Induzidas pelo exercício físico
A alergia física é uma doença em que os sintomas alérgicos aparecem como resposta a um estímulo físi
Alergias exercício físico

As reacções alérgicas, também chamadas reacções de hipersensibilidade, são reacções do sistema imunitário em que o tecido corporal normal fica lesado. O mecanismo pelo qual o sistema imunitário defende o corpo é semelhante àquele que produz uma reacção de hipersensibilidade que pode prejudicá-lo.

O ardor, as manchas na pele e a urticária são os sintomas mais comuns da alergia física. Por outro lado, uma reacção forte à luz solar (fotossensibilidade) pode causar urticária e manchas inabituais na pele.

As pessoas especialmente sensíveis ao calor podem contrair uma doença chamada urticária colinérgica: pequenas zonas de urticária que picam intensamente, rodeadas por um anel de pele avermelhada. Este tipo de urticária surge em virtude das actividades que provocam sudação. O contrário pode também suceder, e as pessoas particularmente sensíveis ao frio podem apresentar urticária, inflamação da pele, asma, rinorreia e congestão nasal quando se expõem ao frio.

Os problemas respiratórios também são comuns e as nalgumas pessoas o exercício físico pode provocar um episódio de asma ou uma reacção anafiláctica aguda. Ou seja, a asma induzida pela actividade física costuma afectar as pessoas que normalmente têm asma, porém noutros casos a asma só se manifesta com o exercício. Experimenta-se uma sensação de pressão no peito, associada com arquejo e dificuldades respiratórias após 5 ou 10 minutos de exercício físico intenso, geralmente depois de terminar o exercício. A asma induzida pelo exercício físico costuma aparecer com maior facilidade quando o ar está frio e seco.

Uma doença muito mais rara é a anafilaxia induzida pelo exercício, que pode ocorrer após uma actividade física intensa. Algumas pessoas sofrem dela apenas quando ingerem um alimento específico antes de efectuar a referida actividade física.

Tratamento
A melhor forma de enfrentar uma alergia física é preveni-la, evitando o que tende a causá-la. As pessoas muito sensíveis à luz solar deverão usar cremes protectores e evitar ao máximo a exposição ao sol.

Nos casos de asma induzida pelo exercício físico, o objectivo do tratamento é tornar possível o exercício sem que surjam sintomas. Em geral, tal pode conseguir-se inalando um fármaco beta-adrenérgico cerca de 15 minutos antes de começar os exercícios.

Para os indivíduos que têm asma controlar a sua doença pode ajudar a evitar a forma induzida pelo exercício. Por outro lado, aqueles que sofrem de anafilaxia desencadeada pelo exercício físico, deveriam evitá-lo ou então eliminar o alimento que determina os sintomas quando combinado com aquele exercício. Algumas pessoas descobrem que o facto de aumentar pouco a pouco o grau e a duração da actividade física lhes permite tolerá-la mais.

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Conheça:
Aborto define-se como a interrupção de uma gravidez.
Mulher a chorar

 

 

O aborto pode ser espontâneo ou induzido. São várias as causas e os motivos que podem levar a que uma gravidez seja interrompida, quer espontaneamente, quer por indução.

 

 

 

Tipos de Aborto

Aborto Espontâneo

Surge quando a gravidez é interrompida sem que seja por vontade da mulher. Pode acontecer por vários factores biológicos, psicológicos e sociais que contribuem para que esta situação se verifique.

Aborto Induzido

O aborto induzido é um procedimento usado para interromper uma gravidez.

Pode acontecer quando existem malformações congénitas, quando a gravidez resulta de um crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, quando a gravidez coloca em perigo a vida e a saúde física e/ou psíquica da mulher ou simplesmente por opção da mulher. É legal quando a interrupção da gravidez é realizada de acordo com a legislação em vigor. (legislação). Quando feito precocemente por médicos experientes e em condições adequadas apresenta um elevadíssimo nível de segurança.

Aborto Ilegal

O aborto ilegal é a interrupção duma gravidez quando os motivos apresentados não se encontram enquadrados na legislação em vigor ou quando é feito em locais que não estão oficialmente reconhecidos para o efeito.

O aborto ilegal e inseguro constitui uma importante causa de mortalidade e de morbilidade maternas. O aborto clandestino é um problema de saúde pública.

Complicações

Embora o aborto, realizado adequadamente, não implique risco para a saúde até às 10 semanas, o perigo aumenta progressivamente para além desse tempo. Quanto mais cedo for realizado, menores são os riscos existentes.

Entre as complicações do aborto destacam-se as hemorragias, as infecções e evacuações incompletas, e, no caso de aborto cirúrgico, as lacerações cervicais e perfurações uterinas. Estas complicações, muito raras no aborto precoce, surgem com maior frequência no aborto mais tardio.

Não há evidência de que um aborto sem complicações tenha implicações na fertilidade da mulher, provoque resultados adversos em gravidezes subsequentes ou afecte a sua saúde mental.

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Mutação genética acelera declínio cerebral
Uma rara mutação genética associada à doença de Alzheimer foi descoberta como sendo responsável pelo aceleramento da perda de...

Pessoas com a variante genética TREM2 perderam tecido cerebral duas vezes mais depressa do que pessoas saudáveis mais velhas, de acordo com a investigação publicada no New England Journal of Medicine.

“Este é o primeiro estudo com exames cerebrais para mostrar o que as variações genéticas fazem e é muito surpreendente”, afirmou o co-autor Paul Thompson, da Universidade do Sul da Califórnia. “Este gene acelera a perda cerebral de uma forma terrível”, acrescentou.

Thompson e os colegas fizeram exames de imagens de ressonâncias magnéticas em 478 adultos, com uma média etária de 76 anos, ao longo de dois anos.

Descobriram que os portadores de mudanças genéticas perdem 1,4 a 3,3% mais de tecido cerebral do que os não portadores e que a deterioração ocorre duas vezes mais depressa.

O tecido cerebral perdido estava concentrado nas zonas de memória central do cérebro, incluindo o lóbulo temporal e o hipocampus.

Continuam por comprovar
Organização Mundial de Saúde alertou em 2011 que uso de telemóveis poderia ser cancerígeno. No entanto, os efeitos nefastos...

A exposição às ondas electromagnéticas emitidas por telemóveis e outros aparelhos podem causar alterações biológicas no organismo, mas os dados científicos disponíveis não mostram “efeitos comprovados” sobre a saúde, concluiu a agência sanitária francesa (Anses).

Segundo um relatório publicado e baseado em mais de 300 estudos científicos divulgados a nível internacional desde 2009, “não existem provas de efeitos sobre a saúde” devido à exposição às ondas electromagnéticas dos telemóveis e outros aparelhos, mas sim “indícios de efeitos biológicos diversificados”.

O estudo ressalva que um efeito biológico é uma modificação do organismo sem ser necessariamente uma doença e aponta como exemplos de efeitos biológicos comuns a dilatação das pupilas com a luz ou a mudança de cor da pele após a exposição ao sol.

No caso da exposição às ondas electromagnéticas, os efeitos biológicos constatados em humanos e animais estão relacionados com as capacidades cognitivas, perturbações do sono e fertilidade masculina.

A agência indica que não conseguiu “estabelecer uma relação de causalidade entre os efeitos biológicos descritos sobre homens e animais e eventuais efeitos sobre a saúde”.

O relatório sublinha que continua também por demonstrar a relação de causalidade entre a exposição intensiva a estas ondas e um risco acrescido de tumores cerebrais, uma hipótese sustentada por alguns estudos publicados desde 2009.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tinha alertado em Maio de 2011 que o uso de telefones portáteis deveria ser considerado como “potencialmente cancerígeno para o homem”.

Apesar de os efeitos sobre a saúde não estarem comprovados, a Anses recomenda a redução da exposição às ondas, em particular dos telemóveis, sobretudo por crianças e utilizadores intensivos.

As dúvidas sobre os efeitos na saúde destas ondas avolumam-se com a disseminação em larga escala das tecnologias sem fios, nomeadamente com a chegada da 4G.

As novas tecnologias são susceptíveis de aumentar a exposição da população geral, através das novas antenas, ou dos utilizadores, através dos novos equipamentos (smartphones, tabletes, etc.). Para Dominique Gombert, director de avaliação de riscos da Anses, um utilizador é considerado intensivo a partir de 40 minutos de utilização quotidiana.

Portugal é o 7.º país da UE que menos gasta com cancro
Gastamos 61 euros per capita com o tratamento do cancro. A despesa só é inferior na Bulgária, Malta, Letónia, Roménia, Chipre e...

Na União Europeia (UE) a 27, Portugal é o sétimo país que menos gasta com cancro. Os custos com o tratamento de doenças oncológicas ascendiam a 61 euros per capita, um total que nos coloca substancialmente abaixo da média da UE (102 euros), revela um estudo publicado revista Lancet Oncology, que analisou dados de 2009 e ajustou os valores por paridade de poder de compra.

Por ano, a despesa com cancro ascende a 126 mil milhões de euros nos 27 países, mas o que este trabalho evidência é que existem grandes disparidades nos gastos com o tratamento das doenças oncológicas na UE. A Alemanha e o Luxemburgo, com 171 e 141 euros per capita, são os países que mais investem na luta contra o cancro. Neste estudo realizado por uma equipa da Universidade de Oxford e do King"s College de Londres, a Bulgária, Malta, Letónia, Roménia, Chipre e Lituânia estão no fim da tabela.

António Araújo e Jorge Espírito Santo, dois dos oncologistas que em 2009 fizeram um trabalho sobre o custo do tratamento do cancro em Portugal, não se mostraram surpreendidos com estes resultados. “Já nessa altura alertámos a tutela para o facto de estarmos a gastar muito pouco com cancro” lembra António Araújo, que é director do Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga. “ A tutela nunca nos deu atenção. E, com os cortes que se têm vindo a verificar, a tendência é para um agravamento” prevê.

Hoje vai ser discutido em Lisboa o relatório sobre a Capacidade Instalada em Oncologia e Actividade nas Unidades Hospitalares - que aponta para uma ligeira redução do número de cirurgias oncológicas e para um pequeno aumento da média do tempo de espera em 2012, uma inversão da tendência de diminuição que se verificava desde 2006. “O problema deve ser estudado, não há uma explicação definitiva”, defende o director clínico do IPO de Lisboa, João Oliveira, que admite que uma das questões passa pela “falta de pessoal” António Araújo reconhece que o SNS pode estar com “dificuldades em dar resposta”, mas não põe de lado a hipótese de os doentes terem agora mais dificuldades de acesso, até por não terem dinheiro para os transportes.

Sem ter de recorrer a biópsia
Um teste de sangue experimental apresenta-se promissor para detectar precocemente o cancro do pulmão e pode oferecer uma melhor...

Apenas um em cinco doentes submetidos a cirurgia ou biópsia para a colheita de uma pequena massa de tecido pulmonar, descoberto através de uma tomografia computorizada, tem cancro, e os especialistas dizem haver uma grande necessidade de melhor tecnologia.

O cancro do pulmão é o mais comum no mundo e o mais mortal, matando cerca de 1,3 milhões de pessoas a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde. Fumar é a primeira causa.

O mais recente teste, descrito na revista Science Medicina, foi aplicado no sangue de 143 doentes em três locais diferentes na América do Norte. Todos tinham pequenos nódulos nos pulmões, alguns em estágio de cancro, outros eram tumores benignos.

O teste procura um grupo de 13 proteínas no plasma e mostrou-se apto para determinar quando os nódulos eram benignos em 90% dos casos.

 “Acreditamos que esta tecnologia, quando aplicada a um ensaio de proteínas de expressão comercial, terá um tremendo interesse para os pneumologistas”, disse Albert Luderer, chefe executivo do “Integrated Diagnostics” (Indi), a empresa biotécnica que patenteia a tecnologia.

Um porta-voz da empresa afirmou à Agência France Presse que uma versão comercial deverá ser disponibilizada até ao final do ano nos Estados Unidos. O preço ainda não foi determinado, acrescentou.

Os investigadores do projecto vêm do Langone Medical Center da Universidade de Nova Iorque e Escola de Medicina, da Escola de Medicina Perelman na Universidade da Pensilvânia e do Centro Médico da Universidade Vanderbilt.

Desenhado por dois estudantes
Dois estudantes israelitas desenvolveram o primeiro sistema informático para o diagnóstico da doença de Parkinson, cuja...

O dispositivo desenhado pelos estudantes Tal Waserman e Tomer Shraga, da Universidade de Braude ORT, em Carmiel, Israel, permite pela primeira vez efectuar a medição uniforme dos sintomas da doença, um passo significativo para o diagnóstico que até agora era baseado em medições subjectivas segundo diferentes parâmetros.

“Até agora, os médicos pediam aos doentes que chegavam à clínica com graves problemas nos movimentos motores que efectuassem vários exercícios e recebiam uma pontuação segundo a qual se determinava se tinham Parkinson e qual o grau de gravidade”, explicou Tal Waserman.

O estudante explicou que o que se pretende é criar um sistema informático que indique graus precisos e que possa ser aperfeiçoado até se chegar a um diagnóstico claro e estandardizado. Segundo os dois engenheiros este sistema informático já despertou o interesse de representantes da Universidade de Harvard, nos EUA.

De acordo com Tal Waserman, o sistema consiste em ligar o doente a uma câmara enquanto faz vários exercícios físicos. “O doente senta-se frente a uma câmara de 3-D que serve de interface entre a pessoa e a máquina. A câmara transmite depois os dados”, disse. Posteriormente, o software analisa os dados e recomenda ao médico um diagnóstico.

Associada a risco cardiovascular
A síndrome metabólica está associada a um risco acrescido de diabetes tipo 2 e de doença cardiovascu
Síndrome metabólica

A síndrome metabólica caracteriza-se pela existência de um conjunto de perturbações de origem metabólica associadas a um aumento do risco de doença cardiovascular e de diabetes mellitus tipo 2. Ou seja, engloba um conjunto de factores de risco cardiovasculares de origem metabólica que inclui obesidade abdominal, dislipidémia aterogénica [triglicéridos elevados e/ou redução dos níveis de colesterol HDL (bom colesterol)], elevação da tensão arterial, pré-diabetes ou diabetes mellitus.

Existem várias definições para a síndrome metabólica, no entanto, adoptou-se em 2001 a do National Cholesterol Education Program´s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATPIII) que considera existir síndrome metabólica quando pelo menos três das características estão presentes:

• Perímetro da cintura> 94cm nos homens e> 80cm nas mulheres

• Triglicerídios> 150 mg/dl

• Níveis de colesterol HDL (o chamado "bom colesterol") <40 mg/dl nos homens ou <50 mg/dl nas mulheres

• Pressão arterial >130/80 mm Hg

• Glicose em Jejum elevada> 100 mg/dl (5.6 ml/L), ou diabetes tipo 2 previamente diagnosticado

A prevalência do SM nos EUA é de aproximadamente 23 por cento. Nos países europeus a prevalência parece ser mais reduzida, cerca de 9,5 por cento nos homens e 8,9 nas mulheres e, em Portugal, numa investigação realizada na cidade do Porto, com uma amostra representativa de 1436 adultos, foi identificada uma prevalência de 23,9 por cento (27 por cento nas mulheres e 19,1 por cento nos homens).

A síndrome metabólica tem evolução progressiva, com agregação adicional de mais factores de risco cardiovasculares e respectivo agravamento. A sua importância em termos clínicos é enorme, uma vez que ao conseguir identificar os doentes que estão em risco de virem a sofrer de doença cardiovascular e/ou de diabetes mellitus, permite que se possa intervir preventivamente, promovendo alterações do estilo de vida.

A nível mundial as doenças cardiovasculares continuam a constituir a mais importante causa de morbilidade e mortalidade, prevendo-se que a sua prevalência continue a aumentar nas próximas décadas. Em Portugal, o problema é também relevante, não só no que respeita à doença coronária, como particularmente no que concerne ao acidente vascular cerebral, cuja incidência é das mais elevadas em todo o mundo.

Devido ao aumento das taxas mundiais de obesidade e de estilos de vida sedentários, a síndroma metabólica surge como um problema sério e preocupante não só para os clínicos mas também para os responsáveis pela saúde pública a nível mundial, uma vez que indivíduos com sindroma metabólica têm um risco mais elevado de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares.

Actualmente a maior parte dos esforços vão no sentido de precocemente detectar e tratar a síndrome metabólica e consequentemente, diminuir o risco de doença cardiovascular, principal causa de morte nos países desenvolvidos. Devido à importância crescente em termos epidémicos da síndroma metabólica, tornou-se fundamental a direcção de estudos relacionados com os factores de risco e/ou protectores para esta condição.

O excesso de peso e a inactividade física são considerados dois determinantes importantes da ocorrência da síndrome metabólica sendo que, alguns estudos epidemiológicos e clínicos têm demonstrado a existência de uma associação benéfica entre a actividade física e a síndrome metabólica. Esta associação parece existir essencialmente para níveis moderados e elevados de actividade física, observando-se uma redução do peso corporal e da obesidade visceral, aumentar a sensibilidade à insulina e os níveis de colesterol HDL, e diminuir o nível de triglicéridos e a pressão arterial.

A maioria dos indivíduos que desenvolve síndrome metabólica adquire inicialmente obesidade abdominal aumentando posteriormente o risco cardiovascular desenvolvendo arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e situações trombóticas, que são agravadas pela diabetes com insuficiência renal, cardiomiopatia diabética e diversas neuropatias. Os doentes com síndroma metabólica manifestam um conjunto de outras situações clínicas que dificultam o tratamento: dislipidemia, fígado gordo, litíase de colesterol, gota e apneia do sono.

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Dor

Classificação e avaliação
A dor é a segunda causa de internamento e induz sofrimento frequentemente intolerável, mas evitável,
Dor

A classificação da dor pode basear-se na sua duração, causa, localização e evolução clínica. A dor de curta duração ou aguda resulta de uma agressão e constitui um mecanismo de alerta e de defesa, enquanto a de longa duração ou crónica pode ocasionar alterações prolongadas no sistema nervoso central e é considerada como doença.

Tendo em conta que a intervenção terapêutica deve basear-se nas características da dor, principalmente quanto à sua intensidade, existem várias escalas de avaliação da dor, que estabelecem graus de 0 a 10, sendo 10, o valor correspondente à maior intensidade e 0 à ausência de dor. Nas figuras apresentam-se algumas das escalas utilizadas. A escala visual analógica usa valores de 1 a 100.

A escala de sorrisos permite que o doente escolha a expressão facial de acordo com a intensidade da sua dor. O choro corresponde à máxima intensidade e o sorriso à ausência de dor. Esta escala permite a sua utilização em crianças e pessoas com dificuldades de compreensão.

Assim, a dor pode ser classificada de diversas formas.

Classificação topográfica da dor

  • Focal;
  • Radicular;
  • Referida;
  • Central.

Classificação fisiopatológica da dor

  • Dor nociceptiva – devida a uma lesão tecidular contínua, estando o Sistema Nervoso central íntegro.
  • Dor sem lesão tecidular activa – devida a compromisso neurológico (dor neuropática) ou de origem psicossocial (dor psicogénica).

Classificação temporal da dor

  • Aguda;
  • Crónica;
  • Recidivante.
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Conheça os termos
Fique a saber o significado dos termos técnicos mais utilizados nesta especialidade médica.
Oncologia

A

Abdómen: área do corpo humano situada entre o tórax e as virilhas, onde se encontram órgãos como o estômago, intestino (delgado e grosso), fígado, pâncreas, vesícula, rins, baço, entre outros.

Adenocarcinoma: cancro ou neoplasia maligna do tecido epitelial (como a pele e “revestimento” das paredes internas dos órgãos), com origem no tecido glandular.

Adenoma: tumor benigno, constituído por tecido glandular.

ADN (ou DNA): ácido desoxirribonucleico; está presente no núcleo das células e é constituído por longas cadeias em dupla hélice, que constituem o código genético.

Agressivo: forma de classificação de alguns tipos de tumor (ex: linfoma não Hodgkin), regra geral classificados como sendo de crescimento rápido.

Aguda: situação clínica ou doença que surge subitamente e que tem curta duração.

Alopécia: queda do cabelo e/ou pêlos; pode estar associada a diferentes causas, incluindo os tratamentos para o cancro (ex: quimioterapia e radioterapia).

Analgésico: medicamento ou fármaco utilizado para o alívio da dor.

Androgénios: hormonas do sexo masculino, produzidas essencialmente pelos testículos e, em pequenas quantidades, pelas glândulas supra-renais.

Anemia: afecção em que o organismo não produz uma quantidade suficiente de glóbulos vermelhos ou de hemoglobina, tendo como resultado a diminuição da capacidade de transporte de oxigénio para os tecidos; principais sintomas: palidez, cansaço e “palpitações”.

Angiogénese: processo pelo qual um tumor forma novos vasos sanguíneos, que utiliza para obter os nutrientes de que necessita para se desenvolver e crescer.

Anorexia: alteração física ou psicológica caracterizada pela perda do apetite.

Antiandrogénio: medicamento ou fármaco que bloqueia a acção dos androgénios (hormonas do sexo masculino).

Anticorpo monoclonal: proteína sintética pura, produzida em laboratório, preparada expressamente para reconhecer e fixar-se a um alvo específico, na superfície das células tumorais, permitindo a sua destruição; corresponde aos chamados “tratamentos alvo”.

Anticorpos: proteínas especiais produzidas pelas células do sistema imunitário que intervêm e cooperam no combate às infecções.

Antiemético: medicamento ou fármaco utilizado para prevenir ou tratar as náuseas e vómitos.

Antifúngico: medicamento ou fármaco utilizado no tratamento de infecções causadas por fungos.

Antigénio específico da próstata: proteína específica encontrada na próstata, também designada por PSA, cujo nível no sangue pode estar aumentado em alguns homens com hiperplasia benigna da próstata ou com cancro da próstata.

Antigénio: qualquer proteína estranha específica (ex: proteína existente na superfície de bactérias, de vírus, de outros organismos infecciosos, de células tumorais, de células estranhas ao organismo) que “provoca” a estimulação do sistema imunitário; o antigénio pode ser uma proteína natural ou sintética.

Apoptose: processo normal que conduz à morte programada das células.

Arritmia: irregularidade, mais ou menos persistente, do ritmo cardíaco.

Ascite: presença de líquido, em quantidade aumentada, na cavidade peritoneal.

Assistente social: profissional apto para ajudar na resolução de dificuldades sociais, institucionais e familiares, servindo o melhor interesse do doente; apoia principalmente famílias com baixos recursos, famílias disfuncionais ou famílias que tenham que lidar com pessoas dependentes (na preparação da alta hospitalar, na obtenção de apoios locais, nos transportes, no acompanhamento, etc.).

B

Baço: órgão que faz parte do sistema imunitário; está localizado na região superior esquerda do abdómen, atrás do estômago.

Bactéria: vasto grupo de organismos microscópicos constituídos por uma única célula; muitas bactérias podem provocr doenças nos seres humanos.

Benigno: termo utilizado para descrever um tumor que não é cancro, ou seja, que não tem características de malignidade: não invade nem destrói os tecidos vizinhos; não tem capacidade para metastizar.

Bexiga: reservatório músculo-membranoso, situado na bacia, que recebe a urina vinda dos ureteres e procede ao seu lançamento na uretra.

Biópsia com agulha fina: ver citologia aspirativa por agulha.

Biópsia: intervenção cirúrgica destinada à colheita de um fragmento de tecido; o tecido é, posteriormente, examinado ao microscópio para identificação da sua natureza, benigna ou maligna.

Bioterapia: tipo de tratamento que estimula o sistema imunitário ou utiliza anticorpos ou outros meios para combater as doenças malignas.

Braquiterapia: implante temporário e directo, no tumor, de uma substância radioactiva.

Broncoscopia: exame dos brônquios e das suas ramificações por introdução, por via oral ou nasal, de um tubo fino, flexível e com um dispositivo de iluminação, que permite ver e biopsiar o interior dos brônquios, aplicar próteses, etc.

C

Cancro refractário: cancro que não responde a um determinado tratamento; nestes casos, poderá administrar-se outro tratamento.

Cancro: grupo de doenças inúmeras doenças que se caracterizam pelo crescimento anómalo e descontrolado de células e que levam, normalmente, à formação de caroços ou tumores. Existem mais de 100 doenças classificadas como cancro: a sua designação depende do órgão ou tipo de células de origem, ou seja, onde se desenvolve.

Carcinogénio: qualquer agente ou susbtância que pode provocar cancro, acelerar o seu desenvolvimento ou alterar a incidência numa população.

Carcinoma in-situ: tumor maligno em fase precoce, localizado e sem invasão dos tecidos adjacentes.

Carcinoma: tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais, ou seja, células que revestem os órgãos em contacto com o meio externo. Aproximadamente 80% dos tumores malignos são carcinomas.

Cardiomiopatia: afecção do músculo cardíaco que o torna menos capaz de bombear o sangue, eficazmente, para todo o organismo.

Catéter venoso central: tubo inserido numa veia de grande calibre (ex: na veia cava superior no tórax); permite a administração de medicação e de soros possibilitando, também, a colheita de sangue, sem necessidade de “picar” constantemente as veias do doente.

Célula B: tipo de glóbulos brancos envolvidos no combate às doenças; um dos dois principais tipos de linfócitos - células B (ou linfócitos B) -, estão implicados na produção de anticorpos, em resposta aos antigénios.

Célula T: tipo de glóbulo branco implicado no combate a infecções e doenças; as células T são um dos dois principais tipos de linfócitos. Ao contrário dos linfócitos B, as células T matam directamente as células tumorais e as células infectadas por vírus.

Célula: unidade de construção de todos os órgãos e tecidos (ex: coração, pulmões, sangue e pele); é no núcleo das células que está guardado o código genético (ADN ou DNA), que codifica as diferentes proteínas do organismo.

Células estaminais: células progenitoras ou células-mãe capazes de se auto-regenerar e de regenerar os tecidos; na medula óssea, dão origem a todas as células do sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas).

Ciclo de tratamento: sequência completa de determinada terapêutica, frequentemente repetida (ex: o tratamento completo com quimioterapia pode implicar seis ciclos)

Cintigrafia óssea: exame de imagem que dá informação sobre o esqueleto ósseo e que poderá diagnosticar lesão tumoral ou degenerativa (ex: artrose). Também pode ser usada para avaliar a resposta ao tratamento.

Cistite: infecção da bexiga.

Cisto ou quisto: estrutura arredondada, em forma de saco fechado, que contém produtos líquidos ou semi-sólidos (fluidos).

Citologia aspirativa por agulha: exame realizado através da aspiração de uma amostra de células ou de fluido por meio de uma seringa e uma agulha fina; a amostra é sujeita a um exame microscópico para a determinação da sua origem (ex: células tumorais).

Citostáticos: medicamentos ou fármacos utilizados para parar a proliferação e o crescimento de uma célula tumoral.

Citotóxico: medicamentos ou fármacos utilizados para matar as células (ex: quimioterapia).

Classificação TNM: sistema para classificar os tumores: (T= tamanho do tumor, N= envolvimento ganglionar e M= metastização à distância). O objectivo desta classificação é determinar a extensão da doença, para avaliar o prognóstico e escolher o tratamento indicado.

Colonoscopia: exame realizado através da introdução de um tubo fino, flexível e munido de um dispositivo de iluminação, por via rectal, até ao cólon. Permite a visualização deste órgão para identificação de tumores, pólipos, etc.

Colostomia: cirurgia para criação de uma abertura entre o intestino e a pele do abdómen. As fezes são deste modo eliminadas para bolsas descartáveis, de fácil adaptação e de uso muito confortável.

Colposcopia: exame à vagina e ao colo do útero, para visualização directa, com procedimentos semelhantes à colonoscopia, utilizando neste caso um dispositivo de acesso chamado colposcópio.

Conferência familiar: reunião dos membros da equipa de saúde com o doente (se desejável e possível) e com os seus familiares, visando a revisão do plano de tratamento, a resolução de conflitos ou de sintomas aflitivos ou de falhas assistenciais, a prevenção da claudicação familiar (internando temporariamente o doente para descanso dos cuidadores), etc.

Consentimento informado e esclarecido: acto pelo qual o doente assume o direito legal de governo de si e do seu corpo (a sua autonomia), uma vez bem informado e completamente esclarecido, aceitando ou rejeitando as medidas ou os tratamentos propostos pelo médico. Pode ser escrito ou verbal.

Consulta multidisciplinar: consulta que envolve as várias disciplinas implicadas em cada (revisão do) plano terapêutico e em cada (nova) deliberação, conduzida normalmente pelo médico assistente; pode ou não ser efectuada na presença do doente (e sua família). A decisão deve ser explicada ao doente (ou a um seu representante legal), para obtenção do consentimento.

Contagem de glóbulos brancos e fórmula leucocitária: número de glóbulos brancos (leucócitos) existentes numa amostra de sangue e suas proporções. Os glóbulos brancos combatem as infecções.

Contagem de plaquetas: número de plaquetas (também denominadas trombócitos) existentes numa amostra de sangue. As plaquetas são células que participam na coagulação do sangue.

Corte de congelação (também designado exame extemporâneo): congelamento e corte de uma amostra de tecido, logo após a sua excisão, seguido de exame microscópico para detecção de células cancerígenas.

Corticosteróides: medicamentos ou fármacos utilizados no tratamento da inflamação grave.

Criocirurgia: destruição das células por congelamento rápido. Cuidador principal ou prestador de cuidados principal: Indica a pessoa não profissional (familiar ou não familiar) que tem a seu cargo o doente dependente (normalmente no domicílio, em medicina paliativa), o seu acompanhamento, os cuidados básicos, a administração do tratamento, etc., sob orientação da equipa de saúde (domiciliária).

Crónico: situação que se mantém, evolui ou progride durante um período prolongado de tempo.

Cuidados paliativos: São os cuidados globais ministrados aos doentes com doença avançada, já não susceptível de cura, e incluem uma boa comunicação, o respeito da vontade do doente, o tratamento eficaz da dor e de outros sintomas físicos e psicológicos e o apoio à família, visando a dignidade no período final da vida. Constituem um direito.

Cura: significa que não foram detectados indicadores da presença de doença no organismo e que passou tempo suficiente para que a probabilidade de recorrência seja muito pequena.

D

Densitometria: imagem do tecido ósseo que pode mostrar áreas de rápido crescimento, como as células malignas. Para obter estas imagens, é injectada uma substância radioactiva na corrente sanguínea. Esta substância revela as áreas de rápido crescimento; através de um scanner, essas áreas são delimitadas e identificadas.

Depressão da medula óssea ou mielodepressão: situação em que a medula óssea produz poucas células sanguíneas devido a uma doença, a um tratamento (ex: medicamentos citostáticos) ou a uma toxina.

Derrame pleural: presença de líquido na membrana que reveste o pulmão.

Diafragma: músculo localizado abaixo dos pulmões: separa o tórax do abdómen e “ajuda” na respiração.

Diferenciação: o grau de diferenciação celular permite avaliar o grau de malignidade da doença.

Disuria: dificuldade em urinar.

Doença de Hodgkin: tipo de tumor do tecido linfático (linfoma), caracterizado pelo aumento de volume dos gânglios linfáticos, baço e/ou outros órgãos. Os sintomas mais comuns incluem febre, perda de peso, fadiga e suores nocturnos.

Doença residual mínima: avaliação em que poucas células tumorais permanecem no organismo, depois do tratamento.

Doença residual: células tumorais que permaneceram no organismo, depois do tratamento.

Doença sistémica: doença que afecta todo o organismo e não apenas um órgão.

Doença terminal: fase terminal da evolução de uma doença crónica e incurável, incluindo em geral os últimos seis meses de vida.

E

Ecografia: exame efectuado com ultra-sons que permite observar e criar imagens de partes do organismo, nomeadamente da forma e da actividade de órgãos internos (exemplo do coração: ecocardiografia).

Edema linfático: inchaço numa região drenada por vasos e gânglios linfáticos que se encontram bloqueados ou foram extraídos.

Edema: inchaço de uma parte do organismo devido a retenção de fluidos.

Efeitos secundários ou efeitos adversos: sinais ou sintomas resultantes de tratamentos, tais como a perda de cabelo, as náuseas e os vómitos.

Electrocardiograma (ECG): exame que regista os impulsos eléctricos produzidos pelo coração durante o seu funcionamento.

Electrólitos: substâncias, tais como o potássio e o sódio, que desempenham um papel importante na manutenção do equilíbrio dos fluidos e no funcionamento das células e dos órgãos.

Endoscopia: exploração visual realizada através da introdução de um tubo fino, flexível e com um dispositivo luminoso, para observação interna de órgãos em actividade in vivo.

Enema baritado: exame radiológico do intestino grosso realizado através da introdução, por via rectal, de uma solução espessa e leitosa destinada à opacificação do intestino grosso.

Ensaio clínico: utilização experimental, em voluntários, de um determinado medicamento ou tratamento, de um meio de diagnóstico ou de um dispositivo biológico. Num ensaio clínico de um novo tratamento, é efectuado o estudo controlado dos seus efeitos – eficácia e segurança – e, muitas vezes, o tratamento experimental é comparado com um tratamento padrão. O tratamento administrado ao doente pode ser definido de forma aleatória. Em qualquer ensaio clínico, o participante, voluntário, é informado sobre os possíveis benefícios e riscos da sua participação e assina um documento de consentimento – consentimento informado. Os ensaios clínicos são uma forma muito importante de avançar com o conhecimento científico, quer nas diferentes patologias (ou doenças), quer nos potenciais tratamentos ou abordagens terapêuticas.

Equivalência clínica: condição de validação clínica e ética dos ensaios clínicos; consiste na comparação entre o melhor tratamento disponível e o tratamento inovador que se espera que produza melhores resultados.

Eritrócitos: ver “glóbulos vermelhos”.

Escroto: pele ou bolsa que envolve os testículos.

Esofagite: inflamação ou irritação da mucosa do esófago.

Esplenectomia: cirurgia efectuada para extrair o baço.

Estadio: sistema de classificação dos tumores, em função da sua extensão e da sua disseminação pelo organismo.

Estoma: abertura para o exterior de uma cavidade do organismo (ex: estoma da colostomia).

Estomatite: inflamação da boca; pode ser causada pelo tratamento com citostáticos ou com radiações.

Estrogénio: designação das hormonas sexuais femininas produzidas nos ovários e, em menor quantidade, no tecido adiposo (gordura).

Exame laboratorial das fezes: exame para detectar alterações na composição das fezes (incluindo a possível presença de sangue).

Excisão alargada: procedimento cirúrgico de remoção de uma área ampla adjacente a um tumor ou a um tecido lesionado.

Excisão ou exérese: remoção de um tecido ou órgão através de um acto cirúrgico.

Expectoração: secreções produzidas pelos brônquios.

F

Fármaco: medicamento.

Farmacogenética, farmacogenómica: disciplina de investigação que procura correlacionar a actividade dos genes (ou do genoma) e a sensibilidade ou a resistência aos fármacos.

Febre neutropénica: aumento da temperatura corporal (>38ºC), associada à diminuição dos glóbulos brancos (neutropenia) aptos para combater infecções (granulócitos neutrófilos, pertencentes à família dos leucócitos).

Fístula: formação de um orifício ou de um trajecto entre duas áreas do organismo. Por exemplo, dá-se o nome de fístula anal ao orifício ou trajecto que se forma entre o recto e uma zona circundante do ânus.

Flebite: inflamação de uma veia, que cursa com dor e inchaço local.

Fotossensibilidade: aumento de sensibilidade traduzida em alterações da pele após exposição à luz. É frequente nas áreas submetidas a radioterapia e pode ser desencadeada pela administração de vários medicamentos, incluindo citostáticos.

Fractura patológica: fractura espontânea ou causada por um traumatismo mínimo num osso fragilizado pela presença local de lesões neoplásicas ou osteoporóticas.

Futilidade: tratamento fútil ou tratamento inútil é aquele que não cumpre os objectivos para os quais foi prescrito e não melhora a situação clínica do doente, podendo ao invés prolongar o seu sofrimento, dificultando o controlo e a paliação dos sintomas físicos ou psicológicos.

G

Gânglio linfático: tem uma forma arredondada; contém linfócitos. Os gânglios linfáticos funcionam como “filtros” de substâncias estranhas ao organismo.

Gástrico: relativo ao estômago.

Genes: material genético (ADN) responsável pela transmissão hereditária (de pais para filhos) de uma característica morfológica ou biológica (genotipo é o património genético do indivíduo; fenotipo é a sua expressão em interacção com o meio ambiente, designadamente o ambiente celular).

Genoma: conjunto do património genético de um organismo.

Glóbulo branco: tipo de célula sanguínea envolvida no sistema imunitário; os linfócitos são uma forma específica de glóbulo branco.

Glóbulos vermelhos (eritrócitos): células sanguíneas responsáveis pelo transporte de oxigénio pelo sangue a todo o organismo.

GVHD (doença do enxerto contra o hospedeiro): resposta "inflamatória" que ocorre quando as células da medula óssea de um dador (enxerto) reagem contra as células do doente receptor (hospedeiro), e contra as suas células tumorais.

H

Hematócrito (Hct): quantidade de glóbulos vermelhos existentes no sangue em percentagem de plasma.

Hematologista: médico especializado no tratamento de problemas e doenças do sangue, dos gânglios linfáticos e da medula óssea.

Hematúria: presença de sangue na urina. Pode ser macroscópica, quando visível a “olho nu” ou microscópica, quando apenas visível ao microscópio.

Hemoglobina (Hb): proteína dos glóbulos vermelhos responsável pelo transporte de oxigénio para as células do organismo.

Hemograma: contagem do número de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas numa amostra de sangue.

Hepático: relativo ao fígado.

Hipersensibilidade: reacção alérgica a um medicamento.

Hormonas: substâncias químicas, produzidas por diversas glândulas, que circulam no organismo, regulando e integrando o funcionamento dos tecidos e o crescimento e a reprodução do organismo.

I

Ileostomia: intervenção cirúrgica para criação de um ânus artificial com o intestino delgado; as fezes passam a ser eliminadas para sacos fechados, aderentes à pele do abdómen (ver colostomia e estoma).

Implante de catéter subcutâneo: (ver catéter venoso central)

Imunidade (sistema imunitário): sistema de identificação e de defesa do organismo contra doenças, infecções, moléculas ou tecidos estranhos.

Imunodepressão (semelhante a imunossupressão): situação em que o sistema imunitário se encontra debilitado ou deprimido, mais apto a tolerar elementos estranhos e menos capaz de combater as infecções ou de resistir às doenças; ocorre após os citostáticos e na infecção pelo VIH/SIDA.

Imunossupressão: ocorre quando o sistema imunitário está debilitado e não consegue reagir, adequadamente, a agentes estranhos ao organismo.

Imunoterapia: ver bioterapia.

Incidência: número de novos casos de uma doença, reportados numa população, num determinado período de tempo (regra geral, 1 ano).

Incisão: secção das partes moles feita com instrumento cortante

Incontinência: incapacidade de controlar os reflexos de esvaziamento do recto ou da bexiga, algumas vezes devido a uma perturbação no próprio órgão, mas mais vulgarmente por falta de coordenação do sistema nervoso devida, por exemplo, a lesão cerebral ou à senilidade

Injecção: introdução de um medicamento ou de um líquido no organismo por meio de uma agulha e seringa, pelas vias:

Intramuscular: no músculo.

Intravenosa: na veia.

Insuficiência cardíaca congestiva (ICC): situação clínica caracterizada por uma diminuição da eficácia do coração, como bomba, causando deficiente irrigação pelo sangue e insuficiente chegada de oxigénio e nutrientes aos tecidos.

L

Laringectomia: extracção cirúrgica da laringe em todo ou em parte.

Lesão: qualquer alteração numa estrutura do organismo ou de um tecido, causada por um ferimento ou por uma doença (por exemplo, por um carcinoma).

Leucemia: doença maligna dos glóbulos brancos do sangue.

Leucemia aguda: doença maligna de progressão rápida em que se verifica imaturidade dos glóbulos brancos e impossibilidade de desempenho das funções normais.

Leucemia crónica: doença maligna de progressão lenta em que se verifica menor imaturidade e maior longevidade dos glóbulos brancos, possibilitando o desempenho de algumas funções normais.

Leucopénia: diminuição do número de glóbulos brancos.

Linfa: líquido que circula dentro dos vasos linfáticos, contendo linfócitos e outras substâncias.

Linfócitos: tipo de glóbulos brancos que reagem activamente quando expostos a substâncias estranhas ao organismo ou a agentes infecciosos. Há duas principais famílias de linfócitos, B e T.

Linfoma não Hodgkin: grupo de doenças malignas do sistema linfático (por exemplo, linfoma B de grandes células).

Linfoma: doença maligna do sistema linfático, caracterizada pela formação de "massas tumorais" nos gânglios ou nódulos linfáticos.

Leucemia: O organismo produz uma grande quantidade de células sanguíneas anormais, por imaturidade ou por longevidade aumentada.

M

Maligno: significado semelhante a “cancro” ou “neoplasia maligna”. Tumor que tem a capacidade de invadir e destruir os tecidos adjacentes disseminando-se, depois, para outras partes do corpo.

Mamografia: exame radiológico da mama.

Marcadores tumorais: substâncias produzidas por algumas células cancerígenas; podem estar presentes nos tecidos, no sangue ou na urina de doentes com cancro. No entanto, também podem ser produzidos em situações benignas, tal como nos processos inflamatórios e, como tal, originar “falsos positivos”.

Mastectomia Radical: excisão ou remoção total da mama.

Mastectomia: excisão ou remoção cirúrgica da mama.

Mediastino: região do tórax onde se encontram alguns órgãos como o coração, a traqueia, os gânglios linfáticos e outras estruturas. O mediastino situa-se entre os pulmões, o esterno e a coluna.

Medula óssea: tecido de consistência mole e esponjosa que preenche a parte central do osso; nele são formadas, amadurecem (diferenciam-se) e proliferam as células sanguíneas, antes de migrarem para o sangue.

Melanoma: doença maligna das células responsáveis pelo fabrico de pigmento na pele: melanócitos. Muitas vezes, desenvolve-se a partir de um sinal que muda de tamanho, formato ou cor.

Metastização: disseminação de um tumor maligno a partir do local de origem onde se desenvolveu; a metastização pode ser para os gânglios linfáticos regionais e/ou para os órgãos, incluindo órgãos mais distantes do tumor de origem (ex: o cancro da mama pode metastizar para o osso, fígado, pulmão, cérebro, etc.).

Mucosa: membrana que reveste a totalidade ou parte de um órgão que está em contacto com o meio externo (ex: revestimento da boca ou do intestino).

Mucosite: inflamação de uma membrana mucosa.

N

Náuseas: sensação de enjoo ou mesmo vontade de vomitar. A ocorrência de náuseas é muito frequente durante a quimioterapia e/ou radioterapia; este efeito secundário pode ser aliviado com a administração de anti-eméticos.

Neoadjuvante: no caso de tumores iniciais grandes, pode ser útil e necessário fazer algum tratamento, antes da cirurgia, para tentar diminuir o tamanho e “carga” tumoral, possibilitando uma abordagem cirúrgica mais conservadora. Como tratamento neo-adjuvante, pode fazer-se quimioterapia, radioterapia, terapêutica hormonal e imunoterapia, consoante o tipo de cancro.

Neoplasia: crescimento anormal de células, dando origem a um tumor. As neoplasias podem ser benignas, localizadas (in-situ) ou malignas.

Nerve sparing: termo utilizado para descrever um tipo de prostatectomia, em que o cirurgião salvaguarda os nervos que afectam a função sexual e funções relacionadas.

Neutropénia: diminuição do número de glóbulos brancos que combatem a infecção: os granulócitos neutrófilos.

Noctúria: necessidade de urinar, frequentemente, durante a noite.

Nódulos axilares: nódulos ou gânglios linfáticos situados nas axilas.

Nódulos linfáticos: centenas de pequenos órgãos, também denominados gânglios, em forma de feijão, localizados em áreas específicas do sistema linfático. Produzem células linfáticas e actuam como "filtros", identificando e destruindo agentes estranhos e micróbios; tamvém as células tumorais ou cancerosas que “viajam” no sistema linfático, podem ser "retidas" nos gânglios linfáticos.

Nutricionista: profissional que dá conselhos alimentares aos doentes.

O

Oncogene: gene que pode estar associado ou ser responsável pela “transformação” maligna de células.

Oncologia ou cancerologia: estudo e tratamento das doenças malignas.

Oncologista ou cancerologista: médico especializado no tratamento de doenças malignas.

Orquiectomia: cirurgia para remoção dos testículos.

P

Paliativo: tratamento cujo objectivo é tentar controlar e parar a “evolução” do tumor, bem como aliviar (ou paliar) os sintomas da própria doença, numa tentativa de melhorar a qualidade de vida da pessoa; não se destina a curar a doença. Quando o cancro está metastizado, considera-se que qualquer tratamento efectuado terá um intuito paliativo e não curativo.

Paracentése: punção da cavidade abdominal, através de uma agulha especial, para retirar líquido que nela se acumulou anormalmente (ascite).

Patologia: estudo microscópico de amostras de fluidos ou de tecidos do organismo, para diagnóstico de alterações tecidulares ou celulares, de natureza inflamatória, degenerativa ou tumoral. O médico especialista denomina-se patologista.

Patologista: médico especialista em “Anatomia Patológica”, que analisa as amostras no laboratório, ao microscópio.

Pélvis: cavidade óssea da bacia.

Perfusão endovenosa: introdução ou administração de um medicamento ou outro líquido na circulação sanguínea, através de uma veia.

Placebo: “medicamento” normalmente utilizado em ensaios clínicos comparativos, composto por substância inerte, ou seja, sem princípio activo.

Plaqueta: tipo de célula sanguínea, também denominada trombócito, que desempenha um papel essencial na coagulação do sangue.

Plasma: parte líquida do sangue, onde se encontram em suspensão as células sanguíneas.

Polipo: saliência de uma membrana mucosa. Os polipos podem localizar-se ao nível do intestino, vesícula, garganta, etc.

Polipose adenomatosa familiar (PAF): doença de carácter hereditário que provoca o crescimento de polipos no cólon. Se não forem detectados e removidos, por vezes estes polipos crescem e tornam-se malignos.

Prevalência: número de casos de uma doença, existentes na população, num determinado momento. À semelhança da incidência, os dados sobre a prevalência de cancro são mantidos numa base regional ou nacional.

Prognóstico: previsão do risco evolutivo de uma doença.

Próstata: órgão glandular masculino situado na junção da bexiga e da uretra, e cujos canais lançam uma secreção (líquido prostático) que facilita o movimento dos espermatozóides.

Prostatectomia perineal: cirurgia para remover a próstata, através de uma incisão realizada entre o escroto e o ânus.

Prostatectomia: remoção cirúrgica de parte da próstata ou da sua totalidade.

Proteína: grande família de moléculas que formam um importante bloco de construção do organismo humano. Os anticorpos são uma forma de proteína.

Prótese: aparelho para substituir parte ou a totalidade de um órgão ou de um membro (ex: uma mama, um braço ou uma perna).

Protocolo: plano de tratamento.

Prurido: também designado por comichão.

PSA (antigénio específico da próstata): substância produzida de forma natural pela próstata; no entanto, a sua produção pode estar aumentada em algumas doenças, como tumores e infecções da próstata, ou em infecções urinárias do homem. A análise do PSA é útil para ajudar o médico a detectar os tumores da próstata, bem como a eficácia dos tratamentos utilizados.

Punção aspirativa de medula óssea: procedimento efectuado com anestesia local e através de uma agulha, inserida na zona mais espessa do osso ilíaco da bacia, para colheita de uma pequena amostra de medula, para posterior exame microscópico.

Punção pleural: drenagem de fluidos acumulados na cavidade pleural que reveste o pulmão (ou drenagem de derrames)

Q

Qualidade de vida: expressão utilizada para descrever a qualidade das condições de vida de uma pessoa, tendo em conta factores como a saúde, a educação, o bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, bem como a expectativa de vida. A qualidade de vida pode ser avaliada de uma forma mais vasta e, dessa forma, englobar e considerar, ainda, outros factores como a família, os amigos, o emprego e outras circunstâncias da vida.

Quimioterapia: a quimioterapia consiste na utilização de fármacos para tentar matar as células tumorais. A quimioterapia pode ser constituída por um único fármaco ou por uma associação de fármacos (situação mais frequente). A quimioterapia pode ser administrada oralmente (em comprimidos), ou através de uma injecção intravenosa (i.v.), na veia; em qualquer dos casos, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo - terapêutica sistémica. Regra geral, a quimioterapia é administrada por ciclos de tratamento, repetidos de acordo com um esquema específico que varia, consoante o tipo de cancro e seu tratamento.

R

Radiografia (raio-X): método que utiliza níveis baixos de radiação para visualizar os ossos e alguns órgãos internos.

Radiologista (imagiologista): médico especializado em métodos de diagnóstico por imagem, como a radiografia, a ecografia, a TAC, a ressonância magnética nuclear (RMN), etc.

Radioterapeuta: médico especializado em radioterapia.

Radioterapia: tipo de tratamento do cancro – oncológico – que utiliza diferentes fontes de radiação.

Recidiva: reaparecimento de um tumor maligno, depois de ter sido tratado. A recidiva pode ocorrer pouco tempo depois do tratamento ou anos mais tarde.

Recorrência: semelhante a “recidiva”.

Recto: parte terminal do intestino grosso.

Regime: definição do(s) fármaco(s) utilizado(s) para tratar uma doença, bem como a sua forma e frequência de administração.

Regressão: diminuição do tamanho, volume e/ou da massa celular do tumor.

Remissão parcial: também denominada resposta parcial; significa que há diminuição, sem desaparecimento completo, da massa tumoral, depois de administrar determinado tratamento.

Remissão completa: também denominada resposta completa; significa que não há manifestações clínicas da doença detectáveis. Uma remissão completa inclui a ausência de manifestações clínicas, imagiológicas e laboratoriais. Uma remissão muito prolongada pode significar que a doença está “curada”.

Renal: relativo ao rim.

Resistência a fármacos: surge quando os fármacos (ex: citostáticos) deixam de actuar e perdem a sua eficácia; nestes casos, as células malignas “sofrem” mecanismos de adaptação molecular à entrada ou acção destes fármacos.

Resposta: avaliação do efeito de um determinado tratamento, numa doença. Pode haver vários tipos de resposta: resposta completa (RC), resposta parcial (RP), doença estável (DE) e progressão da doença (PD).

RMN (ressonância magnética nuclear): exploração dos órgãos internos, por meio de ondas magnéticas, que criam imagens muito precisas dos tecidos.

S

Sarcoma: tumor maligno com origem nas células dos tecidos de suporte, como o osso, a cartilagem, a gordura, os ligamentos.

Sinal: qualquer evidência da presença de uma perturbação ou doença, ainda que possa não ser sentida pelo doente (ex: alteração observada numa radiografia ou durante um exame médico).

Sintoma: sensação ou alteração sentida por um doente, relacionada com uma doença.

Sintomas colinérgicos: sintomas resultantes da libertação de acetilcolina, pelo sistema nervoso. Entre estes sintomas contam-se as náuseas, os vómitos, a sudação, a diarreia, as cãibras, a “coriza” (nariz a pingar) e a salivação. Estes sintomas podem ser prevenidos pelo uso de medicamentos anti-colinérgicos, como a “Atropina”.

Sistema imunitário: sistema responsável pelas defesas do nosso organismo contra infecções e outro tipo de doenças, como o cancro. Actua por acção de células específicas, que reagem de forma genérica, a substâncias ou organismos estranhos que entram no organismo, e de células que podem produzir uma resposta mais específica a um organismo estranho ou a uma célula danificada.

Sistema linfático: rede de vasos e gânglios linfáticos utilizados pelos linfócitos, ao circularem no organismo. As células cancerosas também podem recorrer a esta “via” para viajarem e para se disseminarem pelo organismo: metastizarem.

Sistémico: significa que afecta todo o organismo.

Sistema genito-urinário: sistema responsável pela reprodução e depuração ou eliminação de substâncias, através da urina.

Subcutânea: no tecido que se encontra por baixo da pele.

T

TAC (tomografia axial computorizada): estudo computorizado radiográfico que cria imagens, em cortes do órgão examinado, em diferentes camadas, para adquirir um formato tridimensional.

Terapêutica biológica: tratamento com substâncias “modificadoras da resposta biológica”, ou seja, que estimulam o sistema imunitário para combater a doença com maior eficácia; também denominado imunoterapia.

Terapêutica hormonal: tratamento que evita o recurso às hormonas naturais do organismo, masculino e feminino, que as células cancerosas necessitam para o seu desenvolvimento. A terapêutica hormonal pode actuar de diferentes formas e através de mecanismos de acção variáveis.

Terapias alternativas: terapêuticas que não são consideradas pela comunidade médica como cientificamente comprovadas. Ver “terapias complementares”.

Terapias complementares: tratamentos ou técnicas de intervenção que acompanham as terapêuticas oncológicas tradicionais e cuja utilidade pode estar ou não cientificamente comprovada (ex: técnicas de visualização, massagens, ioga, etc.).

Terminal: estadio ou fase de uma doença que indica que o doente tem uma curta esperança de vida.

Teste à LDH: teste simples que mede a quantidade de uma enzima denominada lactatodesidrogenase (LDH) no sangue. Há situações em que o resultado deste teste pode indicar a actividade da doença e sua disseminação no organismo (ex: linfoma não-Hodgkin).

Teste de Papanicolaou: exame microscópico das células colhidas no colo do útero, para despiste precoce do cancro.

Testes de função hepática: análise relativamente simples para medir diversas substâncias no sangue, e que avalia o funcionamento do fígado.

Testes de função renal: análise simples ao sangue e à urina para medir diversas substâncias e avaliar o funcionamento dos rins.

Timo: órgão localizado na parte superior do tórax, que pertence ao sistema imunitário.

Tipagem HLA: análise ao sangue, para estudar a compatibilidade entre o sangue, os órgãos ou os tecidos do dador e os do doente.

Tomografia de emissão de positrões (PET): tomografia computorizada utilizada no diagnóstico de doença maligna metabolicamente activa.

Toque rectal: técnica em que se insere um dedo (com luva lubrificada) no interior do recto, para detectar alterações na próstata ou no recto.

Tórax: região do corpo acima do diafragma e abaixo do pescoço, onde se encontram os pulmões, o coração e outros órgãos.

Toxicidade: “danos” causados pelos efeitos secundários de um determinado tratamento.

Trânsito baritado: estudo radiológico precedido pela ingestão de uma solução espessa e leitosa, denominada bário, destinado à exploração do aparelho digestivo.

Transplante alogénico: quando as células utilizadas para substituir os tecidos danificados do doente (neste caso, a medula óssea) provêm de um dador compatível (ex: um familiar, geralmente irmão ou irmã, ou um não-familiar).

Transplante autólogo de medula óssea: administração das células de medula óssea normais do próprio doente, após doses elevadas de quimioterapia; estas células são recolhidas antes da administração da quimioterapia.

Transplante autólogo de células estaminais do sangue periférico: colheita e administração de células-mãe, ou células estaminais normais de medula óssea, circulantes no sangue periférico do próprio doente, após adequada estimulação.

Transplante de medula óssea: “administração” de uma quantidade extra de células normais de medula óssea, para reconstituição da medula do doente após tratamento com doses elevadas de quimioterapia:

Tratamento local: é qualquer tratamento que remove ou "destrói" as células do cancro, no local, ou seja, no próprio local do tumor primário (ex: cirurgia e radioterapia). Se o cancro estiver disseminado (metastizado) noutras zonas do corpo, a terapêutica local pode ser usada apenas para controlar a doença, nessa área específica, mas não noutros locais do organismo.

Tratamento sistémico: é qualquer tratamento que "entra" na corrente sanguínea, com o objectivo de "destruir" ou controlar o cancro em todo o organismo (ex: quimioterapia, terapêutica hormonal e imunoterapia). Há casos em que a terapêutica sistémica é administrada para diminuir o tamanho do tumor, antes da cirurgia ou da radioterapia, para que a intervenção seja menos extensa - tratamento neo-adjuvante. Noutros casos, a terapêutica sistémica é administrada depois da cirurgia e/ou da radioterapia, para prevenir que alguma célula cancerígena tenha permanecido no organismo e possa ser responsável pelo reaparecimento do cancro – recidiva da doença. Os tratamentos sistémicos também são usados no cancro metastizado.

Trombocitopénia: diminuição do número de plaquetas (ou trombócitos) no sangue.

Tumor benigno: aglomerado anormal de células, mas sem capacidade de invadir e metastizar, portanto sem capacidade de se espalhar pelo organismo.

Tumor maligno: tumor constituído por células tumorais, células não controladas, em proliferação ou em paragem da maturação ou em supressão da senescência e da morte; têm capacidade de invadir os tecidos normais e de se disseminarem pelo organismo.

Tumor primitivo: designação do tumor inicial ou do local onde, inicialmente, se desenvolveu o tumor.

Tumor: massa de células em proliferação ou multiplicação; pode ser benigno ou maligno.

Tumorectomia: excisão ou remoção cirúrgica de um tumor e de uma quantidade mínima do tecido adjacente (“margens”). É um tipo de cirurgia muito usada no tratamento conservador do cancro da mama.

U

Ultra-sonografia: técnica que utiliza ondas de som, que não são perceptíveis ao ouvido humano, para produzir imagens do interior do organismo. As imagens criadas por computador, analisam os ecos produzidos pelas ondas de som emitidas pelos tecidos.

Ureterostomia: intervenção cirúrgica para incisão dos canais que transportam a urina, dos rins para a bexiga (ureteres), e criação de uma abertura directa no abdómen, com o objectivo de eliminar a urina para uma bolsa especial.

Uretra: canal por onde sai a urina, da bexiga para o exterior.

Urologista: especialista em urologia: área da Medicina que trata do aparelho urinário e doenças relacionadas.

V

Vacina: “substância” criada com o objectivo de provocar uma resposta do sistema imunitário a uma doença ou tumor.

Vasos linfáticos: vasos onde circula a linfa.

VEGF (factor de crescimento vascular endotelial): substância produzida pelo organismo que estimula o crescimento dos vasos sanguíneos. Alguns tumores produzem grandes quantidades de VEGF e formam novos vasos sanguíneos, para obtenção dos alimentos (nutrientes), necessários ao seu desenvolvimento e crescimento.

Virilha: região do corpo abaixo do abdómen e acima das pernas. Corresponde à zona onde se encontram os órgãos sexuais e as ancas.

Vírus: partícula infecciosa que pode causar uma doença (ex: o vírus da gripe).

Voluntário: cidadão que, voluntariamente, ou seja, de livre vontade, e depois da apropriada formação e integração na equipa médica, se dedica a visitar e acompanhar os doentes e suas famílias, contribuindo com a sua presença para evitar o abandono do doente.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Apresentados no Parlamento Europeu
Projecto Europeu Wake-Up Bus revela que dormir mal resulta em mais acidentes de viação do que conduzir durante longos períodos...

A Sociedade Europeia de Investigação sobre Sono (ESRS) e os membros da Assembleia das Sociedades Nacionais de Sono (ANSS) apresentam os dados recolhidos em 19 países Europeus como parte do Projecto Wake-UP Bus para estimar a prevalência de adormecer ao volante.

A campanha de sensibilização culminou com a apresentação dos resultados do estudo no Parlamento Europeu, organizado com o apoio do Eurodeputado Paulo Rangel.

O estudo baseou-se em 12,434 inquéritos online entre Julho e Setembro de 2013. A prevalência de elevado grau de sonolência diurna (Escala de Sono de Epworth) variava entre menos de 20% (Turquia, Croácia e Itália) e mais de 50% (Áustria e Portugal).

Na amostra global 20.5% dos inquiridos tinham adormecido ao volante nos dois anos anteriores. Esta prevalência variava entre 6.1% na Croácia e 34.7% na Holanda. Entre os inquiridos que adormeceram ao volante, 7% sofreram um acidente de viação como resultado. Dos 167 acidentes relacionados com o sono, 13.2% resultaram pelo menos em uma pessoa a receber cuidados hospitalares e 3.6% resultaram em pelo menos uma vítima mortal.

As razões para adormecer ao volante mais frequentemente reportadas foram uma má qualidade de sono na noite anterior (42.5%) e uma má qualidade de sono crónica (34.1%). Com menor expressão, sentir-se adoentado (18.6%) e ter conduzido durante um período muito longo (16.2%) foram também reportados como razões para adormecer ao volante. Apesar das diferenças entre países na frequência de adormecer ao volante, o estudo permitiu identificar determinantes modificáveis deste problema, comuns aos vários países europeus.

Sociedade Europeia de Investigação sobre Sono (ESRS)
A ESRS é uma organização internacional científica sem fins lucrativos que promove todos os tipos de investigação na área do sono e da medicina do sono incluindo a publicação do Journal of Sleep Research (JSR) e a organização de reuniões científicas. Inclui também a promoção de treino e educação, a disseminação de informação, e o estabelecimento de bolsas e prémios.

Projecto Wake-UP Bus
O Projecto Wake-UP Bus é uma colaboração entre a ESRS e as sociedades membros da ANSS de sensibilização para o papel da sonolência como importante causa de acidentes rodoviários. O Projeto foi uma organização conjunta de: Marta Gonçalves, Presidente, Associação Portuguesa do Sono, Ludger Grote, Chairman da ANSS, Roberto Amici, Chairman, Comissão da ESRS para a União Europeia, e Philippe Peigneux, Presidente, ESRS.

Cientistas espanhóis
Um grupo de peritos realçou os benefícios do consumo moderado de cerveja após a prática de exercício físico, e assegurou que...

O estudo foi apresentado numa aula organizada pelo Centro de Informação Cerveja e Saúde, que pretende promover o desporto como uma actividade social para fomentar hábitos de vida saudáveis.

Manuel Castillo, professor de Fisiologia da Universidade de Granada, afirmou que as conclusões deste estudo se baseiam numa investigação realizada em conjunto com o Conselho Superior de Investigações Científicas sobre “a idoneidade da cerveja na recuperação do metabolismo hormonal e imunológico dos desportistas após o exercício físico”.

O consumo moderado de cerveja - entre duas a três 'imperiais' por dia para os homens e de uma a duas para as mulheres -, quer a tradicional quer a sem álcool, após a prática de desporto, em condições de elevada temperatura ambiental e abundante transpiração, “pode permitir recuperar as perdas hídricas, da mesma forma que a água”, referiu.

Para Castillo, “é muito importante que fazer exercício seja associado a um momento de prazer, para que haja continuidade”.

Assim, o docente defendeu que divulgar os resultados desta investigação pode ajudar a que o desporto se converta num “acto social”.

Para colocar em prática o estudo promoveu-se uma corrida de quatro quilómetros no campus universitário, que incluiu cervejas e aperitivos após cruzar a meta.

Saiba quais são
Todos já ouvimos diferentes teorias em relação a planos de dietas, e são várias as vezes em que muit
Mulher a segurar prato com salada

O que alguém nos diz que é o mais indicado pode ser logo de seguida posto em causa por outra pessoa que nos diz exactamente o contrário, embora as duas informações nos sejam transmitidas com fortes convicções de serem as mais acertadas.

Quando pensa em iniciar uma dieta tem de se mentalizar e estabelecer objectivos. Só assim conseguirá levar para a frente um programa rigoroso que lhe irá trazer os resultados pretendidos.

Eis alguns dos erros mais comuns praticados por quem está a fazer dieta

Não tomar o pequeno-almoço

Esta é uma medida que torna mais provável quebrar logo o seu plano de dieta. O seu corpo necessita de energia, e o resultado de não fazer um pequeno-almoço equilibrado é passar o dia com mais fome começando a petiscar algum tipo de alimentos menos recomendados, ou a fazer um almoço muito além do permitido pela sua dieta.

Opte por um pequeno-almoço saudável e que lhe dê energia suficiente até à hora do almoço. Um pequeno-almoço rico em proteínas e fibras pode reduzir a fome ao longo do dia.

Abusar em alimentos diet e light

Este tipo de alimentos a que recorrem grande parte das pessoas que iniciam uma dieta pode ser um erro quando não consumidos com a devida moderação. O facto de serem alimentos com baixo teor de açúcar e gordura não faz com que possam ser consumidos sem moderação. Ao comer várias porções de um qualquer produto diet ou light pode estar a ingerir mais calorias do que aquelas que deseja. Tenha muita atenção aos rótulos.

Beber pouca água

A água é fundamental para queimar calorias. Níveis baixos de hidratação fazem com que o organismo funcione de uma forma mais lenta e consequentemente a perda de peso torna-se mais lenta. Beba água e mantenha o corpo hidratado. Tenha alguma atenção às refeições, pois beber muita água nestes períodos pode dificultar o processo digestivo.

Banir totalmente o que mais gosta de comer

Ao tomar esta atitude só vai tornar as coisas mais difíceis. O mais provável é que deste modo a sua dieta não dure até ao fim, e no dia em que se fartar vai ingerir tudo aquilo que gosta, e deixou de comer, só que em doses mais elevadas. O autocontrolo aqui é fundamental.

Optar por dietas radicais

Ao optar por um tipo de dieta em que se alimenta com muito pouco e “passa fome”, é garantido que perde peso pois praticamente deixa de ingerir calorias. O problema é que vai estar a reduzir a velocidade de metabolismo durante algum tempo, e ao terminar a dieta o seu organismo vai manter essa velocidade de metabolismo fazendo com que queime as calorias muito lentamente e ganhe peso mais depressa do que o normal.

Ir às compras de barriga vazia

É muito comum e pode acontecer a todos, mesmo a quem não está a fazer dieta. Com certeza já aconteceu a qualquer pessoa ir às compras em alturas em que está com alguma fome. Tudo parece óptimo, e então o que tanto se gosta e se está privado nesta fase de dieta parece ainda mais delicioso. É difícil resistir a esta tentação por isso evite ficar nesta posição e previna-se. Uma peça de fruta pode ser o suficiente para não vir com o carrinho de compras carregado de tudo o que não precisa para a sua dieta.

Dizer a outras pessoas que está a fazer dieta

Tal como falámos no início, isto pode fazer com que perca a sua motivação. Há sempre alguém que lhe diz que conhece a melhor dieta ou que a que está a fazer não resulta em nada. Estes conselhos influenciam negativamente pois irá estar sempre a fazer ajustes desnecessários baseados em opiniões que serão sempre diferentes de pessoa para pessoa. Mantenha-se fiel ao seu plano e execute-o até obter os resultados.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
O que é?
O sarcoma é um cancro que se desenvolve a partir alguns tecidos em particular, tais como o músculo o
Sarcoma dos tecidos moles

Sarcomas são tumores malignos de células derivadas de uma estrutura embrionária chamada mesoderme. Trata-se de um tumor diversificado e omnipresente e que se desenvolve nos tecidos conectivos de suporte extra-esqueléticos: gordura, músculos, nervos, tendões, vasos sanguíneos e linfáticos. Estes tumores de origem mesenquimatosa podem ocorrer em qualquer sítio anatómico, mas aparecem com mais frequência nas extremidades (60 por cento).

Os sarcomas dos tecidos moles compreendem cerca de 0,7 por cento de todas as doenças malignas, mas compreendem 6,5 por cento de todas as doenças malignas em crianças com idades abaixo dos 15 anos. A idade média de doentes com sarcomas é de 45 anos.

Estes tumores são, pois, predominantes em crianças e adultos jovens, e isto tem óbvias implicações terapêuticas em termos de agressividade da terapêutica curativa. Não há predilecção sexual. A célula de origem determina a classificação dos sarcomas dos tecidos moles. Técnicas especializadas como a imunohistoquímica, microscopia electrónica, análise citogenética e imunofenótipo, ajudam a categorizar os sarcomas, especialmente quando o diagnóstico morfológico ao microscópio de luz não é claro.

Os sarcomas são, em regra, muito vasculares e crescem rapidamente, infiltrando-se sem interrupção ao longo dos planos tecidulares.

O grau histológico prediz o seu comportamento biológico. Tumores de baixo grau histológico, que representam cerca de 15por cento de todos os sarcomas, tendem a manter-se localizados, enquanto tumores de alto grau histológico (especialmente aqueles com evidente necrose) compreendem os restantes 85 por cento e metastizam precocemente para pontos distantes.

O pulmão é o sítio mais frequente de metástases para todos os sarcomas. Em regra, as metástases são múltiplas e bilaterais. Outras estruturas como o fígado, ossos, tecido celular subcutâneo, são afectados muito menos frequentemente. Os gânglios linfáticos regionais só muito raramente são afectados.

Todos os anos são diagnosticados cerca de 9.200 novos casos de sarcoma dos tecidos moles em adultos e crianças nos Estados Unidos e cerca de 13.000 novos casos na Europa. Pouco mais de 50 por cento desses novos doentes vão morrer em consequência do sarcoma de tecido mole. A taxa de sobrevivência aos 5 anos para doentes com sarcomas de tecidos moles é de cerca de 90 por cento se o cancro for detectado em fase inicial e antes de possíveis disseminações. Ao contrário, a taxa de sobrevida em 5 anos é de 10 a 15 por cento para sarcomas metastáticos.

De um ponto de vista patológico, existem dezenas de variedades de sarcomas, mas essa heterogeneidade não prediz o comportamento biológico e, geralmente, não influencia a terapêutica.

Os sarcomas são nomeados pelo tecido de origem. Os mais frequentes são os fibrosarcomas, liposarcomas, histiocitomas fibrosos malignos e os sinoviosarcomas. Juntos compreendem cerca de 74 por cento de todos os sarcomas. A seguir, em frequência, surgem os sarcomas dos nervos periféricos, rabdomiosarcomas pleomórficos (mais frequentes em crianças) e o leiomiosarcoma. Existem muitos outros tipos que são raros.

O grau de diferenciação celular e a quantidade de necrose no interior do tumor são os factores mais importantes na previsão do comportamento biológico do tumor e na determinação das modalidades terapêuticas.

Os tumores ósseos também são chamados de sarcomas embora estejam noutra categoria devido às suas características clínicas, microscópicas e por terem um tipo de tratamento diferente.

Factores de risco do sarcoma dos tecidos moles

A maioria dos sarcomas de tecidos moles não tem causa bem definida, porém, têm sido associados com o desenvolvimento de vários factores predisponentes. Existem certas síndromes familiares que predispõem a desenvolver sarcoma dos tecidos moles, incluindo a neurofibromatose, a síndrome de Gardner, a síndrome de Li-Fraumeni e retinoblastoma.

Outros factores têm sido associados com este tipo de cancro como a exposição prévia à radiação, linfedema crónico (inflamação de uma extremidade), raramente, a exposição a determinados produtos químicos e história recente de trauma.

Sinais e sintomas do sarcoma dos tecidos moles

Pessoas com sarcoma dos tecidos moles em fase inicial podem não apresentar qualquer sintoma. Na verdade, os sintomas podem não manifestar-se mesmo numa fase avançada.

Contudo, os sintomas mais comuns são: caroço no corpo que pode ou não ser doloroso (normalmente não), dor abdominal, vómitos, sensação de ter comido demais (saciedade precoce).

A verdade é que as manifestações clínicas dependem da localização anatómica dos sarcomas. Sarcomas das extremidades (membros superiores e inferiores) apresentam-se como um inchaço indolor e progressivo nas extremidades. Sarcomas da cabeça e pescoço manifestam-se como massas, anormalidades neurológicas e proptose. Sarcomas retroperitoneais originam dores nas costas (dorso e região lombar), edema das extremidades inferiores e massas abdominais. Sarcomas dos ossos resultam em alargamento visível do osso e fracturas patológicas.

Diagnóstico do sarcoma dos tecidos moles

Actualmente, não existem exames de detecção selectiva para o sarcoma de tecidos moles. Assim, os testes de diagnóstico mais comuns são:

- O exame físico: pode incluir uma avaliação para determinar o tamanho e forma da massa e seus efeitos sobre as zonas circundantes.

- Biopsia: é geralmente uma massa de tecido mole se é sintomática ou ampliação. Os três tipos de biopsias, que são realizados com mais frequência para o diagnóstico de sarcoma de tecido mole são, a biopsia percutânea com amostras de tecido através de uma agulha (aspiração por agulha fina); biopsia aberta com amostra através de um procedimento cirúrgico e a biopsia retroperitoneal de massa.

A ressonância magnética e a TAC constituem exames complementares de imagem que ajudam ao diagnóstico do tumor em inicial. Por outro lado, o diagnóstico de imagem da doença metástica é feito, dependendo do tamanho, grau e localização anatómica do tumor primário.

Tratamento do sarcoma dos tecidos moles

Um adequado tratamento do sarcoma implica o conhecimento pormenorizado da extensão do tumor, pelo que os exames diagnósticos devem permitir essa avaliação, que indicará o estado de evolução do tumor e ajudará o cirurgião e o radioterapeuta a planear os seus tratamentos. A avaliação deve também incluir uma história clínica e um exame físico pormenorizados do doente.

Opções de Tratamento do sarcoma dos tecidos moles

As opções de tratamento para o sarcoma dos tecidos moles em geral dependem do estadio do tumor. Este é definido de acordo com o tamanho e grau do tumor e se metastizou a outras partes do corpo.

A excisão cirúrgica

Este é o tratamento mais comum para doentes com sarcoma dos tecidos moles localizados. A melhoria das técnicas cirúrgicas ao longo dos últimos 20 anos tem reduzido substancialmente a necessidade de amputação. Actualmente, não mais que 10 a 15 por cento dos doentes são submetidos a amputação. Na maioria dos casos, a cirurgia com conservação do membro é uma opção para evitar a amputação do braço ou perna, enquanto a radioterapia e /ou quimioterapia é administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor ou após a cirurgia para destruir as células cancerosas remanescentes. A cirurgia continua a ser o único tratamento curativo nos sarcomas dos adultos.

Radioterapia

Pode ser administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor (neoadjuvante) ou após a cirurgia, para matar quaisquer células cancerosas que tenham ficado na zona afectada pelo sarcoma dos tecidos moles (adjuvante).

Com esta terapêutica combinada, 75-85 por cento dos doentes com lesões distais abaixo do cotovelo ou joelho não necessitam de amputação, e retêm um membro útil, sem dor ou edema. Tumores das extremidades mais proximais mostram taxas de controlo local inferiores.

A radioterapia sem cirurgia é usada em doentes com doença inoperável ou que recusam cirurgia. Taxas de recorrência local são mais altas do que com o tratamento combinado mas uma pequena percentagem de doentes pode ser curada. Os sarcomas de baixo grau histológico, bem diferenciados, e de pequenas dimensões, são tratados apenas com cirurgia, já que o prognóstico é excelente.

Quimioterapia

Pode ser utilizada com a radioterapia antes ou depois da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor ou destruir as células cancerosas remanescentes. Se o cancro metastizou para outras áreas do corpo, a quimioterapia pode ser usada para reduzir os tumores e a dor e o desconforto que causam.

Com combinações de cirurgia e radioterapia, as taxas de controlo local para os sarcomas das extremidades são 90 por cento, para sarcomas do tronco são 50-75 por cento e para sarcomas retroperitoneais são 30-50 por cento.

No entanto, apesar do controlo local, a taxa de sobrevivência ao fim de 5 anos para sarcomas de alto grau histológico é de apenas 40-60 por cento. Virtualmente todas as mortes são devidas a doença metastática. Estes dados constituiriam o racional para o uso de quimioterapia sistémica adjuvante (pós-cirurgia), numa tentativa de controlar a doença a distância e evitar o desenvolvimento de metástases clínicas.

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Faça o seu
Diz o ditado popular que quem muito dorme pouco aprende.
Teste do Sono

A necessidade de horas de sono não tem uma medida certa. Varia de pessoa para pessoa e com o avançar da idade há uma tendência para dormir menos devido a mudanças que ocorrem no ciclo do sono.

Porém, é importante lembrar que a qualidade do sono é mais importante que a sua duração.

Conheça melhor o seu sono através do teste que lhe propomos.

1- Depois de apagar a luz e fechar os olhos, costuma demorar mais de 30 minutos a adormecer?


2- Acorda frequentemente durante a noite?


3- E quando acorda, tem dificuldade em voltar a adormecer?


4- O seu sono é agitado, inquieto?


5- Tem dificuldade para se levantar de manhã?


6- Sente-se cansado(a) ao longo do dia de modo a prejudicar a atenção e o rendimento no trabalho?


7- Já sofreu algum acidente, ou esteve perto disso, por causa de dormir pouco?


8- Adormece facilmente quando vê televisão ou lê um livro?


9- Precisa de fazer pequenas sestas durante o dia?


10- Sofre de jet-lag em função da sua actividade profissional?


11- Dorme mais no fim-de-semana do que nos outros dias?


Observe o número de respostas SIM que seleccionou. Três ou mais respostas afirmativas sugerem que pode estar com um dos problemas abaixo descritos. Para qualquer um deles será conveniente procurar ajuda médica.

Insónia - falta de sono, excesso de vigília, dificuldade em adormecer (desajuste dos ritmos circadiários) ou manter o sono, acordar demasiado cedo e ter um sono que não é reparador.

Sonolência excessiva - ocorre nos casos de narcolépsia e de apneia. Lembre-se que o facto de uma pessoa dormir muito tempo - 14 ou 16 horas por dia - não significa que tenha um sono de qualidade.

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Dormir mais ao fim de semana não compensa o sono perdido nos outros dias
Um estudo norte-americano diz que o hábito de dormir menos nos dias de trabalho e mais ao fim de semana pode diminuir a...

Dormir mais aos finais de semana não é suficiente para reparar todos os danos causados à saúde pelas poucas horas de sono durante o restante da semana. Essa é a conclusão de um estudo publicado na revista científica American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism. Segundo os autores da investigação, o hábito pode até diminuir a sensação de sonolência e o stress, mas não é capaz de evitar problemas causados pela privação do sono, como dificuldades de concentração.

No artigo, os autores explicam que há uma série de explicações para o facto de dormir pouco poder provocar danos cerebrais ou conduzir a uma menor esperança de vida. Segundo os cientistas, um sono insuficiente pode, por exemplo, elevar os níveis de moléculas no corpo relacionadas com a inflamação, além de aumentar a quantidade de cortisol, uma hormona segregada em situações de stress, e desregular as taxas de açúcar no sangue.

Experiência em três fases

No estudo, cientistas da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, conduziram, durante 13 dias, uma série de testes em 30 adultos saudáveis. Nas primeiras quatro noites, os voluntários puderam dormir durante oito horas; nos outros seis dias, dormiram apenas seis horas por noite; e, nos últimos três dias do estudo, puderam dormir até dez horas por noite.

Os participantes foram submetidos a uma série de exames que analisaram a actividade cerebral durante o sono, além do nível e hormonas e outras substâncias no sangue. Os voluntários também realizaram um teste que avaliou a capacidade de concentração.

Os resultados dos testes revelaram que as dez horas de sono por noite foram suficientes para diminuir a sonolência e o stress dos voluntários, causados pelas poucas horas de sono dos dias anteriores. O desempenho dos participantes no teste de atenção foi, porém, o mesmo depois de uma noite de sono mal dormida ou após dez horas de sono com um período de carência de horas de sono associado.

Segundo os autores da investigação, a descoberta é relevante para se repensar estratégias organizacionais em profissões que não permitam desvios de atenção, como é o caso dos médicos ou pilotos de avião, por exemplo.

Os cientistas adiantam que são necessários mais testes e estudos para definir quais são os efeitos a longo prazo do ciclo de restrição e recuperação de sono nos indivíduos.

Infecções
O sistema imunitário tem a função de nos manter saudáveis e livres dos agentes agressores.
Defesas do organismo

O nosso organismo possui mecanismos de defesa para combater os diferentes agentes que podem invadir o organismo e provocar infecções, ou mesmo reacções alérgicas. As defesas do organismo contra a infecção incluem barreiras naturais, como a pele, mecanismos inespecíficos, como certos tipos de glóbulos brancos e a febre, e mecanismos específicos, como os anticorpos.

Assim, a função do sistema imunológico é a de reconhecer os agentes agressores e defender o organismo da sua acção. Em regra, se um microrganismo atravessa as barreiras naturais do corpo, os mecanismos de defesa específicos e inespecíficos destroem-no antes que se multiplique. No entanto, por vezes, o sistema imunitário excede-se e ataca as células do próprio organismo e neste caso causar as chamadas doenças auto-imunes, como, por exemplo, a artrite reumatóide. Outras vezes, o sistema imunitário identifica certos alimentos habitualmente inofensivos, como morangos ou marisco, como invasores, produzindo anticorpos contra esse alimento específico e provocando uma reacção alérgica.

O sistema imunitário é constituído pela medula óssea, glândulas do timo, gânglios linfáticos e baço e ainda pela pele, pulmões e tracto gastrointestinal. Em conjunto, formam um elaborado sistema de defesa que protege o corpo da invasão de substâncias estranhas, como bactérias e vírus.

Para além de organizado, o sistema imunitário também tem boa memória e se um mesmo micróbio, bactéria ou outro agente agressor entrar no organismo são activadas, de imediato, as células de memórias (um determinado tipo de linfócitos) que rapidamente se reproduzem para combater o invasor. É, também, este tipo de resposta que o organismo gera quando é afectado por um microrganismo contra o qual a pessoa se vacinou previamente.

Barreiras naturais

Geralmente a pele evita a invasão de muitos microrganismos, a menos que esteja fisicamente danificada devido, por exemplo, a uma lesão, à picada de um insecto ou a uma queimadura.

Outras barreiras naturais eficazes são as membranas mucosas, como os revestimentos das vias respiratórias e do intestino. Geralmente estas membranas estão cobertas de secreções que combatem os microrganismos. Por exemplo, as mucosas dos olhos estão banhadas em lágrimas, que contêm uma enzima chamada lisozima. Esta ataca as bactérias e ajuda a proteger os olhos das infecções.

As vias respiratórias filtram de forma eficaz as partículas do ar que se introduzem no organismo. Os canais tortuosos do nariz, com as suas paredes cobertas de muco, tendem a eliminar grande parte da substância que entra. Se entretanto um microrganismo atinge as vias aéreas inferiores, o batimento coordenado de umas saliências semelhantes a pêlos (cílios) cobertas de muco transportam-no para fora do pulmão. A tosse também ajuda a eliminar esses microrganismos.

Por outro lado, o tubo gastrointestinal dispõe de uma série de barreiras eficazes, que incluem o ácido do estômago e a actividade antibacteriana das enzimas pancreáticos, da bílis e das secreções intestinais. As contracções do intestino (peristaltismo) e o desprendimento normal das células que o revestem ajudam a eliminar os microrganismos prejudiciais.

Também o aparelho geniturinário masculino encontra-se protegido pelo comprimento da uretra (cerca de 20 cm). Devido a este mecanismo de protecção, as bactérias não costumam entrar na uretra masculina, a menos que sejam ali introduzidas de forma não intencional, através de instrumentos cirúrgicos. As mulheres contam com a protecção do ambiente ácido da vagina. O efeito de arrastamento que a bexiga desencadeia no seu esvaziamento é outro dos mecanismos de defesa em ambos os sexos.

Nos indivíduos cujas barreiras naturais estejam debilitadas estão, certamente, mais vulneráveis a certas infecções. Por exemplo, pessoas cujo estômago não segrega ácido são particularmente vulneráveis à tuberculose e à infecção causada pela bactéria Salmonella.

O equilíbrio entre os diferentes tipos de microrganismos na flora intestinal residente também é importante para manter as defesas do organismo. Por vezes, um antibiótico tomado para uma infecção localizada em qualquer outra parte do corpo pode quebrar o equilíbrio entre a flora residente, permitindo assim que aumente o número de microrganismos que causam doenças.

Mecanismos de defesa inespecíficos

Qualquer lesão, incluindo uma invasão de bactérias, causa inflamação. A inflamação serve, parcialmente, para encaminhar certos mecanismos de defesa até ao ponto onde se localiza a lesão ou a infecção. Com a inflamação, aumenta o débito sanguíneo e os glóbulos brancos podem atravessar a parede dos vasos sanguíneos e dirigir-se à zona inflamada com maior facilidade. O número de glóbulos brancos (principais s actores da resposta imunitária) na corrente sanguínea também aumenta, já que a medula óssea liberta uma grande quantidade desses glóbulos que tinha armazenada e, de imediato, começa a produzir mais. Existem diversos tipos de glóbulos brancos, cada um com o seu papel específico.

Todavia, estes mecanismos inespecíficos de defesa podem ser ultrapassados por uma grande quantidade de microrganismos invasores, ou por outros factores que reduzam as defesas do corpo humano.

A febre, definida como uma elevação da temperatura corporal superior aos 37,7ºC (medidos com o termómetro na boca), é, também e, na realidade, uma resposta de protecção perante a infecção e a lesão. A elevada temperatura corporal estimula os mecanismos de defesa do organismo ao mesmo tempo que causa um mal-estar relativamente pequeno ao indivíduo.

Normalmente, a temperatura corporal sobe e baixa todos os dias. O ponto mais baixo é atingido às 6 horas da manhã e o mais alto entre as 4 e as 6 horas da tarde. Embora seja habitual dizer-se que a temperatura normal do corpo é de 37ºC, o mínimo normal às 6 horas da manhã é de 37,1ºC e o máximo normal às 4 horas da tarde será de 37,7ºC.

A febre pode seguir um curso em que a temperatura atinge um máximo diário e depois volta ao seu nível normal. Por outro lado, a febre pode ser remitente, isto é, a temperatura varia mas nunca volta ao normal. As substâncias causadoras de febre recebem o nome de pirogénios e podem provir do interior ou do exterior do organismo.

Em geral, a febre tem uma causa óbvia, contudo, a infecção não é a única causa de febre; ela pode também ser consequência de uma inflamação, um cancro ou uma reacção alérgica.

Mecanismos de defesa específicos

Este tipo de imunidade é desencadeado sempre que o sistema imunitário reconhece um antigénio. Ou seja, a imunidade específica, ao contrário da não específica, actua de forma diferente consoante o agente patogénico e tem um efeito de memória. Ou seja, o organismo memoriza o agente patogénico numa primeira infecção e em infecções posteriores a resposta imunitária é mais rápida e poderosa.

Uma vez desenvolvida a infecção, entra em acção todo o poder do sistema imunitário. Este produz várias substâncias que atacam especificamente os microrganismos invasores. Por exemplo, os anticorpos aderem a eles e ajudam a imobilizá-los. Podem assim destruí-los directamente ou então ajudar os glóbulos brancos a localizá-los e a eliminá-los. Além disso, o sistema imunitário pode enviar um tipo de células conhecidas como células T citotóxicas (killer) (outro tipo de glóbulos brancos) para atacar especificamente o organismo invasor.

Os fármacos anti-infecciosos, como os antibióticos, os agentes antimicóticos ou antivirais, podem auxiliar as defesas naturais do corpo humano. No entanto, se o sistema imunitário se encontrar gravemente enfraquecido, esses medicamentos não costumam ser eficazes.

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Saiba o que é
A anafilaxia é uma reacção alérgica aguda, generalizada, potencialmente grave e ocasionalmente morta
Homem com dificuldade em respirar

A anafilaxia pode ser causada por um alergénio. Trata-se de uma reacção alérgica aguda, generalizada, potencialmente grave e ocasionalmente mortal. Ocorre em pessoas que foram previamente sensibilizadas através da exposição a um alergénio e que entram em contacto directo com o mesmo alergénio uma vez mais. Isto porque a anafilaxia nunca ocorre na primeira exposição a um alergénio, mas a seguinte já o pode fazer. Na realidade, muitas pessoas não se recordam de ter sofrido uma primeira exposição.

Os alergénios mais frequentes de provocar a anafilaxia são os medicamentos, as picadas de insectos, certos alimentos, exercício físico e os extractos de vacinas (imunoterapia específica).

Uma reacção anafiláctica começa quando o alergénio entra na corrente sanguínea e reage com um anticorpo da classe imunoglobulina E (IgE). Essa reacção incita as células a libertar histamina e outras substâncias que participam nas reacções imunes inflamatórias. Como resposta, as vias respiratórias dos pulmões podem fechar-se e provocar asfixia; os vasos sanguíneos podem dilatar-se e fazer com que a tensão arterial desça; as paredes dos vasos sanguíneos podem deixar sair líquido, provocando edema e urticária. O coração pode funcionar mal, bater de forma irregular e bombear sangue de forma inadequada. O indivíduo pode entrar em estado de choque.

Sintomas da anafilaxia

A anafilaxia é uma "reacção sistémica", envolvendo vários órgãos, incluindo a pele, vias respiratórias superiores e inferiores, sistema cardiovascular, olhos, útero e bexiga. Os sintomas começam imediatamente ou quase sempre nas duas horas posteriores à exposição à substância prejudicial.

A pessoa pode sentir-se inquieta, estar agitada e ter palpitações, formigueiro, pele avermelhada e ardor, latejar nos ouvidos, tosse, espirros, urticária, edemas ou uma maior dificuldade em respirar devido à asma ou à obstrução da laringe.

O colapso cardiovascular pode verificar-se sem sintomas respiratórios. Em geral, um episódio inclui sintomas respiratórios ou cardiovasculares, mas não ambos, e a pessoa repete o mesmo quadro de sintomas em episódios subsequentes.

No entanto, a anafilaxia pode evoluir tão rapidamente que pode causar um colapso, convulsões, incontinência urinária, perda de consciência ou um ataque cerebral súbito ao fim de um ou dois minutos. A anafilaxia pode ser fatal, a menos que se institua um tratamento de emergência de imediato.

Prevenção da anafilaxia

A evicção dos alergénios causadores da anafilaxia é a medida mais eficaz para a prevenção.

Ou seja, se tem uma alergia a determinados alimentos deve evitar esses alimentos específicos, verificando sempre os constituintes assinalados nos rótulos dos alimentos transformados. Se alguma vez teve alergia medicamentosa, deverá informar o seu médico e seguir as suas instruções face aos fármacos prescritos. Sempre que há uma nova prescrição deverá relembrar o médico da sua alergia. Se for alérgico ao látex deverá evitar o contacto tanto quanto possível com material de borracha proveniente de látex. Se for alérgico à picada de insectos, deverá permanecer o menor tempo possível ao ar livre durante o Verão, usar roupa com cor não atractiva para os insectos.

Também se está a receber imunoterapia específica, deverá permanecer pelo menos 20 minutos na clínica após uma injecção, para que seja iniciado tratamento imediato se ocorrer alguma reacção.

Por outro lado, se alguma vez teve uma reacção anafiláctica deverá informar os seus familiares, colegas de trabalho/escolar para que estes o possam ajudar se necessário.

Algumas pessoas têm antecedentes de reacções anafilácticas aos corantes (meios de contraste) injectados em certos exames radiológicos. Apesar de os médicos tentarem evitar o seu uso em doentes com essas características, algumas afecções não podem ser diagnosticadas sem o recurso a eles. Nestes casos podem ser utilizados meios de contraste especiais que reduzem a incidência das reacções.

Tratamento da anafilaxia

O primeiro tratamento para a anafilaxia é uma injecção de adrenalina. Há especialistas que aconselham que as pessoas alérgicas às picadas de insectos ou a certos alimentos, em especial as que tenham já tido um ataque de anafilaxia, deveriam andar sempre com uma seringa auto-injectável de adrenalina, para um tratamento de emergência.

Em geral, este tratamento suspende as reacções anafilácticas. No entanto, todo o indivíduo que tenha uma reacção anafiláctica deve imediatamente recorrer ao serviço de urgência de um hospital, porque pode ser necessário efectuar um cuidadoso controlo dos sistemas cardiovascular e respiratório, além de poder dispor de um tratamento rápido e complexo.

Causas mais frequentes de anafilaxia

Alimentos e aditivos alimentares

O leite de vaca, ovo, peixe, marisco, frutos secos e amendoim são os alimentos que mais frequentemente podem originar anafilaxia. Os aditivos alimentares, por exemplo os sulfitos - presentes em bebidas alcoólicas e outros alimentos - podem por vezes originar reacções anafilactóides, especialmente em asmáticos.

Fármacos

Os antibióticos são fármacos frequentemente implicados em reacções de anafilaxia.

Látex

A gravidade da reacção está dependente da sensibilidade individual e da quantidade de alergénio de látex a que o indivíduo é exposto. Alguns indivíduos alérgicos ao látex podem experimentar reacções de anafilaxia com frutos e alimentos vegetais (banana, kiwi, ananás, castanha e outros).

Picada de insectos (himenópteros)

Na maioria dos casos, a picada resultante é dolorosa e origina desconforto que pode durar algumas horas. Alguns indivíduos são no entanto extremamente alérgicos ao veneno destes insectos e podem ter reacções fatais.

Extractos de vacinas

A imunoterapia específica (vacina de alergia) contém substâncias a que a pessoa é alérgica pelo que existe sempre o risco de originar uma reacção alérgica.

Exercício físico

Ocasionalmente, também o exercício origina anafilaxia. Está habitualmente associada a exercício intenso e não é obrigatório que existam outras alergias ou asma. Por vezes, só ocorre após a ingestão de determinados alimentos antes do exercício.

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A hipertensão arterial pulmonar (HAP) ocorre quando a pressão arterial é anormalmente alta nas artérias pulmonares (pequena circulação) ou na irrigação vascular dos pulmões. Dependendo do caso, poderá provocar uma marcada diminuição da tolerância ao exercício e falhas do coração. É uma doença rara que afecta sobretudo mulheres jovens, mas que pode atingir pessoas de todas as idades e de todas as etnias. Esta hipertensão é independente da forma mais comum - hipertensão arterial. 

À medida que a HAP se desenvolve, o fluxo sanguíneo através das artérias pulmonares fica restringido e o lado direito do coração é colocado sob pressão crescente para bombear o sangue através dos pulmões. Esta situação conduz à maioria dos sintomas desta doença e se não for tratada tem um prognóstico muito mau.

Causas e factores de risco
A hipertensão pulmonar pode ser primária ou secundária. É secundária quando deriva de enfisema pulmonar ou doença cardíaca congénita. É considerada primária, quando não se consegue encontrar a causa para o distúrbio, e neste caso chama-se de idiopática.

Assim, a doença pode ser de causa familiar, estar associada a defeitos congénitos do coração, a certas doenças reumáticas como o lúpus e a esclerodermia, ou ainda estar associada à infecção pelo vírus da SIDA. Pode também ser causa da toma de certos medicamentos para emagrecer, estar associada a doenças do fígado (hipertensão portal) ou ser uma hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido.

O processo subjacente da HAP varia e, com frequência, múltiplos factores são responsáveis. Normalmente, o leito vascular pulmonar pode receber o volume sanguíneo libertado pelo ventrículo direito, que apresenta uma baixa resistência ao fluxo sanguíneo aumentado por meio da dilatação dos vasos na circulação pulmonar. Entretanto, se o leito vascular pulmonar está destruído ou obstruído, como na hipertensão pulmonar, a capacidade de receber qualquer fluxo ou volume do sangue fica prejudicada, e, então, o fluxo sanguíneo aumentado eleva a pressão da artéria pulmonar.

À medida que a pressão da arterial pulmonar aumenta, também aumenta a resistência vascular pulmonar. A constrição da artéria pulmonar (como na hipoxemia ou hipercapnia) e a redução no leito vascular pulmonar (que ocorre com a embolia pulmonar) resultam em um aumento na resistência e pressão vasculares pulmonares. Essa carga de trabalho aumentada afecta a função ventricular direita. Por fim, o miocárdio não consegue satisfazer as demandas crescentes que lhe são impostas, levando à hipertrofia (aumento e dilatação) e insuficiência ventricular direita.

Quais os sintomas
Os sintomas iniciais da HAP - tais como falta de ar, aperto torácico e fadiga - podem ser ligeiros e são comuns a outras condições. Por isso, o estabelecimento do diagnóstico pode ser atrasado e, como consequência, os doentes com HAP são diagnosticados quando a doença já progrediu para além do estado ligeiro.

A dispneia é o principal sintoma desta doença, ocorrendo, a princípio, com esforço e, mais adiante, em repouso. A dor torácica sub-esternal também é comum, afectando entre 25 a 50% dos doentes.

O cansaço inexplicável, a falta de ar, os desmaios e a dor no peito são sintomas pouco característicos e que podem levar a confusões no diagnóstico.

A longo prazo, poderão surgir sintomas mais graves de insuficiência cardíaca como o edema (inchaço) sobretudo nas pernas e/ou a ascite (líquido na barriga).

Os principais sinais e sintomas da HAP incluem:

  • Encurtamento gradual da respiração que pode piorar com exercícios
  • Dor ou desconforto torácico
  • Fadiga
  • Inchaço nas pernas
  • Tosse persistente
  • Palpitações (sensação do batimento forte ou anormal do coração)
  • Cianose (tom azulado da pele, principalmente nas mãos, pés e face)
  • Tonturas
  • Desmaio (síncope)

Diagnóstico da Hipertensão Arterial Pulmonar
O diagnóstico e a intervenção terapêutica precoces podem oferecer melhores perspectivas para os doentes.

Os doentes numa classe funcional da OMS menos grave (ver tabela) têm apresentado um melhor prognóstico e uma melhor resposta ao tratamento, comparativamente com aqueles que apenas iniciam terapêutica específica quando a HAP se encontra num estádio mais grave.

A HAP é frequentemente diagnosticada apenas após outras condições terem sido investigadas e excluídas. Consequentemente, o diagnóstico pode ser atrasado durante meses ou mesmo anos, significando que a doença frequentemente não é reconhecida até a doença estar relativamente avançada.

A natureza não específica dos sintomas associados à HAP significa que o diagnóstico não pode ser estabelecido apenas com os sintomas. É necessário efectuar exames para estabelecer um diagnóstico inicial, para refinar o diagnóstico em termos de classe clínica da hipertensão pulmonar e para avaliar o grau de compromisso funcional e hemodinâmico.

Consequentemente, pode ser útil adoptar uma abordagem de quatro etapas:

  1. Suspeita clínica de hipertensão pulmonar
  • Falta de ar (dispneia) sem sinais de doença cardíaca ou pulmonar específica;
  • Despiste de doentes com condições associadas (Doença do tecido conjuntivo, Doença Cardíaca Congénita, VIH, Anemia das células falciformes);
  • Achados acidentais do exame para outras razões clínicas.
  1. Detecção de hipertensão pulmonar
  • ECG;
  • Radiografia torácica, pode mostrar evidência de cardiomegalia e de aumento das artérias pulmonares;
  • Ecocardiograma Doppler.
  1. Identificação de outras causas de hipertensão pulmonar
  • Exames da função pulmonar (TFPs) e gasimetria arterial;
  • Scans de ventilação e perfusão;
  • Tomografia computorizada de alta resolução (TCAR);
  • Angiografia pulmonar.
  1. Avaliação e classificação da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) (tipo, capacidade funcional, hemodinamia)
  • Testes sanguíneos e imunológicos, teste para o VIH, ecografia abdominal;
  • Teste da marcha de 6 minutos (6-MWT) e pico VO2;
  • Cateterismo cardíaco direito e teste de vasorreactividade.

Após ter sido diagnosticada, a HAP é geralmente classificada de acordo com um sistema de classe funcional inicialmente desenvolvido pela New York Heart Association (NYHA) para a Insuficiência Cardíaca Crónica e depois adaptado para a HAP pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta classe funcional mede a gravidade da doença e reflecte o impacto na vida do doente, em termos de actividade física e sintomas. Há quatro classes, sendo a classe I a menos grave e a classe IV a mais avançada.

Classificação NYHA/OMS do Estado Funcional dos doentes com Hipertensão Pulmonar

Classe I - Doentes com hipertensão pulmonar mas sem limitação da actividade física resultante. A actividade física normal não causa dispneia ou fadiga, dor torácica ou quase síncope.

Classe II - Doentes com hipertensão pulmonar resultando numa limitação ligeira da actividade física. Estão confortáveis em repouso. A actividade física normal causa dispneia ou fadiga, dor torácica ou quase síncope.

Classe III - Doentes com hipertensão pulmonar resultando em limitação acentuada da actividade física. Estão confortáveis em repouso. Menos actividade do que a actividade normal causa dispneia ou fadiga, dor torácica ou quase síncope.

Classe IV - Doentes com hipertensão pulmonar com incapacidade de realizar qualquer actividade física sem sintomas. Estes doentes manifestam sinais de falência cardíaca direita. A dispneia e/ou fadiga podem estar presentes mesmo em repouso. O desconforto é aumentado por qualquer actividade física.

Tratamento
Embora, actualmente, não haja cura para a HAP há diversos tratamentos disponíveis que têm como objectivo diminuir os sintomas a aumentar a qualidade de vida do doente. O tratamento destina-se à melhoria dos sintomas, da tolerância ao exercício, dos resultados a longo prazo e da qualidade de vida.

Até meados dos anos 1980 as opções de tratamento para os doentes eram limitadas e a HAP estava sempre associada a um mau prognóstico. Actualmente, as opções de tratamento melhoraram as perspectivas para os doentes com esta condição.

A única cura para a hipertensão pulmonar primária é o transplante pulmonar para ambos os pulmões, sendo, às vezes, também necessário o transplante de coração. O fenómeno de rejeição ao órgão transplantado é elevado, podendo chegar até 50 por cento dos doentes no espaço de 2 a 3 anos após o transplante. Após a realização do transplante, a toma de medicação para prevenir a rejeição é obrigatória para toda a vida.

Assim, para além das opções cirúrgicas existem, actualmente, diversos medicamentos que podem ser utilizados para a melhoria dos sintomas e prolongamento da vida, embora não curem a doença. Para o alívio dos sintomas, o oxigénio suplementar é a medida mais importante e quase sempre faz parte do arsenal do tratamento.

Além disso, os vasodilatadores – medicamentos que dilatam os vasos para facilitar a passagem do sangue - podem, em 1/3 dos casos, auxiliar no tratamento. Os anticoagulantes (actuam na coagulação do sangue) também têm sido usados no tratamento, visto que eles parecem prolongar a vida dos doentes e evitam os casos de trombose nos vasos pulmonares alterados.

O objectivo dos tratamentos é que o doente faça uma vida o mais normal possível. Não deverá fazer esforços exagerados mas deve manter uma actividade física ligeira, como andar a pé em terreno plano. As mulheres não devem engravidar, sobretudo se tiverem uma forma idiopática ou familiar. A exposição a baixas pressões de oxigénio é desaconselhada (altitude> 2000 m) e deve optar por um estilo de vida saudável evitando engordar e fumar.

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Esclareça-se
A diabetes é uma doença metabólica que se caracteriza por um aumento anormal dos níveis de glicose n
Medidor de glicemia com amostra de sangue de dedo indicador

O que é a diabetes?

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

Quem está em risco de ser diabético?

A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:

  • Pessoas com familiares directos com diabetes;
  • Homens e mulheres obesos;
  • Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;
  • Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;
  • Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;
  • Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.

Quais são os sintomas típicos da diabetes?

Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

  • Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
  • Sede constante e intensa (polidipsia);
  • Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
  • Fadiga;
  • Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
  • Visão turva.

Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:

  • Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
  • Ter muita sede;
  • Emagrecer rapidamente;
  • Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
  • Comer muito sem nada aproveitar;
  • Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos.
Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.

Como se diagnostica a diabetes?

Se sentir alguns ou vários dos sintomas deve consultar o médico do centro de saúde da sua área de residência, o qual lhe pedirá para realizar análises ao sangue e à urina.

Pode ser diabético...

  • Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas;
  • Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo.

Que tipos de diabetes existem?

  • Diabetes Tipo 2 - diabetes não insulino-dependente - É a mais frequente - 90 por cento dos casos.
  • Diabetes Tipo 1 - diabetes insulino-dependente - É mais rara. O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.
  • Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.

Quais as complicações associadas à diabetes?

  • Retinopatia - lesão da retina;
  • Nefropatia - lesão renal;
  • Neuropatia - lesão nos nervos do organismo;
  • Macroangiopatia - doença coronária, cerebral e dos membros inferiores;
  • Hipertensão arterial;
  • Hipoglicemia - baixa do açúcar no sangue;
  • Hiperglicemia - nível elevado de açúcar no sangue;
  • Lípidos no sangue - gorduras no sangue;
  • Pé diabético - arteriopatia, neuropatia;
  • Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais;
  • Obstrução arterial periférica - perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés;
  • Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos;
  • Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das cicatrizes depois das cirurgias.

Como se trata a diabetes?

  • Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente. O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue). Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.
  • Diabetes tipo 2 - O tratamento é semelhante mas, devido à menor perigosidade da doença, a maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda de outros medicamentos específicos (que não a insulina), a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico. Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que actuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina. Seguindo uma alimentação correcta e adequada, praticando exercício físico diário e respeitando a toma dos comprimidos indicada pelo médico, um doente com diabetes tipo 2 garante a diminuição do risco de tromboses e ataques cardíacos; a prevenção de doenças nos olhos e nos rins e da má circulação nas pernas e nos pés, factor que diminui significativamente o risco de amputações futuras.

O que significa ter a diabetes controlada?

Significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com factores como a idade, tipo de vida, actividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.

Convém lembrar-se de que os valores do açúcar no sangue variam ao longo do dia, motivo pelo qual se fala em limites mínimos e limites máximos.

Como se sabe se a diabetes está controlada?

Diariamente, é o doente que se analisa e vigia a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes ao sangue e à urina em sua casa.

São justamente os testes realizados diariamente pelo doente que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.

Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia.

Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Se não, o doente deve consultar o médico assistente.

Como prevenir a diabetes?

  • Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos;
  • Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros;
  • Bons hábitos alimentares;
  • Prática de exercício físico;
  • Não fumar;
  • Cuidar da higiene e vigilância dos pés.

Que direitos têm os doentes diabéticos?

  • Um plano de tratamento e objectivos de auto cuidado;
  • Aconselhamento personalizado sobre a alimentação adequada;
  • Aconselhamento sobre a actividade física adequada;
  • Indicação sobre a dosagem e o horário da medicação e ainda sobre como adequar as doses com base na auto vigilância;
  • Indicação sobre os objectivos para o seu peso, glicemia, lípidos no sangue e tensão arterial;
  • Análises laboratoriais regulares para controlo metabólico e do seu estado físico
  • Revisão, pela equipa de saúde, dos resultados da auto vigilância e do tratamento corrente, em cada contacto com profissionais da equipa;
  • Análise, revisão e alteração, sempre que necessário, dos objectivos de auto vigilância;
  • Ajuda e esclarecimento;
  • Educação terapêutica contínua;
  • Verificação, pela equipa de saúde, do seu controlo;
  • Verificação, se necessário, do peso, tensão arterial e dos lípidos sanguíneos;
  • Avaliação anual dos olhos e da visão, dos pés, da função renal, dos factores de risco para doenças cardíacas, das técnicas de auto vigilância e de injecção e dos hábitos alimentares;
  • Tratamento de problemas especiais e emergências
  • Conselhos e cuidados às mulheres que desejem engravidar;
  • Acompanhamento especializado na gravidez e no parto;
  • Conselhos e cuidados a crianças, adolescentes e às suas famílias;
  • Acessibilidade adequada a cuidados especializados, em caso de problemas nos olhos, nos rins, nos pés, nos vasos sanguíneos ou no coração;
  • Acompanhamento adequado à pessoa idosa;
  • Educação terapêutica para o doente e para a sua família
  • O porquê da necessidade de controlo dos níveis de glicemia;
  • Como controlar os níveis de glicemia através de uma alimentação adequada, actividade física adaptada e tratamento com medicação oral e/ou insulina;
  • Como avaliar o seu controlo através de testes de sangue e/ou urina (auto vigilância) e actuar face aos resultados (autocontrolo);
  • Quais os sintomas de aumento dos níveis de glicose e acetona, como prevenir e tratar;
  • Quais os sintomas de descida do nível de glicose, como prevenir e tratar;
  • O que fazer quando está doente;
  • Prevenção e tratamento das possíveis complicações crónicas, incluindo lesões nos olhos, nos rins, nos pés e o endurecimento das artérias;
  • Como lidar com o exercício físico, com as viagens e com outras situações sociais ou de lazer;
  • Como actuar perante eventuais problemas de emprego, serviço militar, seguros, licença de condução automóvel, entre outros;
  • Informação sobre o suporte social e económico existente, para que o diabético tenha os direitos sociais (emprego, reforma e outros) que as suas capacidades e habilitações possibilitem, sem qualquer tipo de restrição ou discriminação.

Quais são os deveres dos diabéticos?

  • Para que a vida se prolongue e a diabetes não seja um impedimento ao usufruto de uma vida normal, o diabético deve:
  • Assumir comportamentos que o conduzam permanentemente à obtenção de ganhos de saúde e que contribuam para o seu autocontrolo
  • Predispor-se a aprender continuamente a controlar a sua diabetes;
  • Tentar ser autónomo, praticando o seu próprio autocontrolo;
  • Examinar regularmente os pés;
  • Tentar seguir um estilo de vida saudável;
  • Controlar o peso;
  • Praticar actividade física regular;
  • Evitar o tabaco;
  • Esclarecer-se sobre quando e como contactar a equipa de saúde em situação de urgência ou de emergência;
  • Contactar a equipa de saúde sempre que sinta necessidade e até que fique esclarecido sobre as questões que o preocupam;
  • Entrar em contacto e conversar com outras pessoas que tenham a diabetes e com associações locais ou nacionais de doentes diabéticos;
  • Assegurar que a família, amigos e colegas de trabalho se encontram esclarecidos sobre as necessidades da diabetes;
  • Controlar diariamente a sua diabetes, desempenhando um papel activo no seu tratamento
  • Fazer a sua auto vigilância e adaptando o tratamento aos resultados – autocontrolo;
  • Tomar correctamente a medicação;
  • Examinar e cuidar dos pés;
  • Contactar a equipa de saúde se verificar que está mal controlado ou se apresentar hipoglicemias graves, ou ainda se surgirem sintomas de infecção;
  • Evitar desperdícios dos recursos comuns existentes, de forma a contribuir para a manutenção e, se possível, aumento dos seus direitos
  • Cumprir o plano de vigilância e terapêutica;
  • Usar correctamente os materiais de controlo e tratamento;
  • Usar adequadamente os serviços de saúde;
  • Utilizar correctamente o Guia do Diabético disponibilizado pelo seu médico assistente e ajudar os outros diabéticos a fazê-lo também.

Em suma, olhe por si próprio, ajude os profissionais a cuidar bem da sua saúde, seguindo conselhos tão simples e práticos como os seguintes:

  • Pratique exercício com regularidade;
  • Não fume;
  • Vigie bem a sua diabetes;
  • Não engorde;
  • Controle a tensão arterial;
  • Mantenha os níveis de colesterol e triglicéridos controlados e dentro dos parâmetros aconselhados pelos médicos.

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