Consultas e cirurgias
A situação de menor pressão, que se vive atualmente no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, no que respeita,...

Segundo faz saber, atualmente, das quatro enfermarias covid, “convertidas para suprir as necessidades existentes”, duas já foram reativadas “na vertente de internamento não-covid, médico e cirúrgico”.

Até ao final desta semana, o hospital conta ainda reconverter mais uma, “subsistindo assim, e durante o tempo considerado necessário, uma única enfermaria covid, para dar resposta aos doentes que continuam internados nesta unidade de saúde e para prevenir alguma situação de maior afluência que possa vir a acontecer”. De acordo com uma nota de imprensa, também as unidades de cuidados intensivos Covd-19 têm registado um decréscimo de internamentos.

“Pese embora a importância que a componente de teleconsulta tem vindo a assumir no CHUCB, para acompanhamento e apoio dos doentes, ao longo de toda esta pandemia, tem havido um aumento progressivo das consultas presenciais, assim como das cirurgias programadas, sendo que o Centro Hospitalar conta, dentro em breve, ter a atividade cirúrgica normalizada, incluindo a cirurgia de ambulatório”, escreve o centro hospitalar.

 

 

Venda sem prescrição obrigatória e oferta através de Centro de Saúde ou Junta de Freguesia
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), com o apoio de várias associações de cidadãos com doença e outras...

Esta petição sugere a implementação de duas medidas: a venda sem prescrição médica obrigatória dos testes rápidos de antigénio para o SARS-CoV2, preferencialmente os de saliva, e a oferta semanal de um teste rápido de antigénio por pessoa, através do Centro de Saúde, da Junta de Freguesia ou de organizações de base comunitária. A petição pode ser subscrita aqui.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, explica que estes testes são “um complemento necessário para a implementação de uma estratégia nacional eficaz de combate à pandemia da covid-19, permitindo um desconfinamento mais seguro. Os testes rápidos de antigénio, ao contrário dos laboratoriais, dão resultados em minutos, são de fácil utilização e com um custo 12 a 20 vezes inferior”.

A associação considera que perante a lentidão do processo de vacinação e no contexto da falta de vacinas a nível europeu, é necessária uma deteção ativa e reforçada de todos os casos positivos para que o processo de desconfinamento seja feito com a maior segurança possível.

Para a APDP o exemplo de sucesso da Alemanha, onde o Governo facilitou o acesso dos testes rápidos à população, é paradigmático da vontade das pessoas em quererem defender-se e proteger autonomamente. “Na Suíça, são fornecidos à população cinco testes rápidos por mês. Na Inglaterra, dois por semana. Na Alemanha, um por semana! E em Portugal?”, questiona José Manuel Boavida.

De resto é a própria Comissão Europeia que recomenda aos Estados Membros o alargamento do uso dos testes rápidos de antigénio para conter a propagação da covid-19, método já usado também na Assembleia da República.

“Se queremos que os cidadãos sejam verdadeiros agentes de saúde pública, temos de lhes dar as ferramentas para ajudar. As pessoas infetadas devem ser identificadas e isoladas o mais depressa possível e tal só será conseguido com testes rápidos e baratos à escala populacional. Como a História da insulinoterapia já comprovou, assim como os testes da sida e da gravidez, não há motivo nenhum para que as pessoas não possam aprender a testar-se, contactando o SNS 24 ou o seu médico de família, sempre que o resultado seja positivo”, conclui o presidente da APDP.

A petição conta já com vários subscritores que são representantes de associações de cidadãos com doença, médicos e autarcas, entre eles José Manuel Boavida, Presidente da Direção da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal; Vitor Rodrigues, Presidente da Direção da Liga Portuguesa contra o Cancro; Sofia Crisóstomo, Co-coordenadora do Mais Participação, Melhor Saúde; Luís Mendão, Presidente da Direção do GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, Isabel Saraiva, Presidente da Direção da RESPIRA - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas; Elsa Frazão Mateus, Presidente da Direção da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas; Joaquim Brites, Presidente da Direção da APN – Associação Portuguesa de Neuromusculares; Carlos Oliveira, Presidente da Direção da ADEXO – Associação de Doentes Obesos e Ex-obesos de Portugal; Jaime Melancia, Presidente da Direção da PSO Portugal – Associação Portuguesa da Psoríase; João Filipe Raposo, Diretor Clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal; Bruno Parreira, Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro; Maria José Vitorino, Eleita da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira; Luis Gardete Correia;  Presidente da Fundação Ernesto Roma; Sérgio Silva, Fundador do Grupo DiabéT1cos; Anabela Paixão, Médica Cardiologista Pediátrica Luiz Gamito, Médico Psiquiatra e Isabel Fragoso, Empresária.

Ponto de encontro para profissionais de saúde
A pandemia trouxe necessidades acrescidas na área dos cuidados de saúde que exigem uma atualização permanente por parte de quem...

“A experiência da Linde Saúde na prestação de cuidados permite-nos manter uma proximidade com quem se debate com a necessidade de aceder, de forma rápida, a informação credível que permita concretizar, com confiança, a resposta mais adequada a cada doente. Neste contexto de particular exigência e de grande produção de informação, a Academia Linde Saúde tem procurado facilitar a comunicação, a partilha e o debate continuado, de forma a criar valor para os profissionais de saúde, doente e seus cuidadores”, explica Maria João Vitorino, Diretora da Linde Saúde Portugal.

Os eventos são gratuitos e decorrem em formato presencial e digital, estes últimos em modo síncrono e em modo de e-learning, possibilitando o acesso, de forma rápida e conveniente, a informação que concilia a evidência científica com a prática do dia a dia.

Os temas debatidos enquadram-se no âmbito da atividade da Linde Saúde: cuidados domiciliários, abordagem do doente com patologia respiratória e cardíaca, diagnóstico e reabilitação e abrangem quer a intervenção presencial, quer a telemedicina. Em 2020, a Academia adequou a oferta formativa às necessidades decorrentes do contexto de pandemia e promoveu ações sobre temas na ordem do dia, como, por exemplo, o Helmet, uma interface que revelou ser uma alternativa na abordagem à insuficiência respiratória aguda nos doentes com Covid-19.

Este ano, o objetivo da Academia é crescer em número e diversidade. “Acreditamos que comunidades numerosas e diversificadas permitem discutir soluções que nos tragam segurança e confiança na enorme responsabilidade que é cuidar. Assim, queremos continuar a crescer, e a meta para 2021 é apostar na diversidade e participação ativa neste movimento, em benefício de todos”, reforça Maria João Vitorino.

Em 2020, a Academia Linde Saúde promoveu 150 eventos formativos, que contaram com mais de 4 mil inscrições. Os eventos já agendados para este ano podem ser consultados aqui.

O AVC tem tratamento
Educar crianças é comprovadamente uma forma viável de melhorar a preparação da comunidade face ao AVC1, que é a principal causa...

Para ajudar a dar o pontapé de partida nesta campanha e encorajar a participação internacional, a “FAST Heroes 112” convida todas as crianças e as suas famílias a enviarem fotos nas quais usem uma máscara de super-herói. O objetivo é criar o maior álbum de fotografias online de pessoas a usarem máscaras de super-heróis. Para participar, basta aceder ao site oficial e tirar ou enviar uma fotografia com uma máscara de super-herói. Se não tiver nenhuma, pode imprimir e recortar a sua aqui.

“Ao educar os pais e avós por meio dos filhos, esperamos que a mensagem que realmente importa acabe por chegar a todos de forma a estarem o mais preparados possível aquando de um AVC. Além disso, esta campanha aproveita o entusiasmo incrível das crianças pela aprendizagem e partilha, incentivando a disseminação do conhecimento junto das suas famílias, especialmente dos seus avós”, frisa Castro Lopes, Presidente da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC).

Os recursos educacionais da iniciativa são divertidos, envolventes e interativos, tendo como objetivo ensinar às crianças um pouco mais sobre empatia e amor, munindo-os ainda de habilidades práticas que os ajudem a salvar vidas. Para isso, as crianças recebem ainda ferramentas que as ajudarão a cumprir a sua missão de educar as suas famílias.

“O AVC tem tratamento. As pessoas que já sofreram um AVC precisam de ter acesso a cuidados agudos de alta qualidade o mais rápido possível, portanto, sensibilizar para os principais sintomas é crucial! As crianças podem ajudar a fazer uma diferença real, através da família. O objetivo principal é ajudar a garantir que, quando ocorre um AVC, os avós possam sobreviver com suas vidas intactas, graças a um tratamento eficaz e rápido.”, afirma Sheila Martins, Professora de Neurologia e Presidente eleita da Organização Mundial de AVC, que endossa a campanha FAST Heroes.

O programa FAST Heroes, que pode ser implementado nas escolas ou acedido em formato online por meio de uma série de e-books disponíveis, gira em torno de três personagens: um grupo de super-heróis reformados conhecidos como FAST Heroes. “Esta iniciativa torna-se relevante, porque, muitas das vezes, as pessoas não reconhecem os principais sinais de um AVC e não procuram uma resposta médica de emergência no imediato”, lamenta o presidente da SPAVC.

Este projeto já está a ser implementado em escolas a nível internacional e a professora Hariklia Proios, do Departamento de Educação e Política Social da Universidade da Macedónia, onde a campanha foi desenvolvida, partilha a sua experiência: “ao implementar a campanha FAST Heroes em escolas na Grécia, fomos capazes de melhorar o conhecimento dos três sintomas de AVC de 38% para 85%. É ainda importante ressaltar que após a nossa intervenção cada família passou a conhecer o número de emergência 112, o que representa uma melhoria de 60%2. Além disto, as escolas terão também um papel crucial para ajudar a implementar o programa em todo o mundo, sendo que estamos focados em incentivá-las a salvar os avós da sua comunidade. Para isso, oferecemos gratuitamente todos os recursos de que precisam para realizar a campanha.”

Para saber mais sobre a campanha e se inscrever para participar, visite https://pt-pt.fastheroes.com/.

Sessão online
Numa iniciativa inédita, os professores Joaquim Murta, Maria João Quadrado e Andreia Rosa vão estar na página de Facebook da...

Três oftalmologistas da UOC - Unidade de Oftalmologia de Coimbra vão estar no próximo sábado, dia 13, em direto, via Facebook, a debater o tema “A Saúde dos Seus Olhos na Era Covid” e a responder a perguntas de todos os interessados.

A sessão é gratuita e vai acontecer a partir das 18h30, na página de Facebook da UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra, em www.facebook.com/UnidadedeOftalmologiadeCoimbra. Os interessados vão poder colocar as questões através da caixa de comentários da página.

A responder às questões estarão os oftalmologistas Joaquim Murta, Maria João Quadrado e Andreia Rosa, igualmente Professores na Universidade de Coimbra, que irão esclarecer todas as dúvidas e aconselhar sobre os comportamentos e cuidados a ter nesta altura. A alteração de comportamentos e da rotina de vida, para adultos e crianças, o uso prolongado do computador ou o impacto da utilização de máscaras, por exemplo, estão entre as realidades que têm trazido novos problemas à saúde ocular.

Esta é a primeira sessão de uma iniciativa inovadora da UOC - Unidade de Oftalmologia de Coimbra, que visa aproximar os médicos dos doentes através dos meios digitais. Em breve, outros especialistas da clínica irão protagonizar sessões com temas diversos.

 

 

DGS atualiza norma
A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje a Norma relativa à vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, de forma a permitir a...

Esta decisão, revela a nota publicada na página oficial da autoridade de saúde, “tem suporte na divulgação de dados conhecidos nos últimos dias, que indicam que a vacina da AstraZeneca é eficaz em pessoas com mais de 65 anos”.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, “os novos estudos conhecidos mostraram agora, com base em metodologias científicas robustas, que a vacina da AstraZeneca é eficaz em indivíduos com 70 ou mais anos, quer na prevenção da Covid-19, quer na redução das hospitalizações por esta doença, reforçando os dados iniciais de que esta vacina é capaz de produzir anticorpos eficazes no combate à infeção por SARS-CoV-2, mesmo em pessoas mais velhas”.

Após análise destes novos dados pela Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 da DGS e do parecer do INFARMED, IP, foi decidida a atualização da Norma n.º 003/2021 da DGS. Desta forma, passa a ser promovida a utilização desta vacina a partir dos 18 anos, sem reservas. 

Para além da atualização das recomendações relativas à vacina da AstraZeneca é também atualizada a norma 2/2021, com a atualização dos grupos prioritários. De acordo com esta atualização passam a ser incluídas na primeira fase de vacinação as pessoas com trissomia 21.

No âmbito da resiliência do Estado, a DGS faz ainda saber que também vão ser vacinados “o pessoal docente e não docente dos estabelecimentos de ensino e educação e das respostas sociais de apoio à infância dos setores público, privado e social e cooperativo, de acordo com o plano logístico que será implementado”.

 

Minho Medical Meeting – Ligados ao Futuro
O XIII Minho Medical Meeting – Congresso de Medicina, uma iniciativa do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do...

“Com este congresso pretendemos abordar temas fulcrais na evolução e progressão da medicina, projetando as abordagens e tecnologias que farão parte do dia-a-dia dos médicos no futuro, de forma a que os estudantes de Medicina fiquem a par das novidades na área médica e mais conscientes acerca do futuro da profissão, capacitando, instruindo e despertando nos seus participantes curiosidade e vontade em aprender mais acerca do desenvolvimento médico e tecnológico, tendo a medicina do presente e do futuro como pano de fundo” afirma Diogo Maia, presidente do Minho Medical Meeting.

Nesta edição marcam presença António Lacerda Sales, Secretário de Estado da Saúde, Ana Jorge e Maria de Belém Roseira, ex-Ministras da Saúde, Eduardo Barroso, cirurgião, Nadine Haram, CEO da Proximie, Ricardo Baptista Leite, médico e deputado, Francisco Ventura Ramos, ex-coordenador Task-Force para a vacinação contra a Covid19, entre outros.

Além das sessões científicas, serão realizados 45 workshops de mais de 16 especialidades médicas que abordarão temas atuais do mundo da medicina, como o burnout ou a indiferenciação médica, e do panorama nacional como o caso da violência doméstica e a nutrição.

Devido à pandemia e por motivos de segurança o evento, que conta com a participação de 300 participantes, será realizado num formato híbrido. As sessões científicas e workshops teóricos decorrerão via plataforma de streaming e os workshops práticos terão lugar no dia 8 de maio, em formato presencial, na Escola de Medicina da Universidade do Minho e no Hospital de Braga.

 

As diferentes etapas de desenvovimento
Os primeiros anos de vida são os mais importantes no crescimento e desenvolvimento da criança.

Desenvolvimento Infantil

O desenvolvimento infantil é parte fundamental do desenvolvimento humano, sendo que, é nos primeiros anos de vida, que a arquitetura cerebral é moldada, a partir da interação entre herança genética e influências do meio envolvente da criança. É um processo dinâmico e único de cada criança, expresso por continuidade e processos de mudanças nas habilidades motoras, de linguagem, cognitivo e socio-afetivo, com aquisições progressivamente mais complexas nas funções da vida diária e no exercício do seu papel social. Sendo assim, pode-se afirmar que os primeiros anos de vida são decisivos no processo de desenvolvimento. O alcance do potencial de cada criança depende do cuidado responsivo às suas necessidades de desenvolvimento.

O desenvolvimento é frequentemente dividido em domínios específicos, como motor grosseiro, motor fino, linguagem, cognitivo e crescimento social/emocional. Essas designações são úteis, mas existem superposições substanciais. Os estudos estabeleceram as médias de idades alcançadas por marcos específicos, bem como as faixas de normalidade. Numa criança normal, os progressos são variáveis dentro de diferentes domínios. Pode por exemplo começar a andar tarde, mas falar cedo.

O grau de progresso e padrão de desenvolvimento de uma criança é influenciada por múltiplos fatores. Nomeadamente ambientais, nutricionais, grau de estimulação, impacto de uma eventual doença, fatores psicológicos e fatores genéticos.

A análise do desenvolvimento ocorre constantemente quando pais, profissionais de escola e de saúde avaliam as crianças. Contudo, aquando de eventuais suspeitas esta deve ser avaliada por especialistas, através de ferramentas disponíveis para monitorizar o desenvolvimento com mais especificidade e precisão.

  1. Desenvolvimento motor

O desenvolvimento motor divide-se em motor fino (como pegar em pequenos objetos ou desenhar) e capacidades motoras amplas (como andar ou subir escadas). É um processo contínuo que depende do padrão da família, de fatores ambientais (quando a atividade é limitada por uma doença prolongada) e disfunções específicas (como no caso de paralisia cerebral, perturbação mental ou distrofia muscular). Normalmente, as crianças começam a andar aos doze meses de idade, subir escadas mantendo-se firme aos dezoito meses e correm bem aos dois anos. Contudo, a idade para aquisição destas habilidades varia de criança para criança, sem que tal seja patológico.

  1. Desenvolvimento da linguagem

Geralmente a habilidade de compreensão da linguagem precede a habilidade da fala. Crianças com um vocabulário pobre podem compreender bastante. Embora atrasos de linguagem não sejam tipicamente acompanhados de outros de desenvolvimento. Todas as crianças com excessivo atraso de linguagem deveriam ser avaliadas quanto à existência de outros atrasos de desenvolvimento. A avaliação de qualquer atraso da linguagem deve ser iniciada com testes auditivos. Salientar que a maioria das crianças que apresentam atraso de linguagem tem inteligência normal e que crianças com desenvolvimento acelerado da linguagem estão frequentemente acima da média de inteligência.

Progressos de linguagem abrangem desde o modo de expressar os sons vogais (sussurrar) até a introdução de sílabas que se iniciam com consoantes (ba-ba-ba). A maioria das crianças pode dizer “Papa” e “Mama” aos doze meses, usar várias palavras aos dezoito meses e formar frases de duas ou três palavras aos dois anos. Em média, aos três anos, uma criança pode manter uma conversa e aos quatro anos, consegue contar histórias simples e envolver-se numa conversa com adultos ou outras crianças. Enquanto aos cinco anos tem um vocabulário de vários milhares de palavras.

Não raramente aos dezoito meses as crianças podem ouvir e compreender a história que lhes é lida. Aos cinco anos são capazes de recitar o alfabeto e reconhecer palavras simples escritas. Todas estas habilidades são fundamentais para aprender a ler palavras e frases simples. Dependendo da estimulação e exposição à presença de livros e habilidades naturais, a maioria das crianças começa a ler entre os seis e os anos de idade. Sendo estes limites muito variáveis.

  1. Desenvolvimento cognitivo

O desenvolvimento cognitivo diz referência ao amadurecimento intelectual das crianças. O afeto e a educação são apropriados pelo lactente no início da infância e são reconhecidos como fatores críticos para o crescimento cognitivo e saúde emocional. Por exemplo, a leitura para a criança, desde cedo, contribui com experiências intelectualmente estimulantes e propicia um relacionamento educativo caloroso, o que trará importante impacto sobre o crescimento nesses domínios.

O intelecto das crianças pequenas é avaliado pela observação das aptidões de linguagem, curiosidade e habilidades para resolver dificuldades. Assim que a criança começa a verbalizar, torna-se mais fácil avaliar a função intelectual utilizando ferramentas clínicas especializadas. A partir do momento em que a criança começa a frequentar a escola, ela passa a ser constantemente monitorizada no processo de desenvolvimento.

Geralmente, aos dois anos, as crianças entendem o conceito de tempo em termos amplos. Acreditando que tudo o que aconteceu no passado aconteceu "ontem" e tudo o que acontecerá no futuro acontecerá "amanhã". Possuem uma imaginação fértil e enorme dificuldade em distinguir fantasia da realidade.

Aos quatro anos de idade, a maioria das crianças tem uma compreensão mais complicada do tempo. Elas percebem que o dia é dividido em manhã, tarde e noite. E, podem até conseguir apreciar a mudança das estações.

Já aos sete anos, as capacidades intelectuais das crianças tornam-se mais complexas. São cada vez mais capazes de compreender vários aspetos de um evento ou situação ao mesmo tempo. Por exemplo, crianças em idade escolar podem reconhecer que um frasco alto e estreito pode armazenar a mesma quantidade de água do que um curto e largo. Conseguem percecionar que um medicamento, mesmo apesar de ter um mau sabor pode trazer-lhes benefícios ou que quando a mãe está nervosa com elas, não significa que não as ama. Nestas idades, as crianças são cada vez mais capazes de entender a perspetiva do outro e assim aprender o saber ser e o saber estar adquirindo a capacidade de saber esperar pela sua vez durante uma conversa ou a realização de jogos, assim como a seguir as regras consensuais durante esses jogos. Nesta idade também são cada vez mais capazes de raciocinar usando os poderes da observação e múltiplos pontos de vista.

  1. Desenvolvimento socio-afetivo

Esta é a área que envolve a maneira como a criança se socializa, além da forma como lida com as próprias emoções, assente no temperamento. Cada criança tem um temperamento ou humor próprio. Algumas crianças podem ser alegres e adaptáveis e desenvolver facilmente rotinas regulares de dormir, acordar, comer e outras atividades diárias. Estas crianças tendem a responder positivamente a novas situações. Outras crianças não são muito adaptáveis e podem ter grandes irregularidades nas suas rotinas. Estas crianças tendem a reagir negativamente a novas situações.

O crescimento emocional e a aquisição de aptidões sociais são avaliados pela observação da interação com outras crianças, em situações do dia-a-dia. Quando a criança começa a falar, a compreensão do seu estado emocional torna-se muito mais real. Seguem-se alguns exemplos de manifestações de emoções.

a. Choro – é o principal meio de comunicação dos recém-nascidos. Choram quando têm fome ou dor, estão sujos e por muitas outras razões mais ou menos evidentes. Por norma choram cerca de três horas por dia nas primeiras seis semanas de idade, diminuindo este período de choro com a idade. Ao choro os pais normalmente tentam responder com o intuito de solucionar o “pedido” do recém-nascido. Alimentando-os, mudando a fralda, aliviando a fonte de dor ou de desconforto. Quando estas respostas não solucionam o problema, por vezes pegá-las ao colo ou andar com elas são a solução. Mas, por vezes, nada funciona.

b. Medo da separação dos pais – por volta dos oito meses de idade, os recém-nascidos normalmente tornam-se mais ansiosos em relação a separarem-se dos pais. Assim, o deitar o ir para a creche podem ser momentos difíceis e marcadas por acessos de raiva. Este comportamento pode persistir por muitos meses. Crianças um pouco mais velhas, estas dificuldades podem ser solucionadas por um objeto de estimação, que pode atuar como símbolo dos pais ausentes (peluche, brinquedo, fralda ou outro).

c. Ataques de raiva – entre os dois e três anos, as crianças começam a testar os seus limites e a fazer o que até então estavam impedidas de o fazer, pelo simples “prazer” de saber o que vai acontecer. Os "nãos" frequentes que as crianças ouvem dos pais refletem a luta pela independência nessa idade. Os ataques de raiva, apesar de serem momentos angustiantes para pais e filhos, não são mais que acontecimentos normais no desenvolvimento da criança, pois ajudam-na a expressar a sua frustração num momento em que não são capazes de verbalizar os seus sentimentos. Estes ataques de raiva podem ser diminuídos pelos pais, desde que estes entendam os padrões de comportamentos dos filhos, evitando assim situações que possam induzir esses momentos, como o cansaço extremo ou a frustração. Contudo, algumas crianças têm particular dificuldade em controlar os seus impulsos e precisam que os pais estabeleçam limites mais restritos em torno dos quais pode haver alguma segurança e regularidade no seu mundo.

d. Identidade de gênero – a identidade de género é estabelecida entre os dezoito meses e os dois anos de idade. Período durante o qual as crianças adquirem a noção do que meninos e meninas costumam fazer. Espera-se que elas explorem os órgãos genitais nessa idade e os sinais de que as crianças estão começando a estabelecer uma conexão entre a imagem corporal e o gênero.

Entre os dois e os três anos de idade, as crianças começam a brincar de maneira mais interativa com outras crianças. Embora ainda possam ser possessivas em relação aos brinquedos, elas podem começar a compartilhar e até mesmo se revezar nas brincadeiras. Afirmar a posse dos brinquedos dizendo que "isso é meu" ajuda a estabelecer o sentido do eu. Embora crianças nessa idade lutem por independência, elas ainda precisam dos pais por perto para se sentirem seguras e apoiadas. Por exemplo, elas são capazes de se afastar dos pais quando se sentem curiosas e seguras e logo depois esconderem-se atrás deles quando estão com medo.

Dos três aos cinco anos, muitas crianças interessam-se por brincadeiras envolvendo fantasia e amigos imaginários. Estas brincadeiras permitem às crianças exprimir com segurança diferentes papéis e sentimentos intensos de maneiras aceitáveis, ajudando-as a crescer socialmente. Aprendem assim a resolver conflitos com os pais e outras crianças e capacidades para desabafar frustrações e manter a autoestima. Também nesse momento, aparecem os medos, normais, típicos da infância como "o monstro no armário".

Dos sete aos doze anos, as crianças superam inúmeros desafios. Como o autoconceito, a base para o que é estabelecido pela competência em sala de aula; relacionamentos com colegas, que são determinados pela capacidade de socialização e adaptação; e relacionamentos familiares, que são determinados em parte pela aprovação que as crianças obtêm dos pais e irmãos. Embora muitas crianças pareçam dar muita importância a grupos de colegas, elas continuam procurando os pais como o suporte e orientação de que necessitam. Irmãos podem servir como modelos de vida e como suportes valiosos e críticos em relação ao que pode ou não ser feito. Nesse momento na vida, as crianças são muito ativas, envolvem-se em muitas atividades e estão ansiosas para explorar novas atividades. São aprendizes ansiosos e muitas vezes respondem bem a conselhos sobre segurança, estilos de vida saudáveis e prevenção de comportamentos de alto risco.

Marcos de desenvolvimento

Segue-se marcos de desenvolvimento, onde a criança deve conseguir “atingir” determinadas habilidades. Contudo, como referido, estes marcos são meramente indicativos e não “a priori” sinal de patologia, sendo que sempre que existirem dúvidas, os pais devem procurar ajudas de profissionais.

 

Referências bibliográficas:
Brant, J; Jerusalinsky, A e Zannom, C (2000). Área da saúde da criança. Lisboa: Ministério da Saúde.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Carta Aberta pede que paliativos sejam uma verdadeira prioridade
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) remeteu, no passado dia 8 de março, uma Carta Aberta ao Primeiro-Ministro...

Segundo a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, a pandemia veio agravar as desigualdades no acesso aos Cuidados Paliativos em Portugal e acentuar “a fragilidade destas respostas”. Na carta dirigida a António Costa e Marta Temido, a APCP sublinha que “estamos bem conscientes de como os cuidados de saúde na comunidade, incluindo os que são assegurados nas instituições de solidariedade social, precisam de um investimento sério”.

No documento a associação expõe ainda a realidade dos hospitais afirmando que “parece não restarem dúvidas sobre a urgência em assegurar cuidados de saúde adequados, de qualidade e rigorosos, aos doentes com necessidades paliativas.” Segundo a APCP, “alguns desses doentes (“COVID” e “não-COVID”) necessitam(ram), em fase terminal, de internamento em unidades especializadas em Cuidados Paliativos, mas à esmagadora maioria não lhe foi possibilitado o acesso. Estas unidades, escassas para as necessidades do País, foram, durante a pandemia e em diversos hospitais, encerradas, deixando de haver resposta de internamento especializado em Cuidados Paliativos, incluindo cuidados em fim de vida.”

No documento a APCP alerta ainda que, “além da existência de mais unidades de Cuidados Paliativos, é urgente que o acesso a equipas especializadas que prestem cuidados diretos ou consultoria a outros profissionais seja uma realidade. Em qualquer serviço de saúde, em qualquer casa!”.

“Portugal tem de fazer este caminho com responsabilidade e com a consciência de que não se trata apenas de nomear equipas ou de comprar camas. É preciso garantir que os profissionais de Cuidados Paliativos tenham competência especializada na área, a par das condições e recursos adequados para desenvolver o seu trabalho com a qualidade que os seus utentes merecem”, pode ler-se.

Deste modo, a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) vem, através desta Carta Aberta, “exigir que os Cuidados Paliativos passem a ser entendidos como uma verdadeira prioridade que são no investimento em Cuidados de Saúde”.

“Trata-se de uma urgência para o SNS, uma vez que os doentes com necessidades paliativas se encontram em todo o sistema de saúde e social. O facto de não terem acesso a cuidados de saúde adequados à sua situação não significa que não estejam a ser atendidos nos serviços, antes que podem estar a receber cuidados desadequados e desproporcionados, que não previnem nem tratam o sofrimento e que, ainda assim, são altamente dispendiosos”.

De acordo com a APCP “esta é a perceção da prática clínica, fundamentada e reiterada em muitos estudos que o demonstram”. Sublinhando que “o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos aumenta substancialmente a qualidade de vida dos doentes e famílias, diminuindo os custos em saúde, ao diminuir internamentos e reinternamentos hospitalares”, apelam à reabertura integral de todos os Serviços de Cuidados Paliativos que existiam na fase pré-pandémica.

A APCP pede ainda “que sejam consideradas para o Programa de Recuperação e Resiliência as medidas apresentadas por esta Associação na Plataforma de Consulta Pública, assim como que seja nomeada sem mais demoras a nova Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, a bem da concretização da Estratégia de Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos”.  

Falar de Fertilidade
Depois do sucesso de “A Terceira Índia”, um relato comovente no feminino, que explica o que sente uma mulher quando não...

Neste novo livro, a história de Sofia chega ao fim, voltando o tema da fertilidade a estar em destaque, mas de uma forma diferente. Se n’“A Terceira Índia” a dificuldade em engravidar servia de mote para a narrativa, neste “A Nova Índia” a gravidez concretiza-se, trazendo com ela questões, dúvidas e incertezas.

“Foi uma agradável surpresa o feedback recebido com o outro livro, que tocou muita gente, ao abordar um tema que me é muito próximo, as dificuldades dos casais em engravidar. Tinha mesmo que concluir esta história e dar a Sofia um desfecho, que é o que muitos casais procuram ter”, refere a autora, Íris Bravo.

O livro volta a ter o apoio da Associação Portuguesa de Fertilidade, que reforça a importância de se falar sobre fertilidade, sobre as dificuldades dos casais e o impacto que a tentativa de concretizar o sonho de ter um filho pode ter nas suas vidas. “Conhecemos a história de Sofia, no primeiro livro, uma história semelhante à de tantas mulheres reais, que se debatem com os constrangimentos inerentes à dificuldade de engravidar. Continuamos a segui-la, agora, e a confirmar como a realidade imita, tantas vezes, a ficção”, afirma Filomena Gonçalves, vice-presidente da APFertilidade.

“Na Merck estamos ao lado dos casais com dificuldades ao nível da fertilidade, investigando e desenvolvendo tratamentos capazes de os ajudar a concretizar o sonho de ter um filho. Ao longo de 20 anos de trabalho, orgulhamo-nos de já ter ajudado a trazer ao mundo cerca de quatro milhões de bebés”, explica Pedro Moura, Diretor-Geral da Merck.

 

Impacto da pandemia
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), do CINTESIS e do INED (ESE.IPP) está a...

Este estudo incide sobre médicos e enfermeiros que exerçam a sua atividade em hospitais portugueses, públicos ou privados, em contexto de Urgência, Cuidados Intensivos e Intermédios ou Internamento. Incluem-se aqui profissionais que lidam ou não com doentes infetados com SARS-CoV-2.

Através de um questionário online, pretende-se “conhecer e compreender os fatores que influenciam positiva ou negativamente a qualidade de vida no trabalho” destes profissionais.

“A pandemia colocou novos desafios aos profissionais de saúde, que podem ter desenvolvido sintomas psicológicos como medo, insegurança, ansiedade e fadiga por compaixão”, refere Ivone Duarte, professora da FMUP, investigadora do CINTESIS e coordenadora do projeto, juntamente com Carla Serrão (INED).

Segundo esta equipa multidisciplinar, a “fadiga por compaixão” pode afetar a saúde física, o desempenho e a eficiência dos profissionais e até aumentar a probabilidade de erros, com consequências na qualidade da prestação de cuidados.

O estudo vai avaliar ainda o “sofrimento moral” destes profissionais, decorrente, por exemplo, da impossibilidade de decidirem ou agirem da forma que seria eticamente mais apropriada. Essa incapacidade pode resultar, por exemplo, de “obstáculos institucionais”.

O objetivo é que o estudo forneça dados de forma a “promover ações para a prevenção e tratamento da fadiga por compaixão, potenciar a satisfação profissional e a redução do stresse traumático secundário e do burnout”. Para que deste modo seja possível “melhorar os níveis de desempenho dos profissionais, nomeadamente através de uma maior eficiência, eficácia e qualidade na prestação de cuidados de saúde”.

 

"Solidariedade é palavra de ordem"
A Plataforma Saúde em Diálogo congratula-se com a decisão do Infarmed de aprovar o pedido de autorização especial para que a...

"Mais do que nunca, e numa situação delicada como aquela que coletivamente estamos a viver, a nossa sensibilidade está desperta e a solidariedade é palavra de ordem", afirma a presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, Rosário Zincke. 

E acrescenta "é importante que, nestas situações, exista uma necessidade urgente em tomar decisões atempadas e que permitam acudir ao sofrimento dos doentes, família e amigos".

A Plataforma Saúde em Diálogo reforça ainda a importância de as autoridades de saúde assumirem perante este tipo de situações uma comunicação objetiva e transparente, que permita verdadeiramente apoiar os cidadãos quando mais necessitam.

A Instituição pretende relembrar a importância de os cidadãos terem direito a ser auxiliados na doença e a acederem a cuidados de saúde com prontidão, de forma digna, e de acordo com a melhor evidência científica disponível. A Associação apela ainda às autoridades públicas para que estejam na linha da frente a cumprir a sua obrigação ao serviço a cada cidadão, decidindo em tempo adequado aquilo que deve ser objeto de decisão.

 

Situação Epidemiológica
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 30 mortes e 847 novos casos de infeção por Covid-19. Os internamentos continuam a...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 20 das 30 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com seis e norte com três óbitos. No Alentejo há mais uma morte e no Algarve não há mortes a lamentar.

Quanto aos arquipélagos, nem a Madeira nem os Açores registaram mortes associadas à Covid-19, desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 847 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 288 novos casos e a região norte 147. Desde ontem foram diagnosticados mais 63 na região Centro, no Alentejo 3 casos e no Algarve mais 4. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 344 infeções, sendo que o boletim epidemiológico ressalva que “dos dados apresentados da região autónoma da Madeira, 92% dos casos teve um período entre o diagnóstico e notificação superior a 48 horas, decorrente de intercorrências informáticas de um laboratório na região e que se encontram em processo de regularização”

Quanto aos Açores, “o relatório de hoje reflete uma descida do número total de casos da região autónima dos Açores, por força da necessidade de transferência de três casos para as respetivas regiões de ocorrência, tendo sido notificado um caso no dia em análise”.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 1.278 doentes internados, menos 125 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos registaram uma descida, tendo agora menos 30 doentes internados. Atualmente, estão em UCI 312 pessoas.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.872 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 734.218 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 60.493 casos, menos 1.055 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 1.785 contactos, estando agora 22.096 pessoas em vigilância.

Orcam Read consegue-se ler instantaneamente de qualquer suporte
A parceria pretende auxiliar jovens que tenham baixa visão ou dislexia a ler quaisquer materiais e manuais escolares,...

A Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho está sinalizada nacionalmente como uma das escolas de referência para a educação de alunos cegos e com baixa visão. Até à data, para auxiliar os alunos com este tipo patologias, existem quatro professores de Educação Especial especializados no domínio da visão e dois professores de Educação Especial (referenciados para auxiliar os estudantes do domínio cognitivo-motor entre os quais, os disléxicos) e a Escola Secundária dispõe de uma máquina de Braille (Perkins), uma impressora Braille, 2 linhas Braille, lupas e uma máquina de relevos.

Agora, e de forma que os alunos tenham mais apoio, o OrCam Read está disponível para ser utilizado por estes alunos, que podem recorrer ao Gabinete de Educação Especial para ficarem a conhecer as suas potencialidades e utilizá-lo como companheiro nos seus estudos.

“Estamos muito satisfeitos de anunciar esta parceria que permite que os nossos alunos possam beneficiar do OrCam Read, providenciando uma maior independência nos trabalhos escolares e auxiliando-os nos estudos. Além da utilização dos habituais leitores de ecrã, bem como da utilização da escrita braille, os nossos alunos cegos (e outros) possuem agora mais uma ferramenta de leitura de fácil utilização. Com a Orcam Read consegue-se ler instantaneamente de qualquer suporte papel, ecrã de telemóvel, tablet ou computador, ganhando-se tempo e independência. Os nossos alunos adoram!” diz Luís Mendes, Professor de Educação Especial da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho.

O OrCam Read já está disponível em Portugal e em português, bem como em múltiplos países e tem a capacidade de ler todas as principais línguas europeias. Utilizando tecnologia baseada em inteligência artificial, o leitor portátil lê e captura em tempo real, texto de qualquer superfície ou ecrã digital. Ao apontar para o texto são ativados dois lasers-guia que fornecem ao utilizador duas opções de leitura: ler tudo ou escolher onde começar a ler.

A solução wireless dá ao utilizador feedback áudio instantâneo dos jornais, livros, ecrãs de smartphone, etiquetas, entre outros.

“A revolução digital a que temos assistido na maioria dos setores ainda não atingiu a educação por completo – mas é inevitável que o faça,” dá conta Fabio Rodriguez, Region Manager de Portugal e Espanha da OrCam Technologies. “O nosso aparelho procura atingir esta digitalização através da Inteligência Artificial, possibilitando o auxílio de pessoas com algum tipo de dificuldade. Neste sentido, disponibilizarmos o nosso aparelho num local de ensino e aprendizagem é para nós muito gratificante. Com esta parceria o OrCam Read poderá ser usado como ferramenta de uso escolar, e esta aposta é para nós um objetivo de 2021.”

O funcionamento deste dispositivo é totalmente processado offline, sem necessitar de conexão à internet, o que assegura totalmente a privacidade de dados do utilizador. Adicionalmente, para garantir a comodidade dos leitores, poderá ser emparelhado com auriculares via Bluetooth, para que só o utilizador oiça o texto selecionado.

NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA
Um nariz eletrónico que identifica Parkinson, um penso higiénico inteligente, e um biossensor dos níveis de ferro, são os três...

Pela primeira vez, a faculdade organizou o Programa de Empreendedorismo em formato online. Os participantes do programa dividiram-se em grupos multidisciplinares de cinco membros e desenvolveram projetos – da ideia ao modelo de negócio, análise de mercado e estudo financeiro – ao longo de um mês de trabalho, até à apresentação do pitch final. No total, participaram 924 alunos acompanhados por 19 professores, e com mentoria de cerca de 60 individualidades do meio empresarial e do ecossistema de empreendedorismo. Na grande final foram apresentados 180 projetos e premiadas 12 equipas, com valores de prémio dos 100 aos 5 mil euros.

O primeiro lugar coube à equipa do ParkinsonAISmeller, que desenvolveu um ‘nariz eletrónico’ que funciona através de Inteligência Artificial para fazer um diagnóstico precoce de Parkinson, sendo que, segundo estudos recentes da doença, é possível identificar sintomas de Parkinson através do cheiro. O ‘nariz eletrónico’ da ParkinsonAISmeller é um processo não intrusivo que utiliza biomarcadores para captar o sebo do paciente.

O segundo lugar é da ReCOVER, que criou um penso higiénico com sensor de PH, temperatura e humidade, capaz de identificar os primeiros sinais de infeção, alertando para a altura certa de mudar o penso. Em terceiro lugar, a equipa da ironMEDE completa o pódio. A ironMEDE é um biossensor de rastreio urinário dos níveis de ferro no organismo humano, sendo um teste não intrusivo, que pode identificar a falta de ferro, isto é, os casos de anemia.

Por fim, a 47Care venceu um prémio que é atribuído pela primeira vez: o Prémio Glintt. A equipa multidisciplinar da 47Care criou três testes rápidos acessíveis que identificam as três doenças sexualmente transmissíveis mais comuns, com um plano de negócio focado na encomenda online, tendo em conta que existe um estigma associado a estas doenças e a entrega online pode facilitar o acesso aos respetivos testes. O Prémio Glintt é avaliado pela própria empresa multinacional de tecnologia e consultoria da área da saúde.

“Há 10 anos, com a criação desta cadeira, percebemos que tínhamos de mudar para garantir o sucesso dos nossos alunos. São as softskills que promovem a abertura do estudante ao mundo em todas as suas dimensões. E apesar de nunca termos tido a intenção de criar nos estudantes a capacidade de criar o próprio emprego, com este programa já ajudamos vários alunos a criar startups”, comentou Virgílio Cruz Machado, Diretor da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA, no final do Programa de Empreendedorismo.

O Programa de Empreendedorismo de 2021 teve o apoio e mecenato das seguintes empresas: EY; Jerónimo Martins; ASSECO; SANTANDER; INTROSYS; Glintt; inNova; e Spark Agency. O painel do júri final era composto por: Nuno Flores - CEO da INTROSYS; Gonçalo Carvalho - CIO do SANTANDER; Andreia Reis - Diretor Assistente de Talent Team da EY; José Nunes - CTO da ASSECO; Hugo Maia - Diretor de Inovação da Glintt; e Rui Tomás - Diretor de Inovação ao Consumidor de Jerónimo Martins.

Este programa está integrado nas iniciativas do NOVA Tech Ship, que reúne todas as atividades e oportunidades de empreendedorismo da NOVA School of Science and Technology.

“O papel do pai durante a gravidez, parto e pós-parto”
A maternidade não é algo exclusivo da mãe. Por isso, neste mês em que se celebra o Dia do Pai, a Mamãs e Bebés vai lançar “O...

Com o intuito de recordar e destacar a importância do papel do pai nesta altura tão especial, o programa conta com a sessão “O papel do Pai na gravidez, parto e pós-parto”, guiada pela Enfermeira Heloísa Ferreira, e outra sobre “O sono do Bebé”, com Verina Fernandes, Consultora de Sono Infantil.

Além disso, a iniciativa contará também com a presença de um casal que dará o seu testemunho em relação a este apoio fundamental dos pais às mães. 

 

Cuidados a ter
As queixas associadas ao olho seco, cansaço ocular, pressões nos olhos e vistas irritadas têm aumentado em Portugal durante a...

Além disso, um estudo recente desenvolvido por especialistas do Centro de Investigação e Educação Ocular (CORE)1 nos EUA observou que a utilização generalizada de máscaras faciais, embora essencial para a prevenção da transmissão do coronavírus, também aumenta os casos de secura e irritação ocular, ao orientar o ar para cima (em direção para os olhos) e secar a sua superfície.

O olho seco é uma das síndromes oculares mais usuais em Portugal. Esta condição ocular aparece como consequência da falta de lágrimas ou má qualidade das mesmas. Trata-se de uma síndrome crónica que afeta a superfície ocular por não estar devidamente hidratada.

É necessário prestar atenção aos sintomas do olho seco, tais como vermelhidão ocular, irritação ocular, comichão ou picada, encandeamento ou visão desfocada. Os peritos recomendam que, com o surgimento de novos hábitos, como o uso generalizado de máscaras, deve haver uma maior proteção dos olhos e tratamento contra a secura e irritação a longo prazo.

Neste sentido, e com o objetivo de sensibilizar o público para os cuidados da saúde ocular, a Alcon Portugal lançou a campanha "Sorria com o olhar" (www.sorriacomoolhar.pt), que visa transmitir uma mensagem positiva, apesar da pandemia, encorajando as pessoas a cuidar dos seus olhos e salientando a importância de utilizar lágrimas artificiais, que ajudam a aliviar os sintomas de olho seco, e consequentemente, melhorar a sua qualidade de vida.

Conselhos para reduzir o risco de olho seco durante a pandemia:

 1. Optar por utilizar máscaras com fio nasal flexível, prestando atenção à forma do mesmo para evitar que o ar seja dirigido para os olhos.

 2. Fazer pausas do uso de máscara sempre que a situação o permita.

 3. Aplicar periodicamente gotas lubrificantes nos olhos para manter a hidratação e proporcionar um alívio duradouro.

 4. Realizar exercícios de piscar os olhos, de vez em quando.

 

 

Candidaturas abertas de 8 de março até 8 de junho de 2021
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Amgen...

A Bolsa de Investigação em LLA é dirigida a investigadores nacionais e internacionais a desenvolver atividade em instituições portuguesas e foi criada com o intuito de avançar o conhecimento científico sobre esta doença rara, nomeadamente, no que concerne ao seu diagnóstico, tratamento, epidemiologia, onco-biologia, bem como a qualidade de vida dos doentes e outros aspetos humanísticos

A LLA é um tipo de cancro que pode aparecer tanto em crianças como em adultos, com picos de incidência entre os 2 e os 5 anos de idade e na idade adulta. Representa cerca de 25% dos diagnósticos em crianças menores de 15 anos, sendo o tipo de leucemia aguda mais comum na população pediátrica (75-80% dos casos).

Para Manuel Abecasis, Presidente da APCL, “a Bolsa de Investigação Científica em Leucemia Linfoblástica Aguda representa uma excelente oportunidade para todos aqueles que se interessam por esta doença poderem obter financiamento para um projeto de investigação. Aqui podem procurar aumentar os conhecimentos e explorar aspetos como a epidemiologia e a compatibilização da doença e seu tratamento com as atividades da vida diária dos doentes”.

De acordo com João Raposo, Presidente da SPH, “esta bolsa constitui um importante incentivo a projetos dos grupos envolvidos no diagnóstico e tratamento da LLA, patologia na qual é crítico melhorar os resultados, em particular no adulto”.

O Diretor-Geral da Amgen, Tiago Amieiro, afirma que “a Amgen mantem o compromisso de servir os doentes, o qual passa também por apoiar a investigação e o progresso científico. Contribuir para o aumento do conhecimento na LLA é por isso fundamental para permitir avanços e inovação no desenvolvimento de novos tratamentos que permitam melhorar a vida dos doentes”.

Os projetos submetidos irão ser avaliados por um júri idóneo, composto por peritos de reconhecido mérito em investigação científica e experiência profissional e/ou académica em hemato-oncologia em Portugal, nomeados pela APCL e SPH. O regulamento da bolsa pode ser consultado nos sítios dos parceiros.

As candidaturas devem ser enviadas por e-mail para [email protected] até às 24 horas do dia 8 de junho de 2021.

As opções terapêuticas
Em Portugal, embora não existam dados concretos sobre a sua incidência, estima-se que a epilepsia af

A epilepsia é uma doença que tem ponto de partida numa perturbação do funcionamento do cérebro, devido a uma descarga anormal de alguns ou da quase totalidade dos neurónios cerebrais. De início súbito e imprevisível, esta descarga é, geralmente, de curta duração, não excedendo os 15 minutos, após a qual se restabelece o normal funcionamento cerebral. Estas crises tendem a repetir-se no tempo, no entanto, existe uma enorme variabilidade entre doentes. O mesmo acontece quanto à forma como se manifestam.

De acordo com Joana J. Ribeiro, neurologista do Centro Hospitalar de Leiria e Cristina Pereira, Neuropediatra do Hospital Pediátrico de Coimbra, “os sintomas de uma epilepsia são variáveis e dependem da região do cérebro que é afetada. As crises epiléticas traduzem uma descarga elétrica anormal e excessiva numa determinada região do nosso cérebro, provocando alterações clínicas que podem incluir perda de consciência (ex. ausências), manifestações motoras (ex. clonias, automatismos) e não motoras (ex. autonómicas, sensitivas)”.

Quanto às causas, as especialistas explicam que “de acordo com acordo com a Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE)”, estas podem ser de “causa estrutural (ex. tumores cerebrais, malformações do desenvolvimento cortical”; causa genética (ex. cromossoma 20 em anel); causa infeciosa (ex. meningoencefalite); causas metabólicas (ex. epilepsia dependente de piridoxina); causa imunes (ex. síndrome de Rasmussen); ou de causa desconhecida. Esta últimas designadas de Idiopáticas ou Primárias.

Tendo em conta estes fatores, a imprevisibilidade da doença torna essencial o diagnóstico precoce “de forma a poder direcionar o tratamento medicamentoso e minimizar o impacto ou as consequências de outras eventuais crises epiléticas”.

“O diagnóstico de epilepsia é clínico, sendo apoiado por exames complementares de diagnóstico, nomeadamente electroencefalograma (EEG). A obtenção de uma cuidadosa história clínica é essencial. É necessário apurar a existência de crises epiléticas recorrentes e não provocadas, descrever as suas características e fatores desencadeantes, bem como identificar fatores de risco para epilepsia (intercorrências na gravidez/parto, traumatismos cranioencefálicos, infeções do sistema nervoso central, história familiar de epilepsia)”, explicam as especialistas acrescentando que “a realização de um EEG e de um exame de imagem cerebral (ex. ressonância magnética) são pontos decisivos no diagnóstico, no sentido de classificar o tipo de crises, o tipo de epilepsia e sobretudo identificar a sua causa”.

Quanto ao tratamento, esclarecem que existem, atualmente, várias opções. “Existem vários medicamentos antiepiléticos com um bom perfil de segurança, e que podem ser escolhidos consoante o tipo de crise epilética /epilepsia. Destaca-se ainda que existem formas de epilepsia tratáveis com vitaminas como a epilepsia dependente de piridoxina”, referem ressalvando que “o melhor tratamento será sempre aquele que se adequar especificamente a cada doente, de acordo com o tipo de epilepsia, frequência das crises epiléticas, comorbilidades”, entre outros fatores. Contudo, e apesar de na maioria dos casos se conseguir um controlo absoluto da doença, estima-se que cerca de um terço dos casos não responde ao tratamento.

“Os doentes com formas de epilepsia refratárias, isto é, que não respondem aos diferentes esquemas terapêuticos, sofrem de todas as consequências de uma doença crónica incapacitante: nas suas vertentes social, psicológica, pessoal, familiar, entre outras”, revelam. Nestes casos, a sua independência pode ficar comprometida, para além de verem associadas outras complicações. “O tipo de epilepsia e por consequência do tipo de crises epiléticas podem condicionar diferentes riscos, nomeadamente as crises com queda ou as crises com convulsão podem levar a que o doente se magoe durante o evento. Para além das crises, estes doentes podem apresentar também outras comorbilidades, nomeadamente dificuldades intelectuais e de aprendizagem, alterações cognitivas, psicopatologia e alterações de comportamento, com diferentes repercussões na sua vida diária, podendo levar com frequência a discriminação e exclusão social”, enumeram as especialistas quanto ao impacto da epilepsia refratária.

A cirurgia é, muitas vezes, a única opção de tratamento viável para estes doentes, a par da dieta cetogénica ou da colocação de implantes.

No entanto, e embora cirurgia tenha beneficiado de grandes avanços nos últimos 20 anos, “graças ao desenvolvimento da neuroimagem e da monitorização vídeo-EEG prolongada”, esta opção terapêutica apresenta ainda alguns desafios. De acordo com Joana Ribeiro e Cristina Pereira, o acesso a uma avaliação pré-cirúrgica abrangente por parte de todos os potenciais candidatos é um dos principais desafios. “Isto pode dever-se a um desconhecimento dos critérios de elegibilidade para a cirurgia e a ausência uma prática clínica padronizada neste sentido”, explicam.

Por lado, acrescentam, “muitos doentes são operados de forma tardia, com epilepsias com vários anos de evolução, contribuindo para uma maior morbilidade e mortalidade destes doentes e prejudicando o benefício da cirurgia”.

Síndrome de West e Síndrome de Dravet: as síndromes epiléticas de difícil controlo com maior prevalência no país

De acordo com as especialistas Joana Ribeiro e Cristina Pereira, embora não seja possível prever a refratariedade de uma epilepsia em todos os doentes, “existem certos síndromes epiléticos (síndrome de West, síndrome de Lennox-Gastaut) e algumas causas de epilepsia, nomeadamente estruturais (malformações do desenvolvimento cortical), genéticas (Complexo Esclerose Tuberosa) ou imunes (síndrome de Rasmussen) que reconhecidamente podem associar-se a epilepsias de difícil controlo”.

Em Portugal, entre as síndromes epiléticas de difícil controlo encontram-se a Síndrome de West e a Síndrome de Dravet.

A síndrome de West “é uma síndrome do primeiro ano de vida caracterizado pela tríade de espasmos epiléticos, padrão eletroencefalográfico de hipsarritmia e regressão ou paragem do desenvolvimento psicomotor”, e cuja incidência é de 3-4,5 em 10000 nados-vivos. “A resposta à medicação antiepilética depende da causa e da instituição precoce do tratamento. Nas situações em que a síndrome de West é de causa tratável (ex. lesão cerebral com possibilidade cirúrgica) ou genética (ex. trissomia 21) a resposta aos fármacos e o prognóstico são melhores”, esclarecem acrescentando que já no caso das síndromes de West “devido a asfixia perinatal ou malformações extensas do desenvolvimento cortical, a remissão completa de crises é rara”. Nestes casos, habitualmente, o tratamento proposto é a dieta cetogénica ou a cirurgia da epilepsia.

Quanto à Síndrome de Dravet, as especialistas explicam que esta tem uma causa genética e uma incidência de 1 para 30000 crianças. “Caracteriza-se pela existência no primeiro ano de vida de convulsões febris precoces, frequentes, unilaterais e duração superior a 30 minutos (estado de mal febril) e nos anos seguintes associam-se outros tipos de crises (crises mioclónicas, clónicas unilaterais, ausência atípicas) desencadeadas por banho, calor ou estímulos fóticos e declínio cognitivo”, explicam adiantando que,  “apesar de existir um medicamento órfão específico para esta epilepsia (estiripentol) a maioria evolui para uma epilepsia refratária com deficiência intelectual”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
33º eENE – Congresso da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE)
Neurorrecetores, genética, terapêutica médica e cirúrgica, inteligência artificial e neuroimagem são alguns dos temas que vão...

“A epilepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada pela existência de crises epiléticas recorrentes, não provocadas. Uma doença que ainda causa grande insegurança nos doentes, familiares e conhecidos, muito provavelmente relacionada com os casos mais graves. Isto é, a persistência de crises não controladas e de forma continuada pode criar lesões a longo prazo e, as descargas constantes, impedem o cérebro de se desenvolver normalmente, tornando-se irreversíveis se não forem tratadas atempadamente. Uma abordagem aos avanços nos últimos dez anos permite uma avaliação de quais as barreiras que ainda precisamos de desconstruir com esta patologia, melhorando o seu tratamento”, afirma Manuela Santos, presidente da LPCE.

Para explorar os avanços e os caminhos ainda a percorrer na área da epilepsia, o programa arranca com o conhecimento que os últimos dez anos nos trouxeram sobre os neurorrecetores e sobre o papel da genética. Posteriormente, decorrem sessões que focam a evolução da terapêutica médica e abordagem cirúrgica dos doentes com epilepsia refratária.

“Os números revelam, que em Portugal, existem 50 a 70 mil doentes com o diagnóstico de epilepsia. Destes, cerca de um terço serão refratários aos tratamentos médicos, ou seja, a doença não fica controlada mesmo com o melhor tratamento medicamentoso possível.  Uma parte dos doentes com epilepsia refratária, têm uma epilepsia passível de ser tratada cirurgicamente, o que torna fundamental um diagnóstico precoce e avaliação prévia do tipo de epilepsia para conseguirmos controlar o maior número possível de crises, causando o mínimo de efeitos indesejáveis. Uma abordagem que passa por um crescimento contínuo de conhecimento dos principais pilares desta patologia”, reforça Francisco Sales, neurologista e coordenador da comissão organizadora do 33ºENE.

Já no segundo dia, vão ser exploradas as redes europeias (EpiCare), com uma overview ao presente e futuro, a evolução organizacional de redes colaborativas nacionais e internacionais

na área da epilepsia, os avanços em inteligência artificial e processamento de sinal e na neuroimagem. O dia termina com o encerramento e entrega de prémios/bolsa da LPCE.

Francisco Sales reforça ainda que “na Semana da Epilepsia, este é mais um marco que demonstra o crescimento da nossa comunidade científica que, mesmo em tempo de pandemia, recorre a plataformas digitais para garantir que o tratamento desta patologia não fica esquecido”.

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