Saiba como proteger-se
Celebre as festividades em segurança. Os acidentes acontecem e pode não ser apenas aos outros.

E se vai para a neve evite as queimaduras por raios ultravioletas. Use os óculos de proteção ou acaba o dia na urgência. Se vai fazer desporto use a proteção adequada como por exemplo óculos na piscina ou no paintball ou capacete no boxe.

E os acidentes de viação causam com frequência traumatismos oculares. É importante usar sempre o cinto de segurança.

Com as crianças são mais comuns os acidentes com objetos pontiagudos, com substâncias causticas, as contusões e as queimaduras. Não maior parte das vezes em ambiente familiar. E estes acidentes podem e devem ser evitados:
Deixe sempre tachos ou panelas com água a ferver fora do alcance da criança;

  • Guarde bem os detergentes, soda caustica, lixivia assim como os medicamentos em armários altos e fechados de forma a que a criança não possa aceder a eles;
  • Não deixe a criança brincar com brinquedos ou com objetos pontiagudos capazes de perfurar o globo ocular. Da mesma forma é importante colocar protetores nas esquinas dos móveis;
  • As plantas pontiagudas ou com espinhos como por exemplo cactos devem estar fora do alcance das crianças.

E se tem animais deve ter em atenção duas coisas: os animais domésticos podem causar lesões. O cão pode morder, o gato pode arranhar, a ave pode picar, muitas vezes com envolvimento dos olhos. E os animais podem transmitir doença, como por exemplo a toxoplasmose ou a doença da arranhadura do gato, que podem dar perda grave de visão e por vezes irreversível. É importante lavar bem as mãos depois de brincar com os animais.

E não se esqueça que os traumatismos fechados - com impacto violento e sem ferida perfurante no globo ocular – podem dar lesões nas estruturas internas do olho sem que se note nada externamente.

Qualquer traumatismo que envolva os olhos deve ser examinado por um médico oftalmologista, que poderá determinar se o olho foi afetado e qual o tratamento que necessita de ser efetuado.

Lembre-se sempre: a prevenção é o melhor tratamento.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
As unhas dos pés encravadas são casos comuns, especialmente no primeiro dedo do pé.

Existem várias causas associadas a esta patologia, além de sintomas visíveis, nomeadamente dor, vermelhidão e inchaço do local, sendo que, quanto mais encravada a unha estiver, mais intensos serão os sintomas.

Quanto ao tratamento, existem várias opções, sendo que estas devem ser avaliadas tendo em conta o caso clínico em questão. Pode ser efetuada uma manipulação da pele e da unha, mas em casos mais avançados pode ser necessário recorrer a uma cirurgia – matricetomia parcial.

As alterações anatómicas das unhas e o encurvamento das mesmas, não são possíveis de prevenir. Ainda assim, existem algumas dicas que pode adotar, visto que esta não é a única causa de unhas encravadas.

  • Tenha cuidado a cortar as unhas dos pés. Devem ficar retas e do tamanho do dedo;
  • Procure utilizar calçado adequado ao seu pé, uma vez que se for demasiado apertado contribui para o surgimento de unhas encravadas;
  • Adote cuidados de higiene e evite andar descalço(a). Esta prática previne o surgimento de infeções fúngicas.

A área da Podologia que se dedica a este tipo de patologias e ao tratamento de alterações, a nível da pele e das unhas dos pés, mesmo que provocados por transtornos sistémicos, é a Quiropodologia. Por isso, no caso de verificar que tem uma unha encravada ou começar a sentir alguns dos sintomas, deve consultar um podologista, de modo a efetuar um diagnóstico e tratamento adequado.

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Estudo do CEFAR - Centro de Estudos e Avaliação em Saúde
A Associação Nacional das Farmácias (ANF) apresentou no dia 15 de dezembro as principais conclusões de um Estudo realizado pelo...

Durante o evento, o Ministro da Saúde enalteceu o esforço de toda a comunidade neste período e afirmou “Não tenho dúvida nenhuma de que uma parte do que aconteceu se deveu também à ação das farmácias”. No entender de Manuel Pizarro, em “qualquer estratégia de Saúde para Portugal que, sendo um país pequeno é um país com enormes diferenças regionais e geográficas, faz todo o sentido, não apenas continuar a ver, mas valorizar, as farmácias como parceiros do SNS, e melhorar os resultados em saúde para os portugueses.” e acrescenta, “em muitos casos a farmácia é mesmo o primeiro interface com as pessoas que procuram cuidados de Saúde e é o primeiro local de aconselhamento. É um SNS 24 sem telefone”.

Na ocasião, o Ministro da Saúde destacou os projetos que, em colaboração com as farmácias, serão implementados em 2023: a renovação automática da medicação de doentes crónicos e a distribuição dos medicamentos prescritos nos hospitais para tratamento de algumas doenças, que poderão ser realizados nas farmácias, medidas com grande impacto na vida das pessoas e no alívio da sobrecarga dos serviços e profissionais do SNS.

A inclusão das farmácias na estratégia nacional de testagem permitiu uma maior cobertura nacional, reduzindo as desigualdades de acesso dos cidadãos, permitindo a realização de testagem em mais setenta e quatro concelhos, assegurando-se, assim, a testagem em 266 concelhos. Num momento particularmente conturbado no SNS e quando, em muitos locais do país, a farmácia é o único espaço de saúde ao alcance da população “a colaboração das farmácias contribui para uma clara melhoria dos cuidados de saúde de proximidade”, salienta Ema Paulino.

“Encontrar respostas que vão ao encontro das necessidades em saúde das comunidades locais e assegurar a coesão territorial faz parte da nossa identidade.”, refere ainda a Presidenta da ANF. A colaboração das farmácias com o SNS pode ser potenciada através da prestação de vários serviços de proximidade comparticipados, de que são exemplos a testagem VIH, Hepatites, a testagem dupla Covid e Gripe, bem como de programas de gestão de afeções menores, e de apoio à adesão a novas terapêuticas para doenças crónicas. Reforçar a intervenção das farmácias contribui para a otimização dos resultados em saúde, reduzindo a pressão nas urgências hospitalares, e promovendo a sustentabilidade do sistema de saúde.

 

Principais conclusões sobre o contributo das farmácias para os cuidados de saúde de proximidade através da testagem

Entre janeiro de 2021 e setembro de 2022, as farmácias realizaram mais de 13 milhões de TRAg (Testes rápidos de antigénio para SARS-CoV-2) à população. O pico foi atingido em janeiro de 2022 com as farmácias a responderem a mais de 90% das solicitações de TRAg feitos em Portugal. Com o apoio da Associação Nacional das Farmácias, a rede de 1.650 farmácias envolvidas nos testes conseguiu, num curto espaço de tempo, reunir as condições necessárias para a prestação de um serviço de fácil e rápido acesso pela população, com salvaguarda dos requisitos legais, de segurança, qualidade e confidencialidade.

A inclusão das farmácias na estratégia nacional de testagem, permitiu que mais 74 concelhos passassem a ter um local de testagem rápida, preenchendo lacunas geográficas e socioeconómicas na cobertura do território nacional como um todo. O número de concelhos cobertos com farmácias em Portugal continental foi de 266 (95,7%). Segundo o Estudo do CEFAR - Centro de Estudos e Avaliação em Saúde, a possibilidade de recorrer à farmácia comunitária permitiu a cada português poupar, em média, 2 km de deslocação por teste realizado, sendo que em 19 municípios essas deslocações seriam superiores a 25km sem as farmácias.

Assim, as farmácias contribuíram para diminuir o índice de desigualdade (Gini) de acesso estimado pela distância média (Kms) ao local de realização TRAg mais próximo, com especial impacto para os portugueses que vivem em municípios com menor densidade populacional, onde o poder de compra é menor e naqueles mais envelhecidos: - 38,1% em municípios com menos habitantes; -32,2% nos mais envelhecidos e - 15,2% em municípios mais pobres.

Também a contribuição das farmácias para o número médio de horas de acesso para realização de TRAg por 1000 habitantes, foi relevante, com um aumento de mais de 9 horas/1000 hab de disponibilidade e uma redução de 38,6% no índice geral de desigualdade (Gini) medido pelas horas de acesso da população à TRAg. Quando consideradas as populações mais vulneráveis observou-se, uma vez mais, um elevado impacto na redução da desigualdade pela inclusão das farmácias no esforço de testagem:  - 43,3% em municípios com menos habitantes; -51,3% nos mais envelhecidos e - 54,6% em municípios mais pobres.  

A possibilidade de realização de TRAg, em complemento à testagem PCR, teve como efeito um maior acesso e diagnóstico mais rápido, que resultou em isolamento mais célere, contribuindo para a redução do número de infeções (-14,5%), dias de internamento (-7,4%) e mortes (-6,7%) – valores estimados para um período de 60 dias.

O Estudo de avaliação sobre o TRAg de uso profissional para SARS-CoV-2 nas Farmácias Comunitárias em Portugal, desenvolvido por investigadores do CEFAR, teve como objetivo avaliar o impacto para a sociedade da integração das Farmácias na rede de locais de realização de TRAg de uso profissional para o diagnóstico do SARS-CoV-2, após janeiro de 2021 (início da realização de TRAg nas Farmácias).

Para além dos elevados níveis de satisfação com a rapidez na comunicação do resultado, na localização da farmácia e da confiança na competência do profissional, mais de 70% dos inquiridos indicaram preferir realizar o teste noutra farmácia caso o serviço não estivesse disponível na farmácia onde o realizou.  O índice de satisfação média de pessoas satisfeitas com serviço de testagem nas farmácias é superior a 4,5 em todos os domínios (avaliação de 1 a 5), destacando-se os seguintes: 4,8 na rapidez na comunicação do resultado; 4,8 na localização da farmácia; e 4,7 na confiança na competência do profissional.

Medida não está a ser cumprida
O Sindicato dos Enfermeiros – SE lamenta que a cada dia que passa se acumulem as injustiças na contagem de tempo para efeitos...

“A negociação que conduziu à publicação do Decreto-lei n.º 80-B/2022 foi árdua, mas representou uma luz de esperança para os enfermeiros, naquilo que se acreditava ser o início da valorização da nossa profissão”, recorda Pedro Costa. Infelizmente, acrescenta, “parece que muitas instituições pretendem ser mais restritivas do que foram os anteriores governos e não estão a contabilizar devidamente o tempo de serviço aos enfermeiros, para efeitos de avaliação de desempenho”.

A situação mais recente que chegou ao conhecimento do SE diz respeito aos enfermeiros cujo vínculo laboral é posterior a 30 de junho de um determinado ano. “O que está a acontecer é que as instituições simplesmente não contabilizam o ano inteiro a esses enfermeiros”, adverte Pedro Costa. Se nada for feito para contrariar esta situação, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros admite que venham a verificar-se casos “em que um enfermeiro que comece a trabalhar no dia 30 de junho de 2004, por exemplo, veja esse ano integralmente contado para efeitos de progressão na carreira enquanto outro colega na mesma instituição fica sem qualquer ponto nesse ano, apenas por ter assinado um dia mais tarde”.

“São incompreensíveis estes procedimentos e comportamentos dos responsáveis das instituições”, acrescenta o dirigente do SE. “Quero acreditar que é apenas incompetência na interpretação da lei, e não que são ações deliberadas para atrasar o reconhecimento da avaliação de desempenho e, assim, tornar ainda mais lento um processo que já se arrasta há demasiados anos”, acrescenta.

Pedro Costa adianta que “o Sindicato dos Enfermeiros só quer ver cumprido o acordo com o Ministério da Saúde, já que existem instituições que o fazem bem, mas existe um grande número que sofre de uma visão restritiva e contrária à abrangência do diploma”. “A tutela tem de dar orientações específicas às instituições, sob pena de afrontar ainda mais os enfermeiros, que já estão pouco motivados para continuar a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde, numa altura em que, mais uma vez, os enfermeiros seguram um SNS debilitado por problemas com mais de 20 anos de existência”.

Sociedade Portuguesa de Pneumologia vai propor um plano de ação de medidas prioritárias e urgentes
Foi apresentada no passado dia 2 de dezembro, no Instituto Catalão de Oncologia, Centro Colaborador da OMS, em Barcelona, a...

A Irlanda, o Reino Unido e a França lideram o ranking enquanto a Sérvia, a Suíça e a Bósnia e Herzegovina apresentam os resultados mais baixos. Portugal está em 30.º lugar nesta lista tendo descido 10 posições comparativamente ao relatório anterior, publicado em 2019.

Estas políticas são recomendadas pela Convenção Quadro de Controlo de Tabaco da OMS, nomeadamente o aumento de preço através da taxação do tabaco; proibição abrangente de fumar em locais públicos; melhor informação ao consumidor, incluindo campanhas públicas de informação, cobertura dos media e divulgação de resultados de estudos; proibições abrangentes da publicidade e da promoção de todos os produtos de tabaco, logotipos e nomes de marcas; advertências de saúde grandes e impactantes nas embalagens dos produtos de tabaco; tratamento para ajudar os fumadores a cessar, incluindo maior acesso a medicamentos.

Pela primeira vez, a TCS inclui a interferência da indústria do tabaco na implementação das políticas nos diversos países, usando um índex objetivo desenvolvido por investigadores da Universidade Inglesa de Bath. De facto, a OMS considera a interferência da indústria do tabaco na negociação política e na implementação das medidas de controlo de tabaco como a principal barreira a combater para se conseguir uma implementação robusta destas políticas. 

Posição da Sociedade Portuguesa de Pneumologia perante os resultados

Sofia Ravara, médica pneumologista e coordenadora da Comissão de tabagismo da SPP, declara, perante estes dados que colocam Portugal nos últimos lugares do ranking que “Portugal precisa cumprir consistentemente os seus compromissos de promover e proteger a saúde da população portuguesa, como explanado na Constituição Portuguesa, na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, na Convenção-Quadro de Controlo de tabagismo da OMS, e no novo Plano Nacional de Saúde alinhado com os objetivos do desenvolvimento sustentável. Não é possível construir uma sociedade saudável e produtiva e caminhar para o desenvolvimento sustentável em Portugal com este marasmo nas políticas públicas de controlo de tabaco e na sua monitorização. Acresce que a grande maioria da população portuguesa aprova as medidas de controlo de tabaco, de acordo com diversos estudos epidemiológicos. Por exemplo, mais de 85% dos Portugueses concorda com uma política abrangente de espaços públicos sem tabaco, sem exceções.”

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em conjunto com a comunidade de saúde e associações de doentes, vai propor brevemente um plano de ação de medidas prioritárias e urgentes de controlo de tabaco.

“Queremos mudar esta situação e, como foi dito e repetido pelos representantes da OMS durante o encontro no ICO, para se progredir no controlo de tabaco é crucial a ação concertada dos Governos e da Sociedade civil, além de excluir a interferência da indústria do tabaco. Pensamos que a mudança recente no Ministério da Saúde é uma oportunidade. O Ministro da Saúde, enquanto deputado do Parlamento Europeu, esteve envolvido em atividades de políticas de controlo de tabaco, tem esta experiência privilegiada e a responsabilidade de fazer mais e melhor por Portugal. Acresce que, pela primeira vez, o Ministério da Saúde engloba a promoção da saúde na sua orgânica. Claro que não basta pugnar pela intervenção do Ministro da Saúde isoladamente, tem que se envolver os outros ministérios como Finanças, Economia, Ambiente, Educação, Administração Interna, etc., segundo o princípio da “saúde em todas as políticas”. Queremos envolver a sociedade civil e ajudar o Governo a avançar no controlo de tabagismo em Portugal, para bem da saúde de todos os portugueses”, afirma a médica pneumologista.

Escala de Controlo de Tabaco

Esta Escala de Controlo de Tabaco foi criada em 2006, por Luk Joossens, da ONG Europeia Smoke Free Partnership (SFP) e Martin Raw, Diretor do International Centre for Tobacco Cessation. Baseia-se em seis estratégias para prevenir e controlar o consumo de tabaco estudadas como as mais custo-efetivas pelo Banco Mundial, e que são usadas para avaliar o nível de implementação das políticas de controlo de tabagismo em cada país. As pontuações podem ir até aos 100 pontos e são determinadas usando dados validados disponíveis em estudos científicos ou relatórios credenciados, além de informação providenciada por peritos nacionais. Por apresentar menos de 50 pontos na TCS, Portugal é um país a necessitar urgentemente de acelerar a implementação de políticas de controlo de tabaco, a começar por uma política abrangente de espaços públicos sem tabaco, sem exceções e com a devida fiscalização e monitorização. No lançamento da TCS 2021, em que estiveram presentes representantes da OMS, Portugal foi ainda destacado como um mau exemplo de políticas públicas de controlo de tabagismo, apesar de ter ratificado a Convenção-Quadro de tabagismo da OMS, avançando apenas quando são impostas medidas vinculativas da União Europeia.

Ranking

A Irlanda e o Reino Unido são os países com maior pontuação (ambos 82 em 100 pontos), juntamente com a França, que ocupa o terceiro lugar, com 71 pontos. Estes países estão no bom caminho no que diz respeito à implementação de medidas para controlo do tabagismo: por exemplo, a Irlanda tem os preços do tabaco mais altos da Europa (15,40€ um maço de Marlboro, em 2022). No lado oposto, a Suíça e a Bósnia e Herzegovina são os países com a pontuação mais baixa (respetivamente, 35 e 25 pontos). A Suíça, por exemplo, está sob forte influência das empresas de tabaco e não consegue fazer progressos na tributação do tabaco ou no apoio à cessação tabágica. Entre os países que melhoraram significativamente o controlo de tabagismo estão a Holanda e a Dinamarca (+9 pontos). Isto deve-se, principalmente, ao aumento consistente dos impostos, à implementação da proibição da exibição dos produtos de tabaco em montras visíveis nos locais de venda, e à adoção de embalagens de tabaco “brancas ou simples”, i.e., sem cores, logotipo ou design da marca. Onze países (Reino Unido, França, Irlanda, Noruega, Turquia, Eslovénia, Bélgica, Israel, Hungria, Holanda e Dinamarca) já adotaram e implementaram legislação para maços e embalagens de tabaco sem qualquer design de marca, enquanto a Finlândia implementará embalagens simples em 2023.

“Os maços de tabaco simples já existem em mais de dez países europeus e devem ser o padrão para todos os países da região europeia”, afirma Luk Joossens, principal autor do relatório. O documento destaca a falta de financiamento para o controlo do tabagismo, intensificada pela pandemia por COVID-19. “Nenhum dos 37 países gasta 2€ per capita no controlo do tabagismo e alguns países testemunharam mesmo uma redução no financiamento”, afirmou o Dr. Esteve Fernández, diretor do WHO Collaborating Centre on Tobacco Control, no Instituto Catalão de Oncologia e coautor do relatório. A interferência da indústria do tabaco continua a ser o principal problema que impede os países de fazer progressos significativos no controlo do tabagismo. “Aumentar os impostos sobre os produtos do tabaco é uma das estratégias mais eficazes para proteger os jovens contra o tabaco, mas os impostos e os preços em alguns países são muito baixos. A próxima revisão da diretiva sobre a tributação do tabaco é fundamental para garantir o aumento dos impostos”, disse Lilia Olefir, Diretora da Smoke Free Partnership.

Unidade hospitalar privada localizada em Torres Vedras
A joint venture criada pela Atena Equity Partners e pela 3T Portugal, dedicada ao investimento na saúde, em especial na área...

Esta unidade hospitalar privada, localizada em Torres Vedras, é uma referência na região Oeste, contando três salas de bloco operatório e uma centena de camas, prestando atendimento permanente 24/24 horas e serviços de cuidados continuados. Com mais de 200 colaboradores, é também o maior centro de exames de imagiologia de toda a Região Oeste e anualmente realiza mais 150 mil atos médicos, entre exames, consultas e cirurgias.

A aquisição do Hospital Soerad vem reforçar a aposta na área hospitalar da joint venture entre a Atena Equity Partners e a 3T Portugal, que há cerca de um ano já tinha concretizado a aquisição do Hospital Particular de Almada. Estes dois investimentos estão alinhados com a estratégia de desenvolvimento prevista para o projeto, onde uma das prioridades é facilitar o acesso a cuidados de saúde em mercados carenciados através de unidades de proximidade. A aquisição do Hospital Soerad permite alavancar sinergias de estrutura e clínicas com o Hospital Particular de Almada.

O projeto é liderado por uma equipa executiva sénior de gestores e empreendedores na área da saúde privada, nomeadamente por Eduardo Moniz (Partner na 3T Portugal e ex-CEO da British Hospital, IMI e CMR Sul), por Luís Campanha (ex-administrador da Affidea) e por Pedro de Albuquerque Mateus (ex-Luz Saúde, ex- CEO dos Hospitais Privados da Lusíadas Saúde e atual CEO da MALO CLINIC).

Beneficiando das competências técnicas, operacionais e financeiras dos parceiros, o projeto estratégico para a unidade hospitalar prevê o crescimento em novas áreas de atividade, o aumento da oferta e reforço da capacidade de resposta na prestação de cuidados de saúde à população local.

O Hospital Soerad afirma-se como uma verdadeira solução para lacunas no acompanhamento em contexto de cuidados primários das famílias na região. Será ainda realizada a aposta no desenvolvimento de uma unidade de referência na primeira linha do atendimento permanente.

O Hospital tem acordos com seguradoras, ADSE, SNS e outras entidades, oferecendo consultas e cirurgias das mais diversas especialidades e múltiplos serviços e exames de diagnóstico e terapêutica.

A unidade é composta por dois edifícios, num total de 26.500m2, incluindo 3 pisos de estacionamento subterrâneo e 4 pisos acima do solo. No âmbito da operação o ativo imobiliário passará a ser detido pela Horizon Equity Partners.

A 3T Portugal acumula uma importante experiência de investimento na saúde privada, nomeadamente no British Hospital, na rede IMI e em unidades de hemodiálise. Por seu lado, a Atena Equity Partners é uma referência na área de private equity em Portugal, como investimentos de sucesso em sectores como a saúde, a educação e conhecimento, a tecnologia e a indústria, entre outros.

Missão Humanitária
Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide está a preparar missão humanitária com profissionais de saúde,...

Apoiar o projeto “Saúde para todos” do Instituto Marquês Valle Flor em São Tomé e Príncipe na resposta às necessidades existentes e emergentes na área dos cuidados de saúde é o objetivo de uma Missão Humanitária que a Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) está a organizar com o apoio do Grande Priorado de Portugal da Soberana Ordem Militar do Templo de Jerusalém (GPP) e que se preparam para levar àquele país africano de língua oficial portuguesa ajuda àqueles que mais precisam e com quem se partilhou mais de 500 anos de história.

Identificadas as necessidades que foram assinaladas pela Diretora da Santa Casa da Misericórdia de São Tomé com falta de medicamentos e de profissionais de saúde em determinadas especialidades. A Missão Humanitária, refere Arsisete Saraiva Presidente da A.N.D.A.R. “Sabemos que o acesso à saúde em São Tomé não é ainda uma realidade para todos, sabemos que faltam meios e recursos humanos e, por isso, decidimos ajudar, vamos levar profissionais de saúde e ajudar o projeto existente “Saúde para todos” do Instituto Marquês Valle Flor”.

 Refere, ainda, que “com o apoio precioso de particulares e empresas, assim como de várias organizações, reunimos muito material que queremos agora fazer chegar a quem dele mais precisa.” E continua “a Congregação das Irmãs Franciscanas que é representada pela Irmã Lúcia, agraciada com a Ordem de Mérito, pelo ex-Presidente da República Prof. Cavaco Silva, no âmbito do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, foi a instituição escolhida, para fazer a entrega de todo o material didático angariado.”

A iniciativa conta já com o apoio da Assembleia da República, tendo obtido o Alto Patrocínio do seu Presidente, Prof. Doutor Augusto Santos Silva, do INFARMED, do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, que confirmou a sua presença em São Tomé, do Ministério da Saúde, da Associação Nacional de Farmácias, da APIFARMA, da Associação Farmácias de Portugal, da Ordem dos Farmacêuticos e de alguns laboratórios da indústria farmacêutica, assim como de várias empresas e particulares, que ajudaram a transformar esta ideia humanitária num projeto real.

A Embaixada de Portugal em São Tomé já garantiu a receção dos bens no país e a sua proteção até ao momento da distribuição, faltando apenas que, por cá, se encontre um transporte seguro para as doações. “É apenas isso que precisamos para garantir a segurança de todo o material angariado, a data está já confirmada, 19 a 26 de fevereiro de 2023”, confirma Arsisete Saraiva.

 

Estudo
A grande maioria dos jovens portugueses considera-se feliz (72,3%), apesar da perceção de infelicidade ter aumentado de 13,3% ...

O estudo, realizado pela equipa Aventura Social, em parceria com a Direção-Geral da Saúde, a Direção-Geral das Estatísticas da Educação e Ciência, o Instituto de Saúde Ambiental da Universidade de Lisboa, a Universidade Lusíada de Lisboa e o Instituto Politécnico de Beja, analisa os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida. Entre as conclusões está o agravamento da perceção de bem-estar em Portugal: 21% sentem-se nervosos, 15,8% irritados ou de mau humor, e 11,6% tristes quase todos os dias.

Quase um quinto (18,8%) dos adolescentes refere ter uma doença prolongada, problema de saúde ou incapacidade diagnosticada por um médico, dos quais 54,5% diz ter necessidade de tomar medicação. Já sobre a vacinação, 71,9% acha que as vacinas protegem a saúde.

O estudo da HBSC/OMS destaca ainda alguns comportamentos de risco para a saúde, com impacto no aumento do excesso de peso, que subiu de 28,3% para 31,8%. A percentagem que refere que não está a fazer dieta, mas precisava, subiu em quatro anos para 25,3%. Comparando com o estudo realizado em 2018, verifica-se um aumento da prática de atividade física - mais de 3 dias por semana – entre os jovens: de 43,1% para 55,7%. No entanto, dois em cada dez jovens diz nunca ter praticado qualquer desporto.

Sobre sexualidade, 84,8% dos adolescentes do 8.º e 10.º anos de escolaridade referem ainda não terem tido relações sexuais. A primeira relação sexual ocorreu acima dos 14 anos para 71,1% dos jovens. Dois terços (64%) diz ter usado preservativo na última relação e 27,3% pílula contracetiva. Mais de 13% tiveram relações sexuais associadas a álcool ou drogas.

Em relação ao gosto pela escola, a percentagem baixou ligeiramente para 69,7%, em parte devido às dificuldades com a escola e pressão com os trabalhos escolares, que aumentaram em quatro anos. A matéria continua a ser considerada demasiada, aborrecida ou difícil para mais de 80% dos jovens inquiridos.

No presente estudo da HBSC/OMS, regista-se um aumento na frequência de não fumadores, de 93,7% em 2018 para 95,1% em 2022. O consumo de bebidas alcoólicas também diminuiu em todos os tipos.

Em 2022 o estudo HBSC/OMS integrou 51 países. Realizado em Portugal desde 1998, incluiu 5.809 jovens do 6.º, 8.º, 10.º e 12.º anos, de 40 agrupamentos escolares.

Opinião
Se você tem uns quilos a mais para perder, o conselho que eu lhe dou é: se é para cometer excessos,

Dado que um dos simbolismos da ceia de Natal é celebrar a união familiar e a abundância, não faz sentido estar a escrever um artigo a aconselhar que não se coma em exagero no Natal. Apesar de que, dada a situação que vivemos atualmente, nomeadamente com o aumento dos preços e as alterações climáticas, tudo o que não deveríamos estar a fazer nos dias de hoje é cometer excessos, mas isto é um assunto para outro artigo. Analisando a situação do ponto de vista que envolve apenas o contexto dos quilos a mais, aproveite este dia para comer sem culpa.

Isso porque, num dia em que se tem comida à vontade na mesa e o convívio com família e amigos - dois fatores perfeitos para passar dos limites - estar a pedir para você controlar a quantidade de comida que ingere seria um caso sério de wishful thinking da minha parte.

A única sugestão que eu deixo para si é: tenha consciência. Cometa os excessos, mas cometa-os com plena consciência do que está a fazer e das suas implicações. Quando você sentir dores estomacais, inchaço, refluxo, azia, náusea e as calças apertadas, que tenha plena consciência de que isso foi devido aos excessos.

É importante que tenha consciência de que esta forma de se alimentar é a exceção e não a regra.

Eu poderia estar aqui a dizer para começar a refeição com sopa, certificar-se de ingerir proteína e vegetais no prato principal e comer fruta como sobremesa ou preparar uma sobremesa sem glúten, sem açúcar e sem sabor - para conseguir comer alguma coisa “doce” neste dia - enquanto se tortura a ver os outros a comer uma sobremesa como deve ser.

O que interessa é o modo de como nos alimentamos na maior parte do ano. O que se faz nos outros 290 dias, aproximadamente 80% do ano, já deduzindo a Páscoa, férias, aniversários e outras datas comemorativas que possam levar ao excesso, é o que vai fazer a diferença no final das contas.

Eu realmente acredito que é importante cometermos essas pequenas “infrações” durante o ano, pois sem elas fica muito difícil comprometer-se a comer de forma equilibrada a longo prazo e ter uma relação saudável com a comida.

Por fim, peço que tenha consciência que se permitiu a si própria/o para comer em excesso, não perca tempo a se sentir culpada/o no dia seguinte. Encare as consequências das suas escolhas. Saiba que o que você faz no presente terá implicações no seu futuro. Na próxima vez, garanto que pensará melhor antes de agir.

A partir do momento em que não precisar de ler artigos como este e não sentir a necessidade de se empanturrar como se não houvesse amanhã, e começar a valorizar mais não se sentir mal disposto após uma refeição, não ter que se preocupar em fazer dieta durante o ano, estar satisfeita/o com o seu corpo e conseguir colocar uma roupa sem ela ficar a apertar, pode ter certeza de que chegou num ponto em que você colocou como prioridade máxima a sua saúde e autoestima.

Feliz Natal!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Com potencial de retardar a progressão da doença
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aceitou o pedido de Autorização de Introdução no Mercado para a avaliação de um...

"Através do nosso programa de desenvolvimento clínico, verificámos que Tofersen tem o potencial de retardar a progressão desta doença implacável e, em última análise, fatal" descreve Priya Singhal, Head of Global Safety and Regulatory Sciences e Interim Head of R&D da Biogen. “As submissões às autoridades regulamentares nos Estados Unidos e agora na União Europeia representam um passo importante dos nossos esforços para trazer, o mais rápido possível, o primeiro tratamento direcionado geneticamente para a ELA-SOD1 e para a comunidade de doentes com esta patologia. “

O pedido de Autorização de Introdução no Mercado inclui os resultados do VALOR, um estudo de fase 3, assim como a extensão de fase aberta deste estudo, inclui ainda os resultados de um estudo de fase 1 em voluntários saudáveis e de um estudo de fases 1 e 2 que avaliou os níveis de dose ascendente. Foram também incluídos os resultados integrados atualizados aos 12 meses do estudo VALOR e do estudo de extensão que foram recentemente publicados no The New England Journal of Medicine.

"Os efeitos que temos visto com Tofersen divergem da evolução da história natural da doença e trazem uma esperança para o tratamento da ELA-SOD1,” diz Philip Van Damme, MD, Professor PHD em Neurologia e Diretor do Neuromuscular Reference Center no Hospital Universitário de Louvaine, na Bélgica. "As notícias de hoje são um marco importante para a comunidade de doentes com ELA na Europa, onde há uma grande necessidade de novas opções de tratamento."

Este medicamento está também a ser analisado pela agência regulamentar norte-americana, a Food and Drug Administration (FDA), com caráter de revisão prioritária, tendo como data para a análise pelo Prescription Drug User Fee Act – mecanismo legal que possibilita o financiamento de um novo medicamento – 25 de abril de 2023.

A Biogen vai manter o programa de acesso precoce para a utilização de Tofersen, o qual está já disponível em 34 países.

Oncologia
De acordo com o relatório do Fundo Mundial de Investigação do Cancro de 2020, foram diagnosticados,

A terapia com células T com recetor de antigénio quimérico é um tratamento personalizado que dá esperança aos doentes diagnosticados com vários linfomas.

"Em resumo, o linfoma é basicamente um cancro do sistema imunitário", explica sucintamente Madiha Iqbal, hematologista e oncologista da Mayo Clinic.

Habitualmente, os doentes recentemente diagnosticados com linfoma recebem uma combinação de quimioterapia e tratamentos baseados em anticorpos. Mas para aqueles que não respondem a duas ou mais linhas de tais tratamentos, a terapia com células T com recetor de antigénio quimérico pode ser uma opção.

O tratamento com células CAR-T é uma forma de imunoterapia, o que significa que utiliza o próprio sistema imunitário do doente para combater o cancro.

Ao contrário de outros tipos de tratamento oncológico, este tratamento é produzido a partir dos linfócitos T (células T) que são parte dos glóbulos brancos do sangue e que têm como objetivo identificar e eliminar bactérias, vírus e células tumorais. No entanto, em alguns casos, as células tumorais conseguem esconder-se das células T, o que dificulta a tarefa de eliminação do cancro levada a cabo pelo organismo do próprio doente.

"Antes do aparecimento da terapia com células T com recetor de antigénio quimérico, os doentes com falha em duas linhas de quimioterapia tinham uma sobrevida de cerca de seis meses", diz Iqbal.

Receber terapia com células T com recetor de antigénio quimérico pode demorar algumas semanas, uma vez que as células T do paciente, que normalmente ajudam a combater infeções, são recolhidas e geneticamente modificadas para alcançar linfoma. 

Após a quimioterapia de baixa dose, as células modificadas são infundidas de volta no doente. Estas células podem então atacar e destruir o linfoma.

"Os pacientes que tiveram um prognóstico muito pobre agora têm a possibilidade de virem a ser curados da doença", revela a especialista.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Medicina Interna: Pontes para o Futuro
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) acaba de abrir as inscrições e a submissão de trabalhos para o 29ª Congresso...

A organização foi atribuída ao Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) e do ponto de vista da estrutura do congresso será privilegiado a discussão aberta nas sessões organizadas - encontros com especialista, sessões de prós e contras, hot topics, estado da arte, mesas redondas, simpósios - e a valorização das temáticas, no âmbito da Medicina Interna, que, recentemente, estiveram em foco e em discussão.

Segundo Jorge Almeida, Presidente do Congresso, os objetivos passam pela “partilha de conhecimentos, a discussão científica aberta a temas originais e de interesse reconhecido, a troca de opiniões em temas comuns, mas ainda não fechados e que nos interessam bastante, como especialidade e atores da saúde, o desenvolvimento e a delineação de projetos científicos, o encontro entre gerações. Este congresso é também uma ocasião para o contacto privilegiado e colaborativo entre todos os parceiros fundamentais na prática e na modernização dos cuidados de saúde (profissionais de saúde, indústria farmacêutica e de equipamentos e de tecnologia aplicada na saúde). Temos ainda como objetivo o estabelecimento de pontes e sinergias com as especialidades médicas, com particular destaque para a Medicina Geral e Familiar”.

Sobre os hot topics Jorge Almeida afirma que “como é fácil perceber, numa especialidade com a abrangência que a Medicina Interna tem e desenvolve, não há área da Medicina que nos seja alheia. Assim, contando com o auxílio inestimável dos diversos núcleos de estudo da SPMI, tentamos privilegiar os temas mais controversos do ano e o modelo de apresentação mais adaptado aos tempos atuais”.

Mais informação em - https://cnmi.spmi.pt/

 

Enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho estão a ser discriminados
O Sindicato dos Enfermeiros – SE exige que o Hospital de Braga não discrimine os enfermeiros com Contrato Individual de...

“Os enfermeiros com contrato CIT foram informados no dia de ontem, pelo Hospital de Braga, que têm zero pontos na sua avaliação, uma situação absolutamente inadmissível caso se torne definitiva, mas que, de imediato, comunicamos ao Ministério da Saúde”, assegura o presidente do SE, Pedro Costa. Este dirigente mostra-se surpreendido com “esta estranha interpretação da lei, quando o decreto é claro ao afirmar que é aplicável a todos os enfermeiros, independentemente da natureza da ligação contratual”.

As denúncias chegaram na sequência de várias comunicações feitas por associados do Sindicato dos Enfermeiros – SE que trabalham neste hospital. “As queixas que nos estão a chegar deste hospital são todas provenientes de enfermeiros com CIT”, esclarece Pedro Costa. Que adianta que as comunicações chegam a ser quase ofensivas. “São enviadas tabelas discriminatórias por ano de trabalho, em alguns casos de enfermeiros que ali trabalham desde 2004, e que vêm em branco e apenas com a contabilização total de zero pontos na última linha”, acrescenta.

Face a esta situação, “o SE já comunicou esta estranha interpretação do Decreto-lei n.º 80-B/2022 ao Ministério da Saúde e pediu a intervenção urgente da tutela para que a situação seja rapidamente regularizada”, assevera Pedro Costa.

O presidente do SE explica que, “na última semana e meia, temos recebido inúmeras queixas de associados nossos dando conta de problemas na contabilização dos pontos”. Pedro Costa recorda, por exemplo, o caso do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHNVG/E), “que estavam apenas a contabilizar o tempo referente à duração dos contratos individuais de trabalho sem termo ou de trabalho em Funções Públicas por tempo indeterminado”. “Algumas situações, nestas duas instituições, já foram corrigidas, mas há ainda outras que precisam ser retificadas para que a lei seja devidamente aplicada”, acrescenta.

Recorde-se que o decreto-lei, aprovado a 28 de novembro de 2022, estabelece os termos da contagem de pontos em sede de avaliação do desempenho dos trabalhadores enfermeiros à data da transição para as carreiras de enfermagem e especial de enfermagem. Uma legislação que visa resolver um congelamento na progressão das carreiras que durava há décadas e estava a prejudicar os enfermeiros portugueses.

“Foi um passo importante para valorizar a carreira, fruto de um amplo debate com o Ministério da Saúde, e que representava uma luz de esperança para os enfermeiros portugueses”, frisa. “Infelizmente, algumas instituições parecem não estarem preocupadas com o respeito pela lei e pela valorização da carreira dos seus enfermeiros”, lamenta Pedro Costa.

 

 

Estudo
O centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS (FhP-AICOS), em conjunto com o Health Cluster Portugal (HCP), dedicou o...

Ao longo de vários meses o projeto permitiu auscultar diferentes empresas do setor para traçar, pela primeira vez, um mapa nacional sobre a indústria de smart health. A organização concluiu, por exemplo, que dois terços das empresas que desenvolvem dispositivos médicos têm dificuldades na certificação de novos produtos e a maior parte assume que o problema acontece por falta de compreensão das normas técnicas. “As causas para este entrave prendem-se com o facto de estas empresas não disporem de recursos humanos ou da formação necessária para conseguirem levar a cabo os processos de certificação, ao mesmo tempo que desenvolvem os seus produtos”, explica Eduardo Barbosa, investigador no FhP-AICOS e responsável pelo projeto. 

“Consideramos que este projeto foi de grande importância para a indústria/tecido empresarial português na área dos dispositivos médicos, nomeadamente aqueles que incorporem tecnologias digitais, o que é o caso de muitas empresas portuguesas. Através das ações tomadas ao longo do projeto, foi possível adquirir uma visão holística da situação presente das empresas da área e traçar caminhos muito concretos, tanto a nível legal, como regulamentar e tecnológico, de forma a dotar as empresas de ferramentas que potenciem a criação de valor acrescentado”, continua. 

Paralelamente, as informações obtidas pelo mapeamento do segmento smart health demonstram ainda que cerca de 95% do setor em Portugal é composto por micro e pequenas empresas, na sua maioria com menos de 25 colaboradores. Quanto ao volume de negócios, mais de metade apresenta um valor inferior a um milhão de euros, com os hospitais privados a encabeçarem o topo de principais clientes.  

Para o FhP-AICOS, o balanço do projeto é “extremamente positivo”. Além dos cinco estudos já publicados em parceria com o HCP, o centro de investigação dinamizou workshops sobre propriedade intelectual, certificação de dispositivos médicos e importância da Inteligência Artificial. Com quase 200 participantes, estas iniciativas permitiram “aproximar as empresas portuguesas de profissionais mundialmente reconhecidos nas suas áreas, e com eles foi possível desenvolver competências que dão resposta às necessidades mais prementes das empresas”, conclui.  

Distúrbios do sono
No âmbito do fórum TecniSono® realizou-se em novembro o workshop “Actigrafia: Interpretação”, dinamizado pelo...

A área do estudo e diagnóstico dos distúrbios do sono está em constante desenvolvimento. A actigrafia é um exame de simples execução, que tem vindo a assumir um papel de destaque como meio complementar de diagnóstico na rotina de um laboratório de sono. A interpretação e análise dos seus resultados exige profissionais de saúde especializados.

Apesar de ser usada há mais de 60 anos, a actigrafia é um exame pouco divulgado. Consiste num método simples e não invasivo de registo da atividade (movimento) durante pelo menos 7 a 14 dias, permitindo estimar o tempo de vigília e sono, e que está particularmente indicado nas perturbações do ritmo circadiano.

 O TecniSono®, de técnicos para técnicos, é um fórum de partilha, inovação e boas práticas dos técnicos de cardiopneumologia e neurofisiologia, que se dedicam ao estudo e diagnóstico dos distúrbios do sono. Trata-se de um fórum dinamizado pela Linde Saúde, no âmbito da sua Academia.

 

Acordo abrange ciclo de estudos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
A Universidade Europeia e a Associação Nacional das Farmácia (ANF) renovaram o Acordo de Colaboração que pretende densificar,...

O presente Acordo visa assegurar que os estágios decorrerão de acordo com os objetivos, organização e qualidade exigidos, garantindo a idoneidade formativa dos locais de estágio, a criação de um corpo de orientadores habilitados, que se constituirão colaboradores da Universidade Europeia, e a conformidade com o Manual de Estágio e com o Regulamento do Estágio Curricular que se prevê no futuro Regulamento Específico do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade Europeia.

“O presente Acordo de colaboração vai ao encontro do modelo pedagógico da Universidade Europeia, que está centrado na aprendizagem experiencial, através da qual o estudante é o protagonista do processo de ensino e aprendizagem, desenvolvendo um perfil de competências de acordo com a sua área científica, respondendo às necessidades do mundo profissional, global, e às tendências da educação no Ensino Superior. Em todo o processo, o estudante é concebido como um agente ativo e colaborativo, protagonista na construção da sua própria aprendizagem”, afirma a Reitora da Universidade Europeia, Hélia Gonçalves Pereira.

Para a presidente da Associação Nacional das Farmácias, “a parceria que agora aprofundamos com a Universidade Europeia vai ao encontro de uma das principais preocupações da atual Direção da ANF, e que se prende com a formação e captação dos melhores profissionais para as farmácias comunitárias portuguesas. Trabalhar de modo mais próximo e articulado com as instituições de Ensino, de forma a conseguirmos, cedo, impactar positivamente os estudantes, é parte de uma estratégia de espectro alargado e integrador, que nos permitirá viabilizar a visão que temos para o futuro do setor: uma farmácia comunitária clínica e pró-ativa, atrativa do ponto de vista da progressão das competências, e cada vez mais responsiva às necessidades da população”, assegura Ema Paulino.

O Acordo prevê também que a Universidade Europeia desenvolva o seu modelo pedagógico colaborando na formação pedagógica dos Orientadores de Estágios nas Farmácias, capacitando profissionais habilitados e assim envolvendo e alargando o seu corpo de docentes a farmacêuticos em atividade assistencial.

Estão também previstas colaborações em outros âmbitos, nomeadamente com o Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR) da ANF, onde os futuros estudantes serão envolvidos para conhecer o processo de produção de Estudos de avaliação do Medicamento e da Saúde em Portugal através da Rede de Farmácias.

Serão também estabelecidas colaborações entre o Observatório da Saúde da Universidade Europeia e o CEFAR, no desenvolvimento de estudos na área da saúde e do medicamento, entre a Universidade e a Escola de Pós-graduação em Saúde e Gestão da ANF, colaborando na formação científica contínua, num conceito de “Clínicas” com enfoque na prevenção, tratamento e reabilitação, e, por último, a Universidade Europeia disponibilizará informação técnico-científica e apoio à publicação de artigos científicos originais no desenvolvimento de conteúdos formativos de interesse comum.

O Protocolo de Colaboração entre a Universidade Europeia e a ANF está em vigor desde 12 de outubro de 2017, pelo que o presente acordo resulta de uma atualização.

Resultados do Ensaio Clínico de Fase I/IIa encorajam o rápido desenvolvimento das fases clínicas subsequentes
A TechnoPhage, empresa biofarmacêutica portuguesa, anuncia que foi concluído com sucesso o Ensaio Clínico de Fase I/IIa do...

Este Ensaio Clínico, com início em 2020, foi desenhado para avaliar a segurança e a tolerabilidade do medicamento em indivíduos com infeções causadas pelas bactérias Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Acinetobacter baumannii, que contribuem para a morbilidade e mortalidade de doentes diabéticos, e cuja resolução não é muitas vezes encontrada nas abordagens terapêuticas atuais.

Globalmente, os dados de segurança obtidos neste estudo mostraram que o medicamento biológico foi bem tolerado pelos doentes, apresentando um perfil favorável de segurança, sem quaisquer efeitos adversos relacionados com a aplicação do produto. Os dados de eficácia obtidos são bastante promissores e encorajam o desenvolvimento rápido das fases clínicas subsequentes.

Além da sua utilização no Ensaio Clínico, o produto TP-102 foi ainda aplicado no âmbito de “uso compassivo” por. Michal Dekel, médica responsável por tratamentos de terapia fágica em Tel Aviv, Israel. Sobre o sucesso dos resultados do uso compassivo de bacteriófagos no tratamento de úlceras infetadas de pé diabético, Michal Dekel refere que “estes pacientes melhoraram dramaticamente” e que atualmente “estão bem e a ser acompanhados em regime ambulatório”.

A empresa biofarmacêutica portuguesa encontra-se agora a preparar a próxima fase clínica do produto, que em 2021 obteve a designação Fast Track pela Agência Norte-Americana FDA. As fases clínicas seguintes pretendem avaliar a eficácia e a segurança do TP-102 num maior número de doentes, num ensaio multicêntrico internacional que terá início no decorrer de 2023.

“Estamos muito animados com os resultados obtidos e com as fases clínicas que se seguem”, refere Miguel Garcia, CEO da TechnoPhage. “Continuaremos a provar que este medicamento biológico é seguro, eficaz e uma opção de tratamento efetiva para muitos doentes que não têm neste momento alternativas”, menciona ainda Miguel Garcia.

Análise
O nível de apoio da população portuguesa às medidas restritivas do governo, em contexto da COVID-19, tem vindo a diminuir ao...

Esta é uma das conclusões da Nota Informativa #2: Análises do Setor da Saúde - Apoio às medidas do governo no contexto da COVID-19 elaborada pelos investigadores Eduardo Costa e Pedro Pita Barros (detentor da Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” em Economia da Saúde) no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE.

A análise baseia-se nos resultados dos inquéritos regulares do European COVID-19 Survey (ECOS) – que monitoriza as perceções e comportamentos da população ao longo do tempo relativamente à pandemia de COVID-19 – junto de 8 países, abrangendo uma amostra representativa de cerca de 1.000 pessoas da população adulta em cada país.

Em janeiro de 2022, Portugal assume a posição de liderança e apresenta-se como o país que mais apoia as medidas restritivas do governo. Face aos restantes países, que apresentam níveis médios de apoio inferiores a 50%, Portugal destacou-se sempre, ao longo do tempo, registando um nível médio de apoio de 54%, seguido pela Itália, França e Alemanha (com 52%, 51% e 50%, respetivamente).   O apoio demonstrado pela população portuguesa poderá resultar de inúmeros fatores (sucesso do programa de vacinação e perceção de evolução da situação pandémica) e, à semelhança dos restantes países, tem variado ao longo do tempo: em momentos de agravamento súbito da pandemia, em que a perceção de risco da população aumenta, verifica-se um maior apoio às medidas de maior restrição da vida normal em sociedade.

A evolução favorável do processo de vacinação em Portugal com a consequente redução da perceção de risco na população portuguesa associada à expectativa de que uma eventual nova vaga não seja tão severa como as anteriores, parecem justificar a tendência decrescente no apoio às medidas do governo em Portugal, particularmente expressiva nas medidas mais restritivas (confinamentos, encerramento de escolas e restrições de eventos públicos).  Apesar de Portugal permanecer como um dos países que mais apoia as medidas do governo, é expectável que esses níveis não recuperem os valores verificados no passado, o que poderá traduzir-se numa maior dificuldade na aplicação de novas medidas restritivas pelo governo, caso venham a ser necessárias no próximo Inverno.

“A perceção de risco é afetada por diversos fatores (…) a qualidade da informação disponibilizada relativa à evolução da pandemia, a evolução do processo de vacinação, as opções de tratamento disponíveis, a fadiga pandémica (…) A conjugação de todos estes fatores afetam a capacidade de os Governos conseguirem adotar medidas que sejam subscritas de forma generalizada pela população” referem os investigadores, acrescentando “a redução da perceção de risco reduz substancialmente a disponibilidade das famílias para fazerem novos sacrifícios na sequência de medidas restritivas.”

Quando analisados os dados obtidos no universo dos 8 países, verifica-se a existência de diferenças permanentes nos níveis de apoio às medidas dos governos: para uma mesma medida, os níveis de confiança variam substancialmente entre os países o que, segundo os investigadores, sinaliza diferentes perceções de risco em cada país. 

Analisando o nível de apoio a diferentes medidas, verifica-se também uma variação significativa: a violação da quarentena obrigatória surge como a medida que reúne um maior nível de apoio generalizado (que varia entre 59% e 79%, dependendo do país), seguida do encerramento de fronteira (59%), restrições de eventos públicos (50%), encerramento de escolas (42%) e confinamentos (39%). Portugal destaca-se como o país com maior nível de apoio ao encerramento de escolas, multas para violação da quarentena e imposição de confinamentos.

“O excesso de confiança, refletido numa potencial perceção de risco demasiado baixa, contribui para adiar a implementação de medidas necessárias ao controlo da situação pandémica. A comunicação não se pode restringir apenas ao anúncio das medidas de restrição, sem que a população tenha uma noção da evolução dos riscos. Por isso, a comunicação atempada e transparente de informação sobre a evolução da pandemia é essencial para ancorar expetativas e gerir a perceção de risco da população, crucial para garantir apoio a medidas que possam vir a ser necessárias.”

537 milhões de pessoas em todo o mundo são diabéticas
A aplicação das células estaminais provenientes tecido do cordão umbilical pode ser uma possível opção para o tratamento de...

Andreia Gomes, investigadora e Diretora Técnica e de Investigação e Desenvolvimento (I&D) do banco de células estaminais BebéVida, explica que “em patologias cuja prevalência é significativa, como a diabetes, o estudo da aplicação de células estaminais do cordão umbilical é uma realidade factual”. Vários estudos em laboratório e no contexto de ensaio clínico são conduzidos e “têm demonstrado a segurança e o sucesso destas na ajuda terapêutica no combate a estas patologias”.

Com o objetivo de aferir a eficácia e a segurança da utilização das células mesenquimais do cordão umbilical humano no tratamento da diabetes mellitus tipo 2 (DT2), o ensaio clínico publicado em outubro deste ano na revista científica World Journal of Diabetes assentou na infusão deste tipo de células em 16 pessoas com diabetes. Esta infusão refletiu-se na diminuição da dose dos fármacos antidiabéticos, dos quais 6 tiveram redução superior a 50% no uso dos antidiabéticos. Durante todo o período de intervenção, não se verificaram danos hepáticos ou outros efeitos colaterais, validando a segurança na aplicação das células estaminais do tecido do cordão umbilical para tratar pessoas com DT2. 

Em 2021, o Departamento de Investigação Desenvolvimento e Inovação da BebéVida, em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto publicou um estudo na revista científica Cell and Tissue Research, que refletiu sobre as investigações realizadas com recurso a células estaminais do tecido do cordão umbilical na DT2 e nas suas comorbilidades.

“Já nessa altura se percebeu que as células mesenquimais provenientes do tecido do cordão umbilical melhoram significativamente a recuperação funcional de tecido muscular cardíaco isquémico. Têm também efeitos nefroprotetores, retardam a progressão da retinopatia diabética e melhoram a função imune geral, com diminuição da inflamação crónica associada à diabetes”, recorda a especialista em biologia celular e molecular. “Constatámos ainda que a aplicação destas células acelera a cicatrização de feridas diabéticas, promovendo a regeneração tecidual e neovascularização”.

O cordão umbilical é uma fonte de células-estaminais hematopoiéticas e mesenquimais de fácil acesso, confiável e útil. “Estas células representam potenciais agentes terapêuticos com aplicação clínicas devido às suas características imunomoduladoras, não imunogénicas, secretoras e parácrinas, migratórias e proliferativas, entre outras.”, refere Andreia Gomes.

As características das células-estaminais hematopoiéticas e mesenquimais têm atraído a atenção das comunidades científicas e médicas para o estudo destas e o seu uso como agente terapêutico ou coadjuvante em inúmeras patologias.

“Os números da diabetes são alarmantes, por isso é fundamental investigar e estudar todas as frentes em que se pode combater esta doença”, defende Andreia Gomes, alertando para a importância de guardar ou doar as células estaminais do cordão umbilical: “ao não guardar o cordão umbilical estamos a desperdiçar um potencial agente terapêutico”.

Em Portugal, estima-se que aproximadamente um milhão de pessoas viva com diabetes, embora 30% dos casos não estejam diagnosticados. O país regista uma das mais elevadas taxas de prevalência da diabetes na Europa, com cerca de 13% da população entre os 20 e os 79 anos a viver com a doença.

“A situação é ainda mais dramática tendo em consideração que o controlo diário para a maioria dos diabéticos ainda não é possível, principalmente para pessoas que vivem em países de baixo rendimento.”, remata a investigadora.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, cerca de 537 milhões de pessoas em todo o mundo são diabéticas e prevê-se que este número aumente para mais de 700 milhões até 2040. Quase uma em cada duas pessoas com diabetes, o correspondente a cerca de 200 milhões de pessoas, desconhece a sua condição. 

Em 2021, a diabetes foi responsável por 6,7 milhões de mortes em termos globais e por 1,1 milhão só na Europa. Além disso, 541 milhões de adultos, em todo o mundo, apresentam intolerância à glicose, o que os coloca em alto risco de diabetes tipo 2.

Opinião
Estamos a chegar à quadra festiva mais aguardada do ano e, com as celebrações, vêm os excessos.

Além destes números preocupantes, o abuso do consumo de álcool traduz-se diretamente em três tipos de lesões hepáticas que, por norma, se manifestam na seguinte ordem:

  • Esteatose hepática alcoólica – patologia comummente conhecida como fígado gordo e que resulta da acumulação de gordura no fígado;
  • Hepatite alcoólica – patologia onde existe a inflamação do fígado;
  • Cirrose alcoólica – patologia onde a estrutura interna do fígado é danificada devido à substituição do tecido hepático normal por tecido cicatricial (fibrose). Este novo tecido não realiza qualquer função e, portanto, o fígado deixa de funcionar normalmente, ficando mais pequeno. Contrariamente às condições anteriores, a cirrose não é reversível e culmina, em alguns casos, no cancro do fígado.

Os primeiros sintomas relacionados à doença hepática associada ao álcool costumam aparecer por volta dos 30 ou 40 anos, em casos em que são ingeridas grandes quantidades de álcool regularmente. Estes têm tendência a piorar, passando pela perda de apetite, náuseas e vómitos, febre, icterícia e fadiga, aumentando para sintomas mais graves como o sangramento no trato digestivo, deterioração do funcionamento do cérebro, insuficiência renal e hepática. No entanto, existe quem apresente doença hepática alcoólica e seja assintomático mesmo em fases avançadas.

Além do consumo prolongado de álcool, existem outros fatores de risco associados a estas patologias. Um deles é o género, uma vez que as pessoas do sexo feminino apresentam maior risco de contrair doença hepática. Os fatores genéticos que influenciam a metabolização do álcool conferem um determinado risco, assim como a obesidade, diabetes e outras formas da doença hepática, nomeadamente as hepatites virais, e a subnutrição.

Quando as complicações são graves (relacionadas com a cirrose), o prognóstico tende a ser menos positivo. Aponta-se que só metade das pessoas com estas complicações permanecem vivas após cinco anos. Contudo, a abstinência do álcool, em conjunto com o tratamento de sintomas e complicações da lesão hepática, pode ajudar a diminuir ou a reverter a descompensação. Em casos mais graves terá de se pensar no transplante de fígado.

Nesta quadra festiva recomendamos que esteja particularmente atento ao consumo de álcool. Quebrar os comportamentos de risco e acompanhar quem mais precisa faz toda a diferença na saúde do seio familiar. Não tenha vergonha de falar do tópico com o seu médico ou com entidades competentes para tal. A luta contra o álcool não se combate sozinha.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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