Portugal carece de equipamentos para tratamento de cancro
O Sistema Nacional de Saúde tem falta de equipamentos suficientes para responder a algumas necessidades na área oncológica, nomeadamente ao nível da medicina nuclear e da radio-oncologia, segundo peritos nomeados pelo Ministério da Saúde para actualizar a carta de equipamentos médicos pesados, avança hoje o Expresso, citado pelo Diário Digital.
Segundo a análise realizada e agora publicada, faltam quatro PET e PET-TC - máquinas que, por exemplo, produzem imagens que permitem planear tratamentos de radio-oncologia - para atingir o total de 14 dispositivos considerados necessários. Actualmente funcionam 10 dispositivos, mas apenas três em unidades do Estado.
Segundo o jornal, diagnóstico semelhante é feito para outra tecnologia utilizada em oncologia. Há necessidade de mais 15 aceleradores lineares - os mais utilizados nos tratamentos de radioterapia externa - para perfazer o conjunto de 60 equipamentos clinicamente desejáveis face ao número de doentes com cancro em Portugal.
O país tem 45, a maioria (29) nas unidades públicas.
Nos restantes equipamentos inventariados, como ressonâncias magnéticas, tomografias computorizadas ou angiógrafos, a oferta é geralmente excessiva. Ou seja, há tecnologia a mais para as necessidades de tratamento dos doentes.
Ao todo, o país tem 241 equipamentos pesados, 223 no Serviço Nacional de Saúde, com destaque para a região Norte. Além de serem excessivos, quase sempre produzem menos do que seria expectável em condições ideais.
Os peritos afirmam ainda que grande parte dos equipamentos está a terminar o seu período de vida útil. Se for considerado o prazo máximo de 12 anos, um total de 30 dispositivos terá de ser substituído durante este ano, escreve o Expresso.