Movimento Saúde em Dia apresenta medidas essenciais
O Governo quer que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que esteve em consulta pública até ao passado dia 1, seja “o...

Inserido no Next Generation EU, um “instrumento europeu temporário concebido para impulsionar a recuperação económica e social, tendo presentes os danos causados pela pandemia Covid-19”, o documento era aguardado com expectativa, sobretudo tendo em conta os dados dados partilhados por este Movimento com base no Portal da Transparência, que dão conta de: menos 7,8 milhões de consultas médicas presenciais nos cuidados de saúde primários, menos 3,6 milhões de contactos presenciais de enfermagem, menos 1,3 milhões de consultas hospitalares, menos 126 mil cirurgias e menos 25 milhões de meios complementares de diagnóstico e terapêutica em 2020, dados aos quais se juntam as mais de 169 mil mulheres com rastreio ao cancro da mama  e as mais de 140 mil com o rastreio ao cancro do colo do útero por realizar, assim como mais de 125 mil portugueses sem rastreio ao cancro do cólon e reto.

Perante estes números, é seguro afirmar que muitos doentes ficaram por diagnosticar, o que vai conduzir a diagnósticos em estadios mais avançados e, muito possivelmente, a situações já dificilmente recuperáveis. Era, por isso, um imperativo nacional ter um plano de recuperação para estes doentes, que não se verifica. E não se verifica ainda, alerta o Movimento Saúde em Dia, uma visão estratégica para o sistema de saúde português.

Sendo a área da saúde uma das mais afetadas pela pandemia, e tendo o PRR disponíveis cerca de 14 mil milhões de euros, com um período de execução até 2026, tornava-se essencial compreender de que modo é que as verbas disponíveis poderiam ser utilizadas na reforma do sistema de saúde. No entanto, o que se faz é aproveitar os fundos europeus para concretizar promessas antigas, algumas já iniciadas e projetadas há 15 anos, perdendo-se a oportunidade de responder aos imensos desafios que se apresentam ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que a pandemia veio evidenciar.

Não inclui estratégias destinadas ao setor social, com o objetivo de proteger os idosos; identifica a fragmentação de cuidados, mas perpetua medidas independentes para os diferentes níveis de cuidados, em vez de fomentar a sua integração; não acautela como será feita a gestão do conjunto de profissionais de saúde esgotados, depois da dedicação exemplar e irrefutável no combate à pandemia.

Enquanto parceiro do SNS, este Movimento elaborou um conjunto de medidas que acredita serem relevantes para um plano de recuperação, a incluir no PRR ou noutro mecanismo de financiamento nacional. 

Estas medidas passam por identificar as áreas e os doentes prioritários a recuperar, através da análise dos dados dos Cuidados de Saúde Primários, definindo um conjunto de metas para a recuperação destes doentes; aumentar o acesso a todos os cuidados de saúde, através de um Programa Excecional para a resolução de listas de espera para cirurgias, consultas e exames complementares de diagnóstico e terapêutica.

O Movimento Saúde Dia sugere ainda a criação de uma via verde de oncologia, que permita a identificação rápida dos potenciais diagnósticos oncológicos que não foram realizados devido à pandemia e a emissão de credenciais eletrónicas para realização de rastreios oncológicos no setor convencionado, com a possibilidade de os prestadores convencionados com o SNS agendarem diretamente consulta posterior com os hospitais do SNS.

A análise tem o apoio da MOAI, consultora do para o Movimento Saúde em Dia.

Investimento na nanotecnologia
Bill Gates acredita que vivemos na iminência de novos e mais perigosos surtos, ao mesmo tempo que lutamos contra a mudança...

O fundador e filantropo da Microsoft já tinha alertado sobre a possibilidade de vir a existir uma pandemia global como a Covid-19 numa Ted Talk realizada em 2015 e deixouas suas últimas previsões numa entrevista sobre o seu novo livro.

Questionado sobre "qual será o próximo desastre global?", Bill Gates respondeu sugerindo uma pandemia mais sinistra causada, deliberadamente, por humanos, além do espectro contínuo da mudança climática:

“Relacionado às pandemias está algo sobre o qual as pessoas não gostam muito de falar, que é o bioterrorismo; que alguém possa criar um vírus para causar uma catástrofe mundial…”

A Fundação Bill e Melinda Gates já doou vários biliões de dólares para inovações e tecnologia para prevenir e proteger contra pandemias: em 2010, a fundação prometeu 10 biliões de dólares para o desenvolvimento de vacinas em dez anos e, recentemente, doou cerca de 250 milhos de dólares extra para fazer frente ao surto da Covid-19.  

A necessidade potencial e o crescimento neste setor também está a atrair mais investimento. Exemplo disso, é o Vector Innovation Fund, com sede em Luxemburgo, que investiu um subfundo, no valor de 300 milhões de dólares, em tecnologia para cuidados de saúde em preparação para o ' próximo Covid '.

Este subfundo está a ajudar a iniciar a nova era de investimento impulsionado pela tecnologia na saúde global, um setor que deverá crescer 50%, a cada ano, em direção a um mercado de 1,333 triliões de dólares em 2027 (fonte: Precedence Research 2020).

Numa entrevista recente à Forbes, Bill Gates sugeriu que devemos preparar-nos para futuras pandemias como se fossem uma ameaça de guerra, e a carta anual da fundação de Gates para 2020 pediu às nações ricas que investissem dezenas de biliões de dólares para estarem prontas para a próxima pandemia após Covid-19.

A apoiar Bill Gates está a The World Nano Foundation (WNF), a organização sem fins lucrativos que promove a inovação e a comercialização de tecnologias em nanoescala.

Paul Sheedy, o cofundador da organização disse que "Bill Gates não está a prometer apenas grandes quantias da sua própria fundação, mas também a pedir o investimento governamental e privado em questões globais como proteção contra pandemia e mudança climática, onde as nanotecnologias podem desempenhar um papel vital."

A nanotecnologia ajudou a acelerar o desenvolvimento e a distribuição de vacinas Covid-19, o investimento para desenvolver uma vacina de mRNA universal e outras medidas mais que vão ser cruciais para a proteção global de outro surto de vírus.

“Nanomedicinas e diagnósticos baseados em nano e outros avanços da nanotecnologia têm sido vitais para a batalha contínua contra a Covid-19”, acrescentou Paul Sheedy, destacando a necessidade de apoiar a ciência e a tecnologia com investimentos” que podem beneficiar a todos nós, ao mesmo tempo em que agregam valor e estendem a longevidade humana”.

Dependência Tecnológica
Hoje a tecnologia está presente em todas as áreas da nossa vida.

É muito importante fazer com que os nossos filhos percebam que a tecnologia não é má. É uma ferramenta muito eficaz na hora de aprender e, nestes tempos difíceis, de estar conectado com pessoas que estão longe.

No entanto, eles não devem ocupar todas as suas horas de lazer com dispositivos tecnológicos. Aqui estão cinco dicas para ajudá-los a libertarem-se um pouco da tecnologia:

Limite o tempo de uso. É muito importante estabelecer horários de uso dos ecrãs. Embora o estudo geralmente esteja vinculado à tecnologia, é fundamental limitar as horas de lazer relacionadas com este tipo de dispositivos.

Promova atividades ao ar livre. A melhor maneira de as crianças esquecerem a tecnologia por um tempo é fazendo todos os tipos de atividades ao ar livre. Embora na situação atual os passeios sejam mais escassos e com menos companhia, praticar desporto em família podem ser uma boa solução.

Ajude-os a encontrar um hobby “analógico”. Nem todos os hobbies devem estar relacionados à tecnologia. Ajude o seu filho a encontrar uma atividade analógica, experimentando algumas delas: artesanato, desenho, leitura, jogos de tabuleiro... Os seus filhos vão se sentir completos e ocupados a fazer algo de que gostam.

Promova “tempo para a família”. A comunicação familiar é muito importante para o bom desenvolvimento dos filhos. Com o ritmo de vida atual, isso está a tornar-se cada vez mais complicado. Reservar algum tempo para a família, como jantares sem televisão ou tecnologia, vai ajudar a família a esquecer um pouco o mundo digital.

Seja um modelo. O mais importante de tudo é dar o exemplo. Tratar dos nossos filhos enquanto prestamos atenção ao telemóvel apenas reforça a sua dependência da tecnologia.

As crianças devem saber as coisas boas sobre tecnologia, mas sem se tornarem dependentes dela. Um bom controlo parental sobre os dispositivos que os filhos usam também é uma ferramenta essencial para que eles tenham uma relação saudável com a tecnologia. Aceite estes conselhos da TP-Link para uma vida mais equilibrada e saudável.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sessões gratuitas
Depois do sucesso da primeira edição, a Mamãs e Bebés regressa, em março, com o projeto “Mamãs em Forma”. Esta continuará a ser...

De forma a combater o sedentarismo, provocado pelo confinamento obrigatório, esta segunda edição pretende continuar a incluir o exercício físico na rotina das futuras mães, quebrando rotinas e apelando a que todas as grávidas se mantenham em forma e saudáveis durante esta etapa tão especial das suas vidas.

João Dias, Personal Trainer certificado e especializado em exercício físico para grávidas e pós-parto, continuará a conduzir todas as sessões da “Mamãs em Forma”. Esta renovação, por mais um mês, tem como objetivo motivar as futuras mães à prática de exercício físico, prevenindo a diabetes gestacional e o aparecimento de varizes. É fundamental relembrar a importância de uma postura correta durante a gravidez previne o aparecimento de lombalgias e facilita o trabalho de parto devido ao exercício a nível do soalho pélvico.

 

1 em cada 3 portugueses sofre de dor crónica
No âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala no próximo dia 8 de março, a Associação Portuguesa para o Estudo da...

Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “a dor crónica tem um impacto negativo na mulher que vai muito além da dor física, já que provoca sequelas psicológicas, isolamento, incapacidade, absentismo e perda de qualidade de vida. É fundamental compreender que existe uma necessidade urgente no acesso ao tratamento e gestão da dor crónica por parte das mulheres para que estas possam melhorar a sua saúde e qualidade de vida”. 

As mulheres tendem a ter dores mais recorrentes, intensas e douradoras do que os homens, sobretudo devido ao facto de estarem associadas a condições ou doenças que são também mais frequentes nas mulheres. Entre os tipos de dor que afetam mais as mulheres e que têm um impacto significativo na sua qualidade de vida, destacam-se a fibromialgia, em que 80 a 90% dos casos diagnosticados são mulheres, a lombalgia, a artrite reumatoide, a osteoartrose, a disfunção da articulação temporomandibular, a dor ginecológica, a dor pélvica crónica e as cefaleias que são também muito prevalentes na população feminina. 

A dor crónica na mulher tem um impacto global significativo, mas persiste a falta de consciência e reconhecimento. Fatores psicossociais e biológicos, em conjunto com as barreiras económicas e políticas ainda existentes, influenciam a forma como a dor é percecionada e deixam milhões de mulheres a viver sem o tratamento adequado. Desta forma, é extremamente importante sensibilizar para o controlo da gestão da dor crónica nas mulheres para garantir acompanhamento e tratamento adequados e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida. 

 

Fim à discriminação entre Enfermeiros
O Grupo Greve Cirúrgica apresentou ontem, dia 01 de março, uma proposta de Decreto-Lei aos representantes do SITEU e SIPENF,...

Atualmente, aos Enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho (CIT) e Enfermeiros com Contrato de Trabalho em Funções Públicas (CTFP) que laborem para o Ministério da Saúde, são-lhes impostos os mesmos deveres e oferecidos regimes de progressão de carreira e níveis remuneratórios diferentes, numa clara violação do princípio constitucional da igualdade.

O Grupo Greve Cirúrgica apresenta agora uma proposta de Decreto-Lei que visa pôr fim a esta discriminação entre Enfermeiros, garantindo uma Carreira Única para a Profissão de Enfermagem. O documento foi ontem entregue para apreciação dos dois sindicatos, o SITEU e o SIPENF, que mostraram interesse em receber o documento para análise.

“É urgente garantir uma Carreira Única de enfermagem, pondo fim às desigualdades existentes dentro da mesma classe, frutos de incongruências legislativas. Não é possível trabalharmos lado a lado as mesmas horas, no mesmo serviço, para a mesma entidade patronal, ter as mesmas obrigações e no final não termos os mesmos direitos” explicam os representantes do Grupo Greve Cirúrgica. “Estas desigualdades podem ser resolvidas pela alteração da Lei em vigor passando a abranger todos os enfermeiros, independentemente do seu vínculo laboral”, acrescentam.

O Grupo Greve Cirúrgica iniciou este processo no início de 2020 quando solicitou a intervenção da Provedora de Justiça. Um ano depois, em janeiro de 2021, o Provedor-Adjunto alerta para a necessidade da alteração do sistema de contagem de pontos para efeitos de progressão de carreira que penalizou os enfermeiros em regime de Contrato Individual de Trabalho, e solicita a intervenção do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Em 2018, a Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde também já tinha proposto a unidade das carreiras dos profissionais de saúde do Serviço Nacional de saúde, independentemente da relação jurídica de emprego.

Iniciativa do Departamento da Criança e do Jovem
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), através do Departamento da Criança e do Jovem, vai esclarecer as principais...

De acordo com Helena Loureiro, Diretora do Serviço de Pediatria do HFF, esta iniciativa “poderá esclarecer dúvidas e assim contribuir para melhorar significativamente a qualidade do sono dos bebés e da respetiva família”. A médica pediatra, especialista em sono, refere ainda que “é muito importante a consciencialização da importância do sono do bebé e das crianças pequenas para um bom crescimento e desenvolvimento, assim como para a estabilidade de toda a família.

“Esta é também mais uma forma de aproximar o Hospital da comunidade em que nos inserimos para que sintam ainda mais apoio quando nos deixam e têm que lidar com uma nova realidade: cuidar de um bebé”, conclui Helena Loureiro.

As mensagens serão respondidas pelos especialistas em sono pediátrico do HFF. Os pais podem esclarecer as suas dúvidas, entrando em contato com o departamento responsável, através do email: [email protected].

Um bom sono desde o nascimento é condição essencial para um crescimento saudável da criança. Além disso, quando os bebés dormem bem, os pais descansam melhor. Pais descansados estão de bom humor e espalham felicidade, o que se reflete também nas próprias crianças.

 

Fertilidade
Com um impacto profundo na vida da mulher, estima-se que a endometrioses atinja uma em cada 10 mulhe

“A endometriose tem um impacto profundo na vida das mulheres. Ao causar dores intensas diminui a qualidade de vida, interfere com a intimidade nos relacionamentos e pode causar depressão e infertilidade. O tempo médio para o diagnóstico é de quatro a onze anos, o que pode protelar o sonho da maternidade”, explica Tatiana Semenova, ginecologista e especialista em fertilidade da Clínica IVI Lisboa. Acrescenta que muitas mulheres demoram a procurar ajuda médica porque a dor, menstrual ou a da intimidade, ainda pode ser um tabu.

A queixa mais frequente é dor menstrual ou dor pélvica crónica, mas também podem existir sintomas gastrointestinais ou urinários se os implantes de endometriose invadirem outras estruturas, como o intestino grosso, a bexiga ou o reto”, explica.

A endometriose pode provocar obstrução das trompas, distorção de anatomia pélvica ou formação de quistos ováricos que, em determinadas ocasiões, necessitam de cirurgia, com a consequente perda de tecido ovárico e diminuição da reserva ovárica.

MITOS

  1. É sempre doloroso

Embora na maioria das vezes cause dor intensa, há casos em que pode ser assintomática.

  1. Está ligada ao cancro do ovário

A endometriose é uma doença benigna. É muito raro tornar-se condição maligna.

  1. A gravidez cura a endometriose

Pode sentir-se alívio dos sintomas durante a gravidez – a doença “adormece”, mas na maioria dos casos os sintomas voltam após o parto.

  1. É uma doença rara

Esta doença afeta cerca de 10-15% da população feminina. A incidência não pode ser considerada pouco frequente.

VERDADES

  1. Pode causar infertilidade

Quando não tratada, a endometriose pode evoluir, dificultando a gravidez. Cerca de 35% das mulheres inférteis podem ter endometriose. E das mulheres com endometriose, 40% podem sofrer de infertilidade. Daí a importância do diagnóstico precoce.

  1. É hereditário

Não está comprovado, mas parece existir maior probabilidade de a mulher ter endometriose quando há casos na família.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dádivas benévolas de sangue
Depois da polémica, o Ministério da Saúde fez saber que foi criado um grupo de trabalho para rever, no prazo de uma semana, a...

O grupo de trabalho foi constituído por decisão do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, na sequência da conclusão do estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre "comportamentos de risco com impacte na segurança do sangue e na gestão de dadores", segundo um comunicado do ministério.

Este grupo será constituído por “por representantes da Direção-Geral da Saúde e do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, I.P. e, a título consultivo, de entidades da sociedade civil, cooptadas pelos integrantes do Grupo de Trabalho”

O gabinete de Lacerda Sales, revelou ainda que o grupo de trabalho agora criado "terá uma semana para a análise do estudo e respetiva alteração da norma em conformidade".

 

Casos globais voltaram a aumentar
Apesar da propagação da Covid-19 estar a desacelerar em alguns países devido a confinamentos e programas de vacinação, a...

De acordo com Michael Ryan, embora a vacinação das pessoas mais vulneráveis, incluindo profissionais de saúde, tenha contribuído para retirar a “tragédia e o medo” da situação e para aliviar a pressão sobre os hospitais e a “tragédia e o medo” que atingiu a sociedade, o vírus ainda está a “controlar” a situação. Recorde-se que, de acordo com The Guardian, o número de novas infeções globais voltou a aumentar.

Ainda assim, o responsável da OMS sublinha que se as vacinas começarem a ter impacto não apenas no número de mortes e de hospitalizações, mas também um efeito “significativo na dinâmica de transmissão e no risco de transmissão”, será possível acelerar o controlo desta pandemia.

Quanto ao aumento do número de casos de Covid-19 em várias regiões do globo, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aponta que embora seja “dececionante”, não está surpreendido. “Estamos a trabalhar para entender melhor esses aumentos na transmissão”, referiu adiantando que esta situação pode ser explicada, em parte com “o relaxamento das medidas de saúde pública, à circulação contínua de variantes e as pessoas a baixar a guarda”.

 

 

Alerta o INSA
De acordo com a nota publicada pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, “a aspergilose pulmonar invasiva associada a...

A síndrome respiratória aguda grave causada pelo SARS-CoV-2 causa graves danos ao epitélio das vias respiratórias, sendo este um dos fatores que contribui para a infeção por Aspergillus.

Segundo o INSA, “a CAPA foi descrita recentemente e é ainda pouco conhecida pela comunidade médica, mas o aumento do número de casos tem causado preocupação a nível internacional”. Além disso, sublinha, o seu diagnóstico “é difícil e requer uma abordagem multidisciplinar que inclui imagiologia, critérios clínicos e laboratoriais”.

O Laboratório Nacional de Referência para Infeções Parasitárias e Fúngicas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) é o laboratório de referência para o diagnóstico laboratorial das infeções fúngicas, nomeadamente infeções por Aspergillus, realizando diagnóstico laboratorial por métodos convencionais (cultura e microscopia), deteção do antigénio galactomanano de Aspergillus, e deteção molecular por RT-PCR, recomendados pela guideline recentemente publicada para o diagnóstico da CAPA.

 

 

Vacina contra a Covid-19
A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou esta segunda-feira que as pessoas com trissomia 21 vão fazer parte dos...

“O plano tem uma espinha dorsal que é respeitada, mas vai sofrendo pequenos afinamentos em função dos grupos que necessitam de ser vacinados numa determinada fase”, explicou, em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa que decorreu no Ministério da Saúde. 

De acordo com a especialista em saúde pública, as análises e estudos realizados demonstraram que há um impacto real da Covid-19 nesta população, pelo que a proposta para a sua inclusão entre os prioritários mereceu o aval da ‘task force’ coordenadora do plano de vacinação e do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales. 

“Questionados sobre se a Trissomia 21 devia ou não ser incluída nos grupos prioritários, fomos fazer uma análise ao impacto desta doença no internamento e na mortalidade e tendo concluído que sim, que impacta, pelo menos em Portugal e noutros países, obviamente fizemos essa proposta à ‘task force’ e ao gabinete do secretário de Estado e a proposta foi bem acolhida”, adiantou em conferência de imprensa.  

Segundo a Diretora-Geral da Saúde, vão estar abrangidas cerca de 3.500 pessoas acima dos 16 anos. Embora a população total com Trissomia 21 corresponda a “cerca de 6.000 pessoas”, explicou, não podem ser neste momento vacinadas face ao licenciamento das atuais vacinas (16 anos para a vacina da Moderna e 18 anos para as vacinas da Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca). 

Graça Freitas revelou que o grupo de trabalho está aberto “a poder analisar outros grupos que vão sendo propostos, quer no âmbito de reduzir morbilidade e mortalidade, quer noutros âmbitos, nomeadamente, acrescentar resiliência à sociedade”.

Balanço oficial
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, revelou esta segunda-feira que cerca de 35% da população com...

Em declarações aos jornalistas, na conferência de imprensa de atualização de informação relativa ao Plano de Vacinação contra a Covid-19, António Lacerda Sales adiantou ainda que 70% dos profissionais de saúde já receberam pelo menos uma dose de vacina. 

No dia de ontem, Portugal registava um total de 868.951 vacinas administradas, das quais 603.585 são primeira dose e 265.366 de segunda dose. 

“Dois meses após o início do processo de vacinação, o país encontra-se acima da média da União Europeia (UE) com 8,45 doses administradas por 100 habitantes, sabemos que a média da UE é de 7,35. “Mas uma vez mais, gostaria de reiterar que não estamos perante um ranking de países”, disse, destacando que “estamos todos a fazer o nosso caminho com um objetivo comum: proteger as vidas dos nossos concidadãos”. 

 

Mulheres na Ciência
Margarida Abrantes, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, é uma das investigadoras distinguidas na 17.ª...

A investigadora vai receber um prémio, no valor de 15 mil euros, que visa apoiar o trabalho que tem em mãos e no qual pretende perceber se as pessoas com síndrome hereditária do cancro da mama e ovário têm maior sensibilidade à radiação ionizante a que estão expostas durante os exames de diagnóstico.

A síndrome hereditária do cancro da mama e ovário resulta de uma mutação dos genes BRCA. Quem a herda tem maior historial de cancro na família e probabilidade acrescida de vir a sofrer de cancro. Uma vez identificados, estes indivíduos são alvo de vigilância regular, nomeadamente através de técnicas de diagnóstico por imagem, mas estes exames implicam exposição a radiação ionizante.

O que Margarida Abrantes pretende perceber, com o projeto agora distinguido, é se as pessoas com síndrome hereditária do cancro da mama e ovário, e em específico as que têm mutação do gene BRCA2, poderão ter maior sensibilidade aos efeitos da radiação, comparativamente a indivíduos sem esta mutação.

A radiação ionizante está presente em várias técnicas de diagnóstico por imagem, como por exemplo nas radiografias, nas mamografias e nas tomografias computorizadas (TC), mas considera-se que realizar estes exames (quando prescritos no âmbito de rastreio ou diagnóstico) tem benefícios que se sobrepõe aos efeitos da exposição à radiação, cujas doses variam consoante o tipo de técnica e o órgão a observar. Mas será que é assim para quem tem esta síndrome hereditária?

“O que pretendo, com recurso a uma equipa multidisciplinar, é contribuir para adicionar conhecimento sobre o risco da utilização das técnicas de diagnóstico por imagem que utilizam radiação ionizante em portadores de variantes causais dos genes BRCA2 e assim também melhorar a literacia em saúde acerca da síndrome hereditária do cancro da mama e ovário”, explica a investigadora. Ao caracterizar os efeitos da radiação ionizante a que estes indivíduos portadores de mutação BRCA2 são expostos durante os exames que realizam “será possível contribuir para a otimização destes procedimentos”, conclui.

A par de Margarida Abrantes foram também distinguidas Joana Carvalho, da Fundação Champalimaud; Inês Fragata, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; e Liliana Tomé, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. As quatro investigadoras, já doutoradas e com idades entre os 28 e os 37 anos, foram selecionadas entre mais de 97 candidatas, por um júri científico presidido por Alexandre Quintanilha.

Refira-se que, em 1998, a L’Oréal e a UNESCO celebraram a parceria que deu origem ao L’Oréal-UNESCO For Women em Science. Em 2004 Portugal seguiu o exemplo com as Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência que junta, à L’Oréal Portugal, a Comissão Nacional da UNESCO e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Desde a sua criação já foram distinguidas, em Portugal, 57 jovens investigadoras.

Dados INE
De acordo com os dados hoje divulgados, o AVC foi responsável por 10.975 mortes, em 2019, tendo sido considerada a principal...

Segundo o INE, no âmbito das doenças circulatórias, os acidentes vasculares cerebrais (AVC) representaram 9,8% da mortalidade e uma taxa de 106,5 mortes de residentes por 100 mil habitantes em 2019. Neste mesmo ano, morreram ainda 7.151 pessoas com doença isquémica do coração, 1,2% menos do que no ano anterior, enquanto que o enfarte agudo do miocárdio vitimou 4.275 pessoas no país.

Quanto às doenças do aparelho respiratório, o INE adianta ainda que, em 2019, estas patologias causaram 12.243 óbitos, menos 8% que em 2018, e representando 10,9% da mortalidade total ocorrida no país. Neste grupo, destacaram-se as mortes provocadas por pneumonia, com 4.700 óbitos, que representaram 4,2% da mortalidade ocorrida em 2019 e uma diminuição de 18,5% óbitos em relação ao ano anterior

Na área da oncologia, registaram-se 4.405 mortes provocadas por tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão, que representaram 3,9% do total de mortes no país e um aumento de 2,0% em relação ao ano anterior. Os tumores malignos do cólon, reto e ânus representaram 3,4% da mortalidade em 2019, com 3.829 óbitos (mais 0,2% que no ano anterior).

Nas mortes causadas por doenças do aparelho circulatório e por doenças respiratórias, os dados revelados hoje, mostram que existiu um padrão de sazonalidade, com ocorrência de maior mortalidade nos meses mais frios e menor nos meses de maior calor, ao contrário dos tumores malignos em que a distribuição média mensal das mortes regista um padrão bastante homogéneo ao longo do ano.

 

Com histórias reais
A iniciativa “Psoríase é Mais do que Pele” pretende alertar os doentes para a importância da deteção precoce de possíveis...

A pandemia de Covid-19 trouxe desafios acrescidos para a gestão das doenças crónicas, como é o caso da psoríase, na medida em que os doentes podem ter maior dificuldade de acesso a consultas, devido à atual sobrecarga dos serviços prestadores de cuidados de saúde, ou por receio de procurar apoio médico perante novos sintomas, pelo potencial risco de contágio pela Covid-19. 

A Novartis e a PSOPortugal juntaram-se para alertar os doentes para os sinais a que devem estar atentos, lembrando a importância de procurar ajuda médica, mesmo em confinamento. Este alerta é feito na primeira pessoa, com as histórias reais de doentes portugueses que vivem de perto com as manifestações da psoríase, para além da pele. Quatro histórias, contadas em formato de entrevistas descontraídas e conduzidas por Inês Gutierrez, que se associou à iniciativa para dar voz à realidade de quem conhece bem as várias manifestações da psoríase e o seu impacto.   

De acordo com Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal, “esta é uma iniciativa importante que reforça a necessidade de olhar para as pessoas como um todo, alertando-as para os sinais que o corpo nos envia e incentivando-as a procurar o apoio médico integrado que lhes permita tratar a sua psoríase em todas as suas frentes. E é por isso também que hoje falamos em psoríase como doença psoriática, um conceito abrangente que inclui todas as outras manifestações que vão muito para além da pele. Esta campanha pretende criar essa consciência junto dos doentes e da sociedade.” 

A psoríase é uma doença inflamatória sistémica, cujo impacto mais visível e imediato ocorre na pele. No entanto, a doença vai além desta face visível e pode surgir acompanhada de outras manifestações que, se não forem diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem resultar em danos irreversíveis e incapacitantes. 

 Uma das manifestações mais frequentes é a artrite psoriática, que surge normalmente alguns anos após o diagnóstico e que afeta 4 em cada 10 pessoas com psoríase. Vários são os sintomas, desde sensibilidade e dor nos tendões, mudança no aspeto das unhas, inchaço nas articulações ou sentir os braços restringidos de movimento.  

A psoríase pode ainda surgir associada a doenças cardiometabólicas. A prevalência de fatores de risco cardiometabólicos encontra-se aumentada nas pessoas que têm psoríase quando comparadas com a população em geral. Este facto pode contribuir para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares, sendo que a obesidade desempenha um papel central na relação entre psoríase e as doenças cardiovasculares.

A psoríase tem também um impacto emocional na vida dos doentes. Em Portugal, numa escala de 0 a 10, a pontuação média de felicidade dos indivíduos que vivem com psoríase é de 5,68. A ansiedade e depressão são muito comuns nos doentes psoriáticos, podendo atingir até 62% dos doentes.

Saiba mais sobre a iniciativa e as manifestações da doença psoriática em www.umapeleparaavida.com/maisdoquepele e acompanhe a campanha no instagram https://www.insagram.com/_inesgutierrez/   

Covid-19 em Portugal
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 34 mortes e 394 novos casos de infeção por Covid-19. O número de doentes internados...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 15 das 34 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões centro com 10 e norte com 9. No Alentejo e no Algarve não há mortes a assinalar.

Quanto aos arquipélagos, não há registo de mortes, nem na Madeira nem nos Açores, desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 394 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 238 novos casos e a região norte 74. Desde ontem foram diagnosticados mais 27 na região Centro, no Alentejo 15 casos e no Algarve mais 12. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 16 infeções e no dos Açores 12 nas últimas 24 horas.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 2.167 doentes internados, mais dois que ontem. Quanto às unidades de cuidados intensivos registaram uma descida, tendo agora menos 15 doentes internados. Atualmente, estão em UCI 469 pessoas.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.258 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 720.235 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 68.370 casos, menos 898 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 4.187 contactos, estando agora 41.227 pessoas em vigilância.

 

 

Entrevista
Criada em janeiro de 2002 com o objetivo primordial de apoiar doentes que lutam contra a doença hema

Fundada há quase 20 anos, qual o balanço que faz destas duas décadas de atividade da Associação Portuguesa contra a Leucemia?

 A APCL foi criada em janeiro de 2002, por médicos e ex-doentes do IPO. O balanço destes 19 anos é bastante positivo, tendo em conta os objetivos já alcançados. Da progressão realizada no registo de dadores de medula óssea, do investimento no apoio à Investigação Científica, dos apoios sociais concedidos, da informação prestada a doentes e seus cuidadores, à Casa de Acolhimento – a Casa Porto Seguro, são realidades que demonstram a necessidade e a utilidade da existência de uma Associação como a APCL.

Qual o motor que impulsionou a sua criação?

O 1º grande objetivo da APCL foi, sem dúvida, incrementar de uma forma rápida, o registo de dadores de medula óssea, que falarei à frente. Outro objetivo importante foi a concessão de apoios sociais a doentes e familiares financeiramente carenciados. Deparámo-nos, por diversas ocasiões, com familiares de doentes, que se deslocavam a Lisboa, vindos de todas as zonas do país, para o, tão importante, acompanhamento do doente, a não terem onde pernoitar, fazendo-o na viatura no parque de estacionamento dos hospitais, e limitando-se a uma refeição diária, a que o próprio hospital fornecia. Estas situações deixaram-nos com a angústia de algo ter de fazer para ultrapassar tão delicada situação.

A concessão de apoio financeiro, e perspetivando já a construção de uma Casa de Acolhimento, foram os instrumentos que tivemos ao nosso alcance para minimizar tão difícil situação.

Um dos marcos da sua presença foi o desenvolvimento do Registo de Dadores Voluntários de Medula Óssea em Portugal. O CEDACE passou de último lugar nos rankings mundial e europeu (no final de 2002, o registo tinha 1.625 dadores inscritos) para o lugar de 3º maior registo da Europa e 5º maior do Mundo, tendo finalizado o ano de 2011 com 277.938 dadores tipados. O que isto significa?

E se formos ver os números atuais, são francamente superiores aos verificados em 2011. Conforme referi, este foi o 1º objetivo da APCL. Sem um registo de dadores robusto dificilmente um doente que não tenha um familiar compatível, conseguirá encontrar um dador que lhe permita equacionar um transplante.

O registo português em 2002 era demasiado incipiente, e de facto, com o esforço da APCL e do CEDACE, foi possível chegar onde se chegou, e hoje é um motivo de satisfação sabermos que este esforço serviu para a doação de medula a doentes sem dador familiar compatível, tanto em Portugal, como no estrangeiro.

Para além disso, ao longo destes anos a APCL tem contribuído para a investigação em Portugal. Que projetos destaca neste âmbito? Quais os grandes parceiros nesta área?

A APCL tem incentivado ao longos dos anos, o aparecimento de oportunidades de investigação na área da hemato-oncologia em Portugal. Todos os projetos que beneficiam de Bolsas promovidas pela APCL são selecionados de forma criteriosa através de um júri isento e qualificado. Todos os projetos são selecionados por terem qualidade e viabilidade, e por permitirem a sua continuidade após o término da Bolsa. Os grandes parceiros que nos têm apoiado são a Sociedade Portuguesa de Hematologia e empresas que têm investido nesta área, não só da indústria farmacêutica, como de outros ramos empresarias, o que muito nos satisfaz, pois significa a utilidade deste investimento.

Qual a importância da atribuição de bolsas de investigação, por exemplo? E quantas bolsas já foram atribuídas pela APCL?

É importante que se dê, aos nossos médicos e investigadores a possibilidade de fazerem investigação em Portugal, e é também importante contribuirmos para o desenvolvimento da ciência na área da Hemato-oncologia.

Desde 2003 até 2020 a APCL atribuiu 23 bolsas de investigação científica, o que revela a apetência dos investigadores para estas bolsas e a sua importância para a investigação no nosso País.

No âmbito da sua missão de apoio aos doentes com leucemia, a APCL colocou ainda o desafio de criar uma Casa de Acolhimento para doentes hemato-oncológicos e seus familiares. Em que consiste o projeto Casa Porto Seguro?

A Casa Porto Seguro é uma casa de acolhimento para doentes e familiares financeiramente carenciados. Conforme atrás referi, desde cedo nos deparámos com uma lacuna nesta área, levando a que familiares de doentes pernoitassem nas suas viaturas no parque de estacionamento dos hospitais, e que doentes que vem de longe, tenham de ficar a residir em quartos e pensões, sem o ambiente e conforto tão necessários a quem passa por situações de saúde tão difíceis. Desde cedo que a APCL procurou um espaço que pudesse vir a ser a Casa que desse esse ambiente e conforto.

Não foi fácil, batemos a muitas portas, até que finalmente após anos de espera, a Câmara Municipal de Lisboa, cedeu à APCL um pequeno prédio, muito perto do IPO e de Santa Maria, para aí ser criada a 1ª Casa de Acolhimento para doentes hemato-oncológicos e seus familiares financeiramente carenciados.

O espaço terá 8 quartos, todos com casa de banho, uma zona de convívio, uma cozinha comunitária, e um pequeno espaço exterior. É intenção da APCL que o único custo que os residentes venham a ter de suportar, seja o das suas refeições, que serão por eles cozinhadas. Tudo o resto será encargo da APCL.

A obra de remodelação total do edifício teve o seu início em novembro de 2020, prevendo-se a sua conclusão em novembro deste ano de 2021, quando esperamos receber os primeiros residentes.

Agora falta o recheio da Casa Porto Seguro, com as mais diversas necessidades, de camas, a colchões, roupa de cama e de banho, utensílios de cozinha, mesas de apoio aos quartos, mesas de casa de jantar, iluminação, etc. tudo um mundo de coisas para as quais vamos ter de procurar junto de empresas beneméritas, que se queiram associar a este tão importante empreendimento.

A APCL disponibiliza ainda apoio social a doentes. Quem pode requerer a este apoio e como pode formalizar o pedido?

O apoio social a doentes é uma área que tem vindo a crescer nos últimos anos. Tal facto deve-se, mais recentemente à pandemia provocada pelo SARS COV 2, sobretudo à situação económica em que as famílias vivem.

Não esquecer que, quando alguém é diagnosticado com uma doença hemato-oncológica, necessita de fazer tratamentos prolongados, com os efeitos imediatos no seu bem-estar, o que implica ter de pôr de parte a sua situação laboral, ficando indisponível para o trabalho. Igualmente o seu cuidador tem de o acompanhar, com os reflexos na sua atividade profissional também.

Para minorar esta dificuldade, a APCL apoia financeiramente estes doentes. O pedido de apoio tem de ser dirigido à Assistência Social do hospital que segue o doente, que analisa a situação proposta, elabora um relatório que envia à APCL, com a indicação do montante e da duração do apoio.

O conselho de administração da APCL analisa e, sendo o caso, aprova.

Para além disso, a APCL está desde o início empenhada em contribuir para a literacia na área da hemato-oncologia com a promoção de campanhas de informação e sensibilização e até worshops sobre as diversas patologias e temas ligados a esta área. Qual o balanço que faz desta atividade?

A APCL desenvolve muita atividade nesta área da informação e literacia. É por demais importante que os doentes e seus cuidadores, estejam informados acerca da sua doença, novos tratamento e medicamentos. Esta informação, por motivos vários, nem sempre é transmitida nas consultas de acompanhamento da doença, daí a necessidade que associações de doentes, como é a APCL, o façam.

A APCL tem produzido muito material de informação, quer em termos físicos, quer alojada no seu site. Temos realizado seminários sobre as diversas patologias, com a presença de médicos, enfermeiros, técnicos, nutricionistas, com esse objetivo de prestar informação atual. De início fizemo-lo de forma presencial, mas nestes últimos tempos temos vindo a realizá-los de forma telemática, recorrendo aos “webinares”. Nos últimos 6 meses realizámos 6 sessões destas.

Igualmente levámos a cabo as 1ªs Jornadas Nacionais da APCL. Num fim de semana, durante um dia e meio juntámos doentes cuidadores e familiares, para assistirem e debaterem com especialistas de diversas áreas, temas de importância relevante e atual, podendo colocar questões sobre as suas preocupações, e obter da parte desses especialistas a resposta às mesmas. Foi um marco importante, e queremos que estas jornadas sejam uma referência anual para toda esta comunidade.

Paralelamente, a APCL realiza workshops temáticos como por exemplo de maquilhagem e nutrição, os quais foram interrompidos por força da situação pandémica. Neles pretende-se transmitir aos doentes e seus cuidadores informação, no caso da maquilhagem, o que utilizar, como utilizar produtos que não sejam tóxicos para a pele, por exemplo, e no caso da nutrição informar que tipo de alimentos, a que temperaturas e em que fases, se podem usar no percurso por que passa a doença. Vamos ter de puxar pela imaginação para os continuar a realizar, mesmo de uma forma virtual.

No âmbito das doenças hemato-oncológicas, e uma vez que recentemente se assinalou o Dia Mundial das Doenças Raras, qual o posicionamento da APCL quanto a estas patologias, nomeadamente na área dos Linfomas?

Estamos agora a dar os primeiros passos para a criação de mais informação para disponibilizar aos doentes e cuidadores no que diz respeito aos Linfoma Cutâneo das Células T, reconhecendo a importância de dar apoio a esta comunidade de doentes.

Os primeiros conteúdos serão disponibilizados no website da APCL.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“O enfarte também é feminino”
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover uma nova ação nacional de consciencialização para...

“Em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser elevada. Esta realidade deve-se, em muito, ao estilo de vida contemporâneo. No mundo atual estamos constantemente sujeitos a elevados níveis de stress e de ansiedade e as mulheres não são exceção, pois muitas vezes vão acumulando funções profissionais e de gestão familiar. Além disso, também os fatores de risco como hipertensão, dislipidemia, diabetes, menopausa, tabagismo, excesso de peso e sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença”, afirma João Brum Silveira, presidente da APIC.

Tal como refere, historicamente, em todo o mundo, o enfarte agudo do miocárdio tem sido considerado uma doença maioritariamente masculina, o que levou a que, “durante muitos anos, as mulheres fossem subdiagnosticadas e tratadas tardiamente”.

“Nos últimos anos, têm sido feitos esforços no sentido de consciencializar a população em geral e os profissionais de saúde, para que se reconheça e se trate de forma célere o enfarte na população feminina. O subdiagnóstico nas mulheres poderá ocorrer devido à maior dificuldade que as mulheres reportam em identificar os sintomas, uma vez que, muitas vezes, ou não sentem uma dor tão intensa ou são capazes de a suportar por mais tempo”, explica Pedro Farto Abreu, coordenador nacional da campanha “Cada Segundo Conta”, em que se insere esta ação.

Apesar disto, e de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2018, registaram-se 4.620 mortes totais por enfarte agudo do miocárdio, que atingiram, maioritariamente homens, com uma relação de 136,2 óbitos de homens por 100 de mulheres. A idade média do óbito para as mulheres situou-se nos 81,4 anos.

Os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), desenvolvido pela APIC, indicam que, em 2020, foram realizadas 3.817 angioplastias primárias para o tratamento do enfarte agudo do miocárdio, um aumento de 2,5 por cento, face ao ano anterior. Cerca de um quarto dos doentes tratados foram mulheres com uma média de idade de 68 anos, com um índice de massa corporal médio de 29,5, 26 por cento das quais fumadoras.

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não ignore estes sintomas. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas.

A ação “O enfarte também é feminino” está inserida na Campanha “Cada Segundo Conta”, promovida pela APIC, que tem como objetivos promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt.

Opções de tratamento
A Associação Portuguesa de Bioindústria (P-BIO) organizou no passado dia 26 de fevereiro a sessão "Inovação Terapêutica...

Atualmente, os dados apontam para que, em todo o mundo, 400 milhões de pessoas tenham doenças raras, sendo que 80% das doenças raras têm origem genética identificada e 50% dos novos casos são diagnosticados em crianças. Dos cerca de 7 000 tipos de doenças raras que existem, apenas 5% têm tratamento disponível. Em Portugal, estima-se que existam entre 600.000 e 800.000 pessoas com doenças raras.

Martin Schulz (Senior Director da Gene Therapy Platform, Pfizer Rare Disease Global Medical Affairs) abriu a sessão e abordou a terapêutica genética, explicando que se trata de uma nova geração de medicamentos em que um gene funcional é entregue a um problema específico no organismo para produzir uma proteína em falta ou que não funciona. Esta inovação terapêutica poderá ser aplicada a diversas patologias atualmente sem tratamento e apresenta um grande potencial de benefícios transformativos a longo prazo, tais como redução da carga da doença, melhorias na qualidade da vida e, potencialmente, o aumento da esperança de vida.

No entanto, a terapia genética não é uma opção de tratamento apropriada para todos os doentes, sendo que a elegibilidade depende de vários fatores. Os resultados podem também ser variáveis e é necessário um acompanhamento a longo prazo, além de a durabilidade dos efeitos clínicos ainda estar a ser testada. Em alguns casos, a terapêutica é aplicada apenas uma única vez e a doença genética pode continuar a ser transmitida à descendência. No entanto, Martin Schulz realça que sente que “estamos numa nova era da medicina”.

O debate, moderado por Maria do Céu Machado, anterior Presidente do Infarmed, reuniu vários oradores, que abordaram as doenças raras a partir de diferentes perspetivas. Do lado do diagnóstico laboratorial, Sandra Alves (Investigadora no Departamento de Genética Humana do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge - INSA) abordou o desenvolvimento de abordagens terapêuticas de RNA em doenças lisossomais de sobrecarga, enquanto Margarida Menezes Ferreira (Quality Expert for Advanced Therapy Medicinal Products and other Biological Medicinal Products) falou sobre a perspetiva europeia relativamente à aprovação destas terapias. Cristina Garrido (Neuropediatra do Centro Hospitalar do Porto) apresentou a perspetiva clínica, afirmando que “é necessário gerir expectativas sobre a terapia genética”, sendo essencial o diagnóstico precoce para uma ação mais rápida e eficaz. Já Joaquim Brites (Presidente da Associação Portuguesa de Neuromusculares) falou a partir da perspetiva dos doentes e cuidadores, referindo que as associações de doentes terão ainda um papel mais importante no futuro, em aspetos como a criação de projetos de investigação, implementação de centros de diagnóstico, rastreamento de doenças, bem como o “reforço da necessidade de implementação de centros de referência que, lamentavelmente, para os doentes neuromusculares, ainda não existem em Portugal”.

A sessão “Inovação Terapêutica nas Doenças Raras” foi a primeira do ciclo BIOMEET Sessions 2021. Esta é uma iniciativa organizada pela P-BIO, que irá promover sessões de temáticas relacionadas com a Biotecnologia e as Ciências da Vida ao longo do ano.

 

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