguindo as recomendações da EORTC e da ESMO, atualizadas pela última vez em 2017 e 2018, respetivamente.

Nas fases precoces, e porque a doença geralmente evolui de uma forma crónica, os tratamentos convencionais dirigidos à pele continuam a ter um papel determinante. Por exemplo, na Micose Fungoide, a aplicação tópica de corticoides, e no caso de lesões mais extensas, a fototerapia com radiações ultravioleta de banda estreita ou a fototerapia com radiações ultravioleta A combinada com psoralenos (PUVA), são geralmente bem-sucedidos.

Nos tratamentos sistémicos, usados para tratar formas mais avançadas, há a considerar agentes imunomoduladores, como o interferão alfa administrado por via subcutânea, e os retinóides sintéticos, como o bexaroteno administrado por via oral. Temos ainda diversos tipos de anticorpos monoclonais, como o rituximab (anti-CD20), para linfomas de células B, e o alemtuzumab (anti-CD52) ou o mogamulizumab (anti-CD194/CCR4), para linfomas de células T, e anticorpos monoclonais conjugados com fármacos, como o brentuximab vedotina, um anticorpo monoclonal anti-CD30, ligado de forma covalente a um agente anti-MMAE (monometil auristatina, um componente dos microtúbulos). Alguns destes anticorpos, como é o caso do mogamulizumab, embora aprovados nos Estados Unidos pela FDA (Food and Drug Administration), e na Europa, pela EMA (European Medicines Agency), para o tratamento de linfomas cutâneos de células T refratários a pelo menos um tratamento sistémico, não estão ainda aprovados em Portugal, e o acesso aos mesmos é limitado e só pode ser feito ao abrigo de programas específicos de acesso precoce. Podemos recorrer também a esquemas de monoquimioterapia (ex. metotrexato por via oral em baixa dose, pulsos de clorambucilo com prednisolona, gemcitabina, etc.) e de quimioterapia combinada (por exemplo CVP, CHOP e esquemas similares), cuja taxa de sucesso é limitada.

A orientação terapêutica, embora guiada pelas recomendações europeias, deve ser personalizada e adequada a cada caso, em função não só do tipo de linfoma e do seu estadio, mas também das caraterísticas de cada doente em particular, inserido no seu contexto familiar e social.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Candidaturas encontram-se abertas
Os AUA! voltam em 2021 para premiar o talento nacional dos melhores trabalhos apresentados por jovens universitários e a melhor...

Sob o mote “Soluções de Crises em Saúde – Identificar, gerir e cuidar”, estas iniciativas têm como principal objetivo apelar à criatividade e ao empreendedorismo junto de alunos universitários da área da saúde e, no caso do Prémio de Jornalismo, distinguir um trabalho publicado ou emitido por um meio de comunicação social em Portugal, entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2021.

Dinamizados em Portugal há mais de uma década, os AUA! pretendem ser um estímulo à inovação e distinção do talento dos mais jovens, na procura de novas soluções para a sociedade. O tema da edição 2020-2021 surge do atual contexto de pandemia e procura ser um incentivo para a apresentação de abordagens científicas, tecnológicas, económicas, financeiras e ambientais de prevenção e gestão de situações de crise em saúde.

Os estudantes universitários da área de saúde são desafiados a desenvolver soluções que respondam aos desafios de crises em saúde, em áreas como a “Saúde mental em tempos de pandemia”, Investigação científica relevante sobre a pandemia, Prevenção e diagnóstico, Serviços Médicos/Hospitalares, Tratamento, Apoio social direcionado aos profissionais de saúde ou Capacitação.

“Este prémio tem como grande objetivo fomentar o desenvolvimento de soluções criativas na área da saúde, com aplicabilidade e manifesta utilidade para a sociedade, pensadas por jovens a frequentar o ensino superior. O tema deste ano não podia ser mais atual e pertinente, tendo em conta a realidade que vivemos”, explica Andrea Zanetti, Diretor geral da Angelini Pharma Portugal. “Através da participação nos AUA!, os estudantes têm a possibilidade de colocar em prática os seus conhecimentos académicos, para a procura de soluções, numa temática com relevância empresarial e social”, acrescenta.

Com o objetivo de ajudar a sensibilizar a opinião pública para a temática em destaque, é lançado como iniciativa paralela aos AUA! o 4ª Prémio de Jornalismo, um concurso dirigido aos jornalistas com carteira profissional, de imprensa escrita, internet e/ou audiovisual, que avalia peças jornalísticas publicadas ou emitidas por um meio de comunicação social em Portugal, até final de setembro de 2021, relacionados com o mote dos AUA! 20-21.

“A comunicação social tem um importantíssimo papel educativo na sociedade, sobretudo na área da saúde e em momentos de crise. Como tal, acreditamos que merece ser valorizada e distinguida. Aproveitamos também para lançar o desafio aos jornalistas que ainda não tiveram oportunidade de trabalhar em profundidade sobre este tema, para fazerem uma peça sobre esta realidade tão atual, que reflita as necessidades e dificuldades vividas pelos profissionais de saúde e toda a sociedade e permita apontar aprendizagens e soluções futuras”, afirma Conceição Martins, Diretora de Comunicação e Recursos Humanos da Angelini Pharma Portugal.

Os dois melhores trabalhos de estudantes universitários, que podem ser individuais ou em grupo, terão um prémio monetário respetivo no valor de € 10.000 e € 5.000. Os critérios de avaliação dos projetos a concurso, avaliados por um painel de jurados constituído por especialistas e personalidades ligadas ao Sector da Saúde, terão por base a inovação, criatividade, metodologia utilizada, pertinência, viabilidade da sua implementação e a sua apresentação formal. Já o melhor trabalho jornalístico receberá um prémio monetário no valor de € 2.500.

Para mais informação sobre as inscrições nos Prémios AUA! e no Prémio de Jornalismo, os interessados devem consultar o site oficial: www.aua.pt

Situação Epidemiológica
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 28 mortes e 830 novos casos de infeção por Covid-19. O número de doentes internados...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 11 das 28 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte e centro com seis óbitos cada. No Alentejo há cinco mortes e no Algarve nenhuma.

Quanto aos arquipélagos, não há registo de mortes, nem na Madeira nem nos Açores, desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 830 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 376 novos casos e a região norte 207. Desde ontem foram diagnosticados mais 111 na região Centro, no Alentejo cinco casos e no Algarve mais 22. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 106 infeções e no dos Açores três nas últimas 24 horas.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 1.708 doentes internados, menos 119 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos registaram uma descida, tendo agora menos 16 doentes internados. Atualmente, estão em UCI 399 pessoas.

O boletim desta quinta-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.654 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 727.053 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 63.945 casos, menos 852 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 2.450 contactos, estando agora 31.041 pessoas em vigilância.

“Inovação não tem Género”
O Dia Internacional da Mulher é uma grande oportunidade para celebrar as mulheres inovadoras. É também momento para aumentar a...

À medida que a desigualdade de género tem recebido atenção crescente nos últimos anos, o mundo começou a mudar e deu passos rumo a um maior equilíbrio. Hoje, mais mulheres a nível global têm acesso e continuam a sua educação. Mas, ainda assim, há um longo caminho até eliminar a diferença de género na ciência.

De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNCESCO), apenas 33% dos investigadores são mulheres. O Relatório Científico da organização afirma que, embora um terço dos investigadores sejam mulheres, estas representam 45% dos alunos no bacharelato, 55% dos alunos nos níveis de estudo de mestrado, e representam 44% dos doutorandos.

Estereótipos de género persistentes, a gravidez ou a maternidade, podem impedir as mulheres de prosseguir uma carreira na área da inovação e também no setor de saúde. O fato de 70% dos assistentes sociais e de saúde serem mulheres, e receberem 11% menos do que os homens, constitui um triste contraste. Essa tendência pode ser revertida, por exemplo, através de programas que promovam a diversidade e aumentem a participação das mulheres.

“Embora existam grandes exemplos de mulheres inovadoras, o quadro global ainda é bastante desolador. Alguns podem questionar se as ações voltadas para o empoderamento feminino são necessárias, ou se já eliminámos a lacuna da diversidade na ciência. Para nós, que trabalhamos no centro das inovações, está muito claro que as mulheres ainda estão sub-representadas e, certamente, é necessário trabalhar mais para apoiar as jovens mulheres inovadoras. Por exemplo, se observarmos o mundo das start-ups de saúde, é rapidamente notório que apenas uma pequena percentagem de candidatos que integram os programas de aceleração de saúde do EIT são mulheres”, afirma Mónika Tóth, EIT Health RIS Programme Manager, EIT Health InnoStars. “As inovações não têm género. Por detrás de cada solução que pode revolucionar o diagnóstico de cancro ou melhorar o tratamento dos pacientes estão, é claro, diversas equipas. No entanto, gostaria de estimular as mulheres a tentar aplicar e demonstrar como as suas ideias podem ajudar as pessoas a ter vidas mais longas e saudáveis”, acrescenta.

Em 2021, o EIT Health vai organizar o Women Entrepreneurship Bootcamp, com o objetivo de ajudar start-ups lideradas ou colideradas por mulheres a conectarem-se à rede de mentores e investidores. O programa de sete semanas oferece formação intensiva, aconselhamento e oportunidades de matchmaking em Coimbra, Barcelona, Galway e Londres. Os organizadores estão interessados principalmente em empresas recém-criadas, que são lideradas por mulheres ou co-fundadas com uma mulher na equipa administrativa de nível C. Todas as inscrições podem ser enviadas até 16 de março.

Caso de grande sucesso, Joana Melo co-fundou a NU-RISE em 2016, e é atualmente a sua COO. A NU-RISE é uma spin-off da Universidade de Aveiro que pretende impulsionar a próxima geração tecnológica de radioterapia, ao fornecer em tempo real a dose que o paciente recebe para uma radiação oncologia precisa, autónoma e mais segura. Formada em engenharia física, tem um histórico na conceção e desenvolvimento de dispositivos médicos para melhorar o atendimento do paciente e o trabalho dos profissionais de saúde. Joana Melo é responsável por acompanhar todas as etapas de desenvolvimento e de validação clínica do produto até à aprovação regulamentar. Não por acaso, integrou a lista do European Young Innovators Forum para os 30 principais empreendedores em Portugal, e foi igualmente uma das três finalistas do Women Entrepreneurship Award, organizado pela Universidade Católica de Lisboa.

Célia Cruz é outro excelente exemplo do trabalho desenvolvido pelo EIT Health no sentido de agregar os melhores talentos em torno de start-ups inovadoras, capazes de oferecer soluções aos maiores desafios na área da Saúde. Atualmente, é a representante do Sul da Europa (que inclui, claro, Portugal) para o EIT Health Alumni Board. Com um percurso feito de uma construção sólida de competências, abraçou recentemente um novo desafio, ao lançar a start-up Complear, também com o apoio do EIT Health.

“Participei no primeiro programa de educação do EIT Health em 2015, e, desde então, participei em vários outros programas, incluindo o WE Health e Starship. Estas experiências ajudaram-me a ganhar confiança para avançar em desafios fora da minha zona de conforto, e juntei-me à PeekMed, uma startup apoiada pelo EIT Health, como responsável pelos Assuntos Regulatórios e de Qualidade. Recentemente, também fundei a Complear, uma start-up para ajuda empresas de saúde digital por toda a Europa a otimizar a certificação e conformidade dos seus dispositivos médicos”, explica Célia Cruz.

Atualmente, no nosso país, e de acordo com o relatório She Figures, publicado pela Comissão Europeia, as mulheres representam cerca de 55% da população doutorada, bem como quase 60% das contratações para atividades científicas. Já no que concerne à investigação, ainda que em menor número, o sexo feminino aproxima-se dos valores masculinos, dado que 43,9% dos investigadores são mulheres. Estes números são bastante significativos em equipas de I&D do setor governamental/estatal (58,9%), mas também em instituições do ensino superior (48,6%). Já do ponto de vista financeiro, as investigadoras auferem, em média, menos 14,6% do que os seus pares do sexo feminino, o que não foge à tendência negativa do país, onde a diferença salarial ronda os 14,9%. Por fim, a generalidade destas investigadoras sofre com um problema estrutural, comum a todo o setor de investigação em Portugal, a precariedade laboral.

 

 

Iniciativa online promove sessões de esclarecimento sobre doença renal crónica
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai realizar várias sessões de esclarecimento sobre a doença renal...

As sessões de esclarecimento estão adaptadas para os alunos que se encontrem no ensino básico e secundário, e vão ser realizadas em formato online para as escolas do Porto, Braga, Guarda, Almancil, Figueira da Foz, Torres Vedras, Mafra e Valadares.

“A ANADIAL está empenhada no aumento da visibilidade pública da doença renal e em consciencializar a população para a importância da sua prevenção, começando pelos mais jovens. Para isso, iremos promover diversas ações de consciencialização, ministradas por médicos e enfermeiros, em escolas básicas e secundárias de norte a sul do país, proporcionando aos alunos a oportunidade de aprender a cuidar da saúde dos seus rins”, explica Jaime Tavares, presidente da ANADIAL.

E acrescenta: “Esperamos que esta iniciativa online possa contribuir de forma positiva para o programa de educação em saúde, bem como prevenir e reduzir a incidência da doença renal crónica.”

A campanha “A vitória contra a doença renal começa na prevenção” conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica caracteriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

 

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