Investigação
Cientistas da Universidade Estatal de Iowa estão a usar inteligência artificial inovadora para estudar como o microbioma...

Gregory Phillips, professor de microbiologia veterinária e medicina preventiva na Faculdade de Medicina Veterinária da ISU e investigador principal na bolsa, disse que os investigadores estão focados em bactérias intestinais que se adaptaram para viver no sistema digestivo humano. Estas bactérias interagem com os sistemas hospedeiros para promover a saúde de várias maneiras.

"Estas (bactérias) encontraram no nosso intestino um ambiente onde podem prosperar, crescer, ajudando o nosso sistema digestivo a converter alguns dos alimentos que não temos a capacidade de digerir", revela.

Um microbioma saudável também afeta o sistema imunitário, e a equipa de pesquisa vai procurar partes do microbioma que influenciem a eficácia das vacinas. Como a pandemia coronavírus mostrou, nem todos respondem às vacinas de forma idêntica. O nível de imunidade conferido por uma vacina, bem como a durabilidade dessa imunidade, podem oscilar de um indivíduo para outro. Phillips e os seus colegas vão estudar se as condições do microbioma podem melhorar a resposta da vacina. Por exemplo, existem bactérias particulares cuja presença fortalece a resposta da vacina, ou mesmo genes particulares dentro das bactérias? E os humanos podem ajustar os seus microbiomas para otimizar a sua resposta à vacina, como por exemplo através do uso de probióticos?

Phillips vai liderar testes em ratos monitorizando mudanças na microbiota e resposta imune estimulada pela toma da vacina. Mas como as interações que os investigadores estão a observar são tão complexas, espera-se que as experiências gerem grandes quantidades de dados. É por isso que Phillips se juntou a cientistas da Universidade de Indiana para usar inteligência artificial para encontrar padrões em todos esses dados.

"Como cientistas, queremos encontrar causa e efeito", disse. "Queremos ir além das associações para chegar a causas, algo na microbiota que influencia o hospedeiro, pelo que as vacinas podem ser melhoradas."

O Departamento de Defesa americano está a financiar a investigação devido ao seu interesse em manter os combatentes no auge da saúde física. Phillips disse que os EUA enviam militares para todo o mundo, onde podem encontrar uma grande variedade de vírus e agentes patogénicos. “Melhorar a resposta às vacinas é uma forma importante de garantir que estes funcionários se mantenham saudáveis e ativos nas suas missões."

Mas a investigação também pode ter implicações para além das aplicações militares, disse Phillips. Os investigadores vão testar as vacinas que visam a proteína de pico do vírus SARS-CoV-2 para avaliar se as mudanças no microbioma podem melhorar as respostas imunes ao COVID-19. É provável que as suas descobertas se apliquem à saúde dos animais de estimação e dos animais de produção também.

Phillips será o principal investigador do projeto global e supervisionará as experiências de microbioma animal no Estado de Iowa. Michael Wannemuehler, professor de microbiologia veterinária e medicina preventiva e investigador do Instituto Nanovaccine, também contribuirá. Paul Macklin da Universidade de Indiana servirá como co-investigador principal e liderará a modelação de IA. Aarthi Narayanan, diretor de pesquisa de tradução e transferência de tecnologia na American Type Culture Collection, sediada na Virgínia, vai liderar as experiências de desafio viral.

Literacia em Saúde
Todos os profissionais, familiares e doentes têm responsabilidade na prevenção das IACS.

Assim, higienize sempre as mãos com água e sabão ou com uma Solução Antissética de Base Alcoólica (SABA) antes de comer, depois de utilizar as instalações sanitárias ou se tocar em algum objeto/equipamento que possa estar contaminado.

Peça aos seus familiares para perguntarem onde podem encontrar SABA para colocar perto de si (por ex. na mesa de cabeceira). Peça também aos seus familiares e visitas que higienizem as mãos assim que entrarem no quarto, antes de lhe tocarem.

Já ouviu falar nos 5 momentos para a Higiene das Mãos?

Estes momentos são válidos também para as visitas. Mostre aos seus familiares quando deve utilizar os cinco momentos para a higiene das mãos conforme apresentado na figura abaixo:

Se alguém se esquecer de higienizar as mãos, peça educadamente para o fazer mesmo aos médicos ou enfermeiros. Lembre-se que as luvas só protegem o doente se foram colocadas em mãos limpas (entre outras razões porque as luvas podem ter micro-perfurações não visíveis).

Se o profissional tiver de colocar um cateter central (por exemplo no pescoço, junto à clavícula ou na virilha) ou um cateter periférico, verifique se os profissionais cumprem sempre os seguintes procedimentos:

  • Higienizam as mãos imediatamente antes de tocar no doente e no cateter central ou periférico;
  • Usam instrumentos e materiais esterilizados;
  • Desinfetam a pele onde vai ser colocado o cateter central ou periférico;
  • Escolhem o local mais seguro para inserção do cateter (a veia da sub-clávia é o local mais seguro e menos propício para contrair infeções). Se escolherem a virilha pergunte-lhes “Qual o motivo”;
  • Usam lençóis limpos para cobrir o doente;
  • Estão a usar máscara;
  • Cobrem a área da intervenção com campos esterilizados;
  • Higienizam as mãos após retirarem as luvas.

Durante o tempo que o cateter central ou periférico estiver a ser utilizado os profissionais de saúde devem:

  • higienizar sempre as mãos antes de manipularem os cateteres ou as torneiras dos sistemas de administração de soros ou de medicamentos;
  • desinfetar com álcool a 70% as torneiras ou conexões dos sistemas antes da administração dos medicamentos.

Medidas Complementares:

Caso tenha dúvidas em relação ao estado de limpeza de algum dos objetos que se encontram no seu ambiente envolvente informe o enfermeiro ou responsável do serviço, ou peça aos seus familiares para o informarem de forma a procederem à limpeza dos objetos. Tenha igualmente atenção aos seus objetos pessoais como telemóveis, computador ou canetas (pode utilizar toalhitas para limpar os mesmos quando necessário).

É muito importante o estado de limpeza dos seguintes itens: Controlo da TV; telefone; suporte de soros; botão de chamada; maçanetas das portas; cadeira de levante; grades de cama; torneiras e cadeiras de rodas.

Atenção!

Chame o Enfermeiro se sentir ou verificar alguma alteração nos locais onde haja uma quebra da integridade da sua pele (local da cirurgia, local de inserção do cateter central ou cateter venoso periférico): sensibilidade, secreção, pús e/ou vermelhidão.

Se sentir ou verificar alguma das seguintes alterações na sua pele: feridas ou erupção cutânea.

Se tiver algum dos seguintes sintomas: calafrios, tremores, dor de cabeça, dores no corpo, confusão, diarreia, cólicas, dores intensas, náuseas, falta de apetite, pulsação acelerada, respiração acelerada ou tensão arterial muito baixa

Pergunte sempre que tiver dúvidas e não tenha receio de alertar os profissionais.

Fonte: http://atuasaude.org/wp-content/uploads/2017/08/checklist_atua_saude_infecoes.pdf

     

Autores:
Maria Helena Junqueira

Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Serviço de Medicina do Hospital de Pombal – Centro Hospitalar de Leiria EPE- [email protected]

Pedro Quintas
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária na área de Enfermagem de Saúde Familiar - Unidade de Cuidados na Comunidade Pombal - [email protected]

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Perturbações do olfato
O Kit TOP COVID, desenvolvido para treino do desvio olfativo destinado, em particular, a pacientes afetados pela COVID-19, vai...

Numa primeira instância, a utilização do kit resultará num ensaio clínico que vai permitir à comunidade médica e científica fazer história ao apoiar os setores de atividade mais impactados pela perda de olfato, bem como criar uma base de conhecimento para o futuro.

Com a missão de servir a comunidade e assente nas suas competências técnicas e científicas, a UA, em parceria com a Sogrape, partiu à procura de uma solução eficaz na recuperação e tratamento de desvios olfativos. Assim, nasceu o TOP COVID, um kit 100% vegetal para o treino de desvios olfativos, incluindo em pacientes com COVID-19.

O kit TOP COVID – Treino Olfativo Pacientes Covid-19 – é constituído por cinco discos de aromas naturais, criados a partir de matérias-primas 100% vegetais e sem qualquer tipo de conservante, como pó de alecrim, pó de casca de tangerina com pó de bagaço de Baga, pó de bagaço de Touriga Nacional com grãos de erva doce, pó de gengibre com pó de bagaço de Baga e folhas de orégãos. A seleção destes produtos teve como base a utilização racional dos recursos naturais e o facto de serem produtos conhecidos pela população portuguesa, que desencadeiam memórias olfativas positivas associadas a alimentos ou à natureza e nos permitiram criar várias notas de aromas, com diferentes intensidades.

A Sogrape, enquanto parceira do projeto, contribui com todo o seu know-how na análise de aromas, bem como com o fornecimento dos elementos vegetais que compõem o kit, com destaque para uvas de uma casta presente em muitos vinhos portugueses: a Touriga Nacional, proveniente das suas propriedades na região do Douro. “Parceira de longa data da Universidade de Aveiro, a Sogrape associou-se desde o primeiro momento a este projeto a favor da criação de conhecimento científico para apoiar a Comunidade, num passo alinhado com o seu compromisso para com a Sustentabilidade e, em particular, em prol do setor vitivinícola, em que a relação com o olfato é intrínseca”, explica Miguel Pessanha, Administrador da Sogrape e enólogo.

As perturbações do olfato têm um impacto direto na qualidade de vida, principalmente para quem tem neste sentido o seu principal instrumento de trabalho, como é o caso dos enólogos, mas também dos Chefs ou dos perfumistas. Não sendo exclusiva da infeção por SARS CoV-2, esta pandemia trouxe notoriedade a este tema, dado que está entre os sintomas mais prevalentes da doença.

Foi neste contexto que o grupo de investigação da Universidade de Aveiro, especializado na área da química de aromas e dos produtos naturais, desenvolveu o TOP COVID. De acordo Sílvia M. Rocha, professora do Departamento de Química e líder do grupo de investigação da UA, “É fundamental compreender que tipo de moléculas libertadas pelos discos de aromas são mais eficazes na recuperação do olfato ou se o seu impacto é igual nos diferentes tipos de desvios olfativos. Este conhecimento, que pode ser criado pela combinação de diferentes domínios de informação, é crucial para o desenvolvimento de futuras estratégias de intervenção no contexto clínico.”

Numa primeira fase, foram produzidos 100 kits doados ao Centro Hospitalar do Baixo Vouga que irá agora avaliar, através da realização de um ensaio clínico, em colaboração com a UA, a sua eficácia no treino de estimulação e regeneração do epitélio olfativo em indivíduos com comprovada perda olfativa e/ou com desvios olfativos resultantes da infeção pela COVID-19.

É de realçar, ainda, que este kit foi desenvolvido num forte compromisso com a sustentabilidade do produto. Os materiais são recicláveis e os elementos vegetais utilizados na produção dos discos foram selecionados de forma a valorizar produtos nacionais e locais. Mais tarde, existe ainda a hipótese deste kit vir a ser comercializado.

O kit vai ser apresentado numa sessão hoje, dia 30 de junho, a partir das 17h00, reservada a convidados, mas que poderá ser visualizada através da ligação: https://youtu.be/boOgAvZ15rs. A mesma contará com uma mesa redonda sobre o tema ‘Vamos falar de olfato’, que junta Lourenço de Lucena, compositor de perfumes e sensorialista, Luísa Azevedo, Diretora do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Baixo Vouga, Miguel Pessanha, Administrador Sogrape e enólogo, Ricardo Costa, Chef do restaurante The Yeatman, Sílvia M. Rocha, Professora do Departamento de Química da Universidade de Aveiro e especialista em química de aromas e Tiago Santos, Psiquiatra e Membro do Programa Nacional para Saúde Mental.

Ação lançada hoje nas redes sociais
Para apoiar doentes oncológicos, suas famílias e cuidadores, a Sanofi lança neste Dia Mundial das Redes Sociais, 30 de junho, a...

O tópico cancro apresenta um elevado número de pesquisas, no entanto, os temas relacionados com aconselhamento/como viver com cancro assumem-se como pouco desenvolvidos em Portugal. Além disso, a maioria da informação disponibilizada ao doente oncológico adota um carácter formal e analítico, e menos dirigido a preocupações reais específicas do doente oncológico e dos seus cuidadores, famílias e amigos.

Ultimamente, e tendo em conta o contexto pandémico, as Redes Sociais têm assumido uma importância crescente na vida de todos, mas mais ainda na vida de todos os que lidam com a complexidade da doença Oncológica.

‘Dar a Volta ao Cancro’, através de uma comunicação clara e pessoal, pretende fomentar a discussão e a partilha de experiências nas duas principais redes sociais, o Facebook e Instagram.

“Esta iniciativa, através de uma comunidade digital inclusiva e aberta ao diálogo quer ajudar a responder às reais necessidades do doente oncológico, dos seus cuidadores, família e amigos. Não queremos criar apenas mais uma comunidade para falar para as pessoas, queremos ajudá-las a dar a volta por cima, proporcionando informação sobre bem-estar psicológico, exercício, comunidade, hábitos, nutrição, entre outras”, afirma Francisco del Val, Country Lead Sanofi Portugal.

 

 

 

Reaproveitamento das folhas de mirtilo para gerar biomassa
O projeto BB RELeaf, liderado por Sofia Viana, docente da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra ...

O objetivo passa por “converter resíduos agrícolas em novos ativos de valor acrescentado, otimizando o rendimento de recursos naturais, fomentando circuitos de retorno e facilitando a transição para sistemas que exponenciem a bioeconomia circular”, explica Sofia Viana que, além de docente da ESTeSC-IPC, é investigadora integrada no Coimbra Institute for Clinical and Biomedical Research da Universidade de Coimbra. Os ensaios pré-clínicos realizados pela equipa BB RELeaf (que integra o projeto “Biomassa inovadora da folha senescente do mirtilo: convertendo resíduos em recursos nutracêuticos sustentáveis de valor acrescentado”) demonstram os benefícios funcionais das biomassas geradas a partir das folhas de mirtilo, cuja aplicação poderá ser possível em três segmentos de mercado: como aditivo antioxidantes de base natural; como ingrediente funcional para rações animais superiores; e como suplemento nutracêutico.

A ideia é que a participação no concurso “From Linear to Circular Ideas” sirva de alavanca para a abertura do projeto ao mercado. “O objetivo do concurso é fomentar a transferência de conhecimento da academia para a sociedade, através do estreitamento de relações com o tecido empresarial das equipas cujos projetos foram considerados mais inovadores, disruptivos e com potencial de acrescentar valor. É esta agora a expectativa”, assume Sofia Viana.

Promovido pela Rede Campus Sustentável, o concurso “From Linear to Circular Ideas” – que se realizou este ano pela primeira vez –  contou com 144 participantes, de mais de 20 Instituições do Ensino Superior português e brasileiro.

 

 

CoronaVac
A China aprovou, no início do mês, a vacinação de crianças e jovens entre os três e os 17 anos de idade, devendo ser cumprido o...

A notícia foi confirmada pela televisão estatal CCTV, seguindo-se as explicações do subdiretor da Comissão Nacional de Saúde (CDC), Zeng Yixin, à agência Xinhua. De acordo com o especialista, o objetivo é que pelo menos 70% da população seja vacinada antes do final do ano.

Segundo as autoridades sanitárias vacinar crianças é fundamental para o país alcançar a imunidade de grupo. "A China usará vacinas para crianças com cautela, distinguindo-as em diferentes faixas etárias ou inicialmente vacinando as que vivem em regiões mais suscetíveis ao vírus", disse um porta-voz do CDC citado pelo El Mundo.  

Embora o uso de vacinas em menores tenha vindo a ser um tema controverso devido à falta de dados e ensaios clínicos, o Canadá foi o primeiro país a aprovar vacinas para crianças com idade igual ou superior a 12 anos. Os Estados Unidos, o Reino Unido e Singapura juntaram-se então à aprovação da vacina de coronavírus Pfizer/BioNTech para utilização em crianças destas idades.

Resposta imunitária da CoronaVac alcançada em 96% das crianças vacinadas

Na segunda-feira, a revista científica The Lancet publicou os resultados de um ensaio clínico com a vacina CoronaVac em crianças e adolescentes dos 3 aos 17 anos, sugerindo que esta é  segura e desencadeia uma forte resposta de anticorpos entre as crianças. "Mais de 96% das crianças e adolescentes que receberam duas doses da vacina, fabricada pela Sinovac, desenvolveram anticorpos contra a SARS-CoV-2. A maioria das reações adversas foram leves ou moderadas, sendo a dor no local da injeção o sintoma mais relatado", lê-se no estudo. "Apenas uma reação adversa grave, um caso de pneumonia, foi reportada no grupo de controlo; no entanto, isso não estava relacionado com a vacina", continua.

O ensaio clínico foi realizado na China, no condado de Zanhuang, uma área rural da província de Hebei, no norte do país, e envolveu 550 crianças saudáveis. "As crianças e adolescentes com Covid-19 geralmente têm infeções ligeiras ou assintomáticas em comparação com adultos; no entanto, um pequeno número pode ainda estar em risco de doença grave. Podem também transmitir o vírus a outros, pelo que é vital testar a segurança e eficácia das vacinas em faixas etárias mais jovens", explica no relatório Qiang Gao, vice-presidente de investigação e desenvolvimento da Sinovac.

O estudo também chama a atenção para uma secção que indica que as respostas imunitárias entre crianças e adolescentes são superiores às de adultos entre os 18 e os 59 anos e às dos idosos com idade igual ou superior a 60 anos. "A nossa constatação de que a CoronaVac foi bem tolerada e induziu fortes respostas imunitárias, sugerindo que estudos adicionais noutras regiões, envolvendo populações maiores e multiétnicas, podem fornecer dados valiosos para definir estratégias de imunização envolvendo crianças e adolescentes", nota Qiang.

O relatório da Lancet diz que não foram detetadas diferenças significativas na resposta imunitária numa análise das faixas etárias que participaram no ensaio. Embora reconheça algumas limitações no estudo. "As respostas das células T, que desempenham um papel importante nas infeções SARS-CoV-2, não foram avaliadas no estudo, embora tenham sido investigadas em estudos relacionados.

Por outro lado, não foram disponibilizados dados sobre segurança a longo prazo e resposta imunitária, embora os participantes sejam monitorizados durante pelo menos um ano. “Devido ao reduzido número de participantes no estudo, os resultados devem ser interpretados com cautela, uma vez que não foi possível tirar conclusões estatísticas sólidas”, sublinham os autores.

Vídeos e infografias
A Associação Portuguesa para as Doenças Congénitas da Glicosilação e Outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG), em conjunto com...

De acordo com Vanessa Ferreira, fundadora da APCDG e co-fundadora e investigadora da rede de investigação CDG & Allies – PPAIN: “Os ensaios clínicos no âmbito das CDG são complexos e não estão acessíveis ao público em geral, pelo que consideramos de extrema importância clarificar alguns conceitos.”

“O acesso à informação sobre saúde, torna as pessoas mais autónomas em relação à sua saúde e à dos que as rodeiam. Neste sentido, produzimos uma série de materiais educativos, tais como vídeos e infografias, de forma a simplificar a linguagem científica das CDG, que é na sua maioria complexa de descodificar", acrescenta. 

Os materiais educativos estão disponíveis em https://worldcdg.org/resources

Ainda com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todos os que vivem com CDG e identificar as suas principais necessidades, está a decorrer a segunda fase do estudo internacional “CDG Experiences over time from families and professionals views”, destinado a famílias e profissionais CDG. Só através destas diferentes perspetivas é possível oferecer uma resposta adaptada às necessidades de todos aqueles que vivem com esta doença.

As CDG são um grupo de 150 doenças hereditárias que afetam a glicosilação, um processo pelo qual todas as células humanas acumulam açúcares de cadeia longa que estão ligados a proteínas ou lípidos (gorduras), essenciais para muitas funções biológicas. Estas doenças são altamente incapacitantes, com uma elevada taxa de mortalidade pediátrica e com significativo impacto negativo na qualidade de vida dos doentes e das famílias. As CDG são uma família de doenças muito raras, estimando-se que a forma mais comum (PMM2-CDG) tenha uma incidência de 1 em cada 20 mil pessoas.

 

Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica e AMYRIS lançam iniciativa
Chama-se Amyris Innovation BIG Impact Award e pretende distinguir um projeto inovador na área da Biotecnologia. Este concurso,...

De acordo com Hugo Choupina, co-organizador do prémio e do 3ª Fórum de Inovação em Biotecnologia “Fostering Smart Innovation Synergies”, que se realiza a 9 de outubro, “o Amyris Innovation BIG Impact Award pretende distinguir ideias e/ou projetos de base biotecnológica que desenvolvam produtos/soluções inovadoras e sustentáveis em diferentes áreas (combater doenças raras e debilitantes, reduzir a pegada ambiental, a produção industrial segura e eficiente, energia limpa, entre outros), tendo potencial para terem um tremendo impacto positivo para a Sociedade e para o Planeta.”

Para Ana Leite Oliveira, co-organizadora e docente da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, embora o desafio seja grande, "em Portugal existe capacidade para responder positivamente com muitos e bons projetos.”

As candidaturas ao novo prémio Amyris Innovation BIG Impact Award, lançado pela Alumni da Escola Superior de Biotecnologia e a Universidade Católica no Porto, em parceria com a Amyris Bio Products Portugal estão abertas até 22 de julho de 2021. O primeiro passo é a submissão de um Extended-Abstract através do site da Conferência

Após a submissão e o cumprimento de todos os requisitos, o júri analisará o grau de inovação, o potencial no mercado e a questão da sustentabilidade económica e ambiental. Os projetos finalistas serão apresentados a 9 de outubro no 3ª Fórum de Inovação em Biotecnologia “Fostering Smart Innovation Synergies”. As três equipas com melhor classificação, atribuída por uma Comissão Científica e pelos participantes no Fórum, ganharão um prémio monetário patrocinado pela Amyris Inc.

Na edição deste ano do Fórum de Inovação em Biotecnologia “Fostering Smart Innovation Synergies”, a importância da interdisciplinaridade e das sinergias para a Inovação dão o mote para vários painéis com temas relacionados com a Economia, Ética, Direito, Comunicação e Sustentabilidade. 

 

 

Junho, mês da Consciencialização da Fertilidade
A fertilidade da população tem vindo a diminuir nas últimas duas décadas e, ao mesmo tempo, verifica

A infertilidade é uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (O.M.S). Define-se como a incapacidade de um casal conceber ou levar a bom termo uma gravidez, depois de um ano de relacionamento sexual regular sem qualquer proteção. Estima-se que em Portugal, a infertilidade possa atingir cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva.

Existem diferentes causas de infertilidade, não estando sempre associadas à mulher. Cerca de 20 a 30% das situações devem-se a fatores masculinos, maioritariamente relacionadas com o número, mobilidade, qualidade e ou ausência de espermatozoides. Entre 30 a 40% das situações são por fatores femininos, tais como, alterações hormonais, ausência da ovulação, obstrução das trompas e doenças uterinas. Aproximadamente 30% das causas referem-se a ambos os elementos do casal e 5 a 10% dos casos são causas desconhecidas.

A infertilidade também pode ter uma origem genética e atualmente também está associada aos “life style factors”, como o tabaco, o álcool, as drogas, a obesidade e o sedentarismo. Por exemplo, o tabaco tem componentes tóxicos que reduzem a probabilidade de engravidar e diminuem o sucesso dos tratamentos de fertilidade.

Cada vez mais, as mulheres oriundas de países ocidentais adiam a sua primeira gravidez. Justificam esta decisão nos vários fatores como a evolução da sua formação académica, nos projetos profissionais, alegam ainda motivos de ordem financeira e de instabilidade conjugal. Além das questões sociais e económicas, é preciso ter em conta que a probabilidade de engravidar decresce com a idade, mais acentuadamente a partir dos 35 anos. Sendo a taxa de conceção natural duma mulher aos 40 anos inferior a 10%. Felizmente, é possível recorrer à Procriação Medicamente Assistida (PMA), com a ajuda de equipas multidisciplinares.

As mulheres e casais não devem ter receio ou adiar a realização de análises e exames indicados por médicos especialistas, sobretudo quando há suspeita de alguma situação. Cerca de 85% das causas de infertilidade são diagnosticadas e com os resultados é feita a abordagem e terapêuticas mais adequadas para resolução da infertilidade. Esta pode ser mais simples, como uma Indução de Ovulação ou Inseminação Artificial Intrauterina (IIU) ou recorrer a tratamentos com técnicas laboratoriais mais invasivas como a Fertilização in vitro (FIV) ou Microinjeção intracitoplasmática de espermatozoides, vulgarmente conhecida por ICSI. As taxas de sucesso variam entre os 10% e os 50%, consoante os tratamentos realizados. Em 2019, 3,5% do total das crianças nascidas em Portugal resultaram destes tratamentos, segundo os dados do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA).

Tem também vindo a crescer a necessidade de tratamentos com recurso a doação de gâmetas e embriões. Em Portugal, a utilização de óvulos e espermatozoides de dadores é legal, como está descrito na Lei n. º32/2006 e n. º48/2019. Existem indicações clínicas para ambos os casos. Nas mulheres, por ausência ou insuficiência congénita dos ovários, eliminação cirúrgica dos ovários, pelo envelhecimento ovárico natural ou precoce em mulheres com idade acima dos 35 e sobretudo com mais de 43 anos. Nos homens, a principal indicação é a ausência total de espermatozoides. Doenças de origem genética e tratamentos de quimioterapia (doenças oncológicas) são também indicação para o recurso de gâmetas doados. Nos tratamentos com doação de óvulos as taxas de sucesso são de 50 a 60%. Com a doação de espermatozoides, as taxas de sucesso variam entre os 20 e os 50%, consoante a técnica de Inseminação utilizada.

A incidência das doenças oncológicas em mulheres e homens cada vez mais jovens tem igualmente incrementado. O tratamento destas doenças tem como base drogas citotóxicas ou radiações que podem destruir os gâmetas femininos e masculinos, tornando a mulher e o homem inférteis. É necessário continuar a informar sobre a atual possibilidade de preservar a fertilidade, através do congelamento dos óvulos, dos espermatozoides, tecidos ovárico e testicular. A preservação da fertilidade é também indicada para doenças autoimunes, genéticas, ou noutras situações clínicas que o justifiquem. Com as mais recentes técnicas de congelamento conseguimos ter taxas de sobrevivência celular alta e também boas taxas de sucesso nos tratamentos de infertilidade.

Penso que a «take home message» é não adiar a decisão de engravidar depois dos 35 anos de idade, como melhor forma de promover a fertilidade.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais 1746 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e seis mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela onde se registou o maior número de mortes – cinco – em todo o território nacional, seguida da região Norte com uma morte, mostra o boletim divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

De acordo com o documento, foram ainda diagnosticados 1746 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 965 novos casos e a região norte 361. Desde ontem foram diagnosticados mais 152 na região Centro, 30 no Alentejo e 180 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 11 infeções e 47 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 492 doentes internados, menos 10 que ontem.  No entanto, as unidades de cuidados intensivos têm agora 119 pacientes, mais quatro doentes internados que no dia anterior.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 1.677 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 827.969 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 32.134 casos, mais 63 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 1.058 contactos, estando agora 51.109 pessoas em vigilância.

Barómetro Europeu do Observador Cetelem
A telemedicina assumiu um papel crucial na prestação de cuidados médicos à população, nestes tempos de pandemia. A...

Segundo o Barómetro Europeu do Observador Cetelem, 18% dos portugueses inquiridos, e 21% dos europeus, já experimentou este serviço e vão continuar a fazê-lo. Entre os portugueses que ainda não recorreram à telemedicina, são cerca de 50% os que admitem querer utilizá-lo no futuro, mais 13 pontos percentuais face à média europeia (37%).

Apesar de os cidadãos terem recorrido mais à telemedicina, ainda estão céticos em relação a este serviço, sendo que apenas 43% dos portugueses estão satisfeitos com a qualidade da telemedicina no país, um valor próximo da média dos 15 países europeus (45%) onde se realizou o inquérito.

Quando questionados sobre as mais-valias da telemedicina, 62% dos portugueses (58% dos europeus) consideram que o seu desenvolvimento é bom para os profissionais de saúde e para os pacientes (50% respetivamente). 56% dos europeus também consideram que os governos têm feito um bom trabalho no apoio e desenvolvimento da telemedicina, estando Portugal no quarto lugar dos países que mais concordam com esta afirmação (65%).

Apesar de a maioria dos portugueses, e dos europeus, associarem termos negativos à vida sem contacto impulsionada pela Covid-19, a área da saúde e segurança é a única onde os inquiridos veem mais benefícios na utilização de soluções tecnológicas (44%), sendo os portugueses os mais otimistas quanto aos benefícios nesta área (63%).

Entre os 15 países europeus onde foi realizado o inquérito, Polónia (30%), Reino Unido (28%) e Suécia (27%) são os três onde mais inquiridos confirmaram já terem utilizado a Telemedicina. Bulgária (7%), Bélgica (8%) e Eslováquia (9%) estão entre os países com menos adesões.

Para os Suecos (64%), a telemedicina está mais do que aprovada, e a maioria dos Britânicos (55%), Franceses (53%) e Alemães (51%) também demonstra estar bastante satisfeita. Países como a Roménia (28%), Hungria (28%) e Bulgária (17%) são os mais críticos.

 

Projeto "Ianda Guiné Saúde - Reforço do Sistema de Saúde da Guiné-Bissau"
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vai ajudar na melhoria dos recursos humanos em saúde na Guiné-Bissau,...

A ESEnfC vai trabalhar em estreita ligação com a Escola Nacional de Saúde (ENS) deste país africano, no sentido de reunir as condições para a criação do curso de licenciatura em enfermagem nesta instituição.

Esta cooperação enquadra-se no projeto "Ianda Guiné Saúde - Reforço do Sistema de Saúde da Guiné-Bissau", apoiado com dois milhões de euros pela União Europeia e com um cofinanciamento de mais 140 mil euros do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, IP (Ministério dos Negócios Estrangeiros), entidade gestora, e da Fundação Calouste Gulbenkian.

«Este programa visa contribuir para a cobertura universal de saúde na Guiné-Bissau, através do fortalecimento da governação do sistema nacional de saúde e da melhoria da qualidade e quantidade dos seus profissionais de saúde», afirma Fernando Amaral, docente da ESEnfC que coordena esta prestação de serviços no "Ianda Guiné Saúde", com a colaboração, entre outros, dos professores Maria da Conceição Bento, Manuela Frederico Ferreira, Rui Baptista, Verónica Coutinho e Jorge Apóstolo.

Para Fernando Amaral, «tendo em conta as caraterísticas deste projeto, era exigido que os envolvidos tivessem o conhecimento suficiente dos sistemas de organização do ensino da saúde e da saúde, quer da Guiné-Bissau, quer de outros países».

«A ESEnfC entra no projeto por ter uma experiência acumulada de internacionalização, de participação, com outras escolas e universidades, nos processos de mudança dos seus perfis de formação de profissionais de enfermagem» e, «também, pela possibilidade de disponibilizar percursos de formação avançada de mestrado a guineenses», com cujas instituições já vem cooperando - assinou, em junho de 2017, um protocolo de cooperação com a ENS da Guiné-Bissau -, explica, ainda, o especialista em Gestão e Economia da Saúde.

O projeto "Ianda Guiné Saúde" prevê, também, a formação de médicos guineenses, nas áreas da cirurgia, cirurgia ginecológica, anestesiologia e saúde pública. Contando com vários parceiros locais, o projeto "Ianda Guiné Saúde" é apoiado, em Portugal, pela Fundação Calouste Gulbenkian, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, pela ESEnfC, pela Direção-Geral de Saúde, pela Escola de Medicina da Universidade do Minho, pelos hospitais de Braga, Guimarães e Viana do Castelo, bem como pela Ordem dos Médicos.

Serão beneficiários diretos do projeto, que tem um horizonte temporal de três anos (2020-2023), diretores e equipas técnicas do Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau, quadros e professores da ENS, médicos de clínica geral do Serviço Nacional de Saúde, o Hospital Nacional Simão Mendes e hospitais regionais.

Projeto “MASK4MC – Mask for Medical Care”
Um consórcio que reúne investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e do Politécnico de Leiria e a SETsa, Sociedade de...

O dispositivo, já com pedido de patente submetido junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), foi desenvolvido no âmbito do projeto “MASK4MC – Mask for Medical Care”, liderado pela SETsa e financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização do Portugal 2020.

A grande inovação deste equipamento está na capacidade de reduzir significativamente, para a pessoa que o usa, o «risco de inalação de gotículas e aerossóis contaminados que tenham sido exalados por uma outra pessoa infetada que esteja na proximidade. Trata-se de uma viseira com um sistema de ventilação que cria uma cortina de ar, de forma a promover a vedação aerodinâmica da zona de inalação relativamente às zonas circundantes e impede o embaciamento da viseira (condensação devida à respiração)», afirma o coordenador do projeto, Leonel de Jesus.

Este equipamento é especialmente vocacionado para profissionais de saúde que exercem a sua atividade, durante períodos alargados, em ambientes onde o risco de contágio é elevado, como, por exemplo, os médicos dentistas. «Havendo três modos de transmissão por elementos patogénicos exalados a partir de um paciente infetado (por contacto, por gotas e por aerossóis), a situação de grande proximidade entre as vias respiratórias superiores do médico dentista e do seu assistente da zona de

exalação de um paciente, eventualmente infetado e sentado na cadeira do consultório, pode permitir a contaminação através de qualquer um desses modos», explica Manuel Gameiro da Silva, coordenador da equipa da UC.

Este novo equipamento, clarifica o consórcio, foi pensado para ser usado «em conjunto com uma máscara facial garantindo um índice de proteção acrescido e um melhor conforto em termos térmicos e visuais, porque o escoamento da cortina de ar contribui para o fornecimento de ar novo e fresco e para o desembaciamento da superfície interior da viseira».

Por isso, concluem os autores do projeto, foram utilizadas abordagens complementares no processo de desenvolvimento do produto, «tendo-se recorrido a simulações numéricas dos escoamentos, em que foram usados modelos virtuais do EPI e do seu utilizador, e a ensaios experimentais realizados com manequins térmicos e acústicos. No projeto e construção dos protótipos recorreu-se ao desenho assistido por computador e a técnicas de prototipagem rápida por métodos aditivos».

Na Universidade de Coimbra, o projeto envolveu a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) e a Faculdade de Medicina (FMUC). Na equipa de investigação da ADAI, participam docentes e investigadores dos departamentos de Engenharia Mecânica da UC e do Politécnico de Leiria.

 

Estudo
Numa bioimpressora 3D, foi possível criar uma prótese a partir de células estaminais do cordão umbilical para corrigir um...

Pela capacidade de rapidamente recriar uma estrutura a partir de um modelo projetado em computador, a impressão 3D tem sido investigada no campo da medicina com o objetivo de criar tecidos e órgãos para transplante, assim como biopróteses (próteses não metálicas e feitas de material biológico), para corrigir defeitos nos ossos ou na cartilagem.

De acordo com Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “esta tecnologia consiste na deposição, camada por camada, de uma biotinta, geralmente composta por células, materiais biocompatíveis com função de suporte e moléculas bioativas. As células estaminais mesenquimais são das preferidas para bioimpressão, uma vez que se conseguem dividir indefinidamente e diferenciar em vários tipos de tecidos”. “Dependendo do objetivo, podem usar-se diferentes combinações de moléculas bioativas para induzir estas células estaminais a diferenciarem-se, por exemplo, em células do osso ou da cartilagem”, explica.

Neste estudo, foi colocada biotinta numa seringa robótica, que a distribuiu de acordo com o modelo previamente criado em computador. A bioimpressão foi feita com células estaminais mesenquimais obtidas a partir de tecido do cordão umbilical, usando uma matriz de suporte composta por um hidrogel de alginato e gelatina. Por fim, para induzir a diferenciação das células estaminais mesenquimais em células ósseas, foi ainda adicionado um meio de indução com moléculas bioativas.

Através da bioimpressão, obteve-se uma estrutura com as dimensões 14.2 x 7.1 x 1.45 mm, e um padrão “em rede”, que confere alguma porosidade para uma melhor integração no local de implantação e uma regeneração mais rápida do defeito ósseo. Com vista à otimização do processo, os investigadores testaram a adição de meio de indução durante ou após a impressão, e a adição de células endoteliais às células estaminais do cordão umbilical presentes na biotinta.

Os vários testes realizados revelaram que a impressão da bioprótese foi bem sucedida, tendo, após 3 semanas em cultura, apresentado uma distribuição regular de células vivas, com boa atividade metabólica por toda a estrutura. Os melhores resultados verificaram-se quando se combinaram células estaminais do cordão umbilical com células endoteliais na biotinta e quando o meio de indução foi adicionado durante a impressão.

Segundo os investigadores, neste tipo de aplicação, o ideal seria utilizar células estaminais da própria pessoa, de forma a minimizar o risco de rejeição da bioprótese após implantação no local da lesão. Os autores sublinham ainda que, embora a bioimpressão 3D com células estaminais esteja a ser amplamente estudada, é necessário continuar a investigação nesta área, para que a translação desta tecnologia para a prática clínica seja possível.

Universidade Oxford
Novos dados do ensaio Com-COV da Universidade Oxford, divulgados esta segunda-feira, sugerem que a mistura da vacina da Pfizer...

O ensaio Com-COV recrutou 830 voluntários com idade igual ou superior a 50 anos para avaliar quatro combinações diferentes de duas doses – Comirnaty/Comirnaty, Comirnaty/Vaxzevria, Vaxzevria/Vaxzevria, e Vaxzevria/Comirnaty – com intervalo de quatro semanas ou 12 semanas entre a primeira e segunda dose. Os resultados de segurança recentemente comunicados do estudo, que começou em fevereiro, indicaram que os voluntários que receberam uma dose de Vaxzevria seguidos por Comirnaty, ou vice-versa, eram mais propensos a desenvolver reações, em comparação com a vacinação padrão, embora estes fossem tipicamente leves a moderados em severidade.

Ordem da imunização

Nas últimas descobertas, os investigadores observaram que a resposta imunitária muda consoante a ordem em que as doses eram dadas. Por exemplo, a combinação da vacina da AstraZeneca (Vaxzevria) seguida pela vacina da Pfizer (Comirnaty) desencadeou anticorpos mais altos e maior resposta das células T do que quando a ordem foi invertida, embora ambos os regimes mistos induziram respostas de anticorpos maiores do que as duas doses padrão da vacina da AstraZeneca. Além disso, a resposta mais elevada dos anticorpos foi observada após duas doses de Comirnaty, enquanto a resposta mais alta das células T foi vista com a combinação de Vaxzevria na primeira toma com a Comirnaty na segunda.

Matthew Snape, investigador-chefe deste ensaio, disse que as descobertas oferecem "um guia inestimável para o uso de calendários de dose mista", embora tenha salientado que o intervalo de quatro semanas entre doses é mais curto do que o de oito a 12 semanas mais utilizado para a Vaxzevria, que a AstraZeneca codesenvolveu com Oxford. "Este intervalo mais longo é conhecido por resultar numa melhor resposta imunitária, e os resultados de um intervalo de 12 semanas estarão disponíveis em breve", acrescentou Snape.

Dados recentes de ensaios espanhóis são semelhantes

Os dados do Com-COV seguem os resultados de um ensaio semelhante publicado no The Lancet no final da semana passada, testando um calendário misto de vacinas em Espanha. O ensaio da Fase II combiVacs incluiu 676 indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos que tinham sido vacinados com uma dose única de Vaxzevria oito a 12 semanas antes do rastreio. Os participantes aqui foram designados aleatoriamente para receber uma única dose de Comirnaty ou para submeter-se a uma observação contínua. Os investigadores relataram que a Comirnaty, dada como uma segunda dose entre as pessoas já inoculadas com Vaxzevria, induziu uma "resposta imunológica robusta, com um perfil de reação aceitável e manejável".

Entretanto, em abril, os investigadores expandiram o programa Com-COV para incluir mais duas vacinas coronavírus, o mRNA-1273 da Moderna e o NVX-CoV2372 da Novavax, num novo estudo apelidado de Com-COV2, acrescentando mais 1070 recrutas ao programa.

Investigação
Novas pesquisas mostraram que a realização precoce de testes aos coágulos sanguíneos em pacientes que receberam a vacina...

O trabalho, liderado por investigadores da RCSI University of Medicine and Health Sciences e do National Coagulation Centre do St James's Hospital, foi publicado no British Journal of Heematology.

Coágulos sanguíneos incomuns com plaquetas baixas no sangue foram reconhecidos como uma complicação muito rara da vacina AstraZeneca. Apesar de tudo nem todos os pacientes que apresentam indícios desta síndrome são levados a sério, pelo que é essencial uma maior consciencialização do problema, alertam.    

Os investigadores destacaram quatro pacientes que tiveram complicações de coagulação induzidas pela vacina (Trombocitopenia induzida pela vacina). Com base na orientação atual, cada paciente poderia ter sido classificado como tendo uma baixa probabilidade para esta síndrome quando se apresentou nos serviços médicos, mas devido à maior consciência e vigilância clínica das equipas médicas envolvidas, todos foram enviados para testes precoces, diagnosticados e tratados com sucesso.

"O risco de desenvolver um coágulo sanguíneo na sequência da vacina é ainda muito inferior ao risco de desenvolver coágulos do Covid-19, mas é imperativo que os médicos estejam vigilantes na deteção de sintomas entre os pacientes vacinados", disse Michelle Lavin, a principal autora do artigo e investigadora do Centro Irlandês de Biologia Vascular e da Escola de Farmácia e Ciências Biomoleculares da RCSI.

“A nossa investigação mostrou que as atuais diretrizes carecem da sensibilidade para detetar casos precoces de coagulação induzida por vacinas, que podem correr o risco de faltar ou atrasar os diagnósticos. À medida que a nossa compreensão desta nova condição evolui, aumentar a nossa consciência clínica pode melhorar os resultados para os pacientes através de testes e tratamentos precoces."

 

 

Opinião
Qualquer doença crónica constitui um problema importante para as pessoas afetadas.

A Esclerodermia é uma doença relativamente rara, mas que pode ter marcadas repercussões na saúde dos doentes afetados, particularmente se não for diagnosticada rapidamente e instituídas as medidas e tratamentos mais adequados para impedir a progressão da doença e o atingimento dos órgãos internos que podem levar a alterações da saúde e da qualidade de vida dos doentes atingidos.

Contudo, na infância, a maioria dos casos de Esclerodermia são casos de doença localizada – das quais as Esclerodermias lineares, a Esclerodermia “en-coup-de-sabre”, a doença de Parry-Romberg e a Morfeia são as mais comuns. Estas doenças localizadas tem um prognóstico funcional a longo prazo muito favorável em relação à Esclerodermia generalizada muito mais comum na idade adulta. Relativamente à Esclerodermia generalizada (ou Esclerodermia Sistémica) apenas cerca de 3% dos casos têm início em idade inferior a 18 anos.

Mas, quer a esclerodermia seja localizada, quer seja generalizada, o que é necessário reter como muito importante é que:

  1. O diagnóstico deve ser feito o mais rapidamente possível após o início dos sintomas. Para tal é fundamental a referenciação precoce a consulta de Reumatologia Pediátrica.
  2. A doença é passível de ser tratada adequadamente e os tratamentos são mais eficazes se não estiverem estabelecidas lesões de órgãos internos e/ou da pele e anexos.
  3. A doença é só um aspeto da pessoa, não é a pessoa! Estes doentes devem, pois, ser encorajados e motivados para seguirem todos os seus sonhos e paixões, algumas das quais poderão ser difíceis de concretizar, como de resto acontece a todas as outras pessoas “normais”, saudáveis ou não, que nem sempre conseguem concretizar e levar à prática todos os seus sonhos, sem que isso deva ser um motivo de desânimo e de frustração, devendo ser entendido como uma característica própria dos seres humanos que projetam o futuro sem conseguirem dominar todas as variáveis que o influenciam…

Também Paul Klee, que sofreu de esclerodermia, não deixou de ter a sua carreira de artista plástico e de académico na Bauhaus, tendo prosseguido todos os seus sonhos e a sua atividade criativa até ao fim da sua vida.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Diversidade genética do novo coronavírus
Apesar da variante Alpha, associada ao Reino Unido, continuar a ser a mais prevalente no país, a variante indiana registou, no...

No âmbito da vigilância genómica que o INSA está a coordenar, entre 2 e 15 de junho, “foram obtidas 1087 sequências da amostragem nacional de junho de 2021”. Segundo o INSA, esta amostragem envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo um total de 131 concelhos.

Segundo esta análise, a variante Alpha (B.1.1.7), associada inicialmente ao Reino Unido, “foi detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 40.2% na amostragem nacional de junho, evidenciando um forte decréscimo de frequência a nível nacional”. No entanto, esta variante continua a ser a mais prevalente na região Norte (62.7%) e nas Regiões Autónomas dos Açores (96.8%) e Madeira (69.8%).

Em contraste, a variante Delta (B.1.617.2), associada inicialmente à Índia, apresentou uma subida galopante na frequência relativa a nível nacional, a qual aumentou de 4.0% (maio) para 55.6% (junho). No entanto, destaca o INSA, a “sua distribuição é ainda muito heterogénea entre regiões, variando entre 3.2% (Açores) e 94.5% (Alentejo)”.  Contudo, tendo conta a tendência observada entre maio e junho, “é expectável que esta variante se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas”.

Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 46 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike. No entanto, cerca de 50% destes casos restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, sugerindo que a sua circulação comunitária é ainda limitada, sendo a frequência relativa deste perfil (Delta+K417N) na amostragem nacional de junho de 2.3%.

O relatório do INSA dá ainda conta de que a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1) mantém-se baixa, sem tendência crescente nas últimas amostragens. Em particular, destaca-se que a variante Beta foi detetada a uma frequência de 0.1% e em apenas duas regiões (Lisboa e Vale do Tejo e Região Autónoma da Madeira).

 

Grupo Lusíadas Saúde é um dos parceiros
O Grupo Lusíadas Saúde é uma das entidades parceiras da mais recente – e única em Portugal – Pós-Graduação em Saúde 4.0, criada...

Este curso irá preparar os profissionais de diversos setores para explorarem os desafios, as oportunidades e o impacto da atual quarta revolução industrial na Saúde. Com um corpo docente composto por especialistas das mais diversas indústrias, esta formação – com frequência online e duração de 10 meses – oferece uma abordagem multidisciplinar, e inovadora.

Os participantes da Pós-Graduação irão descobrir o conceito de Saúde 4.0, permitindo-lhes, inclusivamente, desenvolver a sua própria visão, bem como identificar e mapear diferentes tecnologias e metodologias existentes e explorar as várias formas de aplicação nas suas organizações.

“Sendo a Lusíadas Saúde uma das organizações do setor mais inovadoras em Portugal e esta Pós-Graduação a primeira e única a debruçar-se sobre o conceito Saúde 4.0, esta parceria foi incontornável. Este curso reforça o nosso posicionamento vanguardista na Saúde e materializa o nosso compromisso com a aposta na formação”, afirma Sofia Fernandes, Manager de Talent & Development do Grupo Lusíadas.

Além da Lusíadas Saúde, a ESESFM conta ainda com a parceria da Microsoft, Loyal Advisory e a Hack & Hustl. As candidaturas para esta pós-graduação já se encontram abertas. Para mais detalhes e informações sobre o corpo docente e propinas, consulte Pós-Graduação Saúde 4.0.

 

“Precisamos falar sobre como nos sentimos”
A CUF Oncologia e a Associação de Cancro do Rim de Portugal (AC RIM), organizam, na próxima quarta-feira, 30 de junho, pelas 17...

Quando se tem cancro do rim, os níveis de ansiedade, receio ou simplesmente o sentimento de "não se sentir bem”, são as queixas mais reportadas pelos doentes ao seu médico. O estudo realizado pela International Kidney Cancer Coalition, em 2018, mostrou que 96% dos doentes experimentam problemas psicossociais, contudo menos de metade fala sobre como se sente com a família, amigos próximos ou profissionais de saúde. Por este motivo o encontro, deste ano, tem como tema: “Precisamos falar sobre como nos sentimos”. 

O encontro, organizado em conjunto com a AC RIM, irá juntar especialistas, doentes e cuidadores, uma forma de potenciar a relação entre os doentes e os profissionais de saúde na gestão da doença. 

Segundo Ricardo Leão, coordenador da Urologia do Hospital CUF Coimbra e um dos médicos que mais contribuiu para a criação da AC RIM: “é hoje reconhecida a importância das associações de doentes na melhoria dos cuidados de saúde. Estas organizações de doentes estão envolvidas no processo de investigação clínica e políticas de saúde - garantindo que a perspectiva global do doente seja considerada. O seu papel é também fundamental para dar voz aos doentes em fóruns de discussão científica e social de modo a encontrar as melhores respostas para as necessidades sentidas”.

A AC RIM foi fundada em 2019 na reunião mundial da International Kidney Cancer Coalition (IKCC), em Lisboa, organizada pela CUF. Desde o primeiro momento, o envolvimento dos médicos no apoio à criação desta associação foi fundamental para se estabelecer a ligação entre os doentes, mas também no contributo para o aumento da literacia sobre esta doença oncológica. 

A proatividade e dinamismo dos membros da associação, nomeadamente do seu presidente, Francisco Rodrigues, têm contribuído para o envolvimento cada vez maior dos doentes portugueses na sua doença.  

O encontro é realizado através da plataforma Zoom e com transmissão em direto do Facebook da CUF.

 

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