Novas sessões
Com o mês de março, chegam novas sessões das Conversas Com Barriguinhas, para ajudar as famílias a preparar a chegada do seu...

Na sessão de 1 de março, às 17h00, Susana Nobre, médica pediatra, vai partilhar conselhos úteis, e esclarecer dúvidas e alguns dos receios frequentes na chegada a casa com o   recém-nascido.

Luciana Rodrigues, enfermeira especialista em Reabilitação Respiratória e fundadora do projeto Alívio em Respirar, ensinará a técnica mais eficaz para lavar o nariz do bebé, para ajudá-lo a respirar melhor.

Sandra Sousa, personal trainer, fechará a sessão com três exercícios de pilates, que contribuirão para o bem-estar físico e emocional da mulher durante a gravidez, e que podem ser feitos em casa.

Na sessão de 3 de março, também às 17h00, Queila Guedes, enfermeira especialista em saúde materna e obstetrícia, vai falar sobre um dos temas mais delicados para as futuras mães: a hora do parto. Ensinará a reconhecer os sinais, as contrações, a dilatação, e esclarecerá dúvidas sobre o plano de parto, a epidural, a diferença entre parto natural e cesariana, pós-parto, entre outros temas.

Carolina Vale Quaresma, terapeuta familiar, falará sobre a “hora de deitar o seu filho”, desmistificando os cinco erros mais comuns dos recém-papás, com estratégias úteis para que que os pais recuperem as noites de sono.

Nesta sessão das Conversas Com Barriguinhas, será ainda apresentada a visita guiada da atriz Sofia Arruda ao laboratório da Crioestaminal, o banco familiar que escolheu, para guardar as Células Estaminais do Cordão Umbilical do seu bebé. Nas Conversas Com Barriguinhas de 8 de março, Dia Internacional da Mulher, também às 17h00, será entrevistada Alexandra Mendes, diretora de Recursos Humanos na Crioestaminal, e mãe de 4 filhos, que apresentará a sua perspetiva sobre a criopreservação das Células Estaminais do Cordão Umbilical dos seus filhos.

Depois, Mariana José, nutricionista, explicará a importância do consumo de verduras durante a gravidez e estratégias simples para que qualquer futura mamã consiga implementar mudanças mais saudáveis no seu dia a dia.

Cláudia Xavier, enfermeira especialista em Saúde Infantil e Pediatria e Conselheira em Aleitamento Materno, ensinará a vigiar a saúde do bebé no primeiro mês de vida, período de normais incertezas e inseguranças.

Na sessão de 10 de março, a partir das 17h00, Núria Durães, enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, apresentará a hora do banho. Os cuidados com a pele do bebé, a temperatura da água, o tempo que o bebé deve estar na banheira ou que produtos de hidratação devem usar serão alguns dos temas em foco.

Esta sessão fecha com Enf.ª Teresa Coutinho, enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, que falará sobre o passo a passo para uma amamentação bem-sucedida.

Em todas as  sessões, estará presente um especialista da Crioestaminal, o único laboratório com acreditação internacional pela Association for the Advancement of Blood & Biotherapies (AABB), que  abordará a importância das Células Estaminais do Cordão Umbilical dos bebés, para que a decisão de as guardar ou doar seja tomada de forma consciente e informada. Os participantes ficarão a saber o que são as Células Estaminais do Cordão Umbilical e o seu potencial, como são armazenadas, em que tratamentos podem ser uma mais-valia e de que forma constituem uma opção terapêutica para mais de 80 doenças.

As sessões online das Conversas com Barriguinhas realizam-se todas as semanas e têm como objetivo ajudar as grávidas e os casais portugueses a preparar a chegada do seu bebé, a partir do conforto das suas casas.

Dois testes por mês
O regime excecional e temporário de comparticipação de testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional vai continuar em...

Tendo em conta a evolução positiva da situação epidemiológica, bem como o levantamento de várias medidas aplicadas no âmbito da pandemia, este regime excecional será ajustado para dois testes gratuitos por mês para cada utente, por forma a continuar a assegurar uma utilização dos testes proporcional ao risco, sem descurar a proteção da saúde pública.

Esta decisão surge na sequência da publicação da Resolução do Conselho de Ministros n.º 25-A/2022, de 18 de fevereiro, segundo a qual “o Certificado Digital COVID da UE passa a ser exigível apenas no que respeita ao controlo de fronteiras” e “deixa de se exigir apresentação de comprovativo de realização de teste com resultado negativo para acesso a grandes eventos, recintos desportivos, bares e discotecas”.

Por outro lado, o valor da comparticipação dos TRAg, no âmbito deste regime excecional de comparticipação, volta a ser 10 euros, refletindo os atuais custos associados à sua realização.

Será de sublinhar que este regime especial de comparticipação é apenas uma componente de uma estratégia de testagem a nível nacional. Não deverá ser confundido com a realização de testes de diagnóstico à COVID (PCR ou TRAg) prescritos pelo SNS a pessoas sintomáticas ou a contactos com infetados. Estes últimos continuarão a ser realizados, quando prescritos pelo SNS, segundo as normas das autoridades de saúde, sem custos para os utentes.

 

 

 

Estudo
Um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Hospitalar Universitário de São...

Segundo o estudo, “o RDW, um parâmetro hematológico que mede a diferença entre as células maiores e menores dos glóbulos vermelhos, pode ajudar a prever o risco de mortalidade e da ocorrência de enfarte agudo do miocárdio após a realização de uma cirurgia vascular às artérias”.

Nos resultados já publicados no World Journal of Surgery, os investigadores portugueses relatam que “por cada aumento de uma unidade na amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos, o já designado RDW aumenta em 8% o risco de o doente sofrer um enfarte e em 10% o risco de mortalidade no período pós-operatório”.

Marina Dias Neto, professora da FMUP e uma das autoras do estudo, explica que “a utilização de parâmetros hematológicos, como é o caso do RDW, têm vido a ser investigados ao longo dos anos por se tratarem de parâmetros baratos, medidos por rotina na prática clínica e, por isso, facilmente acessíveis em todos os hospitais”.

Outra das conclusões a que chegaram os investigadores está relacionada com a descoberta de três fatores que interferem no prognóstico após uma cirurgia arterial, nomeadamente a idade do paciente, o seu estado funcional e o ser ou não portador de diabetes tratada com insulina.

Segundo os autores da investigação, “o risco de morte aumenta 8% por cada ano de idade com que o paciente é submetido à cirurgia”. Por outro lado, o risco de enfarte “aumenta cerca de cinco vezes em pacientes que são dependentes de terceiros para as suas atividades de vida diária”, e no caso de doentes diabéticos que necessitam de tratamento com insulina, esse risco “aumenta cerca de quatro vezes”.

Tendo em conta estes novos dados, os médicos podem definir com maior exatidão quais os doentes submetidos a cirurgia vascular arterial que têm pior prognóstico, incorporando essa estratificação na “decisão cirúrgica, na deteção precoce e na prevenção de efeitos adversos, sempre que possível”.

Além de Marina Dias Neto, colaboraram neste estudo os médicos e investigadores Francisca Caldeira de Albuquerque, João Rocha Neves e Pedro Videira Reis.

Serviço de Neonatologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca
A equipa de Enfermagem do Serviço de Neonatologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) dá continuidade ao ciclo...

Sob a coordenação de Sónia Semião, enfermeira-chefe do Serviço de Neonatologia, a equipa de Enfermagem promove a sua 3ª Reunião Científica subordinada ao tema “Qualidade de Cuidados: a Importância da Comunicação”, que se realizará no próximo dia 14 de março, pelas 17h, em formato webinar.  

A boa articulação entre os profissionais faz com que a equipa de saúde se torne mais estruturada, proporcionando assim uma melhor prestação de cuidados. Para uma comunicação adequada é necessário “sinceridade, autenticidade, transparência, respeito mútuo e confiança” explica Joana Gama Imaginário, especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria e moderadora da sessão. 

Apesar da sua importância, são diversas as barreiras existentes para comunicar, especialmente em situações de doença crítica/complexa que exijam uma atuação rápida de todos os profissionais, tal como acontece, frequentemente, nas Neonatologias. A enfermeira Ana Lúcia Brantes, responsável pelo projeto, acrescenta que com este webinar pretende-se “sensibilizar os profissionais de saúde para a importância de uma adequada e efetiva comunicação multidisciplinar”, pois a mobilização de estratégias comunicacionais eficazes e adequadas aos contextos, permitirá “otimizar o trabalho em equipa e promover a melhoria dos cuidados prestados ao recém-nascido de risco e sua família”. 

A reunião científica conta, assim, com a participação do Professor Doutor Abel Paiva e Silva (ESEP), da Professora Doutora Isabel Lucas (ESSCVP-Lisboa) e da Professora Doutora Margarida Custódio dos Santos (ESTeSL; UL: Faculdade Psicologia), em que se discutirá os fatores determinantes para uma comunicação eficaz em equipa e com os clientes de cuidados. 

A participação nas Reuniões Científicas é gratuita, mas está sujeita a inscrição através do seguinte link: https://forms.office.com/r/WKXmMFRSQQ

Esta iniciativa integra-se no ciclo de Reuniões Científicas subordinadas ao tema “Pensar em Neonatologia: Da complexidade à essência dos cuidados…”, cujo objetivo é promover a partilha de experiências e a divulgação da evidência científica mais relevante na área da Neonatologia.  

Em caso de dúvidas ou sugestões de temas para discussão, pode contactar a comissão organizadora através do seguinte email: rc-neonatologia@hff.min-saude.pt

 

 

Sensibilizar para as doenças raras
Hoje assinala-se o Dia Mundial das Doenças Raras (DDR) e, por isso, a RD-Portugal - União das Associações de Doenças Raras de...

Neste dia, marcante para os Doentes Raros, todos podem ver iluminado o Edifício dos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo, de Guimarães, de Castelo Branco, de Coimbra, de Évora, de Faro, da Guarda, de Cascais, de Oeiras, da Calheta, do Funchal, de Portalegre e de Vila Real. Além disso, também será iluminado o Castelo de Bragança, o Castelo dos Mouros em Sintra, a Estátua D. José I  no Terreiro do Paço, o Museu Nacional de Arqueologia, o Palacete dos Viscondes de Balsemão no Porto, o Palácio da Bolsa, as Portas do Sol em Santarém, as Rotundas dos Golfinhos e Peixes em Setúbal, o Museu do Traje em Viana do Castelo, o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Braga, o Castelo de Leiria, a Igreja de Santiago em Óbidos, os Edifícios do Abraço Verde, do CAR Badminton e o Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. 

“Ajude-nos a tornar Portugal ainda mais iluminado e ilumine a sua casa com uma luz rosa, verde ou azul. Faça parte desta iniciativa e contribua para o aumento da sensibilização das Doenças Raras”, apela a RD-Portugal.

 

2 de abril
A CUF Academic Center e a Unidade da Órbita do Hospital CUF Descobertas realizam, dia 2 de abril, entre as 9h00 e as 18h00, no...

Este evento é uma oportunidade para compreender a visão das várias especialidades que tratam patologia orbitária - como é o caso da Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Neurocirurgia, Oncologia, Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética e Cirurgia Maxilo-facial, contribuindo, desta forma, para uma atualização e enriquecimento dos cuidados prestados.

O programa contempla a discussão de diferentes tipos de tumores orbitários, como, por exemplo, os tumores da glândula lacrimal, os tumores mesenquimais e os tumores do nervo óptico; será abordada a endoscópica endonasal para tumores orbitários e as técnicas de reconstrução após exenteração e cirurgia eye-sparing. 

Os participantes poderão, também, assistir a uma cirurgia ao vivo - marginotomia óssea lateral por abordagem endoscópica.

O evento destina-se a médicos especialistas, internos, enfermeiros e técnicos. As inscrições podem ser efetuadas através deste link, onde também é possível consultar o programa. 

 

Multinacional farmacêutica dedicada à saúde da mulher
A Theramex, empresa de âmbito global especializada na área da saúde feminina, com especial enfoque sobre a Contraceção,...

A presença da Theramex em Portugal tem sido gerida numa ótica ibérica integrada, a partir de Madrid, por Javier Carpintero, Diretor-Geral Espanha & Portugal da Theramex. Assim, a estratégia de reforço da presença da marca em Portugal contempla um investimento estimado de 10 milhões de euros, a abertura de escritórios em Lisboa e no Porto nos próximos dois anos, bem como a criação de entre 60 a 100 postos de trabalho diretos e indiretos. Até 2026, a farmacêutica prevê alcançar uma faturação anual de 15 milhões de euros.

Adicionalmente, a Theramex pretende construir uma equipa de vendas com capacidade de cobertura de todo o país, com o objetivo de alcançar mais de 200 hospitais, cerca de 3 mil especialistas portugueses (como das áreas da ginecologia, reumatologia e traumatologia) e mais de 3 mil farmácias.

Javier Carpintero, Diretor-Geral de Espanha & Portugal da Theramex, sublinha que «Dada a vocação global da Theramex, entendemos que Portugal é um país com forte capacidade para atrair e reter talento, considerando a qualidade da formação dos seus profissionais, o bilinguismo tão característico e a qualidade de vida proporcionada pelo país.».

Em Portugal, o segmento de Fertilidade está avaliado em 12-13 milhões de euros, o da Contraceção em 50 milhões de euros, o da Menopausa em 10 milhões de euros e o da Osteoporose em 50 milhões de euros. A Theramex estima que os segmentos da Menopausa e da Osteoporose venham a registar um crescimento de dois dígitos em Portugal, considerando o ritmo acelerado de envelhecimento da população nacional.

Para o mercado português, a empresa não descarta a possibilidade do estabelecimento de parcerias nem aquisições, sempre com o objetivo de reforçar a sua presença no país.

Um website em português: proximidade, esclarecimento e informação de qualidade

A entrada da Theramex em Portugal é também marcada pelo lançamento de uma versão em língua portuguesa do seu portal online.

Este é um website moderno, intuitivo e fácil de navegar, que se procura posicionar no mercado nacional como uma referência em matéria de informação sobre as 4 áreas de atuação da farmacêutica: menopausa, osteoporose, fertilidade e contraceção.

Através da sua presença online, a Theramex disponibiliza informação clara acerca de cada uma das áreas da Saúde feminina em que atua, apresentando explicações e conselhos que pretendem ajudar a Mulher a agir da melhor forma e da maneira que melhor se adeque a ela.

Numa segunda fase, será incluída no website uma área especialmente direcionada para os profissionais de saúde. Esta será uma secção de acesso restrito, na qual se pretende que sejam apresentados conteúdos sobre os tratamentos, produtos, novidades terapêuticas, entre outros, recorrendo a linguagem e abordagem com um cunho mais técnico, adequadas ao público-alvo

«Para a Theramex, Portugal é uma prioridade e, como tal, era importante disponibilizar uma página web própria em português, para podermos estar mais perto de pacientes, utilizadoras e profissionais de saúde portugueses», explica Javier Carpintero.

«Desta forma, podemos oferecer informação rigorosa e de interesse sobre as 4 áreas de saúde em que desenvolvemos a nossa atividade: a osteoporose, a menopausa, a conceção e a fertilidade. Continuamos, assim, a apostar na digitalização da empresa, como fizemos em Espanha no início do ano», conclui o responsável ibérico.

Entrevista
Manifestando-se, habitualmente, no final do primeiro ano de vida, “quando a criança começa a fazer c

Tratando-se de uma entidade clínica rara, e da qual quase nunca se houve falar, começo por lhe pedir que explique em que consiste o XLH ou Raquitismo Hipofosfatémico. O que está na génese desta doença?

Raquitismo define-se como deficiente mineralização da zona óssea onde ocorre o crescimento (placa de crescimento), sendo por isso exclusivo das crianças e adolescentes. Coexiste com mineralização deficiente da restante matriz óssea, designada de osteomalácia que também ocorre nos adultos.

A mineralização consiste na deposição de cristais de hidroxiapatite, constituídos por cálcio e fosfato, que conferem a rigidez ao osso. Para a mineralização adequada, é necessário que a concentração sanguínea do cálcio e do fosfato sejam normais. No raquitismo hipofosfatémico é o fosfato que está baixo (hipofosfatémia) e habitualmente devido a eliminação renal aumentada. O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X (XLH) resulta de uma anomalia de um gene localizado no cromossoma X, o gene PHEX, que condiciona a elevação de uma hormona, o fator de crescimento dos fibroblastos 23 (FGF23). Esta hormona promove um aumento da eliminação urinária de fosfato e simultaneamente uma deficiente produção, a nível renal, da vitamina D ativa, o calcitriol. É uma doença hereditária dominante ligada ao cromossoma X, que afeta rapazes e raparigas. Os pais transmitem sempre a doença às filhas e nunca aos filhos, as mães podem transmitir a doença aos filhos e filhas com um risco de 50% em cada gestação. Em cerca de 20-30% dos casos a doença pode ocorrer por mutação que surge de novo, não havendo nestes casos história familiar.

Quais os principais sintomas e a partir de que idade é possível observar as primeiras manifestações da patologia? A que sinais devem estar os pais ou educadores atentos?

Os primeiros sintomas manifestam-se habitualmente no final do primeiro ano de vida, quando a criança começa a fazer carga nos membros inferiores com o início da marcha. Como o osso é mais “mole” surgem as deformidades ósseas típicas com arqueamento das coxas e das pernas. A marcha é alterada tipo bamboleante e a estatura é afetada pelos membros inferiores ficarem mais curtos. Ocorre frequentemente atraso na marcha. Por deficiente mineralização da dentina, podem haver defeitos no esmalte e surgir abcessos dentários espontâneos, sem evidência de cáries.

São estes sinais que devem ser valorizados pelos pais e educadores.

Podem ainda surgir alterações da conformação do crânio como bossas frontais, fusão precoce de suturas com craniossinostose e ainda associar-se a malformações do canal medular na junção com o crânio, a malformação tipo Chiari I.

No entanto, há casos que só são diagnosticados na idade adulta, pelo que se supõe que as deformações ósseas não sejam tão evidentes… O que explica estes casos? E quais a complicações frequentemente associadas a este diagnóstico?

A hipofosfatémia pode condicionar gravidade variável na apresentação clínica – nalguns doentes pode nem haver doença óssea, noutros as deformidades podem passar despercebidas e noutros serem muito graves. As deformidades dos membros inferiores, com encurvamento e afastamento dos joelhos (joelho varo) ou joelhos juntos e afastamento dos pés (joelho valgo), ocorrem também de forma fisiológica em crianças saudáveis e podem não ser devidamente valorizadas.

As complicações são as sequelas com deformidade dos membros inferiores, alteração da marcha, problemas a nível articular e dos ligamentos com manifestação de dor óssea na vida adulta, fraturas, a baixa estatura que não se recupera, abcessos dentários repetidos com anomalias da dentição e, no jovem adulto, surdez por esclerose dos ossículos do ouvido.

Como é feito o diagnóstico do XLH?

É importante antecipar o diagnóstico através de rastreio familiar quando um dos progenitores tem a doença.

A clínica pode sugerir o diagnóstico. Para o confirmar é necessária uma avaliação analítica de sangue e de urina. Um marcador de raquitismo é a elevação da fosfatase alcalina. A diminuição de fosfato sanguíneo (hipofosfatémia) com cálcio normal e a eliminação urinária aumentada de fosfato indicam a causa.

A radiologia pode confirmar sinais de raquitismo com as deformidades ósseas dos membros inferiores, alargamento e irregularidade das extremidades dos ossos longos.

Pode-se ainda dosear o FGF23 que está elevado.

O estudo genético com identificação da mutação no gene PHEX é importante, porque identifica o raquitismo como sendo ligado ao X (XLH) e nesta situação pode usar-se uma terapêutica específica.

De um modo geral, quais as principais complicações do Raquitismo Hipofosfatémico?

As complicações que decorrem da doença são as deformidades ósseas sobretudo dos membros inferiores, baixa estatura, rigidez articular, dor óssea, fadiga, anomalias da dentição e surdez.

Quais as especialidades médicas que acompanham estes casos?

Idealmente estes casos devem ser acompanhados por equipes multidisciplinares. Estas equipes devem incluir áreas de intervenção como a Nefrologia ou Endocrinologia, a Ortopedia, a Estomatologia, a Otorrinolaringologia e a Radiologia.

Quais os principais cuidados a ter após o diagnóstico? Quais os principais conselhos médicos?

É importante explicar á família um pouco da fisiopatologia da doença. Promover estilo de vida saudável com alimentação equilibrada, evitando o excesso ponderal é outro aspeto fundamental para atenuar a gravidade das deformidades ósseas. Deve-se aconselhar também uma boa higiene oral e promover vigilância regular pela Estomatologia.

Tendo em conta a sua experiência, por que é tão importante continuar a existir investigação e inovação nesta área? O que poderia melhorar?

Apesar de ser uma doença rara, perturba a qualidade de vida e o bem-estar físico e psicológico dos doentes e famílias. A dificuldade de mobilidade, as dores ósseas, a baixa estatura e as deformidades dos membros inferiores estão presentes diariamente na vida destes doentes.

A investigação no sentido de existir uma formulação de mais fácil administração ou com intervalo maior poderá ser um contributo.

Considera que a comunidade médica está suficientemente desperta para esta doença?

Infelizmente não. Continuam a chegar-nos crianças com 3-4 anos já com deformidades significativas, porque falhou o rastreio familiar da doença –

impõe-se excluir e precocemente a doença nas crianças cujos pais são portadores. Quando as crianças pequenas, no final do 1º ano, surgem com deformidades dos membros inferiores, embora podendo ser de causa fisiológica, se aquelas forem significativas e progressivas, uma simples análise ao sangue e urina, acessível em qualquer laboratório de análises clínicas, permite equacionar o diagnóstico e referenciar precocemente.

Embora seja mais difícil que o conhecimento a respeito das doenças raras chegue a cada vez mais pessoas, que mensagens essenciais gostaria de deixar no âmbito deste tema? (Não só para pais e cuidadores, mas também para a sociedade em geral)

  • O raquitismo é uma doença que continua a ocorrer nos nossos dias.
  • O raquitismo XLH embora sendo raro, é a forma de raquitismo hereditário mais frequente.
  • O rastreio familiar é essencial.
  • Numa criança pequena com consultas de vigilância de saúde regulares, as deformidades dos membros inferiores, o atraso na aquisição da marcha são os sinais que se devem valorizar.
  • A vigilância desta doença e complicações exige uma equipe multidisciplinar.
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Unidades móveis em Alcântara e Sete Rios
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) lança um rastreio do cancro da mama no distrito de Lisboa para mulheres entre os 50 e...

A campanha faz parte do alargamento do rastreio que a Liga tem vindo a desenvolver e que pela primeira vez se realiza no concelho de Lisboa, com postos em Alcântara e Sete Rios (junto ao Centro de Saúde), indicou a mesma fonte.

O rastreio destina-se a pessoas assintomáticas que não tenham feito mamografia há seis meses, e sem outros fatores de risco para além da idade e do sexo.

A iniciativa vai decorrer também em Cascais, Sintra, Mafra, Amadora e Oeiras. Depois de em 2021 ter sido lançada para abranger quase 100.000 mulheres, o objetivo é chegar a 400.000, até 2023, na região sul, indica a Liga.

O alargamento do rastreio realiza-se em parceria com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

 

Atribuído pelo Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar da Ordem dos Farmacêuticos
“A nutrição parentérica na área da oncologia” foi o tema do estudo vencedor da edição 2021 do Prémio Biojam INOVAR em Farmácia...

Atribuído a Manuel Morgado, farmacêutico hospitalar do Centro Hospitalar da Cova da Beira, este é um prémio que, segundo o autor, “constitui um incentivo para continuar a trabalhar em projetos de investigação e a fazer mais e melhor, em particular na área de oncologia farmacêutica, uma área em que os autores apresentam um particular interesse profissional, académico e científico. Este prémio irá contribuir para sinalizar e chamar a atenção para algumas orientações práticas no âmbito da nutrição parentérica em oncologia e, para desta forma, melhor tratarmos os nossos doentes oncológicos”.

Segundo Manuel Morgado, também docente e investigador da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS-UBI) estima-se que, à luz de alguns estudos, cerca de 50% ou 80% dos doentes oncológicos apresentem um quadro de desnutrição. “É essencial dispor de algumas orientações que possam ser aplicadas de forma precoce e eficaz na prática clínica dos profissionais de saúde que fazem parte da equipa multidisciplinar envolvida na prescrição e monitorização da nutrição parentérica do doente oncológico”, acrescenta.

O estudo constitui uma revisão de diversos conhecimentos e orientações que são importantes para o farmacêutico hospitalar e para o tratamento e acompanhamento de doentes oncológicos que necessitam de intervenção clínica assistida, em particular, de nutrição parentérica. Uma vez avaliado o doente oncológico e a nutrição parentérica ser estabelecida, esta deve ser monitorizada com frequência.

Este foi um projeto que contou com o apoio de Fátima Roque, Professora da Escola Superior de Saúde do Intitulo Politécnico da Guarda e Cecília Mariano, especialista em farmácia hospitalar no Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia, da Unidade Local de Saúde da Guarda.

Para Carlos Monteiro, CEO da Biojam Holding Group, “a criação do Prémio Biojam Inovar foi e é mais um contributo que queremos dar à investigação, publicação e divulgação de trabalhos científicos em algumas áreas e sempre com a gestão científica e de seleção de artigos por parte das Sociedades Médicas das especialidades onde se inserem esses prémios”.

Mais estudos
Os líderes do Grupo de Investigação de Vacinas da Mayo Clinic sublinham a necessidade de aumentar os estudos a longo prazo das...

Gregory Poland e Richard Kennedy escrevem num comentário recentemente publicado na revista científica Nature Reviews Imunology que um maior foco na compreensão do impacto subsequente das vacinas (não só na imunidade, mas também em todos os outros sistemas biológicos) fornecerá informações que podem ajudar a tornar as vacinas mais seguras para todos e aumentar a confiança do público nas vacinas.

Segundo os especialistas da Mayo Clinic, o aumento de estudos sobre mecanismos moleculares, genéticos e imunológicos das vacinas ajudará a compreender e evitar os efeitos adversos das vacinas.

Por outro lado, defendem uma investigação em curso sobre os adjuvantes (substâncias que aumentam a imunidade) e permitem que os investigadores ajustem as intervenções em condições específicas ou subconjuntos de doenças. Por outras palavras, para tornar o alvo mais preciso.

Os dois investigadores defendem ainda uma abordagem de "biologia sistémica" que considere todas as interações possíveis e efeitos posteriores que possam interferir com outros sistemas corporais normais.

Por fim, apelam a uma maior vigilância das reações dos participantes durante os estudos clínicos e à prática clínica de rotina durante muito tempo após a conclusão do estudo.

Dizem que nenhuma vacina estará completamente livre de riscos e efeitos adversos, mas ao investir mais em investigação em infraestruturas, avaliação, acompanhamento, análise e estudos longitudinais, a segurança das futuras vacinas e a confiança dos doentes podem aumentar consideravelmente.

 

Moderna
A Moderna já veio a publico afirmar que a Covid-19 está a passar de uma pandemia para uma fase endémica em algumas zonas do...

"Acreditamos que estamos a transitar para uma fase endémica marcada por um período de estabilidade em caso de contagem, hospitalizações e mortes pelo menos no Hemisfério Norte", disse o diretor médico da Moderna, Paul Burton. No entanto, acrescentou que a Moderna está a acompanhar de perto a trajetória do vírus no Hemisfério Sul à medida que o inverno se aproxima.

Burton disse que o vírus continuará a circular durante uma fase endémica, mas a um ritmo mais estático e previsível. Provavelmente seguirá padrões sazonais como outros vírus respiratórios, como a gripe, observou.

O CEO Stephane Bancel disse que, embora a Covid esteja a entrar numa fase endémica em algumas partes do mundo, as pessoas vão precisar de outra injeção no outono, sobretudo acima dos 50 anos e na presenta de condições de saúde subjacentes.

"Alguns países como o Reino Unido quiseram garantir a oferta porque acreditam profundamente que o mercado endémico exigirá reforços anuais", disse Bancel.

A Moderna anunciou, durante a semana passada, que está a desenvolver uma dose de reforço que visa a Ómicron e outras variantes, como a Delta. Burton disse que a atual dose de reforço protege contra a hospitalização da delta e, em menor medida, a ómicron. No entanto, a eficácia da vacina diminui ao longo do tempo, acrescentou.

 

Hoje assinala-se o Dia Mundial das Doenças Raras
A CDG & Allies apela à necessidade de se investigar com base nas necessidades das pessoas que vivem com doenças raras e os...

“O Dia Mundial das Doenças Raras é um movimento global sobre as Doenças Raras com extrema relevância para as pessoas que vivem com este tipo de patologias. Atualmente, a grande maioria das CDG não tem qualquer terapia disponível, é necessário investigar. É uma luta constante pela equidade, pela inclusão social, e por conseguir que as pessoas que vivem com as CDG tenham a melhor qualidade de vida possível”, afirma Vanessa Ferreira, irmã de uma pessoa que vive com CDG, co-fundadora e investigadora da CDG & Allies.

Hoje em dia, muitas Organizações de pessoas que vivem com doenças raras, levam a cabo uma forma de ativismo colaborativo, que se denomina “Modelo Híbrido Coletivo (MHC)”. “A CDG & Allies é um exemplo único e pioneiro no nosso país deste tipo de ativismo.  Desde 2016, que várias associações CDG, famílias e especialistas uniram-se na “luta contra as CDG". As famílias CDG e as associações que as representam, são “experts pela experiência” com o poder de identificar necessidades urgentes quando falamos de investigação e desenvolvimento de terapias. Ou seja, as famílias CDG não se restringem apenas a viver com um diagnóstico, pois as mesmas têm um papel ativo no que respeita à investigação e desenvolvimento de terapias para responder às necessidades destas famílias e das pessoas que vivem com Doenças Raras.”, acrescenta Vanessa. 

“Os pais, e familiares, são abandonados à sua sorte, vivendo na busca incessante de informações fidedignas sobre estas doenças, sobre terapias e na procura de resposta para as necessidades dos seus filhos. Debatem-se quotidianamente com o inatingível – a cura da doença”, refere Rosália Félix, mãe de uma pessoa que vive com CDG, co-fundadora da Associação Portuguesa CDG.  

“Muitos dos desenvolvimentos que se têm verificado na área das CDG prendem-se, sobretudo, com a identificação e descrição de novos tipos da doença e com os métodos de diagnóstico”, acrescenta Paula Videira, co-fundadora e investigadora da CDG & Allies na NOVA School of Science and Technology (FCT NOVA). 

“Aos dias de hoje, existe, ainda, atraso e falha no diagnóstico, falta de informação acerca das doenças raras em geral, falta de profissionais familiarizados com este grupo de doenças, falta de disponibilidade de cuidados com qualidade, escassez de benefícios sociais, autonomia reduzida e dificuldade na integração no mundo do trabalho e no ambiente social e familiar”, conclui Rosália Félix. 

As CDG são um grupo de mais 160 doenças hereditárias que afetam a Glicosilação, um processo pelo qual todas as células humanas acumulam açúcares de cadeia longa que estão ligados a proteínas ou lípidos (gorduras), essenciais para muitas funções biológicas. Estas doenças são altamente incapacitantes, com uma elevada taxa de mortalidade pediátrica e com significativo impacto negativo na qualidade de vida dos doentes e das famílias.

Com grande impacto na qualidade de vida
Na data em que se assinala o Dia Mundial das Doenças Raras - 28 de fevereiro - a Sociedade Portuguesa de Alergologia e...

O angioedema hereditário – uma doença rara que se manifesta pelo aparecimento de crises recorrentes de angioedema (inchaço) em várias localizações – afeta cerca de 300 portugueses interferindo negativamente no seu quotidiano e causando, em contexto de crises, além de desconforto e desfiguração, sofrimento físico e psíquico.

No âmbito da reunião da ADAH – Associação de Doentes com Angioedema Hereditário, no passado mês de dezembro, alguns doentes partilharam o seu testemunho de convivência com esta doença referindo diferentes episódios de crise da doença nos quais os profissionais de saúde, por existir um escasso conhecimento sobre a patologia não foi realizado um correto diagnóstico e tratamento. 

Consciente de todas estas implicações para a vida dos doentes, a SPAIC lançou, com o apoio da Takeda, a campanha “E se fosse consigo?” e que, através de diferentes ações, pretende alertar para a importância de uma melhor compreensão do angioedema hereditário junto dos profissionais de saúde. Esta campanha pretende combater a falta de informação que existe sobre a patologia, sendo fundamental que os profissionais de saúde saibam reconhecer os sinais da doença, o seu tratamento e também como fazer a referenciação.

Por ser confundido com uma alergia, o diagnóstico do angioedema hereditário é, muitas vezes atrasado, estimando-se que existam, em Portugal, entre 100 a 200 doentes por diagnosticar. É importante estar atento a sinais como edema de qualquer parte do corpo e/ou edema das mucosas, nomeadamente, das vias aéreas superiores (edema da glote) ou tubo digestivo (dor abdominal e vómitos).

 

28 de fevereiro
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) associa-se, uma vez mais, ao Dia Mundial das Doenças Raras, que se...

O Dia Mundial das Doenças Raras tem como objetivo sensibilizar o público e os decisores políticos para as doenças raras e provocar uma mudança significativa na vida de cerca de 300 milhões de pessoas que vivem com uma doença rara, suas famílias e cuidadores.

Estima-se que em Portugal existam entre 600 a 800 mil pessoas com doenças raras. Cerca de 72% destas doenças são genéticas e declaram-se na infância. Estes doentes e suas famílias deparam-se com desafios particularmente difíceis por haver pouca ou nenhuma informação científica sobre a sua doença ou, porque, os medicamentos existentes são demasiado caros ou inacessíveis ou, ainda, porque não existe um especialista no seu país. Todas estas circunstâncias, decorrentes da raridade da doença, podem conduzir a um diagnóstico demasiado tardio.

Perante este contexto, a União Europeia criou a “Rare Diseases Task Force” que levou ao surgimento das redes europeias de doenças raras – “European Reference Networks” (ERN). A primeira rede de referência europeia foi aprovada no início de 2017 contando, actualmente, com 24 redes ERN.

As redes europeias de referência (ERN) são redes virtuais que reúnem prestadores de cuidados de saúde de toda a Europa, com a finalidade de facultar o debate sobre doenças raras ou complexas e que demandam cuidados altamente especializados, bem como concentrar os conhecimentos e os recursos disponíveis.

Os doentes sinalizados com uma doença rara por médicos do CHUC, poderão beneficiar dos conhecimentos e da orientação de um especialista europeu na sua doença, caso exista na Europa. Este contacto é feito pelo seu médico através da plataforma, sem haver necessidade de o doente se deslocar ao estrangeiro.

 

 

Estudo
Pelo menos 5,2 milhões de crianças, menores de 18 anos, perderam um pai ou cuidador desde março de 2020 devido à pandemia,...

A investigação, liderada pelo Imperial College london (Reino Unido) com dados da mortalidade de 20 países, destaca que o grupo de adolescentes entre os 10 e os 17 anos é o mais afetado, já que até 2,1 milhões perderam um pai ou cuidador para a doença.

Este tipo de orfandade ligado à pandemia também afetou quase 500.000 crianças entre zero e quatro anos e 740.000 entre cinco e nove anos, segundo dados atualizados por especialistas em julho de 2021.

O estudo refere que o número de crianças afetadas quase duplicou nos seis meses, entre 1 de maio de 2021 a 31 de outubro desse ano, em comparação com o número registado nos primeiros 14 meses da pandemia (de 1 de março de 2020 a 30 de abril de 2021).

Em termos globais, notam os autores, a pesquisa sugere que a taxa de mortalidade da Covid-19 afetou "desproporcionalmente" os pais ou cuidadores masculinos.

Nesse sentido, três em cada quatro crianças menores de 18 anos que ficaram órfãos, cerca de 75%, perderam o pai ou o cuidador.

No geral, salientam, a orfandade provocada pela Covid-19 aumenta o risco de as crianças sofrerem de pobreza, exploração e abuso sexual ou violência, infeção por VIH, desafios de saúde mental e graves angústias, bem como, em alguns contextos, propensão para se envolver em gangues de jovens e extremismo violento.

 

Sem evidências
Em outubro de 2020, um grupo de investigadores enviou uma carta à revista The Lancet sobre vacinas que usam um tipo particular...

A carta, redigida por um grupo de investigadores, publicada na revista científica 'The Lancet' em outubro de 2020, dava conta que as vacinas experimentais contra o VIH que usavam o adenovírus humano 5 (Ad5) como vetor tinham aumentado o risco de infeção pelo vírus num subgrupo de participantes. Na altura, os investigadores expressaram a sua preocupação com o facto de as vacinas contra a Covid-19, que utilizam este vetor, poderem aumentar o risco de contrair VIH em populações de risco.

Um dos conteúdos que circulam indicou, inicialmente, que a vacina da Janssen contém o adenovírus 5, um dos quais se fala na missiva publicada no 'The Lancet'.

Os adenovírus são uma família de vírus que pode causar a constipação comum e são usados como vetores da vacina para transportar instruções para as nossas células. A vacina da AstraZeneca usa um adenovírus de chimpanzés, enquanto a da Janssen usa um adenovírus humano 26 (Ad26). O que ambos conseguem é introduzir no corpo um adenovírus com ADN modificado que é inofensivo e que, dentro das nossas células, forma cópias de RNA. É este RNA que contém as instruções para as nossas células fabricarem a proteína S (pico) que é igual à do coronavírus SARS-CoV-2.

Como esclarecido num artigo na revista científica 'Science', não há evidências de que algum destes adenovírus aumente o risco de infeção pelo VIH.

 

 

Galardoar até cinco jovens investigadores científicos portugueses, de idade igual ou inferior a 35 anos
A Ordem dos Médicos e a Fundação BIAL estão a divulgar a segunda edição do Prémio Maria de Sousa, lançado em 2020 em homenagem...

O Prémio Maria de Sousa visa galardoar e apoiar jovens investigadores científicos portugueses até aos 35 anos, residentes em Portugal ou no estrangeiro, em projetos de investigação na área das ciências da saúde, incluindo um estágio num centro internacional de excelência.

No total, o prémio vai distribuir até 150 mil euros por um máximo de cinco vencedores, um aumento de 25 mil euros face à primeira edição.

As candidaturas encerram a 31 de maio e têm de ser apresentadas individualmente, não sendo admitidas candidaturas por grupos de investigadores.

O neurocientista Rui Costa é novamente o Presidente do Júri e recorda que “este Prémio continua a obra da cientista Maria de Sousa na construção de uma escola sem fronteiras, uma escola de novos cientistas portugueses ligados ao resto do mundo e que serão o alicerce de uma sociedade onde o conhecimento cria valor e muda a forma como vivemos.”

Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, explica que “pretendemos celebrar a vida e carreira de uma grande mestre que se distinguiu pela qualidade científica e técnica, aliando a investigação ao humanismo, o conhecimento ao ensino e formação. O talento da Professora Maria de Sousa foi responsável pela evolução da ciência e por dignificar o nome de Portugal a nível internacional.”

Para o Presidente da Fundação BIAL, Luís Portela, “Maria de Sousa continua viva no brilhantismo da obra que realizou, neste Prémio que a homenageia, nos jovens cientistas premiados na 1ª edição do Prémio e nos que se seguirão. Na primeira edição recebemos mais de 80 candidaturas; esperamos continuar com elevada adesão e apoiar jovens cientistas de grande qualidade a desenvolverem a sua carreira e a ganharem mundo.”

Para além de Rui Costa, o júri é composto por investigadores que foram muito próximos de Maria de Sousa: Maria do Carmo Fonseca, presidente do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), Graça Porto,  diretora do grupo de investigação sobre a biologia do ferro do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, Miguel Castelo-Branco, diretor do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) da Universidade de Coimbra, e Joana Palha, professora catedrática da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

O regulamento, formulário de candidatura e mais informação sobre esta edição estão disponíveis aqui.

 

Desmistificar as Doenças Raras
A RD-Portugal nasceu a 29 de maio de 2021, mas o nosso exército de voluntários de boa-vontade, já cá

Um conto antigo fala de uma tempestade que assolou uma ilha atirou com milhares de estrelas-do-mar para o areal. Na manhã seguinte, com o regresso da bonança, um homem vê uma jovem a devolver as estrelas ao mar. À pergunta de porque o está a fazer, se são milhares de estrelas, esta responde: “para esta estrela fará a diferença!”.

Existem muitas iniciativas que promovem a inclusão, a atenção para muitos assuntos para os quais achamos que será difícil mudar o mundo, mas, um pequeno gesto, uma pequena iniciativa pode transformar uma vida, um bairro, uma comunidade. Felizmente temos excelentes exemplos no nosso país, alguns promovidos ou até com o Alto Patrocínio da Presidência da República, pelo impacto que provocam.

Há mais de década e meia, Portugal teve um Programa para levar às escolas, desde os mais pequenitos até aos jovens quase adultos o conceito de separação de lixos que conduziria à reciclagem. O que isto tem a ver? É a forma de mudar paradigmas e alterar culturas. Aos dias de hoje, temos famílias que têm caixotes separados em casa para os vários tipos de resíduos, nos bairros, nas cidades os pontos de recolha. Tudo começou com um programa de sensibilização.

O que estamos a fazer?

Percebemos que existem alguns mitos na sociedade sobre as doenças raras. Desde logo, são muito pouquinhos, contagioso, alguém do governo estará a tratar disso, eu não posso fazer nada, nem percebo grande coisa do assunto, etc...

Se construirmos um conjunto de perguntas sobre doenças raras e, respostas simples e adequadas às várias idades, estaremos a ajudar? Parece que sim.

Se adicionarmos um conjunto de materiais e atividades que possamos pôr em prática de forma simples, repetitiva e transportar para os ambientes familiares, informais, melhorará o resultado final? Também parece que sim.

E se a isto somarmos um pequeno inquérito para perceber se os materiais estão adequados às idades, aos meios, à cultura, aos valores, às necessidades? Parece fazer sentido.

Experimentámos! Com um piloto no final de 2021 concluímos que foi muito positivo. Daremos conta dos resultados muito em breve. Com estes resultados, quisemos perceber até que ponto o Governo, nas áreas da Educação e Saúde, seria sensível a ponto de nos permitir ter a sua chancela. Parece que estamos no bom caminho.

Aumentámos o grau de ambição e perguntámos a outros países, a congéneres de Federações de Associações de Doenças Raras. Rapidamente percebemos que há uma adesão e vontade de traduzir e adaptar às suas realidades.

A pergunta que fica é como é que nós conseguimos chegar a todas as escolas? E a resposta é: “Não conseguimos!”. Pelo menos, sem a sua ajuda. Se consultar o que já estamos a fazer em https://raras.pt/informarsemdramatizar/ poderá ver como pode participar. Seja a divulgar a iniciativa, seja com donativos, seja sugerindo a empresa/entidade para a qual trabalha ou lidera a analisar e contribuir para que esta mudança cultura e comportamental passe a ser uma realidade nos próximos anos.

É importante afirmar que no site da Direção Geral da Saúde está lá que se estima haver em Portugal entre 600.000 a 800.000 pessoas com Doença Rara. Isto significa aproximadamente 6% da população. Qual a probabilidade de haver nas suas relações familiares, laborais ou sociais alguém que vive com uma doença rara? Isso, 6%.

Se conseguirmos que algumas destas pessoas sejam alertadas para sintomas e procurem ajuda profissional ou que auxilie na inclusão de pessoas nas comunidades ou, ainda, que melhore nos acessos de pessoas com deficiência ou diferentes, já valeu a pena!

O que queremos é informar sem dramatizar e, mesmo que seja numa comunidade, num bairro, num prédio, numa sala de aulas, para uma única pessoa, tal como a jovem com a estrela-do-mar: “para esta pessoa fará a diferença!”.

Ao fazer isto de forma continuada talvez desconstruamos mitos, mitiguemos dificuldades e alteremos culturas de proximidade e de inclusão.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialista da Mayo Clinic esclarece
A doença cardíaca pode significar o fim do jogo ou mesmo uma ameaça de vida para atletas de alta competição ou atletas...

Pesquisas importantes avaliaram os riscos reais de paragem cardíaca em jovens atletas com problemas cardíacos, diz Elijah Behr. Isto inclui descobertas feitas na Mayo Clinic sobre a síndrome de QT longo, um distúrbio do ritmo cardíaco que pode causar batimentos cardíacos caóticos e rápidos.

"Há uma tendência para permitir a prática de exercício nos doentes que recebem um bom tratamento para a sua doença", diz Behr. "Esta deve ser uma abordagem personalizada que avalia totalmente o paciente usando conhecimentos especializados e que pode envolver o clube desportivo, a escola ou a faculdade para garantir a forma mais segura de agir."

Um dispositivo que pode ajudar os atletas a voltar a jogar após uma paragem cardíaca é o cardioversor- desfibrilador implantável. Pode fazer leituras eletrónicas do coração e determinar se está a ocorrer uma desordem do ritmo cardíaco que pode ser fatal e, em seguida, emitir um choque elétrico para devolver o ritmo cardíaco ao normal, explica o cardiologista. Em geral, os dispositivos são altamente eficazes para salvar vidas quando acontece uma paragem cardíaca, diz.

Uma paragem cardíaca é frequentemente causada por uma doença cardíaca subjacente que pode deixar uma cicatriz no coração, predispondo-o a um problema de ritmo que causa paragem cardíaca, explica o médico.

"É muito incomum que a paragem cardíaca em si cause mais danos cardíacos do que a doença cardíaca subjacente. Há também doenças que são basicamente elétricas e não estão associadas a qualquer dano ao músculo cardíaco em si", diz Behr. "Se não houver danos no coração, ou se for um pequeno dano, é possível que o atleta regresse ao seu normal funcionamento e desempenho. Depende muito da doença e da gravidade."

Pesquisas sobre morte súbita em jovens atletas e não-atletas sugerem que a morte súbita pode ser duas vezes mais frequente em atletas. Acredita-se que isso se deve ao efeito do stress extremo em pessoas com doenças cardíacas subjacentes, como a cardiomiopatia (doença muscular cardíaca), revela o médico. "Ainda assim, é raro notar que a maioria das mortes cardíacas repentinas não ocorrem durante o desporto", acrescenta.

Em geral, os atletas mais velhos que praticam exercícios físicos de resistência ou de alta intensidade durante muitos anos tendem a ter mais problemas de ritmo cardíaco e na artéria coronária do que os não atletas da mesma idade, diz Behr.

"Acreditamos que este pode ser o efeito da pressão excessiva no coração durante períodos intermitentes de pressão arterial alta e frequência cardíaca. Isto ainda não está totalmente compreendido e há necessidade de fazer mais pesquisas", acrescenta. "Há um benefício geral e significativo do exercício físico em termos de qualidade de vida e longevidade que provavelmente supera qualquer risco de problemas cardíacos."

Se o exercício pode piorar algumas doenças cardíacas ou mesmo aumentar o risco de paragem cardíaca, os cardiologistas podem trabalhar em conjunto com os atletas para moderar a intensidade e duração da atividade, diz Behr. Para limitar a intensidade do exercício, a medicação e a monitorização da frequência cardíaca podem ser usadas para obter uma frequência cardíaca mais baixa.

Estes problemas podem limitar muito os atletas de competição e pode ser necessário que eles mudem de desporto se quiserem continuar a competir. Passar de exercícios físicos rigorosos e dinâmicos para desportos menos desafiantes pode ser a única forma de equilibrar as necessidades psicológicas do doente e os riscos das suas doenças, diz.

"Em geral, o desporto é benéfico e o exercício é saudável para o corpo e a mente. Devemos evitar impor demasiadas restrições desnecessárias aos pacientes e, em vez disso, alcançar o equilíbrio certo para eles", avança o cardiologista. "São mais propensos a seguir planos de tratamento e que estarão bem em geral."

Páginas