‘Na tua pele’
O novo site, desenvolvido pela Boost Content – unidade de produção de conteúdos da Cofina Media – tem por objetivo desafiar a...

Tal como a pele, o novo site está dividido em camadas e, através de testemunhos de doentes, mostra as várias vivências da psoríase. Desde pacientes que, atualmente, estão livres de lesões a doentes em que as lesões ocupam a maioria do corpo com fortes implicações na qualidade de vida e convivência social.

Desenvolvido com o apoio da Janssen, o site ‘Na tua pele’ está alojado na página da revista Sábado, e pretende acabar com todas as dúvidas sobre o que é, de facto, a psoríase, traçando um perfil da doença e das suas múltiplas dimensões.

A psoríase é uma doença que ainda gera várias dúvidas e muitos preconceitos na sociedade. Por ser uma doença de pele, é visível, mas muitas vezes não é entendida. O principal mito que persiste é a desconfiança de se tratar de uma doença contagiosa, o que aumenta o estigma em relação aos doentes psoriáticos. Esta patologia é ainda considerada uma doença de pele, relegando-se a sua correlação com vários sistemas e as suas implicações e comorbilidades.

A importância de um diagnóstico precoce, os tratamentos, mas também os efeitos psicológicos que a doença, crónica, pode ter nos vários pacientes são relatados na primeira pessoa, para que cada um possa sentir na pele como é viver com psoríase e o impacto social que a doença tem.

Numa segunda camada, conhecer na pele, traça-se um perfil completo de todas as múltiplas valências da psoríase. Através de um chat, os utilizadores têm oportunidade de ver cada pergunta respondida por um médico especialista. Seis dermatologistas colaboraram nesta secção, para que as respostas sejam o mais completas possíveis às dúvidas que possam existir.

A última camada do site debruça-se sobre os efeitos psicológicos da psoríase, bem como a importância de haver um acompanhamento holístico e multidisciplinar da doença.

Para Filipa Mota e Costa, diretora-geral da Janssen Portugal, o propósito da marca com este projeto “vai além do medicamento, para informar, esclarecer, desfazer mitos e lembrar a todos a importância de se procurar um dermatologista aos primeiros sinais”. A parceria com a Cofina tem como objetivo “desafiar a sociedade a estar na pele destas pessoas e a perceber mais sobre esta doença que, com acompanhamento médico e a terapêutica adequada, pode ser controlada e levar a uma pele livre de lesões e a melhor qualidade de vida”, uma vez que “a psoríase tem um impacto enorme na vida dos doentes, inclusive a nível social e económico”, sublinha.

O projeto Na Tua Pele visa ajudar os doentes psoriáticos, mas também criar um maior conhecimento em todos os leitores. A Boost Content destaca, no projeto, “a preocupação em transmitir, em várias dimensões, aquilo que é a psoríase para o leitor. Todo o site é pensado e desenvolvido de forma que quem o lê se consiga pôr na pele dos doentes psoriáticos”. “A imersão nas várias camadas da doença, quer seja com testemunhos na primeira pessoa, quer com o cunho de especialistas, traz para público uma vivência mais pessoal, que treina a empatia, mas também um conhecimento mais aprofundado, que serve o propósito de acabar com os estigmas e os preconceitos normalmente associados a doenças de pele”, conclui Joana Guimarães, editora do projeto.

Entrevista
O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X ou XLH é uma doença hereditária rara, causada por uma mutaç

Não existem dados sobre o número de casos de Raquitismo Hipofosfatémico em Portugal, no entanto, sabe-se que esta é uma doença rara e que apesar do nome nada tem que ver com o Raquitismo associado a deficiência de vitamina D. Assim sendo, começo por lhe perguntar que entidade clínica é esta?

O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X ou XLH é uma doença hereditária rara, causada por uma mutação no gene PHEX, que existe no cromossoma X. Esta mutação vai levar ao aumento da produção excessiva de uma hormona, denominada FGF-23 (fator de crescimento dos fibroblastos 23), a qual é responsável, a nível renal, pela inibição da absorção do fósforo e pela diminuição da produção de calcitriol (forma ativa da vitamina D). O fósforo é um mineral essencial ao funcionamento do nosso organismo. Existe nos alimentos e é absorvido no intestino com a ajuda da vitamina D. Integra todas as células do corpo humano e, em conjunto com o cálcio, é responsável pela mineralização dos ossos e dentes, ou seja, forma a estrutura resistente dos mesmos. Se ocorrer uma perda excessiva de fósforo pelo rim, tal como acontece na XLH, vários órgãos irão ser afetados, ocorrendo problemas de crescimento, dor e deformidade óssea, entre outras manifestações.

Quais os principais sintomas e a partir de que idade é possível observar as primeiras manifestações da doença? A que sinais devem estar os pais ou educadores atentos?

Na maior parte dos doentes a doença manifesta-se quando a criança começa a andar porque, ao ficar de pé, o corpo vai fazer peso sobre os ossos dos membros inferiores, ossos esses que são menos rígidos pelo défice de fósforo. Assim, a partir dos 2 anos pode ser possível observar deformidades ósseas (pernas arqueadas), alteração da marcha e atraso de crescimento, bem como dores nos membros e fadiga, e são estes os sintomas a que os pais e educadores deverão estar atentos.

O crânio pode também ser afetado, ficando deformado, condição esta que se denomina craniossinostose. Podem ainda surgir problemas dentários, nomeadamente abcessos de repetição, e problemas de audição.

No entanto, há casos que só são diagnosticados na idade adulta, pelo que se supõe que as deformações ósseas não sejam tão evidentes… O que explica estes casos? E quais a complicações frequentemente associadas a este diagnóstico?

Na XLH a deformidade óssea mais típica é o genu varum (concavidade da coxa e saliência do joelho); no entanto, uma criança perfeitamente saudável pode ter um certo grau de arqueamento dos membros inferiores. Assim, é fácil a XLH não ser reconhecida, dado que, numa fase inicial, poder confundir-se com uma condição normal. No entanto, ao passo que numa criança saudável este arqueamento vai corrigindo com o crescimento, na XLH as deformidades ósseas vão-se agravando. Quanto maior o atraso no diagnóstico, maior o grau de deformidade óssea, o qual pode ser bastante severo, maior o impacto sobre o crescimento da criança e maior vai ser o tempo necessário para conseguir corrigir estas alterações.

Como é feito o seu diagnóstico? É possível identificar precocemente o XLH?

Normalmente o diagnóstico é feito ou a partir da história familiar ou com base nas manifestações clínicas da criança (existem casos em que a mutação não foi herdada, tendo surgido de novo naquele doente).

Habitualmente começa-se por pedir radiografias (que poderão revelar ossos menos mineralizados e deformados, entre outras alterações), e análises de sangue e urina (nas quais se detetam alterações sugestivas da doença: níveis baixos de fósforo no sangue com níveis elevados na urina; fosfatase alcalina elevada; vitamina D e cálcio habitualmente normais; FGF23 aumentado).

Apesar de a doença poder só dar manifestações clínicas por volta dos 2 anos, nos casos em que há história familiar, o diagnóstico pode ser realizado mais cedo, porque desde o nascimento que os níveis de fósforo no organismo são baixos.

Sobretudo nos casos em que não há história familiar, é também importante realizar estudo genético, o qual permite identificar a mutação específica.

Qual o impacto do diagnóstico precoce na progressão e tratamento desta doença?

Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico correto, mais cedo se poderá iniciar o tratamento adequado, o que conduzirá a um menor impacto da doença.

De um modo geral, quais as principais complicações do Raquitismo Hipofostémico? Alguns estudos referem que as crianças do sexo feminino apresentam distúrbios ósseo menos graves que os meninos…

As principais complicações são o atraso de crescimento/baixa estatura, deformidades ósseas, alterações da marcha, dor óssea, fadiga, deformidade do crânio (craniossinostose) e cáries e abcessos dentários. Pode também surgir défice auditivo (habitualmente na idade adulta). Há ainda a referir o significativo impacto psicossocial que esta doença tem, com diminuição da qualidade de vida e da autoestima.

Em que consiste o seu tratamento? Quais os principais desafios nesta área?

O tratamento pode passar por uma terapêutica convencional, com fósforo e vitamina D ativa (calcitriol ou alfacalcidol), os quais são ingeridos em 3 a 4 tomas diárias, ou pela terapêutica com burosumab, um anticorpo monoclonal que se liga ao FGF-23, administrado através de injeção subcutânea quinzenal.

A terapêutica convencional não é dirigida ao problema específico que leva ao raquitismo, e tem como objetivo a reposição dos elementos em falta. Dada a necessidade de administrações frequentes, bem como o sabor desagradável dos fármacos, isto pode condicionar a adesão ao tratamento.

A terapêutica com burosumab é mais dirigida à causa da doença, uma vez que na XLH há um aumento da produção de FGF23 e o burosumab se liga especificamente a esta hormona. Tem a desvantagem de ser necessária a administração através de injeção, mas como se trata de uma administração subcutânea e quinzenal, a mesma é habitualmente bem tolerada. Vários estudos demonstraram benefício desta terapêutica comparativamente com o tratamento convencional.

Quais as especialidades médicas que acompanham estes casos?

É um pouco variável de hospital para hospital, mas habitualmente estes doentes são seguidos por um nefrologista e/ou um endocrinologista, bem como por um ortopedista. Poderão ainda necessitar da avaliação e seguimento por parte de um estomatologista, um neurocirurgião, um otorrinolaringologista e um fisiatra.

Quais os principais cuidados a ter após o diagnóstico? Quais os principais conselhos médicos?

Os pais e educadores devem estar alerta para os sinais de fadiga e dor nestas crianças, que podem impedir que consigam desenvolver a mesma atividade física que outras crianças da mesma idade. Deve haver um elevado grau de suspeição para os abcessos dentários, dado que os mesmos podem causar sintomatologia ligeira, devendo ser iniciado tratamento antibiótico atempado. É essencial cumprir a terapêutica prescrita, com a regularidade adequada, quer se trate da terapêutica oral ou do burosumab. Por fim, é essencial estar alerta para o impacto psicossocial da doença: a criança e/ou adolescente pode sentir-se diferente dos seus pares, quer seja devido à sua menor estatura e deformidade óssea, quer seja devido a sentir uma maior limitação física.

Tendo em conta a sua experiência, por que é tão importante continuar a existir investigação e inovação nesta área? O que poderia melhorar?

A XLH trata-se de uma doença rara, mas com um elevado impacto na qualidade de vida dos doentes. Sobretudo, é essencial investir na divulgação da doença, para que o diagnóstico seja atempado e o tratamento iniciado precocemente.

Considera que a comunidade médica está suficientemente desperta para esta patologia?

Gradualmente tem havido um maior reconhecimento desta patologia, para o qual têm contribuído e muito as associações de doentes, mas há ainda um grande desconhecimento acerca desta patologia. É frequente considerar-se que as alterações dos membros inferiores se devem a uma variante do normal ou situação transitória; mesmo nos casos em que se suspeita que possa existir um raquitismo, é frequente considerar-se que se poderá tratar de um défice nutricional e administrar vitamina D nativa antes de avançar no estudo etiológico, o que acaba por atrasar o diagnóstico correto.

Embora seja mais difícil que o conhecimento a respeito das doenças raras chegue a cada vez mais pessoas, que mensagens essenciais gostaria de deixar no âmbito deste tema?

Gostaria de transmitir que se trata de uma doença cujo diagnóstico e início de tratamento atempados poderão levar a uma melhor evolução. É necessário estar alerta para os sinais precoces e, em caso de dúvida, pedir aconselhamento médico adequado.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sessões decorrem entre 28 de junho e 2 de julho
O laboratório, de tecidos e células estaminais português, BebéVida organiza, entre os dias 28 de junho e 2 de julho, seis novos...

No dia 28 de junho, a BebéVida promove duas sessões que vão ter como temáticas “Dicas para amamentar com sucesso” e “Pronto a Nascer: Primeiros cuidados do Bebé”. As mesmas serão conduzidas, respetivamente, pelas enfermeiras Olga Martins e Carla Duarte, ambas especialistas em saúde materna e obstetrícia. Enquanto a primeira sessão decorre entre as 18h00 e as 19h00, a segunda decorre entre as 21h00 e as 22h00.

Por sua vez, no dia 29 de junho às 18h00 realiza-se o workshop “‘A hora da bruxa’ – O choro inconsolável dos bebés”, que vai contar com a participação da Enfermeira Adelaide Martins, especialista em saúde materna e obstetrícia, para ajudar os pais a perceber o que devem fazer nestes momentos que tantas vezes geram uma sensação de impotência.

A encerrar o mês de junho está prevista uma última sessão online no dia 30, às 19h00, com uma “Aula de Pilates” dirigida por Joana Rodrigues, fisioterapeuta.

No mês de julho, logo no dia 2, arranca mais um workshop sobre “Métodos não farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto”, entre as 19h00 e as 20h00, com a colaboração da Enfermeira Deolinda Frois, especializada em saúde materna e obstetrícia.

Além dos workshops que pretendem dar continuidade ao compromisso de apoiar os futuros e recém pais na jornada da parentalidade e da maternidade, a BebéVida realiza ainda entre 28 de junho e 2 de julho várias experiências de ecografias 3D/4D, que se destinam a gestantes a partir das 17 semanas. As mesmas decorrem um pouco por todo o país, nomeadamente em Leiria, Guarda, Guimarães, Setúbal, Estoril e Porto.

A participação nos workshops e nas experiências de ecografia 3D/4D é gratuita mas obrigatória.   

 

 

Qualidade clínica do Hospital CUF Descobertas tem vindo a ser reforçado ano após ano
Desde que iniciou a sua atividade, no ano de 2001, o Hospital CUF Descobertas realizou mais de 5,5 milhões de consultas, 28...

Ao longo destes 20 anos, o Hospital CUF Descobertas tem acompanhado as inovações de diagnóstico e terapêutica, renovado e atualizado procedimentos e tecnologias, bem como apostado em modelos de melhoria de qualidade e segurança, sempre com o objetivo de prestar cada vez mais e melhores cuidados de saúde à população. 

João Paulo Farias, Diretor Clínico do Hospital CUF Descobertas reconhece que “a qualidade clínica do hospital muito se deve à dedicação e competência dos profissionais que assumem diariamente o compromisso com a excelência dos cuidados de saúde, o que permitiu garantir resposta às necessidades de cuidados de saúde a mais de 1 milhão e 300 mil nestes primeiros 20 anos”.

O reconhecimento da qualidade clínica do Hospital CUF Descobertas tem vindo a ser reforçado ano após ano, com a distinção, por diversas entidades, da elevada competência na prestação de cuidados de saúde em situações clínicas que exigem uma concentração de recursos técnicos e tecnológicos altamente diferenciados e de conhecimento e experiência, sendo destacada, ainda, a capacidade de conduzir formação pós-graduada e investigação científica nas mais diferentes áreas médicas.

Exemplo disso mesmo é o reconhecimento atribuído pelo Ministério da Saúde ao Centro de Referência Nacional para o tratamento do Carcinoma do Reto e ao Centro de Referência de Oncologia de Adultos – Cancro do Reto e a certificação da Unidade da Mama pela EUSOMA – European Society of Breast Cancer Specialists.

Outro dos marcos do Hospital CUF Descobertas aconteceu, em 2018, aquando da abertura do novo edifício. De acordo com o Diretor Clínico “a expansão permitiu aumentar os cuidados disponibilizados e reforçar a sua diferenciação. O novo edifício permitiu criar, a título de exemplo, espaço para um Hospital de Dia Médico, um Bloco para Cirurgias Oftalmológicas e um Centro do Conhecimento”.

Para além da atividade assistencial, o Hospital CUF Descobertas tem uma reconhecida tradição nas áreas da investigação e formação de profissionais de saúde, nomeadamente, na formação médica pré e pós-graduada. “Recebemos alunos das duas Faculdades de Medicina da região de Lisboa, e acolhemos médicos para realizarem a sua especialidade - o internato médico - em oito especialidades diferentes. Temos, também, várias parcerias com escolas de enfermagem e de técnicos de saúde para formação pré-graduada. Realizamos, anualmente, múltiplos cursos de formação pós-graduada”, explica o Diretor Clínico do Hospital. 

O Hospital CUF Descobertas dispõe de uma ampla oferta de cuidados de saúde para toda a família, com consultas de especialidade, atendimento médico permanente para adultos e crianças, cirurgias - dispondo de bloco operatório e internamento - e uma vasta área de exames especiais e meios complementares de diagnóstico.  

Até ao diagnóstico passam 3 a 4 anos
Os linfomas cutâneos de células T (LCCT) são uma forma rara, grave e potencialmente mortal de Linfom

Especialistas destacam o impacto na qualidade de vida dos doentes afetados pelos linfomas cutâneos de células T (LCCT). Nas palavras de Mariana Cravo, Dermatologista da Consulta Multidisciplinar de Linfomas Cutâneos do IPO de Lisboa: “A qualidade de vida dos doentes com LCCT pode ser má. Mesmo nos estadios iniciais, os doentes podem ver os seus relacionamentos sociais alterados, pois têm lesões visíveis na pele e, por vezes, a comichão não lhes permite viver com qualidade”.

Os linfomas cutâneos podem ter um impacto profundo na qualidade de vida, na saúde e no bem-estar psicológico dos doentes. As alterações na pele e a comichão provocam depressão, distúrbios do sono e fadiga6. “Quando as lesões são tumorais, podem causar dor, sangrar, infetar e fazer ferida, podendo por vezes ter odor desagradável. Os cuidadores destes doentes também têm dificuldades em lidar com esta patologia e em conseguir ajudar o doente”, acrescenta Mariana Cravo.

Os Linfomas cutâneos de células T são uma forma rara, grave e potencialmente mortal de Linfomas não Hodgkin. Ocorrem principalmente na pele, mas podem afetar o sangue, os nódulos linfáticos e as vísceras, de forma secundária. A Micose Fungóide (MF) e o Síndrome de Sézary (SS) são dois dos subtipos mais comuns deste tipo de linfomas.

Os LCCT representam cerca de 4% de todos os casos de Linfomas não Hodgkin e até 80% de todos os linfomas cutâneos primários. Afetam cerca de 240 pessoas por milhão de habitantes na Europa. A MF e o SS representam aproximadamente 60% e 5% dos LCCT, respetivamente.

 A sobrevivência desta doença em estadios avançados ronda os 4,7 anos. Quando há uma elevada carga tumoral no sangue é de 4,68 anos, em comparação com 29,28 anos quando não há. Nas palavras de Mariana Cravo: “A sobrevivência depende muito do estadio da doença. Quando as lesões afetam mais de 10% da pele, a sobrevivência é menor do que nas formas localizadas da Micose Fungóide. As formas avançadas da doença, coletivamente, têm uma sobrevivência média inferior a cinco anos. O envolvimento leucémico no sangue periférico representa um estadio já muito avançado. A sobrevivência média nesta fase é de cerca de três anos.”

Atraso no diagnóstico

O diagnóstico dos LCCT em fases iniciais é difícil devido à presença de múltiplas manifestações clínicas. O tempo médio, desde o início dos sintomas até ao diagnóstico, em séries retrospetivas, é de 3-4 anos, mas pode ultrapassar quatro décadas. Há publicações que indicam que 34% dos doentes apresentam progressão da doença.

“As fases iniciais da MF são muito semelhantes a outras doenças de pele como o eczema e a psoríase. O atraso no diagnóstico pode impedir um tratamento correto, com impacto na qualidade de vida do doente, devido à presença de lesões visíveis e comichão”, explica Mariana Cravo.

Tratamento dos LCCT

Na MF ou no SS a maioria dos tratamentos disponíveis raramente são capazes de induzir remissões de longo prazo. “Gostaríamos de curar esta doença, mas neste momento isso só é potencialmente atingível através de um transplante autólogo de medula óssea. O que procuramos é melhorar a doença, obter a remissão completa pelo maior tempo possível e melhorar os sintomas, tudo com o menor número de complicações possíveis a curto, médio ou longo prazo”, afirma a especialista.

Informações recentes sobre a patogénese dos LCCT identificaram novos potenciais alvos terapêuticos, tais como terapias com anticorpos monoclonais. Tudo isto pode levar a uma expansão promissora das opções de tratamento dos LCCT no futuro. "Os efeitos sobre estes tumores de alguns anticorpos monoclonais, que podem potencialmente alterar o curso da doença, estão a ser estudados, com os ensaios clínicos a serem lançados para demonstrar a sua eficácia em diferentes estratégias de tratamento, como o tratamento articular com a radioterapia cutânea total com eletrões", acrescenta Mariana Cravo.

A incidência dos LCCT aumenta com a idade, atingindo o seu ponto máximo em torno dos 80 anos, com picos precoces (50-60 anos) e picos tardios (70-80 anos). Os LCCT são aproximadamente duas vezes mais comuns nos homens do que nas mulheres. Os principais fatores de risco são a exposição ao fumo do tabaco, a exposição profissional a certos hidrocarbonetos, a obesidade e um historial de eczema nos dez anos que antecederam o diagnóstico.

A MF é normalmente indolor e caracteriza-se por danos variáveis na pele, com um subgrupo de doentes que apresentam ou desenvolvem doenças extracutâneas. O SS é mais agressivo, caracterizado por vermelhidão generalizada da pele (eritrodermia) e envolvimento de células T neoplásicas no sangue.

 

Fontes:

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Fonte: 
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Cancro da orofaringe
Os vírus do papiloma humano (HPV), dos quais existem cerca de 200 genótipos, têm uma apetência para

Podem provocar lesões benignas (papilomas) ou malignas (cancro) em várias localizações do corpo, nomeadamente no colo do útero, nos genitais externos femininos e masculinos, na região anal e perianal, na pele (verrugas), na orofaringe (amígdalas), na boca, na laringe, entre outras, mas mais raramente.

A transmissão do vírus para a boca, faringe e laringe pode ser por contato direto boca a boca, sexual (sexo oral), autoinoculação ou através de transmissão no parto.

A maioria das pessoas (80-85%) têm uma infeção por HPV ao longo da sua vida. No entanto, na maioria das vezes, as infeções curam espontaneamente nas pessoas saudáveis, num prazo de cerca de 1-2 anos. O HPV pode ficar “adormecido” nas células epiteliais e só manifestar a doença passados alguns anos. O HPV não tem tratamento e não existe nenhum medicamento que o elimine, no entanto, existem vários métodos para eliminar os tecidos onde ele está localizado.

Os vírus do HPV são agrupados pelo risco de provocar cancro: alto risco (16,18), risco intermédio (31,33,35,39,45,51,52,58,59,68), e baixo risco (6,11,42,43,44).

O cancro da orofaringe tem uma incidência em Portugal de 2,2/100.000/ano, isto é, em cada ano surgem 220 novos casos de cancro da orofaringe. Em cerca de 35% dos casos de cancro da orofaringe (amígdalas palatinas e linguais) já se encontra o HPV, associado ou não ao tabaco e álcool. O HPV 16 é o mais encontrado nos carcinomas das vias aerodigestivas superiores: 68,2% na boca, 86,7% na orofaringe e 69,2% na laringe.

Ter múltiplos parceiros sexuais é considerado um comportamento de risco para contrair o HPV, bem como o contato oro-genital ou oral com pacientes HPV+. No entanto, não devemos esquecer a disparidade entre o alto número de infeções por HPV (75% da população em Portugal) e o baixo número de cancro da orofaringe HPV+ (35-40% dos 220 casos por ano).

Em relação ao cancro do colo do útero, este é quase exclusivamente provocado pelo HPV.

Assim, o controle do HPV e das doenças que provoca passa por um conhecimento do vírus, do seu comportamento, das suas várias localizações, do modo de transmissão, e da sua prevenção.

A vacina contra o HPV tem especial interesse na idade pré-sexual em raparigas e rapazes. E foi apoiada pela Food and Drug Administration (FDA) americana para a prevenção do cancro da orofaringe. Além da prevenção, o diagnóstico precoce tem muita importância no controle e tratamento destes cancros.

Posto isto, torna-se evidente a pertinência da abordagem multidisciplinar ao tema do HPV, pelo impacto que terá no estudo e controle destas doenças provocadas pelo vírus, que envolvem as seguintes áreas: Ginecologia, Otorrinolaringologia, Proctologia, Gastro, Cirurgia Geral, Urologia, Dermatologia, Pediatria, entre outras.

Neste sentido, importa destacar iniciativas como a 3.ª Edição do “HPV Clinical Cases”, sob o tema “HPV como um todo”, uma reunião direcionada para todos os médicos das várias especialidades

que contactam com as doenças provocadas pelo HPV, com o objetivo de trocar experiências e conhecimentos e atualizar a evidência científica para a prática clínica, sensibilizando para a doença do HPV.

Os profissionais de saúde estão, assim, convidados a submeter os casos clínicos até dia 16 de julho, para serem, posteriormente, avaliados pelo júri. Os critérios a ter em conta serão a pertinência do caso clínico, a originalidade, o rigor científico, o raciocínio clínico, e o impacto do caso clínico no conhecimento da comunidade médica e nos cuidados a prestar aos doentes.

Esperamos uma grande adesão, de múltiplas especialidades, com concurso de excelentes casos clínicos, e com uma participação relevante no evento de apresentação das melhores submissões, em outubro.

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Relatório
O consumo de canábis e sedativos, como benzodiazepinas, aumentou durante a pandemia Covid-19 em quase todos os países para os...

Num inquérito realizado a profissionais de saúde em 77 países, 64% disseram ter detetado um aumento no uso não médico de sedativos e 42% disseram que o uso de canábis também tinha aumentado.

As alterações nos padrões de utilização de outras substâncias foram menos claras, mas o relatório observa que os medicamentos utilizados num contexto social, como o MDMA e a cocaína, eram utilizados com menos frequência devido às restrições aos confinamentos.

Nos Estados Unidos foi detetado um aumento de mortes por overdose de opióides durante a pandemia. Em maio e junho de 2020, as mortes por overdose aumentaram 38% em comparação com o mesmo período de 2019. Em 2019, houve cerca de 50.000 mortes por overdose de opióides nos EUA.

O relatório observa que os confinamentos, os encerramentos e outras medidas de prevenção aumentaram a sensação de isolamento, que, juntamente com o agravamento da situação económica, pode ter contribuído para um aumento do consumo de drogas.

 

Pandemia
A União Europeia precisa de uma abordagem mais unificada das regras de viagem para evitar a propagação da variante mais...

"Estamos obviamente preocupados com a variante delta", disse Merkel aos jornalistas à chegada a Bruxelas para uma cimeira da UE esta quinta-feira.

"Vou insistir numa abordagem mais coordenada, particularmente no que diz respeito às entradas de regiões onde abundam variantes do vírus."

 

União Europeia deve usar a sua influência
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje o apoio da União Europeia (UE) para avançar com a vacinação global...

"A União Europeia deve usar a sua influência como um ator global para ajudar neste esforço e garantir um acesso justo e equitativo às vacinas para todos", disse Guterres num discurso perante o plenário do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

No seu discurso, deixou claro que as vacinas devem ser vistas como um "bem público global" e que devem estar "disponíveis" e "acessíveis para todos" uma vez que representam "o maior teste moral do nosso tempo".

O político português lamentou que a pandemia "cause hoje mais mortes do que há um ano" e deixou claro que as vacinas "são a nossa única saída para esta crise".

Guterres procurou reforçar a cooperação entre a organização que lidera e a UE durante uma visita de dois dias a Bruxelas às instituições da UE.

 

Plano de Vacinação Covid-19
Os maiores de 18 anos vão começar a ser vacinados contra a Covid-19 a partir de 4 de julho, segundo o Vice-Almirante Henrique...

“Daqui a 15 dias temos todas faixas etárias em processo vacinação”, adiantou o coordenador da Task Force para o Plano de Vacinação contra a COVID-19 durante uma audição na Comissão Parlamentar de Saúde. 

O responsável explicou que, atualmente, quando uma faixa etária atinge os 40% de vacinação, inicia-se a inoculação da faixa seguinte. 

Tendo em conta que o processo de vacinação pode ser afetado pela mobilidade das pessoas no período de férias, o Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo afirmou estar a ser equacionada “uma nova metodologia de casa aberta em que, dentro da sua faixa etária, as pessoas podem ir aos centros de vacinação primeiro na sua área de residência e depois eventualmente até fora da sua área de residência”. 

“Este processo é um processo de agendamento mais livre. Aliás, o centro militar está a testar os processos de agendamento livre para depois ver se podemos generalizar aos outros centros”, concluiu. 

O Vice-Almirante alertou, porém, que “se se deslocarem quatro milhões de pessoas para o Algarve” num mês não será possível vacinar toda a gente nessa região. 

 

Dados DGS
Desde ontem foram registados mais 1556 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e duas mortes em território nacional. O...

As regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Norte foram as únicas de todo a registar mortes (uma por região) por Covid-19, desde o último balanço, mostra o boletim divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

De acordo com o documento, foram ainda diagnosticados 1556 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 1049 novos casos e a região norte 197. Desde ontem foram diagnosticados mais 110 na região Centro, 42 no Alentejo e 130 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais oito infeções e 20 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 427 doentes internados, menos 10 que ontem.  As unidades de cuidados intensivos têm agora 106 pacientes, mais seis doentes internados que no dia anterior.

O boletim desta quinta-feira mostra ainda que, desde ontem, 869 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 823.103 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 29.697 casos, mais 685 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 1.251 contactos, estando agora 44.670 pessoas em vigilância.

57% da população inoculada
O Centro de Vacinação de Lamego, implementado pela Câmara Municipal de Lamego, atingiu recentemente o número de 14.500 pessoas...

Atualmente 57% da população lamecense encontra-se já inoculada, um número superior à média nacional registada.

Estabelecido pela Câmara Municipal de Lamego, em articulação com o ACES DOURO SUL e a Autoridade de Saúde local, o Centro de Vacinação encontra-se neste momento em fase de imunização de munícipes com idade entre os 30 e 39 anos.

Nas últimas semanas, o Centro de Vacinação de Lamego, instalado no Centro Multiusos, tem registado um valor médio de vacinação correspondente à administração de 300 vacinas por dia.

Ângelo Moura, presidente da Câmara Municipal de Lamego, salienta que «o nosso objetivo é vacinar toda a população do concelho, de acordo com o plano nacional definido pelo Ministério da Saúde, e nesse sentido, os números de inoculações atingidos demonstram que estamos no bom caminho. Estou muito satisfeito pela forma como este processo está a decorrer e o que isso representa, em concreto, para o bem-estar dos lamecenses. Desde o início que várias entidades uniram esforços para apoiar o Serviço Nacional de Saúde nesta tarefa importantíssima para o futuro da nossa comunidade e isso é algo que importa também destacar como determinante no sucesso de toda esta operação.»

Desde que iniciou a sua atividade que o Centro de Vacinação de Lamego tem vindo a vacinar a sua população segundo as normas da DGS e tendo em conta que, numa primeira fase, nos grupos prioritários previamente definidos se encontravam idosos com mais de 80 anos e utentes com comorbilidades específicas e idade superior a 50 anos, docentes, não docentes do meio escolar e de âmbito social.

 

Literacia em Saúde
A figura do Patient Advocate tem vindo a consolidar-se nos últimos anos, através de uma procura cada

Em contrapartida, um Patient Advocate dedica-se somente a um doente que precise do seu apoio. Esta figura, que não é necessariamente um familiar, tem como objetivo acompanhar o doente na sua estadia no hospital, desde a admissão até à alta médica; servir de intermediário entre os profissionais e o doente; esclarecê-lo para que as escolhas sejam informadas, ajudá-lo a expressar os seus pontos de vista e preocupações, e ao mesmo tempo protegê-lo dos erros clínicos e/ou administrativos. O objetivo final é reforçar os direitos do doente, e o modelo de cuidados centrado no doente.

Quando é que deve ter o apoio de um Patient Advocate?

Por vezes não é fácil falar com os profissionais de saúde. Ou porque a linguagem utilizada é demasiado técnica ou porque sente que o profissional não o está a compreender. Estas situações são normalmente ultrapassáveis utilizando algumas técnicas de comunicação.

No entanto, há circunstâncias particularmente difíceis, em que está tão perturbado que ter alguém que o acompanhe e apoie pode ser fundamental para obter o melhor serviço e garantir que os seus direitos são respeitados. A maior parte das pessoas não pensa em pedir apoio quando utiliza os serviços de saúde. Sentem que podem falar, atuar em seu nome e defender os seus interesses sozinhos.

No entanto há alturas em que um apoio extra é importante:

  • Quando está demasiado doente para fazer perguntas, prestar atenção ou defender os seus direitos;
  • Quando está a ter dificuldades em obter a informação de que necessita;
  • Quando se sente confuso com a quantidade de informação;
  • Quando sente que ninguém o ouve ou satisfaz aos seus pedidos;
  • Quando está numa situação de conflito com alguém da instituição ou com a própria instituição;
  • Quando está demasiado perturbado com a situação para poder falar calmamente sobre o que o incomoda.

Quem pode ser um Patient Advocate?

O seu Patient Advocate deve ser alguém:

  • Que o respeita e em quem confia;
  • Que o deixa decidir;
  • Que o ajuda a perceber quais são as suas opções;
  • Que o estimula a falar por si próprio;
  • Que o defende se lhe pedir;
  • Que respeita as suas decisões.

Como escolher um Patient Advocate?

Tenha em conta estas questões pergunte a si próprio:

  1. Quem é que eu conheço que é um bom ouvinte? Quem é que está disposto a ouvir-me e está interessado em saber quais são as minhas necessidades? E no que é que eu gostaria que ele me apoiasse? Eu não quero alguém que assuma o controlo da situação e que decida fazer aquilo que ele acha que é melhor para mim;
  2. Quem é que eu conheço que estaria disposto a estar a par dos meus problemas de saúde de forma a poder apoiar-me eficientemente nas minhas necessidades de saúde?;
  3. Quem é que eu conheço que eu sei que não se importará de fazer perguntas e ajudar-me no caso de eu não as conseguir fazer sozinho? E quem é que está disposto a continuar a fazer perguntas até sabermos exatamente todas as alternativas que tenho?;
  4. Quem é que eu conheço que eu sei que tem facilidade em trabalhar em equipa e em interagir com outras pessoas de forma a obter toda a informação necessária?;
  5. Quem é que eu conheço que eu sei que pode pressionar os profissionais de saúde responsáveis, se necessário, sem que essa pressão me isole ou ponha em causa o apoio que me prestam?;
  6. Quem é que eu conheço suficientemente forte para não desistir e ultrapassar as barreiras necessárias para obter o resultado de que eu preciso?;
  7. Quem é que eu conheço que fala a mesma língua e tem as mesmas crenças que eu? Será que esta pessoa me pode ajudar a compreender e a comunicar, se for necessário?

Saiba como se tornar um Patient Advocate. Ou ajude um familiar ou amigo a tornar-se um Patient Advocate. Desta forma podem apoiar-se mutuamente caso seja necessário.

Para saber mais consulte: http://atuasaude.org/wp-content/uploads/2017/08/checklist_patient_advocate.pdf

Fonte: http://atuasaude.org/patient-advocate

     

Autores:
Maria Helena Junqueira
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Serviço de Medicina do Hospital de Pombal – Centro Hospitalar de Leiria EPE
[email protected]

Pedro Quintas
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na área de Enfermagem de Saúde Familiar - Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal
[email protected]

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
Os fármacos usados durante os tratamentos de fertilidade não aumentam o risco de desenvolver cancro de mama, segundo uma nova...

Investigadores do King's College London, em parceria com a King's Fertility, analisaram os dados de 1,8 milhões de mulheres submetidas a tratamentos de fertilidade, que foram acompanhadas em estudos ao longo de 27 anos e que não tiveram aumento no risco de desenvolver cancro de mama.

Os tratamentos de fertilidade podem incluir o uso de medicamentos para aumentar a libertação de um óvulo num ciclo natural feminino ou um tratamento mais complexo, como o IVF, que envolve estimular o ciclo do ovário da paciente, extrair óvulos, fertilizá-los com esperma num laboratório, e depois transferir o embrião para o útero para se desenvolver.

Os medicamentos usados para estimular os ovários a libertar ovos têm sido usados para tratar a infertilidade desde o início dos anos 60. Estes aumentam a produção hormonal do estrogénio e podem agir sobre as células mamárias, daí que existissem dúvidas sobre o seu potencial no aumento do risco de cancro de mama.

Esta investigação analisou estudos de 1990 a janeiro de 2020. Foram incluídas neste estudo mulheres de todas as idades reprodutivas. "Os investigadores não encontraram um aumento significativo no risco para as mulheres expostas ao tratamento quando comparadas a mulheres não tratadas, e mulheres não tratadas que eram inférteis”, refere um autor do estudo.

Segundo o investigador, Yusuf Beebeejaun, “tratamento de fertilidade pode ser uma experiência emocional. As pacientes perguntam-nos frequentemente se tomar medicamentos estimulantes para os ovários as colocará em risco acrescido de desenvolver cancros, incluindo o cancro de mama. Para responder a essa importante questão clínica, procedemos a esta revisão que reporta dados de quase 2 milhões de pessoas”.

''O nosso estudo mostrou que o uso de medicamentos para estimular ovários no tratamento de fertilidade não colocou as mulheres em risco aumentado de cancro de mama. Este estudo fornece as provas necessárias para tranquilizar as mulheres e os casais que procuram tratamentos de fertilidade”, acrescentou Sesh Sunkara, autor sénior do artigo.

Para Katy Lindemann, uma defensora das mulheres com experiência vivida de tratamento de fertilidade, “este estudo não só dá tranquilidade às mulheres a nível emocional, como também nos permite tomar decisões mais informadas sobre riscos e benefícios de tratamento a nível racional."

No entanto, para Kotryna Temcinaite, Senior Research Communications Manager da Breast Cancer Now, “embora esta análise dos estudos publicados existentes forneça garantias bem-vindas de que o tratamento de fertilidade não é suscetível de aumentar o risco de cancro da mama, são agora necessários estudos a longo prazo e detalhados para confirmar estes resultados”.

Esquizofrenia e confinamento
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a pandemia Covid-19 interrompeu ou suspendeu serviços essenc

Sendo o tratamento, habitualmente, um dos grandes desafios associados à esquizofrenia, que impacto terá tido a pandemia Covid-19 sobre estes doentes? Quais as principais consequências não só do isolamento e da suspensão de consultas ou tratamentos?

Esta é uma pergunta pertinente, visto que a Esquizofrenia (que tem diferentes tipos/quadros clínicos) é uma doença mental grave, normalmente associada a uma doença crónica, ou seja, com uma necessidade, considere-se significativa, de um acompanhamento especializado continuado – dependendo de cada caso - e até porque, na sua grande maioria, precisam de estar compensados medicamentosamente com antipsicóticos para combater a sintomatologia positiva/aguda da doença.

A verdade é que o anúncio dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de que estávamos diante de uma pandemia sanitária de contornos intangíveis gerou diversas mudanças no funcionamento da sociedade tal qual a conhecíamos: pessoas em quarentena, cidadãos preocupados por não poderem ficar em casa, funcionários em teletrabalho, escolas e universidades em formato de E@D, setores económicos encerrados, dificuldades no acesso a serviços essenciais, nomeadamente o da saúde, entre muitas outras.

Um inquérito divulgado pela Organização Mundial de Saúde confirma que a pandemia COVID-19 interrompeu ou suspendeu serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países do mundo, numa altura em que a procura e necessidade de assistência aumentou e continua a aumentar exponencialmente.

Aliás, segundo um estudo recente do Instituto Nacional Ricardo Jorge, 7 em cada 10 portugueses em quarentena acusaram um sofrimento psicológico significativo. Mais de metade dos portugueses que ficaram em casa por prevenção ou por terem sido infetados pelo SARS-COV 2 – COVID – 19 – apresentaram sintomas de depressão moderada a grave.

Numa primeira instância, é certo e verdadeiro, Portugal foi dos poucos países onde a procura de apoio psicológico aumentou e a assistência fornecida foi, de igual modo, concedida/acompanhada, ou seja, o acesso aos serviços de saúde mental – embora que em formato digital/à distância na maioria dos casos – continuou a existir no nosso país, especialmente na apelidada primeira vaga, estado de emergência nacional com confinamento geral.

No entanto, com a pandemia aumentaram significativamente as situações de incerteza profissional, desemprego, problemas acrescidos na prestação de cuidados básicos (ex.: habitação/rendas; prestações, educação, saúde, alimentação, entre outros), ambientes familiares tensos – muitas vezes com problemas conjugais e familiares acrescidos -, que afetaram o modo de vida dos portugueses de forma intangível.

Estas situações, associadas ao “princípio da incerteza” que esta pandemia trouxe – não sabemos ainda quando, nem como vai terminar – tem, obviamente, consequências para todos, ainda mais para quem apresentava já uma doença mental grave antes da pandemia, como é o caso da Esquizofrenia, que viram exacerbados inevitavelmente os sintomas e a sintomatologia que já apresentavam.

Ora, estas consequências, em primeira instância, além das obvias para as pessoas com experiência de doença mental grave, trouxeram, inevitavelmente, maior pressão e maior tensão para as famílias e/ou cuidadores informais.

De um modo geral, o que pode condicionar o bom prognóstico/ evolução desta doença? Quais são os principais pilares para o tratamento da esquizofrenia?

Assim de forma muito genérica, mas tentando ser claro, curto e conciso, afirmo logo à partida que quanto mais rápido se estabelece um diagnóstico como o da Esquizofrenia, maior é a probabilidade do tratamento, reabilitação ou reinserção da pessoa ter sucesso. Ou seja, quanto mais célere e maior for o acesso aos cuidados de saúde, melhor é o prognóstico e maior são as probabilidades de uma doença – que com o tempo tem tendência a criar uma incapacidade psicossocial crescente – ter sucesso!

Uma das principais razões pela qual luto e acredito na reforma traçada para o nosso país – Plano Nacional para a Saúde Mental da Direção do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral de Saúde/Ministério da Saúde – é mesmo esta. Ou seja, sabendo de antemão, o que já fora feito, testado e comprovado em países que já a implementaram com sucesso, acredito muito que as medidas estruturais, funcionais e terapêuticas que estão em marcha (ainda que um pouco lentas) são o principal “comprimido” para facilitar o recovery, ou seja, a reabilitação clínica e pessoal, da pessoa.

Se todos conseguissem ter acesso, qual seria o melhor modelo de tratamento para a esquizofrenia?

Como não estamos a falar de uma doença física, a resposta a esta questão torna-se sempre um pouco mais difícil de generalizar porque depende sempre de vários fatores como, por exemplo, a pessoa/o caso em si (fatores de manutenção da doença, fatores precipitantes da doença e fatores predisponentes da doença), assim como, os fatores contextuais (familiares, académicos/educacionais, profissionais, etc.) em que a pessoa se encontra, as suas aspirações, sonhos e (in)capacidades ou, por exemplo, a frequência, intensidade e duração da sintomatologia que apresentam.

É importante relembrar que a Esquizofrenia não é passível de ser identificada pela prova anatómica e/ou biológica, o seu diagnóstico é feito tendo por base a análise clínica dos sintomas, por vezes numerosos e muito complexos, estando estes divididos em sintomas positivos – ou agudos (disfunções das funções cerebrais) - e sintomas negativos – ou crónicos (perda ou diminuição dessas funções). Ora, muitas vezes, o que acontece é que os subtipos de Esquizofrenia se diferenciam entre si apenas quanto à sintomatologia positiva. Os sintomas negativos apresentam-se como sendo relativamente comuns em todos os subtipos, ou seja, surgem como consequência da doença na vida das pessoas e no seu mundo envolvente. Por causa desta doença, é frequente que percam o emprego, se divorciem ou separem, se tornem novamente dependentes dos pais, se isolem e reduzam, significativamente, o seu número de contactos sociais e relacionais. E para este tipo de problemas não há “comprimido” que resulte, a não ser a facilidade e a rapidez no acesso a estruturas e intervenções especializadas, programas de reabilitação psicossocial ou da metodologia recovery.

Pela experiência que tenho, e que temos na RECOVERY, muitos são os relatos dos doentes e seus familiares/cuidadores informais que se resumem à seguinte frase: «parece que assisti à morte da pessoa tal como a conheci!». Na RECOVERY (www.recovery.pt), o tratamento e a reabilitação de pessoas portadoras de esquizofrenia e seus familiares/cuidadores são, de facto, uma das nossas maiores especialidades. É uma perturbação que tantas “pessoas fantasma” afeta e com a qual muitas famílias desamparadas sofrem “em silêncio”, sem compreensão, sem compaixão, sem apoio.

Sabemos, de antemão, que é necessária uma intervenção combinada, ou seja, medicamentosa para controlar os sintomas positivos (atividades delirantes, alucinações, etc.) e de reabilitação psicossocial para trabalhar a sintomatologia negativa e crónica, devolvendo a esperança e o controle novamente destas sobre as suas vidas.

Estamos cientes de que esta é uma doença que afeta a autonomia das pessoas e com uma elevada taxa de incapacidade psicossocial. No entanto, sabemos, de igual modo, que quanto mais cedo esta é identificada e quanto mais cedo a ajuda especializada é alcançada, maior é a probabilidade de prognóstico e sucesso no futuro destas pessoas. Sabemos, com propriedade, que a recuperação (clínica e pessoal) é possível! As pessoas podem atingir o recovery com este tipo de perturbação, podendo sentir-se novamente úteis na sociedade, quer a nível profissional, quer educacional, familiar ou outros.

Qual o papel da família e amigos neste percurso? Devem estes serem incluídos no tratamento?

Até ao momento uma das grandes fragilidades do nosso sistema nacional de saúde (que inclui o SNS e o setor convencionado/social/privado) na saúde mental tem sido aquilo que se chama de “sistema de porta rotativa”. Quer isto dizer que é habitual encontrar nos relatos das pessoas com esquizofrenia e seus familiares/cuidadores o facto de após o primeiro episódio psicótico terem que andar de porta em porta à procura de respostas e ajuda, sendo que, com o avançar do tempo muitas destas pessoas acabam por cair no que abordei na questão anterior – desemprego, perda de autonomia (tornam-se dependentes de elementos da família/cuidadores informais), incremento de incapacidade psicossocial, estigma, perda de ligação com a comunidade, vida social, amigos, etc.

Ora, quando se inicia um processo de reabilitação, em que a pessoa com experiência de doença mental grave é devidamente incluída numa ótica não prescritiva de intervenções e soluções (ou seja, é envolvida enquanto agente determinante no seu processo), torna-se óbvio que a família e a rede de suporte social se tornam determinantes para uma devida recuperação clínica e pessoal, assim como, reinserção a vários níveis. 

Se com o avançar do tempo a tendência é o aumento da tensão com os familiares e a diminuição a 0/1 amigos, pode-se inferir com propriedade, que estes – familiares e amigos - são dois pilares/fatores determinantes no sucesso da reabilitação e reinserção destas pessoas, aliás quase diria de qualquer reabilitação, quer se tenha um problema de saúde mental ou não.

Qual o objetivo maior do tratamento para a esquizofrenia? Sei que esta pergunta é muitas vezes repetida, mas o doente com esquizofrenia pode ter uma atividade profissional e uma vida perfeitamente normal se tratado?

Se há algo de positivo que podemos retirar como conclusão do aparecimento da pandemia SARS-COV-2 COVID-19 nas nossas vidas é o facto de se ter tornado óbvio que não podemos/devemos dissociar a pessoa do seu contexto, algo que as evidências científicas já há muitas décadas haviam comprovado.

O sucesso da superação desta doença depende muito de caso para caso e depende sempre de muitos fatores, nomeadamente, e indo ao encontro da vossa questão, da sociedade em que vivemos estar ou não sensível e direcionada para a inclusão destas pessoas e dos seus cuidadores de uma forma verdadeiramente justa, equitativa e dignificadora dos seus direitos, liberdades e garantias!

Sim, estas pessoas – em muitos casos e dependendo do nível de autonomia e incapacidade psicossocial que tenham – podem voltar a ter um controlo novamente sobre as suas vidas a todos os níveis – profissional, familiar, educacional, social, pessoal. No entanto, aqui não podemos apenas dizer que depende deles!

Acredito que também as famílias tenham sentido bem o impacto do confinamento. Para elas, que estratégias deviam ser adotadas para aliviar o peso da doença dos seus familiares?

Sim, o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas, com ou sem antecedentes de doença mental, é hoje uma realidade científica. Para os que não tinham antecedentes, assistimos a um incremento no número de quadros clínicos na área da ansiedade, depressão e problemas de desenvolvimento (esta última, mais nas crianças e jovens). Para os que já apresentavam uma doença mental grave, assistimos, na maioria dos casos, a um exacerbamento inevitável da sintomatologia que já tinham, onde acresceram os constrangimentos e dificuldades que já falei anteriormente e que, no fundo, todos sentimos na pele. 

Como diminuir a carga nos familiares/cuidadores? Há medidas que são estruturais e dependem dos organismos competentes na área da saúde, segurança social e justiça e que dependem sempre de quem nos governa – aqui, é urgente a implementação com autonomia do Plano Nacional para a Saúde Mental - e há medidas que podem ser tomadas pela estrutura familiar desde já: não ter estigma, aceitar a doença como um processo, procurar ajuda profissional e/ou estruturas na sociedade já existentes na sua área de residência, nunca falhar na medicação dos seus filhos para não descompensarem, criar rotinas próprias (hora de levantar, hora de descansar), alimentação equilibrada, retirar tempo para si mesmos no que concerne à sua atividade pessoal, profissional, recreativa e/ou de valorização pessoal.

Considera que as famílias conseguem ter tempo para se afastar desta realidade e ganhar forças?

Não, por isso é que falo que há medidas que são estruturais, ou seja, umas tem ainda que ser criadas e outras disseminadas no terreno por todo o território de forma equitativa e racional. Uma das medidas, no que concerne às famílias, que teria todo o sentido seria a da criação de respostas de descanso para o cuidador (não existem no nosso país). Depois, se existissem equipas e respostas clínico-comunitárias no número recomendado pelas instâncias internacionais competentes e previstas no plano nacional para a saúde mental, tudo facilitaria a vida dos familiares e/ou cuidadores informais que não teriam que ficar “fechados” em casa a gerir flutuações da saúde dos seus entes queridos muitas vezes num silêncio e isolamento cortante.

 Neste sentido, se um familiar sentir que não aguenta mais, a quem deve pedir ajuda?

Devem começar pelo terapeuta de referência por excelência, o médico que acompanha o seu filho(a). Outros técnicos especializados que também o façam. Devem procurar ajuda junto das estruturas que já existem na comunidade (na sua área de residência/região) – por exemplo, a RECOVERY IPSS, no Distrito de Braga (adultos)/Região Norte (Infância e Adolescência). Se tiverem algum problema em encontrar estruturas e ou respostas especializadas (infelizmente, são ainda em número reduzido e insuficiente) podem sempre contactar o Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral de Saúde, o SNS24 (fundamental em tempos de pandemia) ou até uma instituição especializada, como por exemplo, a RECOVERY IPSS da qual sou presidente – ver mais em www.recovery.pt – que podemos apoiar na procura dessa solução junto dos organismos competentes públicos e/ou convencionados, assim como, federativos. O importante é passar a mensagem que devem procurar ajuda, sempre!

Quais os principais erros que se cometem, de um modo geral, ao lidar com estes doentes e estas famílias? O que é que todos deveríamos saber para que não se sintam à margem?

Como em tudo na Vida, não é só na Saúde Mental, um dos principais problemas reside no facto de teimarmos em tratarmos da mesma forma tudo e todos. Não, a verdadeira inclusão nasce da ideia de equidade. Equidade é diferente de igualdade. E a verdadeira equidade significa tratar de forma “igual” o que é “diferente”. Todos somos seres humanos (aqui iguais), todos temos direitos, liberdades e garantias que tem que ser respeitados (aqui precisamos de mais recursos para sermos todos “iguais”). 

No âmbito deste tema que mensagem gostaria de deixar?

O recovery de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia é possível de ser alcançado. Mediante o grau de autonomia e incapacidade psicossocial, é possível que muitos possam ganhar novamente o controlo sobre as suas vidas e alcançar novamente momentos de felicidade e realização pessoal, profissional, familiar e social.

Como diria Albert Camus “a verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente”. O ser humano não é uma ilha isolada do resto do mundo, procure ajuda, sempre! Não estão sozinhos neste processo.

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Repelente de mosquitos, champô sólido e protetor labial
O Verão traz consigo mudanças no seu armário; e não só em termos de vestuário, mas também em termos

Verão 2021: repelente de mosquitos, champô sólido e protetor labial

Todos esperamos que o Verão de 2021 seja marcado pelo desconfinamento gradual. De acordo com os dados extraídos da plataforma da Mifarma by Atida, um dos produtos estrela deste Verão vão ser os repelentes anti mosquitos – porque nas suas férias as pessoas procuram estar em contacto próximo com a natureza.

“Recomendamos sempre opções que incluam ingredientes como óleo de lavanda e de citronela, uma vez que são repelentes muito poderosos e duradouros,” afirma Reme Navarro, farmacêutica e Business Strategy Director da Atida.

Por outro lado, os champôs sólidos também vão ser um dos must deste Verão: para além de serem uma opção portátil e ideal para viagens, há várias vantagens em utilizar este tipo de champôs, como a sua fórmula, que tende a ser menos agressiva, e o facto de respeitarem mais o meio ambiente.

O terceiro produto “estrela”, de acordo com os números da empresa, são os protetores labiais. No necessaire perfeito deste Verão não pode faltar um bálsamo, pois a pele dos lábios é muito fina e seca, e fica desidratada com muito mais facilidade que outras partes do corpo.

“Os lábios sempre foram a parte do corpo mais esquecida no Verão,” afirma Reme Navarro. “A minha recomendação? Escolher um protetor com ingredientes ultra hidratantes, como a camomila ou o mel, e com FPS médio-alto.”

Para completar os produtos de Verão, os óleos iluminadores para o corpo são sempre uma boa opção: não só realçam o bronzeado como também deixam um efeito radiante na pele.

Protetores solares e colagénio, os reis do Verão 2020

No ano passado, os portugueses sabiam o que queriam: os protetores solares eram os produtos mais procurados na plataforma da Mifarma by Atida.

“Embora seja necessário aplicar SPF 50+ durante todo o ano para proteger a nossa pela da radiação solar, normalmente, o consumo destes produtos dispara antes da chegada do Verão”, afirma Reme Navarro. “No ano passado, a consciência dos cuidados com a pele foi particularmente elevada, após meses de confinamento. Temos visto também um aumento nas vendas de produtos solares nos últimos meses, em comparação com 2020 e 2019”.

O colagénio foi outro produto com grande procura por parte dos portugueses, graças aos seus benefícios. É uma substância que melhora o estado da pele e pode protegê-la de agentes externos, como o sol ou a poluição. Além disso, também acelera os processos de cicatrização e pode ajudar a reduzir a celulite, a flacidez e as estrias.

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Até 15 de agosto
Decorrem até ao dia 15 de agosto de 2021 as candidaturas à 9ª edição do Prémio de Jornalismo na área da Dor, o prémio anual...

O valor total do prémio é de três mil euros. Ao jornalista vencedor é entregue um prémio no valor de dois mil euros e, ao segundo classificado, um prémio no valor de mil euros.

O prémio destina-se a todos os jornalistas, com carteira profissional válida, residentes em Portugal continental e Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, cujos trabalhos abordem qualquer tipo de dor, aguda ou crónica, e tenham sido publicados na imprensa - escrita e online -, televisão e rádio, desde o dia 1 de janeiro de 2020 até ao dia 30 de junho de 2021.

Cada candidatura deverá consistir no envio de um exemplar do trabalho, juntamente com carta de candidatura assinada pelo autor principal, e deve ser dirigida à Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor e ao Presidente da Fundação Grünenthal para [email protected] e [email protected].

O júri, composto por cinco membros - dois indicados pela APED, dois indicados pelo Sindicato dos Jornalistas e um pela Fundação Grünenthal - avaliará os trabalhos a concurso com base em critérios como a coerência com os objetivos do Prémio, a criatividade, a investigação, a relevância e a qualidade das peças. Poderão ser ainda entregues menções honrosas as quais não estarão associadas a qualquer valor pecuniário.

Na última edição do Prémio de Jornalismo na área da Dor, o 1.º prémio foi atribuído à jornalista Cristina Lai Men, da TSF, pela reportagem “Renascidos do Cancro”, e o segundo prémio atribuído à jornalista Susana Pinheiro, do Público, com a reportagem “Ir ao hospital fazer acupunctura, hipnose ou “reiki””. A Menção Honrosa foi atribuída à jornalista Susana Dias Oliveira, pela peça “Dor Crónica, Dor que mói”, publicada na Notícias Magazine.

Consulte o regulamento completo da 9.ª edição do Prémio Jornalismo na área da Dor http://www.fundacaogrunenthal.pt/premios-fundacao-grunenthal/premio-jornalismo  

 

 

Distinção internacional
Unidade de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Serviço de Ortopedia do Hospital CUF Descobertas acaba de ser nomeada "Teaching...

Segundo António Cartucho, coordenador da Unidade de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Serviço de Ortopedia do Hospital CUF Descobertas, “ser considerado "Teaching Center" desta que é a sociedade científica europeia mais prestigiada, na área do ombro e cotovelo, revela o reconhecimento da excelência da prática clínica, da atividade científica e da capacidade de ensino prático e teórico na área do ombro e cotovelo do Hospital CUF Descobertas”.

Para ser membro da SECEC é necessário preencher um exigente formulário curricular, requisito este que é cumprido por todos os Cirurgiões ortopedistas do núcleo do ombro e cotovelo do Hospital CUF Descobertas: “Desde há 15 anos que temos um programa de fellowship pelo qual passaram mais de 30 cirurgiões nacionais e internacionais”, revela o ortopedista. Trata-se de um estágio, com a duração mínima de 3 meses e máxima de 1 ano, onde é dada formação teórica e prática na área de cirurgia do ombro e cotovelo. Para tal, os fellows participam em todas as atividades do Hospital: desde a consulta, às cirurgias, às urgências que chegam ao Atendimento Permanente, às reuniões clínicas, até ao trabalho de investigação, com a produção de um trabalho científico para publicação.

“Agora, por sermos um centro credenciado pela SECEC, todos os cirurgiões ortopédicos europeus, com interesse na área do ombro, podem estagiar num centro credenciado em Portugal. Para tal terão de apresentar a sua candidatura através da SECEC preenchendo os requisitos necessários”, informa o coordenador da Unidade de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Serviço de Ortopedia do Hospital CUF Descobertas.

 

Estudo
Uma nova investigação, publicada na Revista Nature, vem mostrar que as pessoas que morrem de Covid-19 apresentam inflamação e...

As análises ao tecido cerebral de oito pessoas que morreram de Covid-19 e de outras 14 que morreram de outras causas mostraram "mudanças surpreendentes" no cérebro dos pacientes com coronavírus, disse à Reuters a investigadora da Universidade de Stanford,Tony Wyss-Coray.

A sua equipa, juntamente com colegas da Universidade de Saarbruecken, na Alemanha, analisou milhares de genes em cada uma das 65.309 células individuais retiradas de amostras de tecido cerebral.

Os investigadores descobriram ainda que genes relacionados com a cognição, esquizofrenia e depressão foram "ativados" mais frequentemente no cérebro de pacientes Covid-19.

Wyss-Coray disse ainda que a sua equipa não conseguiu encontrar o vírus no cérebro, sugerindo que "a infeção do vírus no resto do corpo pode ser suficiente para causar sintomas neurológicos, mesmo em pessoas que não morrem da doença".

 

Coronavírus no mundo
A Índia alertou, esta quarta-feira, que foi detetada uma mutação da variante Delta ainda mais infeciosa: a Delta Plus, da qual...

Devido a este alerta, alguns países ponderam já voltar atrás com algumas medidas de alívio.  Israel pode voltar a usar a máscara devido ao ressurgimento da doença em duas escolas. Já a Austrália está a enfrentar surtos persistentes de Covid-19, entre pessoas infetadas sem ter tido contacto físico com doentes. Ambos os países atribuem este aumento de novos casos à variante Delta.

A OMS, a CE e os peritos pedem cautela face a esta ameaça acrescida, uma vez que se trata de uma variante altamente infeciosa.

 

 

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