Análise de dados
O valor de mercado global para a anestesia e dispositivos respiratórios deverá crescer para 20 mil milhões de dólares em 2025,...

Kevin Dang, Analista de Dados Médicos da GlobalData, comenta: "O mercado da anestesia e dos dispositivos respiratórios registou um crescimento anormal em 2020 devido à procura de ventiladores impulsionados pela pandemia COVID-19. Em 2020, o mercado global de cuidados críticos e ventiladores de transportes aumentou mais de 300%, o que fala do súbito aumento da procura de tratamento de doentes com COVID-19. No entanto, como o aumento do mercado de ventilação foi relativamente curto, a procura de mercado para a maioria dos modelos de ventilação voltou à normalidade no final de 2020. A GlobalData espera que o mercado diminua ainda mais quando a pandemia estiver sob controlo, no entanto, o aumento das recentes autorizações de 510 k para vários dispositivos neste setor proporcionará uma nova via de crescimento nos próximos anos."

Recentemente, tem havido um número notável de dispositivos médicos neste sector que receberam autorizações de FDA 510 k. Uma empresa notável é a Fisher & Paykel, que recebeu autorização para a sua Gama de Máscaras Visairo NIV em abril, um ventilador contínuo não invasivo. Isto aconteceu apenas um mês depois de a empresa ter obtido autorização para a F&P Optiflow Nasal Oxygen Cannula com amostragem de CO2, usada para entregar oxigénio nasally ao paciente.

Outras empresas que receberam 510(k) autorizações nas últimas semanas incluem Shenzhen Hexin Zondan Medical Equipment (Pulse Oximeter), Maquet Holding (SERVO-U Ventilator System), Parker Hannifin (Nitronox 0-50, Nitronox Plus 0-70, Nitronox Plus 50/50), Invacare (Platinum 5NXG Oxygen Concentrator), RespiNova (PulseHaler), Shenzhen Mindray Bio-Medical Electronics (A9 Anesthesia System, A8 Anesthesia System).

Dang conclui: "Estas novas aprovações vão criar uma oportunidade para que produtos mais inovadores entrem no mercado, o que estimulará mais investimentos nos próximos anos e proporcionará um crescimento estável para o mercado da anestesia e dispositivos respiratórios."

APIC tem nova direção
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) elegeu o cardiologista Eduardo Infante de Oliveira como presidente...

A nova direção é ainda constituída pelos cardiologistas de intervenção Rita Calé Theotónio (Secretária-Geral) e Bruno Melica (Tesoureiro). A mesa da Assembleia-Geral é presidida por Pedro de Araújo Gonçalves, tendo como vogais Joana Delgado Silva e Carlos Braga.

O objetivo da nova direção é manter a dinâmica e a qualidade da atuação desta Associação, reforçando os projetos de valorização da cardiologia de intervenção e renovando a colaboração com as associações congéneres e sociedades científicas.

“A APIC desempenha hoje um determinante papel no desenvolvimento das novas gerações de cardiologistas de intervenção, na formação contínua de toda a comunidade associada, na realização de campanhas promotoras de literacia para a saúde cardiovascular, no estímulo à investigação e produção científica, na manutenção e proteção dos registos nacionais de cardiologia de intervenção e na representação junto da tutela e dos decisores políticos na defesa da acessibilidade dos doentes aos melhores e mais adequados tratamentos.”, defende Eduardo Infante de Oliveira, presidente da APIC.

A promoção do regresso à normalidade será uma prioridade, quer nas reuniões e formações dos profissionais, quer na educação dos jovens cardiologistas, mas sobretudo na sensibilização dos utentes para a necessidade do regresso aos cuidados em ambiente hospitalar, com confiança e evitando os riscos de mais adiamentos.

“O esforço e a visão de sucessivas Direções, aliadas a uma comunidade empenhada e participante, construíram uma associação consistente, eficaz e moderna. Pretendemos honrar este legado, continuando e renovando projetos, mantendo princípios e valores. Contando com o inestimável contributo de associados e parceiros, juntos faremos a APIC crescer.”, acrescenta Eduardo Infante de Oliveira.

Um em cada quatro portugueses já recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que representa mais de 2,5 milhões de...

Segundo o relatório semanal da vacinação, 915.246 já têm a vacinação completa com as duas doses, o que equivale a 9% da população.

No total, já foram administradas 3.483.599 doses de vacinas desde que se iniciou o plano de vacinação contra a covid-19 em 27 de dezembro de 2020. 

Por grupos etários, revela esta balano,  93% dos idosos com mais de 80 anos já receberam a primeira dose (632.941) e 82% (557.022) já concluíram a vacinação.

Na faixa entre os 65 e os 79 anos, 71% (1.137.503) também já tomou a primeira dose da vacina, percentagem que cai para apenas 7% (117.416) no que se refere à segunda toma.

O terceiro grupo mais vacinado é o das pessoas entre os 50 e os 64 anos, no qual 19% (400.759) foi vacinado com a primeira dose e 4% (88.720) tem a vacinação completa contra a covid-19, adianta ainda o relatório.

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais vacinas administradas, com um total de 1.152.640, seguindo-se o Norte com 1.149.332, o Centro com 682.393, o Alentejo com 206.816, o Algarve com 129.979, a Madeira com 91.293 e os Açores com 68.047.

Desde o final de 2020, Portugal já recebeu 4.218.420 vacinas, tendo sido distribuídas pelos postos de vacinação do país e pelas regiões autónomas da Madeira e dos Açores 3.581.288 doses.

 

Dia Mundial da Higiene das Mão
No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Higiene das Mãos, que se assinala hoje - 5 de maio, o Grupo Coordenador Local do...

Esta iniciativa, visa alertar para as precauções básicas de prevenção e controlo da infeção hospitalar, que em primeira instância assentam na incontornável questão da HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS, mas também, através da CAMPANHA ZERO, chamar a atenção dos profissionais de saúde e outros colaboradores do hospital, para determinadas opções e atitudes a adotar, tais como: não usar adornos (pulseiras, relógios de pulso, anéis, etc.), unhas pintadas e cabelos compridos soltos, durante a prestação de cuidados, fatores promotores de transmissão de infeção, e por conseguinte, de risco acrescido para a saúde e segurança do doente, dos profissionais e das suas famílias.

Após um ano, em que todas as atenções estiveram centradas na questão da transmissão de infeção, devido à alta contagiosidade da covid-19, com os hospitais a terem de se adaptar a novas rotinas / procedimentos de trabalho e a técnicas de desinfeção sem precedentes, o CHUCB não poderia deixar de assinalar este dia, relevando a atuação dos seus profissionais, através de mais uma dinâmica inclusiva e pedagógica.

De acordo com o GCL-PPCIRA, no ano de 2020 o CHUCB registou uma taxa de adesão global à higienização das mãos superior à média nacional, “as nossas unidades de saúde - Covilhã e Fundão - registam uma taxa de adesão de 86,30%, ou seja, uma taxa superior face à média nacional, que se situou em 82,70%, sendo que o grupo profissional que revelou maior índice de adesão foi o de enfermagem”. Os valores alcançados foram mensurados tendo em consideração os 5 momentos instituídos para a higienização das mãos, designadamente: antes do contacto com o doente, antes do procedimento asséptico, depois de risco de exposição a fluídos, depois de contacto com o doente e depois de contacto com o ambiente do doente.

Recorde-se que a monitorização da prática da higiene das mãos nas unidades de saúde teve início em 2009, após a adesão de Portugal à Campanha de Higiene das Mãos preconizada pela OMS, sob o mote “medidas simples - salvam vidas”. Contudo, já em 2008, o CHUCB era percursor nesta matéria, no seguimento de um projeto de investigação da Enfermeira Ana Rita Rojão, que integrou o programa da OMS dedicado à prevenção e controlo de infeção hospitalar, e que permitiu implementar na instituição diversas estratégias de higienização das mãos, tornando este Centro Hospitalar, entidade pioneira na aplicação das guidelines da OMS.

Alguns anos mais tarde, o CHUCB fez também parte, com sucesso, do programa STOP INFEÇÃO HOSPITALAR, projeto piloto implementado em apenas 12 hospitais públicos do país, que visou reduzir em 50% a incidência das infeções hospitalares, num período de três anos.

As infeções associadas a cuidados de saúde, são um problema sério de saúde pública, pois aumentam a morbilidade e a mortalidade, prolongam os internamentos e agravam os custos em saúde. Acentuam a necessidade de utilização de antibióticos, inviabilizam a qualidade dos cuidados e são a principal ameaça à segurança dos cidadãos.

Medida ajuda a prevenir as infeções e a transmissão de microrganismos
As unidades de saúde melhoraram o cumprimento da higiene das mãos em 2020, em relação a 2019, acentuando a trajetória de...

De 2019 para 2020, triplicou a utilização de solução alcoólica para as mãos. Estas medidas, que concorrem para prevenir as infeções e a transmissão de microrganismos, contribuíram para reduzir o consumo de antibióticos no último ano e para manter a sua eficácia.

No que se refere à vigilância das infeções, houve uma redução importante de múltiplas infeções associadas a cuidados de saúde entre 2018 e 2019, por exemplo nas infeções após cirurgia ortopédica, após cesariana ou em serviços de medicina intensiva.

No que se refere ao consumo de antibióticos, Portugal situa-se muito próximo da média europeia em termos de consumo global de antibióticos em ambulatório e, entre janeiro e setembro de 2020, face ao período homólogo de 2019, a dispensa destes medicamentos nas farmácias comunitárias desceu 20%. O consumo de classes de antibióticos mais indutoras de seleção de bactérias resistentes a estes fármacos, nomeadamente quinolonas e carbapenemes, tem também diminuído progressivamente em Portugal.

Estes dados são revelados no Dia Mundial da Higiene das Mãos e demonstram a importância de alguns dos hábitos reforçados ao longo da pandemia por COVID-19. Este dia é assinalado pela Direção-Geral da Saúde, através do Programa Nacional de Prevenção de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA), em conjunto com a Direção-Geral da Educação (DGE).

Este ano foi preparada uma ampla campanha de sensibilização para a importância da higiene das mãos, associada à Campanha da Organização Mundial da Saúde, que tem como mote “Higiene das Mãos: segundos que salvam vidas”.

Além da higiene das mãos, que aumentou 21% desde 2009, ano a partir do qual se iniciou a monitorização do cumprimento a nível nacional, existem outros indicadores com evolução muito positiva entre 2019 e 2020, nomeadamente ao nível da higienização de superfícies (3,9%), cumprimento de medidas de etiqueta respiratória (5,1%) ou o consumo de solução alcoólica. O somatório destas medidas contribuiu para reduzir o consumo de antibióticos na comunidade.

Este ano, a DGS e a DGE colocaram o foco nos cidadãos e, em particular nas crianças e jovens, como executores desta boa prática e também como transmissores da mensagem nos seus vários âmbitos (familiar, escolar, redes de amigos), de modo ativo e através de diversas gerações.

 

Boletim Epidemiológico
Nas últimas 24 horas, registaram-se duas mortes associadas à Covid-19 e mais 387 novos casos de infeção. Há mais um doente...

Segundo o boletim divulgado, há duas mortes assinalar em todo o território português, desde ontem: uma na região de Lisboa e Vale do Tejo e outra na região Centro.  As restantes regiões do país, inclusive as regiões Autónomas da Madeira e Açores, não têm mortes a lamentar.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 387 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 88 novos casos e a região norte 171. Desde ontem foram diagnosticados mais 59 na região Centro, 12 no Alentejo e 14 no Algarve. Quanto às regiões autónimas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 23 infeções e nos Açores 20.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 297 doentes internados, mais um caso que ontem. No entanto, as unidades de cuidados intensivos contam agora com menos quatro doentes internados. Atualmente, estão em UCI 83 pessoas.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 513 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 798.414 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 22.705 casos, menos 128 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 833 contactos, estando agora 22.723 pessoas em vigilância.

Esteja atento aos sintomas
A Hipertensão Pulmonar é uma doença rara e debilitante, mas que tem tratamento.
Cansaço e falta de ar em esforço como sintomas principais da Hipertensão Pulmonar

Pouco conhecida ou subvalorizada, a Hipertensão Arterial Pulmonar é uma patologia que, embora grave, quando diagnosticada precocemente conta com as melhores perspetivas de tratamento. No entanto, com uma sintomatologia insidiosa, é frequente, passarem-se vários anos desde a instalação dos primeiros sintomas ao diagnóstico final. Por isso, hoje chamamos a atenção para a problemática. É que apesar de tudo, e de acordo com Rui Batista, Diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, esta  “é uma área que tem tido uma evolução fantástica nos últimos 20 anos e, portanto, mesmo sendo diagnosticado com HAP, existem inúmeras estratégias que nós podemos aplicar para melhorar a sua qualidade de vida, a sua capacidade funcional e o seu prognóstico, pelo que a equipa dos centros de tratamento estará sempre ao lado dos doentes para melhorar todos os aspetos relacionados com a sua doença”.

Mas afinal o que é a Hipertensão Arterial Pulmonar e a que sinais deve estar atento?

Segundo o especialista, “a HAP consiste numa doença que surge ao nível das muito pequenas artérias do pulmão, que transportam o sangue do ventrículo direito, através do pulmão para ser oxigenado, para o ventrículo esquerdo. Quando temos doença, a parede destas artérias, que habitualmente é fina, vai começar a engrossar e a obstruir o lúmen das artérias. Esta obstrução progressiva do lúmen das artérias vai levar a que a área por onde o sangue vai passar vai sendo cada vez mais pequena. Isto vai levar a que o ventrículo direito cada vez tenha mais dificuldade em fazer atravessar o sangue, através dos pulmões, para o ventrículo esquerdo. Isso vai levar a que o ventrículo direito comece a inchar e que o doente comece a cansar-se cada vez mais”.  Em casos mais graves, explica o médico, “uma síndroma denominada insuficiência cardíaca direita que é caracterizada por inchaço da barriga, inchaço das pernas e um tom azulado da pele e das mucosas”.

Entre as principais causas, sabe-se que as doenças autoimunes, como a esclerose sistémica ou lúpus eritematoso sistémico, assim como as cardiopatias congénitas (doenças de nascença do coração) são as patologias que mais condicionam o seu desenvolvimento. Mas não são as únicas: há ainda “causas associadas a doenças graves do fígado (a hipertensão portopulmonar), em alguns casos atóxicos (nomeadamente medicamentos para perder peso populares nos anos 80 e 90 derivados das anfetaminas), e depois causas familiares que passam de pais para filhos”.

“Em alguns casos, nós não percebemos porque é que o doente desenvolve HAP, e a essa forma chamamos de HAP idiopática”, acrescenta o especialista.

Cansaço, falta de ar em esforço, uma coloração azulada da pele dos lábios e das mucosas, desmaios de esforço e, posteriormente, inchaço do abdómen e dos membros inferiores são os principais sintomas da doença.

Apesar de poder surgir em qualquer idade, mesmo em idade pediátrica, é mais frequente em indivíduos entre os 20 e os 50 anos.

“O seu diagnóstico é feito com recurso a técnicas de diagnóstico facilmente disponíveis, nomeadamente, o ecocardiograma. O ecocardiograma, que é um exame não invasivo (uma ecografia ao coração) permite identificar doentes com uma possível HP e, a partir daí, podem ser realizados outros exames para confirmar ou não o diagnóstico”, explica o Diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga.

“Mesmo sendo diagnosticado com HAP, existem inúmeras estratégias que nós podemos aplicar para melhorar a sua qualidade de vida”

Para além das mudanças no estilo de vida, os doentes com hipertensão pulmonar podem necessitar de tomar medicamentos para tornar o sangue mais líquido, outros, oxigénio.

“No entanto, e felizmente, nos últimos 20 anos foram desenvolvidos vários fármacos que podem mudar completamente o prognóstico dos doentes com HAP. Estes fármacos, denominados vasodilatadores pulmonares, só são fornecidos a nível hospitalar e permitem dilatar as artérias do pulmão. Esta dilatação das artérias do pulmão vai levar a que o sangue tenha mais facilidade em passar do ventrículo direito para o ventrículo esquerdo. Muitos destes fármacos são orais, em comprimidos, mas alguns deles são administrados por nebulizações, sendo inalados, enquanto outros são parentéricos, isto é, são administrados através de infusões - ou subcutâneas, como a insulina, ou até endovenosas, através de bombas de perfusão contínua”, explica o especialista adiantando que, em casos mais graves, os doentes podem necessitar de um transplante pulmonar.

“O transplante pulmonar é uma estratégia curativa para a HAP e que permite ao doente recuperar uma vida normal exceto, naturalmente, as limitações decorrentes do transplante pulmonar”, acrescenta.

Tive de passar a fazer apenas o que o meu corpo permite e não “esticar a corda”

Manuela Gonçalves Pereira descobriu que sofria de Hipertensão Pulmonar aos 40 anos. Até lá, admite, nunca deu importância aos sintomas sugestivos da doença. “Não sou de me queixar muito, tendo-me acomodado, e até disfarçado, em relação ao sintoma principal, que era o cansaço. Diria mesmo que me adaptei”, comenta adiantando que apenas “um ou dois anos” depois, e após “um cansaço progressivo”, decidiu procurar ajuda médica.

Entre os principais sintomas, Manuela Gonçalves Pereira recorda, para além do cansaço, “fraqueza, batimentos cardíacos acelerados, dificuldade em respirar, perda de apetite e algum emagrecimento”. No entanto, como sofre de hipotiroidismo, e viu uma reportagem “sobre a relação dos problemas de tiroide com patologias cardíacas, cujos sintomas coincidiam de certo modo com os que eu sentia”, concluiu que estava na hora de ir ao médico.

Com a realização, entre outros exames, de um ecocardiograma foi possível, rapidamente, concluir o diagnóstico.

No entanto, como nunca tinha ouvido falar na patologia, admite que não lhe deu grande importância. “Cheguei até a pensar que hipertensão pulmonar fosse algo relacionado com tensão alta. Daí não ter dado grande importância ao relatório médico da clínica de cardiologia onde fiz o ecocardiograma, embora quando me foi entregue o relatório me tivessem alertado para procurar ajuda médica com algum carácter de urgência”, diz.

Felizmente, afirma, “não encontrei dificuldades nem antes nem depois do diagnóstico. Mas reconheço que tive sorte com os profissionais da saúde a quem fui pedir ajuda. Em primeiro lugar, com o meu médico de família, que é muito cuidadoso e informado, e depois com a pneumologista que já me acompanhava devido às minhas alergias e asma”.

Referenciada para o Hospital de Coimbra, um dos centros de referência de Hipertensão Pulmonar do país, Manuel deu início ao tratamento que lhe permitiu, mais tarde, melhorar a qualidade de vida.

“Comecei por tomar um medicamento hospitalar específico para esta patologia, um anticoagulante para prevenir embolias pulmonares, e um diurético para evitar retenção de líquidos e, assim, poupar esforço ao coração. Mas sempre de olhos postos na cirurgia, endarterectomia pulmonar, que, felizmente, aconteceu poucos meses depois do diagnóstico. Esta cirurgia, potencialmente curativa, veio melhorar a minha qualidade de vida e abrandar significativamente a progressão da doença. Mas não me curou”, comenta considerando a sua evolução clínica “satisfatória”, uma vez que permite que faça o que gosta, “não obstante ter tido outros episódios que, por vezes, exigem procedimentos médicos e implicam algumas chatices e recuos. Mas faz parte do processo de viver”.


Manuela Gonçalves Pereira chegou  a pensar que hipertensão pulmonar fosse algo relacionado com tensão alta e recorda um episódio em que "um médico conhecido que não sabia o que era hipertensão pulmonar e que, quando soube que eu tinha HP, me questionou com algum espanto e até com dúvidas de que fosse uma doença assim tão “importante”.

Entre os principais “ajustes” que teve de fazer no seu estilo de vida, revela que teve de abrandar, chegando a cancelar novos projetos. “Há também algumas tarefas domésticas que não posso executar, porque fico cansada (mas isso até dá jeito) ou então aqueles projetos criativos que inventamos para as nossas casas e que não posso desenvolver, porque implicam esforço físico e, claro, cansaço”, acrescenta.

De um modo geral, teve de “adoptar um estilo de vida adaptado à minha condição, ou seja, mais calmo, com uma alimentação consciente, ter horários mais disciplinados para dormir, não praticar desportos que envolvam esforço físico, não me meter em grandes aventuras, não carregar pesos, evitar situações agitadas e de tensão e, claro, tomar medicação, apesar de alguns efeitos secundários aos quais também tive que me adaptar. Mas a vida é assim mesmo e para a frente é que é o caminho!”, afirma.

No âmbito do Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, Manuela Gonçalves Pereira, deixa uma mensagem positiva a outros doentes: “Nenhum doente é a doença, mas sim a sua atitude perante a vida. E a vida é a única experiência verdadeira e completa acessível a todos, independentemente da condição de cada um. A vida é para ser vivida com gratidão, porque temos sempre motivos para ser gratos. Por isso, não podemos correr o risco de ser descrentes, de cair numa crise de esperança, nem de nos deixarmos afundar no pessimismo, porque há uma coisa que é transversal a tudo e que a doença não constitui qualquer obstáculo, que é o amor. Até o amor pela própria ciência, que há-de encontrar uma cura para a hipertensão pulmonar”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Something in Hands é uma spin-off desta faculdade
Maria Helena Garcia, professora do Departamento de Química e Bioquímica (DQB) da Faculdade de Ciências da Universidade de...

A Something in Hands visa desenvolver novos medicamentos para o tratamento dos cancros metastáticos, em particular do cancro da mama triplo negativo (TNBC), o mais agressivo de todos os tipos de cancro da mama e para o qual ainda não existe um tratamento específico ou eficaz.

O medicamento que está a ser desenvolvido por estas cientistas no âmbito do projeto RuPharma está em processo de obtenção de prova de conceito sobre a sua eficácia contra metástases de cancro da mama triplo negativo. A prova de conceito do precursor do fármaco já foi obtida com extrema eficácia contra metástases nos principais órgãos - coração, pulmão, fígado e rins - e redução do tumor principal em metade do volume. O medicamento destina-se ao mercado mundial. Em 2018 os custos com terapias para o cancro da mama rondavam os 16.228 milhões de dólares (cerca de 13.473 milhões de euros).

“É uma nova empresa focada no desenvolvimento de metalofármacos inovadores para terapia dirigida ao cancro. A nossa principal área de atuação são os cancros metastáticos, para os quais ainda há poucas, e muito limitadas, opções terapêuticas. O investimento da Portugal Ventures vem contribuir para o desenvolvimento do nosso projeto de cancro da mama triplo negativo, que já se encontra em fase de consolidação da prova de conceito de um dos nossos metalofármacos protegidos por uma patente internacional”, contam as cientistas.

O principal problema associado ao tratamento destes tipos de cancro deve-se à ineficácia dos fármacos contra as metástases. A ocorrência de metástases está associada à alta mortalidade por cancro. A descoberta de um fármaco eficaz para o tratamento das metástases constitui uma grande revolução na quimioterapia.

call INNOV-ID foi concretizada através de um fundo de capital de risco gerido pela Portugal Ventures, em parceria com a ANI - Agência Nacional de Inovação, com a PME Investimentos e a Startup Portugal, com tickets a variar entre um valor mínimo de 50 mil euros, até ao máximo de 100 mil euros. A Portugal Ventures recebeu 117 candidaturas em apenas um mês. Estas candidaturas foram apresentadas num esforço conjunto entre os empreendedores/investigadores e os Ignition Partners Network da Portugal Ventures, rede da qual o Tec Labs – Centro de Inovação da Ciências ULisboa faz parte.

O programa INNOV-ID foi lançado em 2020 com o objetivo de promover o acesso ao financiamento de capital de risco para projetos de âmbito científico e tecnológico, nas fases de Pre-seed, Seed ou Early-Stage. Os projetos elegíveis já estavam a desenvolver tecnologia, mas ainda em fase de protótipo, prova de conceito ou validação de produto/mercado.

Sessão organizada pela UOC - Unidade de Oftalmologia de Coimbra
Os especialistas Joaquim Murta, Guilherme Castela e Filipa Ponces, da UOC, e Ana Rosa Pimentel, cirurgiã brasileira, vão estar...

A sessão é gratuita e vai acontecer a partir das 21h00, na página de Facebook da UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra, em www.facebook.com/UnidadedeOftalmologiadeCoimbra. Os interessados vão poder colocar as questões através da caixa de comentários da página.

A responder às questões estarão os oftalmologistas Joaquim Murta (que moderará a conversa) e três reputados especialistas internacionais neste tema: Guilherme Castela e Filipa Ponces, ambos da UOC, e a convidada Ana Rosa Pimentel, especialista radicada em Belo Horizonte, Brasil. Em conjunto, irão esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto.

O rejuvenescimento da região periorbitária (nas pálpebras e em redor dos olhos) é um procedimento cada vez mais procurado e que visa combater os sinais de envelhecimento do rosto. Entre os processos utilizados estão procedimentos cirúrgicos, como a blefaroplastia, mas também procedimentos menos invasivos, que envolvem técnicas não cirúrgicas e que podem ser realizadas em ambiente de consultório.

Apesar de ser uma área partilhada com outras especialidades médicas, o cirurgião oculoplástico dispõe de todas as condições para poder oferecer as melhores soluções estéticas, com todas as garantias médicas e oftalmológicas.

Esta é a segunda sessão de uma iniciativa inovadora da UOC - Unidade de Oftalmologia de Coimbra, que visa aproximar os médicos dos doentes através dos meios digitais. Em breve, outros especialistas da clínica irão protagonizar sessões com temas diversos.

 

Que abordagem jurídica à violência na deficiência?
A Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN) está a promover um ciclo de sessões online, dedicadas à prevenção de fenómenos...

Joaquim Brites, presidente da APN, afirma: “Na sua generalidade, as pessoas com deficiência ou algum tipo de incapacidade experienciam fatores de risco que aumentam a sua vulnerabilidade e exposição a situações de violência.”

 Nesta mesa-redonda serão lançadas questões como: “Sou vítima, e agora?” e “Qual a intervenção psicológica no ciclo da violência”, além de uma reflexão sobre os procedimentos de um processo-crime nestas circunstâncias.

No final, haverá ainda espaço para perguntas da audiência.

“Com esta iniciativa, queremos promover o diálogo, a partilha e o debate sobre esta problemática, para que todos possamos ser, de maneira geral, cidadãos mais bem informados sobre os diferentes tipos de violência na deficiência”, acrescenta Joaquim Brites.

A iniciativa é realizada no âmbito do Projeto (IN)Segurança na Deficiência, e cofinanciada pelo Programa de Financiamento a Projetos, do INR, IP, de 2021, destinando-se a todas as pessoas com deficiência e incapacidade, aos seus familiares e cuidadores, e também à comunidade em geral.

A participação é gratuita, mas requer uma inscrição prévia: https://forms.gle/yFn7zLfWnQA49j4h7

 Depois de efetuada a inscrição, será enviado um e-mail com o link de acesso ao webinar.

 

Terapêutica oral em investigação para o tratamento da COVID-19
A MSD anunciou a celebração de acordos não exclusivos de licenciamento voluntário de molnupiravir com cinco produtores de...

“A escala de sofrimento humano na Índia é neste momento devastadora e é evidente que mais deve ser feito para aliviar esta realidade. Estes acordos, em que estamos a trabalhar à medida que estudamos molnupiravir, ajudarão a acelerar o acesso a molnupiravir na Índia e em todo o mundo” sublinhou Kenneth C. Frazier, Chairman e CEO da MSD. “Continuamos empenhados em contribuir para uma resposta global que possa trazer algum conforto para as pessoas na Índia e que, em última análise, possa terminar com a pandemia.”

Estes acordos foram celebrados com a CIPLA Limited, Dr. Reddy’s Laboratories Limited, Emcure Pharmaceuticals Limited, Hetero Labs Limited e Sun Pharmaceutical Industries Limited – cinco companhias de genéricos com fábricas habilitadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e experiência como fornecedores a entidades globais e a países de rendimento médio-baixo.

Estes acordos determinam que a empresa conceda licenças a estes produtores para o fornecimento de molnupiravir à Índia e a mais de 100 países de rendimento médio-baixo. A MSD está também em negociações com a Medicines Patent Pool para explorar o potencial de licenças adicionais.

Por outro lado, faz saber, em comunicado, que vai doar ainda equipamento de oxigénio, máscaras, higienizadores de mãos e ajuda financeira no valor de $ 5 milhões para ajuda humanitária à Índia.

 

Universidades irlandesas
O NeuroInsight, um novo programa de formação em investigação liderado pela RCSI University of Medicine and Health Sciences, foi...

Este programa foi criado pelo FutureNeuro, o Centro de Investigação da SFI para doenças neurológicas crónicas e raras, em parceria com a Insight, o Centro de Investigação da SFI para análise de dados. Os dois centros proporcionarão um programa de formação integrado e aplicado aos bolseiros de investigação, com base nos respetivos conhecimentos de saúde e análise de dados disponíveis nos dois centros de SFI. Coletivamente, a FutureNeuro e a Insight já apoiam mais de 500 investigadores que estão a trabalhar numa nova geração de tecnologias de neurociência e análise de dados.

De acordo com um comunicado conjunto, “a voz das pessoas que vivem com condições neurológicas estará no centro do programa, com todos os projetos no âmbito do regime concebidos com a contribuição dos pacientes à partida. Os investigadores também serão destacados para os cenários hospitalares e industriais durante as suas bolsas, para garantir que as suas descobertas são transferíveis para dispositivos, diagnósticos ou tratamentos que melhorem a vida das pessoas afetadas por doenças neurológicas”.

Deste modo, vão oferecer bolsas de 24 meses a 33 investigadores experientes, em todo o mundo, que irão trabalhar em projetos nos centros FutureNeuro e Insight. “O programa dotará esta futura geração de líderes de investigação com competências em domínios como a medicina de precisão e a inteligência artificial”, pode ler-se.

O diretor do programa NeuroInsight, Gianpiero Cavalleri, Diretor Adjunto do FutureNeuro e Professor de Genética Humana na RCSI School of Pharmacy and Biomolecular Sciences afirmou que "como sociedade, e particularmente nos nossos sistemas de saúde, estamos a gerar cada vez mais dados, insights que nos podem ajudar a compreender e tratar melhor as doenças neurológicas. Este programa tem a ver com a formação e o dotar a próxima geração de investigadores de se envolverem de forma segura e eficaz com estes conjuntos de dados de uma forma que tenha um impacto positivo na vida de pessoas com condições neurológicas."

"O NeuroInsight é um programa significativo que reunirá os principais investigadores da Irlanda nas áreas das neurociências, saúde e análise de dados. Em parceria com o Centro de Insight, vamos trabalhar para criar uma cultura de empreendedorismo centrado no paciente que, em última análise, transformará a jornada do paciente para pessoas com doenças neurológicas crónicas e raras”, acrescentou.

De acordo com Alan Smeaton, Líder Académico para a NeuroInsight do Centro de Insight, "a análise de dados e inteligência artificial estão agora no centro de grande parte do nosso trabalho, do nosso lazer e das nossas atividades de saúde, embora nem sempre seja óbvio e aparente que eles estão a ser usados no nosso dia-a-dia. Há uma enorme oportunidade de trabalhar com os nossos colegas no FutureNeuro e com as organizações de doentes para aplicar tais técnicas para melhorar a vida das pessoas que vivem com condições neurológicas e estamos ansiosos para enfrentar os desafios e fazer um impacto."

Nesta linha, Fergal O'Brien, Diretor de Investigação e Inovação da RCSI mostra-se orgulhoso nesta participação. "Como uma universidade com um foco singular nas ciências da saúde, estamos orgulhosos de que o nosso centro FutureNeuro lidere e cofinancie o programa NeuroInsight Fellowship em parceria com a Insight. Aguardo com expectativa os resultados destes importantes projetos de investigação que abordarão alguns dos desafios dos cuidados de saúde decorrentes das condições neurológicas em todo o mundo”, referiu.

Em Portugal não há uma estratégia para os Cuidados Primários para a Saúde da Visão
As recomendações de intervenções da Organização Mundial da Saúde apontam estratégias para prevenir quedas ao longo da vida, e...

Neste sentido, o Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), Raúl de Sousa, voltou a manifestar ao Ministério da Saúde e à Assembleia da República a sua preocupação pelo facto de Portugal não ter uma estratégia para os Cuidados Primários para a Saúde da Visão.

A corroborar a urgência da definição de soluções para os problemas de visão dos portugueses estão, no entender da Associação, os dados e as conclusões de um estudo publicado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o trabalho “Passos em Segurança: Estratégias para Prevenir e Gerir Quedas ao Longo da Vida” da OMS, as quedas são responsáveis, todos os anos, por 684 mil mortes e por 172 milhões de pessoas com limitações físicas, em todo o mundo. Um número que, com o envelhecimento populacional, a maior urbanização e os estilos de vida sedentários, terá tendência a aumentar drasticamente nas próximas décadas, concluiu esta entidade.

No conjunto de intervenções proposto pela OMS encontra-se a implementação de serviços optométricos, com identificação e correção de problemas da visão na comunidade, conforme explica Raúl de Sousa: "A evidência resultante do estudo demonstra que o grupo de idosos que tiveram intervenções para a saúde da visão não sofreram quedas nem fraturas e melhoraram o seu equilíbrio, melhorando também os indicadores de qualidade de vida. Por oposição, os residentes que recusaram intervenções na visão sofreram quedas, fraturas e mortes associadas às fraturas."

Para o Presidente da APLO, esta é uma realidade particularmente presente no caso português: "Somos um dos três países do mundo com a população mais idosa, e onde as quedas e as consequentes limitações de mobilidade e autonomia implicam degradação da qualidade de vida, peso adicional sobre o agregado familiar e/ou serviços de apoio social, comorbilidades e eventualmente morte. Paralelamente, as limitações da visão, com implicações para a mobilidade, afetam uma em cada duas pessoas maiores de 65 anos e estão associadas a uma probabilidade três vezes maior de risco de queda."

A APLO considera “inaceitável que Portugal persista em não implementar cuidados primários para a saúde da visão e as recomendações da Organização Mundial da Saúde, e em não cumprir as resoluções aprovadas por unanimidade pela Assembleia da República, em 2012 e 2013, para a regulamentação da profissão de Optometrista, como especialista dos cuidados primários para a saúde da visão”. Uma “inércia governamental” que, de acordo com a Associação, resulta em centenas de milhares de portugueses com deficiência visual e cegueira evitável, assim como deficiência física, perda de qualidade de vida, peso adicional para as famílias, apoio social e morte prematura evitável.

Projeto de intervenção psicológica “Mind the Mom”
Os primeiros resultados do projeto “Mind the Mom” (https://mindthemom.pt/) mostram a perceção de utilidade e satisfação das...

Conduzido por uma equipa do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), em colaboração com o Serviço de Obstetrícia A do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia, Reprodução e Neonatologia e a Unidade de Psicologia Clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o projeto Mind the Mom visa minimizar os desafios que advêm da pandemia de COVID-19 e as suas implicações para o bem-estar das grávidas: alteração das rotinas de seguimento obstétrico e preparação para o parto, limitações à presença de acompanhantes na gravidez e no pós-parto e incerteza relativamente ao presente e futuro próximo.

O projeto centra-se numa intervenção psicológica breve, através de uma aplicação móvel – Mind the Mom –, com informação, exercícios e estratégias terapêuticas cognitivo-comportamentais com evidência na promoção da saúde mental da grávida, adaptadas ao contexto da pandemia e a outras situações de risco similares.

Até ao momento participam no estudo 225 grávidas; entre as utilizadoras da app, «cerca de 81% consideram-se muito satisfeitas ou extremamente satisfeitas, 74% classificam-na como muito útil ou extremamente útil, 87% tencionam aplicar as informações e exercícios sugeridos na sua rotina, 88% pretendem voltar a utilizar a app e 92% recomendariam a app a outras grávidas», relata Anabela Araújo Pedrosa, coordenadora do estudo, que é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito da 2ª edição da ação RESEARCH4COVID19.

A app Mind the Mom, desenvolvida em parceria com a Hypsoftware e o músico Miguel Falcão, está disponível para os sistemas Android e IOS. É composta por cinco módulos, que exploram «o impacto do stress e incerteza na saúde, autocuidado e gestão do stress, reconhecimento e gestão de emoções desconfortáveis, lidar com pensamentos negativos, mindfulness e autocompaixão e comunicação interpessoal. Em cada um é possível encontrar informação e exercícios práticos, que facilmente podem ser introduzidos nas rotinas diárias das participantes», explica a investigadora do CINEICC e psicóloga clínica na Maternidade Daniel de Matos do CHUC.

Cerca de 82% das participantes no estudo refere que os módulos são fáceis de utilizar e 73% que os conteúdos são relevantes. No que respeita à utilidade de cada módulo proposto, considerando as categorias útil, muito útil – a mais selecionada – ou extremamente útil, a avaliação das utilizadoras situa-se nos 93% (módulo 1, gestão de stress e autocuidado, e módulo 3 – lidar com pensamentos pouco úteis), 95% (módulo 2 – reconhecer e lidar com emoções desconfortáveis), 97% (módulo 4 – mindfulness e autocompaixão) e 99% (módulo 5 – comunicação interpessoal).

A aplicação móvel continua disponível para as grávidas de todo o país, bastando acederem à página do projeto: https://mindthemom.pt/. Após o preenchimento de um questionário, será enviado o link para download da app Mind the Mom.

Este projeto de investigação é parceiro da iniciativa World Maternal Mental Health Day (https://wmmhday.postpartum.net/), um consórcio de instituições dedicadas à investigação e intervenção na saúde mental materna, que desenvolve ações que sensibilizam para a pertinência do investimento e atenção nesta área, e propõe um Dia Mundial da Saúde Mental Materna.

«Estima-se que globalmente 1 em 5 mulheres desenvolva perturbação emocional no pós-parto, sendo que mais de 75% não serão diagnosticadas ou não receberão tratamento adequado – isto é tanto mais grave quanto dados da investigação científica indicam que não receber tratamento adequado tem consequências negativas para a mãe, o bebé, a família e a sociedade em geral, influenciando negativamente os indicadores de desenvolvimento e de saúde», conclui Anabela Araújo Pedrosa.

Opinião
Se pretende fazer uma cirurgia estética da mama deve, em primeiro lugar, saber em concreto do que nã

Muitas vezes a pessoa pensa que algo está mal, e está, mas pode não ser exatamente aquilo que pensava. Muitas vezes também a solução que julgava ser a mais indicada não é a indicada pelo cirurgião. Logo é muito importante é uma consulta com um especialista experiente e devidamente credenciado, que domine as técnicas de cirurgia estética da mama. Nesta, como em qualquer outra cirurgia estética, é fundamental fazer uma escolha adequada, não precipitada, não influenciada por publicidade, marketing e redes sociais. E, se possível, ouvir mais que uma opinião, ver o que lhe agrada mais e vai mais de encontro aquilo que pretende. Um especialista experiente tem com certeza algo mais para lhe dar como resultado e acompanhamento. O barato sai caro e muitas vezes com resultados maus, desastrosos e irremediáveis. A cirurgia, na minha opinião e forma de trabalhar, não é o ato isolado da cirurgia em si, que é temporal. Deve ter um adequado pré e pós-operatório com acompanhamento, disponibilidade permanente, uma preparação antes de cada tipo de cirurgia com as informações gerais e especificas para a cirurgia que vai fazer, pedidos exames complementares gerais e específicos para avaliar o estado geral de saúde e a zona a operar.

Existem muitas técnicas para fazer cirurgia estética da mama, com características diferentes desde a abordagem, a anestesia, os tipos de cicatrizes, o material usado, com e sem internamento, tipos de recuperação, restrições, limitações, cuidados pré e pós-operatórios.

Cada cirurgião tem a sua forma própria de trabalhar e todos acham que a sua forma é a melhor, obviamente. É importante inteirar-se de tudo isto, ver e comparar as diferenças e então optar em consciência e com conhecimento pelo que acha melhor para si.

Muita atenção ao “Dr. Google”. Está, muitas vezes, cheio de má informação, contra informação, incorreções e mentiras, confusões que só servem para baralhar mais quem procura este tipo de cirurgia. Também os comentários e opiniões de outras pessoas operadas devem ser lidos com atenção e perceber até que ponto são verdade. Não se podem comparar resultados da mesma cirurgia em pessoas diferentes. Nem tamanhos de próteses. Tudo errado. Cada caso é um caso e deve ser analisado e tratado para cada pessoa sem importar os resultados dos outros. A personalização da consulta com o diagnóstico e a proposta mais adequada e ajustada é o caminho mais correto. A concentração e dedicação a cada caso deve ser mandatário e prioritário.

Podemos dizer em resumo que a cirurgia estética da mama pode ser para aumentar - levantar e arrumar - levantar, arrumar e aumentar - reduzir. Casos mais raros há em que as mamas são muito diferentes e a cirurgia proposta será para simetrizar as mamas através de técnicas indicadas para cada caso. Na fronteira entre o estético e o reconstrutivo temos as reconstruções de mama.

Existem muitas técnicas para cirurgias estéticas das mamas. As realizadas por mim e na Clínica Milénio, todas elas têm em comum as seguintes características:

  • Anestesia local com sedação (não há anestesia geral nem internamento)
  • Recuperação rápida – a partir do dia seguinte podem fazer quase tudo
  • Poucas restrições
  • Menos cicatrizes ou impercetíveis
  • Sem alterações da normal fisiologia – podem amamentar em qualquer das cirurgias
  • Sem alterações da sensibilidade dos mamilos
  • Podem-se fazer quaisquer tipos de exames da mama o resto da vida
  • Quando utilizadas próteses têm uma garantia vitalícia dada pelo fabricante
  • Resultados naturais

Com uma consulta adequada, um bom diagnóstico, uma boa proposta de solução cirúrgica, uma preparação operatória bem feita, e após a cirurgia seguir as indicações pós-operatórias, ter um acompanhamento médico regular e periódico, ter a equipa médica em disponibilidade permanente, tem grandes probabilidades de tudo correr bem e como deseja.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Investigadores da University of California San Diego School of Medicine conseguiram usar a terapia genética para prevenir a...

A Doença de Alzheimer é caracterizada pela acumulação de aglomerados de proteínas mal dobradas chamadas placas amiloides e emaranhados neurofibrilares, que prejudicam a sinalização celular e promovem a morte neuronal. Os tratamentos atuais direcionados para placas e emaranhados abordam apenas os sintomas. De acordo com os autores do estudo a inversão ou cura da doença “provavelmente exigirá uma combinação de abordagens intervencionais que diminuam toxinas agregantes e promovam a plasticidade neuronal e sináptica”.

A terapêutica TGene baseia-se na premissa de que a introdução de um composto terapêutico a uma região precisamente direcionada do cérebro pode restaurar ou proteger a função neural normal e/ou reverter processos neurodegenerativos. Neste caso, os investigadores usaram um vetor viral inofensivo para introduzir o cDNA synapsin-Caveolin-1 (AAV-SynCav1) na região do hipocampo de ratinhos transgénicos de três meses.

Os ratos tinham sido geneticamente modificados para exibir défices de aprendizagem e memória aos 9 e 11 meses, respetivamente. Estes défices estão associados à diminuição da expressão de Caveolin-1, uma proteína que constrói as membranas que albergam ferramentas de sinalização celular, como recetores de neurotrofina que recebem os sinais extracelulares críticos, que governam toda a vida e função celulares. Com a decadência e destruição destas membranas, segue-se a disfunção celular e a neurodegeneração.

Segundo Brian P. Head, autor principal do estudo e professor adjunto no Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da UC San Diego, o seu “objetivo era testar se a terapia genética SynCav1 nestes modelos de ratos com a Doença de Alzheimer poderia preservar a plasticidade neuronal e sináptica em partes específicas da membrana, e melhorar a função cerebral superior”.

Na verdade, foi exatamente o que aconteceu após uma única administração de AAV-SynCav1 no hipocampo destes animais, uma vez que esta é uma região complexa no fundo do cérebro que desempenha um papel importante na aprendizagem e na memória. Na Doença de Alzheimer, o hipocampo está entre as primeiras áreas do cérebro a ser prejudicada.

Aos 9 e 11 meses, explicou Head, a aprendizagem hipocampal e a memória nos ratos foram preservadas. Além disso, os investigadores descobriram que estruturas críticas da membrana e recetores de neurotrofinas associados também permaneceram intactos. Além disso, estes efeitos neuroprotetores da entrega do gene SynCav1 ocorreram independentemente da redução das deposições de placas amiloides.

"Estes resultados sugerem que a terapia genética SynCav1 é uma abordagem atraente para restaurar a plasticidade cerebral e melhorar a função cerebral na Doença de Alzheimer e, potencialmente, em outras formas neurodegenerativas causadas por etiologia desconhecida", referem os autores.

Os investigadores estão atualmente a testar a administração do gene SynCav1 em outros modelos de que apresentam a Doença de Alzheimer em fases sintomáticas, bem como num modelo de rato de esclerose lateral amiotrófica (doença de Lou Gehrig). Esperam, em breve, poder avançar para ensaios clínicos humanos.

Publicado no Journal of Development Research
Enquanto o mundo é invadido pela esperança das vacinações em massa — que devem diminuir a letalidade e propagação do Sars-Cov-2...

Doutor em Ciências da Saúde nas áreas de neurociências e psicologia, membro da Federação Europeia de Neurociência, Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociência, mestre em psicanálise pelo Instituto Gaio membro da Unesco, especialista em propriedades elétricas dos neurónios em Harvard e voluntário do exército português para assuntos de coronavírus, Fabiano de Abreu alerta sobre os perigos dos efeitos permanentes da doença no sistema nervoso n um estudo publicado no International Journal of Development Research.

No levantamento, realizado em parceria com o médico e cardiologista Roberto Yano, o neurocientista Fabiano de Abreu mostra preocupação quanto aos traumas que o novo coronavírus gera no âmbito psicológico. Isto porque ele conclui que o vírus pode penetrar nas células nervosas. Pacientes, frequentemente, descrevem dores de cabeça, dores musculares, articulares e fadiga mental como sintomas pós-infeções.

"Sabemos que, neurologicamente, teremos danos seja ao nível celular ou da própria infeção, que pode causar traumas que afetam a nossa capacidade cognitiva e que resultam em transtornos, síndromes ou outras variáveis futuras", esclarece. "Ainda na minha área de enfoque, preocupa-me também a saúde mental da sociedade em geral que está, ao nível geracional, a vivenciar algo deste tipo pela primeira vez", completa.

Somado aos efeitos do isolamento social — que diversos estudos já apontam como um potencializador de doenças da mente, como é o caso da ansiedade, síndrome do pânico e depressão —, a própria doença pode alterar a saúde mental. Apesar dos estudos, ainda preliminares, apontarem uma gravidade não tão elevada, é ressaltado pelo neurocientista que essas sequelas não são tão fáceis de descobrir e completar um quadro clínico único.

“Mesmo quando os pacientes recuperam fisicamente, visto que em casos de complicação o corpo fica bastante debilitado, há relatos de perda de memória, desorientação e confusão mental. Ainda não é de conhecimento a causa dessas experiências, embora também possam derivar da inflamação generalizada que pode se desenvolver com a doença. É preciso alertar, porém, que não é incomum que essa fadiga e confusão durem meses, mesmo após um quadro leve da doença”, alerta.

Segundo o neurocientista, a atenção é necessária para avaliar se as sequelas são ou não irreversíveis. "Pacientes com Covid-19, mesmo recuperados, por exemplo, ainda sofrem com a mudança no paladar e olfato, que pode ser irreversível. Isso está relacionado à lesão causada, principalmente, nos neurónios sensoriais, primários. Com os outros efeitos, a lógica pode ser a mesma", finaliza Fabiano de Abreu.

Fact-check
Quem sofre de asma não deve fazer exercício, as mulheres devem interromper o tratamento da asma durante a gravidez, os doentes...

A verdade é que a asma pode ocorrer em qualquer idade (em crianças, adolescentes, adultos e idosos); a asma não é uma doença infeciosa - no entanto, infeções respiratórias virais (como a constipação comum e a gripe) podem causar ataques de asma -; nas crianças a asma está frequentemente associada a alergia mas a asma que começa na idade adulta é menos frequentemente alérgica; quando a asma está bem controlada, os asmáticos são capazes de fazer exercício e até praticar desportos de alta competição; a asma é frequentemente controlável com corticosteroides inalados em baixas doses.

 Tendo precisamente como mote o tema do Dia Mundial da Asma de 2021 - “Descobrindo os Equívocos sobre a Asma” – que apela a que se faça uma reflexão sobre os mitos e conceitos errados amplamente difundidos a respeito da asma e que impedem os asmáticos de beneficiar dos grandes avanços que têm ocorrido no tratamento da sua doença – a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) lançou o desafio a três profissionais de saúde para que possam esclarecer a população acerca de alguns destes principais mitos sobre a doença. O #FactCheckSPAIC vai estar disponível amanhã na página de Facebook da Sociedade.

Certificação
A Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH) passou, a partir de ontem, a ser Centro de Treino Autorizado do...

“Este é um marco de manifesta importância para a missão a que a Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar se propõe”, escreve a SPEPH em comunicado.

A certificação da Academia acontece na mesma altura em que, numa iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar e da Fénix – Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil, nasce a ANTEM – Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica.

Em nota enviada à imprensa, a SPEPH revela que a “Emergência Médica em Portugal enfrenta hoje novos desafios. E numa altura em que o País e o Mundo atravessam uma situação de pandemia, mais se justifica falar-se em Emergência Médica e Emergência Pré-Hospitalar. Esta não é feita só por médicos, enfermeiros e auxiliares, que nos merecem o maior respeito”.

No entanto, chama a atenção de que os que “estão na linha da frente” não podem ser esquecidos. “Os primeiros a chegar e que, com custo muitas vezes do seu sossego, dedicam a vida a salvar outras”, sejam eles bombeiros ou agentes de proteção civil.

“A Fénix – Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil e a Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar associaram-se ao projeto de criação da ANTEM – Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica e colaborarão na fase da instalação da ANTEM, já criada, integrando a sua comissão instaladora, após o que ficará a ANTEM independente e autónoma, cumprindo a missão a que se destina”, adianta a nota.  

 

Conclusões do Estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio”
Foi hoje lançado o estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio", retrato sociológico sobre a saúde em Portugal,...

No estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio”, são explorados cinco indicadores de saúde, dois dos quais foram hoje apresentados: a “Saúde que se tem”, onde os inquiridos fazem uma avaliação da sua saúde numa escala de 1 a 10, e a “Potência Saúde”, que avalia em que medida as pessoas estão a empenhar-se para manter ou melhorar o seu estado de saúde.

Os resultados, agora divulgados, referem que 52% dos portugueses inquiridos, com mais de 18 anos, avaliam como “bom” ou “muito bom” o seu estado de saúde, 31% consideram o seu estado de saúde “razoável”, enquanto 17% dos inquiridos avalia como “mau” ou “muito mau”. Relativamente, ao indicador “Potência Saúde” os resultados indicam que, numa escala entre 0,5 a 10, a média é de 6,03. 46% dos portugueses inquiridos estão abaixo deste valor médio, o que significa que, uma parte importante da população considera ter uma atitude “pró-saúde” aquém do desejável, adotando poucos comportamentos que melhoram ou potenciam o seu estado de saúde. 41% dos inquiridos afirmam fazer um “esforço razoável” para a melhoria do seu estado de saúde, 21% um “esforço elevado” e 27% um esforço “baixo” ou “muito baixo”. O estudo revela ainda que 55% dos inquiridos não acreditam que podem melhorar o seu estado de saúde.

De acordo com o estudo, a biografia e a história individual, têm uma elevada influência nos comportamentos em matéria de saúde. A adoção de comportamentos de saúde é também influenciada pelo autoconceito e pela autoconfiança, ou seja, pela ideia que cada um tem sobre si, sobre aquilo que gostaria de ser e pela confiança que deposita na sua capacidade de enfrentar com êxito os desafios.

O estudo também revela que as mulheres atribuem pior pontuação à sua saúde do que os homens (7.1 vs. 7.4) e que uma em cada cinco mulheres diz considerar-se “pouco ou muito pouco saudável”. Apesar de as mulheres referirem que “têm menos saúde”, são mais cuidadosas e dizem ter mais comportamentos “pró-saúde” do que os homens (6,10 vs. 5,96), estando mais propícias à adoção de comportamentos que melhorem a sua saúde: dizem que visitam o médico de forma rotineira, que têm mais cuidados com a alimentação e dizem consumir menos álcool ou tabaco.

No que respeita à Covid-19, o estudo conclui que 69% dos portugueses inquiridos afirmam que a pandemia não teve impacto na sua saúde. Mas, para os doentes com doença grave, a perspetiva é outra. 30% referem que a pandemia prejudicou a sua saúde, nomeadamente por “piorar o acompanhamento médico de doenças ou problemas”. 

A saúde mental é outro dos temas abordados no estudo, sendo que, na amostra, 7% dos inquiridos tem uma doença mental diagnosticada. O estudo levanta a hipótese de que o número de pessoas que sofre com uma doença mental possa ser superior. Nota-se nas entrevistas do qualitativo, uma tentativa de fuga deste rótulo. Já no quantitativo, 66% dos inquiridos a quem foi diagnosticada doença mental admite ainda “sentir discriminação da sociedade”.

Através desta análise à população portuguesa, foram definidos sete segmentos, consoante o nível de potenciação da saúde: “Desistentes” (9%), pessoas que são desligadas das questões que envolvem o seu corpo e o bem-estar físico e psicológico; “Distantes” (14%), as que apresentam um descontrolo emocional elevado e falta de força de vontade; “Equilibristas” (18%), as que têm uma gestão contínua no equilíbrio de uma vida de somas e substrações; “Esforçados q.b” (14%) consideram que ter um estilo de vida saudável é algo que os define, mas não existe um esforço contínuo; “Empenhados” (31%), cujo estilo de vida saudável os define; “Potenciadores movidos pelo sonho” (8%), que têm intenção de potenciar a sua saúde, energia e produtividade; e os “Potenciadores reféns da saúde” (6%), que fazem da sua saúde e bem-estar um objetivo central.

As conclusões do estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio" foram debatidas, hoje, num encontro virtual que contou com um painel de especialistas da área de saúde e economia, constituído pela Professora Doutora Maria do Céu Machado, pelo Professor Doutor Adalberto Campos Fernandes, Médico e Ex-Ministro da Saúde, e pelo Professor Dr. Augusto Mateus, Economista, Professor, Ex-Secretário de Estado da Indústria e Ex-Ministro da Economia.

 

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