Iniciativa financiada pela Comissão Europeia
O Conselho Geral de Farmacêuticos de Espanha, a Ordem dos Farmacêuticos em França, a Associação Nacional das Farmácias e a...

O projeto, financiado pela Comissão Europeia através do programa da Saúde Europeia Digital, foi baseado no Centro de Informação sobre Medicamentos (CISMED), um sistema implementado nas farmácias espanholas e desenvolvido pelo Conselho Geral de Farmacêuticos de Espanha.

O objetivo desta iniciativa, que decorreu durante o ano de 2020, é explorar a utilidade da partilha de informação comparável sobre indisponibilidades ao nível supranacional, de modo a ultrapassar vários desafios, como a ausência de uma identificação unívoca e harmonizada de medicamentos na Europa, a inexistência de um protocolo comum de reporte, bem como as diferentes definições nacionais de indisponibilidades de medicamentos, que, por norma, não incluem parâmetros para quantificar a gravidade do problema. 

Jesus Aguilar, presidente do Conselho Geral de Farmacêuticos de Espanha, chama atenção para o facto de "após doze meses de trabalho, e em tempo de pandemia, tornou-se claro que a troca de informação entre organizações farmacêuticas destes países, gera conhecimento valioso para as autoridades de saúde”. Adicionalmente, Jesus Aguilar acrescenta que os resultados revelaram “que a informação gerada pelas farmácias tem enorme potencial para a deteção atempada de problemas de fornecimento de medicamentos e facilita uma cooperação internacional efetiva que mitigue o seu impacto. Estamos convencidos que este projeto irá contribuir de forma significativa para o futuro Sistema Europeu de Deteção e Notificação de Indisponibilidades”.

O projeto conclui que os sistemas de reporte das farmácias são essenciais para antecipar problemas no fornecimento de medicamentos. Adicionalmente, é aconselhado que estes sistemas incluam uma funcionalidade de reporte automático e em tempo real das farmácias, o que facilita uma ação mais atempada e efetiva. Para diminuir as diferenças na designação de medicamentos, propõe-se a utilização de uma denominação internacional comum e estandardizada, como a SNOMED CT, de forma a trocar informação comparável.

Indisponibilidades e a pandemia

A informação partilhada, durante o ano de 2020, pelas farmácias dos quatro países participantes tornou possível analisar o problema das indisponibilidades de medicamentos em dois pontos no tempo. Em novembro de 2019, salientam-se os problemas no fornecimento de medicamentos para o sistema nervoso, cardiovasculares, do trato alimentar, obstrução do sistema respiratório e oftalmológicos.

Em maio de 2020, já em plena pandemia, os dados apontam para algumas semelhanças e diferenças entre os países. Os medicamentos para o sistema nervoso registaram o maior número de indisponibilidades em todos os países, especialmente os antidepressivos e ansiolíticos em Portugal e Espanha. No caso dos medicamentos para o sistema respiratório, mostraram um comportamento diferente, potencialmente devido às diferentes medidas tomadas em cada país. Portugal e Espanha coincidiram na diminuição de indisponibilidades nestes medicamentos, enquanto que, em Itália e França, as indisponibilidades com estes medicamentos aumentaram. O mesmo aconteceu com medicamentos à base de hidroxicloroquina, utilizados durante a pandemia, e que no período analisado apenas apresentaram indisponibilidades em Itália e Espanha.

Com a finalização do projeto, o objetivo dos países participantes é continuar a trabalhar em conjunto para facilitar a implementação técnica de um sistema europeu de troca de informação sobre a indisponibilidade de medicamentos, que seja útil e adicione valor às autoridades, atores da cadeia do medicamento, mas em particular, ao doente. 

 

Revista de Imprensa
De acordo com uma sondagem da Aximage, realizada para o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF, 35% dos portugueses...

Apenas 31% dá nota positiva ao plano e a maioria (54%) recusa que seja dada prioridade à imunização de políticos, sobretudo de presidentes de Câmara e de deputados.

Os idosos são os que mais acreditam na capacidade de o Governo conseguir cumprir o plano de vacinação é maior entre os idosos. Segundo a sondagem 45% dos inquiridos acima dos 50 anos partilha esta opinião. Já as faixas etárias dos 18 aos 49 anos, são as que apresentam mais dúvidas.

Na Grande Lisboa, é entre os eleitores do PS (60%) e da CDU (55%), que a confiança no Executivo de António Costa se mantém alta. Nas regiões do Centro e do Sul e ilhas e entre os simpatizantes de Iniciativa Liberal, Chega e Bloco de Esquerda a descrença é maior.

Em dezembro, antes do arranque da imunização, 38% dos inquiridos manifestava confiança no Executivo PS conseguir executar o plano, dois meses depois tudo se inverteu: 43% têm pouca confiança e só 28% continuam a acreditar no respeito das metas.

 

INSA
De acordo com um estudo do INSA, o novo coronavírus, detetado em Portugal a 2 de março de 2020, já circulava no país desde...

Segundo o estudo, pelo menos 277 pessoas infetadas com SARS-CoV-2 oriundas de 36 países entraram em Portugal até 31 de março de 2020, sendo a maioria do Reino Unido, Espanha, França, Itália e Suíça,

E apesar dos primeiros casos de covid-19 notificados em Portugal reportarem a 2 de março de 2020, terão existido potenciais introduções ainda no final de janeiro, tendo a maioria ocorrido a partir da última semana de fevereiro, numa “transmissão comunitária que já estava a decorrer de forma silenciosa”, conclui este trabalho de investigação.

Estes dados fazem parte de “um trabalho extenso do estudo da diversidade genética do novo coronavírus” que o INSA está a realizar desde o início da pandemia, tendo como um dos principais objetivos identificar as principais introduções do vírus no país, nomeadamente os países que terão contribuído mais para essa situação, explicou em entrevista Joana Isidro, do Núcleo de Bioinformática do Departamento de Doenças Infeciosas.

“Em março de 2020, houve um enorme esforço, conjuntamente com múltiplos laboratórios e hospitais, para conseguirmos recolher amostras e obter a informação genética dos vírus que circularam nessa fase inicial da pandemia e isso fez com que fôssemos um dos países [o quinto do mundo] que conseguiu recolher mais informação a nível da informação genética do novo coronavírus” nessa fase da epidemia, adiantou Joana Isidro.

O investigador Vítor Borges acrescentou que foram analisadas 1.275 amostras de vírus colhidas em Portugal até ao final de março, representando 15,5% dos casos confirmados nesse período.

Com estas sequências conseguiu-se prever, com base na singularidade genética e com o historial de viagem associado aos pacientes de onde essas amostras foram colhidas, que houve pelo menos 277 introduções independentes do vírus em Portugal até 31 de março provenientes de “múltiplos países”, como os Emirados Árabes Unidos, Argentina, Brasil, Grécia, Países Baixos, Andorra e Islândia.

De acordo com os investigadores, o país que terá contribuído com o maior número de introduções foi o Reino Unido, seguido da França, Espanha e Itália.

“Cada uma destas introduções teve um impacto diferente. Houve introduções que tiveram cadeias de transmissão muito limitadas e causaram poucos casos, enquanto houve outras que causaram muitos casos”, referiu Vítor Borges, citado pelo Sapo 24.

No entanto, e apesar de Itália ter tido muito menos introduções do que o Reino Unido, foi o país que teve mais peso na transmissão comunitária em Portugal.

Os investigadores estimam que um contágio ocorrido na região da Lombardia por volta do dia 21 de fevereiro tenha originado cerca de 4.000 casos de covid-19 em Portugal, dispersados por 44 municípios de 11 distritos, quase exclusivamente na Região Norte e Centro.

Presidente da Associação Portuguesa de Bioética
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética (APB), Rui Nunes, teme que a criação de um certificado de vacinação para a...

Fazer depender a autorização de viagem de os cidadãos estarem vacinados contra a COVID-19, assevera Rui Nunes, “levanta sérias questões éticas e legais que devem ser consideradas pelas autoridades antes da sua implementação”. “A decisão de um cidadão se vacinar não depende da vontade de cada um, mas sim dos planos delineados por cada Governo e que, como é sabido, variam de país para país”, frisa o especialista em bioética. Este “ranking social” implementado noutros países a Oriente, sustenta, é, por razões óbvias, contrário à tradição europeia de defesa dos direitos humanos.

Rui Nunes defende em alternativa um reforço da prevenção da transmissão através da literacia em saúde e de medidas de higiene social. E de um aumento da testagem, seja através dos testes PCR, seja através dos testes serológicos. Sem deixar de ter em conta todas as limitações inerentes aos mesmos.

O presidente da APB compreende a necessidade de retomar o desenvolvimento económico, por exemplo restabelecendo o tráfego aéreo, por motivos de turismo ou por razões profissionais e empresariais. E que essa reabertura justifica medidas inovadoras que num contexto pré-pandémico seriam impensáveis. Contudo, sublinha, “devem existir alternativas eficazes a este Passaporte COVID, como por exemplo a testagem rápida e efetiva a todos aqueles que, querendo viajar, não tiveram oportunidade de ser vacinados”.

Rui Nunes teme que a criação de um certificado dentro destas condições facilmente leve à tentação de passar a exigir a apresentação do mesmo não só para viajar, como também para aceder a espaços públicos como são os centros comerciais ou as grandes superfícies. Como, aliás, acontece já em algumas partes do mundo. “É inaceitável que as pessoas não vacinadas sejam impedidas de participar nas atividades económicas, sociais ou mesmo culturais e permitir que tal possa ser aplicado no território europeu representa um sério revés aos pilares da União Europeia, à livre circulação e à igualdade de oportunidades para todos os nossos concidadãos”, acrescenta.

A implementação generalizada do Passaporte COVID-19, conclui Rui Nunes, pode “originar inaceitáveis situações de discriminação injusta e de restrição artificial de direitos básicos de cidadania, incluindo violações de privacidade, e o acesso não autorizado a dados pessoais”. E se esta pandemia veio confirmar que existem bens públicos globais e que a comunidade internacional deve mobilizar-se para assegurar um desenvolvimento comum e sustentável, “então deve fazê-lo em conformidade com as conquistas civilizacionais que são a marca genética das sociedades livres”.

The Brain Prize Meeting 2021
De 1 a 4 de março decorre a conferência online The Brain Prize Meeting 2021, desenvolvido pela Fundação Lundbeck, aberta a...

Esta iniciativa, que está na vanguarda da investigação em neurociências, reúne prestigiados investigadores mundiais, das mais reconhecidas universidades e laboratórios, que discutem as mais recentes novidades sobre a investigação em neurociências e suas implicações nas doenças neurológicas e psiquiátricas - como estas funcionam, como se diagnosticam e novas abordagens científicas para o seu tratamento.

“As doenças mentais e do cérebro são muito frequentes na população e podem causar grande incapacidade na vida profissional, pessoal e social dos doentes. Algumas das doenças que têm mais impacto na população são, por exemplo, a depressão, as demências e perturbações cognitivas, as cefaleias e enxaquecas, a esquizofrenia, a doença de Parkinson e a epilepsia. É, por isso, muito importante que seja discutido o que há de novo e se proporcionem investimentos na investigação e desenvolvimento inovadores sobre estas doenças. Só a constante procura e partilha de mais conhecimento poderá ajudar os médicos a encontrar novas formas de tratamento que podem representar uma esperança nas pessoas que vivem com doenças neurológicas e psiquiátricas.” refere o psiquiatra Gustavo Jesus.

O Brain Prize Meeting decorre em sessões online durante as tardes de 1-4 de Março, com os seguintes temas:  “A epigenética e a regulação da expressão do gene nas doenças do neurodesenvolvimento”, “A genética, genómica e identificação de mutações”, “As disfunções neuronais nas doenças do neurodesenvolvimento” e “Diagnóstico e tratamento das doenças do neurodesenvolvimento”., Este encontro científico termina com comunicações dos vencedores do Brain Prize de 2020 e encerra com o anúncio do(s) vencedor(es) da edição de 2021.

O Brain Prize 2020 foi atribuído aos investigadores Huda Zoghbi e Adrian Bird pelo seu trabalho pioneiro sobre a Síndrome de Rett. A sua investigação estabeleceu a importância da regulação epigenética no desenvolvimento do cérebro e na manutenção da função normal do cérebro adulto. Esta investigação permitiu apontar para novas oportunidades no tratamento desta e de outras perturbações do neurodesenvolvimento.

As inscrições para o evento estão abertas e podem ser realizadas aqui.

 

 

Principais desafios
Além de raros, os Linfomas Cutâneos “são de diagnóstico por vezes difícil, sendo necessária uma estr

Os linfomas cutâneos são um tipo de linfoma não-Hodgkin que afeta a pele sem evidência de alterações em outros órgãos à altura do diagnóstico. De acordo com o hematologista, Carlos Costa, tratam-se de “uma forma de tumor composto por células que derivam de linfócitos, a grande maioria dos quais – cerca de 80% – tem origem em Linfócitos T”. Embora menos frequentes, estes podem ter também origem em células do tipo B e células NK. “Apesar de serem o segundo tipo mais frequente de linfomas extra-nodais (que não afetam os gânglios linfáticos), são doenças raras, com uma prevalência de cerca de 1 casos por 100.000 habitantes nos países ocidentais (dados da Orphanet, 2020)”, acrescenta o especialista.

As lesões (placas) avermelhadas na pele, muitas vezes com relevo ou comichão e raramente descamativas ou dolorosas são as principais manifestações clínicas da doença. “As lesões podem ter diferentes localizações e variam muito em extensão, e nos casos mais graves podem afetar toda a pele (eritroderma). À medida que a doença vai progredindo podem surgir placas ou úlceras na pele e, nos casos mais avançados, gânglios linfáticos aumentados que se podem palpar no pescoço, nas axilas ou nas virilhas, ou ainda envolvimento de outros órgãos (incluindo a medula óssea)”, explica Carlos Costa.

No entanto, o seu comportamento pode assemelhar-se a outras doenças de pele – “alergias, inflamação, atopia” – o que exige um “um elevado índice de suspeita e o apoio de um anatomopatologista com experiência na área” para o seu diagnóstico. De acordo com o hematologista, é “necessária uma estreita articulação entre as equipas clínicas de hematologistas, dermatologistas e anatomopatologistas” sendo frequente “o uso de diferentes técnicas complementares como a microscopia – para avaliação da morfologia e da imunoquímica celular, citometria de fluxo, genética, e ainda técnicas de imagem médica como a TAC ou a PET” para a classificação destas doenças.

Segundo Carlos Costa, pode ser ainda necessária a articulação com especialistas “de várias instituições para casos menos comuns com apresentações menos típicas ou com necessidade de tratamentos mais específicos”.

O principal desafio ao diagnóstico, revela, “é a distinção de envolvimento nodal ou sistémico primário – ou seja, casos em que a pele tem um envolvimento secundário – sendo que estas doenças têm um comportamento clínico muito diferente e carecem de terapias frequentemente mais agressivas”.

Existindo diversas alternativas terapêuticas é essencial obter o diagnóstico correto, “determinar a extensão da doença e fazer uma avaliação individualizada do risco de cada doente em função de outras doenças que possa ter” para definir o plano de tratamento.  “A primeira abordagem em lesões da pele de extensão limitada pode passar por fazer terapia tópica com corticoides, que apresenta uma elevada taxa de resposta e pode induzir respostas duradouras”, começa por explicar o especialista. No entanto, “caso um linfoma cutâneo se apresente com grandes lesões ou progrida após a primeira abordagem pode-se optar por outros imunossupressores tópicos (incluindo citostáticos), terapia com fotões (UVA, UVB) ou eletrões (incluindo radioterapia) ou, caso a doença afete gânglios linfáticos, fazer imunoterapia sistémica, retinoides e/ou quimioterapia em associação com imunoterapia. A escolha tende a ser feita de forma a maximizar a relação risco benefício e inclui, muitas vezes, a combinação de várias estratégias”.

As imunoterapias dirigidas incluem os anticorpos monoclonais anti-CD20 e anti-CD30 usados em Linfomas B, e T, respetivamente. Nos casos refratários, o alotransplante de células da medula pode ser considerado uma opção, acrescenta.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Parceria
Este acordo tem por objetivo reduzir a disparidade no acesso a tratamentos e dar prioridade às populações e regiões onde a...

Novartis anunciou a formalização de um acordo com a Fundação Bill & Melinda Gates. No âmbito deste acordo, a Fundação disponibilizará um apoio financeiro para a descoberta e desenvolvimento de uma terapia genética in vivo de toma única para o tratamento da doença falciforme. O projeto junta a experiência da Novartis no desenvolvimento de medicamentos e terapia genética com os objetivos de carácter social da Fundação Gates de aumentar o acesso aos cuidados de saúde em contextos com poucos recursos, num esforço para lidar com esta doença genética potencialmente fatal.

“As abordagens de terapia genética disponíveis para a doença falciforme são difíceis de aplicar em grande escala e há muitos entraves para chegar à grande maioria das pessoas afetadas por esta doença incapacitante”, declarou Jay Bradner, hematologista e Presidente do Novartis Institute for BioMedical Research (NIBR). “Este é um desafio que exige uma ação coletiva, e estamos entusiasmados em poder contar com o apoio da Fundação Bill & Melinda Gates para dar resposta a esta necessidade médica global não atendida.”

A doença falciforme é uma doença hereditária do sangue - uma das doenças genéticas identificadas há mais tempo e das mais comuns. A doença afeta milhões em todo o mundo, sendo que todos os anos nascem mais de 300.000 crianças com esta doença. Afeta desproporcionalmente os afrodescendentes, a África Subsaariana representa cerca de 80% da incidência desta doença. Também é comum entre os ascendentes da América do Sul, América Central e Índia, bem como de vários países mediterrâneos, como a Itália e a Turquia.

A doença falciforme é uma doença genética complexa que afeta a estrutura e a função da hemoglobina, reduz a capacidade dos glóbulos vermelhos de transportar oxigênio de forma eficiente e, precocemente, evolui para uma doença venosa crónica. A doença pode levar a episódios agudos de dor identificados como crises de dor falciforme ou crises vaso-oclusivas, bem como a complicações potencialmente fatais. As hospitalizações frequentes associadas à doença falciforme, combinadas com a falta de atendimento especializado, representam um peso significativo para os doentes e as suas famílias, os sistemas de saúde e a economia geral. Mesmo com os melhores cuidados disponíveis atualmente, a doença falciforme continua a causar mortes prematuras e incapacidade.

Embora a causa genética da doença seja conhecida há décadas, só recentemente a comunidade científica desenvolveu as ferramentas para corrigir o gene que está na sua origem. As atuais terapias genéticas em desenvolvimento clínico exigem a extração de células de um doente, a sua modificação em laboratório, para em seguida reintroduzi-las no doente através de um procedimento complexo semelhante a um transplante de medula óssea. Os laboratórios, as unidades de produção e as infraestruturas hospitalares necessárias para tais procedimentos normalmente não existem em zonas onde a doença falciforme é mais prevalente, afastando a grande maioria dos doentes das terapias genéticas que podem mudar a sua vida.

“As terapias genéticas podem ajudar a acabar com a ameaça de doenças como a doença falciforme, mas só se conseguirmos torná-las muito mais acessíveis e práticas em locais com poucos recursos”, salienta Trevor Mundel, presidente de Saúde Global na Fundação Gates. “O que é empolgante neste projeto é o facto de trazer a ambição científica para lidar com o desafio. Trata-se de satisfazer necessidades das pessoas em países de baixo rendimento como um impulsionador do progresso científico e médico, não como uma consequência. Significa também a possibilidade de aplicar as aprendizagens para ajudar a desenvolver opções potencialmente curativas para outras doenças debilitantes que afetam as populações de países com baixo rendimento, como é o caso do VIH”.

28 de fevereiro
Esta ação de sensibilização que decorre nas redes sociais da plataforma Raras e Especiais visa Com o objetivo de dar...

Esta iniciativa convida todos os portugueses a unirem-se e a utilizarem a moldura de Facebook disponível nas redes sociais Raras e Especiais partilhando uma fotografia sua com uma mensagem de esperança e o hashtag #1por600mil, criando uma corrente de sensibilização. Adicionalmente também poderão participar nesta iniciativa através do TikTok copiando e partilhando a dança especialmente desenhada e adaptada a este Dia Mundial das Doenças Raras.

“Na Sanofi Genzyme ao longo dos últimos anos temos um compromisso sério com a ciência e a investigação para disponibilizar tratamentos inovadores que trazem esperança a estes doentes raros mas reais e às suas famílias.  Estamos a desenvolver terapêuticas inovadores com o objetivo de dar resposta a necessidades médicas em mais de 30 doenças raras. Das terapêuticas celulares e genéticas até aos tratamentos da próxima geração. Adicionalmente trabalhamos em conjunto com profissionais de saúde, associações e cuidadores apoiando na sensibilização e partilha de informação para uma melhor gestão das doenças raras e com vista a conseguir um diagnóstico cada vez mais cedo. Raros mas não sós, pois a nossa missão continua a ser inovar como prioridade e alterar para as doenças raras colocando os doentes em primeiro lugar”, partilha Filipa Lupi, Medical Affairs Lead Sanofi Genzyme.

No âmbito deste movimento, decorrerá no dia 27 de fevereiro o webinar “Conversas Raras e Especiais sobre Necessidades Reais”, juntamente com a Associação Portuguesa de Doenças do Lisossoma (APL), a Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN) e a Comissão Instaladora da RD-Portugal. Este webinar será transmitido em bit.ly/conversasraras e Facebook Raras e Especiais e contará com testemunhos de doentes e representantes de Associações de Doentes. 

“Atualmente existem entre 5000 e 8000 doenças raras identificadas e estima-se que 600 mil portugueses são portadores de uma destas doenças, de difícil diagnóstico e que podem trazer grandes desafios não só junto dos doentes e famílias. As principais necessidades dos doentes raros passam pelo conhecimento epidemiológico e investigação das doenças, acesso ao diagnóstico precoce e a cuidados de saúde e tratamento, inclusão social e participação ativa dos doentes e cuidadores.”, explica Paulo Gonçalves, representante da Comissão Instaladora da RD Portugal.

Balanço de atividade
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e os seus parceiros no Sistema Integrado de Emergência Médica realizaram, de...

No mesmo período, foram realizadas 972 colheitas de amostras biológicas para análise à Covid-19 pelas quatro Equipas de Enfermagem de Intervenção Primária do INEM.

De acordo com as normas em vigor, a definição de caso suspeito de Covid-19 diz respeito a qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes.

O INEM lembra que, apesar da diminuição dos números da Covid-19, importa manter presentes as medidas preconizadas pela Direção-Geral da Saúde para travar e prevenir um novo aumento de casos.

Assim, o distanciamento físico, o uso de máscara de proteção, a lavagem frequente e correta das mãos e a adoção de etiqueta respiratória são fundamentais para travar a pandemia.

 

Situação Epidemiológica
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 49 mortes e 1.160 novos casos de infeção por Covid-19. O número de doentes internados...

Segundo o boletim divulgado, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela onde morreram mais pessoas com Covid-19: 28 das 49 mortes registadas em todo o País. Seguem-se as regiões norte com 11 e centro com 5. No Alentejo houve duas mortes a lamentar e no Algarve três.

Quanto aos arquipélagos, não há registo de morte, quer na Madeira que nos Açores, desde o último balanço.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 1.160 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 546 novos casos e a região norte 326. Desde ontem foram diagnosticados mais 137 na região Centro, no Alentejo 22 casos e no Algarve mais 45. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 81 infeções e no dos Açores apenas três.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 2.613 doentes internados, menos 154 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos registaram uma descida, tendo agora menos 31 doentes internados. Atualmente, estão em UCI 536 pessoas.

O boletim desta quinta-feira mostra ainda que, desde ontem, 2.659 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 711.713 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 73.848 casos, menos 1.548 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância também menos 5.708 contactos, estando agora 57.694 pessoas em vigilância.

Comunicado
Em comunicado, o Gabinete do Primeiro Ministro revela que se encontra a circular um documento falso que apresenta um suposto...

Este documento não tem qualquer veracidade, não é da autoria do Governo, nem se baseia em qualquer trabalho preparatório, pelo que às informações constantes do mesmo não deve ser atribuída qualquer credibilidade. Pela desinformação e falsas expectativas que tal documento pode gerar, com o inerente risco para a saúde pública, esta falsificação será objeto de comunicação ao Ministério Público.

Tal como fez no ano passado, o Governo encontra-se a preparar os futuros passos de desconfinamento, que serão dados em devido tempo, em articulação com a estratégia de testagem e o plano de vacinação. No entanto, o Governo considera que é inoportuno proceder nesta fase a qualquer apresentação ou discussão pública sobre o tema. Este não é ainda o momento do desconfinamento. Pelo contrário, tal como referido no projeto de decreto de Sua Excelência o Presidente da República, não é recomendado pelos peritos reduzir ou suspender, neste contexto, as medidas de restrição dos contactos.

Março, Mês Mundial de Consciencialização para a Endometriose
Cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de endometriose, ou seja, aproximadamente um

Dor menstrual (dismenorreia), dor na relação sexual (dispareunia), dor ao evacuar (disquézia) e dor ao urinar (disúria) são os principais sintomas, mas há outras dores associadas como a abdominal ou torácica e cada doente apresenta sintomas e níveis muito distintos de dor. “A endometriose tem um impacto profundo na vida das mulheres. Ao causar dores intensas diminui a qualidade de vida, interfere com a intimidade nos relacionamentos e pode causar depressão e infertilidade. O tempo médio para o diagnóstico é de quatro a onze anos, o que pode protelar o sonho da maternidade”, explica Tatiana Semenova, ginecologista e especialista em fertilidade da Clínica IVI Lisboa. Acrescenta que muitas mulheres demoram a procurar ajuda médica porque a dor, menstrual ou a da intimidade, ainda pode ser um tabu.

De acordo com médica ginecologista, a endometriose consiste na presença do tecido que reveste o útero por dentro (endométrio) fora da sua localização habitual. Os focos de endometriose encontram-se mais frequentemente nos ovários, nas trompas uterinas, nos ligamentos que sustentam o útero e no revestimento da cavidade pélvica ou abdominal. “A queixa mais frequente é dor menstrual ou dor pélvica crónica, mas também podem existir sintomas gastrointestinais ou urinários se os implantes de endometriose invadirem outras estruturas, como o intestino grosso, a bexiga ou o reto”, explica.

A endometriose pode provocar obstrução das trompas, distorção de anatomia pélvica ou formação de quistos ováricos que, em determinadas ocasiões, necessitam de cirurgia, com a consequente perda de tecido ovárico e diminuição da reserva ovárica.

A doença na primeira pessoa

Sara Cardoso Fernandes, 27 anos, conhece bem esta doença silenciosa, diagnosticada em 2018, já casada e a planear ter um filho. “Era uma jovem, sem problemas, que vivia intensamente num mundo cor-de-rosa, rodeada de pessoas maravilhosas e de momentos repletos de alegria e felicidade. Os meus sonhos envolviam um casamento cheio de amor e magia. Adivinhava-se, logicamente, um novo pensamento que consistia na materialização da maior dádiva da vida… ter um filho! Mas, 2018 ficava também marcado pela inversão deste ciclo de felicidade, com o diagnóstico de endometriose”, revela.

Logo nesse ano foi operada duas vezes para excisão de um quisto no ovário esquerdo. No ano passado foi novamente sujeita a uma cirurgia para a excisão de um quisto no ovário direito e de nódulos profundos da endometriose na cavidade pélvica. Em 2019, Sara Cardoso Fernandes recorreu a um hospital privado para engravidar. Nenhum dos três tratamentos foi bem-sucedido.

Os medos, as angústias e a tristeza aumentaram, mas Sara não perdeu a esperança apesar de a doença estar bastante avançada. “Questiono-me como foi possível que em consultas regulares ginecológicas não tivesse sido detetada esta doença?”, desabafa.

A persistência e o apoio de familiares e amigos acabaram por devolver a Sara o sonho da maternidade. No verão de 2020, após consulta na IVI, foi submetida a uma fertilização in vitro, desta vez, com sucesso. Já falta pouco para ser mãe!

A endometriose foi descoberta em 1860 e hoje a sua causa exata é desconhecida. Há vários estudos e teorias, desde as causas genéticas, imunitárias, ambientais.

Fonte: 
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Nota: 
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Opinião
A doença rara (DR) é aquela que tem uma incidência de 1 caso em cada 2000 pessoas.

A carga epidemiológica destas doenças constitui um problema sério para a saúde pública. De elevada complexidade e muitas vezes incapacitantes são um desafio assistencial e para as ciências Biomédicas com necessidades ainda não atingidas a vários níveis.

Atualmente o enquadramento desta subpopulação de pacientes em Portugal está protegida por uma Estratégia Integrada para as Doenças Raras em implementação através de uma abordagem integrada dos Ministérios da Saúde, Segurança Social e Educação, que pretende responder as necessidades sanitárias, sociais e educativas destes doentes.

Do ponto de vista sanitário a espinha dorsal assistencial assenta no estabelecimento de uma Rede de Referenciação (RR) eficaz e da consolidação de Centros de Referência (CR) que prestem cuidados diferenciados, de elevada especialização, dispensa de medicamentos órfãos, capacidade formativa específica de profissionais de saúde, organização de registos e Investigação médica, e integração em redes de conhecimento europeias (ERN – European Reference Network).

Todo este processo está em curso e estão já designados no País CR para 8 áreas de DR pelo Ministério da Saúde (MS). Ainda um número restrito de intervenção, mas que abrange já algumas centenas de DR. Estes CR são necessariamente Unidades Hospitalares Centrais da Carta Hospitalar portuguesa e são constituídos por equipes pluridisciplinares certificadas pelo MS, algumas delas também já integradas em ERN.

A estratégia organizativa de uma Rede de referenciação beneficia já de Normas de referenciação estabelecidas pela Direção Geral da Saúde (DGS) para vários CR que estão publicadas e em divulgação nos serviços de saúde, desde os cuidados primários.

Na outra face desta estratégia estão os cuidados de proximidade, a articulação adequada com os cuidados primários, o desenvolvimento da hospitalização e terapêuticas domiciliárias, a prestação de cuidados continuados apropriados a estas patologias.

Os apoios ao cuidador, o empoderamento do doente no processo da decisão clínico-terapêutica e a literacia sanitária da população, a colaboração do doente na investigação clínica e farmacológica são áreas em que as Associações de Doentes desempenham um papel fundamental sendo fulcral o seu empenho em todo o processo assistencial.

Foram estabelecidos pela Comissão Europeia e IRDIRC (Consórcio Internacional de caracter mundial para as DR) que até 2020 se conseguissem testes de diagnóstico para grande parte das DR conhecidas – atualmente já possível para cerca de 3.600, e terapêutica específica para 200 DR – objetivos que foram atingidos. Até 2027 pretende-se o diagnóstico no espaço de 1 ano para a totalidade das DR que estiverem descritas e

terapêuticas para 1000 DR.

Considerando-se a saúde como um estado de pleno bem-estar para além da ausência de doença, as políticas de apoio social quer nos suportes económicos, integração socioprofissional e emprego, quer no reconhecimento do estatuto de cuidador informal são pedras basilares na estratégia de apoio a doentes e famílias. É também fundamental atender a necessidades de integração escolar e ensino especial assim como de ocupação de tempos livres, particularmente para as camadas mais jovens.

Numa época de Pandemia em que o acesso aos cuidados de saúde atravessa dificuldades verificaram-se atrasos nas consultas, procedimentos, exames complementares e até na dispensa de terapêuticas. Foi necessário readaptar a orgânica de Hospitais de dia e recurso á telemedicina para repor eficácia na prestação de cuidados. O NEDR/SPMI publicou um Guia informativo para Pessoas com Doença Rara e seus Cuidadores – COVID 19, e recomenda-se que os portadores de doença rara com deficiência significativa, sejam considerados grupo prioritário para a vacinação em curso.

Numa época de evolução das ciências biomédicas, em que a Medicina de precisão, personalizada, centrada no doente em todas as suas vertentes biopsicossociais, em que a relação médico – doente, associada a uma extraordinária evolução tecnológica da intervenção biomédica, volta a ser pedra angular no sucesso dos cuidados de saúde, a posição da medicina interna gestora do doente e da utilização criteriosa dos meios complementares e terapêuticos detém enorme responsabilidade na prestação dos cuidados de saúde, incluído na área das Doenças Raras.


Luís Brito Avô - Internista do Hospital de Santa Maria e membro da equipe do Centro de Referência de Doenças Hereditárias Metabólicas;
Coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Raras da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo reforça a importância da realização de testes genéticos para um diagnóstico correto
No âmbito do Dia Mundial das Doenças Raras, que se assinala a 28 de fevereiro, a Associação Protectora dos Diabéticos de...

Segundo um estudo recentemente publicado no jornal Diabetes Research and Clinical Practice e que teve como objetivo identificar casos de diabetes monogénica em jovens adultos de 11 países do Mediterrâneo, é extremamente importante fazer o diagnóstico correto, através de testes genéticos,  para que seja proporcionado o tratamento mais adequado ao tipo de diabetes, especialmente para as formas mais raras.   O estudo foi desenvolvido por 30 especialistas da área da diabetes, entre os quais João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.  

“A diabetes tipo MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young) é um tipo de diabetes rara, de causa genética, que inclui vários subtipos com manifestações clínicas diferentes. Apresenta-se em idade jovem, geralmente antes dos 35 anos e resulta na mutação de um único gene. Desta forma, se um dos pais tiver a mutação, há 50% de probabilidade de que os filhos também a tenham. Isto significa que se uma pessoa for diagnosticada, é provável que existam outros membros da família com este tipo de diabetes e que não o saibam”, explica João Filipe Raposo. 

Estima-se que esta forma rara de diabetes seja responsável por 2 a 5% dos casos de diabetes na Europa. No entanto, é frequentemente diagnosticada como diabetes tipo 1 ou 2, de forma equivoca, o que significa que a sua prevalência real deverá ser superior à estimativa. Para a identificar, um dos grandes trunfos são os testes genéticos. 

“Este estudo, com uma amostra geograficamente diversificada, é mais uma prova da necessidade e relevância da realização de estudos genéticos em pessoas que possam ter diabetes monogénica, de forma a identificar o tipo de mutação, personalizando e adaptando o tratamento às necessidades da pessoa, evitando tratamentos desnecessários e permitindo avaliar o risco de ter descendentes com MODY”, acrescenta João Filipe Raposo. 

O estudo conduzido baseou-se na sequenciação do exoma em 204 pessoas com diabetes (12 portugueses) não relacionados e cuja média de idades do diagnóstico foi de 26,1 anos. De todos os participantes, 17,6% tiveram um diagnóstico genético de diabetes mellitus, sendo que esta taxa diferiu significativamente de país para país. As maiores taxas foram observadas na Grécia (40%), Argélia (30%) e em França (27,8%). Já as mais baixas foram registadas na Tunísia (8%) e na Turquia (12%).  

A APDP integra a Entidade Agregadora de Associações de Doenças Raras, que este ano assinala o Dia Internacional das Doenças Raras (28 de fevereiro) com a realização de vários eventos online. Saiba mais em www.raras.pt  

 

Nova tecnologia que permite a integração da graduação à centésima
A tecnologia AVA – Acuidade Visual Avançada – que integra a graduação à centésima de dioptria (0,01 dioptrias) nas lentes...

A tecnologia AVA é o resultado de cinco anos de investigação e desenvolvimento, em que foram analisados mais de 100.000 parâmetros de visão, nos laboratórios de investigação e desenvolvimento da Essilor.

A tecnologia presente no Vision R 800 veio substituir a tradicional técnica de prescrição de lentes oftálmicas, permitindo avaliar a prescrição em intervalos de 0,01 dioptrias em vez de 0,25 dioptrias. Ou seja, utilizando lentes de variação contínua, permite avaliar a prescrição necessária em cada olho com mais rigor, à centésima, garantindo maior precisão na definição da graduação. Atualmente, é possível integrar esta prescrição mais rigorosa no cálculo e fabricação de lentes oftálmicas dando origem às lentes AVA, proporcionando aos utilizadores a mais avançada experiência visual.

Com este sistema de graduação, cada a lente oftálmica é mais precisa e naturalmente mais confortável para o utilizador, com melhor adaptação às novas lentes, mais acuidade visual e melhor qualidade de vida.

Criado em França em 1987, o Produto do Ano é atribuído em mais de 40 países e visa distinguir produtos candidatos, em categorias específicas, que tenham menos de 18 meses de existência no mercado. Em Portugal, o prémio é suportado na votação de três mil consumidores, recrutados pela empresa Netsonda de forma independente e representativa da população nacional.

 

Imunoterapia
O INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. aprovou o financiamento e utilização pelos hospitais...

Trata-se de uma imunoterapia com células T autólogas modificadas, que se ligam às células que expressem o CD19 (células tumorais e células B normais). É um tratamento personalizado que utiliza o sistema imunitário do próprio doente para atingir as células tumorais. Na terapia celular CAR T, as células T são recolhidas do doente via aferese e geneticamente modificadas para que possam reconhecer e responder ao antigénio CD-19. Após a interação das células CAR-T anti-CD19 com as células-alvo que expressem o CD19, ocorre apoptose e necrose das células-alvo2.

O LDGCB é a forma mais comum de Linfoma Não-Hodgkin e é responsável por aproximadamente 30% dos casos recentemente diagnosticados. Com base nas taxas de diagnóstico anteriores, estima-se que em 2019 tenham sido diagnosticados mais de 28.000 novos casos de LDGCB na Europa. No ano de 2010 foram diagnosticados em Portugal 1812 novos casos de linfoma, a que corresponderão aproximadamente 630 casos de linfomas difusos de grandes células. O prognóstico para doentes adultos em recidiva ou refratários é limitado, com uma sobrevivência global mediana de cerca de seis meses.

A aprovação deste medicamento em Portugal significa que estes doentes têm agora uma opção de tratamento pioneira muito necessária, que oferece uma forma importante e inovadora de tratar estes tipos de doenças hemato-oncológicas.” afirmou Cláudia Delgado, Diretora Médica da Gilead Sciences em Portugal.

Esta aprovação é suportada por dados do ensaio ZUMA-1 com Axicabtagene Ciloleucel em doentes adultos com linfoma não-Hodgkin (NHL) de células B agressivo refratário ou recidivante. Os dados mais recentes deste estudo apresentados na reunião da Sociedade Americana de Hematologia (ASH) em 2020 demostraram que entre os doentes com LDGCB, LGCBPM ou LDGCB resultante de linfoma folicular tratados com este medicamento (n=101) com um seguimento mínimo de quatro anos após uma única administração (seguimento mediano de 51,1 meses), a estimativa Kaplan-Meier da taxa de sobrevivência global (OS) a quatro anos foi de 44% 8.

“A recente aprovação de financiamento pelo Estado português da terapia celular com CAR T no tratamento do Linfoma Não-Hodgkin difuso de grandes células B e primário do mediastino, constitui um passo fundamental na afirmação desta terapêutica em Portugal. Agiliza o processo e reduz os tempos de espera a que os mecanismos dependentes de autorização especial obrigam, permitindo que mais doentes possam ter acesso, em tempo útil, a esta terapêutica inovadora. Em tempos de pandemia, esta é uma boa notícia que deve ser devidamente assinalada.” comentou Mário Mariz, Diretor de serviço de Hematologia do IPO do Porto.

“A aprovação da terapia celular com células CAR T, incluindo o produto Yescarta, por parte das autoridades regulamentares em Portugal é um acontecimento significativo para os médicos envolvidos no tratamento dos linfomas B agressivos abrangidos pela indicação, e mais ainda para os doentes com este diagnóstico que falham pelo menos duas linhas de tratamento. As perspetivas de tratamento eficaz nesta população de doentes são limitadas e a oportunidade de utilizar uma estratégia com taxa elevada de resposta e uma fração de respostas completas e estáveis melhora claramente o seu prognóstico. É tempo agora de nos organizarmos, enquanto comunidade hematológica, por forma a proporcionar atempadamente a todos os doentes que beneficiem de terapia celular a oportunidade de a receberem nas condições mais favoráveis.” referiu Maria Gomes da Silva, Diretora de serviço de Hematologia do IPO de Lisboa.

Testar regras de segurança
Os organizadores de festivais de música e a Direção-Geral da Saúde (DGS) vão promover a realização de alguns “eventos-piloto”...

À partida, o Campo Pequeno, em Lisboa, e o Pavilhão Rosa Mota, no Porto, serão os espaços escolhidos para a realização destas experiências. Para que possam entrar no evento, os visitantes terão de realizar um teste rápido à Covid-19 até 72 horas antes do evento, tendo de o repetir à entrada para o recinto.

Após o evento, onde os participantes terão obrigatoriamente de recorrer ao uso de máscara, estes terão de fazer, 14 dias depois, um novo teste à Covid-19, bem como responder a um questionário. Espera-se que sejam realizadas várias experiências com diferentes condições, testando-se, por exemplo, o recurso aos testes à saliva ou por via da zaragatoa.

 

Cirurgia Estética
Nos últimos anos tem-se assistido a uma procura crescente de procedimentos cirúrgicos estéticos.

O lifting das coxas internas é atualmente requisitado por pacientes que sofreram perdas de peso pós emagrecimento ou pós cirurgias bariáticas e, também por aqueles que após a menopausa ou andropausa começam a notar as alterações do envelhecimento cutâneo com flacidez e excesso de pele na face interna das pernas.

O lifting das coxas é realizado nas coxas internas uma vez que o tecido conjuntivo da face interna das pernas é mais laxo que o tecido da face externa pelo que as alterações do contorno são mais evidentes na face interna das coxas e, assim, irá condicionar as futuras cicatrizes.

Estes pacientes referem desconforto com a marcha, incapacidade de usar roupa justa bem como prurido vulgarmente dito de assadura na face interna das coxas e virilhas.

Os primeiros procedimentos efetuados consistiam numa incisão elítica transversal na face interna das virilhas cujo comprimento vai desde o púbis até à prega perianal. Dado o alargamento das cicatrizes, deformação vulvar além da excisão elítica foi associada também a suspensão dos tecidos inferiores da coxa à fáscia aponevrótica da virilha designada de fáscia de Colles. Sempre que existe flacidez de toda a coxa deverá ser realizada, em simultâneo com a excisão transversal na virilha, uma excisão elítica vertical desde a virilha até à face interna do joelho. O tamanho da cicatriz será tanto maior ou menor dependente da flacidez cutânea da coxa. Na maioria dos casos é necessário associar lipoaspiração para melhorar o contorno.

Muito pacientes consideram que o lifting das coxas é uma técnica simples que consiste apenas na remoção de pele. Na perspetiva do cirurgião plástico trata-se de uma técnica cirúrgica laboriosa demorando cerca de 3h e que exige um perfeito conhecimento da anatomia do membro inferior de modo a evitar comprometer a circulação sanguínea a e linfática da coxa; as marcações cirúrgicas são minuciosamente realizadas de modo a que se tornem praticamente invisíveis; preferencialmente os pontos são reabsorvíveis pelo que não é necessário a sua remoção.

No pós-operatório são aconselhadas meias de compressão durante 1 mês de modo a minimizar o edema, sendo necessário evitar o exercício físico durante 2 a 3 meses.

Nas complicações mais frequentes falamos das cicatrizes, pois estas dependem da qualidade e textura da pele e de um pós-operatório correto. É aconselhado um peso estável sempre que se realize um procedimento estético de modo a evitar alterações ao resultado da cirurgia.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde materna e infantil em discussão
Amanhã, dia 25 de fevereiro, entre as 15:00 às 16:30 (hora de Portugal), realiza-se a conferência virtual “Together for Mother...

Todos os dias, mais de 800 mulheres morrem de causas relacionadas com a gravidez ou com o parto. Mais 6.500 recém-nascidos morrem diariamente - a maioria de causas que são evitáveis ou tratáveis.

A pandemia Covid-19 provocou grandes perturbações nos serviços de saúde que estão a agravar estes riscos. As campanhas de vacinação que salvam vidas foram adiadas, os profissionais de saúde foram recolocados e, em alguns locais, os centros de saúde e os serviços fecharam as portas. Os impactos financeiros estão também a dificultar a sustentação de cuidados de saúde de qualidade por parte dos países.

“É necessária uma resposta urgente. As parcerias e a solidariedade serão cruciais”, escreve a organização da Conferência.

Em todo o mundo, estão em curso esforços para melhorar a saúde das mulheres e das crianças, através de vacinas e medicamentos que salvam vidas, reforço do acesso aos serviços médicos e formação dos principais profissionais de saúde. O trabalho inovador para a erradicação da poliomielite viu o número de casos de poliomielite diminuir 99,9% desde 1988, salvando mais de 1,5 milhões de vidas e 16 milhões de crianças de paralisia devastadora.

Com oradores da Rotary International, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e muito mais, este evento virtual explorará iniciativas e ações necessárias para ajudar a melhorar a saúde das mulheres e crianças durante e além da pandemia Covid-19.

Para assistir, basta fazer o registo na plataforma: https://who.zoom.us/webinar/register/WN_qvRHJJs-RgCbdynUpp1YcA.

ARS Centro
O número de internamentos de doentes com Covid-19, nos hospitais da região Centro, continua a baixar em bom ritmo, de acordo...

Às 23h59 de terça-feira, estavam internados em enfermaria 534 pessoas, menos 108 do que no domingo, e 105 internados em unidades de cuidados intensivos, menos 14.

Segundo a Administração Regional de Saúde do Centro, as taxas de ocupação em enfermaria e unidades de cuidados intensivos para doentes covid-19 são agora de 53% e 61%, respetivamente.

Relativamente a domingo, regista-se uma quebra acentuada nos internamentos em enfermaria, que baixaram de 61% para 53%.

Já o número de internamentos nos cuidados intensivos desce a um ritmo mais lento, tendo passado de 67% no domingo para 61% na terça-feira.

Aquele organismo de gestão descentralizada do Ministério da Saúde adiantou ainda que foram emitidas 53 altas médicas e registados seis óbitos em ambiente hospitalar.

Nas unidades do setor social, privado, militar e estruturas de apoio de retaguarda estavam na terça-feira 32 doentes com covid-19 e 65 com outras patologias.

A ARS dá ainda conta que foi desativado a Estrutura de Apoio de Retaguarda do Centro de Saúde Militar de Coimbra.

 

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