Equipa da Universidade de Coimbra
Uma equipa da Universidade de Coimbra (UC) realizou um estudo com pacientes portugueses que sofrem de apraxia ideomotora, uma...

A apraxia ideomotora caracteriza-se pela dificuldade em executar os movimentos necessários para manipular objetos assim como pela dificuldade em pensar sobre quais os movimentos associados à manipulação do objeto, apesar de não existirem dificuldades visuais ou músculo-esqueléticas.

O estudo, já publicado na revista científica Cortex, foi realizado com dois pacientes, uma mulher e um homem, ambos com 59 anos de idade, que demonstram diferentes dificuldades sobre a manipulação de objetos, que até então nunca havia sido reportado pela comunidade científica. Os pacientes foram desafiados a demonstrar como se usam vários objetos através da gesticulação e identificar quais se manipulam de forma semelhante.

Segundo Daniela Valério, primeira autora do artigo científico, «a paciente LS consegue simular que escreve num computador, mas não nos sabe dizer se este movimento é mais parecido com tocar piano ou com usar uma chave de fendas. Por outro lado, o paciente FP identifica facilmente esta semelhança e consegue descrever os movimentos necessários para usar os objetos, mas é incapaz de gesticular os movimentos».

Estas diferenças, explica a investigadora da UC, «devem-se a lesões em áreas diferentes do cérebro, causadas nestes pacientes pelo início de uma demência e por uma síndrome de vasoconstrição cerebral reversível», sublinhando que «foi a primeira vez que se verificou uma dissociação entre pensar sobre a manipulação de objetos e executar esses movimentos, o que nos demonstra que provavelmente estas habilidades estão representadas em redes neuronais distintas».

Por seu lado, Jorge Almeida, investigador coordenador e diretor do Proaction Lab, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), salienta que «a impossibilidade de usar qualquer objeto no nosso quotidiano é uma dificuldade difícil de imaginar. Quanto mais soubermos sobre como o cérebro organiza informação, mais perto estaremos de providenciar tratamentos para condições tão incapacitantes como a apraxia ideomotora».

Os resultados obtidos no estudo, conclui Daniela Valério, mostram que «as tarefas de pantomima e pensar sobre a ação estão dependentes de diferentes mecanismos cerebrais. Por isso, quando se avalia pacientes apráxicos ou quando se estuda a manipulação de objetos, usar uma ou outra tarefa não é redundante, como se pensava até então. Assim, esta descoberta poderá impactar a interpretação de muitos estudos».

O artigo científico, intitulado “Knowing how to do it or doing it? A double dissociation between tool-gesture production and tool-gesture knowledge”, está disponível:  aqui.

Vacinação: Fundação Portuguesa do Pulmão apela
Segundo os últimos dados do INE, em 2019, a Pneumonia matou 4700 pessoas no nosso país. Uma média diária de 13 mortes que...

A vacinação é considerada o maior avanço da medicina moderna e uma das formas mais seguras, mais eficazes e menos dispendiosas de prevenir doenças infeciosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, evita quatro mortes por minuto, o equivalente a 5.760 mortes por dia em todo o mundo, e previne doenças tão distintas como difteria, sarampo, poliomielite, rotavírus, pneumonia, diarreia, rubéola ou tétano.

“O ano que passou mostrou-nos a importância de prevenirmos o que já nos é possível, e de protegermos com particular atenção os que se encontram mais vulneráveis”, começa José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão. “Para estas pessoas, doenças como a Pneumonia continuam a representar um risco acrescido de morte, de sequelas ou de uma recuperação muito complicada.”, continua.

O contexto atual mostra-nos que devemos apostar na prevenção da Pneumonia e de outras doenças passíveis de vacinação. Ao recorrermos à imunização, estamos a reduzir a carga da doença e a contribuir para o aumento da esperança média de vida: para além de reforçarmos o sistema imunitário e a saúde individual, estamos a beneficiar saúde pública e a contribuir para a redução do número de internamentos e de mortes.

A procura da vacinação caiu nos últimos meses, um fenómeno a que a FPP tem assistido com bastante preocupação, sobretudo agora que entramos nos meses mais quentes. “Mesmo perante os apelos à imunização, estas doenças continuam a matar todos os dias. Há casos ao longo de todo o ano, mesmo no verão, período em que tendemos a preocuparmo-nos menos. Nada mais errado. A maioria dos casos pode ser evitada, seja em que altura do ano for. No caso da Pneumonia, basta uma única dose. Para quê adiar, sobretudo quando sabemos que a administração da vacina antipneumocócica não tem qualquer incompatibilidade com a vacina contra a Covid-19? Estas vacinas podem ser feitas em paralelo, bastando para isso fazer um intervalo de duas semanas entre elas, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde para as várias vacinas contra a Covid-19”, conclui José Alves.

A Pneumonia não é um exclusivo do tempo frio. Tal como nos anos anteriores, em 2019 registaram-se casos ao longo de todo o ano: mesmo em meses quentes como julho e agosto, morreram mais de 500 pessoas por Pneumonia no nosso País. Uma média de 8 mortes por dia, só nestas 8 semanas. No total dos 365 dias do ano, a Pneumonia matou 4700 pessoas, o que eleva a média diária para 13.

Não podemos, por isso, baixar a guarda, mesmo com a subida das temperaturas. Devemos preveni-la sempre, com particular atenção aos grupos de risco. Crianças e maiores de 65 anos, a par de adultos com doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC e outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais, entre outros. A vacina antipneumocócica é recomendada pela Direção-Geral da Saúde e já está em PNV para as crianças e para os grupos considerados de maior risco, mas a sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias.

Fontes:

  • Norma 011/2015 da Direção-Geral da Saúde
  • Norma 021/2020 da Direção-Geral da Saúde
  • Norma 001/2021 da Direção-Geral da Saúde
  • Norma 003/2021 da Direção-Geral da Saúde
  • Norma 004/2021 da Direção-Geral da Saúde
Com a participação de Pedro Abrunhosa entre os convidados especiais
O GPSummit decorre já nos dias 17 e 18 de junho, lança um jogo para consolidar aprendizagens e conta com apoios fora de série.

É já nos próximos dias 17 e 18 de junho de 2021 que irá decorrer a 1.ª edição do Global Physician Summit - Family Medicine Edition, a conferência virtual que pretende capacitar os Médicos de Família em três vertentes fundamentais do seu trabalho – clínica, gestão e visão, com um programa rico em temas atuais de aplicabilidade imediata. Concebido por Médicos de Família para Médicos de Família, este evento vai contar, não só com a presença de oradores reconhecidos em várias áreas da Saúde, mas também com participações inspiradoras, como a do músico e autor, Pedro Abrunhosa. E se aprender é bom, fazê-lo de forma dinâmica e divertida é ainda melhor. Nesse sentido, a Organização criou o GPQuiz, um jogo para consolidar conhecimentos, que dá prémios a todos os participantes que obtenham aproveitamento. O evento conta com o apoio da Presidência da República, da Ordem dos Médicos e é ainda acreditado internacionalmente. Razões de sobra para fazer parte do GPSummit, cujas inscrições estão ainda abertas.

“Temos a certeza que será inesquecível, não só pela qualidade, como também pela inovação que traz à formação médica contínua”. Esta é a opinião partilhada pelos três elementos da equipa organizadora, Inês Campos Costa, Nuno Capela e Tiago Taveira-Gomes, relativamente ao GPSummit, cujo mote é “Vem inspirar o futuro!”.

Neste sentido, a organização do GPSummit preparou uma sessão diferente, conduzida por uma figura pública externa à Medicina, com a missão de inspirar os participantes a cultivar o desenvolvimento pessoal e profissional. Falamos de Pedro Abrunhosa, músico e autor, que irá fechar o evento com chave de ouro e ativar o motor da mudança com o tema “Arte e Ciência, busca permanente”.

Além desta surpresa, e na senda da inovação, a primeira edição do GPSummit contará com um jogo didático, o GPQuiz, baseado em questões de escolha múltipla para ajudar na consolidação de conhecimentos entre os participantes. É também necessário completar desafios escondidos nas sessões, na exposição científica e na exposição técnica. Este esforço será recompensado com prémios, apoiados pelos parceiros do evento, para todos os participantes que obtenham aproveitamento no jogo.

Segundo a organização, o GPSummit diferencia-se pela curadoria do programa, oradores e acompanhamento próximo e profissionalizado da preparação de palestras. “Esta iniciativa permitirá aos colegas refinar competências ao longo da carreira profissional de um modo leve, informal e divertido, nas três grandes vertentes que pautam o trabalho da Medicina Geral e Familiar – a clínica, a gestão e a visão holística”, afirma Tiago Taveira-Gomes, acrescentando que o GPSummit pode ser encarado como uma formação “complementar às demais iniciativas pensadas para os médicos de família”.

Também Inês Campos Costa acredita que “um evento de referência na área da Medicina Familiar tinha de abordar temas técnicos, mas também temas relacionais, sociais e de gestão”. Por isso mesmo, o programa foi construído de forma muito alargada e criativa, incluindo desde conferências sobre temas clínicos – insuficiência cardíaca, lesões ortopédicas, interações farmacológicas, doença renal crónica e diabetes ou depressão – até intervenções dedicadas a temas mais práticos do dia-a-dia do médico de família, como a criação de um processo assistencial integrado, a organização de uma pasta partilhada, a comunicação e a inteligência emocional em ambiente de consulta.

“Perante um volume de informação que cresce continuamente”, diz Nuno Capela que “o GP Summit constitui uma ferramenta que ajuda os clínicos no processo de atualização de conhecimentos, pois os conteúdos são abordados de forma a ir ao encontro das necessidades dos MF e são entregues de uma forma objetiva e prática, para que possam ser exequíveis e impactantes”.

Igualmente merecedor de destaque, por um lado, o programa de treino digital informal, preparado para utilização pós-conferência, com o objetivo de se aplicar o que foi apreendido e de se consolidar conhecimentos; e por outro lado, a apresentação de trabalhos em diferido, no formato póster ou vídeo, disponíveis 24/7 e com a possibilidade de interação entre colegas. Falamos não apenas de trabalhos com teor clínico e científico, mas também projetos e ideias inovadoras que pretendam solucionar os desafios da saúde.

As inscrições para o GPSummit continuam abertas. Para registo ou consulta de mais informações, basta aceder ao website do evento em https://www.gpsummit.pt.

Mais de 42 mil idosos vivem sozinhos
Evento digital decorre no âmbito do Dia Mundial da Consciencialização da Violência Contra a Pessoa Idosa, 15 de junho, pelas...

O isolamento social é uma realidade que atinge mais de 42 mil idosos em Portugal. A situação pandémica veio agravar este cenário, tanto nos meios rurais, como em meios urbanos. Para abordar esta realidade, para sensibilizar a sociedade para a mudança de comportamentos que ajudem a combater esta problemática e, também, para dar voz a quem já trabalha no terreno, realiza-se, amanhã (15de junho), o Webinar “Solidão e Isolamento dos Idosos – Presente e Futuro”. O evento é digital e gratuito e decorre no âmbito do Dia Mundial da Consciencialização da Violência Contra a Pessoa Idosa. Um debate urgente que dará voz à análise, visão e experiência de vários especialistas da Área Social e da Psicologia em Portugal.  

Sendo Portugal um país fortemente envelhecido, marcado pelo forte isolamento social desta faixa etária da população, torna-se fundamental encontrar formas de combate a este flagelo. Este foi o ponto de partida para a Asserbiz - uma entidade que coloca a tecnologia ao serviço dos eventos -, decidir promover um evento digital, cuja dimensão e alcance permitissem aprofundar este tema da forma mais abrangente possível, envolvendo agentes sociais e pessoas de todo o país para uma consciência de trabalho coletivo. Com este propósito, a Asserbiz lançou ainda o microsite: https://vamosacabarcomasolidaoeisolamento.pt/

De acordo com a organização do evento, os objetivos do webinar são: mostrar o contexto da realidade no interior e em cada zona geográfica, bem como, as suas as consequências sociais e económicas; abordar as ações já levadas a cabo junto da população idosa; partilhar melhorias e sugestões para o futuro. Para o efeito, o evento contará com a intervenção de vários oradores e organizações especializados na área Social, com testemunhos de técnicos de ação social, psicólogos, entre outros profissionais que acompanham de perto casos de idosos que vivem em profunda solidão e isolamento. 

Os dados do último balanço da Operação Censos Sénior 2020 revelam que: o isolamento é uma realidade que atinge mais de 42 mil idosos em Portugal, com o distrito de Vila Real a concentrar o maior número de casos. Com o objetivo de identificar a população idosa, que vive sozinha, isolada, ou sozinha e isolada, a operação sinalizou 42.439 idosos a viver sozinhos ou em situação de vulnerabilidade nos 18 distritos do país. Lisboa, com 767 sinalizados, e Porto, com 857, são, por outro lado, os distritos do país em que se registaram menos idosos em situação de vulnerabilidade. 

Para Nuno Seleiro, representante da Asserbiz e coordenador da organização e produção do evento: “Este webinar é uma oportunidade para sensibilizar a comunidade para a importância do trabalho coletivo no combate a este flagelo que existe, não só, em contexto rural, como também, em contexto urbano. Esperamos alcançar uma grande parte da população e chegar a todo o país, de forma a debatermos e transmitirmos globalmente novas estratégias e formas de atuar em situações de solidão e isolamento nos idosos. Encaramos ainda a realização deste webinar como uma oportunidade de mostrar que o digital pode aproximar, pode permitir que participantes de todo o país (e não só), possam debater ideias e soluções sobre este tema tão pertinente. O isolamento e a solidão também são formas de violência.” 

Margarida Conde, responsável pela organização do webinar, espera que o evento permita ampliar a mensagem da importância de cuidar da terceira idade e muscular as medidas de proteção: “Esperamos robustecer a consciencialização da sociedade em geral, para a necessidade de reforçar a atenção, a preocupação e a solidariedade para com os idosos nesta situação.”

Residente na aldeia de Cortes, no concelho de Góis, - aldeia constituída por uma população fortemente envelhecida - Margarida Conde afinou a sua sensibilidade para a problemática através de um projeto académico que desenvolveu, onde realizou várias entrevistas a idosos, de forma a documentar a partilha de histórias, vivências, experiências e saberes da sua aldeia. “Os saberes dos idosos são provas vivas das riquezas e das vivências dos nossos antepassados que devem perpetuar no tempo, são parte da história de um povo. É um dever, de todos nós, cuidar e proteger os nossos idosos”, sublinha.  

A participação no Webinar “Solidão e Isolamento dos Idosos – Presente e Futuro” é gratuita e aberta ao público em geral. Atualmente, o webinar já conta já com mais de 200 participantes inscritos, de todas as regiões de Portugal Continental e ilhas. O evento realiza-se dia 15 de junho, às 16h00, é 100% online e será emitido um certificado de participação. 

Tópicos a abordar no evento:

– Os fatores de risco comuns para os tipos de isolamento e solidão;

– O isolamento e a solidão dos idosos antes e depois da pandemia COVID-19;

– O isolamento e a solidão no meio rural e no meio urbano; 

– Como pode a sociedade ajudar a combater o isolamento social e a solidão?

– O isolamento e a solidão no Futuro.

Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica
Para assinalar o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica, a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA)...

"Ao longo do tempo, identificámos que os doentes e as famílias manifestam uma necessidade de informação, relativamente à investigação em curso e aos projetos inovadores no sentido de proporcionar mais e melhor qualidade de vida e mais sobrevida aos doentes. Sentimos necessidade de poder transmitir aos doentes e suas famílias que há Esperança na ELA. A falta de informação fidedigna, lava muitas vezes à procura de fontes menos fiáveis e gera expectativas que terminam muitas vezes com sentimentos de grande frustração”, afirma Teresa Moreira, Diretora Executiva da APELA.

Paralelamente, será também lançada a iniciativa de sensibilização “A ELA não pára, nós também não. Ajude-nos a continuar a dar luta”, sendo que a Associação irá também juntar-se à iniciativa do movimento “Luta Mundial contra a ELA”: “Ergue a tua voz pela ELA”, contando com profissionais de saúde e “Eu tenho ELA, faça valer a pena”, contando com doentes com ELA.

“Atentos ao Futuro”

No primeiro painel, serão abordados temas como: quais os estudos estão a ser atualmente desenvolvidos; existe investimento e investigação suficiente na ELA; onde podem os doentes ELA procurar informação fidedigna; podemos falar em inovação na ELA; que cuidados/ respostas há para disponibilizar a estes doentes de forma a melhorar a sua qualidade de vida ou como podemos “olhar” para o futuro?

Contaremos com as presenças e contributos do Prof. Doutor Mamede de Carvalho, Presidente do Conselho Científico da Apela que abordará questões relacionadas com os diferentes tipos de investigação em curso, do Dr. Miguel Gonçalves, que irá falar sobre a importância de terapias e cuidados inovadores, e também da Dra. Vanessa Mendes, profissional de Medicina Geral Familiar, que nos falará da importância de estar alerta para uma referenciação atempada assim como um acompanhamento mais humanizado quer ao doente quer ao cuidador.

No segundo painel, partilha-se, em conversa informal, o trabalho desenvolvido pelas organizações presentes: A Apela, a APN e Associação brasileira Pró-Cura da ELA. O tema será a “importância do trabalho das Associações na trajetória da procura de soluções” para os doentes com ELA e seus cuidadores, tanto a nível nacional como internacional (Brasil). Saber o que se faz e como se faz além-fronteiras e entre portas. Pretende-se igualmente identificar as necessidades e constrangimentos comuns nas diferentes realidades e contextos, chegando em conjunto, através de sinergias e parcerias, a respostas mais adequadas aos doentes com ELA e cuidadores.

Contaremos com as presenças da Diretora Executiva da APELA, Teresa Moreira, que irá apresentar o trabalho desenvolvido pela APELA enquanto organização que dá respostas aos doentes com ELA e seus cuidadores em Portugal. A Associação PRÓ-CURA da ELA,  do Brasil, estará representada por Lina Pádua, que dará a perspetiva da realidade vivida atualmente neste país e também da APN, Associação Portuguesa Neuromusculares, que apresentará o trabalho desenvolvido na associação, assim como a implementação e importância do Centro de Apoio à Vida Independente (CAVI), que apoia alguns dos doentes com ELA em colaboração com a APELA.

A sessão será transmitida via streaming na página de Facebook da Associação e as inscrições para assistir a esta podem ser realizadas aqui.

A APELA lança ainda a iniciativa de sensibilização, que tem como objetivo alertar a nossa sociedade e também angariar donativos para continuar a dar luta à ELA e assim apoiar os cerca de 300 doentes que a APELA acompanha continuadamente com terapia da fala, fisioterapia, apoio social, consultas de nutrição e banco de produtos de apoio. Sensibilizar para a ELA é importante, mas agir é fundamental, bem como o envolvimento de toda a comunidade. O dia vai ser assinalado com o lema “A ELA não pára, nós também não. Ajude-nos a continuar a dar luta”.

Paralelamente e no seguimento do Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica a APELA irá aderir ainda à iniciativa “Ergue a tua voz pela ELA”, reunindo uma série de vídeos com testemunhos de pessoas diagnosticadas com ELA, sob o mote “Eu tenho ELA, faça valer a pena”. Esta campanha realiza-se no âmbito do movimento LUTA MUNDIAL CONTRA A ELA e irá passar nas páginas de Facebook e Instagram da APELA no dia da efeméride, dia 21 de junho. 

Estudo
O estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio", retrato sociológico sobre a saúde em Portugal, revelou, entre...

A investigação teve a coordenação da Return On Ideas e o acompanhamento da Professora Doutora Maria do Céu Machado, Presidente do Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos, Professora Catedrática Jubilada da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e ex-Presidente do Infarmed.

No que diz respeito ao esforço que os portugueses aplicam para serem mais saudáveis, 23% dos inquiridos revelam que gostariam de se esforçar mais para ser “saudável ou mais saudável”, enquanto 25% diz que “já faz o esforço possível”. Metade dos inquiridos (50%) apesar de reconhecerem ter “vontade de fazer um maior esforço”, consideram-no difícil.           

A inercia (52%) é o grande responsável por não existir maior esforço. 28% dos inquiridos referem também ter falta de tempo para cuidar de si próprio. Outra das grandes causas é a dificuldade em reconhecer e quantificar os ganhos de bem-estar associados a uma melhoria dos comportamentos saudáveis.

A saúde como valor cultural que regula comportamentos, ideia que nos últimos anos tem feito parte de campanhas institucionais de prevenção e educação sociais, está a interiorizada. No presente estudo, apenas 13% dos portugueses inquiridos consideram que vivemos numa sociedade que exagera na pressão para se ser saudável; 38,5% considera que, não obstante o excesso, é natural que se promova demasiadamente o ser saudável; 25% dos inquiridos consideram a pressão adequada e importante e 20% que se deveriam promover ainda mais o ser saudável.

Apesar de conscientes da importância de trabalhar para a manutenção ou melhoria do seu estado de saúde, os portugueses reservam a maior potência de esforço, ou seja, um maior empenho para ser mais saudável, para o momento em que se sentem na iminência de a perder. A potência é relativamente baixa nos mais novos e vai aumentando com o avanço da idade, até ser agudizada por volta dos 65 anos. Numa sociedade onde o envelhecimento e os anos com saúde e qualidade de vida na população sénior são um tema, o estudo deixa a sugestão de se trabalhar para que a potenciação possa começar mais cedo.

 

Webinar “Primeiros passos para codificar na Saúde”
A GS1 Portugal, organização neutra, sem fins lucrativos e responsável pela implementação de standards para a promoção de uma...

Com duração de uma hora, das 10h e as 11h, esta ação formativa tem como principal propósito a divulgação dos vários requisitos legais para a rastreabilidade de produtos do setor da Saúde e as respostas de que a GS1 Portugal dispõe para os satisfazer.

O webinar abordará quatro grandes vertentes: requisitos legais para a codificação de produtos de Saúde; identificação e captação de produtos; identificação única de medicamentos e dispositivos médicos e, por fim, as alterações registadas nos requisitos legais com impacto na eficiência das empresas com intervenção no setor.

Esta ação formativa dará aos participantes uma melhor perceção dos benefícios da implementação dos standards GS1, nomeadamente na eficácia das operações logísticas e respetiva rastreabilidade, acrescentando valor às suas atividades.

Dado o atual contexto pandémico, a GS1 Portugal reforça a sua colaboração com as entidades e interlocutores com intervenção no setor da Saúde, ciente da sua responsabilidade em contribuir para a divulgação dos benefícios da codificação enquanto instrumento de rastreabilidade, rigor e prevenção da falsificação.

Desta forma, a GS1 Portugal reforça a sua aposta na melhoria das competências da comunidade empresarial, evidenciando as diversas ferramentas que disponibiliza em particular ao setor da saúde.

Para informação adicional e inscrições neste webinar, por favor preencher este formulário ou contactar através de [email protected]

Organizado conjuntamente pela Gilead Portugal e Gilead Espanha
A Gilead Sciences, Lda (Portugal) e a Gilead Sciences, S.L. (Espanha) organizam no próximo dia 17 de junho, entre as 16h00 e as...

Constituído por vários momentos de apresentação e debate, o IBERIC FORUM 2021 “Building Together HIV” permitirá a discussão de tópicos atuais e relevantes na gestão da infeção por VIH e da terapêutica antirretrovírica sempre com a visão de especialistas dos dois países, moderados pelo Prof. Doutor Fernando Maltez, do Centro Hospitalar Lisboa Central, e pelo Dr. Federico Pulido, do Hospital 12 de Octubre, Madrid, que serão responsáveis pela condução dos trabalhos.

“O que precisamos da ART em 2021” é o tema da 1ª sessão que será composta por uma apresentação da Dr.ª Cristina Valente, do Centro Hospital Universitário de Coimbra, sobre “O que está nas guidelines”, seguida de uma exposição do Dr. Adrià Curran, do Hospital Vall d’Hebron, Barcelona, sobre “O valor da iniciação rápida”. Após a partilha da experiência dos dois clínicos terá lugar um painel de discussão.

A reunião continua com dois workshops que contarão com a apresentação de casos clínicos, o primeiro sobre os “Desafios atuais na gestão de doentes naïve com VIH” a realizar pela Doutora Ana Rita Silva, do Hospital Beatriz Ângelo, Loures, e que conta também com a participação do Dr. Miguel Torralba, do Hospital de Guadalajara, e da Dr.ª Patrícia Pacheco, do Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, Amadora-Sintra; e o segundo que abordará a questão “Como podemos gerir os nossos doentes com VIH para assegurar a saúde a longo prazo?”, uma apresentação do Dr. Julián Olalla, do Hospital Costa del Sol, Marbella, com a participação da Dr.ª Josefina Méndez Vázquez, do Centro Hospitalar Universitário do Porto, e da Dr.ª Celia Miralles, do Hospital Álvaro Cunqueiro, Vigo. 

Os profissionais de saúde interessados em assistir ao IBERIC FORUM 2021 “Building Together HIV” poderão inscrever-se através do http://ibericforumhiv.com/login.

Covid 19
A Linha 1400 – Linha Nacional de Assistência Farmacêutica passa a disponibilizar, a partir de hoje, em todo o território...

No contacto com a Linha são indicadas quais as farmácias no concelho/freguesia do utente com o serviço disponível, para que este possa escolher a da sua preferência. Após esta escolha, é facultado o contacto da farmácia para se proceder ao agendamento do teste.

A Linha 1400 já prestava este serviço no âmbito das parcerias com os municípios e com referência às farmácias aderentes. Agora a informação passa a abranger todas as farmácias do território nacional que prestam este serviço.

Marisa Gomes, responsável pelo centro de atendimento da Linha 1400, lançada pelas farmácias no primeiro confinamento, em março de 2020, considera que este novo serviço “permite apoiar um desconfinamento seguro e responsável sendo, por isso, de grande utilidade para a população. Este é mais um passo para fazer das farmácias a rede de cuidados de saúde mais valorizada pelos portugueses.”

No seu primeiro ano de atividade a Linha 1400 recebeu cerca de 74 mil pedidos de assistência e 43 por cento destes contactos ocorreram durante o período noturno. Os dados disponíveis mostram ainda que os utilizadores avaliam o serviço prestado em 4,53 numa escala de 1 a 5 e que cerca de 75 por cento dos beneficiários não hesitaria em recomendá-lo a um amigo ou familiar.

A Linha 1400 é gratuita e foi lançada para garantir o acesso dos cidadãos aos medicamentos e ao aconselhamento farmacêutico em tempos de pandemia de Covid-19. Está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e também online.

 

Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar
SPEPH, passou a ser Centro de Educação Autorizado pelo International PreHospital Medicine Institute.

No passado fim-de-semana, ministrou nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Gavião o primeiro curso Essentials of Trauma Care, um curso subordinado à área do Trauma, umas das maiores causas de morte no mundo.

Este curso está assente nas melhores práticas e evidências científicas, desenvolvido nos Estados Unidos, e aborda metodologias desenvolvidas inicialmente pelas Forças Armadas Dos Estados Unidos.

A SPEPH, está no processo de preparação/tradução de mais 5 cursos, na inerência da colaboração com o IPHMI, que irá apresentar brevemente.

Ao mesmo tempo, passou a contar no seu Conselho Técnico de Emergência Médica com um ícone da Emergência Médica no Mundo - Will Chapleau

Will Chapleau é paramédico há 41 anos e especialista em enfermagem em trauma há 28 anos.

Nos últimos cinco anos, exerce funções de diretor de Melhoria de Desempenho no American College of Surgeons, depois de passar seis anos como gestor programas de educação em trauma para o Committee on Trauma.

Foi Bombeiro 20 anos no Corpo de Bombeiros de Chicago Heights, nos últimos 6 anos como chefe.

Foi durante 15 anos professor no Good Samaritan Hospital EMS System em Downers Grove, Illinois, e no St. James Hospital e Prairie State College em Chicago Heights.

Chapleau foi presidente do Comitê PHTLS da NAEMT aproximadamente duas décadas.

Participou no Conselho de diretores da NAEMT, bem como nos conselhos da National Association of EMS Educators e da Society of Trauma Nurses.

Presidiu também uma força-tarefa da National Association of EMS Physicians.

Tem vindo a colaborar frequentemente com Journal of Emergency Medical Services (JEMS) , EMS World Magazine e Fire Apparatus Magazine.

Publica no Journal of Trauma and Critical Care e no Journal of Emergency Medicine.

Participa também no conselho editorial da EMS World Magazine.

Will escreveu e editou cinco livros de atendimento pré-hospitalar em quatro idiomas e ensinou lecionou emergência pré-hospitalar, deu palestras em conferências em mais de 60 países.

A SPEPH vê assim reforçada a sua capacidade técnica e científica para servir a Emergência Médica Pré-Hospitalar, desde logo Portugal e os Portugueses.

Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica
Na Semana Mundial da Alergia que irá decorrer de 13 a 19 de junho, a Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica chama a...

Em Portugal cerca de 3% dos bebés têm alergia às proteínas do leite de vaca, sendo que destes, cerca de 10% têm a forma mais grave da doença (2) e os restantes 90% uma forma mais leve ou moderada. Os sintomas são diversos, como choro constante, vómitos, diarreia, eczema e por vezes cansaço, o que dificulta o diagnóstico e compromete a saúde do bebé (3).

A APLV surge quando o sistema imunológico do bebé rejeita as proteínas do leite, provocando sintomas mais ou menos graves, como os anteriormente referidos. Pode ser inicialmente confundida com cólicas, tanto pelos pais como pelos médicos. No entanto os sintomas da alergia ultrapassam os problemas intestinais. A principal consequência para as crianças com APLV é a malnutrição progressiva com implicações no crescimento e no desenvolvimento neurocognitivo, podendo levar a dificuldade respiratória, não esquecendo o risco de morte, por anafilaxia (4).

Em Portugal só as fórmulas indicadas para a alergia severa ou grave são comparticipadas, o que sobrecarrega o orçamento familiar das crianças com alergia às proteínas do leite de vaca menos severas.

Promover a equidade entre os diferentes tipos de pacientes que sofrem de APLV é essencial. É, por isso, importante estender a comparticipação do estado de forma a tornar o tratamento mais adequado a todos os doentes, tanto das fórmulas extensivamente hidrolisadas como das elementares, sendo este um dos objetivos da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica que, através da Semana Mundial da Alergia, tenta chamar a atenção para esta importante questão.

Na vertente da alergia respiratória, também as vacinas anti-alérgicas, único tratamento que altera a história natural da doença alérgica, deveriam ser comparticipadas como já aconteceu no passado.

1 Sladkevicius E et al. J Med Econ 2010:13(1):119-28.

2 Leach JL et al. Am J Clin Nutr 1995; 61: 1224-30

3 Yu V. J. Paediatric Child Health 2002; 38:543-549.

4. Portaria 296/2019 de 9 de setembro

 

Showercare
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira foi a entidade de saúde selecionada para participar, ao longo das próximas...

Com o objetivo de humanizar o processo da higienização no leito, esta solução que estará disponível em três serviços piloto do CHUCB, já a partir do dia 11 de junho, visa proporcionar aos doentes acamados, independentemente da idade, um banho com privacidade e conforto, assente em altos padrões de qualidade, higiene e segurança.

Estará também em avaliação neste estudo piloto, a garantia avançada pela IHCare, de que a implementação do Showercare permitirá reduzir o risco de acidentes de trabalho para os profissionais de saúde, que intervêm nos cuidados de higiene dos doentes, uma vez que menos esforço físico para realizar o banho no leito, se traduz em mais conforto, menos hipóteses de lesões ou acidentes de trabalho e menos tempo gasto nestas tarefas.

O Showercare é composto por uma forra têxtil multi-camada que é hidrofóbica, antibacteriana e antiviral, que substitui o lençol inferior / capa do colchão do leito de cada doente, e também por uma máquina SAGH - dispositivo semelhante a um carrinho que permite a realização de um banho de água corrente estéril, sob supervisão eletrónica e ainda a respetiva Docking Station - mecanismo que realiza a limpeza automática da máquina SAGH.

Estudo
Considerado um problema de Saúde Pública, a diabetes resulta muitas vezes da forma como as pessoas vivem e dos hábitos que têm....

Sabe-se que o risco de complicações como doença cardiovascular e neuropatia aumenta com a diabetes, pelo que é possivel que as implicações na saúde oral atribuídas à diabetes possam ser mais elevadas entre 2/3 de doentes já diagnosticados e 1/3 dos doentes que não sabem que têm diabetes.

Ser diabético é uma condição que pode comprometer a saúde oral, na medida em que aumenta a prevalência de doenças gengivais e constitui um fator de risco para doenças periodontais graves. 

Segundo um estudo desenvolvido por Ana Rita Fradinho, médica dentista e especialista na área da saúde oral aplicada ao doente com diabetes, “os doentes diabéticos apresentam maior prevalência de alterações orais incluindo xerostomia(3), alterações do paladar, sialose(4) e candidíase oral(5). Inclusive sabe-se que o doente diabético tem três vezes maior probabilidade de sofrer destas complicações, pelo que é essencial apostar na prevenção”.

Com uma clara aposta na prevenção começam a surgir no mercado nacional soluções de higiene oral direcionadas para a população de pessoas com diabetes. São produtos que ajudam a corrigir os desequilíbrios na boca e ajudam a reforçar e apoiar a ação natural da saliva, prevenindo os efeitos negativos do excesso de glicose salivar e estimulando um microambiente que favorece a presença de uma flora oral saudável.

Para Ana Rita Fradinho, “é essencial que os diabéticos tenham um cuidado acrescido no que toca à higiene oral. Se os níveis de glicose no sangue não forem bem controlados estes terão maior probabilidade de virem a desenvolver doença periodontal e de perder dentes em comparação com pessoas que não têm diabetes. Por outro lado, é importante não esquecer que, como todas as infeções, a doença periodontal pode ser um fator que eleva o açúcar no sangue e pode tornar o controlo da diabetes mais difícil. É a pensar nessa relação de risco que temos vindo a trabalhar em soluções que forneçam uma barreira contra o impacto oral do excesso de glicose salivar, que aumente os antioxidantes e apoie o equilíbrio natural da boca. No fundo procuramos apresentar produtos que neutralizem os efeitos da acumulação de glicose salivar na boca».

A incidência da Diabetes tem vindo a aumentar de ano para ano. Dados de 2019 dão conta de que Portugal regista entre 60 mil a 70 mil novos casos de Diabetes todos os anos, a maioria do tipo II. “Tendo em consideração o número crescente de pessoas com diabetes e o facto de que as doenças periodontais também podem ter um efeito negativo sobre o açúcar no sangue, é importante tomar medidas para controlar a doença  periodontal, de modo a ajudar a melhorar os seus níveis de açúcar no sangue”, acrescenta a especialista.

 (1) A gengivite é uma forma leve de doença periodontal, caracterizada pela inflamação das gengivas.

(2) Periodontite (ou doença periodontal) é uma doença que afeta os tecidos de suporte dos dentes, entre eles o osso e a gengiva.

(3) A xerostomia, ou sensação de boca seca, está associada à diminuição na quantidade de saliva na cavidade oral. Quando surge com alguma frequência pode ter impactos negativos na saúde oral.

(4) Condição associada ao aumento do volume das glândulas salivares. É uma situação assintomática que ocorre sobretudo na glândula parótida. Este crescimento pode conduzir à perda de secreção salivar, manifestando-se numa das causas de xerostomia.

(5) A candidíase oral, chamada também de monilíase oral ou sapinho, é uma infeção da orofaringe provocada pelo fungo Candida albicans. Ela é responsável pelo surgimento de uma série de sinais que afetam as mais variadas regiões da boca, embora sejam muito mais recorrentes na área da língua.

Liderado pelo Prof. João Sargento Freitas, da Direção da SPAVC
Com a eleição de novos órgãos sociais da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) para o triénio 2021-2023,...

“O projecto SPAVC sempre se pautou por ter objetivos abertos e que se redefinem ao longo do tempo, dando espaço à irreverência dos jovens que a compõem. Essa é uma característica única, particular e valorizadora do projeto”, explica o Prof. João Sargento Freitas, coordenador do grupo J-SPAVC 2021-2023.

No triénio anterior, o grupo de jovens médicos havia já sido criado, com uma dimensão menor, mas alcançando resultados muito positivos. “O sucesso do primeiro grupo de “J”, obrigou a considerar como poderia ser feito o crescimento do projeto. E número de “J”s que tínhamos não era suficiente”, referiu o especialista da Direção da SPAVC. “No entanto, temos de referir que o crescimento não é simplesmente no número. O presente grupo J-SPAVC consegue agora ter uma maior representatividade nacional, com elementos sediados desde o Minho ao Algarve, incluindo ilhas. Adicionalmente, também mais especialidades estão representadas, com vários elementos da Neurologia, Medicina Interna, Neurorradiologia e Medicina Física e Reabilitação”, acrescentou.

Conforme concretiza o neurologista, os objetivos deste grupo de trabalho compõem essencialmente três domínios de atividade:

  1. Promover o contacto de proximidade com projetos dirigidos à comunidade geral, tendo como objetivos principais educar a população, sensibilizando para os principais problemas inerentes à doença vascular cerebral.
  2. Iniciativas geradoras de dinâmicas, avaliando e procurando otimizar processos e organização de tratamentos dentro do sistema nacional de saúde. Este tem sido um aspecto importante do grupo, com formações pós-graduadas e projetos que visam caracterizar cuidados assistenciais e promover a sua fortalecer os cuidados prestados, sempre com uma perspetiva abrangente das diferentes regiões, hospitais, profissionais e especialidades médicas nacionais.
  3. Desenvolver projetos científicos nacionais. Com efeito, uma das principais  limitações na investigação em Portugal tem sido a dificuldade em realizar estudos de índole nacional. A juventude e irreverência dos “J”, alicerçada na revisão, experiência e suporte institucional da SPAVC, garante a fórmula ideal, que permitiu a realização recente do primeiro projeto com cobertura nacional na doença cerebrovascular (o projecto EVT-PT, cujos resultados estão já aceites para publicação em revista científica).

No imediato, o grupo já se encontra a desenvolver diferentes iniciativas, nomeadamente no âmbito da comunicação digital para sensibilização da população. “Começámos recentemente a assinalar diversos dias marcantes, com uma perspetiva cerebrovascular. Foi o caso muito recente do Dia da Família, do Dia da Hipertensão e ainda do Dia Mundial Sem Tabaco, que tiveram um grande alcance nas redes sociais da SPAVC”, a saber: Facebook, Twitter, LinkedIn e Instagram. O Prof. João Sargento Freitas conclui, avançando que “o grupo já está a organizar-se para desenhar vários projetos nacionais multidisciplinares que constituam aquele que é o grande e último objetivo da J-SPAVC: prevenir e melhorar os cuidados ao Acidente Vascular Cerebral!”.

Aceda a esta ligação para conhecer a composição dos J-SPAVC para o triénio 2021-2023: https://www.spavc.org/premios/j-spavc

Semana do Ritmo Cardíaco
Caracterizada por batimentos cardíacos rápidos e irregulares - mais frequentemente entre 80 a 160 ba

Muitas vezes assintomática, chegando a ser considera uma doença silenciosa, a Fibrilhação Auricular pode, no entanto, manifestar-se através da “descoordenação dos batimentos cardíacos, da apresentação de uma pulsação rápida ou lenta, mas irregular, tonturas, sensação de desmaio ou de perda do conhecimento”. A dificuldade em respirar sem causa aparente, o cansaço ou a sensação de aperto no peito são sintomas particularmente relevantes, sobretudo, em idades mais avançadas, pelo que deve estar atento.

De acordo com o cardiologista, Vergílio Schneider, esta arritmia cardíaca pode ocorrer em casos de insuficiência cardíaca, isto é, “quando coração não consegue bombear o sangue de forma eficiente”. E alerta: “Entre as doenças cardiovasculares com origem hereditária, a Fibrilhação Auricular é, de facto, uma das complicações mais frequentes”.

Segundo o especialista, a irregularidade de batimentos ou contrações mecânicas que a caracteriza “facilita a eventual formação de coágulos no interior das cavidades cardíacas, que caso entrem na circulação sanguínea podem provocar fenómenos tromboembólicos em qualquer parte do corpo, sendo particularmente perigoso se atingirem artérias cerebrais causando o temido AVC”.

Esta relação perigosa justifica-se pelo facto de a Fibrilhação Auricular comprometer a capacidade contráctil das aurículas, que deixam de funcionar. “Como consequência, o esvaziamento de sangue para os ventrículos passa ser menos eficiente e o sangue passa a circular mais lenta e irregularmente com tendência a formar trombos. Estes trombos podem deslocar-se e entrar na circulação, ocluindo um vaso sanguíneo”, explica Vergílio Schneider acrescentando que como a “circulação cerebral é atingida com mais frequência e com mais gravidade, por isso se diz que o principal risco desta arritmia é o AVC (e com ele sequelas graves e uma mortalidade acentuada)”.

No entanto, esta pode conduzir ainda a insuficiência cardíaca, demência ou morte súbita.

A realização de exames médicos como o eletrocardiograma ou o Holter são essenciais para um diagnóstico concreto de Fibrilhação Auricular. “No entanto, a medição regular do pulso é uma ótima forma de vigiar o ritmo cardíaco. Simples e muito fácil de fazer regularmente, pode ajudar-nos a detetar atempadamente eventuais irregularidades”, sublinha o médico.

“Em Portugal, no seguimento do que acontece em toda a Europa, as normas aconselham a maioria dos doentes, dependendo da pontuação de um score de risco, a tomar um dos Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOACs”, revela quanto ao tratamento. Segundo o especialista, esta medicação pode ser tomada uma ou duas vezes por dia, consoante a terapêutica escolhida pelo médico. “Esta última opção tem a vantagem de aumentar a adesão à terapêutica e tornar a janela terapêutica mais regular, sem picos, logo, com redução do risco de hemorragias”, refere.

Sabendo que a prevalência da Fibrilhação Auricular aumenta com a idade – “entre os 70 e 80 anos, estima-se que ronde os 6,6%, um número que sobe para 10,4%, depois dos 80 anos de idade –, e que esta é uma variável que não podemos controlar, o médico alerta para a necessidade de “alterar comportamentos de risco e seguir escrupulosamente as indicações médicas”.

“A falta de controlo da Fibrilhação Auricular aumenta o risco de AVC em 5 vezes e o mesmo descontrolo triplica o risco de insuficiência cardíaca e duplica o risco de demência e de morte”, reforça o cardiologista insistindo para que preste atenção aos sinais que o seu corpo lhe transmite. É que “o diagnóstico precoce das arritmias cardíacas pode revelar-se essencial na prevenção de complicações graves e potencialmente fatais”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo internacional liderado por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) revelou um novo mecanismo de infeção...

A infeção provocada por Salmonella ocorre após a ingestão de alimentos contaminados e afeta principalmente o trato digestivo. As pessoas infetadas podem desenvolver enjoos, cólicas, diarreia, febre e vómitos.

Os resultados da investigação, que contou com a colaboração das Universidades de Würzburg (Alemanha) e de Córdoba (Espanha) e dos Institutos de Ciências Matemáticas e de Homi Bhabha (Índia), acabam de ser publicados na revista Nature Communications.

Geralmente, as células do corpo humano quando são infetadas por vírus ou bactérias comunicam com as células vizinhas saudáveis para orquestrar uma resposta contra a infeção. Neste estudo, os investigadores mostram o efeito oposto: as células infetadas por Salmonella libertam proteínas que facilitam a infeção das células vizinhas. Por esta razão, foi necessário avaliar e identificar “moléculas-chave” envolvidas no processo de infeção e disseminação, para melhor compreender onde atuar para impedir a infeção.

Em particular, os investigadores identificaram uma proteína, a E2F1, que se encontra diminuída durante a infeção por Salmonella, quer nas células do hospedeiro, que estão infetadas com a bactéria, quer nas células vizinhas. A diminuição da proteína E2F1 leva à desregulação da expressão de moléculas envolvidas no controlo da interação bactéria-hospedeiro, particularmente microRNAs (pequenas sequências de ARN não-codificantes), o que por sua vez promove a multiplicação da bactéria nas células infetadas.

Adicionalmente, descobriram que as células inicialmente infetadas libertam moléculas para o espaço extracelular (fora das células), em particular a proteína HMGB1, que ativa as células vizinhas tornando-as mais recetivas à infeção por Salmonella. Segundo a líder do estudo, Ana Eulálio, investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC) e docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), «trata-se de um novo mecanismo que aumenta o nosso conhecimento sobre as interações complexas estabelecidas entre as nossas células e os microrganismos, neste caso a bactéria Salmonella». 

A grande novidade associada a este trabalho, explica, é o facto de, «contrariamente ao paradigma existente, termos descoberto que a Salmonella, para além de manipular as células humanas infetadas, modifica também as células vizinhas não infetadas no sentido de aumentar a sua suscetibilidade à infeção e, desta forma, facilitar a disseminação da bactéria».

Os resultados agora publicados foram obtidos através de estudos em células e em modelos animais, com o auxílio de ferramentas de bioinformática e de biologia celular e molecular. Estes dados podem vir a desempenhar um papel crucial no impedimento da progressão da infeção por esta bactéria. Miguel Mano, investigador do CNC e docente da FCTUC, e também autor do estudo, esclarece que «o conhecimento dos mecanismos moleculares explorados pela Salmonella pode possibilitar o desenvolvimento de estratégias terapêuticas capazes de bloquear a disseminação da infeção».

O artigo está disponível: aqui.

Kaftrio
Prazo legal para avaliação de medicamento que salva vidas está a chegar ao fim.

A cerca de um mês do fim do prazo legal de avaliação pelo INFARMED do Kaftrio (8 de julho), um novo medicamento para a Fibrose Quística (FQ) que demonstrou trazer enormes benefícios, os doentes portugueses continuam a aguardar o parecer da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, que teve início em julho do ano passado, e a enfrentar os desafios colocados pela doença sem acesso a um medicamento que pode fazer toda a diferença na sua saúde e esperança de vida. 

Aprovado pela Comissão Europeia a 21/08/2020, este medicamento inovador já se encontra acessível a quem dele precisa em vários países da União Europeia, onde o processo de avaliação pelas autoridades locais já foi concluído. Um medicamento capaz de evitar a morte precoce de muitos doentes com FQ, que faz parte da classe dos primeiros dirigidos à causa da doença e que mudaram o paradigma do tratamento da mesma – passamos de tratamentos que controlavam e minimizavam os sintomas, para um tratamento que corrige parcialmente o defeito e atrasa ou evita o aparecimento desses sintomas. 

Podendo ser tomado por cerca de 80% dos doentes em Portugal, trata-se de um medicamento único na FQ, capaz de atrasar ou evitar transplantes pulmonares, permitindo não só prolongar a vida dos doentes, mas dotá-la de maior qualidade.

Paulo Sousa Martins, Presidente da Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ), aguarda por notícias do INFARMED, salientando, no entanto, que “a saúde dos doentes não se compadece com os prazos definidos pelas autoridades de saúde e não espera. Recordo que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou em tempo recorde esta nova terapia por reconhecer a urgência do acesso a este medicamento. É difícil justificar porque é que, por cá, não acontece o mesmo”.

Segundo Herculano Rocha, presidente da Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ), “a eficácia deste medicamento torna essencial que o mesmo seja rapidamente disponibilizado para que seja possível evitar a degradação pulmonar dos doentes. O tempo é determinante na FQ”.

A FQ afeta mais de 90.000 pessoas em todo o mundo, aproximadamente 50.000 na Europa e cerca de 400 em Portugal. É uma doença hereditária rara causada por mutações nas duas cópias (herdadas uma do pai e outra da mãe) de um único gene que codifica a proteína CFTR. A proteína CFTR funciona como canal transportador de iões cloreto e bicarbonato nas células que revestem as nossas mucosas. A FQ tipicamente manifesta-se logo à nascença, afetando todos os órgãos que expressam a proteína CFTR, nomeadamente os sistemas respiratório e digestivo. As vias respiratórias que ficam obstruídas por um muco espesso que é necessário remover por ação de fisioterapia diária e agentes mucolíticos. Além destes tratamentos que ajudam a desobstruir as vias respiratórias, as pessoas com FQ têm de tomar diariamente vários outros medicamentos para debelar os seus sintomas: enzimas antes das refeições para digerirem os alimentos; vitaminas e outros suplementos alimentares para fazer face à subnutrição; antibióticos, para combater repetidas infeções pulmonares; e anti-inflamatórios, para conter a inflamação crónica. Há 50 anos, levava à morte na primeira década de vida.

Na Feira Nacional de Agricultura
Iniciativa estará na FNA, em Santarém, nos dias 9 e 10 de junho, entre as 10h00 e as 22h30.

Dando continuidade ao Dia do Cancro da Pele que decorreu a 19 de maio de 2021, sob organização da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo e da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, lançamos a campanha “De Sol a Sol”.  Esta campanha, integrada num programa mais vasto de iniciativas, tem como objetivo alertar para o risco da exposição solar excessiva decorrente de atividades profissionais no exterior, comunicar formas de prevenir o cancro da pele e incentivar o seu diagnóstico precoce. Como o risco não dá folga a quem trabalha ao Sol, a associação irá estar em diferentes locais para alertar para esta patologia. A Feira Nacional de Agricultura 2021 será a primeira paragem.

‘De Sol a Sol’ é o mote desta campanha que envolve a Dermatologia Nacional e que visa sensibilizar para os cancros da pele.  Além do melanoma maligno, salientam-se os cancros da pele não melanoma (carcinoma espinocelular e o carcinoma basocelular). Com uma prevalência estimada de 370.000 casos/ano em Portugal, são responsáveis por cerca de 200 mortes anuais.

As atividades profissionais de exterior, como a agricultura, estão associadas à exposição mantida a doses muito elevadas de radiação UV. Mudando comportamentos simples diários podemos prevenir a ocorrência de número significativo de cancros da pele. Para isso temos que vencer a inercia que separa “o que eu sei ser correto” do “o que eu faço”. Estudo realizado pela Associação mostra que 80% dos agricultores sabem que a radiação UV é um fator de risco para o cancro da pele. Quando questionado cerca de metade refere aplicar protetor solar na praia, mas só 15% o fazem durante a sua atividade profissional, “esquecendo que o Sol é o mesmo”.  Igualmente insuficiente é a referência a utilização de chapéu e de roupa protetora por 46% e 22% dos agricultores inquiridos, respetivamente. Em relação com este comportamento, surgem os números preocupantes de queimadura solares (27% dos agricultores inquiridos referem queimaduras solares no último ano, metade dos quais com 3 ou mais episódios).

Para João Maia e Silva, Presidente da APCC, “Cuidados como a utilização de chapéu de abas largas, que faça sombra sobre as orelhas e nariz, e camisola de manga comprida reduzem significativamente a dose de radiação UV a que estamos expostos. Atualmente, não existe razão para não o fazer atendendo aos tecidos mais leves e com proteção solar. Um agricultor deve usá-los como um operário da construção civil deve usar capacete”.

João Maia e Silva acrescenta ainda que, “Com este tipo de ações fazemos cumprir a nossa missão de alertar para a prevenção dos diferentes tipos de cancro de pele, cuja incidência é maior em trabalhadores que exercem a sua atividade ao sol durante grande parte do ano, como é o caso dos agricultores, pescadores, construção civil e outros. Queremos alertar para a necessidade de prevenção e também de deteção precoce de sinais que possam revelar esta patologia oncológica”.

Atualmente, entre 2 e 3 milhões de cancros de pele não melanoma são detetados todos os anos a nível mundial, ou seja, um em cada três cancros diagnosticados é um cancro de pele. Zonas como as orelhas, rosto, e antebraços são especialmente afetadas, aparecendo com maior incidência nos homens.

A maioria dos cancros da pele são curáveis se diagnosticados precocemente. Dados recentes mostram que 48% dos agricultores já fazem autoexame da pele. A realização do autoexame seguida da marcação rápida de consulta de Dermatologia em caso de uma lesão suspeita são determinantes para a cura.

Com esta iniciativa espera-se aumentar o conhecimento sobre esta patologia junto destes trabalhadores cujo risco não dá folga a quem trabalha ao sol.

Em Lisboa
Conferência sobre canábis medicinal em Portugal que abrange várias temáticas, desde: o licenciamento, enquadramento...

 

A Stepwise Pharma & Engineering e o Laboratório de Estudos Farmacêuticos (LEF), vão promover nos dias 16 e 17 de setembro, no Hotel Ramada, em Lisboa, a Medical Cannabis Europe Conference, um evento especializado em canábis medicinal em Portugal que abrange todas as vertentes desde o cultivo, fabrico, distribuição e comercialização no mercado nacional e Europeu, bem como os requisitos regulamentares aplicáveis.

Este evento, dirigido aos profissionais da indústria da canábis medicinal, farmacêuticos, outros profissionais de saúde e a todos os que possam ter interesse nesta temática, tem como objetivo a discussão e a partilha de conhecimentos e práticas nacionais e internacionais nesta área.

Fátima Godinho Carvalho, Diretora Executiva do LEF afirma que “tendo em conta a nossa principal missão de consolidar a posição de líder a nível nacional e afirmar-nos como uma referência internacional na prestação de serviços integrados para empresas que atuam na área da canábis contribuindo ativamente para o desenvolvimento, com qualidade e segurança, de soluções inovadoras e com elevado potencial terapêutico, considerámos que fazia todo o sentido, em parceria com a Stepwise Pharma & Engineering, avançar com a organização desta conferência que reunirá muitos dos especialistas em canábis para fins medicinais e debater as temáticas mais impactantes e relevantes para os stakeholders desta indústria”.

“Desde o início que a Stepwise Pharma & Engineering assumiu ser uma empresa feita à medida para servir as indústrias farmacêuticas e de ciências da vida, altamente regulamentadas pelas GMP. Através desta conferência, não só mantemos a nossa missão de ajudar as empresas farmacêuticas e de ciências da vida a lançar produtos no mercado, como conseguimos promover um momento de debate entre os profissionais da indústria da canábis medicinal, farmacêuticos, profissionais de saúde e sensibilizar toda a esfera mediática relativamente a esta temática”, afirma Aldo Vidinha, CEO da Stepwise Pharma & Engineering.

Durante dois dias, todos os inscritos vão ter a oportunidade de contactar diretamente com especialistas e consultores da área, como a Stepwise Pharma & Engineering, o Laboratório de Estudos Farmacêuticos (LEF), a PLMJ, a Rangel Logistics Solutions, a Clever Leaves, a CSCLife, a Holigen e outras entidades, que vão ser reveladas nos próximos dias, para debater todos os temas relacionados com a canábis medicinal – Estrutura da Legislação da Canábis Medicinal; Visão geral do mercado Europeu; Licenças e distribuição; Mudança de GACP para GMP; Medidas de Segurança da Canábis Medicinal e respetivo Sistema de qualidade.

Webinar “O papel da Telessaúde para dar resposta a todos os doentes que não podem ficar esquecidos”
Os equipamentos de que a saúde dispõe atualmente são muito robustos e tecnologia é o que não falta, mas a implementação de...

Henrique Martins, professor do ISCTE, Dulce Brito, Coordenadora do Programa de Telemonitorização em Insuficiência Cardíaca do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e Teresa Magalhães, Coordenadora do Grupo de Trabalho para a Gestão da Informação em Saúde da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) discutiram as vantagens da telessaúde e as dificuldades que poderão advir da sua adoção, num webinar sobre “O papel da Telessaúde para dar resposta a todos os doentes que não podem ficar esquecidos”, promovido pela Linde Saúde.

“Falta coragem para determinar que há certos subgrupos de doentes que devem, obrigatoriamente, ter certo tipo de tele cuidados. Esta é, para mim, a grande falta. É mudarmos de um pode, para um deve”, afirma Henrique Martins, ex-Presidente dos SPMS, que defende que “há falta de tudo”, menos de tecnologia e exemplos, que já não servem para explicar a falta de avanços na área da telessaúde em Portugal.

Para avançar nesta área, o professor defende a necessidade de uma “Silicon Valley da telessaúde”, incluindo os serviços públicos, as universidades e as empresas, bem como de várias outras mudanças para que este sistema seja bem sucedido.

Segundo Henrique Martins, é ainda crucial que haja uma formação das organizações de saúde, públicas e privadas, que devem preparar-se para olhar para os seus fluxos de atendimento e desenhar processos híbridos, fazendo a si próprias a questão: “Quais são as etapas onde podemos beneficiar da teleassistência?”. São precisos modelos organizacionais novos, mas também um modelo de financiamento que permita pagar de forma mais eficiente aos hospitais (com base em modelos de value based Healthcare) e a outras instituições que façam uso da telessaúde, defende o ex-Presidente dos SPMS, que deixou ainda o repto: “Quando é que a ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] vai alterar o modelo de financiamento?”.

Para Dulce Brito, cardiologista e coordenadora do programa de seguimento de doentes com Insuficiência Cardíaca do Serviço de Cardiologia do CHULN, será importante “ouvir e consultar quem está no terreno”, alertando que para colocar este sistema em prática não basta envolver, por exemplo, diretores de informática. Embora sejam fundamentais, não basta termos a pessoa que “constrói a ponte”, é necessário saber construí-la.

Segundo a cardiologista, é crucial que exista um trabalho conjunto entre doente, equipa de monitorização e o médico, que têm de trabalhar para um objetivo comum para que o sistema tenha sucesso, defendendo que o doente é o elemento mais inconstante. Em vários países, estes sistemas acabaram por não resultar, porque os doentes deixam de cumprir com a sua parte. “Se o doente não se automonitorizar todos os dias e não enviar os seus dados, não há telemonitorização”, frisa.

É preciso saber “o que se deseja com a telemonitorização, para que populações serve e como é que se gere a logística” no sistema de saúde existente. Mas também “não é preciso nomear uma comissão e demorar 10 anos”, frisa, explicando que os sistemas têm de ser adaptados às necessidades de cada doente. “Cada instituição, ao seu nível e na sua região, tem necessidades diferentes. Se viver numa aldeia a 100 quilómetros do meu médico, tenho necessidade da telessaúde de uma forma, até para coisas fundamentais e básicas, que outra pessoa que vive ao lado do hospital não tem”, exemplifica.

“A personalização é impossível em termos mundiais, mas é possível fazermos mais do que aquilo que temos feito. É preciso organização e saber colocar as pessoas certas a dar palpites nos locais certos, se não corremos o risco de investir em vão e de não ter resultados bons para os doentes”, defende Dulce Brito, revelando que no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte as hospitalizações de pessoas com insuficiência cardíaca diminuíram 71% graças à telemonitorização, um dos objetivos primários desta.

A propósito disto, Teresa Magalhães, professora na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e coordenadora do Grupo de Trabalho para a Gestão da Informação em Saúde da APAH, defendeu que a telessaúde complementar, para além dos benefícios que tem para os doentes, será benéfica para a organização dos recursos internos das instituições, lamentando a falta de reconhecimento que antes existia por parte dos Conselhos de Administração dos Hospitais relativamente aos benefícios da implementação de programas de telemonitorização.

Hoje, depois do período pandémico que passou, a professora acredita que as opiniões seriam diferentes. “Percebeu-se que a telessaúde é complementar e uma resposta evidente para a prestação e para poder chegar aos doentes e organizar internamente as instituições de outra forma”, explicou. A implementação destes programas “requer resiliência, muita persistência de todos e é um trabalho conjunto que demora a chegar lá”, sendo que a iliteracia em telessaúde é apontada como uma das grandes barreiras para a implementação destes programas, acrescentou Teresa Magalhães.

Além disto, a professora aponta ainda a contratualização da telessaúde como uma necessidade a considerar nos contratos de saúde entre a tutela e os hospitais para lidar com esta nova realidade.

Este webinar contou ainda com a participação de Maria João Vitorino, Diretora da Linde Saúde Portugal, que lançou o mote para a conversa: “Telessaúde: solução complementar para os doentes não-covid?”, partilhando a experiência de uma companhia que é um dos maiores prestadores de serviços de telemonitorização e telessaúde em Portugal.

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