Investigadores portugueses ajudam a descobrir
Uma equipa multidisciplinar de investigadores do Instituto de Biomedicina (iBiMED) da Universidade de Aveiro, dos Centro de...

Os resultados obtidos mostram que o cérebro e o testículo partilham aspetos funcionais, essenciais para garantir a evolução e a integridade da nossa espécie. O que estes dois órgãos têm em comum pode ainda ajudar a compreender patologias que afetam ambos e encontrar tratamentos dirigidos.

O estudo intitulado “Brain and testis: more alike than previously thought?” publicado na prestigiada revista científica Open Biology, da The Royal Society, sugere que o cérebro e o testículo têm o maior número de genes expressos em comum de todos os órgãos.

Margarida Fardilha, do iBiMED, investigadora responsável pelo trabalho adianta ainda que também partilham o maior número de proteínas comuns, comparando 28 tecidos do corpo humano: das 14315 e 15687 proteínas existentes no cérebro e no testículo, respetivamente, 13442 são comuns.

Outra analogia ocorre, por exemplo, ao nível das células de suporte. Bárbara Matos, do iBiMED, a primeira autora do estudo, explica que em ambos os órgãos existem células de suporte especializadas, no cérebro são os astrócitos e no testículo as células de Sertoli, ambas com funções muito similares na nutrição dos neurónios e espermatozoides. Stephen Publicover, da Universidade de Birmingham acrescenta que tanto no neurónio como no espermatozoide a sinalização através do ião cálcio é central, pois ambos os tipos celulares necessitam de gerar sinais para que ocorra a libertação do cálcio e assim se desenvolvam respostas fisiológicas adequadas.

Pedro Esteves do CIBIO-InBIO e Filipe Castro do CIIMAR, também autores do trabalho, elucidam que as semelhanças entre estes dois órgãos, aparentemente tão distintos, podem relacionar-se com o papel central que desempenham na especiação, o processo de formação de novas espécies. Se este padrão se repete noutras espécies de mamíferos, nomeadamente genericamente em Primatas, é uma pergunta chave para a fase seguinte desta investigação.

Estudo
Embora os dispositivos eletrónicos sejam mais prevalentes nas casas de famílias portuguesas com maior estatuto socioeconómico,...

Este paradoxo pode refletir fatores sociais e ambientais ao invés de financeiros. Uma explicação avançada no artigo científico é a possibilidade de as famílias de baixo estatuto socioeconómico terem menos conhecimento sobre os problemas de saúde associados ao uso excessivo de dispositivos com ecrã, menos tempo para supervisionar seus filhos ou menos oportunidades de envolvê-los em atividades extracurriculares.

O estudo foi conduzido por uma equipa do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e teve por objetivo identificar a disponibilidade de diferentes dispositivos eletrónicos (televisão, computador, tablet, etc.) em casa e no quarto das crianças portuguesas de acordo com a condição socioeconómica, de modo a analisar as associações entre essa disponibilidade e o tempo de ecrã e o sono das crianças nos dias de semana e fim de semana.

A investigação, que utilizou dados de 8.430 crianças, com idades entre os 3 e 10 anos, de escolas públicas e privadas das cidades do Porto, Coimbra e Lisboa, revela que os dispositivos eletrónicos disponíveis em casa, especialmente no quarto, diminuíram significativamente o tempo de sono das crianças.

Independentemente da idade, sexo, ou do tipo de equipamento, o tempo despendido em frente ao ecrã «é sempre mais elevado em crianças de famílias de menor posição socioeconómica», explica Daniela Rodrigues, primeira autora do artigo científico, explicitando que entre crianças dos 3 aos 5 anos de idade, «ter uma televisão e um tablet no quarto foi associado a maior tempo ecrã. Entre crianças de 6 a 10 anos de idade, ter dispositivos no quarto (televisão, laptop e tablet) foi associado a maior tempo de ecrã e a menos horas de sono principalmente nos dias de aula».

Segundo Daniela Rodrigues, as conclusões do estudo mostram que «ter um equipamento no quarto da criança não está relacionado com uma maior disponibilidade do equipamento em casa (nem com maior disponibilidade financeira)» e alertam para a necessidade de «desenvolver estratégias eficazes para minimizar o acesso ao dispositivo na hora de dormir. O tempo excessivo em frente ao ecrã e a menor duração do sono têm importantes implicações na saúde das crianças». Além disso, o uso generalizado de dispositivos móveis e a «popularização de dispositivos eletrónicos no quarto são provavelmente responsáveis pelo aumento substancial do tempo de ecrã na infância ao longo dos anos», refere a investigadora do CIAS.

«Com a pandemia de COVID-19 as crianças foram obrigadas a passar mais tempo em casa e ficaram mais dependentes de equipamentos eletrónicos (para uso educacional, social, etc.), pelo que é urgente aplicar estratégias de gestão do uso destes equipamentos na hora de deitar. Especial atenção deve ser dada a crianças socioeconomicamente mais desfavorecidas por estarem em maior risco, como encontrado neste trabalho», finaliza.

O estudo mostra ainda que, apesar de a televisão ainda exercer efeitos consideráveis sobre o tempo de sono das crianças, os dispositivos móveis podem começar a ter um impacto maior no sono do que os dispositivos tradicionais.

O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), pelo COMPETE 2020, Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O artigo científico está disponível: aqui.

Leilão Solidário apoia os mais desfavorecidos na compra de medicamentos
A artista Rosana Ricalde juntou-se ao Programa abem: Rede Solidária do Medicamento para apoiar quem mais precisa no acesso ao...

Entre os dias 7 e 18 de junho, será leiloado, na plataforma digital eSolidar, uma pintura da autoria da reconhecida artista contemporânea. O valor angariado pelo leilão, realizado com o apoio da Galeria 3+1 e da Fundação PLMJ, será integralmente incorporado no Fundo Solidário abem:, exclusivamente dedicado à comparticipação dos medicamentos essenciais à vida das famílias mais vulneráveis.

Rosana Ricalde vive e trabalha entre o Rio de Janeiro e Coimbra, e as suas obras fazem parte de coleções públicas e privadas internacionais. A artista é conhecida por incorporar elementos de texto e usar a caligrafia nas peças que desenvolve, construindo formas que questionam as fronteiras entre a poesia visual e o desenho. Fazendo-o, Rosana Ricalde revela a linguagem secreta e histórias associadas, que atravessam o tempo enquanto ecoam civilizações, estórias e histórias de outros mundos. 

«A notável generosidade da Rosana Ricalde, associada ao seu talento ímpar, ajudar-nos-á a fazer a diferença na vida dos mais vulneráveis. Apelamos ao apoio de todos aqueles que nos puderem ajudar nesta caminhada solidária, uma vez que, juntos, conseguiremos combater a exclusão onde ela mais dói – na saúde», afirma Maria de Belém Roseira, embaixadora da Associação Dignitude.

«A arte alia-se à solidariedade para levar saúde e medicamentos essenciais aos cidadãos portugueses que mais precisam. É um orgulho unir esforços com a Associação Dignitude em prol de uma causa social tão nobre como o acesso à saúde. A entreajuda transforma vidas e muda destinos», refere Rosana Ricalde.

O Programa abem: Rede Solidária do Medicamento, iniciativa promovida pela Associação Dignitude, está presente em todo o território nacional e já ajudou mais de 22.000 pessoas. Desde o seu lançamento, em maio de 2016, já foram ajudadas mais de 12.000 famílias que, deste modo, conseguem adquirir sem custos e em condições de total anonimato os medicamentos prescritos de que necessitam para viver.

 

Além do leilão solidário, os cidadãos que queiram contribuir para  Programa abem: Rede Solidária do Medicamento poderão fazê-lo em qualquer altura através de transferência bancária, para o IBAN: PT50.0036.0000.99105930085.59; por MB WAY: 932 440 068; diretamente no website www.abem.pt ou na página de Facebook do abem:. Os doadores podem depois enviar o comprovativo de transferência, nome e NIF para [email protected], e ser-lhes-á enviado o recibo de donativo.

 

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Decorre, já nos dias 8 e 9 de junho (amanhã e quarta-feira), a 1ª Bienal de Investigação em Enfermagem, evento online...

Sendo um duplo encontro, que junta o II Simpósio Internacional de Cuidados de Saúde Baseados na Evidência e o VI Congresso de Investigação em Enfermagem Ibero-Americano e de Países de Língua Oficial Portuguesa, esta bienal começa (amanhã, às 11h00) com uma conferência (“Ecossistema da evidência”) do diretor da Divisão de Síntese da Ciência do Instituto Joanna Briggs, da Universidade de Adelaide (na Austrália), Edoardo Aromataris.

“Sintetizadores de evidência” e “Implementadores e avaliadores de evidência” são os títulos dos dois painéis do II Simpósio Internacional de Cuidados de Saúde Baseados na Evidência.

Ministra da Coesão Territorial fala sobre resultados da ciência para a saúde das populações

Por sua vez, o congresso, no dia seguinte (9 de junho), trará para o debate assuntos relacionados com o financiamento da investigação, o desenvolvimento da ciência em saúde e os resultados da ciência para a saúde das populações e para a coesão social. Sobre estes assuntos falarão, respetivamente, José Paulo Esperança (vice-presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia), Amílcar Falcão (reitor da Universidade de Coimbra) e Ana Maria Abrunhosa (ministra da Coesão Territorial).

Ética na ciência, investigação em cuidados de enfermagem diferenciados e complexos, edição e disseminação do conhecimento científico, boas práticas em cuidados transfronteiriços e equidade e literacia em saúde serão outros temas em destaque, no período da tarde.

Antes, pelas 12h30, será tempo para ouvir a presidente da Escola de Enfermagem da Universidade Johns Hopkins (EUA), Patricia Davidson, falar sobre “O impacto da investigação e ação da enfermagem na saúde global”.

O VI Congresso de Investigação em Enfermagem Ibero-Americano e de Países de Língua Oficial Portuguesa termina pelas 17h15, com as “notas de encerramento” a cargo do coordenador científico da UICISA: E, João Apóstolo.

A 1ª Bienal de Investigação em Enfermagem organizada pela UICISA: E, que é avaliada e acreditada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, contará com a intervenção de reputados preletores provenientes de instituições de vários países, como Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos da América, Irlanda, País de Gales, Portugal, República Checa e Turquia.

Paralelamente, serão realizadas três reuniões científicas, sobre “Síntese da Ciência: O desafio da pesquisa para revisões sistemáticas” (8 de junho), “Comunicação da Ciência e redes de disseminação da Ciência” (9 de junho) e “Pesquisa-ação Participativa em Saúde” (9 de junho).

A UICISA: E integra cerca de 170 investigadores doutorados e não-doutorados de 24 instituições académicas e clínicas, que atuam em mais de 30 redes internacionais de interesse para a enfermagem no mundo, influenciando políticas, liderando e colaborando em projetos financiados.

Mais informações sobre o programa da 1ª Bienal de Investigação em Enfermagem estão disponíveis no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/congresso6uicisa.

Para iOS e Android
A nova ColorADD APP foi desenvolvida com o apoio da Fundação Ageas e pode ser descarregada gratuitamente para iOS e Android

Vivemos num mundo onde 90% da comunicação é feita através da cor. Estima-se que existam 350 milhões de daltónicos que, pela sua limitação, se sentem excluídos, discriminados e dependentes da ajuda de terceiros. São inúmeros os constrangimentos no seu dia a dia, quer em contexto social ou profissional, sempre que a cor é um fator racional de identificação, orientação e/ou escolha. 41% dos daltónicos tem dificuldade de integração social.

Para minimizar o sentimento de perda deste grupo populacional, a ColorADD, com o apoio da Fundação Ageas, acaba de lançar uma nova APP, que permite ao seu utilizador identificar as cores dos objetos através da câmara de um dispositivo móvel. Esta solução complementa a integração já existente do código ColorADD numa gama alargada de produtos/serviços em diversos países e sectores de atividade.

A ColorADD APP é extremamente fácil de usar e intuitiva: basta o utilizador apontar a câmara do dispositivo para a superfície que pretende identificar e no topo do écran aparece o nome da cor, acompanhado do símbolo ColorADD correspondente. Permite também identificar a cor em imagens guardadas no telemóvel. Oferece ainda a opção de inclusão de áudio descrição da Cor, a capacidade de poder referenciar mais do que uma cor em simultâneo e a possibilidade de partilhar a foto identificada, através de redes sociais ou mail.

Tiago refere “Enquanto daltónico, o mais importante é conseguir ter o máximo de autonomia. Esta ferramenta vai-me permitir fazer sozinho muitas tarefas diárias que até agora me obrigavam a pedir ajuda, como por exemplo, escolher a roupa, a fruta e até mesmo identificar a cor de um carro. Sem dúvida, que esta solução vai mudar o dia a dia de milhares de daltónicos... para melhor!!!”. 

Miguel Neiva, criador do ColorADD, refere: “Sinto que demos mais um passo na promoção de uma sociedade mais inclusiva pela cor. Esta é uma ferramenta que há muito queríamos oferecer aos daltónicos. Tem sido recorrente esse pedido e agora mais do que nunca sentimos ser de grande utilidade pois, nestes difíceis tempos que vivemos, em que o distanciamento social imposto pela pandemia COVID-19 dificulta o pedido de ajuda na identificação das cores, é particularmente importante aumentar a autonomia e a independência aquisitiva dos daltónicos. O lançamento da ColorADD APP é um passo importante na nossa missão de sensibilizar a sociedade para o problema do Daltonismo e democratizar a identificação das cores, porque A Cor é para Todos!”

A Fundação Ageas tem na sua génese a missão de apoiar a comunidade através das mais diversas iniciativas e programas com impacto social. João Machado, presidente do conselho de administração da Fundação Ageas, refere que “é de elevada importância apoiar projetos disruptivos que tenham potencial para incluir segmentos da população que vivem em situações de vulnerabilidade real ou em potência e que, em última instância, contribuam para a melhoria de qualidade de vida dessas pessoas. Na verdade, a sinergia criada entre as várias entidades para alcançar este produto final é para nós um motivo de satisfação e estamos confiantes que temos em mãos um projeto que irá facilitar o dia a dia de um grande número de pessoas.”

Há cerca de cinco anos que o Grupo Ageas Portugal é parceiro da ColorADD, tendo como preocupação que a sua comunicação e linguagem seja o mais inclusiva possível, sendo a única seguradora, a nível mundial, a adotar o código de cores para daltónicos na sua comunicação.

O desenvolvimento da APP foi feito em parceria com a Mindera, envolvendo a sua iniciativa social, Mindera School, e uma equipa experiente de gestores de produto, designers de UX / UI e programadores. O download da ColorADD APP está acessível através de IOS e de Andoid.

Conheça a ColorADD APP neste vídeo.

 

07 a 13 de junho – Semana Mundial do Ritmo Cardíaco
“Escute o seu coração" é o mote da campanha global lançada pela Atrial Fibrillation Association e pela Arrhytmia Alliance....

Começa a 07 de junho a Semana Mundial do Ritmo Cardíaco. A Fibrilhação Auricular (FA), é arritmia cardíaca mais comum em todo o mundo, e a responsável por 20 a 30 % dos acidentes vasculares cerebrais isquémicos.

Para assinalar a data, a Fundação Portuguesa de Cardiologia associa-se à Atrial Fibrillation Association  e à Arrhytmia Alliance para dar a conhecer a campanha global que, sob o mote “Escute o seu Coração”, incentiva a deteção de arritmias como a FA através de uma simples verificação do pulso. Bastam 30 segundos.

Em Portugal, a campanha é apoiada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, para quem a deteção precoce e o controlo das arritmias são fundamentais. “O diagnóstico atempado de arritmias como Fibrilhação Auricular pode revelar-se decisivo na prevenção de complicações como AVCs, insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. Grande parte das arritmias podem ser controlada através da gestão de comportamentos, hábitos de vida e medicação. Quanto mais cedo a detetarmos, maior a probabilidade de sucesso teremos no seu controlo.”, explica Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Fibrilhação Auricular é a arritmia mais comum

A partir dos 40 anos de idade, a prevalência da Fibrilhação Auricular entre os portugueses ronda os 2.5 %. Ao passar os 65 anos, uma em cada dez pessoas terá desenvolvido esta arritmia.

Embora bastante prevalente, grande parte dos casos de Fibrilhação Auricular é silenciosa. Só se deteta demasiado tarde e depois de deixar sequelas ou de um episódio grave, como é o caso de um Acidente Vascular Cerebral. A deteção precoce e o controlo desta arritmia são, por isso, fundamentais para a manutenção de uma boa qualidade de vida, sobretudo em determinadas faixas etárias.

A partir dos 65 anos, devemos ter particular atenção a sinais nem sempre claros como batimento cardíaco descoordenado, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio, perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito.

É, por isso, aconselhável que, nestas idades, para além do controlo parâmetros como o peso, a tensão arterial ou o colesterol, se avalie o ritmo cardíaco e as pulsações de forma regular. Qualquer pessoa o pode fazer, de forma simples, através da auto-avaliação do pulso.

Prevenção do AVC

Uma vez diagnosticada Fibrilhação Auricular, o risco de AVC pode ser reduzido significativamente através de terapêutica anticoagulante. Tal como na maioria dos países europeus, em Portugal, as normas aconselham a que se ministrem os Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOAC. Consoante a prescrição, a medicação poderá ser tomada uma ou duas vezes ao dia.

O bom controlo desta arritmia, e a consequente manutenção da qualidade de vida dependem, também, do cumprimento escrupuloso da terapêutica. Qualquer alteração, deverá ser validada pelo médico assistente.

“Restauração de Ecossistemas”
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) assinala, amanhã (5 de junho), o Dia Mundial do Ambiente – em 2021, segundo...

Para esta “mesa-redonda verde”, moderada pela professora da ESEnfC e investigadora em Pesquisa-ação participativa em saúde, Irma Brito, foram convidados a investigadora Marisa Azul (Centro de Neurociências e Biologia Celular, Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia e Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra), o arquiteto Nelson Brito, doutorando em Sistemas Sustentáveis de Energia do Programa MIT Portugal, que se encontra a desenvolver a tese “Oportunidade de atualização para edifícios existentes nos centros históricos” e, ainda, o professor da ESEnfC e coordenador do programa Eco-Escolas na instituição, Carlos Silva.

Considerações, reflexões, ideias e conselhos para partilhar com estudantes de Enfermagem e com a cidade de Coimbra.

A iniciativa é organizada pela Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Pública, Comunitária e Familiar, da ESEnfC.

Assista aqui: https://www.facebook.com/esenfc/e https://www.youtube.com/channel/UCqO2EN0mgxJNyIizTdrEqwQ.

 

No âmbito da Semana Verde da UE
A Comissão Europeia e o Comité das Regiões Europeu lançaram, hoje, uma plataforma das partes interessadas destinada a...

O plano de ação – um dos principais resultados do Pacto Ecológico Europeu e o principal tema da Semana Verde da UE deste ano – foi adotado em 12 de maio de 2021, estabelecendo uma visão integrada para 2050 no sentido de diminuir a poluição para níveis que não sejam prejudiciais para a saúde humana e para os ecossistemas naturais, bem como metas intercalares para 2030 e ações para alcançar os objetivos.

“O papel dos municípios e das regiões será fundamental para traduzir esta visão em ações no terreno. A redução da poluição exige alternativas limpas no domínio da mobilidade regional e urbana e da energia, dos investimentos em edifícios e infraestruturas, bem como do ordenamento do território em geral. Todas estas decisões afetam a saúde e o bem-estar das pessoas”, pode ler-se em comunicado.

O comissário do Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius, afirmou que «os municípios e as regiões estão na linha da frente da aplicação das políticas de luta contra a poluição, sendo importantes catalisadores da transição ecológica. Muitos estão já a desenvolver soluções inovadoras para limpar o ar, a água e o solo, promovendo padrões de produção e de consumo mais sustentáveis. Tenho o prazer de colaborar com o Comité das Regiões Europeu na criação desta nova plataforma para partilhar estas boas ideias e apoiar os objetivos de poluição zero no terreno».

O presidente do Comité das Regiões Europeu e governador da região grega da Macedónia Central, Apostolos Tzitzikostas, congratulou-se com a plataforma, afirmando que «todos temos a responsabilidade de agir para proteger o nosso ambiente, legando às crianças e ao planeta o futuro seguro e saudável que merecem.  Os governos, as empresas e as partes interessadas devem unir esforços para travar a poluição da água, do ar e do solo.  É necessária liderança local, razão pela qual o Comité das Regiões Europeu tem o prazer de lançar, em conjunto com a Comissão Europeia, a Plataforma das Partes Interessadas na Poluição Zero».

Vasco Alves Cordeiro, primeiro vice-presidente do Comité das Regiões Europeu e deputado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, participou no evento de lançamento da Plataforma das Partes Interessadas na Poluição Zero, salientando que «os órgãos de poder local e regional são responsáveis pela aplicação de 70% das políticas da UE, 70% das medidas de atenuação das alterações climáticas e até 90% das medidas de adaptação às alterações climáticas. O plano de ação para a poluição zero é fundamental para salvar vidas e criar um futuro mais sustentável. A sua plataforma contribuirá para concretizar a nível local e regional os objetivos europeus, uma vez que os municípios e as regiões estão idealmente posicionados para avaliar a eficácia das medidas e a consecução dos objetivos. O seu sucesso exigirá um processo aberto e inclusivo, que mobilize os cidadãos, as PME, as empresas, os movimentos sociais e as instituições de investigação. É essencial explorar sinergias e assegurar a coesão territorial».

De acordo com o documento, a Plataforma das Partes Interessadas na Poluição Zero “contribuirá para a execução das iniciativas emblemáticas e ações definidas no plano de ação para a poluição zero”. Entre elas: reunir intervenientes de diferentes comunidades e domínios de especialização para enfrentar desafios interligados, por exemplo, reforçar a agenda conjunta em matéria de ambiente e saúde; definir uma visão comum sobre a forma de alcançar objetivos de poluição zero; desenvolver e partilhar boas práticas sobre temas transversais, como o financiamento da inovação e do emprego «zero poluição», o fomento da produção e do consumo sustentáveis e a criação de polos temáticos, como o polo técnico para o ar limpo.

O lançamento foi anunciado na sessão de encerramento da edição deste ano da Semana Verde da UE, o maior evento anual sobre a política ambiental da UE, que reuniu mais de 3000 participantes de toda a UE para debater a poluição zero sob diferentes ângulos na conferência principal organizada em Bruxelas, em linha, e nos mais de 600 eventos organizados por parceiros em toda a Europa. A Semana Verde da UE começou na segunda-feira, 31 de maio de 2021, em Lahti, Capital Verde da Europa de 2021.

Descoberta
Um consórcio internacional, chamado Consórcio T2T, publicou agora "a primeira sequência verdadeiramente completa" de...

O manual de funcionamento das células, dobrado no interior, é basicamente uma molécula gigantesca de ADN com cerca de dois metros de comprimento. Há as diretrizes para, por exemplo, um neurónio no cérebro para saber transmitir um pensamento. O manual de instruções celular é escrito com combinações de apenas quatro letras químicas (ATTGCTGAA...).

As técnicas atuais de sequenciação em massa - usadas em hospitais para estudar doenças com uma componente genética - não conseguem ler o genoma humano muito longo, mas conseguem reconhecer fragmentos de algumas centenas de letras, que são então encomendadas graças a um genoma de referência, que funciona como a foto da paisagem na caixa do puzzle.

O problema surge ao colocar as secções de ADN muito repetitivas (ATATATATAT...). Para ultrapassar este obstáculo, explica o El País, os investigadores usaram técnicas de ponta, como sequenciadores da empresa britânica Oxford Nanopore, dispositivos capazes de ler centenas de milhares de letras numa altura em que as passavam por um pequeno poro.

Membros do Consórcio T2T — liderado pela bióloga Karen Miga da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e Adam Phillippy, do Instituto Nacional de Investigação do Genoma Humano, ambos nos EUA – argumentam que "está agora a abrir-se uma nova era de genómica, na qual nenhuma região do genoma está fora de alcance". Os autores publicaram um rascunho com os seus resultados no dia 27 de maio. Com os novos dados, o genoma humano teria 19.969 genes associados à produção de proteínas, 140 dos quais descobertos pelo consórcio.

Os membros do Consórcio T2T propõem-se usar a sua nova sequência como modelo global. O genoma de referência atual foi desenvolvido em 2013, com fragmentos de ADN de muitas pessoas, por um consórcio internacional no qual participa o Instituto Europeu de Bioinformática.

 

Investigação
Uma equipa de investigadores do Instituto Weizmann de Ciência, de Israel, desenvolveu um nariz eletrónico capaz de detetar...

De acordo com a informação divulgada, trata-se de um teste que pode servir tanto para localizar vírus em pessoas com sintomas assim em doentes assintomáticos. "Este teste com nariz eletrónico permite um diagnóstico eficaz em tempo real”, revelam os investigadores.

Já existem estudos que sugerem que os cães podem usar o nariz para detetar a infeção provocada pelo novo coronavírus, mas dada a magnitude da pandemia, a implantação de animais é uma solução difícil, dizem os cientistas. Por outro lado, os narizes eletrónicos (eNoses) são máquinas que imitam o cheiro dos animais e podem ser implantados em larga escala.

Os eNoses normalmente contêm uma série de sensores, cada um otimizado para uma gama química diferente, podendo ser "treinado" para identificar doenças virais, bacterianas e até mesmo não infeciosas. Para testar a hipótese de que a infeção Covid-19 está associada a um odor corporal detetável por um eNose, os investigadores realizaram as suas experiências numa estação de testes da COVID em Tel Aviv onde os 500 participantes não tiveram de sair do carro.

No entanto, nesta pesquisa, os cientistas não se concentraram na respiração exalada em si, mas em olhar para a passagem nasal, identificada como um local de infeção por coronavírus. Portanto, o objetivo era "cheirar" a passagem nasal interior. Aos participantes foi dada uma válvula de amostragem descartável que foi fixada à porta de entrada do nariz eletrónico por um tubo flexível e também descartável. Foram instruídos a prender a válvula à narina durante 80 segundos, enquanto o nariz eletrónico tirava amostras de ar. Depois, sem sair do veículo, submeteram-se a um PCR.

 

 

 

 

Situação Epidemiológica
Segundo dados da Direção Geral da Saúde, nas últimas 24 horas, não houve registo de mortes associadas à Covid-19. O número de...

De acordo com o documento, foram diagnosticados 430 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 217 novos casos e a região norte 132. Desde ontem foram diagnosticados mais 20 na região Centro, 16 no Alentejo e 11 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais oito infeções e 26 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 267 doentes internados, mais 13 que ontem.  Também as unidades de cuidados intensivos contam com mais um doente, estando agora 53 pessoas na UCI.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 300 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 810.958 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 23.473 casos, mais 130 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 232 contactos, estando agora 25.161 pessoas em vigilância.

Investigação
Uma equipa de investigação britânica conseguiu criar, há cerca de dois anos, uma bactéria sintética de E.colli. Agora, os...

Segundo o líder do grupo de investigação, Jason Chin, estas bactérias podem bem tornar-se em pequenas "fábricas renováveis e programáveis que produzem uma vasta gama de novas moléculas com novas propriedades, com benefícios para a biotecnologia e a medicina, incluindo o fabrico de novos fármacos, como antibióticos".

Além disso, um dos objetivos desta equipa é investigar as aplicações desta tecnologia no desenvolvimento novos polímeros, por exemplo plásticos biodegradáveis, que "poderiam contribuir para uma bioeconomia circular".  

Daniel de la Torre, um dos autores do estudo publicado na revista a Science, explicou que a equipa mudou a estrutura que a célula utiliza para produzir proteínas (que também são um tipo de polímeros) de modo a poder ser usada para montar polímeros que não são compostos por aminoácidos naturais, mas que podem ser sintetizados no laboratório de química.

Um dos "grandes objetivos" do estudo, sublinhou, foi o uso de bactérias para produzir polímeros feitos exclusivamente de monómeros sintéticos.

A equipa conseguiu reunir diferentes polímeros, incluindo macrociclos, uma classe de moléculas que formam a base de certos antibióticos e medicamentos para tratar o cancro. Além disso, reescreveram todo o genoma das bactérias sintéticas para remover alguns códigos e a maquinaria que as lê, a transferência de ARN (TRNA) das células (uma pequena molécula envolvida na síntese proteica), com o resultado de que a bactéria se torna resistente à maioria dos vírus.

De la Torre explicou que o ADN está inscrito com a informação genética que as células usam para produzir proteínas e que leem em grupos de três letras, chamadas códão ou codons.

Os vírus reproduzem-se injetando o seu genoma numa célula e sequestrando máquinas celulares, mas as células modificadas não conseguem ler certos codons do genoma do vírus, impedindo-os de se replicarem.

Segundo De la Torre, "os mesmos codons que removemos das bactérias e que a tornam resistente aos vírus, podemos reutilizá-los para codificar novos polímeros sintéticos".

 

Com a divulgação de três filmes que assinalam o seu percurso
A Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor (APED), cuja missão é promover o estudo, o ensino e a divulgação do mecanismo da...

No âmbito do seu 30º aniversário, a APED e irá lançar diversas iniciativas nas áreas da formação e sensibilização, incluindo três filmes que assinalam este percurso de 30 anos e que serão divulgados nas redes sociais da APED a partir do dia 4 de junho. Os filmes, em estilo documentário, traçam uma retrospetiva da ação da APED e do seu impacto junto da sociedade e no panorama nacional, diretamente relacionados com a investigação, estudo, ensino e tratamento da dor em Portugal.

Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “o trajeto da APED ao longo destas três décadas integra-se na evolução histórica da Dor em Portugal e no mundo”. E acrescenta, ainda, “pretende-se que este olhar sobre o percurso da APED amplifique e recentre a importância que a investigação, estudo, ensino e tratamento da Dor têm no equilíbrio económico, social e humano da nossa sociedade”.

A APED foi fundada em 1991 e o seu desenvolvimento a muito se deve ao trabalho do seu percursor, o neurocirurgião Dr. Nestor Rodrigues, cuja visão permitiu reunir um conjunto de profissionais de saúde que, juntos, levaram à concretização de marcos tão importantes quanto a elaboração do Plano Nacional de Luta Contra a Dor, o 1º da Europa, o Dia Nacional de Luta Contra a Dor e a equiparação da dor ao 5º sinal vital, permitindo à dor assumir-se, pela primeira vez como “entidade própria”.

Os filmes podem ser vistos, a partir do dia 4 de junho, no FacebookInstagram, Linkedin e YouTube da APED.

 

Entrevista
No âmbito do Mês da Saúde Digestiva, e para perceber como está a saúde digestiva dos portugueses, o

Sabendo que a pandemia Covid-19 terá tido um tremendo impacto na saúde digestiva dos portugueses, no que diz respeito ao diagnóstico e tratamento de algumas patologias, pergunto-lhe, mais de um ano após o primeiro confinamento, quantas consultas ficaram por realizar e quantos diagnósticos por ficaram por fazer?  

Relativamente às consultas, houve a hipótese de realizar consultas por telefone e por telemedicina. Não são o mesmo que as consultas presenciais, o acto médico completo implica a observação, mas em muitos casos de segundas consultas, de consultas de vigilância, é possível substituir as consultas presenciais. As consultas não presenciais vieram para ficar. No nosso Centro Hospitalar (CHULN), a gastrenterologia, não reduziu o número de consultas, fizemos quase 25.000 durante o último ano.

Os dados que temos relativamente a um dos exames principais, a colonoscopia, é que terá existido atraso. Através das vendas de produtos de limpeza intestinal, terão ficado perto de 90-100.000 exames por fazer. No entanto já estamos a fazer um grande esforço para recuperar o que ficou atrasado.

Neste sentido, quais as patologias que mais se agravaram durante este período?

Em média, em 2019, morreram por mês cerca de 9300 portugueses. Nalguns meses em 2020 e 2021 morreram quase 13.000 portugueses. É lícito pensar que nalguma desta mortalidade em excesso estejam doenças do Aparelho Digestivo, à semelhança de doenças do foro cardíaco, oncológico, etc.

Em termos gerais, e no que diz respeito à saúde digestiva, o que se perdeu irremediavelmente com esta pandemia?

Algumas mortes em excesso, mas ainda não há dados precisos e detalhados. É uma consequência adicional da Pandemia e das suas ondas de choque. As razões são várias, incluindo receio da população de se deslocar aos Serviços de Saúde.

O que seria necessário fazer para reverter ou minimizar esta situação?

Psicologia positiva, planear do ponto de vista estratégico. Precisamos de reequipar alguns Serviços com novos aparelhos e dispositivos. O País tem recursos humanos, isto é, gastrenterologistas para recuperar doentes que estejam com dificuldade em acesso.

Para além da Covid-19, e sabendo que a grande maioria das doenças digestivas estão associadas aos hábitos de vida, o que falta para verdadeiramente as prevenirmos?

Passar a mensagem da prevenção, diagnóstico precoce para as doenças do Aparelho Digestivo: prevenção no aspeto da promoção dos estilos de vida saudável, alimentação saudável, exercício físico.

É obrigatório para todos os portugueses sem exceção a realização do rastreio do cancro do cólon aos 45-50 anos.

Neste sentido, e sabendo que a obesidade é um dos problemas que mais contribuem para mau prognóstico da saúde digestiva, quais os principais erros que cometemos à mesa e não só? Que patologias podem surgir associadas ou como complicação da obesidade?

A dieta ocidental dita mediterrânica está um pouco desvirtuada: há um excesso de calorias não só no que diz ao consumo de fritos, molhos, carnes vermelhas, açúcar, bolos, bebidas açucaradas. Falta também o investimento no exercício físico regular, nem que seja caminhar rápido três vezes por semana. Se mais portugueses cumprissem esta meta, eramos um povo bem mais saudável.

As patologias associadas à obesidade são a obstipação (2 milhões de portugueses, a doença de refluxo (3 milhões), pedras na vesícula (litíase biliar) 1.5 milhão, o fígado gordo (2.5 milhões), 40.000 com hepatite C, 25.000 com doença de Crohn ou Colite Ulcerosa e os cancros do aparelho digestivo, designadamente o cancro do fígado, do cólon e o do pâncreas.

A obesidade é claramente oncogénica, traz consigo um risco acrescido de cancros. E não apenas do Aparelho Digestivo.

De um modo geral, entre todas as patologias que acometem o aparelho digestivo, quais as que mais atingem a população portuguesa e destas quais as mais graves?

As referidas na pergunta anterior. De qualquer modo quero chamar a atenção para o peso dos cancros digestivos, que constituem 1/3 de todos os cancros, incluindo os casos mortais. Ou seja, 1 em cada 10 portugueses morrem de cancro digestivo, mais do que um por hora.

Relativamente a número de novos casos, a chamada incidência, todos os anos se registam quase 11.000 novos casos de cancro do cólon (também chamado de intestino grosso), enquanto para o cancro da mama e da próstata não chega a 7.000. Ou seja, no espaço de 10 anos vão surgir 100.000 portugueses com cancro do cólon e reto que não estava à espera.

No que diz respeito aos cancros digestivos, qual a importância dos rastreios para o bom prognóstico de algumas destas patologias? Nomeadamente no cancro colorretal, qual a diferença que pode fazer um rastreio? E por que motivo, ainda são poucos aqueles que o decidem fazer?

O rastreio salva vidas, reduz o número de mortes por este cancro. O rastreio é obrigatório para todos os portugueses aos 50 anos. Más já há quem recomende por volta dos 45 anos, ou mais cedo que tiver familiares diretos na Família. Existem dois métodos de rastreio, o sangue oculto nas fezes em que a própria pessoa colhe as suas fezes para depois serem analisadas e a colonoscopia. O importante é fazer um dos métodos, pelos 45-50 anos. Ambos salvam vidas.

Faria sentido ou seria possível rastrear outros tipos de cancro?

Relativamente aos cancros do aparelho digestivo não faz sentido para a população em geral, à exceção do cancro do cólon e reto que tem que ser para todos os portugueses sem exceção. Poderá pensar-se para os outros cancros, mas não para a população em geral: nalguns casos de cancro do pâncreas familiar, nalguns casos de lesões do estômago ditas pré-malignas; e em quem tem cirrose hepática deve fazer uma ecografia de 6/6 meses. Mas rastreios para a população em geral apenas o do cancro do cólon e reto.

No que diz respeito às doenças inflamatórias do intestino, o que explica o aumento de casos?

Não se sabe muito bem, eventualmente alterações da dieta, com alimentos cada vez mais processados, alterações do microbioma, etc. O que é facto é que aumenta 5% por ano.

Ainda no âmbito destas doenças – Doença de Crohn e Colite Ulcerosa – quais os grupos de risco e a que sinais devem estar atentos?

São duas entidades que afetam fundamentalmente os ditos adultos jovens com 20-40 anos, pessoas em plena fase da vida, com muita atividade formativa, profissional, familiar e social. Estima-se que possam existir em Portugal 25.000 pessoas com estas duas entidades. O impacto é muito elevado na qualidade de Vida, não afeta apenas a própria pessoa, afeta os seus familiares e as empresas onde trabalham. Eu diria que impacta a vida de 25.000 portugueses, na sua maioria jovens e 25.000 famílias e todo o seu agregado familiar.

Os sintomas que podem indicar a presença de doença de Crohn ou Colite Ulcerosa são a diarreia que não passa em meia dúzia de dias, a perda de sangue nas fezes, as cólicas abdominais, perda de peso, febre, etc. Com estes sintomas as pessoas devem dirigir-se a um Serviço de Urgência, ao Médico de Família, procurando ser visto por um gastrenterologista logo que possível.

No âmbito do Mês da Saúde Digestiva, que iniciativas a SPG irá levar a cabo?

Divulgação nas redes sociais, nos meios da comunicação social, elaboração de material informativo para o público em geral com infografias, pequenos filmes, chamada de atenção para o novo site da Saúde Digestiva.

Temos um mote que é chamar a atenção para a Saúde Digestiva com os seus vários aspectos de literacia em saúde, prevenção, diagnóstico precoce, rastreio, tratamento, cura, ajuda ao sofrimento, etc.

Mas o foco principal será a relação e as consequências da Obesidade com o Aparelho Digestivo. A obesidade é uma verdadeira pandemia global, que vai matar muito mais pessoas que o COVID.

Para terminar, e de um modo geral, considera que os portugueses dão a devida atenção à sua Saúde Digestiva?

Sentimos que a situação está a melhorar, a sociedade em geral está cada vez mais informada quanto aos 10 metros do seu tubo digestivo, dos seus problemas, das consequências do seu mau funcionamento, das causas de morte, etc.

Mas neste ano, vamos insistir nas múltiplas consequências da obesidade no Aparelho Digestivo e do papel do especialista do Aparelho Digestivo (gastrenterologista) na ajuda à qualidade de Vida e em evitar o sofrimento e até a morte precoce.

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Protocolo com autarquias
Mais de 180 farmácias realizaram 69.536 testes rápidos de antigénio gratuitos em dois meses, no âmbito dos protocolos de...

A testagem gratuita à COVID-19 nas farmácias arrancou a 31 de março no município de Lisboa, tendo sido alargada nas semanas seguintes aos outros três municípios e à RAM.

“As farmácias demonstraram, desde o início da pandemia, disponibilidade para terem um papel ativo e central na estratégia de combate à pandemia. A proximidade aos cidadãos e a relação de confiança que têm com a população que servem, aliadas ao saber técnico e científico, colocam-nas numa posição privilegiada enquanto agentes de saúde pública. Aproveitar a rede de farmácias para reforçar uma estratégia de testagem regular, segura e eficaz fazia e faz todo o sentido e estes números demonstram-no”, explicou Duarte Santos, da direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Os programas de testagem em massa pretende criar um incentivo aos utentes para a testagem à Covid-19.

“Ao permitirem que os cidadãos façam dois testes por mês sem quaisquer custos, estes protocolos servem para democratizar o acesso aos testes rápidos de antigénio e, dessa forma, permitir um retrato mais alargado da situação epidemiológica daquelas regiões e um processo de desconfinamento mais seguro para todos”, esclareceu Duarte Santos.

 

 

 

Formato digital
O Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar o Primeiro Simpósio...

“Num tempo RARO em que se desenvolvem vacinas em tempo recorde para uma pandemia devastadora e nos encontrámos todos, de alguma forma privados de acesso à inovação noutras áreas que não a do SARS Cov2, sentimos necessidade

de iniciar aquilo que pretendemos que seja o primeiro de muitos Simpósios RARO” afirma Luísa Pereira, coordenadora-adjunta do NEDR.

Este evento científico pretende proporcionar a todos os profissionais de saúde, sem distinção, a mais recente evidência na área das doenças raras, com enfoque nas inovações e novidades científicas do ano transato.

“Pretendemos igualmente, e aproveitando aquilo que de positivo aprendemos a utilizar neste momento pandémico, dar uma nova dimensão com o máximo de abrangência de temas, utilizando a enorme projeção e participação

que as sessões em formato digital nos trouxeram” conclui Luísa Pereira.

O evento mantém as habituais presenças de palestrantes nacionais e internacionais e vai otimizar também a utilização das novas ferramentas e plataformas digitais.

 

Opinião
O termo psicose refere-se a um síndrome clínico que se caracteriza pela presença de delírios e aluci

O delírio (do latim de- fora; lirare, sulco do arado; significando estar fora do sulco da realidade) corresponde a uma alteração do pensamento em que o indivíduo tem uma crença falsa baseada numa inferência incorreta sobre a realidade externa, que é sustentada com convicção absoluta, apesar da existência de evidência contrária a essa crença. Alguns exemplos são a crença de ser perseguido sem de facto o ser, ou a crença de que existem seres ou entidades que conseguem inserir ou roubar os seus pensamentos. Por sua vez, as alucinações são alterações da sensopercepção, correspondendo a uma perceção sem um estímulo externo. São exemplo de alucinações: ouvir, ver ou sentir pessoas, objetos ou animais que não estão realmente presentes ou não existem. Os mecanismos biológicos subjacentes à origem dos sintomas psicóticos são alvo de investigação contínua, mas os estudos científicos mostram que mais provavelmente se devem a uma disfunção do sistema de neurotransmissão da dopamina, quando sobre ele atuam diversos fatores de stress (p.e. ter tido experiências adversas numa idade precoce como bullying ou abuso sexual, viver em meios urbanos, ser alvo de discriminação racial/étnica, consumir drogas como cannabis), em pessoas que têm predisposição genética (figura abaixo).

Tal como mencionado anteriormente, o termo psicose refere-se a um síndrome clínico e não a um diagnóstico. Assim, diversas perturbações psiquiátricas apresentam sintomas psicóticos. Entre estas, incluem-se perturbações em que há desregulação do humor (depressão e mania), nas quais os sintomas psicóticos ocorrem apenas de modo episódico, secundariamente a uma alteração do estado de humor. Por outro lado, na Esquizofrenia e nas perturbações do espectro desta doença, a sintomatologia psicótica está quase sempre presente desde o início da doença e constitui a sua manifestação principal, podendo associar-se a outras manifestações clínicas como a desorganização do pensamento, as anomalias do comportamento motor e os sintomas negativos (embotamento afetivo, pobreza do discurso, isolamento social, anedonia e avolição). Na Esquizofrenia, ao contrário do que sucede na depressão ou na mania, os sintomas psicóticos podem persistir ao longo de toda vida ou surgir apenas quando o tratamento é suspenso.

Globalmente, as perturbações psicóticas afetam cerca de 23.6 milhões de pessoas a nível mundial e são uma das principais causas de incapacidade devido a doença, associando-se a elevados custos, quer para os sistemas de saúde, quer para a sociedade. O episódio psicótico inaugural – o Primeiro Episódio Psicótico - (PEP), é um evento de saúde crítico que ocorre habitualmente no final da adolescência ou no início da vida adulta. O PEP tem um impacto significativo no curso de vida das pessoas afetadas devido à disfunção cognitiva, emocional e comportamental que provoca, interferindo significativamente na vida social e profissional. Por esse motivo, a fase inicial da psicose tem sido considerada um “Período Crítico”, fruto de observações que sugerem que a deterioração clínica e funcional, ocorre sobretudo no período próximo e anterior ao aparecimento dos primeiros sintomas psicóticos (o chamado pródromo psicótico) e no período imediatamente a seguir, compreendendo os 2 a 5 anos iniciais da doença. Neste contexto, nas últimas duas décadas, emergiu o conceito de “intervenção precoce” como base de uma abordagem dirigida às fases iniciais das perturbações psicóticas, visando uma melhoria da evolução clínica.

Este tipo de intervenção, mostrou ter um impacto positivo mais significativo quando comparada com intervenções em fases mais tardias, não só em termos de melhoria dos sintomas, mas também ao nível do funcionamento global (p.e. relações interpessoais, emprego, autonomia).

Nesse sentido, é fundamental que as pessoas que começam a apresentar os primeiros sintomas psicóticos, ou que mesmo antes do aparecimento destes sintomas, evidenciariam um declínio marcado no seu funcionamento global, iniciem um acompanhamento clínico especializado, o mais precocemente possível. Tal permitirá otimizar os resultados da intervenção realizada, uma vez que quanto maior for o período sem tratamento adequado, pior será o prognóstico. É de realçar que o tratamento destas situações clínicas, deverá contemplar uma abordagem biopsicossocial, ou seja, considerar a pessoa doente em todas as suas dimensões, não devendo resumir-se apenas à intervenção farmacológica. Nesse sentido, as guidelines internacionais recomendam que a intervenção no Primeiro Episódio Psicótico seja de natureza multidisciplinar, englobando o acompanhamento por Psiquiatria, Psicologia, bem como abordagens de natureza reabilitativa (p.e. terapia ocupacional, remediação cognitiva, etc.).

Em suma, uma adequada intervenção na fase inicial da psicose, terá como potenciais benefícios uma recuperação mais célere e evidente, com conservação das aptidões sociais, suportes sociais e familiares e melhoria do prognóstico global.

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Investigadores esperam desenvolver novas terapias
Investigadores do Instituto Francis Crick identificaram uma proteína que ajuda os tumores a escapar do sistema imunitário e que...

Uma parte crucial da resposta do sistema imunitário ao cancro está num grupo de glóbulos brancos, chamados células T CD8+, que matam as células tumorais. Antes de lançarem a sua resposta anti-tumoral, as células dendríticas mostram quais as células que devem atacar.

No seu estudo, os cientistas identificaram uma proteína que está presente no plasma sanguíneo e também é segregada por células cancerígenas, gelsolina segregada, que interfere com este processo de retransmissão bloqueando um recetor dentro das células dendríticas. Sem instrução transmitida às células T, os tumores evitam a sua resposta assassina.

A equipa analisou dados clínicos e amostras de doentes com cancro com 10 tipos diferentes da doença e descobriu que os indivíduos com cancros do fígado, cabeça e pescoço e estômago, que têm níveis mais baixos desta proteína nos seus tumores, tinham maiores hipóteses de sobrevivência.

Também descobriram que bloquear a ação desta proteína em ratos com cancro aumentou a sua resposta a tratamentos, incluindo inibidores de checkpoint, ou seja, a imunoterapia.

Caetano Reis e Sousa, autor e líder de grupo do Laboratório de Imunobiologia do Instituto responsável pela pesquise, explicou que “a interação entre as células tumorais, o ambiente circundante e o sistema imunitário é um quadro complexo. E embora as imunoterapias tenham revolucionado a forma como certos cancros são tratados, ainda há muito a entender sobre quem é mais provável que beneficie.

"É emocionante encontrar um mecanismo até então desconhecido para a forma como o nosso corpo reconhece e aborda os tumores. Isto abre novas vias para o desenvolvimento de fármacos que aumentam o número de doentes com diferentes tipos de cancro que podem beneficiar de imunoterapias inovadoras."

Este trabalho baseia-se na pesquisa da equipa sobre biologia de células dendríticas. Estas células absorvem detritos de células cancerígenas mortas e mantêm-nas internamente em vesículas chamadas fagossomas. A ligação a uma proteína nos detritos, F-actina, faz com que os fagossomas rebentem, libertando os detritos para a célula onde podem ser processados e movidos para a superfície para sinalizar a presença de um tumor nas células T próximas.

Quando os investigadores examinaram a atividade da gelsolina segregada, encontraram a proteína a superar um recetor dendrítico chave, bloqueando a sua capacidade de se ligar à F-actina e, portanto, à capacidade das células dendríticas de iniciar uma resposta de células T.

"As células dendríticas desempenham um papel vital no sistema imunitário e na resposta do nosso corpo ao cancro", diz Evangelos Giampazolias, autor e pós-doutorado no Laboratório de Imunobiologia do Instituto Francis Crick. "Compreender este processo com mais detalhes permitir-nos-á identificar como os cancros são capazes de se esconder e como podemos remover o seu disfarce."

Oliver Schulz explica que "enquanto a gelsolina segregada circula no plasma sanguíneo saudável, algumas células cancerosas segregam níveis muito altos do mesmo, por isso estes tumores estão a lançar uma defesa anti-imune que os ajuda a evitar as células T assassinas.

"A redução dos níveis desta proteína ajudará a aliviar a competição pela ligação à F-actina e permitirá que as células dendríticas comuniquem a sua mensagem vital."

Os investigadores vão continuar este trabalho, tentando desenvolver uma terapia potencial que vise a gelsolina segregada no tumor sem afetar a atividade desta proteína noutras partes do corpo.

Enfarte do miocárdio
Um novo estudo liderado por investigadores da Universidade do Estado de Washington identificou uma proteína que pode ser a...

Publicada no Journal of Biological Chemistry, a pesquisa sugere que a quinase proteica A (PKA) desempenha um papel na necrose das células musculares do coração, um tipo importante de morte celular que ocorre comumente após a terapia de reperfusão, o tratamento usado para desbloquear artérias e restaurar o fluxo sanguíneo após um ataque cardíaco.

"O nosso estudo descobriu que desligar um gene que controla esta atividade proteica aumentou a morte das células necróticas e levou a mais lesões cardíacas e pior função cardíaca após o ataque cardíaco num modelo de roedores", disse o autor do estudo Zhaokang Cheng. "Com mais pesquisas, esta descoberta pode, em última análise, levar ao desenvolvimento de um medicamento de pequenas moléculas que poderia intervir nesse caminho para limitar ou prevenir a morte de células musculares do coração após a terapia de reperfusão."

Segundo o investigador esse fármaco pode ajudar a reduzir a lesão cardíaca e aumentar a sobrevivência e o tempo de vida das vítimas de enfarte.

"A terapia de reperfusão, que usa fármacos que dissolvem coágulos ou meios mecânicos para desbloquear artérias entupidas, tem sido o tratamento mais eficaz para o enfarte do miocárdio.  Embora reduza significativamente os danos cardíacos, os doentes tratados com esta terapia ainda experimentam alguns danos, cerca de metade dos quais resultam do próprio tratamento. Isto porque a rápida restauração do fluxo sanguíneo para tecidos cardíacos sem oxigénio pode levar a um rápido aumento dos radicais livres. Quando não é controlada, esta onda de radicais livres induz o stress oxidativo, que pode causar a morte das células musculares do coração e lesões cardíacas como parte de uma condição conhecida como lesões de isquemia/reperfusão.

Embora os cientistas tenham considerado a necrose como uma forma passiva e inevitável de morte celular, estudos recentes sugerem que algumas formas acontecem de uma forma altamente regulada que poderia potencialmente ser alvo de tratamento. Pouco se sabe sobre como este tipo de morte celular é regulado, no entanto, foi o que levou Cheng a olhar mais de perto.

Ele e a sua equipa já tinham rastreado mais de 20.000 genes para procurar aqueles que pareciam suprimir ou promover a morte de células necróticas. O gene que se destacou e justificou um estudo mais aprofundado foi o PRKAR1A, que ajuda a regular a atividade do PKA codificando uma proteína conhecida como subunidade regulamentar PKA R1alpha.

Assim, os investigadores realizaram uma série de experiências para validar se a proteína R1alpha pode regular a morte de células necróticas num modelo roedor. Eles descobriram que desligar o gene PRKAR1A aumentou a morte celular, tanto em células cultivadas como em ratos. Os ratos sem o gene também tinham mais lesões cardíacas e pior função cardíaca após ataque cardíaco, em comparação com ratos selvagens.

Cheng explicou que, em circunstâncias normais, o rápido aumento dos radicais livres após o tratamento de ataque cardíaco desencadeia o coração para lançar o seu sistema de defesa antioxidante, o mecanismo de proteção incorporado que ajuda a controlar os radicais livres. O que as suas novas descobertas sugerem é que o sistema de defesa antioxidante não pode ser lançado de forma tão eficaz quando a proteína R1alpha é removida do coração, resultando em stress mais oxidativo, o que leva à morte celular e à lesão cardíaca.

Ele explicou que a proteína R1alpha liga-se a outro tipo de proteína conhecida como subunidades catalíticas PKA para manter a atividade do PKA sob controlo. Quando o R1alpha é removido, as subunidades catalíticas são descontroladas e a atividade do PKA aumenta, o que Cheng acredita ser o que impede a ativação do sistema de defesa antioxidante. Isto sugere que o uso de um composto de pequenas moléculas que inibe seletivamente a atividade de PKA pode potencialmente bloquear a morte das células necróticas e levar a melhores resultados após o tratamento do ataque cardíaco.

Embora Cheng tenha dito que esperava que a sua pesquisa eventualmente lhes permitisse testar tal composto num modelo animal, o próximo passo será determinar se existem outros mecanismos através dos quais a PKA regula a morte das células necróticas para além do sistema de defesa antioxidante.

 

Cimeira
Os líderes mundiais uniram-se, na passada quarta-feira, na Cimeira "One World Protected" - Gavi COVAX Advance Market...

Este financiamento permitirá ao COVAX AMC assegurar 1,8 mil milhões de doses totalmente subsidiadas para entrega a países e economias de baixos rendimentos em 2021 e início de 2022. Isto é suficiente para proteger quase 30% da população adulta nas economias elegíveis para a AMC. Os fundos angariados também apoiarão a COVAX a diversificar a sua carteira de vacinas em tempos de incerteza da oferta e nova emergência de variantes, e a planear os cenários e estratégia para as necessidades de saúde pública para 2022 e não só.

O Primeiro-Ministro H.E. Suga Yoshihide afirmou que "Foi uma honra ser coanfitrião da Cimeira Gavi COVAX AMC e contribuir com financiamento para fazer chegar as vacinas contra a Covid-19 ao maior número possível de pessoas e o mais cedo possível, em todo o mundo, de forma equitativa."

"Quero agradecer ao Primeiro-Ministro Suga e ao povo japonês pela sua liderança na ajuda à resposta global à Covid-19", disse José Manuel Barroso, Presidente do Conselho de Administração do Gavi. "O COVAX é a maior e mais complexa distribuição multilateral de vacinas já realizada e a solução que visa garantir que as pessoas mais em risco, em todo o lado, estão protegidas do vírus."

Os Estados Unidos da América acolheram o lançamento da Oportunidade de Investimento Gavi COVAX AMC em abril. A Vice-Presidente Kamala Harris participou na Cimeira, reiterando o apoio dos EUA como um parceiro-chave da Gavi durante mais de duas décadas. O seu compromisso de 4 mil milhões de dólares para a aquisição e entrega de vacinas Covid-19 para países e economias de baixo rendimento está a ajudar a garantir que a COVAX está equipada para atingir os seus objetivos.

Paralelamente às promessas financeiras, a Bélgica, a Dinamarca e o Japão anunciaram as primeiras doações de partilha de dose, bem como promessas adicionais de Espanha e da Suécia, impulsionando o fornecimento de curto prazo em mais de 54 milhões de doses de vacinas. 

O Banco Europeu de Investimento (BEI) reforçou o apoio aos países da União Africana com financiamento de 300 milhões de euros para aceder às vacinas através do regime de partilha de custos da COVAX – aproveitando os recursos nacionais para obter vacinas seguras e eficazes através do COVAX.

Este anúncio de financiamento do BEI de 300 milhões de euros é o caminho a seguir para um compromisso agregado de 1 bilião de dólares de bancos de desenvolvimento e instituições de financiamento internacionais para apoiar uma iniciativa de repartição de custos que permita às economias elegíveis para o AMC utilizar recursos nacionais para comprar vacinas adicionais através da COVAX. Isto facilitar-lhe-á tirar partido do sistema logístico global da COVAX, do volume e dos preços negociados globalmente, bem como de outros benefícios críticos, como o Programa de Compensação sem Falhas da COVAX.

Noutros pontos do programa da Cimeira, foram assumidos compromissos para libertar as cadeias de abastecimento e eliminar estrangulamentos que restringem ou retardam a distribuição de vacinas, matérias-primas e componentes Covid-19. Os fabricantes de vacinas reafirmaram o seu apoio à COVAX como a única solução global para acabar com a fase aguda da pandemia.

A Cimeira foi também uma oportunidade para os líderes refletirem sobre os desafios, sucessos e lições aprendidas à medida que o Gavi COVAX AMC assinala um ano desde o seu lançamento; e olhar para a frente para cenários potenciais para abordar a pandemia e reforçar a segurança global da saúde para o futuro.

As promessas, compromissos e o apoio da comunidade global na Cimeira permitirão à COVAX continuar a trabalhar no sentido de manter todos seguros.

"Acabar com a pandemia Covid-19 é o desafio mais premente do nosso tempo – e ninguém ganha a corrida até que todos ganhem", disse Seth Berkley, CEO da Gavi. "Hoje, quando olhamos para trás, num ano de COVAX, vimos que os líderes mundiais reconhecem claramente a necessidade de um acesso equitativo e apoiam o princípio de que a capacidade de pagar não deve determinar se alguém está protegido deste vírus."

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