Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais 1604 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e duas mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a única região em todo o território nacional a registar mortes (duas) por Covid-19, desde o último balanço, mostra o boletim divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

De acordo com o documento, foram ainda diagnosticados 1604 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 1049 novos casos e a região norte 239. Desde ontem foram diagnosticados mais 120 na região Centro, 31 no Alentejo e 159 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais cinco infeções e uma nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 431 doentes internados, mais quatro que ontem.  Sendo que as unidades de cuidados intensivos têm agora 108 pacientes, mais dois doentes internados que no dia anterior.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 857 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 823.960 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 30.442 casos, mais 745 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 2.687 contactos, estando agora 47.357 pessoas em vigilância.

Projeto europeu MOAI Labs
E se forem os idosos, aqueles que sentem cada vez mais na pele a solidão e o isolamento, a indicarem de que forma o mundo...

Os Laboratórios de Inteligência Coletiva e Tecnologia Social e de Saúde para combater o isolamento e a solidão das pessoas idosas – assim se designa o Moai Labs – vão usar uma metodologia inovadora - os Living Labs - para caracterizar a solidão e o isolamento dos mais velhos, perceber os desafios que vivem e, com eles, criar soluções digitais inovadoras que ajudem a promover a sua participação social.

“O projeto já está em marcha”, congratula-se Sara Guerra. “A nossa equipa já recrutou um grupo de pessoas com 60 ou mais anos que se sentem sozinhas ou que vivem isoladas e que, ao longo de alguns meses, irão partilhar a sua perspetiva sobre estes fenómenos e orientar o desenho de soluções digitais que possam ajudar a responder aos desafios que vivem”, explica a investigadora do CINTESIS que, a par com Liliana Sousa e Oscar Ribeiro, coordena o projeto no terreno.

As primeiras sessões, designadas de cocriação, “têm como objetivo a partilha de perspetivas, em profundidade, sobre o significado de solidão, e como é vivida e sentida, explorar os diferentes fatores que podem contribuir para que uma pessoa se sinta sozinha e aprofundar as suas experiências sobre os diferentes tipos de solidão”. As sessões seguintes, aponta a investigadora, servirão para explorar necessidades, desafios e soluções, com recurso a ferramentas de codesign. As últimas sessões servirão para prototipagem de inovações tecnológicas identificadas.

As sessões do Living Lab português estão a decorrer no Instituto Superior de Serviço Social do Porto (ISSSP), um dos parceiros da equipa portuguesa, e prolongar-se-ão até janeiro de 2022.

Para além do Living Lab português, representado pela equipa da UA/CINTESIS, o projeto conta com mais dois Living Labs em Espanha e dois em França, que já iniciaram também as primeiras sessões de cocriação. O objetivo será estabelecer o primeiro laboratório europeu transnacional dedicado à investigação, desenvolvimento e inovação para responder a situações de solidão e o isolamento social dos adultos mais velhos, usando o potencial da inteligência coletiva para conceber e criar soluções inovadoras com grande impacto social.

 

 

Através de programas de fisioterapia respiratória online gratuitos
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) associou-se à associação Inspiro para apoiar a...

“A COVID-19 trouxe o desafio de uma monitorização e acompanhamento destes doentes, justificando uma avaliação e intervenção precoce sobre eventuais sequelas e ajudando na sua recuperação”, sublinha o Presidente da ESTeSC-IPC, João José Joaquim, lembrando que a Escola “tem como missão promover a relação com a comunidade envolvente, transferindo competências e ferramentas que possam criar ganhos em Saúde para as populações”. É nesse contexto, e com o objetivo de garantir oportunidade de recuperação a todos os doentes com sequelas da infeção por COVID-19, que surge a colaboração, através da Unidade Científico-Pedagógica de Fisioterapia, com a associação Inspiro, explica.

Para já, a ESTeSC-IPC tem dois docentes e dois estudantes de Fisioterapia envolvidos no projeto, mas a expectativa é que o número de participantes seja alargado no arranque do próximo ano letivo. A equipa desenvolve programas de reabilitação ao longo de oito semanas (com duas a três sessões semanais, de 45 minutos), com exercícios adequados às necessidades específicas dos participantes. Treino aeróbio, fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e flexibilidade são algumas das componentes do plano, aberto a todos os interessados. Para solicitar apoio, basta preencher o formulário disponível no site do projeto (https://inspiro.pt/).

A iniciativa original partiu da Inspiro, associação nascida em tempos de pandemia para “assegurar que pessoas que tenham ficado com sequelas decorrentes da infeção por Covid-19 encontrem atempada e gratuitamente oportunidades de recuperação”. Este tipo de trabalho deve ser realizado com a maior celeridade possível, uma vez que “o tempo é um fator primordial na recuperação dos músculos respiratórios”, alertam os responsáveis da associação.

A ESTeSC-IPC associou-se ao projeto no início de junho. Além de garantir os programas de acompanhamento, a Escola vai trabalhar num estudo observacional, a realizar com todos os parceiros da Inspiro.

 

Combate à pandemia
A partir de agora, todos os utentes, acompanhantes e visitantes dos estabelecimentos e serviços do SNS vão ser submetidos a...

Esta medida tem como objetivo a “contenção da pandemia com a identificação precoce, célere e eficaz de casos de infeção por SARS-CoV-2, como resultado de uma estratégia de testagem programada e dirigida, complementada com a criação de oportunidades adicionais de testagem, mediante articulação interinstitucional”.

Esta decisão é sustentada na atual situação epidemiológica, sendo que, “não obstante a já implementada realização programada e regular de rastreios, a prossecução da estratégia de medidas de desconfinamento determina a necessidade de intensificar os rastreios oportunísticos nas referidas unidades de saúde”.

Os rastreios vão ser realizados, preferencialmente, com recurso a testes rápidos de antigénio (TRAg), sem prejuízo da possibilidade de realização de testes de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN), sendo assegurados pelos profissionais de saúde de cada estabelecimento ou serviço do SNS.

“Os rastreios oportunísticos terão lugar sem prejuízo da realização de rastreios programados nestas unidades, de acordo com as normas e orientações da Direção-Geral da Saúde”, salienta-se em comunicado.

 

 

 

 

Monitorização contínua das variantes em circulação
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças...

De acordo com a nota divulgada pelo INSA, esta nova estratégia vai permitir “uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos temporais entre análises, os quais eram dedicados essencialmente a estudos específicos de caracterização genética solicitados pela Saúde Pública”.

A identificação mais atempada de variantes genéticas que estejam a emergir no país e monitorização contínua da prevalência das várias variantes em circulação, que permitirão um “apoio mais robusto e atempado à tomada de decisão em Saúde Pública”, são apontadas como as grandes mais-valias da nova abordagem do INSA.  

O INSA procederá à sequenciação de mais de 500 amostras positivas de SARS-CoV-2 por semana, “sendo este o número considerado como ideal pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças para um sistema de vigilância genética robusto”.

 

Relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo 2020
O consumo de tabaco em Portugal continental diminuiu nos últimos cinco anos, de acordo com o Relatório do Programa Nacional...

Dados do último Inquérito Nacional de Saúde, em 2019, revelam que 16,8% da população residente em Portugal continental com 15 ou mais anos era fumadora, 14% da qual fumadora diária. Entre as mulheres, que desde 1987 vinham a registar uma tendência crescente, também houve uma redução da prevalência do consumo (onde se inclui o tabaco aquecido), que passou de 13,2%, em 2014, para 10,9% em 2019.

Segundo o documento, a redução do consumo de tabaco verificou-se em todas as regiões do país. A Região Autónoma dos Açores continua a ser a que apresenta as prevalências de consumo mais elevadas (23,4% de fumadores), seguida da Região do Alentejo (19,1%).

Entre as faixas etárias mais jovens, houve também uma redução do consumo de tabaco.  No entanto, consumo de tabaco para cachimbo de água e de tabaco aquecido aumentou no período em análise.

De acordo com as últimas estimativas elaboradas pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), em 2019 morreram em Portugal mais de 13 500 pessoas por doenças associadas ao consumo do tabaco.

 

 

 

Investigação
Investigadores da Universidade de Oxford divulgaram hoje as suas conclusões sobre as chamadas "correlações de proteção...

Utilizando uma análise baseada em casos de COVID-19 detetados no Reino Unido, e dados do sistema imunitário, recolhidos a partir das amostras de sangue de voluntários que participaram nos testes do Reino Unido da vacina de Oxford, os investigadores comparam os níveis de anticorpos nos recetores da vacina 28 dias após a sua segunda dose, e os casos COVID-19 que ocorreram mais de 7 dias após a colheita da amostra de sangue.

Segundo os investigadores, os níveis mais altos de anti-pico, anti-RBD IgG, e marcadores de anticorpos neutralizantes foram associados a um maior grau de proteção contra COVID-19 – definido como um teste pcR positivo com pelo menos um sintoma presente.

Estes dados foram então utilizados para construir um modelo para extrapolar os níveis de anticorpos associados a diferentes graus de proteção, fornecendo estimativas para uma gama de eficácias da vacina de 50% a 90%, utilizando três ensaios diferentes. Os valores-padrão também são fornecidos para fazer a ponte entre ensaios de diferentes laboratórios.

O estudo também confirma indicações anteriores de que não existe um único nível em nenhum dos ensaios de anticorpos vinculativos ou neutralizantes utilizados, que proporciona uma proteção total contra a COVID-19. Os resultados ligam as respostas imunitárias à proteção da população esperadas após 2 doses, mas não podem ser utilizados para verificar a proteção de um indivíduo que tenha sido vacinado ou proteção conferida por uma única dose.

Andrew Pollard, Diretor do Grupo de Vacinação de Oxford, e Investigador Chefe no Ensaio de Vacinação de Oxford, disse que “é urgente aumentar o fornecimento de vacinas para o mundo, mas o desenvolvimento e aprovação de novas vacinas demora muitos meses. Esperamos que a utilização de correlações por parte dos desenvolvedores e dos reguladores possa acelerar o processo."

Segundo Merryn Voysey, estatístico líder do Grupo de Vacinação de Oxford da Universidade de Oxford, “estes resultados são importantes, pois permitem a estimativa da eficácia da vacina usando amostras de sangue de ensaios clínicos muito menores do que foram necessários anteriormente."

As conclusões também foram submetidas para revisão pelos pares, e os investigadores esperam comunicar plenamente as suas descobertas na literatura científica em devido tempo.

 

‘Na tua pele’
O novo site, desenvolvido pela Boost Content – unidade de produção de conteúdos da Cofina Media – tem por objetivo desafiar a...

Tal como a pele, o novo site está dividido em camadas e, através de testemunhos de doentes, mostra as várias vivências da psoríase. Desde pacientes que, atualmente, estão livres de lesões a doentes em que as lesões ocupam a maioria do corpo com fortes implicações na qualidade de vida e convivência social.

Desenvolvido com o apoio da Janssen, o site ‘Na tua pele’ está alojado na página da revista Sábado, e pretende acabar com todas as dúvidas sobre o que é, de facto, a psoríase, traçando um perfil da doença e das suas múltiplas dimensões.

A psoríase é uma doença que ainda gera várias dúvidas e muitos preconceitos na sociedade. Por ser uma doença de pele, é visível, mas muitas vezes não é entendida. O principal mito que persiste é a desconfiança de se tratar de uma doença contagiosa, o que aumenta o estigma em relação aos doentes psoriáticos. Esta patologia é ainda considerada uma doença de pele, relegando-se a sua correlação com vários sistemas e as suas implicações e comorbilidades.

A importância de um diagnóstico precoce, os tratamentos, mas também os efeitos psicológicos que a doença, crónica, pode ter nos vários pacientes são relatados na primeira pessoa, para que cada um possa sentir na pele como é viver com psoríase e o impacto social que a doença tem.

Numa segunda camada, conhecer na pele, traça-se um perfil completo de todas as múltiplas valências da psoríase. Através de um chat, os utilizadores têm oportunidade de ver cada pergunta respondida por um médico especialista. Seis dermatologistas colaboraram nesta secção, para que as respostas sejam o mais completas possíveis às dúvidas que possam existir.

A última camada do site debruça-se sobre os efeitos psicológicos da psoríase, bem como a importância de haver um acompanhamento holístico e multidisciplinar da doença.

Para Filipa Mota e Costa, diretora-geral da Janssen Portugal, o propósito da marca com este projeto “vai além do medicamento, para informar, esclarecer, desfazer mitos e lembrar a todos a importância de se procurar um dermatologista aos primeiros sinais”. A parceria com a Cofina tem como objetivo “desafiar a sociedade a estar na pele destas pessoas e a perceber mais sobre esta doença que, com acompanhamento médico e a terapêutica adequada, pode ser controlada e levar a uma pele livre de lesões e a melhor qualidade de vida”, uma vez que “a psoríase tem um impacto enorme na vida dos doentes, inclusive a nível social e económico”, sublinha.

O projeto Na Tua Pele visa ajudar os doentes psoriáticos, mas também criar um maior conhecimento em todos os leitores. A Boost Content destaca, no projeto, “a preocupação em transmitir, em várias dimensões, aquilo que é a psoríase para o leitor. Todo o site é pensado e desenvolvido de forma que quem o lê se consiga pôr na pele dos doentes psoriáticos”. “A imersão nas várias camadas da doença, quer seja com testemunhos na primeira pessoa, quer com o cunho de especialistas, traz para público uma vivência mais pessoal, que treina a empatia, mas também um conhecimento mais aprofundado, que serve o propósito de acabar com os estigmas e os preconceitos normalmente associados a doenças de pele”, conclui Joana Guimarães, editora do projeto.

Entrevista
O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X ou XLH é uma doença hereditária rara, causada por uma mutaç

Não existem dados sobre o número de casos de Raquitismo Hipofosfatémico em Portugal, no entanto, sabe-se que esta é uma doença rara e que apesar do nome nada tem que ver com o Raquitismo associado a deficiência de vitamina D. Assim sendo, começo por lhe perguntar que entidade clínica é esta?

O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X ou XLH é uma doença hereditária rara, causada por uma mutação no gene PHEX, que existe no cromossoma X. Esta mutação vai levar ao aumento da produção excessiva de uma hormona, denominada FGF-23 (fator de crescimento dos fibroblastos 23), a qual é responsável, a nível renal, pela inibição da absorção do fósforo e pela diminuição da produção de calcitriol (forma ativa da vitamina D). O fósforo é um mineral essencial ao funcionamento do nosso organismo. Existe nos alimentos e é absorvido no intestino com a ajuda da vitamina D. Integra todas as células do corpo humano e, em conjunto com o cálcio, é responsável pela mineralização dos ossos e dentes, ou seja, forma a estrutura resistente dos mesmos. Se ocorrer uma perda excessiva de fósforo pelo rim, tal como acontece na XLH, vários órgãos irão ser afetados, ocorrendo problemas de crescimento, dor e deformidade óssea, entre outras manifestações.

Quais os principais sintomas e a partir de que idade é possível observar as primeiras manifestações da doença? A que sinais devem estar os pais ou educadores atentos?

Na maior parte dos doentes a doença manifesta-se quando a criança começa a andar porque, ao ficar de pé, o corpo vai fazer peso sobre os ossos dos membros inferiores, ossos esses que são menos rígidos pelo défice de fósforo. Assim, a partir dos 2 anos pode ser possível observar deformidades ósseas (pernas arqueadas), alteração da marcha e atraso de crescimento, bem como dores nos membros e fadiga, e são estes os sintomas a que os pais e educadores deverão estar atentos.

O crânio pode também ser afetado, ficando deformado, condição esta que se denomina craniossinostose. Podem ainda surgir problemas dentários, nomeadamente abcessos de repetição, e problemas de audição.

No entanto, há casos que só são diagnosticados na idade adulta, pelo que se supõe que as deformações ósseas não sejam tão evidentes… O que explica estes casos? E quais a complicações frequentemente associadas a este diagnóstico?

Na XLH a deformidade óssea mais típica é o genu varum (concavidade da coxa e saliência do joelho); no entanto, uma criança perfeitamente saudável pode ter um certo grau de arqueamento dos membros inferiores. Assim, é fácil a XLH não ser reconhecida, dado que, numa fase inicial, poder confundir-se com uma condição normal. No entanto, ao passo que numa criança saudável este arqueamento vai corrigindo com o crescimento, na XLH as deformidades ósseas vão-se agravando. Quanto maior o atraso no diagnóstico, maior o grau de deformidade óssea, o qual pode ser bastante severo, maior o impacto sobre o crescimento da criança e maior vai ser o tempo necessário para conseguir corrigir estas alterações.

Como é feito o seu diagnóstico? É possível identificar precocemente o XLH?

Normalmente o diagnóstico é feito ou a partir da história familiar ou com base nas manifestações clínicas da criança (existem casos em que a mutação não foi herdada, tendo surgido de novo naquele doente).

Habitualmente começa-se por pedir radiografias (que poderão revelar ossos menos mineralizados e deformados, entre outras alterações), e análises de sangue e urina (nas quais se detetam alterações sugestivas da doença: níveis baixos de fósforo no sangue com níveis elevados na urina; fosfatase alcalina elevada; vitamina D e cálcio habitualmente normais; FGF23 aumentado).

Apesar de a doença poder só dar manifestações clínicas por volta dos 2 anos, nos casos em que há história familiar, o diagnóstico pode ser realizado mais cedo, porque desde o nascimento que os níveis de fósforo no organismo são baixos.

Sobretudo nos casos em que não há história familiar, é também importante realizar estudo genético, o qual permite identificar a mutação específica.

Qual o impacto do diagnóstico precoce na progressão e tratamento desta doença?

Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico correto, mais cedo se poderá iniciar o tratamento adequado, o que conduzirá a um menor impacto da doença.

De um modo geral, quais as principais complicações do Raquitismo Hipofostémico? Alguns estudos referem que as crianças do sexo feminino apresentam distúrbios ósseo menos graves que os meninos…

As principais complicações são o atraso de crescimento/baixa estatura, deformidades ósseas, alterações da marcha, dor óssea, fadiga, deformidade do crânio (craniossinostose) e cáries e abcessos dentários. Pode também surgir défice auditivo (habitualmente na idade adulta). Há ainda a referir o significativo impacto psicossocial que esta doença tem, com diminuição da qualidade de vida e da autoestima.

Em que consiste o seu tratamento? Quais os principais desafios nesta área?

O tratamento pode passar por uma terapêutica convencional, com fósforo e vitamina D ativa (calcitriol ou alfacalcidol), os quais são ingeridos em 3 a 4 tomas diárias, ou pela terapêutica com burosumab, um anticorpo monoclonal que se liga ao FGF-23, administrado através de injeção subcutânea quinzenal.

A terapêutica convencional não é dirigida ao problema específico que leva ao raquitismo, e tem como objetivo a reposição dos elementos em falta. Dada a necessidade de administrações frequentes, bem como o sabor desagradável dos fármacos, isto pode condicionar a adesão ao tratamento.

A terapêutica com burosumab é mais dirigida à causa da doença, uma vez que na XLH há um aumento da produção de FGF23 e o burosumab se liga especificamente a esta hormona. Tem a desvantagem de ser necessária a administração através de injeção, mas como se trata de uma administração subcutânea e quinzenal, a mesma é habitualmente bem tolerada. Vários estudos demonstraram benefício desta terapêutica comparativamente com o tratamento convencional.

Quais as especialidades médicas que acompanham estes casos?

É um pouco variável de hospital para hospital, mas habitualmente estes doentes são seguidos por um nefrologista e/ou um endocrinologista, bem como por um ortopedista. Poderão ainda necessitar da avaliação e seguimento por parte de um estomatologista, um neurocirurgião, um otorrinolaringologista e um fisiatra.

Quais os principais cuidados a ter após o diagnóstico? Quais os principais conselhos médicos?

Os pais e educadores devem estar alerta para os sinais de fadiga e dor nestas crianças, que podem impedir que consigam desenvolver a mesma atividade física que outras crianças da mesma idade. Deve haver um elevado grau de suspeição para os abcessos dentários, dado que os mesmos podem causar sintomatologia ligeira, devendo ser iniciado tratamento antibiótico atempado. É essencial cumprir a terapêutica prescrita, com a regularidade adequada, quer se trate da terapêutica oral ou do burosumab. Por fim, é essencial estar alerta para o impacto psicossocial da doença: a criança e/ou adolescente pode sentir-se diferente dos seus pares, quer seja devido à sua menor estatura e deformidade óssea, quer seja devido a sentir uma maior limitação física.

Tendo em conta a sua experiência, por que é tão importante continuar a existir investigação e inovação nesta área? O que poderia melhorar?

A XLH trata-se de uma doença rara, mas com um elevado impacto na qualidade de vida dos doentes. Sobretudo, é essencial investir na divulgação da doença, para que o diagnóstico seja atempado e o tratamento iniciado precocemente.

Considera que a comunidade médica está suficientemente desperta para esta patologia?

Gradualmente tem havido um maior reconhecimento desta patologia, para o qual têm contribuído e muito as associações de doentes, mas há ainda um grande desconhecimento acerca desta patologia. É frequente considerar-se que as alterações dos membros inferiores se devem a uma variante do normal ou situação transitória; mesmo nos casos em que se suspeita que possa existir um raquitismo, é frequente considerar-se que se poderá tratar de um défice nutricional e administrar vitamina D nativa antes de avançar no estudo etiológico, o que acaba por atrasar o diagnóstico correto.

Embora seja mais difícil que o conhecimento a respeito das doenças raras chegue a cada vez mais pessoas, que mensagens essenciais gostaria de deixar no âmbito deste tema?

Gostaria de transmitir que se trata de uma doença cujo diagnóstico e início de tratamento atempados poderão levar a uma melhor evolução. É necessário estar alerta para os sinais precoces e, em caso de dúvida, pedir aconselhamento médico adequado.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sessões decorrem entre 28 de junho e 2 de julho
O laboratório, de tecidos e células estaminais português, BebéVida organiza, entre os dias 28 de junho e 2 de julho, seis novos...

No dia 28 de junho, a BebéVida promove duas sessões que vão ter como temáticas “Dicas para amamentar com sucesso” e “Pronto a Nascer: Primeiros cuidados do Bebé”. As mesmas serão conduzidas, respetivamente, pelas enfermeiras Olga Martins e Carla Duarte, ambas especialistas em saúde materna e obstetrícia. Enquanto a primeira sessão decorre entre as 18h00 e as 19h00, a segunda decorre entre as 21h00 e as 22h00.

Por sua vez, no dia 29 de junho às 18h00 realiza-se o workshop “‘A hora da bruxa’ – O choro inconsolável dos bebés”, que vai contar com a participação da Enfermeira Adelaide Martins, especialista em saúde materna e obstetrícia, para ajudar os pais a perceber o que devem fazer nestes momentos que tantas vezes geram uma sensação de impotência.

A encerrar o mês de junho está prevista uma última sessão online no dia 30, às 19h00, com uma “Aula de Pilates” dirigida por Joana Rodrigues, fisioterapeuta.

No mês de julho, logo no dia 2, arranca mais um workshop sobre “Métodos não farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto”, entre as 19h00 e as 20h00, com a colaboração da Enfermeira Deolinda Frois, especializada em saúde materna e obstetrícia.

Além dos workshops que pretendem dar continuidade ao compromisso de apoiar os futuros e recém pais na jornada da parentalidade e da maternidade, a BebéVida realiza ainda entre 28 de junho e 2 de julho várias experiências de ecografias 3D/4D, que se destinam a gestantes a partir das 17 semanas. As mesmas decorrem um pouco por todo o país, nomeadamente em Leiria, Guarda, Guimarães, Setúbal, Estoril e Porto.

A participação nos workshops e nas experiências de ecografia 3D/4D é gratuita mas obrigatória.   

 

 

Qualidade clínica do Hospital CUF Descobertas tem vindo a ser reforçado ano após ano
Desde que iniciou a sua atividade, no ano de 2001, o Hospital CUF Descobertas realizou mais de 5,5 milhões de consultas, 28...

Ao longo destes 20 anos, o Hospital CUF Descobertas tem acompanhado as inovações de diagnóstico e terapêutica, renovado e atualizado procedimentos e tecnologias, bem como apostado em modelos de melhoria de qualidade e segurança, sempre com o objetivo de prestar cada vez mais e melhores cuidados de saúde à população. 

João Paulo Farias, Diretor Clínico do Hospital CUF Descobertas reconhece que “a qualidade clínica do hospital muito se deve à dedicação e competência dos profissionais que assumem diariamente o compromisso com a excelência dos cuidados de saúde, o que permitiu garantir resposta às necessidades de cuidados de saúde a mais de 1 milhão e 300 mil nestes primeiros 20 anos”.

O reconhecimento da qualidade clínica do Hospital CUF Descobertas tem vindo a ser reforçado ano após ano, com a distinção, por diversas entidades, da elevada competência na prestação de cuidados de saúde em situações clínicas que exigem uma concentração de recursos técnicos e tecnológicos altamente diferenciados e de conhecimento e experiência, sendo destacada, ainda, a capacidade de conduzir formação pós-graduada e investigação científica nas mais diferentes áreas médicas.

Exemplo disso mesmo é o reconhecimento atribuído pelo Ministério da Saúde ao Centro de Referência Nacional para o tratamento do Carcinoma do Reto e ao Centro de Referência de Oncologia de Adultos – Cancro do Reto e a certificação da Unidade da Mama pela EUSOMA – European Society of Breast Cancer Specialists.

Outro dos marcos do Hospital CUF Descobertas aconteceu, em 2018, aquando da abertura do novo edifício. De acordo com o Diretor Clínico “a expansão permitiu aumentar os cuidados disponibilizados e reforçar a sua diferenciação. O novo edifício permitiu criar, a título de exemplo, espaço para um Hospital de Dia Médico, um Bloco para Cirurgias Oftalmológicas e um Centro do Conhecimento”.

Para além da atividade assistencial, o Hospital CUF Descobertas tem uma reconhecida tradição nas áreas da investigação e formação de profissionais de saúde, nomeadamente, na formação médica pré e pós-graduada. “Recebemos alunos das duas Faculdades de Medicina da região de Lisboa, e acolhemos médicos para realizarem a sua especialidade - o internato médico - em oito especialidades diferentes. Temos, também, várias parcerias com escolas de enfermagem e de técnicos de saúde para formação pré-graduada. Realizamos, anualmente, múltiplos cursos de formação pós-graduada”, explica o Diretor Clínico do Hospital. 

O Hospital CUF Descobertas dispõe de uma ampla oferta de cuidados de saúde para toda a família, com consultas de especialidade, atendimento médico permanente para adultos e crianças, cirurgias - dispondo de bloco operatório e internamento - e uma vasta área de exames especiais e meios complementares de diagnóstico.  

Até ao diagnóstico passam 3 a 4 anos
Os linfomas cutâneos de células T (LCCT) são uma forma rara, grave e potencialmente mortal de Linfom

Especialistas destacam o impacto na qualidade de vida dos doentes afetados pelos linfomas cutâneos de células T (LCCT). Nas palavras de Mariana Cravo, Dermatologista da Consulta Multidisciplinar de Linfomas Cutâneos do IPO de Lisboa: “A qualidade de vida dos doentes com LCCT pode ser má. Mesmo nos estadios iniciais, os doentes podem ver os seus relacionamentos sociais alterados, pois têm lesões visíveis na pele e, por vezes, a comichão não lhes permite viver com qualidade”.

Os linfomas cutâneos podem ter um impacto profundo na qualidade de vida, na saúde e no bem-estar psicológico dos doentes. As alterações na pele e a comichão provocam depressão, distúrbios do sono e fadiga6. “Quando as lesões são tumorais, podem causar dor, sangrar, infetar e fazer ferida, podendo por vezes ter odor desagradável. Os cuidadores destes doentes também têm dificuldades em lidar com esta patologia e em conseguir ajudar o doente”, acrescenta Mariana Cravo.

Os Linfomas cutâneos de células T são uma forma rara, grave e potencialmente mortal de Linfomas não Hodgkin. Ocorrem principalmente na pele, mas podem afetar o sangue, os nódulos linfáticos e as vísceras, de forma secundária. A Micose Fungóide (MF) e o Síndrome de Sézary (SS) são dois dos subtipos mais comuns deste tipo de linfomas.

Os LCCT representam cerca de 4% de todos os casos de Linfomas não Hodgkin e até 80% de todos os linfomas cutâneos primários. Afetam cerca de 240 pessoas por milhão de habitantes na Europa. A MF e o SS representam aproximadamente 60% e 5% dos LCCT, respetivamente.

 A sobrevivência desta doença em estadios avançados ronda os 4,7 anos. Quando há uma elevada carga tumoral no sangue é de 4,68 anos, em comparação com 29,28 anos quando não há. Nas palavras de Mariana Cravo: “A sobrevivência depende muito do estadio da doença. Quando as lesões afetam mais de 10% da pele, a sobrevivência é menor do que nas formas localizadas da Micose Fungóide. As formas avançadas da doença, coletivamente, têm uma sobrevivência média inferior a cinco anos. O envolvimento leucémico no sangue periférico representa um estadio já muito avançado. A sobrevivência média nesta fase é de cerca de três anos.”

Atraso no diagnóstico

O diagnóstico dos LCCT em fases iniciais é difícil devido à presença de múltiplas manifestações clínicas. O tempo médio, desde o início dos sintomas até ao diagnóstico, em séries retrospetivas, é de 3-4 anos, mas pode ultrapassar quatro décadas. Há publicações que indicam que 34% dos doentes apresentam progressão da doença.

“As fases iniciais da MF são muito semelhantes a outras doenças de pele como o eczema e a psoríase. O atraso no diagnóstico pode impedir um tratamento correto, com impacto na qualidade de vida do doente, devido à presença de lesões visíveis e comichão”, explica Mariana Cravo.

Tratamento dos LCCT

Na MF ou no SS a maioria dos tratamentos disponíveis raramente são capazes de induzir remissões de longo prazo. “Gostaríamos de curar esta doença, mas neste momento isso só é potencialmente atingível através de um transplante autólogo de medula óssea. O que procuramos é melhorar a doença, obter a remissão completa pelo maior tempo possível e melhorar os sintomas, tudo com o menor número de complicações possíveis a curto, médio ou longo prazo”, afirma a especialista.

Informações recentes sobre a patogénese dos LCCT identificaram novos potenciais alvos terapêuticos, tais como terapias com anticorpos monoclonais. Tudo isto pode levar a uma expansão promissora das opções de tratamento dos LCCT no futuro. "Os efeitos sobre estes tumores de alguns anticorpos monoclonais, que podem potencialmente alterar o curso da doença, estão a ser estudados, com os ensaios clínicos a serem lançados para demonstrar a sua eficácia em diferentes estratégias de tratamento, como o tratamento articular com a radioterapia cutânea total com eletrões", acrescenta Mariana Cravo.

A incidência dos LCCT aumenta com a idade, atingindo o seu ponto máximo em torno dos 80 anos, com picos precoces (50-60 anos) e picos tardios (70-80 anos). Os LCCT são aproximadamente duas vezes mais comuns nos homens do que nas mulheres. Os principais fatores de risco são a exposição ao fumo do tabaco, a exposição profissional a certos hidrocarbonetos, a obesidade e um historial de eczema nos dez anos que antecederam o diagnóstico.

A MF é normalmente indolor e caracteriza-se por danos variáveis na pele, com um subgrupo de doentes que apresentam ou desenvolvem doenças extracutâneas. O SS é mais agressivo, caracterizado por vermelhidão generalizada da pele (eritrodermia) e envolvimento de células T neoplásicas no sangue.

 

Fontes:

Scarisbrick JJ, et al. J Clin Oncol. 2015;33(32):3766–3773.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Cancro da orofaringe
Os vírus do papiloma humano (HPV), dos quais existem cerca de 200 genótipos, têm uma apetência para

Podem provocar lesões benignas (papilomas) ou malignas (cancro) em várias localizações do corpo, nomeadamente no colo do útero, nos genitais externos femininos e masculinos, na região anal e perianal, na pele (verrugas), na orofaringe (amígdalas), na boca, na laringe, entre outras, mas mais raramente.

A transmissão do vírus para a boca, faringe e laringe pode ser por contato direto boca a boca, sexual (sexo oral), autoinoculação ou através de transmissão no parto.

A maioria das pessoas (80-85%) têm uma infeção por HPV ao longo da sua vida. No entanto, na maioria das vezes, as infeções curam espontaneamente nas pessoas saudáveis, num prazo de cerca de 1-2 anos. O HPV pode ficar “adormecido” nas células epiteliais e só manifestar a doença passados alguns anos. O HPV não tem tratamento e não existe nenhum medicamento que o elimine, no entanto, existem vários métodos para eliminar os tecidos onde ele está localizado.

Os vírus do HPV são agrupados pelo risco de provocar cancro: alto risco (16,18), risco intermédio (31,33,35,39,45,51,52,58,59,68), e baixo risco (6,11,42,43,44).

O cancro da orofaringe tem uma incidência em Portugal de 2,2/100.000/ano, isto é, em cada ano surgem 220 novos casos de cancro da orofaringe. Em cerca de 35% dos casos de cancro da orofaringe (amígdalas palatinas e linguais) já se encontra o HPV, associado ou não ao tabaco e álcool. O HPV 16 é o mais encontrado nos carcinomas das vias aerodigestivas superiores: 68,2% na boca, 86,7% na orofaringe e 69,2% na laringe.

Ter múltiplos parceiros sexuais é considerado um comportamento de risco para contrair o HPV, bem como o contato oro-genital ou oral com pacientes HPV+. No entanto, não devemos esquecer a disparidade entre o alto número de infeções por HPV (75% da população em Portugal) e o baixo número de cancro da orofaringe HPV+ (35-40% dos 220 casos por ano).

Em relação ao cancro do colo do útero, este é quase exclusivamente provocado pelo HPV.

Assim, o controle do HPV e das doenças que provoca passa por um conhecimento do vírus, do seu comportamento, das suas várias localizações, do modo de transmissão, e da sua prevenção.

A vacina contra o HPV tem especial interesse na idade pré-sexual em raparigas e rapazes. E foi apoiada pela Food and Drug Administration (FDA) americana para a prevenção do cancro da orofaringe. Além da prevenção, o diagnóstico precoce tem muita importância no controle e tratamento destes cancros.

Posto isto, torna-se evidente a pertinência da abordagem multidisciplinar ao tema do HPV, pelo impacto que terá no estudo e controle destas doenças provocadas pelo vírus, que envolvem as seguintes áreas: Ginecologia, Otorrinolaringologia, Proctologia, Gastro, Cirurgia Geral, Urologia, Dermatologia, Pediatria, entre outras.

Neste sentido, importa destacar iniciativas como a 3.ª Edição do “HPV Clinical Cases”, sob o tema “HPV como um todo”, uma reunião direcionada para todos os médicos das várias especialidades

que contactam com as doenças provocadas pelo HPV, com o objetivo de trocar experiências e conhecimentos e atualizar a evidência científica para a prática clínica, sensibilizando para a doença do HPV.

Os profissionais de saúde estão, assim, convidados a submeter os casos clínicos até dia 16 de julho, para serem, posteriormente, avaliados pelo júri. Os critérios a ter em conta serão a pertinência do caso clínico, a originalidade, o rigor científico, o raciocínio clínico, e o impacto do caso clínico no conhecimento da comunidade médica e nos cuidados a prestar aos doentes.

Esperamos uma grande adesão, de múltiplas especialidades, com concurso de excelentes casos clínicos, e com uma participação relevante no evento de apresentação das melhores submissões, em outubro.

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Relatório
O consumo de canábis e sedativos, como benzodiazepinas, aumentou durante a pandemia Covid-19 em quase todos os países para os...

Num inquérito realizado a profissionais de saúde em 77 países, 64% disseram ter detetado um aumento no uso não médico de sedativos e 42% disseram que o uso de canábis também tinha aumentado.

As alterações nos padrões de utilização de outras substâncias foram menos claras, mas o relatório observa que os medicamentos utilizados num contexto social, como o MDMA e a cocaína, eram utilizados com menos frequência devido às restrições aos confinamentos.

Nos Estados Unidos foi detetado um aumento de mortes por overdose de opióides durante a pandemia. Em maio e junho de 2020, as mortes por overdose aumentaram 38% em comparação com o mesmo período de 2019. Em 2019, houve cerca de 50.000 mortes por overdose de opióides nos EUA.

O relatório observa que os confinamentos, os encerramentos e outras medidas de prevenção aumentaram a sensação de isolamento, que, juntamente com o agravamento da situação económica, pode ter contribuído para um aumento do consumo de drogas.

 

Pandemia
A União Europeia precisa de uma abordagem mais unificada das regras de viagem para evitar a propagação da variante mais...

"Estamos obviamente preocupados com a variante delta", disse Merkel aos jornalistas à chegada a Bruxelas para uma cimeira da UE esta quinta-feira.

"Vou insistir numa abordagem mais coordenada, particularmente no que diz respeito às entradas de regiões onde abundam variantes do vírus."

 

União Europeia deve usar a sua influência
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje o apoio da União Europeia (UE) para avançar com a vacinação global...

"A União Europeia deve usar a sua influência como um ator global para ajudar neste esforço e garantir um acesso justo e equitativo às vacinas para todos", disse Guterres num discurso perante o plenário do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

No seu discurso, deixou claro que as vacinas devem ser vistas como um "bem público global" e que devem estar "disponíveis" e "acessíveis para todos" uma vez que representam "o maior teste moral do nosso tempo".

O político português lamentou que a pandemia "cause hoje mais mortes do que há um ano" e deixou claro que as vacinas "são a nossa única saída para esta crise".

Guterres procurou reforçar a cooperação entre a organização que lidera e a UE durante uma visita de dois dias a Bruxelas às instituições da UE.

 

Plano de Vacinação Covid-19
Os maiores de 18 anos vão começar a ser vacinados contra a Covid-19 a partir de 4 de julho, segundo o Vice-Almirante Henrique...

“Daqui a 15 dias temos todas faixas etárias em processo vacinação”, adiantou o coordenador da Task Force para o Plano de Vacinação contra a COVID-19 durante uma audição na Comissão Parlamentar de Saúde. 

O responsável explicou que, atualmente, quando uma faixa etária atinge os 40% de vacinação, inicia-se a inoculação da faixa seguinte. 

Tendo em conta que o processo de vacinação pode ser afetado pela mobilidade das pessoas no período de férias, o Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo afirmou estar a ser equacionada “uma nova metodologia de casa aberta em que, dentro da sua faixa etária, as pessoas podem ir aos centros de vacinação primeiro na sua área de residência e depois eventualmente até fora da sua área de residência”. 

“Este processo é um processo de agendamento mais livre. Aliás, o centro militar está a testar os processos de agendamento livre para depois ver se podemos generalizar aos outros centros”, concluiu. 

O Vice-Almirante alertou, porém, que “se se deslocarem quatro milhões de pessoas para o Algarve” num mês não será possível vacinar toda a gente nessa região. 

 

Dados DGS
Desde ontem foram registados mais 1556 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e duas mortes em território nacional. O...

As regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Norte foram as únicas de todo a registar mortes (uma por região) por Covid-19, desde o último balanço, mostra o boletim divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

De acordo com o documento, foram ainda diagnosticados 1556 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 1049 novos casos e a região norte 197. Desde ontem foram diagnosticados mais 110 na região Centro, 42 no Alentejo e 130 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais oito infeções e 20 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 427 doentes internados, menos 10 que ontem.  As unidades de cuidados intensivos têm agora 106 pacientes, mais seis doentes internados que no dia anterior.

O boletim desta quinta-feira mostra ainda que, desde ontem, 869 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 823.103 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 29.697 casos, mais 685 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 1.251 contactos, estando agora 44.670 pessoas em vigilância.

57% da população inoculada
O Centro de Vacinação de Lamego, implementado pela Câmara Municipal de Lamego, atingiu recentemente o número de 14.500 pessoas...

Atualmente 57% da população lamecense encontra-se já inoculada, um número superior à média nacional registada.

Estabelecido pela Câmara Municipal de Lamego, em articulação com o ACES DOURO SUL e a Autoridade de Saúde local, o Centro de Vacinação encontra-se neste momento em fase de imunização de munícipes com idade entre os 30 e 39 anos.

Nas últimas semanas, o Centro de Vacinação de Lamego, instalado no Centro Multiusos, tem registado um valor médio de vacinação correspondente à administração de 300 vacinas por dia.

Ângelo Moura, presidente da Câmara Municipal de Lamego, salienta que «o nosso objetivo é vacinar toda a população do concelho, de acordo com o plano nacional definido pelo Ministério da Saúde, e nesse sentido, os números de inoculações atingidos demonstram que estamos no bom caminho. Estou muito satisfeito pela forma como este processo está a decorrer e o que isso representa, em concreto, para o bem-estar dos lamecenses. Desde o início que várias entidades uniram esforços para apoiar o Serviço Nacional de Saúde nesta tarefa importantíssima para o futuro da nossa comunidade e isso é algo que importa também destacar como determinante no sucesso de toda esta operação.»

Desde que iniciou a sua atividade que o Centro de Vacinação de Lamego tem vindo a vacinar a sua população segundo as normas da DGS e tendo em conta que, numa primeira fase, nos grupos prioritários previamente definidos se encontravam idosos com mais de 80 anos e utentes com comorbilidades específicas e idade superior a 50 anos, docentes, não docentes do meio escolar e de âmbito social.

 

Literacia em Saúde
A figura do Patient Advocate tem vindo a consolidar-se nos últimos anos, através de uma procura cada

Em contrapartida, um Patient Advocate dedica-se somente a um doente que precise do seu apoio. Esta figura, que não é necessariamente um familiar, tem como objetivo acompanhar o doente na sua estadia no hospital, desde a admissão até à alta médica; servir de intermediário entre os profissionais e o doente; esclarecê-lo para que as escolhas sejam informadas, ajudá-lo a expressar os seus pontos de vista e preocupações, e ao mesmo tempo protegê-lo dos erros clínicos e/ou administrativos. O objetivo final é reforçar os direitos do doente, e o modelo de cuidados centrado no doente.

Quando é que deve ter o apoio de um Patient Advocate?

Por vezes não é fácil falar com os profissionais de saúde. Ou porque a linguagem utilizada é demasiado técnica ou porque sente que o profissional não o está a compreender. Estas situações são normalmente ultrapassáveis utilizando algumas técnicas de comunicação.

No entanto, há circunstâncias particularmente difíceis, em que está tão perturbado que ter alguém que o acompanhe e apoie pode ser fundamental para obter o melhor serviço e garantir que os seus direitos são respeitados. A maior parte das pessoas não pensa em pedir apoio quando utiliza os serviços de saúde. Sentem que podem falar, atuar em seu nome e defender os seus interesses sozinhos.

No entanto há alturas em que um apoio extra é importante:

  • Quando está demasiado doente para fazer perguntas, prestar atenção ou defender os seus direitos;
  • Quando está a ter dificuldades em obter a informação de que necessita;
  • Quando se sente confuso com a quantidade de informação;
  • Quando sente que ninguém o ouve ou satisfaz aos seus pedidos;
  • Quando está numa situação de conflito com alguém da instituição ou com a própria instituição;
  • Quando está demasiado perturbado com a situação para poder falar calmamente sobre o que o incomoda.

Quem pode ser um Patient Advocate?

O seu Patient Advocate deve ser alguém:

  • Que o respeita e em quem confia;
  • Que o deixa decidir;
  • Que o ajuda a perceber quais são as suas opções;
  • Que o estimula a falar por si próprio;
  • Que o defende se lhe pedir;
  • Que respeita as suas decisões.

Como escolher um Patient Advocate?

Tenha em conta estas questões pergunte a si próprio:

  1. Quem é que eu conheço que é um bom ouvinte? Quem é que está disposto a ouvir-me e está interessado em saber quais são as minhas necessidades? E no que é que eu gostaria que ele me apoiasse? Eu não quero alguém que assuma o controlo da situação e que decida fazer aquilo que ele acha que é melhor para mim;
  2. Quem é que eu conheço que estaria disposto a estar a par dos meus problemas de saúde de forma a poder apoiar-me eficientemente nas minhas necessidades de saúde?;
  3. Quem é que eu conheço que eu sei que não se importará de fazer perguntas e ajudar-me no caso de eu não as conseguir fazer sozinho? E quem é que está disposto a continuar a fazer perguntas até sabermos exatamente todas as alternativas que tenho?;
  4. Quem é que eu conheço que eu sei que tem facilidade em trabalhar em equipa e em interagir com outras pessoas de forma a obter toda a informação necessária?;
  5. Quem é que eu conheço que eu sei que pode pressionar os profissionais de saúde responsáveis, se necessário, sem que essa pressão me isole ou ponha em causa o apoio que me prestam?;
  6. Quem é que eu conheço suficientemente forte para não desistir e ultrapassar as barreiras necessárias para obter o resultado de que eu preciso?;
  7. Quem é que eu conheço que fala a mesma língua e tem as mesmas crenças que eu? Será que esta pessoa me pode ajudar a compreender e a comunicar, se for necessário?

Saiba como se tornar um Patient Advocate. Ou ajude um familiar ou amigo a tornar-se um Patient Advocate. Desta forma podem apoiar-se mutuamente caso seja necessário.

Para saber mais consulte: http://atuasaude.org/wp-content/uploads/2017/08/checklist_patient_advocate.pdf

Fonte: http://atuasaude.org/patient-advocate

     

Autores:
Maria Helena Junqueira
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Serviço de Medicina do Hospital de Pombal – Centro Hospitalar de Leiria EPE
[email protected]

Pedro Quintas
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na área de Enfermagem de Saúde Familiar - Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal
[email protected]

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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