Novas formas de tabaco são uma preocupação para o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP)
Entre 85% a 90% dos novos casos de cancro do pulmão são detetados em fumadores e “somente com uma redução dos hábitos tabágicos...

“Com o conhecimento atual inegável sobre os malefícios do tabagismo, surgiram novas alternativas que têm vindo a ganhar popularidade. Existem em várias formas, tamanhos e com múltiplos sabores, e tem sido alegado que são mais seguras e até inócuas”, explica Daniel Coutinho, pneumologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e membro do GECP. “No entanto, estes produtos contêm químicos e toxinas (cancerígenas) com malefícios comprovados para a saúde”, afirma o especialista, lembrando que “a verdadeira dimensão dos seus efeitos só será conhecida daqui a muitos anos, como aconteceu com os cigarros, uma vez que os efeitos se vão acumulando no corpo ao longo dos anos e só mais tarde se traduzem em doenças”, fazendo assim o paralelismo do que aconteceu com o tabaco tradicional.

Por esse motivo, no dia em que se assinala o Dia Mundial Sem Tabaco, o GECP lança o alerta através das suas redes sociais, especialmente dirigido às camadas mais jovens, sob o mote “A única forma segura de fumar... é não fumar”, colocando a tónica na força de vontade e na decisão consciente, longe das ilusões que estes novos produtos procuram criar nos seus consumidores. “Não deixes que as cores e sabores se transformem em tumores” é uma das frases mais marcantes da campanha de sensibilização constituída por cartazes digitais e vídeos curtos, para alertar os jovens para os riscos destes novos produtos.

“As novas formas de tabaco continuam a ser muito prejudiciais e altamente indutores de dependência”, rematou o especialista, acrescentando que “os fumadores devem falar com o seu médico para esclarecer todas as dúvidas e procurar ajuda especializada no processo de cessação tabágica”.

 

 

Para ajudar os casais a explicarem o processo aos filhos
“Como é que se fazem os bebés?” É aquela questão que pode ser desconfortável quando são as crianças a colocá-la, mais ainda...

A APFertilidade escolheu o dia 1 de junho,  Dia Mundial da Criança, para apresentar “Na nossa história há… uma fada!” e “Na nossa história há… uma semente mágica”, através de um live na sua página do Facebook, a partir das 18h00. O evento, uma das iniciativas que decorre no âmbito dos 15 anos da fundação da APFertilidade, vai ser moderado por Íris Bravo, médica ginecologista no Centro de Infertilidade e Procriação Medicamente Assistida do Hospital Garcia de Orta, e conta com a participação de Ana Galhardo, psicóloga clínica, professora auxiliar no Curso de Psicologia do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT) e coordenadora da rede de apoio psicológico da associação, e Pedro Xavier, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução (SPMR).

Ana Galhardo e Pedro Xavier vão falar da doação de gâmetas e de que forma estes livros podem ajudar os casais a simplificar a forma de explicarem o processo aos filhos.

Ana Galhardo explicará como surgiu a ideia de adaptar e criar a versão em português dos livros da autoria da Associação MAIA, congénere francesa da APFertilidade. Através destes livros, “os pais saberão como adaptar a conversa e revelar de forma calma e assertiva os moldes em que decorreu a sua conceção, isto é, o recurso a gâmetas de doador para concretizarem o seu sonho de ser pais”, refere a psicóloga, que esteve envolvida na tradução dos livros. A idade da criança é outro fator importante e determina como deve ser explicado o processo consoante a maturidade.

Pedro Xavier apresentará as situações em que os casais recorrem à doação de gâmetas e de que forma é feita essa doação, esclarecendo onde é que os potenciais candidatos se podem dirigir e quais os critérios obrigatórios para podeem candidatar-se. Outro ponto importante que o presidente da SPMR irá abordar é a falta de dadores no Serviço Nacional de Saúde e quais as possibilidades para aumentar o seu número.

O evento contará ainda com a leitura dos livros por Vera Fernandes e Elsa Teixeira, animadoras da Equipa das Manhãs da Rádio Comercial.

Cláudia Vieira, presidente da APFertilidade, sublinha a importância da iniciativa, a primeira com este objetivo a nível nacional, e considera que é possível alertar para a necessidade de mais pessoas doarem os seus gâmetas, dentro dos critérios obrigatórios, “através da informação e sensibilização da sociedade de que doar neste caso é ajudar a gerar vida, um ato de um imenso altruísmo que permite a uma família terem um filho”.

Para adquirir os livros basta enviar email para [email protected] e efetuar o pagamento por transferência bancária (IBAN PT50 0035 0882 00086578430 49), ou dirigir-se àss instalações da APFertilidade, na Rua de São Bento, 69, em Lisboa. O valor de cada livro é 5 euros, mais custos de envio.

Investigação europeia
Uma equipa internacional e multidisciplinar liderada por investigadores da Universidade de Oxford, da Universidade de Glasgow e...

A informação genética do SARS-CoV-2 está codificada numa molécula de ARN em vez de ADN. Este ARN deve ser multiplicado, traduzido e embalado em novas partículas virais para produzir descendência viral. Apesar da complexidade destes processos, a SARS-CoV-2 apenas codifica um punhado de proteínas capazes de se envolver com ARN viral. Para contornar esta limitação, o SARS-CoV-2 sequestra proteínas celulares e reutiliza-as para seu próprio benefício. No entanto, a identidade destas proteínas permaneceu desconhecida até agora.

Investigadores da Universidade de Oxford em colaboração com outros laboratórios do Reino Unido e da Europa desenvolveram uma nova abordagem para descobrir de forma abrangente as proteínas que 'colam' o ARN SARS-CoV-2 a células infetadas. Com este método, os autores descobriram que o ARN SARS-CoV-2 sequestra mais de uma centena de proteínas celulares, que parecem desempenhar papéis críticos no ciclo de vida viral.

Este trabalho, publicado na Molecular Cell, identifica muitos potenciais alvos terapêuticos com centenas de fármacos disponíveis que os visam. Numa experiência de prova de princípio, os autores selecionaram quatro fármacos direcionados para quatro proteínas celulares diferentes. Estas drogas causaram efeitos moderados a fortes na replicação viral.

"Estes resultados emocionantes são apenas o início", disse Alfredo Castello, um dos investigadores que liderou o trabalho. "Com centenas de compostos que visam estas proteínas celulares críticas, será possível identificar novos antivirais. Os nossos esforços, juntamente com os da comunidade científica, devem concentrar-se agora em testar estes fármacos em células infetadas e modelos animais para descobrir quais são os melhores antivirais."

Uma observação inesperada deste estudo é que vírus de diferentes origens, tais como SARS-CoV-2 e Sindbis, sequestram um repertório semelhante de proteínas celulares. Esta descoberta é muito importante, uma vez que as proteínas celulares com papéis importantes e difundidos na infeção do vírus têm potencial como alvo para tratamentos antivirais de largo espectro.

"Nesta fase da pandemia em que as vacinas provaram o seu valor", acrescentou Alfredo Castello, "torna-se fundamental desenvolver uma nova abordagem terapêutica para contrariar variantes emergentes resistentes à vacina ou novos vírus patogénicos com potencial pandemia."

Shabaz Mohammed acrescenta que "estes novos métodos para descobrir os interlocutores do ARN viral baseiam-se em quase 6 anos de esforço entre os laboratórios usando o vírus Sindbis como modelo de descoberta. Este trabalho pré-existente permitiu-nos reagir rapidamente no início da pandemia COVID-19 e estudar as interações entre a SARS-CoV-2 e a célula hospedeira num prazo reduzido. A nossa metodologia estará agora pronta para responder rapidamente aos futuros fios virais."

O artigo "A análise global das interações proteína-ARN em células infetadas SARS-CoV-2 revela os principais reguladores da infeção" é publicado na revista Molecular Cell. O trabalho foi liderado por Wael Kamel e Marko Noerenberg, investigadores de pós-doutoramento em Glasgow e Oxford, e Berati Cerikan, bolseiro de pós-doutoramento na Universidade de Heidelberg.

“Tabagismo e Saúde Mental – Retrato de uma pandemia”
Como forma de assinalar o Dia Mundial sem Tabaco, a 31 de maio, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) divulga os...

Já após o primeiro confinamento, entre maio e julho de 2020, a SPP realizou um primeiro questionário sobre este mesmo tema (e que obteve 1008 respostas) tendo, este ano, entre os meses de abril e maio, lançado um novo inquérito online (que obteve 1232 respostas) com o mesmo intuito de avaliar o impacto da pandemia e do isolamento social no consumo de produtos de tabaco, mas considerando também as consequências deste período na saúde mental.

Os dados obtidos este ano, e a comparação com os do ano anterior, serão apresentados hoje, pelas 21h00, num webinar com o tema “Tabagismo e Saúde Mental – retrato de uma pandemia” e que vai decorrer sob moderação de António Morais, presidente da SPP, e Paula Rosa, coordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP, e onde vão participar o pneumologista José Pedro Boléo-Tomé e o psiquiatra Gustavo Jesus.

Paula Rosa destaca, fazendo uma breve antevisão dos resultados, que “apesar da amostra não ser representativa da população, os grupos são homogéneos entre si e, no último inquérito, houve mais fumadores a referir aumento do consumo - provavelmente refletindo o impacto de um confinamento tão prolongado sobre a saúde mental e também a diminuição do número de consultas de apoio ao fumador que se verificou durante este período”.

A sessão decorre hoje, dia 31 de maio, pelas 21h00, e pode ser assistida no Facebook da SPP ou através da plataforma https://pneumologia-elearnings.pt/

 

Mais eficaz que vacina da gripe sazonal
Uma vacina experimental contra a gripe, composta por biliões de pequenos sacos esféricos que transportam proteínas de combate a...

Descrita num estudo publicado a 24 de maio pela Proceedings of the National Academy of Sciences, esta vacina tem o potencial de, segundo os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, melhorar a eficácia das vacinas contra a gripe sazonal, que normalmente funcionam 40 a 60% das vezes.

Por outro lado, dizem os investigadores, é possível produzir grandes quantidades desta vacina em tempo recorde uma vez que, ao contrário da maioria das vacinas contra a gripe sazonal, esta não é criada em ovos de galinha embrionados. Além disso, são utilizadas doses mais pequenas aumentando o fornecimento de vacinas, explica,

Segundo Jonatha Lovell, coautor do estudo, estes "resultados são muito encorajadores”.

"Tipicamente, as vacinas contra a gripe contêm micróbios desativados que causam a gripe, ou baseiam-se em formas enfraquecidas da doença. A vacina que estamos a desenvolver é uma vacina de nanopartículas de proteína recombinante que estimula uma forte resposta imunológica", diz Lovell.

A chave para o sucesso da vacina é um lipossoma chamado cobalto-porfirina-fosfolipídeo, ou CoPoP, criado pela equipa de investigadores de Universidade de Bufalo.

Estes pequenos sacos esféricos, que são pequenos o suficiente para serem considerados nanopartículas, formam a espinha dorsal do que é conhecido como uma plataforma farmacêutica, que é qualquer tecnologia subjacente usada para desenvolver múltiplas vacinas.

Sozinhos, estes lipossomas não combatem doenças. Mas possuem um talento especial. Convertem espontaneamente proteínas do vírus que levam as respostas imunes a um formato de nanopartícula mais potente.

"Esta conversão é vantajosa porque as proteínas dissolvidas se ligam à superfície dos lipossomas, onde as proteínas melhoram a resposta do sistema imunitário à doença", diz o autor sénior Matthew Miller, professor associado de bioquímica e ciências biomédicas na Universidade McMaster.

No estudo, os investigadores introduziram um grupo de proteínas conhecidas como hemaglutinina às lipossomas CoPop. Uma hemaglutinina em particular, conhecida como tricotar H3 HA, desencadeou uma forte resposta imunológica em ratos.

"As nanopartículas transportam o tricomérico H3 HA para as células imunitárias do corpo, e provocam essas células imunitárias para responder mais vigorosamente à gripe", diz o autor principal Zachary Sia, um candidato a doutoramento no laboratório de Lovell.

Em experiências que envolvam a estirpe do vírus da gripe H3N2, o soro sanguíneo de ratos vacinados foi injetado em ratos não vacinados. A injeção forneceu proteção contra h3N2. Em experiências com furões envolvendo uma estirpe H3N2 mais moderna, a vacina reduziu a quantidade de vírus no sistema respiratório superior dos animais.

Mesmo com doses tão baixas como 2 nanogramas, a vacina forneceu um nível de proteção semelhante às vacinas com doses tipicamente medidas em microgramas, ou cerca de 1.000 vezes mais.

"O efeito de poupar a dose é importante porque significa que podemos criar muitas mais doses usando menos materiais", diz o coautor sénior Bruce Davidson, professor associado de investigação de anestesiologia na Escola de Medicina e Ciências Biomédicas da UB. "Simplificando, o CoPoP provavelmente fornecerá uma maior proteção imunitária com menos hemaglutinina do que as vacinas atuais."

A plataforma da vacina também é versátil.

Os investigadores conseguiram simultaneamente ligar 10 proteínas recombinantes que representam estirpes distintas do vírus da gripe para gerar uma nanopartícula altamente multivalente. Uma dose de 5 nanogramas em ratos ofereceu proteção contra a estirpe da gripe H5N1, mais conhecida como gripe aviária, um vírus que os epidemiologistas dizem ter o potencial de desencadear uma pandemia.

Níveis de depressão, ansiedade e stress aumentaram
O medo da compaixão ampliou o impacto prejudicial da Covid-19 na saúde mental, aumentando os níveis de depressão, ansiedade e...

Este consórcio, que explora a compaixão, a conexão social e a resiliência ao trauma durante a pandemia de Covid-19, ou seja, os fatores que podem aumentar ou atenuar o risco de problemas de saúde mental neste contexto, conta com a participação de cientistas de 21 países da Europa, Médio Oriente, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oceânia.

Neste estudo em particular, já publicado na revista científica “Clinical Psychology and Psychotherapy”, o universo da amostra foi constituído por 4057 indivíduos de ambos os sexos da população geral, recrutados nos 21 países participantes.

De acordo com a coordenadora, Marcela Matos, os resultados obtidos mostram que «o medo da autocompaixão, medo da compaixão em relação aos outros e medo de receber compaixão dos outros estão associados a maiores níveis de depressão, ansiedade e stress e menor sensação de segurança e ligação aos outros», isto é, clarifica, «pessoas que têm mais medo e resistências em relação a serem sensíveis ao seu próprio sofrimento e ao dos outros e a tentarem aliviar ou prevenir sofrimento e que estão menos disponíveis para receber suporte e compaixão por parte de outras pessoas tendem a apresentar mais sintomas depressivos, de ansiedade e de stress e a sentir-se menos seguras e conectadas/ligadas às outras pessoas».

A investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da

Universidade de Coimbra (FPCEUC) explica que, embora a compaixão possa ser um fator protetor, em oposição, «o medo da compaixão aumenta a vulnerabilidade ao sofrimento psicossocial e pode ampliar o impacto da pandemia na saúde mental».

Outra conclusão do estudo «extremamente relevante», segundo Marcela Matos, é o facto de «estes medos da compaixão e da autocompaixão amplificarem o efeito nefasto da pandemia nos níveis de depressão, ansiedade e stress. Isto significa que quanto mais medo as pessoas tiverem de ser compassivas em relação a elas mesmas e em relação aos outros e mais resistências tiverem em receber compaixão por parte dos outros, maior é o impacto do medo do vírus na sua saúde mental».

Por outro lado, acrescenta, «percebemos também que o medo de receber compaixão por parte de outras pessoas, isto é, estar menos disponível/recetivo para receber suporte, ajuda e compaixão de outras pessoas na nossa vida, é um importante fator de risco que agrava o impacto nefasto da pandemia/medo do vírus na sensação de segurança e ligação aos outros».

Face aos resultados obtidos, que são transversais aos 21 países que participaram no estudo, a investigadora defende que as autoridades de saúde pública «devem adotar intervenções e comunicações focadas na promoção da compaixão e da ligação aos outros para reduzir os medos da compaixão e, assim, promover a resiliência e o bem-estar mental durante e após a pandemia COVID-19».

A especialista do CINEICC recomenda ainda que «intervenções psicológicas de promoção/tratamento da saúde mental focadas na compaixão e baseadas em evidência empírica (como a terapia focada na compaixão ou o treino da mente compassiva), em formato individual, grupal ou na comunidade, sejam usadas para reduzir o medo da compaixão e promover a motivação e as competências compassivas e, portanto, ajudar a proteger contra dificuldades de saúde mental durante e após a pandemia».

Investigação
Novas pesquisas descobriram que os adolescentes com níveis mais elevados de um ácido gordo ómega-3 no sangue eram menos...

O estudo, liderado por investigadores da RCSI University of Medicine and Health Sciences, é publicado na Translational Psychiatry.

Mais de 3.800 indivíduos que participara no estudo Children of the 90s foram avaliados para desordem psicótica, desordem depressiva e transtorno de ansiedade generalizada aos 17 e aos 24 anos.

Durante estas avaliações, foram recolhidas amostras de sangue, e os investigadores mediram os níveis de ácidos gordos ómega-6, que geralmente aumentam a inflamação no corpo, e os ácidos gordos ómega-3, que geralmente reduzem a inflamação.

Embora houvesse poucas evidências de que os ácidos gordos estivessem associados a distúrbios mentais aos 17 anos, os investigadores descobriram que os 24 anos com desordem psicótica, desordem depressiva e transtorno de ansiedade generalizada os indivíduos tinham níveis mais altos de ómega-6 do que ácidos gordos ómega-3, quando comparados com aqueles que não apresentam tais patologias.

Os investigadores também descobriram que os indivíduos, aos 24 anos e com desordem psicótica, tinham níveis mais baixos de DHA, um ácido gordo ómega-3 tipicamente encontrado em peixes gordos ou suplementos dietéticos, aqueles que não apresentavam qualquer desordem psicótica. Num grupo de mais de 2.700 indivíduos que foram rastreados ao longo do tempo, os adolescentes com níveis mais elevados de DHA aos 17 anos tinham 56% menos probabilidade de desenvolver distúrbios psicóticos sete anos depois, aos 24 anos. Isto sugere que o DHA na adolescência pode ter um efeito preventivo potencial de reduzir o risco de psicose na idade adulta.

Estes resultados mantiveram-se consistentes na contabilização de outros fatores, como o sexo, o índice de massa corporal, o tabagismo e o estatuto socioeconómico.

"O estudo precisa de ser replicado, mas se os resultados forem consistentes, estes resultados sugerem que a ingestão alimentar melhorada de ácidos gordos ómega-3 entre adolescentes, como através de peixes gordos como a cavala, poderia impedir algumas pessoas de desenvolver psicose no início dos anos 20", disse o professor David Cotter, autor sénior do estudo e professor de psiquiatria molecular no RCSI.

"Os resultados também podem levantar questões sobre a relação entre o desenvolvimento de distúrbios de saúde mental e ácidos gordos ómega-6, que são tipicamente encontrados em óleos vegetais."

David Mongan, estudante de doutoramento da RCSI e bolseiro de Formação Académica Clínica Irlandesa (ICAT), analisou os dados com a supervisão do Professor David Cotter e da Professora Mary Cannon do Departamento de Psiquiatria do RCSI. O programa ICAT é apoiado pelo Wellcome Trust e pelo Health Research Board, pelo Programa Nacional de Formação e Planeamento de Médicos do Serviço de Saúde e Pela Divisão de Saúde e Assistência Social, Irlanda do Norte.

"Precisamos de fazer mais pesquisas para aprender sobre os mecanismos por detrás deste efeito, mas pode estar relacionado com a redução da inflamação ou a diminuição da poda inadequada das ligações cerebrais durante a adolescência", disse David Mongan, o primeiro autor do estudo, que é estagiário de psiquiatria e estudante de doutoramento no RCSI.

Hospital de Faro acolhe a ação formativa Day at the Cath Lab
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai promover a iniciativa formativa Day at the Cath Lab (D@CL),...

“Com este D@CL pretendemos demonstrar aos colegas a exequibilidade do acesso radial distal nos doentes que nos aparecem diariamente, dado ser um acesso alternativo à artéria radial convencional, que pode apresentar muitos benefícios”, afirma Hugo Vinhas, coordenador do Centro de Cardiologia de Intervenção do Hospital de Faro.

De acordo com Hugo Vinhas, o centro que coordena tem grande experiência na utilização do acesso radial distal. Esta técnica pode ser utilizada em inúmeras situações, como no tratamento de oclusões crónicas, bifurcações, aterectomia rotacional, entre outras, mostrando-se por vezes uma mais-valia, como por exemplo no caso dos doentes que fazem hemodiálise.

Carlos Braga, cardiologista de intervenção e responsável pela iniciativa D@CL da APIC refere: “A realização de procedimentos de diagnóstico e de intervenção coronária por acesso radial distal tem crescido nos últimos anos, sendo uma alternativa segura, eficaz e com várias vantagens potenciais relativamente aos acessos tradicionais, por isso julgamos ser um ótimo tema para retomar a realização do D@CL, sobretudo num centro com elevada experiência, como é o caso do Hospital de Faro.”

De acordo com o responsável pela iniciativa, “o D@CL pretende promover ações de formação práticas e dinâmicas, com o objetivo de adquirir ou partilhar conhecimento em procedimentos inovadores e complexos. É uma iniciativa que também permite aos cardiologistas de intervenção conhecerem o dia-a-dia de um laboratório de hemodinâmica do país, num ambiente informal, hands on e de proximidade.”

Criado em 2003 e coordenado por Hugo Vinhas desde outubro 2018, o Centro de Cardiologia de intervenção do Hospital de Faro é o único centro público de Cardiologia de Intervenção do Algarve e assegura o funcionamento da Via Verde Coronária, de toda a região do Algarve, recebendo ainda doentes de alguns concelhos do Baixo Alentejo.

 

Vencedores conhecidos na passada sexta feira
A equipa GLIA, do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), foi a grande vencedora do BI Award for Innovation in...

O grupo do serviço de neurocirurgia do CHUP propõe criar, no serviço de Neurocirurgia, uma sala de teleconsulta, com integração online através de uma plataforma digital, que permita uma comunicação atempada e imediata com os Cuidados de Saúde Primários, rede de Cuidados Continuados e Cuidados Paliativos e restantes Centros Hospitalares da área de influência com equipamento tecnológico e espaço físico apropriados.

O projeto foca-se na dor lombar, patologia com impacto alargado na população e que se traduz em perda de qualidade de vida e em absentismo. O objetivo é melhorar a resposta aos doentes, reduzindo o número de deslocações e a dispersão de consultas e meios complementares de diagnóstico e terapêutica. A ideia é que o projeto piloto valide as premissas do projeto e que este venha a ser alargado a mais patologias, especialidades e zonas do país.

“Sistema de Informação para apoio ao cuidador informal e ao utente - Uma abordagem integrativa em Hospitalização Domiciliária” é o nome do projeto da equipa MyDHU, que ficou em segundo lugar. Um projeto que pretende otimizar o atual serviço de Hospitalização Domiciliária com recurso a tecnologias de informação e comunicação (TIC), facilitando a comunicação entre os diferentes prestadores de cuidados e, sobretudo, entre estes e os utentes e os cuidadores informais. Através da aplicação que o projeto vai desenvolver, será possível registar vários dados de saúde do doente e introduzir evoluções diárias, bem como colocar dúvidas a que a equipa de saúde procurará dar resposta. O projeto quer também promover a literacia dos cuidadores informais, ensinando por via virtual temas relevantes como técnicas de mobilização do doente, medição da pressão arterial ou do oxigénio.

Em terceiro lugar ficou a equipa Safer, com uma proposta de identificação pró-ativa para Referenciação Rápida e Segura de doente não COVID, que une os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares e que recorre a business intelligence para a priorização clínica dos utentes. A equipa do projeto quer mitigar os efeitos da pandemia na acessibilidade aos cuidados de saúde e propõe a construção de uma ferramenta que permita identificar os doentes que ficaram para trás, chamando-os pró-ativamente para consultas nos centros de saúde e nos hospitais. O projeto vai focar-se sobretudo nas doenças crónicas não transmissíveis, isto é, nas pessoas com dislipidemia, hipertensão, diabetes e obesidade, entre outros exemplos, ou em risco de desenvolver estas patologias.

Os projetos vencedores, escolhidos pelo júri, além de um prémio monetário, deverão ser integrados num ecossistema adequado à sua aplicação, que permitirá a contribuição direta para a sociedade e a saúde dos portugueses.

“É de facto bom saber que existe tanta gente com vontade de inovar e de apoiar o sistema de saúde português como vimos pelo número histórico de candidaturas que recebemos e pela qualidade dos projetos que hoje distinguimos.

O objetivo da Boehringer Ingelheim com este prémio “era, e é, melhorar a vida dos portugueses, melhorando a sua saúde. Queremos um Sistema de Saúde mais forte e mais eficaz, capaz de dar resposta às muitas solicitações”, refere Vanessa Jacinto, Head of Market Access & Public Affairs da Boehringer Ingelheim Portugal.

“Com este concurso de ideias inovadoras, e muito em particular com estes três projetos vencedores, reforçamos que a inovação não é algo distante e que é possível ser desde já implementada nos nossos serviços de saúde, com efeitos rápidos e práticos na vida das pessoas. As boas ideias existem, unem os profissionais de saúde, muitas delas vêm mesmo de quem está no terreno e que quer encontrar melhores respostas para os doentes que protege e de quem cuida todos os dias. É crítico que o Serviço Nacional de Saúde acarinhe esta vontade de fazer diferente, pelo que a valorização do capital humano significa só por si, mas sobretudo porque são ideias que melhoram a qualidade de vida dos nossos doentes”, destaca o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

O BI Award for Innovation in Healthcare, uma iniciativa da Boehringer Ingelheim, com o apoio institucional da Ordem dos Médicos, contou com um número recorde de candidaturas: mais de 100 equipas apresentaram projetos diferenciadores e inovadores para apoiar a retoma dos cuidados de saúde e o sistema de saúde em Portugal. Durante o período de Hackathon, o modelo de trabalho colaborativo, escolhido para este projeto, foram realizadas mais de 260 sessões, mais 1500 interações nas salas de trabalho e somaram-se mais de 400 horas de trabalho e todos com a visão única de apoiar a retoma dos Cuidados de Saúde.

Presidente quer um novo rumo para a associação
Ema Paulino foi eleita Presidente da Direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF) para o triénio 2021-2023, com 58% dos...

A lista A, liderada por Ema Paulino, conquistou 1340 votos, contra 825 da lista F, num total de 2165 farmácias apuradas. Foram ainda contabilizados 147 votos nulos ou em branco.  Ficam por apurar os votos de 199 farmácias, processo que estará concluído na próxima sexta-feira, dia 4 de junho de 2021.

Ema Paulino propõe um Novo Rumo para a ANF, dando “prioridade ao reequilíbrio das contas através de uma gestão rigorosa e transparente”. Apresenta como principais objetivos “aproximar a Associação de todos os Associados, defender e valorizar as farmácias e os farmacêuticos na rede de cuidados de saúde, bem como recuperar o poder de intervenção e influência da ANF junto dos centros de decisão, das autoridades e de todos os parceiros da saúde”.

Ema Paulino foi membro da Direção Nacional da Ordem dos Farmacêuticos (OF) e representou esta organização no Grupo Farmacêutico da União Europeia (PGEU) e na Federação Internacional Farmacêutica (FIP), da qual foi CEO interina. Pertenceu à Direção da ANF durante 9 anos, de 2003 a 2012, e foi, entre 2012 e 2019, Presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos. Foi, até à eleição para a ANF, membro da Comissão Técnica de Vacinação da Direção-Geral da Saúde, desde 2018, e, desde 2020, da Comissão Técnica de Vacinação Contra a COVID-19. Integra a delegação da FIP à Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial da Saúde.

Recebeu o galardão FIP Fellow em 2012. Em 2014, foi distinguida com o prémio Almofariz para Figura do Ano e, em 2017, foi selecionada como uma das 100 gestoras da nova geração a nível nacional para o Círculo da Inovação, projeto do Expresso, SIC Notícias e NOS. Em 2020, foi eleita membro correspondente da Academia Nacional de Farmácia Francesa.

Ema Paulino conta, na equipa da Direção, com os Vice-presidentes Diogo Gouveia, Paula Dinis e Paulo Fernandes. João Cordeiro preside à Mesa da Assembleia Geral, Paulo Barradas é Presidente do Conselho Fiscal e Helena Amado é Presidente do Conselho Disciplinar.

 

 

Opinião
A 31 de maio, comemora-se o Dia Mundial Sem Tabaco.

Quando refletimos acerca dos malefícios do tabaco, de imediato, associámo-los ao desenvolvimento de carcinoma do pulmão, eventualmente a doença pulmonar obstrutiva crónica ou infeções respiratórias. De facto, o tabagismo é a principal causa de cancro do pulmão e está provado que a cessação tabágica, após 10 anos, pode reduzir o risco para metade.

No entanto, o tabagismo está também associado a uma pandemia (outra que não a COVID-19), que parece silenciosa, mas é a principal causa de morte em Portugal…o acidente vascular cerebral (AVC).

Fumar 1 maço de tabaco por dia aumenta em 6 vezes o risco de ter um AVC e duplica o risco de morte em caso de AVC.

Os químicos, contidos em todos os tipos de tabaco, aumentam o risco de AVC isquémico, sobretudo pelo desenvolvimento de doença aterosclerótica, através de vários mecanismos, entre eles:

  • aumento do colesterol “mau” (LDL) e diminuição do colesterol “bom” (HDL);
  • diminuição da oxigenação cerebral, pelo monóxido de carbono;
  • promoção de hipertensão arterial, pela nicotina;
  • alterações da função plaquetar com formação de coágulos sanguíneos.

Estes químicos, parecem ter, igualmente, um papel importante na estimulação de episódios de fibrilhação auricular, outra causa importante de AVC isquémico.

Para além disto, o tabaco é também um fator de risco importante para o AVC hemorrágico, não só por aumentar em 3 a 10 vezes o risco de rotura de aneurismas, mas, sobretudo, pela sua associação com hipertensão arterial. Este tipo de AVC, apesar de menos frequente, é o mais letal apresentando uma mortalidade de cerca de 50%.

Felizmente, esta é uma causa prevenível de AVC e quanto mais cedo for tentada a cessação tabágica, maior é o impacto na redução do risco de AVC.

Após 8h, os níveis de oxigenação sanguínea normalizam e os níveis de nicotina e monóxido de carbono diminuem em 50%. Após 2-12 semanas, verifica-se uma melhoria no sistema circulatório. Após 2-4 anos, o risco de AVC por rotura aneurismática assemelha-se ao de um não fumador. E, até 15 anos de cessação tabágica, o risco de ter um AVC é semelhante ao de quem nunca fumou.

Os benefícios da cessação tabágica são inegáveis. Procure ajuda para iniciar, hoje, esse caminho. Não queira fazer parte da contabilização anual de doentes com AVC e morte por AVC. O seu cérebro, está nas suas mãos, cigarro a cigarro (a menos).

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Iniciativa
No próximo dia 31 de maio assinala-se o Dia Mundial Sem Tabaco. Nesse âmbito, a Comissão de Prevenção de Tabagismo do Centro...

Nesta sessão será dada a conhecer a estrutura e funcionamento da consulta de desabituação tabágica do CHUCB, bem como as várias, grátis e simplificadas modalidades de acesso à mesma, disponibilizadas ao público em geral. Nesta serão ainda abordados os riscos e consequências graves que esta adição acarreta para a saúde dos próprios e de terceiros, bem como a desconstrução de referências “positivas” preconcebidas em torno dos cigarros eletrónicos e do tabaco aquecido, igualmente, viciantes e nefastos para a saúde. Serão também referenciadas as melhores ferramentas e metodologias, para parar de fumar e os benefícios associados a esta disposição.

Em paralelo no Hospital, e sob o lema “AJUDAR A DEIXAR DE FUMAR É SALVAR VIDAS: NÓS COMPROMETEMO-NOS A AJUDÁ-LO, COMPROMETA-SE A DEIXAR DE FUMAR!” estará em curso uma campanha baseada em suportes gráficos informativos e digitais, direcionada a todos os profissionais de saúde, com o objetivo de alertar para a importância de ajudar os doentes a deixar de fumar, com base numa abordagem simples e rápida, a qual culmina no encaminhamento dos fumadores para a consulta especializada de desabituação tabágica deste hospital.

O Centro Hospitalar recorda que "os fumadores têm maior risco de desenvolver doença grave e morte por covid-19 e que, para além disso, o tabaco causa e agrava em larga escala as doenças do foro cardiovascular, respiratórias, cancro e diabetes".

 

Com a Comirnaty
O comité de medicamentos humanos da EMA (CHMP) deu luz verde à vacinação de crianças, dos 12 aos 15 anos, com a Comirnaty. A...

Em comunicado, a Agência Europeia de Medicamentos faz saber que “o uso da Comirnaty em crianças dos 12 aos 15 anos será o mesmo que em pessoas com idade igual ou superior a 16 anos”. Conta com duas inoculações com três semanas de intervalo.

Os efeitos desta vacina foram investigados em 2.260 crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos.

O ensaio mostrou que a resposta imune ao Comirnaty neste grupo era comparável à resposta imunitária na faixa etária dos 16 aos 25 anos (medida pelo nível de anticorpos contra a SARS-CoV-2). A eficácia do Comirnaty foi calculada em cerca de 2.000 crianças entre os 12 e os 15 anos que não tinham sinais de infeção anterior. Estes receberam a vacina ou um placebo (uma injeção falsa), sem saber qual deles foram dados. Das 1.005 crianças que receberam a vacina, explica, “nenhuma desenvolveu COVID-19 em comparação com 16 crianças das 978 que receberam a injeção falsa. Isto significa que, neste estudo, a vacina foi 100% eficaz na prevenção do COVID-19 (embora a taxa real possa ser entre 75% e 100%).”

Os efeitos secundários mais comuns em crianças entre os 12 e os 15 anos são semelhantes aos de pessoas com idade igual ou superior a 16 anos. Incluem dor no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, dores musculares e articulares, calafrios e febre. “Estes efeitos são geralmente leves ou moderados e melhoram em poucos dias a partir da vacinação”, escreve a EMA.

O CHMP observou que, devido ao número limitado de crianças incluídas no estudo, o ensaio não poderia ter detetado efeitos secundários raros. O comité observou ainda que o comité de segurança da EMA PRAC está atualmente a avaliar casos muito raros de miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e pericardite (inflamação da membrana em torno do coração) que ocorreram após a vacinação com Comirnaty, principalmente em pessoas com menos de 30 anos de idade. Atualmente, não há indícios de que estes casos se devam à vacina e a EMA está a acompanhar de perto esta questão.

Apesar desta incerteza, o CHMP considerou que os benefícios da Comirnaty em crianças entre os 12 e os 15 anos superam os riscos, em particular nas crianças com condições que aumentam o risco de covid-19 grave.

“A segurança e a eficácia da vacina, tanto nas crianças como nos adultos, vão continuar a ser acompanhadas de perto, uma vez que é utilizada em campanhas de vacinação em todos os Estados-Membros, através do sistema de farmacovigilância da UE e de estudos contínuos e adicionais por parte da empresa e das autoridades europeias”, afirma.

 

Investigação
Uma investigação, do Hospital Charité, em Berlim, Alemanha, que contou com mais de 25 mil participantes, mostra que as pessoas...

Uma amostra normal retirada da garganta contém 2,5 milhões de cópias do genoma do vírus, mas quase 9% dos infetados têm mil milhões de cópias ou mais, de acordo com o novo estudo. O trabalho encontra um cenário explosivo: mais de um terço dos pacientes com carga viral muito elevada são assintomáticos ou têm apenas sintomas leves. Quer isto dizer que uma pessoa sem sintomas pode ser tão contagiosa quanto um doente Covid hospitalizado.

O principal autor da pesquisa, o virologista Christian Drosten, afirmou em comunicado que estes dados apoiam "a ideia de que uma minoria de pessoas infetadas causa mais contágios". Os resultados deste trabalho foram publicados esta terça-feira na revista Science e coincidem com as conclusões de outros estudos recentes.

Um artigo publicado no passado dia 10 de maio sugeria que 2% das pessoas infetadas transportam 90% dos vírus circulantes. A investigação incluiu 1.400 casos positivos sem sintomas, identificados na Universidade do Colorado em Boulder, EUA. Os autores, liderados pela virologista Sara Sawyer, falam de "super-super-contágios virais e, possivelmente, super-contágios". Um outro estudo publicado em novembro passado descobriu na Índia que 71% das cerca de 85.000 pessoas infetadas não transmitiram o vírus a mais ninguém. E uma análise de 1.200 casos na China descobriu, em janeiro, que 15% causou 80% dos contágios.

O novo trabalho agora apresentado, levado a cabo pela equipa de investigação do Hospital Charité, também aborda o papel das crianças.

Os investigadores não observaram grandes diferenças na carga viral de pessoas entre os 20 e os 65 anos. A quantidade de vírus foi menor em crianças com menos de cinco anos, com níveis de pelo menos 800.000 cópias do genoma coronavírus. A carga viral, no entanto, aumenta com a idade e aproxima-se do número de adultos em crianças e adolescentes mais velhos.

Além disso, esta investigação confirma ainda que a variante B.1.1.7 do coronavírus, registada pela primeira vez em setembro de 2020 no Reino Unido e já dominante em muitos países, é mais contagiosa. A análise de 1.500 infetados com este subtipo sugere que a sua carga viral é 10 vezes maior em média, com 2,6 vezes maior infecciosidade.

 

Investigação
Um novo estudo, assinado por investigadores do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), estabelece uma relação entre...

O estudo epidemiológico, publicado no European Journal of Epidemiology, recolheu dados de mais de 70.000 crianças de seis países europeus (Reino Unido, Dinamarca, Holanda, Itália, Grécia e Espanha). Os autores verificaram a informação disponível sobre a sua exposição ao paracetamol (pré-natal ou início) e a subsequente presença de sintomas associados a transtornos neurocomportamentais, concluindo que aqueles que foram expostos 'in utero' ao paracetamol têm 19% mais probabilidade de desenvolver sintomas de transtorno do espectro do autismo e 21% mais propensos a desenvolver transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

No entanto, os autores sublinham que os resultados não significam que este analgésico deva deixar de ser prescrito durante a gravidez em caso de necessidade, no entanto aconselham um consumo limitado. "Tendo em conta todas as evidências sobre o uso de paracetamol e desenvolvimento neurológico, concordamos com recomendações anteriores que indicam que, embora o paracetamol não seja suprimido em mulheres grávidas ou crianças, deve ser usado apenas quando necessário", explica Jordi Sunyer investigador do ISGlobal, um centro apoiado pela Fundação "la Caixa", citado hoje pelo jornal El Mundo.

Neste sentido, em Espanha, o Ministério da Saúde, através da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS), já atualizou as suas recomendações dirigidas aos profissionais em 2019 para abordar a questão do paracetamol durante a gravidez. Embora a AEMPS não considerasse então que existissem indícios destas associação, recomendou "a sua utilização na dose mínima efetiva, pelo menor tempo possível".

No entanto, e embora os números mostrem uma relação entre o fármaco e estas condições clínicas, as razões permanecem em grande parte desconhecidas. "Os mecanismos precisos explicados por estas associações não são conhecidos, mas é plausível que a exposição biológica ao paracetamol nas fases iniciais da vida possa alterar o desenvolvimento cerebral; alguns mecanismos propostos incluem alterações em fatores neurotróficos, uma família de proteínas muito relevante para o neurodesenvolvimento", explica Sílvia Alemany, primeira autora do estudo. "Também pode contribuir para o stress oxidativo, que é um mecanismo que tem sido ligado ao PEA e ao TDAH."

A verdade é que em fevereiro de 2014, a JAMA Pediatrics publicou uma pesquisa na Dinamarca que estabeleceu um risco 29% maior de precisar de medicação para a TDAH durante a infância em bebés que foram expostos ao paracetamol, e uma probabilidade aumentada de 13% de mostrar comportamentos semelhantes aos sete anos.

E em 2019, um estudo da Universidade Johns Hopkins, através amostras de sangue do cordão umbilical, observou que os recém-nascidos com maior exposição ao paracetamol tinham aproximadamente três vezes mais probabilidades de ser diagnosticados com alguns destes transtornos na infância.

Situação Epidemiológica
Nas últimas 24 horas, foi registada uma morte associada à Covid-19 e quase 600 novos casos da doença em Portugal.

Desde ontem que morreu mais uma pessoa com Covid-19 em Portugal. O único óbito registou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo

Quanto ao número de infetados, segundo o boletim divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde, foram diagnosticados 598 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 295 novos casos e a região norte 171. Desde ontem foram diagnosticados mais 54 na região Centro, 15 no Alentejo e 33 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais sete infeções e 23 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 246 doentes internados, mais 13 que ontem.  No entanto, as unidades de cuidados intensivos contam com menos um doente, estando agora 52 pessoas na UCI.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 515 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 808.047 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 22.534 casos, mais 82 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 1.053 contactos, estando agora 22.887 pessoas em vigilância.

Saúde feminina
Trata-se de uma condição bastante comum, no entanto, são muitas as mulheres que, apesar dos sintomas

A Síndrome de Congestão Pélvica (SCP) é uma causa comum de dor pélvica crónica. Segundo o especialista, Chefe de Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar Universitário do Porto, esta trata-se de uma patologia “multifatorial e mal definida” na qual podem estar envolvidas múltiplas condições, de forma isolada ou em conjunto,  como é o caso de “disfunção valvular das veias pélvicas de etiologia desconhecida, nomeadamente das veias ováricas e/ou as veias ilíacas internas ou dos seus ramos, que condicionam uma hipertensão venosa e consequente processo inflamatório nos órgãos pélvicos” ou “uma obstrução da drenagem venosa pélvica, conhecida como síndrome de Nutt-Cracker, em que a veia renal esquerda é comprimida entre a aorta e a coluna ou entre a artéria mesentérica superior e a aorta, e síndrome de May-Thurner, em que a veia ilíaca comum esquerda é comprimida pela artéria ilíaca comum direita”. Rui Machado acrescenta ainda que também as alterações hormonais, que podem condicionar a fragilidade da parede venosa, resultando nesta condição.

Podendo desenvolver-se em mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 50 anos, ou seja, antes da menopausa, apresenta-se como reconhecido fator de risco a multiparidade (gravidez múltipla). Isto porque, explica o especialista, ocorre um “aumento brutal da capacitância venosa das veias pélvica na gravidez, provocada pelo aumento do volume sanguíneo”. Por outro lado, também o “aumento hormonal da progesterona e estrogénios e a dilatação venosa condicionada pelo efeito compressivo do útero gravídico nas veias pélvicas” condicionam o desenvolvimento desta síndrome.

A dor – pélvica, sacroilíaca, perineal ou na raiz da coxa – que já se arrasta há mais de seis meses, juntamente com a dispareunia, ou seja, dor durante as relações sexuais, e desconforto vaginal após as mesmas são os principais sintomas a que todas devemos estar atentas.

No entanto, e uma vez que estes sintomas são comuns a outras patologias, Rui Machado chama a atenção para a necessidade de se excluírem outras doenças como “endometriose, adenomiose, miomatose uterina, doença urológica, doença oncológica retal, aderências intraperitoneais e a doença neurológica relacionada com a coluna lombo-sagrada”.

“O mais importante é o conhecimento da existência da SCP por parte da população em geral e pela comunidade médica no seu conjunto e, em particular, pelos Médicos Assistentes e Ginecologistas. Não se diagnostica aquilo que se desconhece”, sublinha o Chefe de Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar Universitário do Porto.

Assim, na presença destes sintomas e após a exclusão de outros diagnósticos, explica o médico, deve “realizar-se uma ecografia transvaginal pélvica, onde se vão observar varizes pélvicas, veias dilatadas e com fluxo sanguíneo invertido e lentificado. Posteriormente, um exame por tomografia computorizada ou ressonância magnética nuclear vai confirmar os achados e mostrar eventuais síndromes compressivos venosos (SMT ou SNC)”.

Confirmada a presença desta Síndrome, o tratamento médico inicia-se com “analgésicos, venotropicos e derivados da progesterona para suprimir a função ovárica”. “Contudo, quando este tratamento falha tem que se recorrer a tratamentos invasivos”, adianta o especialista em Cirurgia Vascular.

De acordo com Rui Machado, o tratamento de eleição, quando a terapêutica farmacológica não resulta, “consiste na realização de uma flebografia pélvica das veias ováricas e ilíacas internas para confirmação do diagnóstico e, simultaneamente, em proceder à embolização destas veias e das varizes pélvicas com coils e/ou agentes esclerosantes”. Embora já se tenham realizado outras técnicas, esta é menos agressiva e mais eficaz.

“Este tratamento, conhecido como cirurgia ou tratamento endovascular, é realizado sob anestesia local com ou sem sedação em regime ambulatório ou com internamento de 24 horas através de cateteres, sendo os riscos mínimos e tendo uma taxa de sucesso que varia entre os 80 e os 90%”, esclarece.

Não obstante, os sintomas podem ressurgir. Por isso, Rui Machado aconselha o seguimento por médico assistente ou ginecologista e, caso volte a apresentar algumas manifestações, deve ser referenciada “ao Cirurgião Vascular para que seja realizada uma nova observação e, se necessário, feito um novo tratamento complementar”.

Com um grande impacto na qualidade de vida das mulheres – sabe-se que “em fases tardias de diagnóstico da doença, é frequente as doentes irem a consultas de apoio psicológico ou psiquiátrico” -, o especialista reforça a mensagem: na presença de sintomas, fale com o seu médico!

As mulheres “devem falar abertamente com o seu Médico Assistente ou Ginecologista sobre a possibilidade de terem uma Síndrome de Congestão Pélvica perante: uma dor pélvica com duração superior a seis meses não cíclica de agravamento vespertino ou com o ortostatismo; quando se queixam de dor durante a relação sexual ou de um desconforto vaginal após uma relação sexual”.

“No caso de não ser encontrada uma causa justificativa, devem ser referenciadas para um Cirurgião Vascular para observação, confirmação do diagnóstico e tratamento. Não deixem, contudo, atrasar o diagnóstico, pois este atraso, além dos problemas físicos e emocionais que tem associados, está relacionado com piores resultados terapêuticos”, sublinha.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Encontro internacional
São quatro jornadas, em formato online (por Zoom), que começam hoje e prosseguem nos dias 29 de maio, 4 e 5 de junho. Falamos...

De acordo com a organização, pretende-se com este workshop «que os participantes se apropriem de procedimentos cuidativos que operacionalizem e sistematizem a relação, que facilitem prestar cuidados em situações complexas, como cuidar de pessoas dependentes e/ou com alterações cognitivas, evitando comportamentos de agitação, oposição/recusa aos cuidados». Intervêm no encontro, professores e profissionais de saúde da ESEnfC, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, do Centro de Saúde de Cantanhede, do IGM Portugal e IGM Internacional, de instituições sediadas em Portugal, Espanha e Brasil.

A Metodologia de Cuidado Humanitude (MCH), criada pelo professor de Educação Física Yves Gineste e pela psicogerontóloga Rosette Marescotti, privilegia intervenções não-farmacológicas no controlo e redução de “comportamentos de agitação patológica”, melhorando a qualidade de vida da pessoa cuidada e o bem-estar dos cuidadores.

Gineste e Marescotti desenvolveram uma filosofia de cuidados baseados nos “pilares da humanitude” (o olhar, a palavra, o toque e a verticalidade), capazes de promoverem a dignidade, o respeito e a liberdade da pessoa, restituindo-lhe a autoestima.

Esta metodologia proíbe intervenções em força ou não consentidas, enfatizando técnicas que favorecem o estabelecimento de uma verdadeira relação de confiança entre o cuidador e a pessoa cuidada.

Em Portugal, a MCH é utilizada em quase todas as tipologias de instituições que oferecem respostas sociais e de saúde, bem como na área do ensino de enfermagem e no serviço social.

Todas as informações sobre o programa deste workshop internacional estão disponíveis no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/confhumanitude2021

 

“Depois da pandemia, como evitar o pandemónio da gripe? Vacinar será ainda mais importante”
No dia 31 de maio, das 16h45 às 17h15, realiza-se a conferência patrocinada pela Sanofi Pasteur “Depois da pandemia, como...

A conferência tem como objetivo fazer uma apresentação do real impacto da gripe, explicando a associação às doenças cardiovasculares e reforçando a importância dos cuidados e da prevenção do vírus da gripe num contexto de pandemia.

Com uma intervenção focada na relação entre a doença aterosclerótica e o vírus da gripe, Carlos Rabaçal, cardiologista, explica que existem dados que demonstram que nos três dias seguintes a uma infeção gripal o risco de Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) é entre 6 a 15 vezes superior.

No decorrer desta sessão, será abordada a relação direta entre a taxa de internamentos por EAM na época gripal, o impacto associado à evolução intra-hospitalar, cuidados terciários e de reabilitação, assim como o papel da vacinação como uma medida preventiva efetiva conta a gripe. De destacar a apresentação dos resultados principais do estudo BARI (Burden of Acute Respiratory Infections) com foco na associação entre gripe e eventos cardiovasculares.

A intervenção de Filipe Froes, pneumologista, será direcionada para a inevitabilidade da ocorrência de uma pandemia e quais as medidas a adotar para evitarmos o pandemónio da gripe. Ainda com esta sessão será realizada uma overview do que podemos esperar na próxima época gripal depois de uma época em que a gripe foi praticamente inexistente, procurando responder à questão: poderemos estar perante uma época gripal mais intensa?

Esta sessão está integrada no 14º Congresso Nacional do Idoso que se realiza no Centro de Congressos Sheraton Porto Hotel e em formato online.

 

 

Esteja atenta aos sintomas!
Geralmente não existem complicações graves associadas à incontinência urinária, no entanto, este pro

Segundo os últimos dados divulgados sobre o tema, estima-se que em Portugal, apesar de 33% das mulheres acima dos 40 anos apresentarem queixas associadas à incontinência urinária, apenas uma pequena percentagem (cerca de 10%) procura o médico. Para Alexandra Henriques, Médica assistente Hospitalar Graduada em Ginecologia e Obstetrícia da Equipa de Uroginecologia do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução do Hospital de Santa Maria, há três razões para que isto aconteça: “primeiro porque têm que admitir que sofrem deste problema e muitas mulheres entendem que é normal com a idade ter incontinência e acham que não há nada a fazer; segundo não é fácil comentar com o companheiro, com familiares ou com as amigas porque é embaraçoso falar de perda de urina; terceiro quando vão ao médico, e não é diretamente questionado, este problema também é difícil de abordar (os próprios médicos podem não estar alerta para perguntar sistematicamente)”.

Entre os fatores que condicionam o desenvolvimento desta condição clínica, destacam-se “a genética; as gravidezes e os partos; o envelhecimento - sobretudo após a menopausa; a obesidade e outras condições que aumentam a pressão intra-abdominal como é o caso da doença pulmonar obstrutiva crónica ou tosse crónica por tabagismo; algumas doenças como a diabetes mal controlada, doenças do colagénio; o estilo de vida e os hábitos comportamentais”. Assim, sublinha a especialista, a melhor forma de prevenir o problema é manter um estilo de vida saudável. Evitar a obesidade, não fumar manter bons hábitos miccionais (urinar aproximadamente de 2 em 2 horas ou 3 em 3 horas); evitar o consumo de estimulantes (bebidas alcoólicas, gaseificadas, comida picante, café, chocolate) e manter uma boa ingestão de água (cerca de 1,5L /dia), enumera. Por outro lado, há que manter algumas das patologias pré-existentes sob controlo. “Como a diabetes, a doença pulmonar ou doenças psiquiátricas”, acrescenta.

Como sinais de alerta, Alexandra Henriques, destaca: “perda de urina associada ao esforço (por exemplo com tosse, espirro ou riso), vontade urgente de urinar associada ou não a perda de urina, aumento do número de micções (o normal é até 7 vezes por dia) ou noctúria (acordar mais que uma vez para urinar durante a noite)”, são sintomas que a devem levar a procurar o médico.

Embora não esteja associada a complicações graves, “o mau funcionamento da bexiga pode estar associado a situações que propiciam infeções urinárias de repetição e, isso sim, poderá ser gerador de outras complicações”, no entanto a médica admite que estes casos remetem para outras situações clínicas que merecem ser investigadas.

Não obstante, a incontinência urinária tem um grande impacto na qualidade de vida das mulheres que dela sofrem, estando associada a um dia-a-dia vivido sempre com grande ansiedade. “Medo de cheirar mal, medo de ficar suja, medo de perder urina durante as relações sexuais ou medo de não conseguir encontrar uma casa de banho”, são uma constante na vida destas mulheres.

“O verão, que agora se avizinha, pode ter maior impacto na vida das pessoas que sofrem de incontinência urinária de esforço e/ou de urgência (bexiga hiperativa) essencialmente devido aos hábitos e comportamentos sociais que temos tendência a ter nesta época do ano”, acrescenta Alexandra Henriques, sublinhando que os eventos sociais geram sempre muita ansiedade. “As idas à praia, passeios no jardim, caminhadas à beira-mar, são locais onde habitualmente não existem casas de banho de fácil acesso, o que pode ser um motivo de ansiedade e desconforto para as pessoas que sofrem de incontinência”, revela.

“As viagens longas também podem constituir um problema porque há necessidade de fazer várias paragens para ir à casa de banho; esta situação pode ser bem ou mal acolhida por familiares e amigos e pode ser motivo de embaraço para a mulher”, adianta sublinhando que a ansiedade vivida agrava a sensação de urgência miccional.

De um modo geral, explica a especialista, “a incontinência urinária de esforço e/ou de urgência (bexiga hiperativa) podem melhorar através de mudanças simples no estilo de vida das pessoas, nomeadamente através da manutenção do peso ideal (alimentação e exercício físico), treino da bexiga, deixar de fumar, fisioterapia dos músculos do pavimento pélvico”.

Em todo o caso, salienta, quanto à incontinência urinária de esforço, “deve ser ponderada a necessidade de correção cirúrgica”. Já nos casos de bexiga hiperativa, podem ser indicados alguns medicamentos.

Deste modo, e reforçando a ideia de há “medidas que podem melhorar a qualidade de vida” de quem sofre de incontinência urinária, não hesite em procurar apoio médico se apresentar alguns destes sintomas.

“Para quem quiser aprofundar mais sobre o assunto existe um site, Na Bexiga Mando Eu, feito com o apoio da Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia e o site https://www.yourpelvicfloor.org/leaflets/, feito pela International Urogynecological Association, ambos têm muita informação útil sobre este tema, estão disponíveis gratuitamente e em linguagem acessível”, recomenda a especialista.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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