Infecção bacteriana da pele
Manifesta-se através de vermelhidão, dor e edema.

A erisipela é uma infecção bacteriana da pele mas que pode numa porção mais profunda atingir o tecido subcutâneo (derme profunda e tecido gorduroso). A bactéria responsável por esta infecção é o estreptococo que entra na pele a partir de uma lesão através das gotas de saliva microscópicas, contaminadas e expelidas ao falar, tossir ou através dos espirros. Em condições normais, as bactérias não conseguem penetrar na pele.

A ferida pode ser microscópica mas os estreptococos conseguem atravessar a superfície da pele e provocar  infecção, mais frequente nas pessoas com o sistema imunitário enfraquecido, ou em diabéticos, obesos e pessoas com problemas na circulação sanguínea venosa, como insuficiência venosa crónica. Pode todavia surgir em qualquer pessoa de qualquer idade.

O tempo de incubação pode ir até oito dias, mas a progressão é rápida, podendo atingir áreas extensas em pouco tempo. Aparece geralmente nas pernas, mas pode surgir na cara, tronco e braços.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da observação da pele e dos sinais e sintomas descritos pelo doente. Podem ser realizadas análises ao sangue para avaliar a evolução da doença.

Sintomas

Esta infecção caracteriza-se por sintomas gerais e cutâneos. Ou seja, ao nível da pele o doente apresenta vermelhidão, dor e edema (inchaço) da região afectada, sendo que nos casos mais graves podem desenvolver-se feridas. Também em alguns casos pode haver a formação de bolhas e neste caso chama-se de erisipela bolhosa.

Ao nível dos sintomas gerais, o doente refere febre, arrepios, perda de apetite e mal-estar geral e, habitualmente, ocorre o aumento dos gânglios linfáticos regionais (comummente chamadas de ínguas).

Tratamento

Quando se procede ao tratamento oportuno, as manifestações cedem rapidamente. Se a infecção não for imediatamente tratada pode provocar algumas complicações. Por exemplo a formação de abcessos cutâneos, cuja cura provoca o aparecimento de cicatrizes, e a disseminação da infecção a outros órgãos e tecidos.

Habitualmente o tratamento é baseado em antibioterapia específica para a bactéria causadora, mas deve tratar-se também a origem da infecção (porta de entrada da bactéria), para evitar o retorno da doença.

Pode ser necessária a administração de medicamentos para as dores e baixar a febre. Para reduzir o edema são necessários grandes períodos de repouso, com as pernas levantadas e, se necessário, colocar ligaduras elásticas. A aplicação de compressas frias sobre as lesões pode aliviar a dor local.

Precauções

  • Tanto o próprio paciente como as outras pessoas devem evitar o contacto directo com as lesões cutâneas;
  • Convém desinfectar com água a ferver a roupa, toalhas e restantes utensílios pessoais que tenham estado em contacto com as lesões cutâneas;
  • Quando as lesões afectarem um membro, convém mantê-lo elevado, de modo a travar o avanço da inflamação;
  • Convém não coçar ou pressionar as lesões para evitar a formação de abcessos cutâneos;
  • Caso as lesões se localizem na face, deve-se suspender o barbear até uma semana após o desaparecimento dos sinais e sintomas. 

Prevenção

  • Os cuidados de higiene são fundamentais para evitar novos episódios;
  • Após a higiene, os pés devem ser bem secos principalmente no espaço entre os dedos;
  • Usar fungicidas e meias de algodão;
  • Escolher bem o calçado para evitar lesões;
  • Tratar cuidadosamente as frieiras ou ferimentos;
  • Usar meias elásticas e elevar as pernas para evitar o edema;
  • Recorrer ao médico se surgir algum sintoma.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Veja as recomendações
A degradação da cartilagem articular provoca uma deficiência da função da articulação, fundamental p
Articulações dos joelhos e pés

Os indivíduos com doenças reumáticas têm graus variados de comprometimento nas suas actividades quotidianas, resultando em limitações no seu desempenho e na baixa da auto-estima.

Na osteoartrose, por exemplo, a degradação articular é frequente. É aliás caracterizada como uma doença crónica degenerativa e não inflamatória das articulações. Logo o factor determinante da osteoartrose é o desequilíbrio entre a degradação e a regeneração articular.

A dor é o principal sintoma dos doentes com osteoartrose, com duração e intensidade variáveis. É de carácter impreciso e indefinido e ocorre no início do movimento, embora a em repouso e a dor nocturna possam surgir em estadios mais avançados da doença. À medida que a doença evolui a perda de mobilidade articular é muito frequente.

Assim, o tratamento deve ser multidisciplinar com o intuito de buscar melhora funcional e clínica. Deve incluir tratamento farmacológico como não farmacológico. Este último deve incluir exercícios terapêuticos mas também a adopção de estilo de vida saudável.

Melhore a sua função articular tendo em conta as seguintes recomendações:

1. Mantenha o peso ideal;

2. Alimente-se correctamente, com uma dieta do tipo mediterrânico, rica em vegetais e fruta, mas reduzindo as gorduras e açúcares;
 
3. Pratique exercício físico moderado com regularidade (2 a 3 vezes por semana). O exercício realizado deve estar adaptado a cada indivíduo, à idade e ao estado físico geral, bem como o articular. Se, por um lado, os condrócitos respondem bem ao estímulo mecânico e aumentam a nutrição e reparação da cartilagem, por outro, o exercício mantém a boa massa muscular;

4. Quem já tem artrose deve praticar exercício com moderação e de forma progressiva. O exercício deve sempre ser adaptado ao seu estado articular e muscular. O desporto deve ser escolhido segundo as preferências de quem o pratica, sendo que os tipos de exercício mais recomendáveis para a artrose são a natação, hidroginástica, ginástica de manutenção suave ou bicicleta;

5. No dia-a-dia, use sapatos cómodos com salto baixo e biqueira ampla;

6. Identifique e procure equilibrar defeitos posturais dos joelhos, pés e coluna vertebral, recorrendo, se necessário, à ajuda de ortóteses plantares (palmilhas) - que devem ser moldadas de acordo com o conjunto de alterações encontradas -, ou à ajuda de lentes prismáticas;

7. Adapte a sua casa e o seu local de trabalho às suas condições físicas, fazendo-o de uma forma que lhe permita adoptar posturas mais correctas com menos sobrecargas. Deve poupar, na medida do possível, as articulações, evitando transportar peso em excesso, permanecer em pé durante longos períodos de tempo ou andar prolongadamente em terreno irregular. Procure intervalar os períodos de trabalho mais intenso e repetitivo com curtos períodos de repouso, e evite actividade física intensa e desportos de risco;

8. Nas fases de crise inflamatória articular deve fazer-se repouso relativo articular, podendo ser necessários a descarga com canadiana (colocada do lado da articulação não dolorosa) ou o uso de ortóteses, por exemplo para o joelho (joelheira) ou para as articulações do polegar.

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Doença auto-imune crónica rara
O Síndrome de Sjögren é uma doença auto-imune crónica, cujo alvo principal são as células epiteliais
Olho cor de mel

Existem duas formas de Síndrome de Sjögren: a primária e a secundária. Classifica-se de Síndrome de Sjögren Primário (SSP) quando não há outra doença auto-imune concomitante. Chama-se Síndrome de Sjögren Secundário (SSS), quando ocorre associado a outras doenças auto-imunes como a Artrite Reumatóide, o Lúpus Eritematoso Sistémico, a Polimiosite, a Esclerodermia, a Tiroidite ou outras.

Pela sua natureza auto-imune e pela diversidade de órgãos que pode atingir, o Síndroma de Sjögren é classificado nas Doenças Difusas do Tecido Conjuntivo, que são um grupo de doenças reumáticas sistémicas.

Assim, o Síndroma de Sjögren Primário é uma doença crónica inflamatória na qual o sistema imunitário, que tem como função proteger-nos de ameaças exteriores, ataca e danifica órgãos e estruturas do próprio organismo.

Nesta síndroma os órgãos mais frequentemente atingidos são as glândulas exócrinas, isto é, as que secretam substâncias para o exterior (como as glândulas salivares, lacrimais e as glândulas da pele) e os órgãos em comunicação com o exterior, como a vagina e as vias respiratórias. Outras estruturas que podem ser atingidas são as articulações, os músculos, o sistema nervoso, o aparelho respiratório, o aparelho urinário e os vasos sanguíneos.

Quando o síndroma está associado a outras doenças reumáticas sistémicas, sobretudo a Artrite Reumatóide, sendo nestes casos chamado Síndroma de Sjögren Secundário (SSS).

Sintomas

A febre, perturbações do sono e a fadiga são os sintomas mais frequentes, embora os sintomas clássicos da doença sejam a secura da boca e dos olhos, devido à diminuição de produção de saliva e lágrimas.

A febre pode surgir, podendo traduzir actividade do Síndroma de Sjögren, situação em que muitas vezes coexiste anemia, emagrecimento ou quebra do estado geral. No entanto, é pouco frequente, devendo ser sempre investigada a possibilidade de existir uma infecção activa.

Por outro lado, o Síndroma de Sjögren pode apresentar-se com várias manifestações clínicas conforme o órgão que é afectado.

Manifestações orais

A secura da boca, denominada "xerostomia”, é um sintoma frequente na população geral, habitualmente causado pela diminuição da quantidade ou qualidade da saliva, mas é um sintoma habitual nos doentes com Síndroma de Sjögren.

A saliva é um fluido corporal essencial para a protecção da cavidade oral e do seu funcionamento e tem como principais funções proteger, lubrificar e limpar a mucosa oral; auxiliar a mastigação, deglutição e a fala; proteger os dentes da erosão; proteger a boca, dentes e garganta das infecções bacterianas, fúngicas ou virais e suportar e facilitar o sentido do paladar.

Se a redução da saliva se mantiver por muito tempo, surgem problemas como dificuldade na mastigação e deglutição, rápida degradação dos dentes e infecções da boca (sobretudo por fungos). Deste modo, é fundamental identificar os primeiros sinais ou sintomas de secura oral.

Manifestações oculares

A secura dos olhos, denominada "xeroftalmia”, é frequente na população, podendo ser causada por redução da produção de lágrima e por perda de lágrima por evaporação excessiva. Ambas levam a desconforto ocular, que pode ser descrito como secura, ardor, sensação de areia ou prurido. Vista cansada, sensibilidade à luz ou visão turva são também características do olho seco.

Nos doentes com Síndroma de Sjögren, a inflamação das glândulas lacrimais reduz a produção de lágrimas e altera a sua constituição, originando secura dos olhos. Em pessoas com olho seco, surgem áreas de reduzida espessura do filme lacrimal, e assim as lágrimas já não protegem nem suportam a saúde das células da superfície ocular.

As lágrimas são importantes porque fornecem nutrientes e suportam as células da córnea (a estrutura transparente na parte anterior do olho), lubrificam a superfície ocular, e protegem das infecções a superfície exposta do olho. A visão nítida também depende da distribuição regular das lágrimas sobre a superfície do olho.

Manifestações cutâneas

No Síndroma de Sjögren este tipo de manifestações podem estar relacionadas com o envolvimento das glândulas sebáceas da pele, originando Xerose ou Xeroderma (pele seca) em 20 a 60 por cento dos doentes, o que se traduz em prurido comichão, descamação e alterações da pigmentação.

O envolvimento dos vasos da pele atinge 20 a 30 por cento dos doentes e pode ser de natureza inflamatória, com vasculite, púrpura palpável, petéquias ( pequenas hemorragias que ocorrem nos pequenos vasos sanguíneos)e urticária crónica ou nódulos subcutâneos.

Têm sido relatados alguns casos de alopécia (falta de cabelo) e em 20 a 35 por cento dos casos com esta doença aparece o fenómeno de Raynaud (os dedos ficam brancos quando expostos ao frio ou em situações de stress), podendo preceder vários anos a instalação do Síndrome de Sjögren.

Manifestações do aparelho urinário

O envolvimento renal é pouco frequente, sendo típica a nefrite intersticial (inflamação da zona onde se realiza o equilíbrio da concentração e conteúdo da urina), que resulta em alterações na constituição do sangue. Pode também ocorrer glomerulonefrite (inflamação das estruturas onde o rim "filtra” o sangue), levando a perda de proteínas, edemas das extremidades e aumento da pressão arterial.

As situações mais comuns são a acidose tubular renal distal e a nefrite intersticial. Estas lesões podem conduzir a litiase renal (cálculos no rim) e diminuição da função renal.

Manifestações respiratórias

O envolvimento do aparelho respiratório pode ocorrer sob a forma de tosse seca (por secura da traqueia e grandes brônquios), síndroma obstrutivo semelhante à asma e à bronquite crónica (por inflamação dos pequenos brônquios) ou inflamação do tecido pulmonar alveolar (onde ocorrem as trocas gasosas) e intersticial (onde se localizam as pequenas veias e artérias pulmonares) com dificuldade respiratória e intolerância aos esforços.

Manifestações genitais

A secura vaginal pode originar dificuldades nas relações sexuais, provocando dor e ardor (disparêunia). Contudo, de referir que estes sintomas são comuns a outras causas, por exemplo frequentes nas mulheres pós menopausa.

Manifestações hematológicas

Podem surgir diversas manifestações, tais como anemia de doenças crónicas ou auto-imune (por destruição de glóbulos vermelhos provocada por anticorpos), trombocitopenia auto-imune (por destruição de plaquetas) ou leucopenia (baixa do número de glóbulos brancos).

Os doentes com Síndroma de Sjögren têm um risco aumentado de desenvolver linfoma, mas tal evolução é rara. Em associação com o linfoma pode surgir anemia aplástica e síndroma mielodisplásico.

Manifestações do aparelho digestivo

São queixas comuns e traduzem-se em disfagia (dificuldade na deglutição), devido à secura das mucosas faringea e esofágica, bem como a alterações da motilidade esofágica, náuseas ou dispepsia.

Manifestações Sistémicas

São manifestações causadas pela extensão do processo inflamatório a estruturas não-glandulares, pela acção de linfócitos (um tipo de glóbulos brancos) e moléculas associadas ao sistema imunitário (anticorpos, citocinas e factores do complemento).

Globalmente, são pouco frequentes, estimando-se que surjam em cerca de 25 por cento dos doentes. Não se consegue prever se uma determinada pessoa irá ser afectada por este tipo de manifestações, nem em que altura, embora se saiba que o risco é maior em pessoas que demonstrem sinais de doença mais "activa” – aumento das glândulas salivares, marcadores de inflamação elevados, altos níveis de imunoglobulinas, ocorrência prévia de envolvimento extra-glandular ou anticorpos típicos da doença.

Pode ocorrer inflamação articular, denominada artrite, que se caracteriza pela presença de dor predominante em repouso, com rigidez articular matinal e após períodos de imobilização, e tumefacção (inchaço) das articulações.

A inflamação dos músculos (miosite) é rara, e manifesta-se por diminuição progressiva da força muscular, que deve ser distinguida da fadiga (na qual não há evidência de inflamação muscular).

Diagnóstico

O Síndroma de Sjögren é uma doença relativamente difícil de diagnosticar, uma vez que as manifestações mais frequentes – secura oral e ocular, entre outras – não são específicas e podem ocorrer em pessoas com outras doenças reumáticas ou sob determinadas terapêuticas, e podem evoluir lentamente, não alertando o doente ou o médico para a possibilidade de existir uma doença responsável pelas queixas.

Assim, o diagnóstico do Síndroma de Sjögren baseia-se fundamentalmente nos dados clínicos do doente, conjugados com resultados de exames laboratoriais, imagiológicos e histológicos. No Síndroma de Sjögren as análises clínicas têm um papel fundamental no diagnóstico e na vigilância da actividade da doença ou do aparecimento de complicações.

Sendo a xerostomia, um dos principais sintomas da doença é necessário um exame físico, um estudo funcional e uma avaliação estrutural das glândulas salivares. Estas são examinadas quanto à presença de dor, induração ou aumento de tamanho. É avaliada a presença ou ausência de saliva na boca, a presença de inflamações da mucosa oral, labial ou da língua, e a presença e extensão de cáries dentárias. O estudo funcional das glândulas salivares serve para medir a quantidade de saliva produzida num determinado período de tempo.

Os mesmos critérios de diagnóstico são tidos em conta para fornecer informação quanto à presença de olho seco, nomeadamente a redução da quantidade de lágrima que se acumula na margem da pálpebra inferior ou o aspecto pouco brilhante e irregular da superfície do olho.

Se se suspeitar de envolvimento de órgãos extra-glandulares devem ser pedidos exames complementares. Servem sobretudo para confirmar a sua presença e avaliar a gravidade.

Tratamento

Embora não haja cura para esta doença, há tratamentos que aliviam os sintomas e previnem as complicações decorrentes da secura das mucosas. Dependendo dos órgãos envolvidos diversos tratamentos estão indicados.

Cuidados

Olhos

Uso de lágrimas artificiais de acordo com as necessidades, que devem ter características ajustadas ao padrão de secura e tipo de lágrimas que ainda são produzidas (há variadas marcas comerciais).

Quando surge congestão ou outros sinais inflamatórios oculares deve ser observado por um especialista, para detecção precoce de eventuais lesões que, se não forem tratadas, podem ter consequências graves.

Boca

Molhar a boca com água frequentemente. Estimular a secreção salivar através de chicletes e rebuçados sem açúcar ou saliva artificial em spray ou pastilhas. Atenção à ocorrência de infecções fúngicas na boca e ao desenvolvimento de cáries, que devem ser tratadas precocemente.

Outros órgãos

Para os lábios secos, usar batons hidratantes. Para a secura nasal, usar spray de água salina. Para a pele seca, usar loções e cremes hidratantes. Para a secura vaginal usar gel ou creme lubrificante.

Síndrome de Raynaud

Evitar a exposição ao frio e o stress físico e psicológico. Os bloqueadores dos canais de cálcio podem melhorar os sintomas.

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Doença auto-imune
A esclerodermia é uma doença crónica caracterizada por alterações degenerativas e endurecimento dos
Palmas das mãos

A esclerodermia ou esclerose sistémica é uma doença reumática crónica caracterizada por alterações vasculares, produção de anticorpos dirigidos contra partes do próprios corpo (auto-anticorpos) e aumento da produção de tecido fibroso quer na pele, quer em órgãos internos do corpo. Caracteriza-se por endurecimento da pele, que se torna espessada, lisa e sem elasticidade.

Existem diferentes tipos de esclerodermia, a que acomete somente a pele e outra que atinge a pele, vasos sanguíneos e órgãos internos.

A esclerodermia pode ocorrer em qualquer idade, mas o grupo etário entre os 25 anos e os 55 anos é o mais frequentemente envolvido. As mulheres são cerca de 3 a 4 vezes mais atingidas que os homens.

Apesar de se desconhecer a real prevalência da doença, esta está estimada em cerca de 250 doentes por milhão de habitantes. Assim, podemos estimar que existirão em Portugal cerca de 2500 doentes. No entanto, estes valores poderão estar aquém da realidade, pois muitos casos, devido às queixas malogradas, são de diagnóstico inicial difícil.

Esta doença não é contagiosa nem hereditária, mas a sua causa é desconhecida. Contudo, sabe-se que existem três factores principais que participam nos mecanismos da doença:

a) uma alteração dos vasos sanguíneos, nomeadamente uma provável lesão inicial da sua camada interna (endotélio);
b) uma resposta imunológica com produção de auto-anticorpos;
c) um aumento da produção de colagénio, uma proteína constituinte do tecido conjuntivo presente na pele e em todos os órgãos do corpo humano.

Diferentes esclerodermias

Esclerodermia Localizada

Trata-se de um envolvimento focal da pele e, por vezes, dos músculos. Geralmente, não é acompanhada pelas alterações sistémicas de envolvimento de órgão ou de alterações imunológicas significativas.

Esclerodermia Sistémica ou Esclerose Sistémica

Pode afectar o tecido conjuntivo em várias partes do corpo. Os órgãos mais afectados são: a pele, o intestino, os pulmões e os rins. A fibrose afecta, nos casos mais evoluídos, a função destes órgãos e, em casos mais graves de envolvimento pulmonar ou renal, pode ser mortal.

Forma Cutânea Limitada (inclui o Síndrome CREST)

Designa-se assim porque a pele é atingida apenas na zona dos dedos, mãos e face. O tronco, os braços e coxas, são poupados. A evolução da esclerodermia é geralmente lenta e os doentes podem apresentar uma história de Fenómeno de Raynaud com vários anos de duração, antes serem detectados outros sinais ou sintomas da doença. Alguns trabalhos sugerem que a Hipertensão Pulmonar poderá ser mais frequente neste subgrupo da doença. Se a esclerodermia localizada se associar a calcinose (calcificações) cutânea, Fenómeno de Raynaud, dificuldade na deglutição (por envolvimento dos músculos do esófago) e telangiectasias (dilatações vasculares na pele), designa-se de Síndrome CREST.

Forma Cutânea Difusa

A pele envolvida engloba também as zonas "centrais do corpo”. A progressão é geralmente mais rápida e o Fenómeno de Raynaud tem o seu aparecimento simultâneo com outras manifestações da doença. A crise renal (hipertensão grave e insuficiência da função renal) e a fibrose pulmonar parecem ser mais frequentes neste subgrupo de doentes. O diagnóstico de esclerodermia é feito essencialmente pelo quadro clínico, com os seus sintomas e sinais sugestivos, a que se juntam alguns exames complementares de diagnóstico, que podem confirmar a suspeita clínica.

Diagnóstico

Após o diagnóstico de esclerodermia, o doente deve ser seguido pelo médico assistente, no sentido de avaliar potenciais complicações ou evolução da doença.

A observação clínica e os exames complementares devem ser executados com a periodicidade que cada caso obriga, atendendo às características da doença e à intensidade da terapêutica.

É muito importante manter esta avaliação regular, para evitar que os meios terapêuticos disponíveis só sejam utilizados já em casos muito evoluídos, onde a sua eficácia tem menor capacidade. Um diagnóstico precoce da doença e das suas complicações possibilita um aumento da esperança de vida do doente e uma vida com melhor qualidade.

Sintomas

A esclerodermia pode manifestar-se por mais de uma forma. Os tipos que apresentam somente alterações cutâneas recebem denominações de acordo com o formato e extensão das lesões.

As lesões formam áreas de pele endurecida, de superfície lisa, sem pêlos e cor de marfim. Localizam-se no tronco, nos membros superiores ou nos membros inferiores. O endurecimento progressivo da pele pode levar à dificuldade de realizar movimentos simples, como fechar as mãos ou dobrar os braços.

O tipo que acomete a pele e órgãos internos é conhecido como Esclerose Sistémica Progressiva. Além do endurecimento difuso da pele ocorrem alterações dos vasos sanguíneos, dos músculos, das articulações, do aparelho gastrintestinal, do coração, dos pulmões e dos rins.

Uma manifestação clínica bastante característica desse tipo é a coloração violácea que ocorre nas mãos e nos pés, devido a diminuição da irrigação sanguínea, conhecida como Fenómeno de Raynaud.

Tratamento

Não existe nenhum tratamento global da Esclerose Sistémica. Cada terapêutica deve ser instituída individualmente, dirigindo-se aos sintomas e ao tipo de órgão envolvido em cada doente.

Devem ser tidas em conta medidas gerais de boa qualidade de vida (nutrição, exercício, abandono de hábitos tabágicos, etc.), um programa específico de exercícios / medicina física e reabilitação, apoio psicológico e medidas de protecção da pele e articulações. São utilizados diferentes tipos de medicamentos: uns para aliviar os sintomas (medicamentos sintomáticos), terapêutica imunomodeladora, anti-hipertensores ou medicamentos vaso-activos.

O tratamento das formas restritas à pele é realizado com a aplicação de medicamentos locais através de massagens ou infiltrações. Nas formas que apresentam deformidades é importante a fisioterapia para evitar o comprometimento dos movimentos. Nas formas generalizadas são necessários medicamentos orais.

A Esclerose Sistémica Progressiva é geralmente tratada pelo reumatologista ou clínico geral. Devido ao envolvimento de órgãos internos, são empregados medicamentos de uso interno, que podem acarretar efeitos colaterais importantes e que exigem um médico com experiência na sua utilização.

Para evitar o Fenómeno de Raynaud devem manter-se as extremidades aquecidas com luvas e meias e evitar lavar as mãos com água fria.

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A missão de Paulo Macedo não é fácil, mas é justificada. A Saúde - desde que salvaguardadas as condições mínimas de acesso e qualidade do serviço público e os seus deveres -, não pode ser uma excepção no esforço de racionalização da despesa do Estado. E cortar apenas no que está fora do sistema, como as rendas na indústria farmacêutica, infelizmente, não chega. Implica que se combatam os excessos, que se evite o desperdício, que se melhore a produtividade.

Paulo Macedo vai, por isso, chocar com uma classe que não parece disposta a perder autonomia nas decisões e prescrições ou a sujeitar-se a avaliações que podem colocar em causa os seus prémios e progressões de carreira. Será mais um tratamento de choque que Paulo Macedo aplica agora no próprio sistema. Mas talvez essa seja a melhor forma de garantir a sua eficácia.

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Esta é mais uma investigação relacionada com fraudes no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Só relacionadas com fraudes com medicamentos estão neste momento em curso 16 investigações e há um processo com 18 arguidos com julgamento marcado para o próximo dia 19.

No início de Janeiro, após a última operação deste tipo, quando as autoridades detiveram mais de uma dezena de pessoas, o Ministério da Saúde revelou que, nos últimos três anos, foram encaminhados para o Ministério Público, para a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e para a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) 198 processos por suspeitas de fraudes no SNS.

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O diagnóstico foi feito há três anos e, durante o tratamento, em Dezembro de 2013, Deryn contraiu outra doença que atacava o seu sistema imunológico debilitado pelos dois tipos de cancro.

Foi então que Deryn ouviu dos médicos que morreria antes do Ano Novo. O adolescente foi para uma casa de repouso para pacientes terminais, onde se preparou, juntamente com a família, para o pior.

«Ele tinha aceitado e nós tínhamos aceitado. Deryn até pediu para conhecer o quarto onde ficavam os corpos para saber para onde seria levado quando morresse», disse a sua mãe, Callie Blackwell, à BBC.

Sabendo que não teria muito tempo de vida, o rapaz escreveu uma lista das coisas que gostaria de fazer.

Assim, conheceu celebridades, andou em carros velozes e até experimentou uma bebida alcoólica pela primeira vez.

Deryn também planeou o seu funeral e o destino que teriam suas cinzas: parte seria colocada em fogos de artifício, outra parte num canhão e a terceira parte seria atirada de uma montanha na Grécia.

Mas o seu corpo começou, inexplicavelmente, a lutar contra as infecções e a produzir hemácias - células vermelhas do sangue - saudáveis novamente.

«Os médicos não sabem explicar, nem conseguem dar-nos uma ideia do que pode acontecer nas próximas semanas», afirmou Callie Blackwell. «No início foi difícil passar da aceitação de que iria perder o meu filho e não o ver crescer para de repente pensar ´na verdade, talvez veja`», contou.

O rapaz, que chegou a precisar de tomar 35 medicamentos diferentes por dia, agora toma apenas um.

Deryn saiu da casa de repouso e frequenta agora uma academia para melhorar a sua resistência física.

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Os casos de gripe e o mau tempo que se tem registado em Portugal estão a contribuir para uma diminuição das dádivas de sangue.

Segundo Gracinda de Sousa, do conselho directivo do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), não há uma situação de carência nas reservas de sangue que motive um verdadeiro apelo à dádiva.

No entanto, os casos de gripe em Janeiro e Fevereiro, associados ao mau tempo, estão a fazer com que as dádivas baixem ou sejam adiadas.

Além dos doentes, que não se podem deslocar para dar sangue, há ainda casos de pessoas em situação pré ou pós gripal que, na triagem médica ao dador, não são aprovadas para as dádivas.

As tempestades dos últimos dias estão também a cancelar ou a adiar dádivas ou colheitas de sangue por dificuldade em aceder a alguns locais.

Aproveitando o Dia Mundial do Doente, que se assinalou ontem, a responsável do IPST pediu aos dadores, sobretudo aos 0 (zero) e A negativos que doem sangue, caso estejam em condições de o fazer.

"Sabemos como o sangue é tão importante para os cuidados de saúde que são prestados ao doente. Queremos agradecer aos dadores e dizer que não se esqueçam [de fazer dádiva], sobretudo os 0 e A negativos, que são os que sentem mais reflexo quando há reduções de dádiva", declarou Gracinda de Sousa.

A dirigente do IPST frisa que não há problemas nas reservas de sangue em Portugal, que se encontram "razoavelmente bem", apesar destas reduções de dádivas.

Ministério da Saúde
O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde afirmou ontem, em Coimbra, que o Ministério da Saúde quer reforçar o apoio...

"Queremos mais residências a dar mais apoio para resolver o problema da institucionalização prolongada e uma maior prevenção e antecipação de problemas de saúde mental", defendeu Fernando Leal da Costa, à margem de uma visita ao serviço de Psiquiatria do Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC).

Segundo o secretário de Estado, é "absolutamente necessário" o desenvolvimento de unidades de cuidados continuados para "prosseguir o Programa de Saúde Mental", pretendendo um programa com "um carácter comunitário e sócio-terapêutico".

Apesar de admitir que "as verbas são sempre insuficientes", o secretário de Estado afirmou que o Ministério pretende dar "uma atenção redobrada à saúde mental nos próximos dois anos", tendo um acréscimo de verbas, não especificando quanto.

A reforma na saúde mental tem sofrido algumas críticas, tendo o psiquiatra Afonso de Albuquerque considerado, em 2013, que as actuais reformas na saúde mental têm como "efeito perverso final" o "aumento real" da discriminação dos doentes e "crescentes dificuldades" no tratamento dos doentes mais graves.

Em 2014, o Governo pretende também que o Programa de Saúde Mental consolide "os projectos piloto" de intervenção comunitária, numa ligação entre médicos especialistas e médicos de clínica geral nos centros de saúde.

Foi em torno desses mesmos projectos que foi assinado, entre a Administração Regional da Saúde do Centro, o Ministério da Saúde e o CHUC, um protocolo para uma formalização e reforço da psiquiatria comunitária.

Esse mesmo protocolo prevê um acompanhamento dos doentes, através de uma ligação entre médicos de clínica geral nos centros de saúde de 11 concelhos da região Centro e médicos especialistas, nomeadamente psiquiatras, do CHUC, explicou António Reis Marques, director do Serviço de Psiquiatria desse mesmo centro hospitalar.

O protocolo prevê "uma facilitação do acesso dos doentes aos cuidados de saúde mental", mantendo as pessoas "junto das suas famílias e dos seus locais de trabalho", de forma "a não serem doentes para sempre", disse.

A psiquiatria, segundo Reis Marques, "era uma especialidade médica escondida e longe dos hospitais", procurando, com este protocolo, um melhor acompanhamento dos doentes, a partir de uma deslocação dos médicos especialistas aos centros de saúde, quando necessária.

Desta forma, os doentes "não são estigmatizados nem isolados", permitindo um "apoio local". 

Hospital da Luz investe
O Hospital da Luz vai duplicar a sua área nos próximos quatro anos e criar um centro de formação, num investimento que rondará...

Isabel Vaz falava à margem da apresentação do congresso médico internacional e multidisciplinar Leaping Forward, organizado pelo grupo e que decorrerá entre quinta-feira e quarta-feira [13 e 14 de Fevereiro], em Lisboa.

A administradora disse que o aumento do hospital poderá registar-se através do crescimento do edifício -- prémio Valmor de Arquitectura em 2011 -- em altura, ou através da ocupação de terrenos que já pertencem ao grupo e são adjacentes ao hospital, situado na zona de Benfica, em Lisboa.

Este aumento, agora dependente da alteração do Plano Director Municipal (PDM), deverá custar entre 70 a 90 milhões de euros e será uma resposta ao aumento “cada vez maior” da procura desta unidade de saúde privada.

Consumo mundial triplicou
É consensual que a ingestão excessiva de açúcar é prejudicial para a saúde. Porém, o que poucos sabem é que alimentos que...

Segundo uma pesquisa realizada por cientistas americanos e publicada em 2012, o consumo mundial do açúcar triplicou nos últimos 50 anos e está ligado a inúmeras doenças, como obesidade, diabetes e cancro.

Uma nova campanha da Organização Não-Governamental Action on Sugar elaborou uma lista em que figuram alguns alimentos que «escondem» grandes quantidades de açúcar.

O objectivo, além de sensibilizar o público, é pressionar os fabricantes a reduzir a quantidade do subproduto da cana.

 

Conheça cinco desses alimentos:

1 - Alimentos com 0% de gordura

Alimentos com 0% de gordura não possuem, necessariamente, 0% de açúcar. Este é o caso dos iogurtes. Nesses alimentos, o açúcar normalmente é adicionado para dar sabor e cremosidade ao produto quando a gordura é removida.

Um iogurte de 150 gramas com 0% de gordura pode ter, por exemplo, até 20 gramas de açúcar - o equivalente a cinco colheres de chá, alerta a Action on Sugar.

Esse valor equivale a metade da quantidade diária de açúcar recomendada para mulheres, que é de 50 gramas. Nos homens, a taxa diária é um pouco superior, de 70 gramas. “O problema é que as pessoas que compram comida com 0% de gordura querem consumir um alimento com um gosto semelhante ao de 100% de gordura”, afirma a nutricionista Sarah Schenker. “Para adequar os produtos ao paladar dos clientes, os fabricantes adicionam açúcar quando a gordura é retirada. Se as pessoas querem alimentos mais saudáveis, precisam de aceitar que eles tenham uma aparência e um gosto um pouco diferente”, acrescenta Schenker.

2 - Polpa de tomate

Polpa de tomate feita a partir de tomate fresco possui inúmeros nutrientes, mas aquela comprada em supermercado, normalmente enlatadas, podem estar cheias de açúcar.

O ingrediente é normalmente adicionado para que a polpa fique menos ácida. Um terço de uma lata de 150 gramas, por exemplo, pode ter até 13 gramas de açúcar, valor equivalente a três colheres de chá.

3 - Maionese

Produtos que contenham maionese são inimigos de quem quer combater o consumo excessivo de açúcar. Uma colher pode conter até quatro gramas do ingrediente.

“Molhos, em geral, contêm grandes quantidades de açúcar”, afirma Schenker.

4 - Água

Depende do tipo. Alguns tipos de «águas vitaminadas» têm adição de açúcar. Um copo de 500 ml de algumas marcas pode conter até 15 gramas de açúcar, o equivalente a cerca de quatro colheres de chá, diz a Action on Sugar.

5 - Pão

O pão é um dos alimentos que mais “escondem” açúcar, destaca a ONG. Uma fatia de pão processado pode ter, em média, até três gramas de açúcar. O açúcar presente no pão, aliás, é normalmente formado no processo natural de fermentação, mas também pode ser adicionado durante o fabrico do alimento. “Não é porque o alimento é salgado que ele tem baixo teor de açúcar”, lembra Schenker.

Prémio Arrisca C vai para o projecto COOLdent
O Prémio Arrisca C 2013 patrocinado pela a2b e pela Bluepharma para a melhor ideia de negócio na área da saúde foi atribuído ao...

A equipa de promotores do COOLdent, que venceu entre 30 outras ideias de negócio a concurso, é composta por Ângela Guimarães, Andreia Silva, Ricardo Machado e Vanessa Simões, todos enfermeiros, recém-diplomados pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. O prémio consiste no capital inicial de 5 mil euros para a constituição da empresa e no aconselhamento e acompanhamento do plano de negócios.

De acordo com os promotores, o projecto COOLdent nasceu de uma necessidade identificada nos estágios que realizaram enquanto estudantes de Enfermagem em Centros de Saúde. Durante esse período, verificaram que a grande maioria da população sofria de cáries dentárias mas apenas se deslocava ao dentista numa fase já avançada da doença. Depois de introduzido no mercado, o COOLdent permitirá a qualquer pessoa detetar de forma simples, rápida e a baixo custo as cáries dentárias e evitar assim o seu desenvolvimento e impacto.

A cerimónia de entrega do Prémio Arrisca C 2013 pela Bluepharma e a2b para a melhor ideia de negócio na área da saúde ocorreu no Museu da Ciência (Laboratório Chimico), em Coimbra, com presença do Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves.

A Bluepharma co-patrocina os prémios do Concurso de Ideias, Planos de Negócio e Provas de Conceito Arrisca C 2013, seguindo a sua missão de investimento em I&D e que determinou o envolvimento por duas vias neste projecto: através do apoio da própria Bluepharma, bem como através da a2b, empresa detida por três administradores da Bluepharma, dedicada a apoiar projectos de base tecnológica em fases seed e start-up.

O prémio Arrisca C visa estimular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspectiva a criação de novas empresas, através de um concurso onde podem ser apresentadas ideias ou planos de negócio que desejem candidatar-se a fundos e a formação.

Os candidatos podem concorrer de forma individual ou colectiva, em equipas até cinco promotores, em que pelo menos um dos promotores seja estudante ou recém-diplomado há menos cinco anos de qualquer Instituição de Ensino Superior do país.

 

Sobre a a2b – “Angels to Business”

A a2b SGPS, fundada em 2010 é uma sociedade de Business Angels focada em apoiar projectos de base tecnológicos, internacionalizáveis, em fases seed e start-up, contribuindo com meio financeiros e sobretudo com experiência e conhecimento. A missão da a2b é proporcionar o acesso ao financiamento a empresas, permitindo o seu arranque, lançamento de novos produtos, acréscimo de capacidade produtiva inovadora e transformação de conhecimento em produtos rentáveis.

A a2b tem estado envolvida em actividades de promoção da sua própria actividade, preparando-se agora para, no primeiro semestre de 2012, o arranque das suas primeiras empresas participadas.

 

Sobre a Bluepharma

A Bluepharma S.A iniciou actividade em Fevereiro de 2001, através da aquisição da unidade fabril da Bayer, localizada em Coimbra. É uma empresa do sector da Indústria Farmacêutica de capital exclusivamente nacional, cuja Administração é constituída por um grupo de profissionais ligados à área da saúde.

São três as áreas de actividade da Bluepharma: produção de medicamentos para outras companhias; produção e comercialização de medicamentos genéricos próprios; prestação de serviços na área de investigação, desenvolvimento e registo de novos medicamentos.

Relatório IMS Institute for Healthcare Informatics
Menos de metade das principais farmacêuticas marca presença activa nas redes sociais, revela o último relatório da IMS...

As empresas, sensíveis à crescente importância da tecnologia na comunicação, utilizam as redes sociais com o objectivo de criar um relacionamento mais próximo com os utentes e com o público em geral. É a falta de regulamentação que leva as companhias a não se aventurarem mais nestes canais, havendo ainda um longo caminho a percorrer no sector.

Actualmente as redes sociais assumem um papel fundamental e transversal a todos os sectores. A área da Saúde, apesar de mais limitada, não foge à regra. Verifica-se uma maior influência destes canais no envolvimento e no comportamento do doente, sobretudo através da forte adesão à tecnologia móvel por parte dos próprios doentes.

O relatório da IMS Institute revela ainda que das 23 farmacêuticas do Top 50 que utilizam as redes sociais na sua estratégia de negócio, apenas dez utilizam em simultâneo os três maiores canais, Facebook, Twitter e YouTube, para assuntos de saúde.

As pequenas farmacêuticas focadas em terapêuticas específicas e as empresas com medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSR) são as que apresentam um maior envolvimento dos doentes através das redes sociais.

Como forma de analisar o comportamento dos consumidores nos três canais - Facebook, Twitter e YouTube, a IMS Institute criou um índice que mede o envolvimento das Social Media, através do alcance dos conteúdos, da relevância da mensagem e do nível de interacção em torno de um determinado tema - IMS Health Social Media Engagement Index.

Os dados do índice revelam que, no sector da saúde, são as entidades reguladoras que mais utilizam as redes sociais para comunicarem para um público mais amplo. A Food Drug and Administration (FDA), que tem uma presença particularmente forte no Facebook, destaca-se no social media engagement e apresenta a maior pontuação do índice a nível de relacionamento. Por sua vez a Agência Europeia de Medicamentos mantém o feed do Twitter com uma das pontuações mais altas do índice a nível de alcance, logo depois da FDA. O envolvimento directo dos reguladores em discussões de saúde online revela uma real percepção da importância de estabelecer uma presença nas redes sociais, por parte destas entidades.

Outra análise do relatório mostra que a Wikipedia é a fonte de informação mais procurada quando se tratam de temas da saúde. Em 2013, as Top 100 páginas da Wikipedia sobre assuntos de saúde foram acedidas 1,9 milhões de vezes, sendo as doenças raras o tema mais procurado.

O relatório completo encontra-se disponível em www.theimsinstitute.org. Pode, igualmente, fazer o download para Ipad e aceder a uma versão interactiva do estudo em https://itunes.apple.com/us/app/ims-institute/id625347542.

Dia 14 de Fevereiro: Dia Nacional do Doente Coronário
A fibrilhação auricular, a alteração mais comum do ritmo cardíaco responsável por 20% dos AVC’s, é mais frequente em doentes...

A fibrilhação auricular é uma arritmia, ou seja, uma perturbação do ritmo cardíaco, que se caracteriza por batimentos irregulares do coração, impedindo que o sangue seja bombeado correctamente, o que pode originar a formação de coágulos dentro do próprio coração. Estima-se que em Portugal existam cerca de 180 mil pessoas com esta arritmia, um número com tendência a aumentar com o envelhecimento da população.

“A fibrilhação auricular é mais comum em pessoas com doença coronária e é a causa de 20% dos AVC’s registados mundialmente. Esta é a doença do ritmo cardíaco mais frequente em todo o mundo”, explica José Ferreira Santos, cardiologista no Hospital de Santiago.

Ministério da Saúde assinala
Secretários de Estado assinalam o Dia Mundial do Doente, com participação em assinatura de protocolo em Coimbra e visita ao...

O Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, desloca-se a Coimbra, para presidir à assinatura de um protocolo de colaboração, no âmbito da Saúde Mental, entre a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde estará presente na sede da ARSC, na celebração do protocolo de colaboração entre este instituto público e o CHUC para o funcionamento das Unidades de Saúde Mental Comunitárias Litoral Norte e Pinhal Interior I e II. Mais tarde, Fernando Leal da Costa visita o Serviço de Psiquiatria do CHUC.

Também o Secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, assinala o Dia do Doente, com uma visita ao Hospital do Espírito Santo de Évora, numa acção conjunta com a Liga de Amigos do Hospital.

Cancro
Uma investigação norte-americana traz nova esperança no combate ao cancro com elevadas doses de vitamina C administradas de...

Uma investigação norte-americana demonstrou que elevadas doses de vitamina C, administradas de forma intravenosa, em conjunto com a quimioterapia tradicional, conseguem combater as células cancerígenas, em ratinhos, e reduzem os efeitos secundários e tóxicos da quimioterapia em humanos.

A equipa do Centro Medico da Universidade do Kansas (EUA) testou a terapia em células, animais e humanos e confirmou que esta combinação, de vitamina C injectável com quimioterapia, impede o crescimento de determinados cancros, como o dos ovários. Os resultados da investigação foram publicados este mês no jornal Science Translational Medicine.

Em comunicado de imprensa, Qi Chen, a investigadora sénior da equipa, explica que desde os anos 1970 que se tenta provar a eficácia da vitamina C no tratamento desta doença. “No entanto, após o insucesso de dois testes clínicos que recorreram a vitamina C administrada de forma oral, a ideia foi abandonada”, diz a cientista.

Mas os investigadores do Kansas sentiram que havia potencial a explorar e avançaram com novos testes. "O que descobrirmos foi que, de facto, a Vitamina C, quando administrada de forma intravenosa e não na sua forma oral, consegue destruir algumas células cancerígenas, sem afectar os tecidos saudáveis”, diz Qi Chen, professora assistente do Departamento de Farmacologia, Toxicologia e Terapêutica da universidade.

Médico do hospital de Portimão desenvolve
Um tratamento não invasivo para a otite serosa com recurso a um dispositivo acoplado a um boneco de peluche está a permitir que...

O médico Armin Bidarian Moniri, que criou o dispositivo acoplado a um boneco de peluche está a permitir que dezenas de criança sejam tratadas à otite serosa sem recurso à cirurgia, disse que desde que começaram os primeiros estudos, no serviço de Otorrinolaringologia do hospital de Portimão, entre 2010 e 2011, já houve cerca de uma centena de crianças que evitaram a cirurgia. Foi neste hospital que o dispositivo foi inteiramente desenvolvido. Segundo o médico, o equipamento reduz 80% das cirurgias.

“A maior parte destas crianças ficam a ouvir melhor apenas passadas duas a quatro semanas de tratamento”, afirmou, explicando que o tratamento é baseado em manobras também usadas por pilotos e mergulhadores, como exalar forçadamente com a boca fechada e o nariz tapado.

O dispositivo consiste numa máscara com um tubo acoplados a um boneco de peluche, que tem um balão que se enche de ar quando se tenta expirar e ainda uma bomba, que pode ser accionada por um adulto se a criança ainda for demasiado pequena para conseguir soprar.

Segundo Armin Moniri, a diferença entre a otite aguda e a otite serosa é que esta é assintomática, habitualmente não causa febre e caracteriza-se pela presença de líquido no ouvido, o que pode causar dificuldades de audição, muitas vezes difíceis de detectar pelos pais. “A membrana timpânica tem que ter mobilidade normal para termos audição normal e o líquido lá dentro impede este movimento normal e a criança fica com falta de audição”, observou.

De acordo com médico do Serviço de Otorrinolaringologia no Centro Hospitalar do Algarve, apesar de a cirurgia nestes casos ser relativamente simples, implica sempre anestesia geral e ainda o risco de perfuração permanente da membrana timpânica, o que pode obrigar a nova cirurgia.

O médico Armin Moniri, sueco de origem persa, formado em Medicina pela Universidade de Bergen, na Noruega, é o criador do dispositivo para o tratamento da otite seromucosa em crianças, já patenteado por si e que até ao verão deverá começar a ser comercializado. Com 39 anos, o médico e professor convidado do curso de Medicina da Universidade do Algarve, foi galardoado em Janeiro pela Rainha da Suécia pela sua investigação, que é também um dos temas do doutoramento iniciado na Suécia: “Apneia do Sono em adultos e otite seromucosa em crianças”.

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