Muito frequente em ambiente hospitalar
Este tipo de pneumonia apresenta elevada prevalência em pessoas mais velhas, em situação de ambiente
Pneumonia estafilocócica

Vários milhões de pessoas desenvolvem pneumonias, provocadas por diferentes agentes, e grande número morre todos os anos. A pneumonia estafilocócica é provocada pela bactéria com o nome de Staphylococcus aureus. É responsável por apenas 2 por cento dos casos de pneumonia adquirida fora do hospital, mas, em contrapartida, provoca entre 10 e 15 por cento das pneumonias que se adquirem nos hospitais onde estes doentes foram internados para receber tratamento por outras perturbações.

O nome Staphylococcus deriva da palavra grega estafilo ou “cacho de uvas”, devido à característica da bactéria se parecer com um cacho quando examinada ao microscópio.

Existem 32 espécies de staphylococci, mas apenas 17 são inerentes ao homem.

O Staphylococcus aureus é especialmente prevalecente devido às suas proteínas de superfície, que permitem ao organismo ligar-se a tecidos e corpos estranhos revestidos. Isto permite que a bactéria adira a dispositivos como suturas, cateteres urinários fixos e próteses valvulares, úlceras de pressão, muito frequentes em doentes internados ou que foram submetidos a uma grande cirurgia.

O índice de mortalidade é elevado - 15 a 40 por cento – graças ao facto de os indivíduos que contraem pneumonia estafilocócica, em geral, já estarem gravemente doentes. Por isso, a doença é mais prevalente em pessoas de idade avançada e em indivíduos debilitados por outras doenças, mas também é muito frequente encontrar a doença em crianças. Também tende a verificar-se nos alcoólicos.

Sintomas
O Staphylcoccus provoca os sintomas clássicos da pneumonia, mas os arrepios e a febre são mais persistentes na pneumonia estafilocócica do que na pneumocócica.

O Staphylococcus pode originar abcessos (acumulações de pus) nos pulmões e produzir quistos pulmonares que contêm ar (pneumatocelos), especialmente nas crianças. Esta bactéria pode ser transportada pela corrente sanguínea a partir do pulmão e produzir abcessos em qualquer lugar.

A acumulação de pus no espaço pleural (empiema) é relativamente frequente. Estas acumulações esvaziam-se utilizando uma agulha ou um tubo introduzido no tórax.

Propagação
Muitos recém-nascidos e a maioria das crianças e dos adultos são colonizados intermitentemente pelo Staphylococcus aureus, que se pode alojar na zona naso-faríngea, ocasionalmente na pele e na roupa, e mais raramente na vagina e no recto. A partir destes locais, o Staphylococcus aureus pode contaminar qualquer zona da pele ou das membranas mucosas, ou outras pessoas, por transferência directa ou aerossol.

A pele e as membranas mucosas intactas são barreiras eficazes contra a invasão local. No entanto, se estas barreiras forem rompidas devido a trauma, cirurgia ou dispositivos existentes, o Staphylococcus aureus pode passar a ter acesso ao tecido subjacente e originar um abcesso local que consiste em tecido necrosado, fibrina e glóbulos brancos vivos ou mortos.

Em qualquer altura, a multiplicação do Staphylococcus aureus pode subjugar os mecanismos de defesa locais e invadir o sistema linfático ou a corrente sanguínea – uma complicação grave que permite que a bactéria invada outros tecidos, incluindo o coração (endocardite), pulmões (pneumonia) ou ossos (osteomielite).

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Estudo identifica:
Investigadores do Instituto de Investigação Biomédica de Bellvitge (Idibell), em Espanha, identificaram as características dos...

O estudo, liderado por Manel Esteller, director do programa de Epigenética e Biologia do Cancro do Idibell, que permitiu identificar tumores do pulmão minúsculos, mas altamente malignos, foi publicado na revista científica Journal of Clinical Oncology.

O cancro do pulmão é actualmente o mais letal e é diagnosticado sobretudo num estágio avançado, o que limita o tratamento.

Os tumores pulmonares pequenos são um subtipo que, devido aos avanços no diagnóstico, se podem detectar em fases precoces e em relação aos quais a cirurgia pode ser curativa. No entanto, um terço destes tumores é altamente agressivo e extremamente propenso a gerar metástases.

O estudo, um projecto internacional financiado pela União Europeia, analisou "o cancro do pulmão no estádio I, aqueles tumores em que a cirurgia pode ser curativa", disse Manel Esteller.

"Descobrimos que um em cada três pequenos tumores reaparecerá e estará associado à morte do paciente. Mas o mais importante é já podermos começar a identificar que cancro se comportará desse modo tão agressivo", adiantou.

Os investigadores analisaram o ADN daqueles tumores e detectaram "alterações no seu programa genético, as designadas lesões epigenéticas, associadas a uma maior facilidade de crescerem e de se estenderem ao resto do corpo", explicou Esteller.

Anualmente são diagnosticados na Europa mais de 150.000 casos de cancro do pulmão, dos quais apenas entre 10 a 15% sobrevivem cinco anos depois.

Fique a saber
Os soluços não se controlam, são inofensivos e não representam um problema de saúde.
Mulher a tapar a boca com a mão

Já todos passámos por situações de algum constrangimento quando de repente e sem aviso prévio surgem, descontroladamente, os soluços. Capazes de provocar uma gargalhada nas pessoas que nos rodeiam, não deixam de ser incómodos para quem os tem.

Estes acontecem devido a um estímulo involuntário dos músculos relacionados com a respiração, quase sempre o diafragma. As contracções do diafragma e dos músculos intercostais aceleram a inspiração com o fecho súbito da glote e geram uma respiração rápida e curta, não sincronizada com o ciclo respiratório e com um ruído característico devido ao encerramento das cordas vocais.

Não há uma causa específica para os soluços, no entanto existem alguns factores que podem favorecer a sua ocorrência, são eles:

  • Distensão gástrica causada pela ingestão de bebidas com gás;
  • Entrada no estômago de ar ou alimentos em grande volume;
  • Mudanças súbitas de temperaturas dos alimentos ingeridos ou mesmo da pele;
  • Ingestão de álcool;
  • Stress, excitação ou gargalhadas.

Para parar os soluços é necessário interromper o ciclo respiratório, sustendo a respiração até que o seu ritmo volte ao normal.

Conheça algumas técnicas usadas para parar os soluços:

  • Beber um copo de água de uma só vez, sem respirar;
  • Respirar profundamente e regularmente até que os soluços parem;
  • Engolir bocados de pão seco;
  • Comer gelo triturado;
  • Ingerir uma colher de açúcar;
  • Dobrar as pernas sobre o abdómen;
  • Respirar para dentro de um saco;
  • Apanhar um "susto";

Normalmente e na maior parte dos casos os soluços duram curtos períodos de tempo sem prejudicar a respiração, no entanto quando acontecem por longos períodos, como horas ou até mesmo dias, poderão indicar um problema de saúde grave. Estes casos estão associados a causas metabólicas e neurológicas, podendo reflectir a presença de um traumatismo, acidente vascular cerebral ou mesmo um tumor cerebral. A insuficiência renal com altos níveis de ureia no sangue ou uma diminuição de dióxido de carbono no sangue podem igualmente desencadear soluços, tal como uma introdução acidental de objectos no ouvido.

Nestes casos a consulta médica é aconselhável.

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Insulinodependentes
Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma.
Diabetes

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. De acordo com os dados do Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes 2012 estima-se que em Portugal existam 991 mil portugueses com diabetes, embora só 56% estejam diagnosticados. A doença afectava, em 2011 mais de 3000 jovens até os 19 anos com diabetes tipo 1, manifestando uma ligeira tendência de crescimento desde 2002.

Existem diferentes tipos de diabetes - diabetes tipo 2 (diabetes não insulinodependente), diabetes tipo 1 (diabetes insulinodependente) e a diabetes gestacional. É sobre a diabete tipo 1 que agora nos centramos.

A diabetes tipo 1 é mais rara e designa-se também por diabetes insulinodependente. Isto porque o pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.

Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente. O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença.

Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).

Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.

Um bom controlo da doença significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com factores como a idade, tipo de vida, actividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.

O doente deve diariamente analisar-se e vigiar-se a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia. São esses testes que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.

O tratamento da diabetes tipo 1 é feito com insulina. A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do ADN recombinante ou da modificação química da insulina do porco.

Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética, sendo as reacções alérgicas muito raras em virtude da sua grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina.

O tratamento com insulina é feito através de injecção na gordura por baixo da pele ou através da utilização da bomba de perfusão subcutânea de insulina. A insulina pode ser injectada na região abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas. A parede abdominal é o local de eleição para uma mais breve absorção da insulina de acção rápida. Deve ser usada para as injecções realizadas durante o dia. A coxa utiliza-se preferencialmente para as injecções de insulina de acção intermédia, sendo a região das nádegas uma boa alternativa. Deve proceder-se à rotação dos locais onde se administra a injecção, de forma a evitar a formação de nódulos, porque estes podem interferir na absorção da insulina.

Os frascos de insulina, as cargas instaladas nas canetas e as seringas pré-cheias descartáveis em uso devem ser conservados à temperatura ambiente, mas afastados da luz solar directa e de locais como a televisão e o porta-luvas do carro.

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Pesquisa identifica:
Numa investigação com ratinhos, os cientistas conseguiram identificar um circuito cerebral que leva os animais a continuarem a...

Uma descoberta realizada por cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e do Centro Médico de Utrecht, na Holanda, pode reforçar as armas da ciência no tratamento de distúrbios alimentares e obesidade.

Cientistas conseguiram, a partir da observação do cérebro de roedores, identificar um circuito cerebral que leva os animais a continuarem a comer mesmo quando já estavam cheios - e também a recusar comida mesmo quando famintos.

Esse circuito é composto por neurónios que agem sobre o hipotálamo lateral, região do cérebro responsável por controlar impulsos como o acto de comer.

A equipa de investigadores estudou a actividade desses neurónios, localizados na área do cérebro chamada núcleo leito da estria terminal (NLET).

Ao serem activados durante o processo de alimentação, inibiram a actuação do hipotálamo lateral.

Para manipular os neurónios da NLET, os cientistas usaram a técnica da optogenética, activando-os um a um. Dessa forma, os cientistas suprimiram a actividade dos neurónios sobre o hipotálamo lateral, fazendo os roedores continuarem a comer mesmo após já terem ingerido quantidade suficiente de alimento.

Com essa supressão de actividade provocada artificialmente, os animais de laboratório acabaram por procurar alimentar-se além da conta, e pior, escolhendo alimentos de alto nível calórico.

Segundo o estudo, publicado na revista a Science, descoberta deve explicar como o rompimento desse mecanismo de sinalização de satisfação ao cérebro pode desencadear comportamentos alimentares inadequados.

Saiba como:
A nova roda dos alimentos tem como objectivo generalizar orientações para uma alimentação saudável.
Roda dos alimentos

Uma alimentação completa, equilibrada e variada são as principais orientações que, a nova roda dos alimentos, quer passar à população. Ou seja, deve comer-se, diariamente, alimentos de cada grupo e beber águas; comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão, de forma a ingerir o número de porções recomendado e comer alimentos diferentes dentro de cada grupo variando diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas do ano.

O número de porções recomendado pela roda dos alimentos depende das necessidades energéticas individuais. Isto é, as crianças de 1 a 3 anos devem guiar-se pelos limites inferiores e os homens activos e os rapazes adolescentes pelos limites superiores. A restante população deve orientar-se pelos valores intermédios.

Os valores limite (mínimo e máximo) das porções recomendadas foram calculados para os valores energéticos de 1300Kcal e 3000Kcal, sendo a quantidade intermédia correspondente a um plano alimentar de 2200Kcal.

Cereais e derivados, tubérculos - 4 a 11 porções

  • 1 Pão (50g)
  • 1 Fatia fina de broa (70g)
  • 1 e 1/2 batata - tamanho médio (125g)
  • 5 Colheres de sopa de cereais de pequeno-almoço (35g)
  • 6 Bolachas - tipo Maria / água e sal (35g)
  • 2 Colheres de sopa de arroz / massa crus (35g)
  • 4 Colheres de sopa de arroz / massa cozinhados (110g)

Hortícolas - 3 a 5 porções

  • 2 Chávenas almoçadeiras de hortícolas crus (180g)
  • 1 Chávena almoçadeira de hortícolas cozinhados (140g)

Fruta - 3 a 5 porções

  • 1 Peça de fruta - tamanho médio (160g)

Lacticínios - 2 a 3 porções

A generalidade da população deve consumir 2 porções, com excepção de crianças e adolescentes, que necessitam de 3 porções.

  • 1 Chávena almoçadeira de leite (250ml)
  • 1 Iogurte líquido ou 1 e 1/2 iogurte sólido (200g)
  • 2 Fatias finas de queijo (40g)
  • 1/4 de queijo fresco - tamanho médio (50g)
  • 1/2 Requeijão - tamanho médio (100g)

Carnes, pescado e ovos - 1,5 a 4,5 porções

  • Carnes / pescado crus (30g)
  • Carnes / pescado cozinhados (25g)
  • 1 Ovo - tamanho médio (55g)

Leguminosas - 1 a 2 porções

  • 1 Colher de sopa de leguminosas secas cruas (ex: grão de bico, feijão, lentilhas) (25g)
  • 3 Colheres de sopa de leguminosas frescas cruas (ex: ervilhas, favas) (80g)
  • 3 Colheres de sopa de leguminosas secas / frescas cozinhadas (80g)

Gorduras e óleos - 1 a 3 porções

  • 1 Colher de sopa de azeite / óleo (10g)
  • 1 Colher de chá de banha (10g)
  • 4 Colheres de sopa de nata (30ml)
  • 1 Colher de sobremesa de manteiga / margarina (15g)

Água
A água, não possuindo um grupo próprio, está também representada em todos eles, pois faz parte da constituição de quase todos os alimentos. Sendo a água imprescindível à vida, é fundamental que se beba em abundância diariamente. As necessidades de água podem variar entre 1,5 e 3 litros por dia.

Não esquecer
Embora a água seja a melhor bebida para satisfazer a sede, pode também recorrer-se a outras bebidas que não contenham adição de açúcar, álcool ou cafeína. Os sumos de fruta naturais e os chás sem cafeína (camomila, cidreira, limão, tília...) são exemplos destas bebidas.

O café e alguns chás e refrigerantes contêm cafeína, substância estimulante cuja ingestão deve ser limitada a um máximo de 300mg por dia. No caso de crianças e adolescentes o seu consumo está desaconselhado.

Teores médios de cafeína (mg)

1 Café cheio

1 Café médio

1 Café curto

1 Refrigerante cola

1 Chávena de chá

1 Descafeinado

125

115

104

46

36

2

As bebidas alcoólicas contêm por definição, álcool etílico ou etanol. O seu consumo é totalmente desaconselhado a crianças, jovens, grávidas e aleitantes. Com moderação, e a acompanhar as refeições, os adultos podem consumi-las sem risco.

Açúcar e produtos açucarados
Refrigerantes, bolos, chocolates, compotas, rebuçados e outros doces são exemplo de alimentos especialmente ricos em açúcar. O consumo deste tipo de alimentos deve ser feito, preferencialmente, no final das refeições, e a sua ingestão não deve ser diária mas restrita a ocasiões festivas.

A leitura cuidadosa dos rótulos é fundamental na selecção de alimentos com reduzido teor em açúcares. Sob a designação de açúcares engloba-se, por exemplo, sacarose (vulgar açúcar de mesa), glucose, dextrose, frutose, maltose, lactose, açúcar invertido, mel, melaço, etc.

Sal e produtos salgados
A quantidade de sal ingerida por dia deve ser inferior a 5g. A melhor forma de satisfazer esta recomendação é moderar não só o consumo de produtos salgados (por exemplo produtos de salsicharia/charcutaria, alimentos enlatados, batatas fritas, aperitivos, …) mas também a utilização de sal em natureza.

A leitura atenta dos rótulos é fundamental na selecção de alimentos com reduzido teor de sal e sódio. O termo sódio isolado ou em combinação com outras palavras (por exemplo, cloreto de sódio) é utilizado para descrever a fonte de sódio presente no alimento.

A substituição do sal por ervas aromáticas (aipo, alecrim, alho, cebolinho, coentro, estragão, hortelã, louro, orégão, salsa, …) e especiarias (açafrão, baunilha, canela, caril, colorau, noz-moscada, …) na preparação e confecção de alimentos é uma boa forma de adicionar sabor e realçar a cor aos alimentos.

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As várias escolhas
A história da contracepção oral tem mais de 40 anos.
Contraceptivos Mulher

O aparecimento da pílula foi uma das maiores revoluções do século XX. O controlo por parte da mulher da sua capacidade de concepção foi, sem sombra de dúvida, um forte contributo para a revolução social que caracterizou o período pós-guerra, tornando-se o símbolo da liberdade e da emancipação da mulher.

Desde 1959, a utilização de contraceptivos orais hormonais tem estado disponível como um método altamente eficaz e bem aceite para o controlo da natalidade.

Até ao momento presente, mais de 150 milhões de mulheres já utilizaram este método e, actualmente 60 a 80 milhões de mulheres utilizam diariamente contraceptivos orais como método contraceptivo.

Contudo, as utilizadoras deste método não esperam dele apenas eficácia contraceptiva ou um perfil de segurança fiável, mas também benefícios adicionais para o bem-estar geral.

O que é a contracepção?
A contracepção é qualquer processo que evite a fertilização do óvulo ou a implantação do ovo e ocorra uma gravidez indesejada. Os métodos de contracepção são múltiplos, podendo ser classificados de acordo com o seu objectivo.

As várias escolhas contraceptivas

  • Abstinência
  • Aleitamento
  • Coito interrompido
  • Contracepção Hormonal Injectável
  • Contracepção Oral Hormonal
  • Diafragma
  • Dispositivos intra-uterinos (D.I.U.)
  • Espumas, cremes e comprimidos vaginais espermicidas
  • Esterilização
  • Implantes contraceptivos
  • Períodos de abstinência
    • Método das Temperaturas
    • Método do Calendário
    • Método do Muco Cervical
  • Preservativo feminino
  • Preservativo masculino
  • Vasectomia
    Contracepção de emergência
    • Pílula do Dia Seguinte
    • Aborto cirúrgico

Contracepção hormonal oral
A pílula é um método contraceptivo muito seguro quando correctamente usado. Existe desde 1955. É um comprimido que contém hormonas sintéticas semelhantes às que são produzidas pelos ovários das mulheres: o estrogéneo e a progesterona.

Existem dois tipos fundamentais:

A pílula combinada que associa estrogéneos e progestagéneos e previne a ovulação. Disponíveis dois tipos de embalagens:

• As de 21 comprimidos que deverão ser tomadas durante 21 dias, abstendo-se a sua toma nos sete dias seguintes para permitir a ocorrência da menstruação, reiniciando-se a sua toma ao 29º dia, e assim sucessivamente;

• As de 28 comprimidos que deverão ser tomadas sem interrupção, mais apropriadas a quem tem receio de se enganar a fazer as contas aos dias do mês.

A mini-pílula, ou pílula progestagénea, sem estrogéneo, com eficácia sobreponível à anterior, desde que tomada com regularidade, e a sempre à mesma hora. É indicada no período de aleitamento materno, durante a fase precoce da menopausa, ou em mulheres com contra-indicações à toma de estrogéneos. Deve ser tomada ininterruptamente e pode originar ausência de fluxo menstrual durante a sua toma, o que pode ser desconfortável para a mulher que assim deixa de poder contar com o aparecimento do período como sinal de ausência de gravidez.

Apesar de todos estes avanços, continuamos a constatar a presença de problemas graves relacionados com o planeamento familiar. A incidência de gestações não desejadas e de abortos é excessivamente elevada. Atingem preferencialmente dois grupos populacionais: as adolescentes e as mulheres pré-menopáusicas.

Como actua a pílula?
As hormonas que compõem a pílula têm como missão principal suspender a produção hormonal habitual, impedindo a ovulação, ou seja a libertação mensal do óvulo. Ora se não existem óvulos, não pode haver fecundação nem tão pouco gravidez

Será a pílula benéfica para o organismo feminino?
Desde a sua introdução no mercado que a pílula contraceptiva é conhecida como sendo o “comprimido mágico” responsável pela emancipação feminina. Juntando a este, outros benefícios têm vindo a ser atribuídos à pílula contraceptiva, que não são mais do que o resultado da ausência de um verdadeiro ciclo menstrual (sob a influência hormonal da pílula, os diversos órgãos do aparelho reprodutor feminino encontram-se como que adormecidos):

-regularização dos ciclos menstruais
-hemorragias menos abundantes
-diminuição da dismenorreia
-redução da tensão pré-menstrual
-terapêutica da endometriose
-diminuição dos riscos de doença inflamatória pélvica aguda
-diminuição dos riscos de tumores mamários benignos
-diminuição dos riscos de quistos ováricos benignos
-diminuição dos riscos de carcinoma do endométrio
-diminuição dos riscos de carcinoma do ovário.

Quais os efeitos adversos da pílula?
Com uma interferência tão significativa sobre o biorritmo da mulher – podemos encarar a pílula contraceptiva como uma verdadeira ruptura com o ritmo biológico da natureza feminina – a pílula não pode deixar de trazer malefícios.

Claro que hoje se sabe que os efeitos adversos da pílula são dependentes da dose, pelo que se estima que nos contraceptivos orais de baixa dosagem actuais eles sejam bastantes menos frequentes do que nos primórdios da sua comercialização. Contudo, há estudos que confirmam a sua incidência em mulheres que tomam as pílulas modernas.

O principal grupo de efeitos adversos resulta principalmente da administração de estrogénios e corresponde ao grupo das doenças cardiovasculares:

-maior risco de doença tromboembólica venosa (por diminuição do fluxo sanguíneo venoso, por aumento da proliferação endotelial venosa e arterial e ainda por alterações nas funções das plaquetas e nas proteínas da cascata da coagulação, com o consequente aumento da coagulabilidade sanguínea);
-aparecimento / agravamento da hipertensão arterial (por estimulação do sistema nervoso simpático, por estimulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona a nível hepático e por resposta compensatória renal ao edema com retenção de sódio e água);
-aparecimento / agravamento de dislipidémias;
-fenómenos de intolerância à glicose;
-aumento do risco de angina de peito, de enfarte do miocárdio e de acidentes vasculares cerebrais.

A estes efeitos adversos graves junta-se um rol de efeitos minor que, quando aparecem, conduzem a uma diminuição do bem-estar físico e/ou psíquico da mulher. Assim, aos estrogénios são normalmente atribuídos efeitos como:

-cefaleias
-irritabilidade
-fadiga
-náuseas e vómitos
-cólicas abdominais
-retenção hídrica
-congestão varicosa
-tensão mamária

Enquanto aos progestagénios, devido à sua actividade androgénica, se ficam a dever:

-tendências depressivas
-hirsutismo
-acne
-aumento de peso
-diminuição da libido.

As inúmeras vantagens que a pílula apresenta:

  • Regularização dos ciclos menstruais
  • Redução do fluxo menstrual (diminui o risco de anemia)
  • Tratamento das dores menstruais
  • Redução da incidência de doença inflamatória pélvica
  • Melhoria da pele (acne e seborreia ou pele oleosa)
  • Prevenção do cancro do endométrio e dos ovários
  • Redução da incidência de doença benigna da mama.
  • Redução do risco de gravidez ectópica
  • Redução da incidência de quistos do ovário
  • Redução da incidência de miomas
  • Melhoria da artrite reumatóide
  • Redução da perda de massa óssea
  • Redução do risco de esterilidade

Outros métodos

Contracepção hormonal injectável
Consiste na administração de uma injecção com um progestagéneo com intervalos de três meses. Eficaz ao fim de 24 horas, pode, no entanto, originar ausência do fluxo menstrual. De efeito reversível apenas ao fim de alguns meses para retomar ovulação e ciclos menstruais normais.

Contracepção hormonal – Implantes
Consiste num implante, colocado cirurgicamente no braço, que vai libertando gradualmente doses de um progestagénio. Eficaz, tem duração de três anos. Necessita de nova intervenção cirúrgica para retirar o implante ao fim de três anos. Consiste numa pequena cirurgia, feita em minutos, com anestesia local. Mal é retirado o implante, o nível de fertilidade volta ao normal.

Contracepção hormonal – O anel vaginal
Último método a aparecer no mercado nacional. O anel vaginal consiste num anel de plástico flexível (5cm de diâmetro e 4mm de espessura) que é introduzido no fundo da vagina durante três semanas, período durante o qual vai libertando hormonas, semelhantes às que entram na constituição das pílulas combinadas referidas anteriormente. Ao fim das três semanas, o anel deverá ser retirado e deixar-se decorrer uma semana para que ocorra a menstruação. Ao fim de sete dias, à semelhança das pílulas combinadas, dever-se-á introduzir novo anel por mais três semanas e assim sucessivamente. A posição do anel no interior da vagina não é fundamental para que ocorra o efeito contraceptivo desejado. Esta apenas deverá depender do conforto da mulher. Não é necessário ser retirado durante o acto sexual mas, caso prefira fazê-lo, o anel nunca deverá estar fora da vagina por um período de tempo superior a três horas.

Contracepção hormonal – O adesivo transdérmico
O adesivo é um contraceptivo em forma de autocolante com a mesma eficácia da pílula e o mesmo modo de actuação. É aplicado em cima da pele e não tem a inconveniência dos habituais esquecimentos. É um adesivo que liberta hormonas através da pele. Estas entram na corrente sanguínea, impedindo a ovulação. Coloca-se durante três semanas consecutivas e, tal como na pílula, descansa-se na quarta semana, quando se dará a hemorragia de privação. Pode ser colocado e retirado quando se quiser. Quando se retira termina a protecção contraceptiva e pode haver uma hemorragia. Este adesivo pode ser colocado nas nádegas, no abdómen, no dorso superior ou no antebraço. Quanto aos efeitos secundários, são os mesmos que a pílula apresenta. Só pode ser adquirido mediante prescrição médica.

Dispositivo Intra-Uterino (DIU)
Existem dois tipos de DIUs: os DIUs com cobre e os DIUs com progestagéneo. Ambos interferem na fertilização do óvulo pelo espermatozóide, impedindo assim a gravidez. São colocados pelo médico e têm eficácia durante cinco anos, após os quais deverão ser removidos também por um médico e colocado um novo, caso a mulher mantenha desejo de permanecer com DIUs.

Os DIUs de cobre não são aconselhados a mulheres que tenham alergia ao cobre, que tenham fluxos menstruais abundantes, ou menstruações dolorosas, antecedentes de infecções pélvicas recorrentes, défices imunitários (infecção a HIV, por exemplo), ou que tenham múltiplos parceiros sexuais.

Os DIUs com progestagéneo podem ser uma óptima opção para as mulheres com fluxos menstruais abundantes e menstruações dolorosas pois o progestagéneo não só pode originar períodos de ausência do fluxo menstrual como alivia as dores menstruais.

Métodos de barreira
Em Portugal actualmente apenas existe o preservativo masculino. É o único método eficaz contra a transmissão das doenças transmitidas sexualmente (DTS), nomeadamente a hepatite B, hepatite C e HIV. Deve ser colocado no pénis apenas quando este estiver em erecção e não deverá em hipótese alguma ser reutilizado.

Espermicidas
Podem ser encontrados em forma de cremes, sprays, geleias, óvulos e esponjas cervicais. É introduzido na entrada do colo do útero, e deve ser aplicado cinco a dez minutos antes do acto sexual genital, excepto as esponjas / tampão contraceptivo que podem ser inseridas horas antes.

É um método contraceptivo que age quimicamente inactivando o esperma. Os efeitos indesejáveis conhecidos prendem-se com a possibilidade de causarem alergias. É um método pouco seguro que deve ser usado em combinação com outros métodos contraceptivos. Tem pouca protecção em relação às DTS.

Questões frequentes

Existe algum período do ciclo em que não haja risco de engravidar?
Em qualquer período do ciclo, excepto durante o período menstrual, existe risco, qualquer que seja a data do acto sexual não protegido ou mal protegido. É por esta razão que o método de cálculo dos dias (Ogino) é pouco eficaz.

Quais são os primeiros sinais de gravidez?
A gravidez é acompanhada de sintomas que se tornam necessários conhecer para se poder consultar um médico o mais rapidamente possível.

Os esquecimentos da pílula durante o "período fértil" são os que envolvem maior risco de engravidar?
Não. Contrariamente ao que se pensa, são os esquecimentos dos primeiros comprimidos que apresentam maiores riscos, ainda que nenhum dos períodos seja seguro em caso de esquecimento.

A eficácia da pílula não é assegurada se a pausa entre duas carteiras de comprimidos ultrapassar os 7 dias, visto que a ovulação pode reiniciar-se. Não deve, por isso, haver uma pausa superior a 7 dias e se houver esquecimento do último comprimido, é conveniente recomeçar a nova carteira de comprimidos mais cedo, para que não haja mais de 7 dias entre o último comprimido e o primeiro da carteira seguinte.

O que é a contracepção de emergência?
A contracepção de emergência tem por finalidade impedir a ovulação ou prevenir a implantação se a relação sexual ocorreu nas horas ou dias que antecederam a ovulação, ou seja: num momento em que existe maior probabilidade de ocorrer a fertilização. Também pode prevenir a implantação. Torna-se ineficaz logo que se inicia o processo de implantação do ovo. Este método não interrompe uma gravidez que já se tenha iniciado.

Quando é que se deve utilizar a contracepção emergência?
Contracepção de emergência até 72 horas após uma relação sexual não protegida ou em caso de falha de um método contraceptivo,

O que é o Planeamento Familiar?
Planeamento Familiar é um conjunto de cuidados de saúde que visa ajudar as mulheres e os homens a planearem o nascimento dos seus filhos e a viverem a sua sexualidade de uma forma gratificante, sem o receio de uma gravidez que naquele momento não desejem.

Para além disto, o Planeamento Familiar ajuda os casais que têm problemas de infertilidade, actua na prevenção das Doenças de Transmissão Sexual (DTS) e ajuda no diagnóstico precoce do cancro da mama e do colo do útero.

Glossário

Ciclo - É o período de tempo compreendido entre o 1° dia de uma menstruação e o 1° dia da menstruação seguinte. Um ciclo tem uma duração variável de mulher para mulher. Normalmente, tem uma duração entre 27 e 30 dias. Pode ser extremamente regular ou, contrariamente, variar bastante de um mês para o outro.

Menstruação - É uma mistura de sangue e células do útero, que são todos os meses expelidas do corpo. Do primeiro dia da menstruação (corresponde ao primeiro dia do ciclo) até à menstruação seguinte, a mucosa que se encontra no interior do útero prepara-se e modifica-se para poder receber um eventual óvulo fecundado e alimentá-lo para que uma gravidez se possa iniciar. O aparecimento da menstruação significa que não houve qualquer fecundação durante esse ciclo, e o corpo elimina o que já não é necessário. Começa então um novo ciclo.

Ovulação - É o momento em que o óvulo, que cresceu desde o início do ciclo, atinge a sua maturidade e é expelido do ovário em direcção às trompas. A ovulação dá-se em média 12 a 14 dias antes da menstruação seguinte.

Fecundação - É o encontro do espermatozóide com o óvulo. Se nos dias anteriores à ovulação houver lugar a uma relação sexual, nesse mesmo dia ou no dia seguinte, os espermatozóides que atingem as trompas ou os que já se lá encontram podem fecundar o óvulo, dando origem ao ovo ou zigoto. Este continua o seu caminho até ao útero, onde poderá implantar-se (nidação) alguns dias mais tarde, iniciando-se, só então uma gravidez.

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Investigadores concluem:
Um em cada dez bebés nascidos antes do tempo são afectados por um nível baixo de açúcar, que, se não for tratado, pode causar...

Investigadores da Nova Zelândia testaram a terapia que utiliza o gel de glicose em 242 bebés que estavam sob os seus cuidados e, com base nos resultados, sugeriram que a medida fosse adoptada como tratamento de primeira linha.

«O tratamento com gel de glicose é barato e é mais fácil de administrar do que a glicose dada por terapia intravenosa», disseram Jane Harding e a sua equipa da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.

O tratamento actual típico envolve suplementos alimentares e exames de sangue regulares para medir os níveis de açúcar.

Mas muitos bebés acabam em unidades de tratamento intensivo e passam a receber glicose intravenosa quando os níveis de açúcar no sangue permanecem baixos - uma condição que os médicos chamam de hipoglicemia.

O estudo procurou avaliar se o tratamento com açúcar em gel pode ser mais eficaz do que a alimentação suplementar em reverter a hipoglicemia.

Neil Marlow, do Instituto de Saúde da Mulher da University College London, disse que, embora o gel de glicose tenha caído em desuso, estes resultados sugerem que pode ser «ressuscitado» como um tratamento.

«Agora temos boas evidências de que o gel tem o seu valor», disse Marlow.

Pesquisa conclui:
Símbolo da culinária mediterrânea, o azeite, além de dar sabor e tempero aos pratos, pode ser um grande aliado na redução de...

«O azeite é um alimento milenar e que as pessoas não imaginam que pode ser incorporado no dia-a-dia. Ele ajuda na redução das doenças cardiovasculares, diabetes, depressão e cancro da próstata, de colo e mama», explicou a médica e responsável pela Unidade de lipídios da Policlínica Sant Carlos, Joima Panisello.

A pesquisa divulgada pela especialista identificou o consumo do azeite como um desafio alimentar e, por isso, 15 institutos espanhóis de ciências da saúde reuniram 7.500 pessoas saudáveis, mas com risco de doenças, para testar diferentes tipos de azeite e ver qual o de melhor potencial nutritivo.

Durante três meses, os participantes modificaram a alimentação e o resultado foi a redução das taxas de colesterol, açúcar e hipertensão através da dieta baseada no azeite.

Joima ressalta que esses resultados demonstram a importância de se perceber o azeite como um componente que oferece benefícios à saúde e vai além dos sabores, aromas e das histórias de plantações de oliveiras.

Cancros hematológicos
A hematologia é a área da medicina que estuda, investiga e trata as doenças do sangue.
Menina de olhos azuis com falta de cabelo devido a quimioterapia

Linfoma

Um linfoma é um tumor (cancro) que afecta o sistema linfático. Não se trata de uma única doença, mas sim de um conjunto de doenças distintas com uma origem comum – os gânglios linfáticos.

Ao longo dos séculos, este agrupamento de doenças tem sido classificado e descrito de formas distintas, originando sistemas de classificação complexos e confusos. Na origem de todas estas classificações encontra-se o grande incremento na quantidade de informação disponível acerca do mecanismo de funcionamento dos nódulos linfáticos e das células que o constituem, combinado com o desenvolvimento de testes diagnósticos cada vez mais sensíveis e específicos.

Adicionalmente, e como resultado da complexidade do sistema linfático existe a possibilidade de envolvimento simultâneo de diferentes órgãos e tipos celulares, o que representa uma dificuldade adicional na classificação deste tipo de tumores. No entanto, e para simplificar, todos os linfomas podem ser divididos em dois grandes grupos: linfomas de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin.

Sintomas

Existem uma série de sinais ou sintomas que podem ser sugestivos de linfoma nomeadamente: perda de peso, febre, presença de nódulos ou gânglios aumentados, fadiga persistente, depressão e suores nocturnos.

No entanto, e aí reside a dificuldade inerente ao diagnóstico clínico desta neoplasia, estes sinais ou sintomas são regra geral pouco evidentes. Alguns doentes não apresentam qualquer tipo de sintomatologia aparente enquanto outros apenas referem uma febre baixa e persistente.

Geralmente, existem gânglios linfáticos aumentados, no entanto o nódulo pode não ser visível ou palpável quer pelo doente quer pelo seu médico. Fadiga persistente, perda de apetite e uma sensação geral de mal-estar são queixas comuns, sendo no entanto demasiado inespecíficas para fundamentar um diagnóstico. Por este motivo, o método clássico é a biopsia de um gânglio suspeito para posterior avaliação por um patologista.

Linfomas de Hodgkin

Em 1832, Thomas Hodgkin descreveu pela primeira vez uma doença maligna que afectava os gânglios linfáticos. Alguns anos mais tarde, o primeiro exame microscópico permitiu a identificação de células anormais características – as células de Reed- Sternberg.

Os linfomas de Hodgkin ocorrem mais frequentemente, mas não exclusivamente, em adultos com idade compreendida entre os 15 e os 39 anos e, por razões desconhecidas afecta mais os indivíduos do sexo masculino.

Existem uma série de teorias que pretendem explicar a origem dos linfomas de Hodgkin. No entanto, este assunto é alvo de intenso debate e investigação a nível da comunidade científica. Alguns investigadores sugerem que poderá ser desencadeado por uma infecção viral, enquanto outros afirmam que a ocorrência de uma mutação (alteração no ADN) de uma célula denominada histiócito será a responsável.

Os linfomas de Hodgkin podem ser classificados e subdivididos com base na estrutura anormal do gânglio linfático afectado e no tipo de células presentes. Desta forma, os gânglios linfáticos podem apresentar uma predominância de linfócitos de dimensões reduzidas, a presença ou ausência de fibrose, uma mistura de tipos celulares ou uma total ausência de linfócitos.

Linfomas Não-Hodgkin

Os linfomas não-Hodgkin podem ter origem em alterações malignas que afectem qualquer um dos tipos de células presentes num gânglio linfático. As células afectadas podem ser linfócitos maduros ou imaturos, macrófagos, células dendríticas, ou uma combinação de qualquer um destes tipos.

Por conseguinte, ao longo do tempo foram desenvolvidos vários sistemas para classificação deste tipo de tumores, baseados no tipo de células afectadas (classificação do NIH – National Institute of Health) e na sua função (classificação REAL – Revised European American Lymphoma).

A classificação mais recente – classificação WHO (World Health Organization) tenta combinar essas características morfológicas e biológicas com o estudo genético das células afectadas. Desta forma, a mesma doença pode ter designações diferentes conforme o s sistema de classificação utilizado, o que pode provocar uma confusão significativa no doente.

Leucemia

É uma doença maligna com origem nas células imaturas da medula óssea. A produção de glóbulos brancos fica descontrolada e o funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias.

Existem vários tipos de leucemia caracterizadas pelo tipo de célula afectada. Pode ser aguda ou crónica dependendo da velocidade de proliferação das células leucémicas. Nalguns casos, as síndromes mielodisplásicos podem evoluir para leucemias agudas.

Em cada ano aparecem 60 a 100 novos casos por cada milhão de indivíduos. Alguns tipos de leucemia são mais frequentes em determinados grupos etários. A leucemia linfoblástica aguda é mais frequente nas crianças e nos jovens, enquanto a leucemia mieloblástica aguda é mais comum nos adultos. As leucemias crónicas ocorrem geralmente entre os 40 e 70 anos.

Desconhece-se qual a causa específica desta doença. Os cientistas suspeitam que alguns vírus bem como factores genéticos ambientais e imunológicos possam estar envolvidos.

Alguns vírus causam leucemia em animais. No homem causam apenas tipos muito raros de leucemia. Mesmo que tenha sido causada por um vírus, a leucemia não é contagiosa.

Poderá haver uma predisposição genética. Existem famílias (raras) em que as pessoas nascem com anomalias cromossómicas que poderão aumentar a probabilidade de virem a desenvolver a doença.

Factores ambientais com altas doses de radiações e exposição a certos produtos químicos tóxicos foram identificados como estando ligados ao aparecimento da doença. Mas isto só é verdade em casos extremos como nos sobreviventes da bomba atómica em Nagasaki e Hiroshima ou trabalhadores industriais do benzeno.

Pessoas com deficiências do sistema imunitário parecem ter um maior risco de desenvolverem doenças malignas porque o organismo perde a capacidade de resistir a células estranhas. Há evidência de que doentes tratados por outros tipos de cancro com quimioterapia e/ou radioterapia podem mais tarde vir a ter leucemia.

Os sintomas iniciais são geralmente a fadiga, perda de peso, palidez, infecções e hemorragias.

Mieloma Múltiplo

O mieloma múltiplo é um cancro que tem origem nas células plasmáticas, um tipo de glóbulos brancos. Para compreender o mieloma múltiplo, será vantajoso conhecer as células sanguíneas normais.

Células sanguíneas normais

A maior parte das células sanguíneas desenvolve-se a partir de células da medula óssea denominadas células estaminais. A medula óssea é um material gelatinoso que existe no interior dos ossos. As células estaminais dividem-se em diferentes tipos de células sanguíneas. Cada um dos tipos tem uma função específica:

Os glóbulos brancos ajudam a combater as infecções. Existem vários tipos de glóbulos brancos; Os glóbulos vermelhos transportam o oxigénio para os tecidos do organismo; As plaquetas ajudam a formar coágulos de sangue que controlam as hemorragias; As células plasmáticas são glóbulos brancos que produzem anticorpos.

Os anticorpos fazem parte do sistema imunitário. Trabalham em conjunto com outras partes do sistema imunitário para ajudar a proteger o organismo contra elementos "estranhos" (por exemplo, bactérias que invadiram o organismo) e outras substâncias nocivas.

Cada tipo de célula plasmática dá origem a um anticorpo diferente. As células plasmáticas normais ajudam a proteger o organismo de germes e de outras substâncias nocivas.

Células de mieloma

O mieloma, à semelhança dos outros cancros, tem origem nas células, a unidade básica do organismo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células à medida que o organismo delas necessita. Quando as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células. No cancro, este processo ocorre de forma desordenada e as células continuam a dividir-se mesmo quando não são necessárias.

Assim formam-se novas células sem que o organismo delas necessite, e sem que as células envelhecidas morram quando deviam. Este excesso de células pode dar origem à formação de uma massa de tecido a que se dá o nome de neoplasia ou tumor.

O mieloma desenvolve-se quando uma célula plasmática se torna anómala. As células anómalas dividem-se para formar cópias de si próprias. As novas células dividem-se uma e outra vez, produzindo mais e mais células anómalas. As células plasmáticas anómalas são as células do mieloma. Estas células produzem anticorpos designados por proteínas monoclonais (M).

Com o tempo, as células de mieloma acumulam-se na medula óssea impedindo o desenvolvimento normal das células sanguíneas. As células de mieloma também se acumulam na parte sólida do osso. A doença é designada por “mieloma múltiplo” uma vez que afecta múltiplos ossos. (Se as células do mieloma apenas se acumularem num osso, essa “massa única” recebe o nome de plasmacitoma.)

As células de mieloma (células plasmáticas anómalas) produzem proteínas monoclonais. O mieloma múltiplo é o tipo mais comum de tumor das células plasmáticas. O mieloma múltiplo não é um carcinoma dos ossos; Apesar de afectar os ossos, mieloma múltiplo tem origem nas células sanguíneas e não nas células do osso; O cancro ósseo é uma doença diferente. Tem origem nas células ósseas e não nas células sanguíneas; O cancro ósseo é diagnosticado e tratado de forma diferente do mieloma múltiplo.

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O envelhecimento não é uma doença mas muitos dos seus mecanismos ainda estão por elucidar e, por iss
Envelhecimento

O envelhecimento é um processo intrínseco, progressivo e generalizado de deterioração física que ocorre ao longo do tempo. O início do envelhecimento surge num período de vida precoce passando despercebido, dado que se considera que começa por volta da maturidade reprodutiva.

Definido a nível de órgão, tecido, célula ou matriz extra-celular, o envelhecimento consiste numa diminuição das funções e contribui para a deterioração da função do organismo como um todo. Os mecanismos implicados no envelhecimento são progressivos, nocivos, irreversíveis e comuns a todos os seres vivos.

Durante o envelhecimento, os órgãos sofrem uma diminuição funcional que afecta as suas capacidades de resposta a reacções orgânicas, traduzindo-se na incapacidade progressiva do organismo se adaptar às condições ambientais, contrariamente ao que era possível previamente.

A velocidade de envelhecimento não é a mesma para os diferentes órgãos e sistemas, sendo o declínio mais rápido para os tecidos elásticos, como os do sistema cardiovascular, respiratório e cutâneo. Contrariamente, o declínio do tecido nervoso é mais lento, admitindo-se que a condução nervosa só pelos 400 anos se anularia. Apesar dos indivíduos se queixarem frequentemente da falta de memória, a sua redução é lenta e progressiva e, para indivíduos mentalmente sãos, aos 100 anos só existe em média, uma perda de 20 por cento nas capacidades de memória.

Algumas das alterações que se processam com o envelhecimento podem ser quantificáveis sabendo-se contudo que apesar de ser individualizada, aos 80 anos de idade há um declínio de:

- 15 por cento da velocidade de condução nervosa;

- 30 por cento do débito cardíaco em repouso;

- 50 por cento da capacidade respiratória vital.

Há outras alterações observadas que não estão quantificadas, incluindo-se a redução da capacidade autonómica, com atraso e/ou maior dificuldade na resposta a estímulos, ocasionando mais frequente e facilmente hipotensão postural e dificuldade na regulação da temperatura corporal, o que predispõe o idoso para uma maior sensibilidade ao frio e ao calor, com as consequências que daí advêm.

Admite-se que o envelhecimento dos órgãos é tanto mais rápido quanto menor é a sua actividade, por isso é habitual dizer-se que "a função faz o órgão", isto é, órgãos pouco utilizados envelhecem mais rapidamente.

Tal como se passa com a velocidade de declínio orgânico, que não é igual para todos os órgãos e sistemas, também a idade cronológica afecta de forma desigual os diferentes indivíduos. A variabilidade inter-individual da velocidade de deterioração orgânica resulta de factores de ordem genética, da existência de doenças e das suas características e ainda, das condições de vida do indivíduo. Assim, o envelhecimento é multifactorial devendo ser visto como um intrincado de mecanismos para os quais ainda não há explicação perfeita e completa.

Ao longo da História, o envelhecimento tem sido alvo de muitas atenções e mitos quanto à possibilidade de ser parado ou evitado, através da busca pela juventude eterna. Pergunta-se frequentemente se o envelhecimento pode ser retardado, de facto existem algumas medidas que se poderão ser instituídas precocemente e que podem contribuir para o atraso do envelhecimento.

Factores de envelhecimento
São considerados como factores extrínsecos predisponentes para o envelhecimento: o sedentarismo, as deficiências alimentares, os contactos com agentes considerados tóxicos, o stress e a exposição a condições prejudiciais de ordem ambiental ou social.

Factores de atraso de envelhecimento
Dentro das medidas que se sabe oporem-se ao envelhecimento destacam-se a actividade física regular, a nutrição equilibrada, a evicção da exposição a agentes tóxicos, como o tabaco, ambiente poluído, radiações, drogas, e outros. Ainda, o equilíbrio social e a actividade psíquica são protectores. Incluem-se ainda, todas as medidas que podem ser tomadas no sentido de evitar o desencadear de doenças preveníveis.

A nutrição e o envelhecimento
A velocidade de envelhecimento também é influenciada pelas condições nutricionais e pelo estilo de nutrição que o indivíduo pratica ao longo da vida. Consideram-se como factores predisponentes para uma maior velocidade de envelhecimento, as carências de vitaminas e de sais minerais, a deficiência em agentes antioxidantes, o excesso de ingestão de proteínas animais e de gorduras saturadas, o excesso de ingestão de bebidas alcoólicas e de excesso de calorias.

As vitaminas são essenciais para a actividade de múltiplos sistemas enzimáticos que presidem às reacções orgânicas necessárias para o funcionamento normal das funções celulares. A deficiência em antioxidantes dificulta a resistência das membranas celulares aos processos oxidativos normais dos seres vivos, acelerando o processo de degradação.

É também sobejamente conhecido o efeito do excesso de peso e do desequilíbrio lipoproteíco na predisposição para o síndroma metabólico e com ele, o aumento do risco cardiovascular, a redução das capacidades do sistema cardiovascular e assim, a diminuição de múltiplas funções dele dependente, designadamente as renais, cerebrais e outras.

Alterações fisiológicas no sénior
Define-se como envelhecimento fisiológico, a diminuição progressiva da capacidade de cada órgão ou sistema para manter a homeostase face a desafios a que estão sujeitos. Esta incapacidade predispõe o idoso para a doença e para as reacções adversas aos medicamentos. As alterações fisiológicas observadas nos diferentes órgãos e sistemas têm influência na resposta, por exemplo, à utilização de medicamentos.

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Doença de Alzheimer
A Organização Mundial de Saúde reconhece as demências como uma prioridade de saúde pública.
Doença de Alzheimer

Em todo o mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas vivem com demência. Segundo Tatiana Nunes da Alzheimer Portugal, “este número deverá duplicar até 2030 (65,7 milhões) e mais que triplicar em 2050 (115,4 milhões)”. Ao contrário do que se possa pensar “a demência não é uma parte normal do envelhecimento” e, embora se saiba que o número de casos diagnosticados irá triplicar até 2050, a realidade continua a ser ignorada.

A demência afecta pessoas em todos os países, com mais de metade dos casos (58%) em países desenvolvidos. Prevê-se que em 2050, este número seja susceptível de aumentar para mais de 70%. Ou seja, 7,7 milhões de novos casos de demência são diagnosticados por ano, o que significa que um novo caso de demência é diagnosticado a cada quatro segundos. Em Portugal estima-se que existam mais de 160 mil pessoas com Demência, 90/100 mil das quais com doença de Alzheimer.

Apesar destes números assustadores, apenas oito países em todo o mundo têm um plano de actuação para as demências, mesmo sendo a Organização Mundial da Saúde a pedir aos governos de todo o mundo para desenvolverem um Plano Nacional para as Demências com soluções e abordagens que impulsionem o diagnóstico precoce, sensibilizem a opinião pública sobre a doença, reduzam o estigma e proporcionem um melhor atendimento e mais apoio aos cuidadores.

Actualmente, cuidar de pessoas com demência tem, conforme explica Tatiana Nunes, “um custo de mais de 604 mil milhões de dólares por ano, incluindo a prestação de cuidados de saúde e serviços sociais, assim como a redução ou perda de rendimentos das pessoas com demência e dos seus cuidadores”. É portanto “ urgente que os países incluam as demências nas suas agendas de saúde pública”.

É necessária uma acção sustentada e coordenação entre os vários níveis e com todas as partes interessadas - a nível internacional, nacional, regional e local. As pessoas com demência e os seus cuidadores são partes indispensáveis neste processo. Devem ser envolvidos na formulação das políticas, planos, leis e serviços que os afectam.

A responsável alerta ainda para a importância de: “promover uma sociedade ‘amiga da demência’ a nível mundial; tornar a demência uma prioridade de saúde pública nacional em todo o mundo; investir em sistemas sociais e de saúde para melhorar o atendimento e serviços para pessoas com demência e seus cuidadores; aumentar a prioridade dada à demência na agenda dos estudos na área da saúde e, por fim, que cada país desenvolva o seu próprio Plano Nacional para as Demências”.

Plano Nacional para as Demências

Uma das batalhas que a Alzheimer tem travado é a criação e implementação, em Portugal, de um Plano Nacional para as Demências. Na prática, criar uma rede de cuidados médicos e sociais e serviços especialmente concebidos para estas pessoas, para que a autonomia, dignidade e qualidade de vida destes doentes continuem a ser respeitados. Para Tatiana Nunes, isto consegue-se através de um Plano ou Estratégia Nacional que contemple três tópicos fundamentais:

1. Melhoria da qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, abrangendo-se aqui as questões que se prendem com a intervenção farmacológica e não farmacológica, com os apoios sociais e com os equipamentos, através da criação e implementação de políticas de saúde e de enquadramento social específicas;

2. Investigação sobre as causas, prevenção e diagnóstico da doença de Alzheimer e recolha de dados epidemiológicos;

3. Criação de quadro jurídico definidor dos direitos das pessoas em situação de incapacidade, incluindo o enquadramento legal dos cuidados, da intervenção e da investigação.

Para além disso um plano nacional não poderá esquecer a importância:

  1. Do diagnóstico atempado;
  2. Da valorização do papel dos clínicos gerais na detecção dos primeiros sinais da demência e encaminhamento para consultas da especialidade;
  3. Da valorização do papel dos cuidadores e do reconhecimento das suas necessidades específicas;
  4. Da integração do estudo da demência como matéria obrigatória na formação médica;
  5. Do desenvolvimento de acções de formação para cuidadores profissionais e familiares;
  6. Da existência de serviços e equipamentos modelo, com vista à aprendizagem e partilha das melhores práticas.

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer, assim como outros tipos de demência, sempre estiveram indevidamente associados ao estigma da idade e da falta de capacidade mental. Muitas vezes, diz Tatiana Nunes, “ouvem-se expressões como: ‘Não ligues que tem demência’, ‘É normal, é da idade, já é velhote’ ou ‘Está maluquinho’”.

Torna-se, por isso, importante combater esta crença e reconhecer que as pessoas com demência têm direito à sua dignidade e a estarem incluídas na sociedade com qualidade de vida. É certo que estes doentes têm necessidades específicas que carecem de intervenção especial e atempada que fará toda a diferença em termos da preservação das capacidades e do bem-estar do próprio e de quem cuida. Tem igualmente benefícios em termos de custos directos e indirectos associados à prestação de cuidados.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas de demência são frequentemente confundidos com sinais normais de envelhecimento. Embora o progresso científico e a crescente preocupação da classe médica tenham melhorado no que respeita à doença de Alzheimer, existe ainda um número significativo de pessoas cujo diagnóstico é feito numa fase moderada ou avançada da doença, ou que nunca chega a receber um diagnóstico.

A verdade é que não existe um único teste capaz de, por si só, diagnosticar definitivamente a Doença de Alzheimer. O diagnóstico deve ser realizado pelo médico especialista (Neurologista ou Psiquiatra) através de um processo de exclusão de outras causas que possam ser responsáveis pelos sinais e sintomas apresentados.

“O papel dos clínicos gerais é crucial na detecção dos primeiros sinais de demência e no encaminhamento imediato para consultas da especialidade, permitindo um diagnóstico precoce”, esclarece a responsável.

A realização de uma avaliação médica e psicológica completa pode permitir identificar uma situação tratável e assegurar o seu correcto tratamento ou confirmar a presença de demência. Por isso o diagnóstico pode incluir a realização de:

  • História clínica detalhada, fornecida, se possível, pela pessoa que apresenta a sintomatologia ou por um familiar ou amigo próximo. Esta história irá permitir estabelecer se os sintomas surgiram lenta ou subitamente e qual a sua progressão.
  • Um exame físico e neurológico aprofundado, incluindo testes aos sentidos e movimentos, de forma a excluir outras doenças e a identificar quaisquer outras situações que possam agravar a confusão associada à demência.
  • Exames laboratoriais, que incluem uma variedade de análises ao sangue e à urina, para despistarem qualquer doença responsável pelos sintomas.
  • Outros exames especializados, como por exemplo: Raio X, Electroencéfalograma (EEG), Tomografia Axial Computorizada (TAC), Análises do Líquido Raquidiano ou Ressonância Magnética.
  • Uma avaliação neuropsicológica para avaliar as funções intelectuais que podem ser afectadas pela Demência, como por exemplo: memória, capacidades de leitura, escrita e cálculo.
  • Uma avaliação psiquiátrica para identificar perturbações tratáveis que podem mimetizar a Demência - como por exemplo: depressão e monitorizar os sintomas psiquiátricos que podem ocorrer juntamente com a Demência – como por exemplo: ansiedade e delírios.

Os cuidadores

Cuidar de alguém com demência acarreta exigências físicas e emocionais elevadas. Não só a vida da pessoa diagnosticada com demência se altera, como também a dos seus familiares e cuidadores que, sobretudo com o progredir da doença, passam a ocupar maior parte do seu tempo com as tarefas de cuidar, chegando a uma fase em que a pessoa com demência necessita de acompanhamento 24 horas por dia.

“Ninguém está preparado para lidar com uma tal situação. Pode causar “stress”, angústia e fadiga mental, tanto para a pessoa que vai passar a ser o cuidador principal, como para os outros membros da família”, refere Tatiana Nunes e acrescenta: “a primeira necessidade, à luz deste diagnóstico brutal, é a de obter informação sobre o que é a doença de Alzheimer, e de como vai ser o futuro. A duração média da doença, desde o momento em que se recebe a informação até ao momento em que é feito o diagnóstico, é de 10 anos. Isto pode significar 10 ou mais anos de dificuldades, durante os quais se deve tentar proporcionar a essa pessoa mais felicidade e uma melhor qualidade de vida”.

É por tudo isto que o grande objectivo da Alzheimer Portugal é melhorar a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, no respeito absoluto pelos Direitos Fundamentais à Liberdade e à Autodeterminação, promovendo a sua autonomia e o seu envolvimento social. Lutamos por uma sociedade que integre as Pessoas com Demência e reconheça os seus Direitos.

Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer

O Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer assinala-se a 21 de Setembro e constitui, sem dúvida, um reconhecimento mundial da importância e impacto que esta doença tem na sociedade.

Para assinalar o dia a Alzheimer Portugal organiza todos os anos diferentes actividades, sempre com o objectivo de “informar e consciencializar para a importância de reduzir o risco de desenvolver demência, para os sinais de alerta da Doença de Alzheimer e, sobretudo, para a importância do diagnóstico atempado”, refere Tatiana Nunes.

Estas medidas/cuidados irão permitir a prescrição de medicação que alivia os sintomas e retarda a progressão da doença, irão possibilitar a intervenção não farmacológica, no sentido da promoção e manutenção das capacidades da pessoa com demência, através da ocupação e do envolvimento social e, deste modo, permitir o aumento do seu bem-estar e qualidade de vida, assim como a dos seus cuidadores.

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Resultados de estudo indicam:
Uma proteína pode ser a chave para determinar se a vítima de um ataque isquémico recuperará ou não de um acidente vascular...

Segundo uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria, e divulgado no Congresso Mundial de Neurologia, realizado em Viena, uma proteína pode ser a chave para determinar se a vítima de um ataque isquémico recuperará ou não de um acidente vascular cerebral (AVC).

Os cientistas, liderados pelo neurologista Thomas Seifert-Held, conseguiram prever qual será a evolução dos doentes que tiveram um ataque isquémico (perda de irrigação sanguínea no cérebro por embolia). "Estudamos a relação que existe entre a proteína Lipocalina Associada a Gelatinase de Neutrófilos (NGAL) e as vítimas de um ataque isquémico”, explicou Seifert-Held. "Após analisar o sangue das vítimas de AVC, comprovamos que aqueles com níveis mais altos de NGAL depois do ataque tiveram uma recuperação muito pior do que os que têm níveis baixos da proteína”, acrescentou.

O estudo desses biomarcadores serve para a realização de um diagnóstico mais urgente do doente, permitindo prever como evoluirá o corpo após o AVC e o grau de sucesso do tratamento. O diagnóstico com os dados deve conter outras informações, como idade e pressão arterial do doente, para ser o mais confiável possível.

A pesquisa de parâmetros biológicos para as isquemias ainda é muito recente, "tem somente cinco ou seis anos”, ressaltou Seifert-Held. "Estamos a procurar, por exemplo, biomarcadores que indiquem se o ataque é isquémico ou hemorrágico, porque à primeira vista os sintomas são os mesmos”, detalhou.

Eles diferenciam-se porque um acontece quando uma artéria que leva oxigénio ao cérebro é obstruída por um coágulo de sangue (isquémico) ou se rompe (hemorrágico).

"Esta diferenciação ajudaria muito a alcançar um diagnóstico rápido, especialmente numa emergência como é um AVC, porque até agora só dá para saber essa informação com uma tomografia”, destacou.

"O nosso trabalho contribuiu para sublinhar a relevância que podem ter os biomarcadores e a tarefa agora é identificá-los com mais sensibilidade e especificidade”, concluiu Seifert-Held.

Segundo Estudo Consumos e Estilos de Vida no Ensino Superior:
Um quarto dos alunos de licenciatura e mestrado integrado da Universidade de Lisboa consideram pouco ou nada prejudicial para a...

Segundo um estudo relativo ao ano lectivo de 2012-2013 sobre os Consumos e Estilos de Vida no Ensino Superior, um quarto dos alunos de licenciatura e mestrado integrado da Universidade de Lisboa consideram pouco ou nada prejudicial para a sua saúde fumar cannabis ocasionalmente.

O estudo procurou aferir os hábitos dos universitários em aspectos como prática de desporto, alimentação, actividades de lazer, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de substâncias psicoactivas, inquirindo pela Internet mais de três mil alunos.

Segundo os resultados e relativamente ao consumo de smart drugs há uma percepção semelhante de ausência de efeitos para a saúde, ainda que a percentagem de alunos que acham que esse consumo ocasional pouco ou nada prejudicial fique abaixo dos 10%. Ainda assim, entre os universitários que responderam ao inquérito, mais de 70% considera esse consumo muito prejudicial à saúde.

Sobre o consumo de cannabis em concreto, 40% dos estudantes admitiram já a ter consumido pelo menos uma vez na vida, sendo que a maioria (77,6%) iniciou o consumo entre os 15 e os 19 anos.

O consumo de drogas mais pesadas, como a cocaína ou a heroína, é residual comparado com a ‘cannabis' ou as smart drugs. Costuma iniciar-se maioritariamente entre os 15 e 19 anos, de acordo com as respostas no inquérito, ainda que a prevalência do início do consumo aumente consideravelmente na faixa etária a partir dos 19 anos.

A faixa etária dos 15 aos 19 anos é declarada pelos universitários como sendo aquela em maioritariamente iniciaram o consumo de drogas lícitas e ilícitas, mas também de bebidas alcoólicas.

A grande maioria dos inquiridos (82,4%) concorda com a ideia de que o consumo de quatro ou cinco bebidas alcoólicas quase todos os dias tem um efeito muito prejudicial para a saúde, mas são cerca de 15% os estudantes que entendem que conduzir depois de ingerir três cervejas não tem efeitos, ou tem efeitos muito reduzidos.

Mais de 36% dos alunos admitiu ter bebido a sua primeira bebida alcoólica antes dos 15 anos.

Fumar cigarros regularmente é entendido pelos alunos como prejudicial (15,6%) ou muito prejudicial (83%) para a saúde.

Mais de 80% dos inquiridos consideram a toma de medicamentos sem receita médica como sendo prejudicial ou muito prejudicial à saúde.

A mistura de substâncias, ou policonsumos, tem valores abaixo dos 30%, sendo a mais frequente a junção de bebidas energéticas com bebidas alcoólicas e 3,5% dos estudantes inquiridos admitiram já ter misturado tranquilizantes, antidepressivos ou sedativos com bebidas alcoólicas.

A cerveja, as bebidas espirituosas e o vinho são as preferidas entre os universitários e 37% dos estudantes admitiram ter bebido mais de cinco copos, no caso das mulheres, ou mais de seis copos, no caso dos homens, numa mesma ocasião, um tipo de consumo denominado ‘binge drinking'.

O Estudo Consumos e Estilos de Vida no Ensino Superior foi realizado em conjunto pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), Observatório Permanente da Juventude do Instituto de Ciência Sociais da Universidade de Lisboa (OPJ/ICS-UL) e Conselho Nacional da Juventude (CNJ).

Cientistas fazem descoberta:
Uma equipa de cientistas do Centro de Investigação Médica Aplicada e da Clínica Universidade de Navarro descreveram um...

Até agora sabia-se que um componente da imunidade inata, o sistema de complemento, está activado nas células tumorais do pulmão e promove a progressão da doença, mas não se conheciam os mecanismos nem as proteínas criadas após a activação.

A investigação permitiu ver que "uma proteína daquele sistema, denominada C4d, está aumentada nos doentes com cancro do pulmão”, disse Daniel Ajona, principal autor do trabalho.

O estudo demonstra que "a presença de C4d está associada a uma maior mortalidade e que os seus níveis se reduzem após a extracção cirúrgica do tumor”.

Além disso, "esta proteína aumenta o risco de existência da doença em pessoas assintomáticas, pelo que se pode tornar um biomarcador para detectar e tratar precocemente o cancro do pulmão”, adiantou Ajona.

Ajona disse que o uso de biomarcadores "pode servir para identificar a população com maior risco de sofrer da doença (susceptível de realizar uma tomografia axial computadorizada (TAC), confirmar a presença de células tumorais ou fornecer mais informação sobre o prognóstico da doença para se escolher o tratamento mais adequado”.

O cancro do pulmão é a primeira causa de morte por cancro em todo o mundo, segundo dados fornecidos pelo Centro de Investigação Médica Aplicada (CIMA), que indicou que os números podem diminuir com a redução do consumo de tabaco e a detecção precoce através de técnicas de imagem, como TAC.

No trabalho, cujos resultados foram publicados na revista Journal of the National Cancer Institute, participaram também cientistas do Centro Médico Universitário Vanderbilt (Estados Unidos) e do Hospital Geral Universitário de Valência.

Dados do Instituto Nacional de Estatística:
Em Portugal, nove em cada 100 bebés nasce antes das 37 semanas de gestação. A prematuridade é um factor de risco.

A taxa de mortalidade infantil (até um ano de idade) voltou a ter um aumento ligeiro no ano passado face a 2011, passou de 3,1 para 3,4 por mil nados-vivos, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística. Cerca de dois terços destes óbitos aconteceram até aos 28 dias de vida, sendo a prematuridade uma das causas.

Paulo Nogueira, chefe de Divisão de Estatísticas de Saúde da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e um dos autores de um estudo recente sobre a evolução da mortalidade infantil, nota que em termos absolutos a diferença é de apenas uma morte, só que, com a diminuição do número de nascimentos em Portugal, faz-se sentir com mais evidência. Assim, enquanto em 2011 tinham morrido 302 crianças até um ano (num total de 96.856 nados-vivos), no ano passado foram 303 em 89.841 nados-vivos, o que teve logo reflexos na taxa de mortalidade infantil, que voltou aos níveis de 2008 e 2009, nota.

Paulo Nogueira refere que Portugal continua a encontrar-se, ao nível da mortalidade infantil, "num patamar excelente a nível mundial do qual é difícil descer”. As melhorias têm que ser encontradas no grosso das mortes nestas idades, na chamada mortalidade neonatal (até aos 28 dias). Das 303 mortes infantis ocorridas no ano passado, 199 foram de até aos 28 dias. O peso da mortalidade neonatal tem-se mantido nos últimos anos em cerca de dois terços do total, diz o especialista.

O especialista da DGS lembra que "existem actualmente capacidades técnicas para fazer nascimentos de baixo peso”, neste caso está-se a falar de bebés que podem ter 500 a 600 gramas, mas nestes apenas cerca de 50% irão sobreviver, diz.

O problema já tinha sido detectado no estudo comparativo do número de óbitos e causas de morte da mortalidade infantil e suas componentes (2009-2011), em que Paulo Nogueira é um dos autores. Nas conclusões deste trabalho, recomendava-se "a definição de estratégias para a melhoria da mortalidade neonatal, tendo em atenção as questões da prematuridade, do baixo peso e da gemelaridade”.

Na análise das mortes neonatais de 2011, constatou-se que 188 foram partos simples, mas 43 foram partos de gémeos.

 

Nascer em Portugal, que futuro?

Decorre hoje em Lisboa um encontro para discutir as formas de melhorar os cuidados aos bebés prematuros. O evento tem lugar no Hotel Tivoli Oriente e é a primeira reunião do Grupo Querer Crescer, composto por profissionais de saúde, membros de associações de pais e políticos, criado com o objectivo de garantir os melhores cuidados de saúde para os bebés prematuros. Em Portugal, nove em cada 100 bebés nascem antes das 37 semanas de gestação.

Subordinada ao tema Nascer em Portugal, que futuro?, a reunião foca-se na prematuridade e na mortalidade infantil. Hercília Guimarães, Neonatologista do Centro Hospitalar de São João, no Porto, e presidente do Querer Crescer, diz que um dos problemas é "a lacuna, também a nível europeu, relativa aos dados referentes aos custos de internamento de um bebé prematuro e dos bebés com sequelas”.

Como proceder
Portugal está situado numa zona onde existem várias falhas na crosta terrestre que produzem vibraçõe
Tremor de terra

Embora na sua maior parte não sejam sentidos pelo homem, é de facto um fenómeno recorrente no nosso País e que pode acontecer a qualquer momento. Assim e como existem relatos históricos de sismos com consequências catastróficas, é importante que se saiba o que fazer na altura em que tal acontecimento suceder.

O primeiro dado a reter é que nunca se sabe qual será a intensidade do sismo quando este se der. Por outro lado é também importante saber que após o primeiro abalo, espaçadamente outros acontecem num fenómeno denominado por réplicas.

É possível identificar as principais causas de acidentes na ocorrência de um terramoto:

- Actuação humana precipitada devida ao pânico.

- Desmoronamento total ou parcial dos edifícios.

- Incêndios, agravados normalmente por falta de água e dificuldade nos acessos.

- Queda de móveis, candeeiros e outros objectos.

- Queda de cabos de energia eléctrica.

- Vidros partidos.

Os sismos moderados causam muitas vezes grandes perdas em locais muito densamente povoados e em construções de fraca qualidade.

Por isso aqui aconselhamos as medidas de auto-protecção a executar antes, durante e após um terramoto

Que Fazer antes de um Tremor de Terra?

Procure ler algo sobre sismos e seus efeitos:

Fale sobre terramotos de forma tranquila e serena.

Em sua casa:

- Prepare a sua casa de forma a facilitar os movimentos em caso de sismo, libertando os corredores e arrumando os móveis, brinquedos, etc.

- Estude os locais de maior protecção distribuindo os seus familiares por eles.

- Oriente as crianças e responsabilize os adultos pela segurança de cada uma.

- Fixe as estantes e as botijas de gás à parede.

- Coloque os objectos pesados ou de grande volume no chão ou nas estantes mais baixas.

- Ensine a todos os familiares como desligar a electricidade e cortar a água e o gás.

- Tenha à mão uma lanterna eléctrica e um transistor portátil e pilhas de reserva para ambos, bem como um extintor e um estojo de primeiros socorros.

- Armazene água em recipientes de plástico fechados e alimentos enlatados para 2 ou 3 dias. Renove-os de tempos a tempos.

- Fixe os vasos e floreiras às paredes de sua casa.

Pense no que deve fazer quando ocorrer um terramoto e estiver:

  • Em sua casa.
  • Em casa de amigos.
  • No local de trabalho.
  • Numa sala de espectáculos.
  • Na rua.

Realize em casa ou no local de trabalho exercícios de treino das presentes medidas.

Que fazer durante um Tremor de Terra?
Evite o Pânico por todos os meios ao seu alcance. Mantenha serenidade e acalme as outras pessoas.

Se está em casa ou dentro de um edifício:

- Nas habitações colectivas não vá para a rua. As saídas e escadas poderão estar obstruídas. Nunca utilize os elevadores.

- Tenha cuidado com a queda de objectos, candeeiros ou móveis.

- Mantenha-se afastado das janelas, espelhos e chaminés.

- Proteja-se no vão de uma porta interior, no canto de uma sala ou debaixo de uma mesa ou mesmo de uma cama.

Se está na rua:

- Dirija-se para um local aberto, com calma e serenidade.

- Enquanto durar o sismo não vá para casa.

- Mantenha-se afastado dos edifícios velhos, altos ou dos postos de electricidade e outros objectos que lhe possam cair em cima.

- Afaste-se de taludes ou muros que possam desabar.

Se está num local com muita gente (Cinema, Teatro,...):

- Não se precipite para as saídas.

Se vai a conduzir:

- Pare a viatura afastada de edifícios, muros, taludes, postes e cabos eléctricos, e permaneça dentro dela.

Que fazer depois de um Tremor de Terra?

Nos primeiros minutos após:

- Domine o PÂNICO mantenha a CALMA. Vá pensando no que deve fazer.

- Não se precipite para a escada ou para as saídas.

- Conte com a ocorrência de uma possível réplica.

- Não fume nem faça lume. Não ligue os interruptores. Pode haver fugas de gás ou curto circuitos. Utilize a lanterna eléctrica.

- Corte a água e o gás, desligue a electricidade.

- Calce sapatos e proteja a cabeça e a cara com um casaco, uma manta, um capacete ou um objecto resistente e prepare agasalho.

- Verifique se há incêndios. Tente apagá-los. Se o não conseguir, avise os Bombeiros da sua zona.

- Verifique se há feridos e preste-lhes os primeiros socorros se necessário. Se houver feridos graves não os remova a menos que corram perigo.

- Limpe os produtos inflamáveis que se tenham derramado (álcool, tintas, etc.).

- Se puder solte os animais domésticos. Eles tratarão de si próprios.

- Afaste-se da costa marítima. Pode ocorrer uma onda gigante (tsunami).

- Ligue o transístor e cumpra as recomendações que ouvir pela rádio.

Nas horas seguintes:

- Mantenha a calma e cumpra as instruções que a rádio difundir. Esteja preparado para outros abalos (réplicas) que costumam suceder-se ao sismo principal.

- Se encontrar feridos graves, chame as equipas de socorro para promover a sua evacuação.
- Se houver pessoas soterradas, informe as equipas de salvamento. Entretanto se for capaz, sem perigo, de os começar a libertar, tente fazê-lo retirando os escombros um a um, começando pelo de cima. Não se precipite, não agrave a situação dos feridos ou a sua própria.

- Evite passar por onde haja fios eléctricos soltos e tocar em objectos metálicos em contacto com eles.

- Não beba água de recipientes abertos sem a ter examinado e filtrado por coador, filtro ou simples pano lavado.

- Verifique se os canos de esgoto estão em bom estado e permitem utilização.

- Não utilize o telefone excepto em caso de extrema urgência (ferido grave, fuga de gás, incêndio, etc.).

- Não propague boatos que podem causar muitos danos após uma catástrofe.

- Coma alguma coisa. Sentir-se-á melhor e o seu moral ficará reforçado e portanto mais capaz de ajudar os outros.

- Se a sua casa estiver muito danificada abandone-a. Reúna os recipientes de água, os alimentos e os medicamentos necessários (cardíacos, diabéticos, etc.).

- Acate as instruções que a rádio difundir.

- Não preocupe com os edifícios com grandes estragos nem se aproxime das estruturas danificadas.

- Acalme os seus familiares, os mais jovens e os idosos. São os que mais sofrem com o medo.

- Corresponda aos apelos que forem divulgados e caso lhe seja possível colabore com as equipas de socorro.

- Não circule pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberte-as para as viaturas de socorro.

Por último queremos dizer-lhe que não existem normas rígidas para eliminar todos os riscos que um tremor de terra pode originar. No entanto, muitos acidentes pessoais e prejuízos poderão ser evitados se estas regras que lhe recomendamos forem integralmente cumpridas e se pais, professores, autoridades, empresários e educadores em geral as difundirem e ensinarem às crianças e aos que não sabem ler. A difusão destas medidas NÃO significa que esteja iminente a ocorrência de um sismo. Significa que ficamos mais capazes de agir correctamente quando algum acontecer.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Impacto na saúde pública
O conjunto de doenças que afectam o aparelho cardiovascular - o coração e os vasos sanguíneos – desi

As doenças cardiovasculares (DCV) incluem um grupo muito vasto de doenças que afectam o coração e os grandes vasos - as artérias e veias que constituem a rede de distribuição de sangue no organismo. Apesar desta definição genérica, a expressão é geralmente utilizada para designar as doenças especificamente relacionadas com a aterosclerose, um processo inflamatório crónico que afecta, de forma progressiva e silenciosa, a parede das artérias, promovendo a deposição de placas complexas de gordura no seu interior. Estas placas de gordura - os ateromas - vão endurecendo, deformando e até rompendo a parede das artérias, o que condiciona um estreitamento do lúmen deste canal que compromete ou pode mesmo obstruir totalmente o fluxo de sangue com os coágulos entretanto formados.

A isquémia que daí resulta faz sofrer os tecidos afectados, podendo, em última análise, levar à perda completa da sua função. As formas mais comuns de manifestação de doença - o enfarte agudo do miocárdio (EAM) e o acidente vascular cerebral (AVC) - são acontecimentos súbitos e devastadores, um primeiro sinal tardio de uma doença grave que é então impossível prevenir.

A nível mundial, as DCV são motivo de grande preocupação e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), continuam a ser a principal causa de mortalidade a nível mundial, particularmente no sexo feminino. Efectivamente, segundo os dados disponíveis de 2008, as DCV são responsáveis por 32 por cento do total de mortes no sexo feminino e 27 por cento no sexo masculino, em todo o mundo.

Prevê-se que no ano 2030 as DCV sejam a primeira causa de morte em todo o mundo. As previsões apontam para que ocorra, no período de 2004 a 2030, um ligeiro aumento do número de mortes por causa cardiovascular nos países de rendimento intermédio e elevado, prevendo-se também um aumento significativo das mesmas nos países de baixo rendimento.

No entanto, o número de mortes por DCV projectadas para o período 2004-2030 deve-se apenas ao crescimento e ao envelhecimento populacional, sendo contrabalançado no sentido positivo por alterações epidemiológicas resultantes da implementação de campanhas de prevenção primária e secundária das DCV.

A nível europeu as DCV causam anualmente mais de 4,8 milhões de mortes (48 por cento do total de mortes) e mais de 2 milhões na União Europeia a 27 (42 por cento do total de mortes). São a primeira causa de morte nas mulheres em todos os países da Europa, e nos homens também, com excepção neste caso para a França, a Holanda e a Espanha (European Heart Network , 2008).

Em Portugal, as doenças do aparelho circulatório, nomeadamente os acidentes vasculares cerebrais (AVC) e a doença isquémica cardíaca (DIC), continuam a ser a primeira causa de morte também em Portugal.

Também é de referir que a mortalidade precoce diminuiu muito: a grande maioria (73 por cento) morre depois dos 75 anos, e muitos só depois dos 100 anos, estando neste momento as doenças cardiocerebrovasculares associadas ao envelhecimento de uma forma notória.

Ao contrário do que acontece na maioria dos países da Europa, a taxa de mortalidade por AVC é em Portugal superior à taxa de mortalidade por DIC, representando cerca de metade dos óbitos de origem cardiovascular.

Também a morbilidade associada às DCV é uma enorme preocupação em termos de saúde pública, dado que está na origem de situações de incapacidade que afectam a nível pessoal, familiar e social, e que culmina em elevados custos socioeconómicos.

Morbilidade
Diversos indicadores podem ser utilizados para avaliar o impacto de morbilidade de uma etiologia específica na Saúde Pública de uma comunidade, ou para proceder a análises comparativas entre diferentes comunidades, nomeadamente a prevalência, a incidência, os anos de vida ajustados à incapacidade (DALYs - disability ajusted life years) ou ainda índices que agregam a informação de vários indicadores como a Carga de Doença (Burden of Disease). A OMS preconiza a utilização preferencial deste índice para avaliar e comparar a morbilidade por patologias específicas.

A nível mundial, e no ranking das dez principais causas de Carga de Doença, para todas as faixas etárias aparece em quarto lugar a doença isquémica cardíaca (responsável a nível mundial por 62,6 anos de vida perdidos ajustados à incapacidade (DALY's) e em sexto a doença cerebrovascular.

Quando os dados são analisados agrupando os países por níveis de rendimento, verifica-se que nos grupos de rendimento intermédio e elevado, a doença isquémica cardíaca e a doença cerebrovascular aparecem respectivamente em segundo e terceiro lugar na lista das principais causas de carga de doença. Mesmo nos países pertencentes ao grupo de rendimento baixo, a doença isquémica cardíaca aparece entre as 10 primeiras causas de anos de vida perdidos ajustados à incapacidade.

As projecções da OMS neste domínio também não são animadoras. Os dados projectados para o período de 2004 a 2030 apontam para que a doença isquémica cardíaca e a doença cerebrovascular, que em 2004 se encontravam a nível mundial em termos de principais causas de anos de vida perdidos, no 4º e 6º lugar respectivamente, passarão a ocupar o 2º e 4º lugar.

Analisando os dados, a nível europeu, as DCV são não só a principal causa de morte, mas também a principal causa de anos de vida ajustados à incapacidade, representando 23 por cento do total - mais de 34 milhões de DALY's (WHO, 2008).

Em Portugal as DCV estão entre as principais causas de morbilidade e invalidez. No ranking das 10 principais causas de incapacidade, em percentagem do total de anos de vida ajustados à incapacidade (DALY's) em ambos os sexos, as DCV aparecem em segundo lugar, tanto no sexo masculino como no feminino. Com base em informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística, relativamente ao período 1999-2001, a doença isquémica cardíaca (DIC) constitui a terceira causa de Anos de Vida Potencialmente Perdidos (AVPP) e as doenças cerebrovasculares a quinta causa de AVPP.

Segundo a mesma entidade, a doença isquémica cardíaca foi a situação que sofreu uma pior evolução em termos de AVPP (morre-se mais ou mais cedo), tanto nos homens como nas mulheres, entre os períodos de 1999-2001 e 2003-2005, embora mais marcadamente no sexo masculino. Também as doenças cerebrovasculares sofreram uma evolução negativa neste intervalo, relativamente à média de AVPP, embora numa escala muito menor, e de forma semelhante nos dois sexos. Ainda de acordo com Inquérito Nacional de Saúde de 2005/2006, 1,6 por cento da população portuguesa de ambos os sexos inquirida reportou já ter tido um AVC, e 1,3 por cento um enfarte do miocárdio.

Com base nestes dados, as DCV têm vindo a ser apelidadas a nível nacional como as "novas epidemias", no entanto são escassas as informações publicadas que permitem estimar a sua incidência, nomeadamente dos AVC e dos enfartes do miocárdio. Os acidentes vasculares cerebrais são a principal causa de incapacidade nas pessoas idosas. Alguns autores consideram que a incidência do AVC em Portugal é de 1 a 2 por 1.000 habitantes por ano, considerando que o maior factor de risco é a idade. Com efeito 85 por cento dos doentes tinha mais de 65 anos, e acima dos 85 anos a incidência encontrada foi de 20/1.000 por ano.

É por demais sabido que as sequelas dos AVC's são frequentes, sendo o seu impacto social, económico e familiar muito grande. Se considerarmos as tendências demográficas actuais, é fácil constatar e prever que esta doença vai absorver uma considerável parte do orçamente destinado à saúde e exigir cuidados de saúde acrescidos, pelo menos em termos de quantidade.

Com base nos dados apresentados relativos à morbilidade cardiovascular em Portugal, torna-se evidente que as DCV são e continuarão a ser uma fonte de custos de grande dimensão. Nestes custos terão de ser contabilizados os custos directos, relacionados com a utilização dos serviços de saúde (consultas, internamentos, medicamentos, por exemplo), mas também os indirectos, relacionados com a perda de produtividade dos doentes e seus familiares. É assim necessário que as DCV sejam uma prioridade para os decisores das políticas de saúde a nível nacional, aquando da formulação das mesmas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde de A-Z não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Apesar dos avanços, ainda estão subavaliadas
Os pulmões são sede de inúmeras doenças, sendo que as mais frequentes são as pneumonias, neoplasias
Duas pessoas com luvas, fatos e máscaras de protecção

O pulmão, com os seus 350 milhões de alvéolos, a que corresponde uma superfície aproximada de 70 metros quadrados, é a principal interface entre o organismo e o ambiente, estando assim sujeito às mais variadas exposições: fumos, poeiras, gases e vapores produzidos ou utilizados em meio laboral.

As doenças pulmonares de origem ocupacional, comummente chamadas de profissionais, devem-se à inalação de partículas nocivas, nuvens, vapores ou gases no local de trabalho. O local exacto das vias aéreas ou dos pulmões aonde chega a substância inalada e o tipo de doença pulmonar que desencadeia dependem do tamanho e do tipo das partículas.

As maiores podem ficar retidas no nariz ou nas vias aéreas superiores, mas as mais pequenas atingem os pulmões. Uma vez ali, algumas partículas dissolvem-se e podem passar para a corrente sanguínea; as defesas do corpo eliminam as mais sólidas que não se dissolvem.

O organismo tem vários mecanismos para eliminar as partículas aspiradas. Nas vias respiratórias, o muco cobre as partículas de modo que seja fácil expulsá-las através da tosse. Nos pulmões, existem células depuradoras especiais que engolem a maioria das partículas e as tornam inofensivas.

Mas os diversos tipos de partículas produzem diferentes acções no organismo. Algumas causam reacções alérgicas, como o pólen das plantas, responsável pela febre do feno ou por um tipo de asma. As partículas como o pó de carvão, o carvão e o óxido de estanho não produzem muita reacção nos pulmões. Outras, como o pó de quartzo e de amianto podem causar cicatrizes permanentes no tecido pulmonar (fibrose pulmonar). Em quantidades importantes, certas partículas, como o amianto, podem causar cancro nos fumadores.

Portugal não se afasta significativamente dos seus parceiros da União Europeia no que toca à incidência e prevalência de doenças respiratórias profissionais. No entanto, apesar de as doenças respiratórias possuírem uma elevada repercussão na qualidade de vida dos trabalhadores, existe um grupo destas doenças que se encontram subavaliadas.

De salientar que as doenças ocupacionais pulmonares podem ocorrer em várias profissões e com diferentes graus de gravidade, uma vez que vai depender da susceptibilidade do indivíduo, da intensidade da exposição, do tipo de exposição, do tipo de partículas (orgânicas, inorgânicas ou sintéticas), do seu tamanho, densidade, solubilidade e carga eléctrica. Por outro lado, a manifestação destas doenças pode ocorrer de uma forma aguda ou crónica, insidiosamente ao longo de décadas, constituindo um grupo de doenças com elevada repercussão na qualidade de vida dos trabalhadores afectados.

As várias doenças pulmonares ocupacionais
As principais doenças respiratórias ocupacionais são silicose, pulmão negro, asbestose, bronquite, beriliose, asma profissional, bissinose, exposição a gases e substâncias químicas, pneumoconiose benigna, pneumonites de hipersensibilidade, doenças infecciosas e cancro.

Contudo, entre as doenças profissionais respiratórias mais notificadas como tendo a sua origem/agravamento na actividade profissional ou no ambiente em que esta é desenvolvida, destacam-se a asma ocupacional, as pneumonites de hipersensibilidade e as pneumoconioses.

A asma profissional, que nos países industrializados é a causa mais frequente de doença ocupacional, manifesta-se por episódios de tosse, pieira e dispneia; podendo atingir, por exemplo, os padeiros, como consequência de uma exposição continuada ao pó dos cereais.

As pneumonites de hipersensibilidade, de que é exemplo a suberose que atinge os trabalhadores da indústria da cortiça, são doenças imunológicas do pulmão causadas por exposição a alergéneos orgânicos.

Já as pneumoconioses resultam da acumulação no interstício pulmonar de partículas inorgânicas (sílica, carvão, berílio, cobalto, etc.). A silicose é a doença fibrosante do pulmão com maior prevalência no mundo e atinge sobretudo trabalhadores da indústria da cerâmica, mineiros e pedreiros. Os profissionais de saúde estão, também eles, sujeitos a doenças profissionais, tendo neste contexto especial relevo a tuberculose pulmonar.

Das neoplasias pulmonares e pleurais ocupacionais realçam-se as provocadas pelas fibras de asbesto, presentes no amianto. Pelo facto de ser um excelente isolante, este material foi largamente utilizado na construção naval, civil e na indústria automóvel durante o século XX.

Reconhecer a atribuição de incapacidades
Consideram-se doenças profissionais todas aquelas cuja origem esteja relacionada com a actividade ou o ambiente em que a mesma se desenvolve.

Em Portugal, é ao Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais que compete o reconhecimento e a atribuição de incapacidades resultantes de doença profissional.

Apesar do esforço que tem vindo a ser desenvolvido no sentido de identificar determinadas doenças, nem sempre existe uma associação directa da causa/efeito.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Substâncias ilícitas
A comercialização e consumo das drogas são punidos por lei e está associada a comportamentos de risc
Droga

A história das drogas é a história da humanidade. Fizeram parte essencial da sua cultura, dos seus rituais religiosos, das suas relações humanas... evoluindo ao mesmo tempo que os homens e as mulheres que as consomem.

A amplitude do termo "droga" reflecte esta longa evolução, fazendo referência a um elevado número de substâncias com distintos efeitos sobre a percepção, o pensamento, o estado de ânimo ou as emoções, com diferente capacidade para produzir dependência e com significados diferentes para aqueles que as consomem.

Ainda há quem utilize terminologia não científica para classificar as substâncias a que chama drogas: quentes e frias; químicas e ecológicas; Leves ou pesadas; etc. No entanto, a classificação que mais se aproxima de conceitos científicos será a de Delay e Denicker: estimulantes; perturbadoras; sedativas. Outras classificações dividem as drogas em estimulantes, depressoras e alucinogénicas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo droga aplica-se a todas as substâncias que se caracterizam por:

  • Produzir alterações no equilíbrio do organismo ao serem introduzidas por diversas vias, como inalação, ingestão, injecção, etc.;
  • Provocar no indivíduo dependência física, psíquica ou ambas;
  • Conduzir o organismo à tolerância aos efeitos que produz;
  • Levar à síndroma de abstinência, quando deixam de ser consumidas.

Consumo de drogas
O consumo de drogas é um problema importante tanto do ponto de vista sanitário como social na UE e no resto do mundo. Apesar de haver uma tendência para a estabilização da maioria das formas de consumo, continuam a registar-se 6500 a 8500 mortes por ano relacionadas com a utilização destas substâncias.

O problema da droga está muito relacionado com outros problemas sociais e de saúde, por isso para que a acção contra a droga seja eficaz, é preciso contar com um leque variado de participantes e com o apoio das comunidades onde decorre. Tendo isso em conta, a União Europeia tem tomado várias medidas, entre as quais o delinear de uma estratégia europeia (Estratégia europeia em matéria de droga 2005-2012 -http://europa.eu/legislation_summaries/justice_freedom_security/combating_drugs/c22569_en.htm) que tem por objectivo proteger a saúde pública e fomentar a coesão social prevenindo e reduzindo o consumo de drogas. Centra-se em duas dimensões principais da política em matéria de droga - redução da oferta e redução da procura - e tem três temas horizontais: coordenação, cooperação e informação internacional, investigação e avaliação.

Classificação das drogas

Drogas estimulantes
Estimulam o sistema nervoso central (SNC) provocando euforia, diminuição da fadiga, aumenta o desejo sexual (libido) e reduz significativamente o apetite. Após este período de "alta” a necessidade em dormir pode aumentar desproporcionalmente, interferindo nos padrões normais de sono.

Entre as principais substâncias estimulantes (ilícitas e lícitas) encontram-se as anfetaminas, a cocaína, o crack, a cafeína e a nicotina. Todas estas substâncias são susceptíveis de abuso e dependência. Estima-se que 60 a 80 por cento dos consumidores de cocaína recorrem às anfetaminas, simultaneamente com o álcool.

Drogas depressoras
Proporcionam uma sensação de relaxe - bem-estar, alívio, controlo, tranquilidade - no SNC e diminui a percepção da dor. As substâncias depressoras incluem grande variedade de medicamentos analíticos, hipnóticos, analgésicos, etc. para além da heroína, a morfina, o ópio, ou a codeína.

Habitualmente consumidos concomitante com outras substancias, e mesmo com álcool, numa tentativa para alterar e/ou potenciar alguns dos seus efeito. Todas as drogas depressoras são potencialmente susceptíveis de abuso e dependência - física, mental e emocional.

Drogas alucinogénicas
Provocam alteração do nível da consciência, do humor, da percepção da realidade e induzem alucinações. Ou seja, estas drogas podem provocar sensações anormais de natureza predominantemente visual (ilusões e alucinações). A maioria destas drogas são adulteradas cujo fim é o lucro da venda. Podem gerar dependência psicológica, ex cannabinoides (haxixe e marijuana) e desencadear surtos psicóticos em indivíduos vulneráveis a esta substancia. São exemplo de substâncias alucinogénicas o haxixe, a marijuana, o LSD, o ecstasy, os aerossóis, os solventes ou as colas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

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