Estudo
Estudo revela que os medicamentos biossimilares têm vindo a aumentar em volume em Portugal, sendo que as moléculas anti-TNF...

A IQVIA, empresa líder mundial na avaliação do consumo e tendências de medicamentos e outros produtos na área da saúde, com o apoio da Biogen, empresa de biotecnologia pioneira nas Neurociências, acaba de divulgar o estudo ‘Medicamentos Biossimilares no Mercado Português - Impacto e Evolução’, que analisa a utilização hospitalar de medicamentos biossimilares nas especialidades de Dermatologia, Gastroenterologia e Reumatologia em Portugal.

Segundo este documento, os biossimilares nestas áreas têm vindo a crescer em volume nos últimos 7 anos em Portugal, representando atualmente cerca de metade da quota de mercado dos medicamentos biológicos em dias de tratamento (49% de quota no segundo trimestre de 2020).

Para Anabela Fernandes, Diretora Geral da Biogen Portugal, “mais do que uma tendência crescente – e que se aproxima de outros países como Espanha (54%) e França (53%) – a penetração dos biossimilares no mercado português tem vindo a acelerar à medida que os especialistas e os próprios hospitais ganham experiência e confiança na utilização destas terapêuticas no tratamento de diversas doenças – uma vez que apresentam um perfil de qualidade, segurança e eficácia similar aos seus medicamentos de referência”.

Contudo, acrescenta, “ainda há um longo caminho a percorrer, quer ao nível da aceitação da sua utilização e dos seus benefícios para os doentes, para o sistema de saúde e também para o setor farmacêutico, quer ao nível da regulamentação desta área – basta pensarmos que o Reino Unido apresenta uma quota de mercado para as três moléculas analisadas de 84%”.

Apesar do seu crescimento em volume, o estudo da IQVIA revela que a mesma tendência não se verifica no valor (preço) dos medicamentos biológicos, que tende a baixar sempre que ocorre uma perda de patente e, consequentemente, um aumento da concorrência com a entrada de biossimilares no mercado.

Mas para os especialistas entrevistados para este estudo – médicos dermatologistas, gastroenterologistas, reumatologistas, e diretores de serviços farmacêuticos hospitalares – esta quebra é um sinal positivo para a saúde como um todo, na medida que permite uma redução dos custos dos hospitais com terapêuticas – entre 20% a 40% no tratamento de doenças autoimunes – levando, consequentemente, a um alargamento do acesso de doentes ao tratamento (com um menor custo), e a uma maior sustentabilidade do sistema de saúde.

Médicos querem iniciar tratamentos com biossimilares, mas apresentam resistência para efetuar switch

Esta é outra das conclusões identificadas pelo estudo ao analisar a utilização de medicamentos biossimilares nestas áreas terapêuticas em 21 centros hospitalares portugueses. De acordo com este trabalho, atualmente 93% dos gastroenterologistas, 86% dos reumatologistas, e 83% dos dermatologistas prescrevem medicamentos biológicos para o tratamento de doenças autoimunes, dos quais 24% (em Gastroenterologia) e 12% (na Dermatologia e na Reumatologia) dizem respeito a biossimilares.

Ainda que para os especialistas das três áreas médicas analisadas seja provável iniciarem uma terapêutica com biossimilares junto de um novo doente com doença autoimune – 100% dos gastroenterologistas e 70% dos dermatologistas e reumatologistas afirmam fazê-lo – o mesmo já não acontece na transição do medicamento originador para um medicamento biossimilar em doentes em tratamento. O estudo indica que apenas 7% dos doentes de Reumatologia, 5% de Gastroenterologia, e 2% de Dermatologia concretizaram efetivamente o switch para biossimilares.

Para José Pereira da Silva, Diretor do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, “os médicos aceitam cada vez mais o switch para biossimilares, dado que a eficácia, segurança ou tolerabilidade destes medicamentos estão largamente demonstradas pelos ensaios clínicos e prática clínica. No entanto, a adesão efetiva a essa medida depende principalmente das medidas de regulação a nível nacional e hospitalar. O mesmo se passou noutros países: a penetração dos biossimilares é maior nos países onde a orientação política foi mais decidida no sentido da prescrição preferencial do fármaco mais acessível.”

O estudo revela ainda que, para os especialistas, os principais fatores para a adoção de biossimilares são o seu custo reduzido, a decisão do hospital, o seu modo de administração e o tempo em terapêutica.

Sobre a importância de se adotar os biossimilares na prática clínica, José Pereira da Silva comenta: “a introdução de biossimilares permitiu tratar um maior número de doentes com medicamentos altamente eficazes, ao mesmo tempo que se baixava a despesa hospitalar. Os recursos da saúde são sempre limitados e insuficientes, impondo uma gestão criteriosa. A adesão aos biossimilares é, sem controvérsia, uma boa medida nesse sentido, possibilitando o tratamento de um maior número de doentes, e a poupança de recursos para investimento em inovação, algo que é essencial para tratar melhor os nossos doentes. Os países mais organizados e mais ricos são, curiosamente (ou talvez não) os que adotaram medidas mais decididas no sentido de promover este caminho.”

Um biossimilar – também denominado por medicamento biológico similar – é um medicamento desenvolvido a partir de uma substância ativa biológica conhecida, e que tem como objetivo disponibilizar uma resposta terapêutica para determinada doença, neste caso à mesma doença que o medicamento biológico original – ou medicamento de referência. Um medicamento biossimilar pode surgir no mercado após a perda da patente do seu medicamento de referência, e a sua produção deverá assegurar a biossimilaridade dos dois medicamentos, ou seja, para ser aprovada a sua comercialização, o biossimilar terá de apresentar o mesmo (ou similar) perfil de qualidade, segurança e eficácia que o medicamento de referência.1

Unidades de Saúde Locais e Hospitais
O júri já selecionou os vencedores das Bolsas “Mais valor em Saúde – Vidas que Valem”, uma iniciativa que reconhece projetos...

O Programa “Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem”, que conta com o apoio institucional da Ordem dos Enfermeiros, da Ordem dos Farmacêuticos e da Ordem dos Médicos, pretende apoiar a implementação de projetos nos Hospitais do SNS que visem introduzir nas suas estruturas as alterações necessárias à melhor alocação de recursos em saúde nos hospitais e unidades do SNS.

Os projetos que conquistaram as quatro Bolsas “Mais valor em Saúde – Vidas que Valem” foram selecionados por um Júri composto por personalidades de reconhecido mérito, experiência profissional e/ou académica presidido por Maria de Belém Roseira, ex-ministra, e que conta com Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, Pedro Pita Barros, Economista da Saúde e Professor da Universidade Nova de Lisboa e Vera Arreigoso, jornalista especialista em temas da saúde.

O programa “Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem”, é uma iniciativa da APAH, da Exigo, da Gilead e da IASIST.

De entre as 27 candidaturas, os projetos vencedores foram a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, com um projeto de Avaliação de Úlceras Por Pressão (UPP) Em Contexto Domiciliário com Recurso à Imagem Digital/Dispositivo Móvel.

Este projeto tem como objetivo implementar melhorias no procedimento de avaliação de UPP, no domicílio com recurso a dispositivo móvel/app e a integração desta informação, como forma de obter resultados no processo de cicatrização destas feridas crónicas multifatoriais e na utilização e gestão dos recursos existentes para o tratamento e consultadoria de profissionais peritos na área de gestão e tratamento de feridas.

Por outro lado, pretende a avaliação do procedimento de recolha de imagem (efetividade, qualidade, segurança e interoperabilidade) e do processo de cicatrização das UPP (efetividade, rigor, implicações no plano de tratamento, recurso à consultadoria, redução do tamanho da UPP em 3 meses e em 1 ano, % de UPP cicatrizadas, diminuição na referenciação para UCC e no tempo de permanência em UCC) pelos elementos do projeto.

A Unidade Local de Saúde de Matosinhos, como o projeto Unidade De Medicina De Proximidade ‐ Ump, foi outro dos vencedores.

O Hospital De Santa Marta foi distinguido com o projeto de “Monitorização Remota Na Prevenção Da Descompensação Da Insuficiência Cardíaca – More Card”. Este projeto visa a formação de uma Unidade Ambulatória de Monitorização Remota Cardíaca, que pretende integrar a monitorização à distância realizada através da transmissão de sinais vitais, dados de Cardioversores-Desfibrilhadores Implantáveis (CDI) e Terapêutica de Ressincronização Cardíaca (TRC) e pressão na artéria pulmonar num só setor que inclua todos os equipamentos e profissionais necessários, com a dimensão e recursos adequados.

A Unidade Local De Saúde Do Alto Minho com o projeto “Dor Crónica: O Doente No Centro Da Relação Hospital – Cuidados De Saúde Primários” foi outro dos vencedores. Com este projeto, será possível criar uma nova e eficaz resposta para o tratamento das pessoas que sofrem com dor crónica, promovendo descentralização dos cuidados hospitalares, incrementando a proximidade entre os diferentes níveis de cuidados e permitindo a seleção correta dos doentes que necessitam de intervenção a nível hospitalar, potenciando uma referenciação rápida e eficaz para a consulta hospitalar

“A criação de um modelo inovador de abordagem clínica da dor crónica, multidisciplinar, interativo e abrangente, permitirá melhorar o diagnóstico e seguimento da pessoa com Dor crónica ao nível dos CSP, permitirá a construção de uma rede de referenciação integrada de Dor, com consequentes ganhos em saúde para o doente e para o Serviço Nacional de Saúde”, pode ler-se em comunicado, quanto a este projeto.

 

Comemorações dos 150 anos do nascimento de Alfredo da Silva
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entregou ontem os Prémios de Investigação Científica Alfredo da Silva e os...

Os Prémios de Investigação Alfredo da Silva, que tinham como destinatários investigadores, integrados ou não nas universidades e institutos politécnicos do país, contaram com o BCSD, a COTEC e a Universidade NOVA de Lisboa como parceiros.

Esta iniciativa visava a apoiar a realização de um projeto de investigação científica avançada nos respetivos domínios, que poderia ou não estar ligado à elaboração de provas de grau na vida universitária.

Os vencedores dos prémios Alfredo Silva receberam 25 mil euros cada.  Assim, o Prémio “Alfredo da Silva e o Empreendedorismo”, que contou com o BCSD como parceiro, foi entregue ao projeto “ReDuCe – Uso de Resíduos de Máscaras Descartáveis em Compósitos com Diversas Formulações”, uma equipa do Instituto Superior Técnico.  

O Prémio “Inovação Tecnológica, Mobilidade e Indústria”, que contou com a parceria da COTEC, foi entregue a Maria Pedro Sucena Guarino, com o projeto “CBmeter – um novo dispositivo para deteção precoce de diabetes mellitus tipo 2”.

Quanto ao prémio “Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde”, este foi entregua a Carla Oliveira do i3S com o projeto “Hereditary Breast Ovarian Cancer – HBOC: Optimizing hereditary cancer pathways (saving costs and lives)”.  

Já os vencedores do Concurso Escolas, aberto a estabelecimentos de ensino todo o País e que registou a participação de centenas de jovens, vão ter direito a bolsas de estudos e oferta de uma viagem à fábrica da Bondalti em Torrelavega (Cantábria – Espanha), acompanhados por um professor. Os melhores trabalhos destacaram 33 alunos de 20 escolas do 3º ciclo do ensino básico, do ensino secundário e do ensino profissional, sobre a personalidade de Alfredo da Silva, o seu tempo, as suas iniciativas e empreendimentos e o seu contributo para o desenvolvimento económico e social do País.

Por outro lado, as Escolas dos alunos classificados em 1.º lugar vão receber um donativo da Fundação para um Projeto que cada uma das Escolas apresentou.

Investigação em Ciências da Saúde
Estão abertas as candidaturas para os Prémios Pfizer, a mais antiga distinção na investigação Biomédica em Portugal, que este...

A Pfizer e a SCML procuram, desta forma, reconhecer todos os cientistas que, pelo seu esforço, incessante curiosidade e entrega ao desenvolvimento da Ciência, contribuem no seu dia-a-dia para gerar novo conhecimento e novas descobertas médicas em prol dos doentes e da sociedade.

Os trabalhos podem ser submetidos até ao dia 9 de julho 2021, através do email da SCML (consultar regulamento em https://www.pfizer.pt/ ou http://www.scmed.pt/). Na atribuição dos prémios, o júri apreciará o mérito dos trabalhos e projectos apresentados, e a sua decisão será conhecida durante a sessão solene a realizar-se no próximo mês de novembro.

Os Prémios Pfizer têm marcado a investigação que se faz em Portugal, distinguindo os melhores trabalhos de investigação básica e clínica, elaborados total ou parcialmente em instituições portuguesas por investigadores portugueses ou estrangeiros. Este ano, o valor total atribuído para os Prémios Pfizer 2021 terá um valor de 60.000 euros.

Criados em 1956, os Prémios Pfizer já premiaram mais de 700 investigadores em Portugal, em diferentes fases da sua carreira. É difícil pensar num grande nome da Ciência em Portugal que não tenha sido distinguido com um Prémio Pfizer.

 

Última reunião
O INFARMED presidiu esta quarta-feira, 30 de junho, à última reunião do conjunto de reuniões organizadas no âmbito da...

Durante a reunião a rede teve a oportunidade de aprofundar o seu conhecimento e debater, a melhoria na área da geração de dados, também sobre ações tomadas no combate a preços excessivos sobre boas práticas na área da contratação pública e ainda em relação a uma maior transparência nos custos de iniciativas de Investigação e Desenvolvimento.

Ao longo dos últimos seis meses, o INFARMED teve a responsabilidade de liderar o esforço de concretização dos objetivos assumidos por Portugal na área dos medicamentos e dispositivos médicos, focado numa maior disponibilidade destes e centrando o debate em três pilares centrais: autonomia estratégica, sustentabilidade e acessibilidade, sempre tendo em conta o aprofundamento da interligação entre medicamentos e dispositivos médicos.

Além das 20 reuniões organizadas dos diferentes grupos e comités, o INFARMED organizou a Conferencia internacional 3A’s que juntou mais de 700 participantes e os principais intervenientes do setor. A Conferência foi essencial para a preparação da proposta de Conclusões do Conselho que acabaria por ser adotada já este mês de junho. A presidência portuguesa conseguiu a aprovação de Conclusões pelos Estados-Membros onde estes e a Comissão são desafiados a avançar com um conjunto de ações concretas que promovam uma maior disponibilidade de medicamentos e dispositivos médicos.

Ao mesmo tempo, os esforços do INFARMED e da Presidência Portuguesa foram bem sucedidos em relação à proposta legislativa sobre avaliação das tecnologias de saúde. Depois de três anos de impasse, durante estes seis meses foi conseguido o acordo entre os Estados-Membros e também com o Parlamento Europeu, confirmado hoje, no último dia da Presidência Portuguesa.  Graças às negociações bem geridas será uma questão de tempo até à implementação da regulamentação que vai facilitar e acelerar o processo de avaliação de novas tecnologias para benefício dos utentes, indústria e sistemas nacionais de saúde.

O trabalho do INFARMED e da Presidência Portuguesa foi também essencial para o avançar de assuntos relacionados com o pacote da União Europeia da Saúde, designadamente, o consenso conseguido e a aprovação do reforço das competências e mandato da Agência Europeia dos Medicamentos, resultante das lições aprendidas durante a pandemia e das novas linhas da Estratégia Farmacêutica para a Europa.

O INFARMED apresentará brevemente um balanço sobre os objetivos assumidos e os resultados das iniciativas promovidas durante os seis meses da Presidência Portuguesa do Conselho da UE.

Dados OMS
Os casos globais de Covid-19 aumentaram na semana passada em relação à semana anterior, após dois meses de declínio, enquanto a...

Segundo indica o relatório epidemiológico semanal da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 21 a 27 de junho, foram registados 2,6 milhões de casos, um ligeiro aumento de 2% face aos sete dias anteriores.

As mortes de Covid-19 continuam, no entanto, na tendência de queda dos últimos dois meses, com 57.600 registados na semana passada, menos 10% do que nos sete dias anteriores.

 

Síndrome pós-Covid-19
Investigadores do Centro Max Planck de Física e Medicina em Erlangen, Alemanha, mostraram pela primeira vez que o coronavírus...

Falta de ar, fadiga e dores de cabeça são alguns dos sintomas com que alguns pacientes continuam a lutar após seis meses ou mais de infeção. Esta síndrome pós-Covid-19, também chamada de Covid-19 persistente, ainda não é bem compreendida.

O que é claro é que, durante a doença, a circulação sanguínea é frequentemente interrompida, podem ocorrer oclusões vasculares perigosas e o transporte de oxigénio é limitado. Estes são todos os fenómenos em que as células sanguíneas e as suas propriedades físicas desempenham um papel fundamental.

 

Limitação à deslocação de e para a Área Metropolitana de Lisboa não respeita os interesses dos cidadãos
O advogado Dantas Rodrigues, sócio-partner da Dantas Rodrigues & Advogados, teme que a criação, pelo Governo, de uma...

“É necessário que fique muito claro na lei quais são limites que o novo quadro legislativo vai impor, em que situações concretas se vão impor essas restrições e, sobretudo, quais as condições necessárias para que esse novo quadro legislativo entre em vigor”, sustenta Dantas Rodrigues. Que acrescenta ainda que ao longo do último ano “foram adotadas medidas com pouco sentido e que, não raras vezes, apenas contribuíram para lançar a confusão junto dos portugueses, funcionando até como um incentivo ao incumprimento das normas”.

A título de exemplo, Dantas Rodrigues critica duramente a forma como o governo tem imposto limitações à deslocação e circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa, durante os fins-de-semana. “É uma medida que não respeita os interesses dos cidadãos e cuja aplicação, por simples regulamento, como o são as Resoluções do Conselho de Ministros, viola nitidamente a Constituição”, frisa. O advogado acrescenta ainda que “é, no mínimo, difícil de entender por que razão governo e Presidência da República entendem que as condutas de risco são mais perigosas aos sábados e aos domingos do que nos dias úteis”. “Também não se compreende porque é que até às 15h30 estamos solidamente couraçados contra vírus e peçonhas afins e, com o cair da noite, temos todos de nos aferrolhar em casa porque, com o nascer da lua, ficamos vulneráveis a terríficos efeitos de maléficas vampirizações covidescas”, acrescenta.

Dantas Rodrigues estranha ainda a recente posição do Supremo Tribunal Administrativo, em resposta ao processo de intimação para «defesa de direitos, liberdades e garantias», contra as restrições aplicadas pelo governo. “Resulta claro, no nosso entender, que os juízes não quiseram decidir e embrulharam-se em explicações à volta do princípio da proporcionalidade, fazendo tábua rasa da jurisprudência do Tribunal Constitucional”, admite.

O advogado apela, por isso, aos membros da nova comissão técnica que amanhã entra em funções para que sejam muito cautelosos no processo de revisão da legislação. “A ser mesmo necessário criar novos normativos, que sejam claros e explícitos, sem leituras ambíguas nem interpretações díspares em função dos interesses de cada momento”, conclui Dantas Rodrigues.

Guia será apresentado no dia 5 de julho na Fundação Calouste Gulbenkian
“Modelos e estratégias centrados na autonomia, participação social e promoção do bem-estar das pessoas idosas” é o subtítulo do...

A temática do envelhecimento nunca esteve tanto na ordem do dia como nos dias de hoje. Em Portugal, apesar da larguíssima maioria dos portugueses envelhecer nas suas casas, as medidas de promoção de envelhecimento em casa e na comunidade – ageing in place – continuam a ter pouca visibilidade pública quando comparadas com a atenção que se atribui a soluções institucionais, nomeadamente, ao papel das estruturas residenciais na proteção e promoção da vida dos mais velhos. Em oposição à visão convencional de assistência à população idosa por via da resposta institucional, a valorização de respostas de ageing in place significa responder às necessidades de assistência a partir do contexto onde a pessoa vive, procurando assim respostas articuladas através de uma integração progressivamente mais alargada de serviços, sejam eles de âmbito local, regional e nacional.

O guia, organizado pelo professor António Fonseca, explora o conceito de ageing in place através da recolha, organização e divulgação de iniciativas atualmente implementadas em Portugal e que classifica como boas práticas neste domínio. Além disso, apresenta um enquadramento sobre o envelhecimento populacional e as respostas tradicionais e a relação entre as pessoas mais velhas e a comunidade.

O evento de apresentação contemplará vários momentos, começando pela apresentação do estudo e livro pelo professor António Fonseca e de seguida, irá haver espaço para comentários acerca da publicação e sobre a temática do envelhecimento em casa e na comunidade com outros profissionais e docentes na área do envelhecimento. O terceiro momento contará com a apresentação de alguns projetos promotores do envelhecimento na comunidade apoiados pela Fundação, onde haverá a oportunidade de assistir a registos audiovisuais com testemunhos e atividades em curso. A conferência será transmitida em direto através do Facebook da Fundação Calouste Gulbenkian.

nova Solução para o Mercado Healthcare
A Glintt, multinacional de tecnologia e consultoria, cotada na Euronext, anuncia a criação de uma nova solução – VIEWER, que...

Mais do que um software, o Viewer é uma plataforma para profissionais de saúde com uma abordagem ágil aos cuidados do paciente. “Centrada na agregação e análise de dados, o Viewer traz disrupção ao tradicional ecossistema da saúde: é uma ferramenta para apoiar a decisão clínica*, ajudando na monitorização e gestão da doença, transformando a informação em conhecimento”, refere em comunicado.

A criação desta nova solução surge da necessidade de colmatar uma lacuna que existia no acesso à informação relevante dos pacientes, por parte dos profissionais de saúde. Neste sentido, o Viewer foi pensado e construído, juntamente com este público, para dar resposta a essa mesma necessidade. A solução acompanha os profissionais de saúde e fornece todas as informações relevantes ao longo do percurso clínico do doente, possibilitando uma abordagem focada e consolidando a informação crucial para o profissional, no momento certo e no local certo.

De acordo com Filipa Fixe, Administrativa Executiva da Glintt, “para a Glintt, uma multinacional tecnológica com mais de 20 anos de experiência com provas dadas na área da saúde, é fulcral continuar a evoluir e a reinventar-se. Os cuidados de saúde estão a evoluir e nós queremos fazer parte desta evolução, mas só o conseguiremos fazer se combinarmos estratégia com tecnologia e investigação dos utilizadores, de modo a proporcionarmos novas abordagens aos nossos Parceiros e – muito importante - em co-criação com eles.”

Desta forma, a criação desta solução irá permitir aos profissionais de saúde maior mobilidade Nos sistemas tradicionais de gestão de informação clínica, disponíveis nas unidades de saúde, existe a necessidade de recorrer a computadores tradicionais, “longe do utente” para avaliar a sua situação clínica e solicitar novos meios de diagnóstico. A transcrição da informação de registos em papel para formatos eletrónicos consome tempo e pode adicionar fontes de erro ao ato médico. Dotar os profissionais de saúde dos meios tecnológicos necessários para identificar a situação do utente e tomar decisões de forma informada, junto à cama do mesmo, pode agilizar os cuidados de saúde e facilitar o dia-a-dia destes profissionais.  

Por outro lado, salienta-se que os sistemas tradicionais são “depósitos de informação” que disponibilizam aos profissionais de saúde informação histórica dos utentes de forma dispersa e não filtrada. Os profissionais têm que navegar constantemente entre grandes quantidades de informação, que podem ser relevantes ou não para o caso que estão a avaliar, perdendo tempo e, por vezes, também dados importantes. “A possibilidade de aceder à informação relevante previamente filtrada para o caso particular, no momento certo, é uma mais-valia para agilizar o diagnóstico e o tratamento mais adequado para o utente. Integrar, agregar e consolidar a informação, e conseguir apresentar de forma filtrada os dados relevantes para o profissional no momento certo, pode simplificar o seu dia-a-dia”, pode ler-se em comunicado.  No entanto, é igualmente importante garantir caminhos rápidos para as áreas de processo clínico a utilizar. Por outro lado, a customização individual do processo vem poupar tempo ao profissional de saúde, garantir a segurança e evitar o copypaste que representa um esforço adicional nos registos.

No campo do apoio à decisão clínica, a criação de “um sistema inteligente, dotado de conhecimento, que permita fazer uma monitorização ativa e que identifique o momento certo para apresentar a alarmística relevante para o caso particular do utente (como por exemplo quais os próximos passos do protocolo de cuidados; resultados de exames ainda não visualizados; interações de medicamentos; ...) pode ser um mecanismo relevante para a eficiência na prestação de cuidados de saúde e segurança dos doentes”. Sendo o apoio à decisão é fundamental, a existência de informação com a visão rápida e integrada do doente, a existência de uma única folha terapêutica ativa (apresentando as interações medicamentosas ou alergias) e a possibilidade de aceder a regras e avisos customizados são ferramentas de extrema importância.

De modo garantir estas funcionalidades, acrescenta a Glintt, “o Viewer integrará ainda módulos específicos no âmbito de dispositivos médicos que se encontram e/ou serão alvo de processos de certificação de acordo com a evolução da solução, enquanto software de apoio à decisão médica em contexto clínico, por forma a garantir a qualidade do seu funcionamento e segurança dos doentes”

Primeira fábrica em Portugal virá a empregar mais de 100 pessoas
A farmacêutica suíça Labatec inaugurou hoje a sua primeira fábrica em Portugal, na presença do Secretário de Estado da...

O projeto arrancou em janeiro de 2018, e três anos depois, após um investimento de 15 milhões de euros e a contratação de 40 colaboradores portugueses a tempo inteiro, a Labatec inicia agora, oficialmente, a produção de medicamentos em Portugal, mais precisamente em Sintra, Mem Martins. Toda a produção de medicamentos é destinada aos mercados de exportação da Suíça, do Médio Oriente e do Norte da África.

Em 2008, a Labatec foi adquirida pelo Dr. Samih Darwzah (1930-2015), fundador da Hikma Pharmaceuticals PLC, uma farmacêutica global, cotada na bolsa de Londres e a operar em mais de 31 países, incluindo Portugal.

“Um dos principais objetivos da Labatec é vir a produzir para o mercado europeu e mercados de exportação, sendo que Portugal se encontra geograficamente muito bem posicionado para esse efeito. Viemos para ficar e para investir a longo prazo, pelo que nos próximos três a cinco anos temos em plano a contratação de mais 100 novos colaboradores para integrarem os quadros da Labatec em Portugal”, refere Faisal Darwazeh, CEO da Labatec.

Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado da Internacionalização, comenta que “A Labatec é um projeto alinhado com as prioridades de captação de IDE e o espelho do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido de atração de investimento de elevado valor acrescentado, criador de posto de trabalho qualificados, em setores altamente exportadores. Graças a um esforço conjunto, entre diferentes parceiros, desde logo a Câmara Municipal de Sintra”.

“Sintra é um território de esperança, com força e capacidade de acreditar e construir futuro. Mas Sintra, é também um território fértil para o investimento e para a inovação. A inauguração da primeira fábrica da Labatec, em território nacional, e mais concretamente no nosso concelho, é mais um exemplo de que o futuro passa por Sintra. Congratulamo-nos por receber no nosso concelho uma empresa que investiu cerca de 15 milhões de euros na construção da sua nova fábrica e na criação de postos de trabalho”, acrescenta Basílio Horta, Presidente da Câmara Municipal de Sintra.

A Labatec dedica-se à produção e distribuição de medicamentos dedicados a diversas áreas, como músculos e dores, saúde da mulher, analgésicos, oftalmologia e anti TB, incluindo injetáveis ​​e orais para uso hospitalar. A nova fábrica da Labatec em Sintra ficará responsável pela produção de medicamentos orais para tratamento de doenças relacionadas com o sistema musculoesquelético, tais como esclerose múltipla, contraturas musculares e outras doenças musculares.

Com cerca de 4.000m2 de área, que inclui escritórios, produção, embalamento, laboratórios e armazém, a nova unidade fabril Labatec foi equipada com tecnologia de última geração e projetada seguindo os mais recentes e elevados padrões europeus de Boas Práticas de Fabrico (GMP). Desenhada a pensar no futuro, esta nova fábrica tem uma capacidade inicial de produção de 250 milhões de comprimidos, sendo possível, e de forma rápida, expandir a sua produção para os 2 mil milhões de comprimidos por ano, na sua capacidade máxima atual.

“A ideia é oferecermos esta nossa capacidade extra de fabrico a outras empresas farmacêuticas europeias que procurem fabricar os seus produtos a partir de Portugal”, explica o CEO. “Em 1989 inaugurámos a farmacêutica Hikma em Sintra, pelo que temos já uma longa história de investimento em Portugal na nossa família. O principal atrativo de Portugal era, na altura, e continua a ser, até hoje, as pessoas, a força de trabalho altamente qualificada que existe em Portugal”, acrescenta.

A Labatec é uma empresa farmacêutica com sede na Suíça, com mais de 60 anos de experiência no fornecimento de produtos de alta qualidade para 12 países, incluindo Suíça, Médio Oriente e África, com mais de 70 produtos e 280 referências no seu portfolio atual.

Cada português pode fazer quatro testes por mês
Os testes rápidos de antigénio para detetar a Covid-19 realizados nas farmácias ou em laboratórios passam a ser comparticipados...

A medida que entrará em vigor já dia 1 de julho vai vigorar até ao final do mês, “sem prejuízo da sua eventual prorrogação”. Ficam de fora deste regime, aqueles que já têm vacinação completa há pelo menos 14 dias, os que tendo tido a infeção, recuperaram da mesma há menos de 180 dias e os menores de 12 anos.

Face ao aumento de novos casos por Covid-19, a Direção-Geral da Saúde quer “intensificar a realização de testes para deteção do SARS-CoV-2, realizados de forma progressiva e proporcionada ao risco, que contribuam para o reforço do controlo da pandemia Covid-19”.

Com esta medida o Governo pretende ainda “facilitar o acesso dos cidadãos à emissão do certificado digital, permitindo a obtenção de um resultado de teste às pessoas que ainda não reúnam condições para a emissão de certificado de vacinação, afastando assim constrangimentos financeiros resultantes da sua realização”, salienta a portaria.

 

Situação Epidemiológica está a agravar
Desde ontem foram registados mais 2.362 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e quatro mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela onde se registou o maior número de mortes – três das quatro registadas em todo o território nacional.  A região Autónoma da Madeira, registou um óbito, deste ontem.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 2.362 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 1.336 novos casos e a região norte 435. Desde ontem foram diagnosticados mais 224 na região Centro, 64 no Alentejo e 254 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 14 infeções e 35 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 504 doentes internados, mais 12 que ontem.  As unidades de cuidados intensivos têm agora 120 pacientes, mais um doente internado que no dia anterior.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.021 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 828.990 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 33.471 casos, mais 1.337 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 2.166 contactos, estando agora 53.275 pessoas em vigilância.

Porto Technology Sessions
Excelência Robótica – a empresa que opera em Portugal para a distribuição e implementação do sistema de cirurgia robótica da...

O objetivo desta iniciativa passa pela organização de sessões práticas de cirurgia robótica da Vinci Xi para cirurgiões, enfermeiros de bloco operatório e internos de cirurgia, de diferentes especialidades. O curso está organizado em sessões específicas para cada equipa de trabalho. Cada módulo terá a duração de quatro horas – das 8h30 às 12h30 e das 14h às 18h - e conta com a presença de seis participantes. Entre 28 de junho e 1 de julho a formação é dirigida a cirurgiões especialistas. Dia 2 de julho destina-se a internos de cirurgia e a 3 de julho realiza-se o módulo para as equipas de enfermagem cirúrgica.

Durante cada sessão, um especialista clínico da Excelência Robótica explicará as características técnicas do sistema robótico da Vinci Xi, as avançadas tecnologias associadas a este equipamento - fluorescência, selagem de vasos, sutura mecânica robótica e o simulador virtual de exercícios. As sessões terão uma componente de simulação virtual, para formação no modo intuitivo de controlo dos pedais e manipuladores da consola cirúrgica. Após a realização destes passos, os participantes poderão utilizar o sistema da Vinci Xi em modelo prático.

Cirurgia robótica da Vinci

O sistema da Vinci foi desenvolvido para disponibilizar a tecnologia mais avançada aos cirurgiões que optam por um tratamento minimamente invasivo em patologias complexas. Atualmente, o sistema da Vinci Xi (IS4000) é a plataforma mais avançada para cirurgias minimamente invasivas. Integra uma tecnologia inovadora e precisa que permite adaptabilidade e versatilidade para diferentes especialidades: da Urologia à Cirurgia Geral, passando pela Ginecologia, Cirurgia Torácica, Cirurgia Pediátrica e Otorrinolaringologia. O sistema Da Vinci Xi é constituído por três componentes: uma consola cirúrgica, um carro do paciente e, por fim, uma torre de visão.

Com o sistema cirúrgico da Vinci, o cirurgião não opera diretamente no paciente, mas sentado numa consola, a partir da qual manuseia os comandos dos instrumentos. O sistema traduz os movimentos das mãos do médico em impulsos que são literalmente transmitidos aos braços robóticos, permitindo-lhes alcançar áreas de difícil acesso. A visão tridimensional com ampliação até 10 vezes permite ao cirurgião trabalhar com grande precisão.

As vantagens são inquestionáveis em termos de precisão, quer na fase de intervenção, aumentando o controlo e reduzindo as perdas de sangue, quer na fase reconstrutiva. Com o sistema cirúrgico da Vinci, o acesso é mais fácil em anatomias complicadas, permite uma excelente visualização dos pontos de referência anatómicos e planos teciduais, são eliminados tremores fisiológicos ou movimentos involuntários do cirurgião e minimizada a fadiga postural após longas horas de intervenção.

O recurso a este sistema de cirurgia robótica apresenta diversas vantagens clínicas, para as equipas médicas, para o sistema nacional de saúde e, sobretudo, para os pacientes. A cirurgia assistida pelo sistema robótico da Vinci Xi permite ao doente aceder a um tratamento minimamente invasivo, com pequenas incisões e melhores resultados estéticos, menor necessidade de transfusões, redução da dor pós-operatória e do tempo de internamento hospitalar, o que possibilita um regresso mais rápido às atividades normais.

Pablo Diaz, Diretor Ibérico de Negócio da ABEX – Excelência Robótica, salienta: " A cirurgia robótica com recurso ao sistema da Vinci apresenta vantagens importantes para os sistemas de saúde, nomeadamente a redução de tempo de internamento, a minimização complicações pós-operatórias e o aumento da rapidez de recuperação dos pacientes, o que contribui para uma melhor alocação dos recursos médicos e para a melhoria da eficiência das unidades hospitalares".

O primeiro sistema robótico utilizável numa sala de cirurgia foi lançado em 1999 quando a Intuitive Surgical Inc., fundada na Califórnia em 1995, introduziu o primeiro e único sistema robótico cirúrgico, denominado da Vinci, em homenagem ao cientista italiano, que já em 1400 tinha idealizado este conceito de equipamento automático. O primeiro sistema cirúrgico da Vinci chegou a Portugal em 2010 e a Espanha em 2005. Desde então, já foram instalados mais de 80 equipamentos na Península Ibérica. O modelo da Vinci Xi é o sistema da Vinci tecnologicamente mais avançada para realizar cirurgias robóticas minimamente invasivas.

Em 2020, realizaram-se mais de 9 000 intervenções em Portugal e em Espanha, o que traduz um crescimento superior a 10%, em relação a 2019. Desde 2005, já foram operados mais de 50.000 pacientes com o sistema da Vinci, na Península Ibérica. No ano passado, 59 % das intervenções cirúrgicas realizadas com o sistema da Vinci, a nível ibérico, foram efetuadas por urologistas - em casos de patologia de próstata e rim - cerca de 10% das intervenções foram de ginecologia oncológica e benigna, e 24% das intervenções realizadas com este sistema foram de cirurgia geral.

Atualmente, existem mais de 6 000 sistemas cirúrgicos da Vinci disponíveis em centros hospitalares, em todo o mundo. Depois dos Estados Unidos, onde estão localizados mais de 3.000 sistemas robóticos da Vinci, a Europa representa a principal área de utilização, com mais de 900 equipamentos da Vinci em atividade. A nível mundial, só em 2020 foram realizadas mais de 1,2 milhões de novas operações com o sistema cirúrgico da Vinci, o que significa que já foram efetuadas mais de 8,5 milhões de intervenções desde que foi realizada a primeira operação com o sistema robótico da Vinci.

 

Iniciativa realizada no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia
O Ministério da Saúde e a Direção-Geral da Saúde lançaram ontem o “Lisbon Call to Action - Para proteger as crianças dos...

Este apelo à ação surge no âmbito de uma conferência que foi organizada em conjunto com a OMS para a Região Europeia e que pretendeu debater os desafios e as oportunidades do mundo digital para as políticas de prevenção da obesidade.

Há muito que se reconhece o papel determinante dos ambientes obesogénicos no contexto da luta contra a obesidade, por promoverem o consumo de uma alimentação inadequada. Porém, estes ambientes apresentam atualmente novas configurações, apresentando uma forte componente digital. Compram-se cada vez alimentos pela Internet (supermercados online e food delivery apps), procura-se informação sobre alimentação saudável em plataformas digitais e o período de tempo (cada vez maior) “a navegar” expõe a população continuamente à publicidade de alimentos, que em geral são pouco saudáveis.

O mundo digital parece estar a modificar o consumo alimentar, o comportamento de compra e de preparação de alimentos. As poderosas estratégias de marketing que emergiram no contexto digital, a utilização frequente das food delivery apps e o risco acrescido de desinformação no que toca à alimentação saudável são algumas das principais ameaças que se colocam ao combate à obesidade.

Porém, os ambientes alimentares digitais podem também trazer oportunidades. Com a digitalização surgem também novas e inovadoras ferramentas para monitorizar a oferta e o consumo alimento, ferramentas que podem ser essenciais para o planeamento e monitorização das políticas públicas para a prevenção da obesidade.

Estas ações, que se pretende promover, dirigem-se aos governos, pais e famílias, academia, escolas e comunidade escolar, organizações da sociedade civil e não governamentais, criadores de conteúdo digital, marketeers, produtores de tecnologia e operadores económicos do setor alimentar.

Aos governos pede-se ação para reduzir a exposição das crianças ao marketing digital de alimentos não saudáveis; aos pais e famílias pede-se para reconhecerem os riscos associados à excessiva exposição das crianças aos ecrãs, procurando encorajar a sua redução; às escolas e toda a comunidade escolar pede-se colaboração no sentido de contribuírem para o aumento da literacia digital e mediática das crianças e jovens e aos operadores económicos do setor agroalimentar e marketeers pede-se o compromisso de não publicitarem alimentos de má qualidade nutricional para crianças. A Call to Action de Lisboa pode ser consultada e subscrita aqui.

Reduzir mais 10% a média de açucares adicionados
A UNESDA – Soft Drinks Europe, que representa a indústria de bebidas refrigerantes na Europa, anunciou hoje um novo compromisso...

A PROBEB – Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas, enquanto membro da UNESDA, tem desenvolvido a sua atuação em linha com estes objetivos apoiada pela indústria de refrigerantes que, em Portugal, reconhece que tem um papel a desempenhar, razão pela qual assumiu um papel de liderança na redução de açúcar e calorias e tem procurado ir além dos objetivos definidos a nível europeu.

Assumindo, perante o Ministério da Saúde, o compromisso de reduzir em 25% o teor calórico dos refrigerantes entre 2013 e 2020. “Entre 2013 e 2019 foi alcançada uma redução de 30,5%”, refere em comunicado.

A indústria de refrigerantes reafirmou que irá cumprir o novo compromisso continuando a adotar “uma ampla gama de ações”, incluindo a reformulação de receitas para reduzir os açúcares e manter o sabor.

 

Utilização na Medicina Estética
Silicones são compostos quimicamente inertes, inodoros, insípidos e incolores, resistentes à decompo

Os silicones são altamente resistentes ao ultravioleta e intemperismos, tais como efeito ozono, altas ou baixas temperaturas ambientes (em geral de -45 a +145°C). Tecnicamente chamados de siloxanos polimerizados ou polissiloxanos, eles são polímeros mistos de material orgânico e inorgânico. Podem variar de consistência líquida a de gel, borracha ou plástico duro. As características físico-químicas dos silicones são especialmente determinadas pelo fato da grande mobilidade da sua cadeia, uma vez que o impedimento espacial é pequeno neste grupo de produtos.

A Sílica (dióxido de silicone) é nada mais, nada menos do que um dos componentes principais da areia e materiais similares naturais, são o material inicial para a produção do silicone. É também a principal matéria-prima para o vidro.

É um dos óxidos mais abundantes na crosta terrestre.

Em Medicina, o silicone faz parte de materiais utilizados em muitas Especialidades – Oftalmologia, Ortopedia, Cirurgia Plástica e Estética, Otorrinolaringologia, etc.

O silicone faz parte da composição de materiais elétricos, vestuário, revestimentos, etc.

Há silicone por todo o lado, faz parte da nossa vida. Por isso, pelas suas qualidades específicas e únicas este material também foi escolhido em Medicina.

Em Cirurgia Plástica e Estética, o seu uso mais conhecido é em próteses de mama. São muito antigas as primeiras descrições de material menos puro usado para encher mamas com resultados maus ou desastrosos. Podemos dizer que é a partir de 1963 que aparece o silicone já com outro preparo e tratamento para este fim. Decorridos 50 anos o silicone nas próteses de mama passou por cinco gerações até chegar ao estado atual do gel coesivo de silicone, a última geração.

Mas em Cirurgia Estética o silicone não é só usado para aumentar mamas. Pode ser usado da cabeça aos pés, imagine.

Os tipos, modelos, consistência, forma, tamanhos variam de acordo com a aplicação.

As motivações são variadas, e as perturbações causadas por uma parte da pessoa que não está bem, muitas vezes fazem estragos difíceis de reparar. Estas cirurgias recorrendo ao uso do silicone pretendem melhorar a qualidade de vida das pessoas, melhorando a sua autoestima, confiança e segurança.

As causas dessas alterações são na maioria genéticas, mas podem ter outras como acidentes, etc.

Há doenças e malformações genéticas que podem ser solucionadas recorrendo a próteses específicas e apropriadas. É exemplo o “peito escavado”, atrofia ou ausência de músculos (peitoral, deltoide, gémeos, etc.).

Para melhorar e definir o contorno do rosto podem-se colocar próteses de silicone nas “maçãs do rosto”, no queixo, no nariz.

No corpo são mais as suas indicações e algumas se calhar nem imaginava que se podiam fazer. As mamas são, sem dúvida, as mais aplicadas, sendo a cirurgia estética mais praticada e procurada atualmente.

Nádegas, pernas, parte interna das coxas, parte externa das coxas, tanto em homens como em mulheres. Mais específico para homens são as próteses peitorais, dos bicípites, tricípites e deltoides. Estas para os “fanáticos” do ginásio e que mesmo com muita malhação não conseguem os volumes e contornos desejados. Hoje em dia também há mulheres que procuram estes tipos de ajudas, as adeptas de culturismo ou outras atividades físicas semelhantes.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
SPO lança PROGO e portal dedicado ao Cancro Hereditário
O Grupo de Trabalho dedicado ao Cancro Hereditário, da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), apresenta o Programa Nacional...

O PROGO tem como principal objetivo uniformizar a prática clínica do diagnóstico genético de forma a garantir a universalidade dos cuidados a doentes e a portadores de síndromes hereditários de cancro. 

Nos próximos anos, o PROGO será desenvolvido em várias vertentes: a uniformização de prática clínica através da publicação dos Requisitos Mínimos para teste genético em 2021 e de linhas orientadoras de atuação para cada síndrome hereditário, o Programa Educacional dirigido a médicos não geneticistas (e-learning) de modo a reforçar competências específicas; a disponibilização de informação a doentes e familiares com o intuito de aumentar a literacia da população em síndromes de predisposição familiar para o cancro e potenciar a capacidade de participação dos utentes no seu processo terapêutico, a proposta de circuitos de referenciação que assegurem todas as etapas de assistência aos portadores de síndromes hereditários de cancro.

Este programa visa ainda a criação de uma estrutura nacional necessária para uma organização em rede, permitindo uma melhor integração de Portugal na Rede de Referenciação Europeia. “Estamos a trabalhar em articulação com a Rede Europeia de Referência sobre Síndromes Genéticos ligados ao cancro (ERN-GENTURIS), e este portal servirá como plataforma para a divulgação das guidelines mais recentes, incluindo as desenvolvidas e aceites a nível Europeu” explica a coordenadora nacional da Rede Europeia de Referenciação, Carla Oliveira, Investigadora no I3s e elemento deste grupo de trabalho.

Outro importante objetivo é o incentivo à investigação na área do Cancro Hereditário, pelo que foi criado um prémio anual de 25.000 Euros, que premiará um projeto de investigação em cada ano. O vencedor será anunciado no Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Oncologia, em novembro.

“Dada a crescente importância do cancro hereditário no dia-a-dia de doentes e famílias, entendemos que se impunha a necessidade de definirmos padrões clínicos e uniformizar práticas ao nível da referenciação, diagnóstico e abordagem profilática! Queremos melhorar a prática clínica oferecendo a todos os doentes oncológicos com critérios para diagnóstico genético, este mesmo diagnóstico, definindo circuitos na abordagem de doentes e portadores assintomáticos e contribuir para a literacia facilitando o acesso à informação para a toda a população”, afirma Gabriela Sousa, coordenadora do Grupo de Trabalho dedicado ao Cancro Hereditário.

“O teste genético poderá dar importante informação sobre a causa do cancro com impacto na decisão do tratamento e também ajudar os familiares saudáveis de doentes com cancro, sobretudo na estimativa do risco de poder vir a ter doença e na oportunidade de decidir medidas redutoras de risco”, explicou a médica oncologista.

Criado em 2019, o Grupo de Trabalho dedicado ao Cancro Hereditário tem foco em quatro das principais síndromes hereditárias de cancro, sendo elas: síndrome hereditário de cancro da mama/ovário (HBOC), síndrome hereditário de cancro colorretal não polipoide (Síndrome de Lynch), cancro gástrico difuso hereditário (HDGC) e síndrome de Li-Fraumeni. O Grupo de Trabalho reúne peritos nacionais e representantes de várias Sociedades Científicas, representante da Rede Europeia (ERN-GENTURIS), bem como representantes de doentes e suas famílias (EVITA).

Análise dá conta da ligação entre o uso de antibióticos e a resistência bacteriana
A utilização de antibióticos diminuiu e é hoje mais baixa nos animais destinados ao consumo humano do que nos seres humanos,...

Seguindo uma abordagem One Health, o relatório das três agências da UE apresenta dados sobre o consumo de antibióticos e o desenvolvimento de resistência antimicrobiana (REM) na Europa para 2016-2018.

A redução significativa da utilização de antibióticos nos animais para consumo humano sugere que as medidas tomadas a nível nacional para reduzir a sua utilização estão a revelar-se eficazes. O uso de uma classe de antibióticos chamada polimixinas, que inclui colistina, caiu quase para metade entre 2016 e 2018 em animais usados para a alimentação. De acordo com a EMA, este é um desenvolvimento positivo, “uma vez que as polimixinas também são usadas em hospitais para tratar pacientes infetados com bactérias multirresistentes”.

"O relatório conjunto mostra, pela primeira vez, que o consumo total de antibióticos é menor nos animais destinado ao consumo humano do que nos seres humanos. Os dados relativos ao consumo de antibióticos em animais recolhidos pela EMA confirmam que as medidas tomadas pelas três agências e autoridades nacionais são eficazes", disse Emer Cooke, Diretor Executivo da EMA.

"O combate à resistência antibiótica continua a ser uma prioridade para a EMA e continuaremos a recolher dados veterinários de consumo antimicrobiano para orientar a política e a investigação."

O panorama na UE é diverso – a situação varia significativamente por país e por classe antibiótica. Por exemplo, as aminopenicilinas, cefalosporinas e quinolonas de terceira e 4ª geração (fluoroquinolonas e outras quinolonas) são mais utilizadas em humanos do que em animais destinados para consumo humano, enquanto as polimixinas (colistina) e as tetraciclinas são mais utilizadas nestes animais do que em seres humanos.

A ligação entre o uso de antibióticos e a resistência bacteriana

O relatório mostra que o uso de carbapenemas, cefalosporinas e quinolonas de terceira e quatro gerações em humanos está associado à resistência a estes antibióticos nas infeções de Escherichia coli em humanos. Foram encontradas associações semelhantes para animais destinados ao abate.

O relatório identifica igualmente as ligações entre o consumo antimicrobiano em animais e a resistência antimicrobiana em bactérias provenientes de animais destinados ao consumo humano, o que por sua vez está associado à resistência antimicrobiana em bactérias provenientes do homem. Um exemplo disso é a bactéria Campylobacter jejuni que é encontrada nos alimentos com base animal e que causa infeções alimentares em humanos. Os especialistas encontraram uma associação entre a resistência nestas bactérias em animais e a resistência nas mesmas bactérias em humanos.

Estudo
A subnutrição durante a gravidez tem um forte impacto no coração do feto, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças...

Este estudo, que pretendeu avaliar se a subnutrição materna provoca alterações ao nível das mitocôndrias (os organelos celulares produtores de energia) no coração dos fetos, sugere que estes bebés deverão receber seguimento médico ao longo da vida, dado o seu risco aumentado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Segundo os resultados da investigação, realizada com recurso a um modelo animal, uma redução moderada de 30% na quantidade de alimento fornecida às mães durante a gravidez produz alterações profundas na função das mitocôndrias cardíacas dos bebés. Verificou-se que estas alterações interferem na forma como as mitocôndrias produzem energia e na forma como estas participam em várias funções celulares indispensáveis, o que pode promover o aparecimento de disfunções cardíacas mais cedo na idade adulta.

De uma forma inovadora e controlada, «foi possível estabelecer uma relação de causa entre a alimentação das mães durante a gravidez e a função cardíaca dos descendentes. Este trabalho tornou evidente uma relação que há muito suspeitávamos existir, agora torna-se essencial definir qual a alimentação ideal durante a gravidez para potenciar a saúde dos descendentes», explica Susana Pereira, primeira autora do artigo científico e investigadora do CNC-UC e do CIAFEL - Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Também se observou que o efeito da subnutrição durante a gravidez é mais acentuado no coração dos fetos do sexo masculino. Esta diferença, segundo os autores, pode explicar a diferente suscetibilidade de homens e mulheres para doenças cardíacas durante a vida.

Este trabalho, já publicado na revista científica Clinical Science, faz parte de um projeto alargado, iniciado em 2009, que pretende identificar os efeitos da nutrição durante a gravidez na saúde dos fetos, nomeadamente ao nível da função da mitocôndria, e que, além da Universidade de Coimbra, envolve a Universidade do Porto e duas universidades dos EUA - Universidade do Wyoming e Universidade do Texas Health Science Center em San Antonio.

Paulo Oliveira, líder de grupo no CNC-UC e também autor do estudo, esclarece que, «juntamente com outros artigos resultantes deste projeto, concluímos que a subnutrição e a sobrenutrição durante a gravidez têm efeitos muito semelhantes na função mitocondrial da descendência, promovendo alterações que poderão explicar a maior suscetibilidade a doenças hepáticas, renais ou cardíacas observadas em filhos de mães sobre ou subnutridas durante a gravidez».

As alterações na estrutura e função mitocondrial cardíaca devido à má nutrição materna estão implicadas na programação do desenvolvimento cardíaco e provavelmente influenciam a saúde cardíaca a longo prazo. Por isso, concluem Paulo Oliveira e Susana Pereira, os resultados deste estudo «podem contribuir para o desenvolvimento de novos biomarcadores para o diagnóstico precoce, permitindo intervenções oportunas para melhorar a saúde cardiovascular ao longo da vida».

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