Pela fundação portuguesa do pulmão
A Fundação Portuguesa do Pulmão organiza, pelo 2º ano consecutivo, o concurso “Respira Livremente, Defende os teus Pulmões”,...

O projecto “Respira Livremente, Defende os teus Pulmões” visa premiar os melhores trabalhos desenvolvidos no âmbito da Defesa da Qualidade do Ar que Respiramos e Combate ao Tabagismo e conta com o apoio institucional da Direcção Geral da Educação, da Direcção Geral da Saúde e da Praxair Portugal Gases, S.A. Através da criatividade, pretende sensibilizar as camadas mais jovens para a importância do tema. Através das artes visuais, tecnologias de Informação e comunicação e expressão musical, os alunos do 1º, 2º e 3º ciclos e Ensino Secundário e profissional devem desenvolver trabalhos que vão ser, posteriormente, avaliados segundo critérios de originalidade, apresentação, estrutura e criatividade.

O 1º classificado de cada ciclo recebe um cheque-prenda de 300€, apoio financeiro concedido pelo Montepio Geral.

Na edição passada a FPP recebeu 62 trabalhos de 39 escolas envolvendo 320 alunos de todo o País. Este ano, Teles de Araújo, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP), espera chegar a um maior número de escolas e alunos e garantis mais visibilidade para o concurso, sensibilizando assim mais jovens para o tema.

Os trabalhos devem estar, preferencialmente, incluídos nas seguintes categorias:

- Artes visuais: pintura, desenho, cartazes, folhetos, fotografia, banda desenhada, conto ilustrado, artes plásticas ou composição digital

- Tecnologias de Informação e comunicação: Vídeos (duração máxima de 5 minutos), spots publicitários para televisão ou rádio, sketches teatrais.

- Expressão musical: desempenhos musicais gravados em vídeo ou áudio, composições musicais originais

Os alunos podem candidatar-se individualmente ou por equipas. No caso das equipas, estas podem integrar um elemento que seja professor, funcionário da escola, pai ou encarregado de educação. As inscrições devem ser feitas no site da FPP: www.fppulmao.org/Respira_Livremente

A entrega dos trabalhos concorrentes deve ser feita até 4 de Maio de 2014 por e-mail para [email protected] ou por CD/DVD enviado para Fundação Portuguesa do Pulmão. O período de avaliação dos projectos irá decorrer entre os dias 5 a 26 de Maio e os resultados serão anunciados entre os dias 27 de Maio e 2 de Junho.

Recomendações da Associação Norte-Americana do Coração
As mulheres, de todas as idades, correm mais riscos de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do que os homens, devendo por...

As mulheres, de todas as idades, correm mais riscos de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do que os homens e têm também maiores factores de risco que favorecem os acidentes cerebrais, tais como enxaquecas, depressão, diabetes e arritmia cardíaca, revela a mesma associação. Dados difundidos pelo guia de recomendações da Associação Norte-Americana do Coração. Os acidentes vasculares cerebrais são a terceira causa de mortalidade entre as mulheres, depois das doenças cardíacas e do cancro, doença que é a quinta causa de morte nos homens.

As mulheres têm riscos específicos devido à gravidez e à utilização de hormonas, como a pílula contraceptiva, sublinha Cheryl Bushnell, professor adjunto de neurologia no Centro Médico Wake Forest, em Winston-Salem (Carolina do Norte, EUA), que preside ao grupo de peritos que elaborou as recomendações publicadas na revista médica Stroke.

Este novo guia insiste na importância de controlar regularmente a tensão arterial, nomeadamente em mulheres jovens, sobretudo antes de tomarem contraceptivos e de ficarem grávidas.

Os sintomas de um AVC em mulheres são similares aos dos homens: dormência súbita ou fraqueza do braço, dificuldades em falar ou compreender o que dizem os outros.

Contudo, revelam os autores do estudo, os sintomas de um acidente vascular cerebral nas mulheres podem ser mais subtis, uma vez que elas têm mais dificuldades em se expressarem ou estarem cientes do seu ambiente.

Um acidente vascular cerebral ocorre quando uma veia que irriga o cérebro é obstruída por um coágulo, causando a destruição dos tecidos cerebrais.

Doença crónica
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sa
Caneta de insulina e medidor de glicose

Infelizmente a diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos, nomeadamente pessoas com familiares directos com diabetes; homens e mulheres obesos; homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue; mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez; crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença; doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.

Para a diabetes tipo 2 concorrem vários factores como os genéticos, ambientais, anomalias na insulina, produção aumentada de glucose pelo fígado, aumento da ingestão de lípidos, secreção hormonal insuficiente pelos intestinos, obesidade, entre outros.

Os indivíduos com hiperglicemia intermédia ou pré diabetes apresentam risco aumentado de desenvolver diabetes, devendo esta situação, ser encarada como factor de risco para a diabetes e para doença cardiovascular por se associar à obesidade visceral, dislipidemia e hipertensão.

Principais sintomas da diabetes

Nos adultos a diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através da frequência em urinar, especialmente durante a noite (poliúria); sede constante e intensa (polidipsia); fome constante e difícil de saciar (polifagia); fadiga; comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais; visão turva.

Nas crianças e jovens a diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos, dos quais se destacam a frequência em urinar, podendo voltar a urinar na cama; ter muita sede; emagrecer rapidamente; grande fadiga, associada a dores musculares intensas; comer muito sem nada aproveitar; dores de cabeça, náuseas e vómitos.

De salientar que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos, no entanto nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos. Habitualmente os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada e, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.

Tipos de diabetes

A diabetes resulta de alterações dos processos pancreáticos, estando classificada em quatro tipos: tipo 1 - requer insulina para sobreviver; tipo 2 - por resistência tecidular à insulina associada à produção insuficiente da hormona; tipo 3 – gestacional e o tipo 4 - agrega diferentes tipos de diabetes.

Diabetes Tipo 2

É designada por não insulino-dependente e é a mais frequente - 90 por cento dos casos. O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à acção da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção duma dieta alimentar, de forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Ou seja, estes doentes podem não necessitar de insulina para sobreviver mas cerca de 30 por cento beneficiam da sua administração.

Diabetes Tipo 1

Designada por insulino-dependente e é mais rara. O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Conforme já referimos a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens. Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, uma vez que o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.

Este tipo de diabetes subdivide-se em dois conforme a causa é imune ou idiopática. O primeiro caso é mais comum e, embora o seu início seja mais frequente antes dos 30 anos, pode ocorrer em qualquer idade existindo alguma susceptibilidade familiar em que 10-15 por cento dos doentes apresentam história familiar.

Diabetes Gestacional

Surge durante a gravidez e, habitualmente, desaparece quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo. Este tipo de diabetes requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada. Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Outros tipos de Diabetes

Existem outros tipos de diabetes além do Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional, mas esses ocorrem com muito menor frequência. São eles:

Diabetes Tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults)

Conhecido como Diabetes Tipo 1.5, a LADA costuma ser confundido com a diabetes do tipo 2.A maior incidência concentra-se em pacientes entre 35 e 60 anos. A manutenção do controle de glicemia é o principal objectivo do tratamento do portador da diabetes tipo LADA. Um aspecto que deve ser levado em conta, refere-se a progressão para a necessidade de terapia com insulina.

Diabetes Secundário ao Aumento de Função das Glândulas Endócrinas

(Ex: doença de Cushing, acromegalia ou gigantismo)

Diabetes Secundário a doenças pancreática

(Exemplos: pancreatite crónica, Destruição pancreática por depósito de ferro denominado hemocromatose, Retirada cirúrgica de 75% do pâncreas)

Resistência Congénita ou Adquirida à Insulina

Diabetes Associado a Poliendocrinopatias Auto-Imunes

Diabetes Relacionados à Anormalidade da Insulina (Insulinopatias)

Complicações da Diabetes

Quando o controlo da diabetes não é feito correctamente, para além das descompensações agudas imediatas, podem surgir complicações em diferentes órgãos que evoluem progressiva e silenciosamente (sem sintomas). Estas complicações podem ocorrer nos dois tipos de diabetes (tipo I e tipo II) e surgem fundamentalmente como resultado de um mau controlo metabólico, ainda que alguns factores genéticos também possam estar na sua origem.

- Retinopatia - lesão da retina;
- Nefropatia - lesão renal;
- Neuropatia - lesão nos nervos do organismo;
- Macroangiopatia - doença coronária, cerebral e dos membros inferiores;
- Hipertensão arterial;
- Hipoglicemia - baixa do açúcar no sangue;
- Hiperglicemia - nível elevado de açúcar no sangue;
- Lípidos no sangue - gorduras no sangue;
- Pé diabético - arteriopatia, neuropatia;
- Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais;
- Obstrução arterial periférica - perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés:
- Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos;
- Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das cicatrizes depois das cirurgias.

Complicações Agudas

Importa vigiar os doentes para que sejam detectadas e tratadas de imediato. Para além das infecções e outras complicações, são consideradas como agudas a hipoglicemia e a hiperglicemia. A hiperglicemia grave pode ocasionar coma hiperosmolar, situação que coloca a vida em risco, assim como a hipoglicemia não tratada ou tratada tardiamente.

Hipoglicemia

Surge quando a glicemia é <50 mg/dL, embora os sintomas possam começar a manifestar-se com valores superiores.

A fome, palidez, cefaleias, suores frios, taquicardia, náuseas, cansaço, tremor, nervosismo, irritabilidade, visão turva são alguns dos principais sintomas para a hipoglicemia e podem progredir para confusão, sonolência, dificuldade em andar, convulsões e perda de consciência. As principais causas para se chegar ao ponto de hipoglicemia é o atraso na ingestão de alimentos ou ingestão de pequena quantidade, aumento da actividade física, toma de dose mais elevada de antidiabéticos, ou interacções medicamentosas.

Assim, o tratamento deve ser imediato ao aparecimento dos primeiros sinais. Ingerir de imediato 1-2 pacotes de açúcar (sacarose) em água ou sumo de laranja seguido da ingestão de outro alimento doce para manter a glicemia. O alimento deve ser isento de gordura ou possuir o menor teor possível para não demorar a absorção da glucose. Hipoglicemia grave com confusão, dificuldade em deglutir ou inconsciência: obriga a conduzir o doente urgentemente ao hospital por estar impedido da ingestão.

Hiperglicemia

A hiperglicemia caracteriza-se pelo elevado nível de glicose no sangue. Considera-se como complicação valores mais elevados que> 126mg/dl.

Esta condição pode ser assintomática quando não muito grave. As principais causas para a hiperglicemia são a falta de diagnóstico da diabetes, alimentação excessiva, erros no tratamento, stress metabólico, infecções, doenças agudas e gravidez. Em consequência, e na diabetes tipo 2, pode desenvolver-se coma hiperosmolar e na diabetes tipo 1 pode desencadear cetoacidose metabólica.

Complicações Crónicas

Para evitar as complicações crónicas da diabetes, que se consideram irreversíveis, é fundamental a prevenção da manutenção dos valores da diabetes. As principais complicações podem resumir-se nos seguintes tipos: neuropáticas e vasculares (macroangiopatia e microangiopatia).

Entre as complicações cónicas também se observa hipertensão e anomalias lipoproteicas (lípidos e proteínas). Os doentes com diabetes correm risco acrescido de desenvolverem doença cardiovascular, vascular cerebral e arterial periférica. Outra das complicações frequentes e graves da diabetes é o pé diabético como consequência de alterações ao nível da neuropatia, vasculopatia e infecções.

Tratamento da diabetes

Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente.

O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).

O tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.

Diabetes tipo 2 - O tratamento é semelhante ao do tipo 1 mas, devido à menor perigosidade da doença, a maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda de outros medicamentos específicos (que não a insulina), a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico.

Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que actuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina.

Seguindo uma alimentação correcta e adequada, praticando exercício físico diário e respeitando a toma dos comprimidos indicada pelo médico, um doente com diabetes tipo 2 garante a diminuição do risco de tromboses e ataques cardíacos; a prevenção de doenças nos olhos e nos rins e da má circulação nas pernas e nos pés, factor que diminui significativamente o risco de amputações futuras.

Recomendações nutricionais

As recomendações nutricionais destinam-se a prevenir ou atrasar o desenvolvimento de diabetes, a reduzir o peso e o índice de massa corporal (IMC) e a melhorar o controlo glicémico e lipídico para redução da glucose da lipotoxicidade. Para a obtenção dos melhores resultados, os doentes devem ser seguidos por um nutricionista.

Desde a publicação do estudo Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) conduzido pelo United States National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) em 1993, a alimentação passou a ser considerada como a parte central da terapêutica da diabetes para o controlo glicémico, tendo havido múltiplos avanços quanto a alterações comportamentais dos indivíduos com diabetes.

1. Redução de peso: nos indivíduos com excesso de peso, obesos ou com insulinorresistência, a redução ponderal, ainda que não marcada, melhora a resistência à insulina;
2. Ingestão calórica para redução ponderal: redução da ingestão em hidratos de carbono e em gorduras por um período até 1 ano sendo mantido se necessário;
3. Monitorização dos doentes com baixo teor calórico: perfil lipídico, função renal e ingestão proteica (para os doentes com nefropatia) e ajustar as necessidades de terapêutica hipoglicemiante;
4. Actividade física e modificação comportamental: para auxílio na perda de peso e melhoria da insulinorresistência;
5. Medicamentos para perda de peso: pode ser adequada auxiliando a perda de 5-10% do seu peso;
6. Cirurgia bárica: pode ser considerada na diabetes tipo 2 com IMC> 35 kg/m2, o que pode melhorar o controlo glicémico.

Apesar da necessidade de individualização da alimentação há regras recomendadas que se podem sumarizar quanto ao teor diário a ingerir:
- Calorias em hidratos de carbono de 50 a 60 por cento do total;
- Calorias proteicas de 12 a 20 por cento do total;
- Calorias lipídicas em 30 por cento ou menos do total, com <10 por cento de saturadas;
- Menos de 200 mg colesterol;
- Ingestão moderada de sódio (<300 mg/d);
- Ingestão moderada de álcool com alimentos;
- Ingestão de 20-35 g de fibras;
- Variar muito o tipo de alimentos e micronutrientes.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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A Doença Renal Crónica pode desenvolver-se em qualquer idade, mas o avançar da idade faz com que se torne mais comum. A Sociedade Portuguesa de Nefrologia pretende alertar para a elevada prevalência da doença, nomeadamente numa população envelhecida como é a população portuguesa.

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A Doença Renal Crónica é uma lesão renal que resulta da perda progressiva e irreversível da função dos rins. Doenças hereditárias, hipertensão arterial, diabetes e glomerulonefrites crónicas são algumas das doenças que podem provocar Doença Renal Crónica.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.

Todos os anos surgem mais de 2 mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem actualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.

Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado promove
Médicos de diversas especialidades, enfermeiros e investigadores em ciência básica, unidos no Congresso Português de...

A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado promove, nos dias 7 e 8 de Fevereiro, no Hotel Cascais Mirage, o Congresso Português de Hepatologia 2014, composto pela 17ª Reunião Anual da Associação e pela 4ª Reunião Luso-Brasileira de Hepatologia, encontros que vão juntar inúmeros especialistas, nacionais e internacionais, em torno da discussão do presente e futuro das doenças hepáticas.

Serão dois dias de um encontro científico no qual os principais temas em destaque vão ser a Hepatite C, a Doença Hepática Esteatósica, os MicroRNAs na Doença Hepática, as Doenças Hepáticas Auto-Imunes, a Hepatite B em situações especiais, os Tumores Hepáticos e Transplantação e as Complicações da Doença Hepática Avançada.

Para além de especialistas portugueses como Cecília Rodrigues, Nuno Ladeira, Filipe Nery, Helena Pessegueiro, Hugo Pinto Marques, Hélder Cardoso, Luís Costa Matos e Jorge Leitão vão estar presentes alguns especialistas internacionais os hepatologistas brasileiros Angelo Mattos, Rodrigo Liberal e Edison Parise e ainda os especialistas internacionais Geoffrey Duscheiko – que irá falar sobre a Hepatite B –, Jaime Bosch – que irá falar sobre o caminho para o sucesso e a forma de tornar a hepatologia portuguesa internacional – e David Goldberg, consultor do Sistema Nacional de Saúde Escocês que irá falar no Simpósio “Reescrever a história: um caminho de liderança para a cura da Hepatite C”, no dia 8 de Fevereiro às 14h00, sobre o exemplo Escocês e o Plano de Acção que desenvolveram para a Hepatite C.

Também no dia 8 de Fevereiro será lançado o Liver.pt, a plataforma de registo de doentes hepáticos, um projecto da APEF que pretende promover a existência de uma rede de dados nacionais sobre a doença e a população infectada.

Paralelamente no dia 8 de Fevereiro decorre, no período da manhã, a VII Reunião de Enfermagem de Hepatologia, a qual será composta por duas mesas redondas de discussão com os temas “A doença hepática na generalidade” e “A doença hepática na sua multidisciplinaridade” moderadas, respectivamente, pela Enfermeira Fernanda Moreno, do Hospital Curry Cabral, e pela Enfermeira Paula Franco, do Hospital de Santa Maria.

O Congresso Português de Hepatologia termina com a realização da Assembleia Geral da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado.

O programa já se encontra disponível online no site da APEF www.apef.com.pt.

 

Direcção-Geral da Saúde realiza
O Dia Internacional do Preservativo é assinalado a 13 de Fevereiro e a Direcção-Geral da Saúde realiza um conjunto de...

No âmbito da Campanha "VIH/SIDA em Portugal - 30 anos: reflectir e agir", a Direcção-Geral da Saúde realiza um conjunto de iniciativas nesse dia que visam sensibilizar a população para a prevenção e diagnóstico do VIH/SIDA, através da distribuição de preservativos e de folhetos informativos em vários locais da Capital.

As iniciativas iniciam-se com uma Palestra de Informação e Sensibilização para a importância do uso do preservativo, na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho pelas 11h45. Na Palestra vai estar presente António Diniz, director do Programa Nacional para o Controlo da Infecção VIH e alguns embaixadores ligados à Campanha VIH/SIDA em Portugal - 30 anos entre os quais, os actores Sabri Lucas e Quimbé, o radialista desportivo Fernando Correia, o personal trainer Rui Barros e ainda Ricardo Baptista Leite, deputado e médico infecciologista e Maria Antónia Almeida Santos, Presidente do Grupo Parlamentar de Saúde da Assembleia da República.

Tal como aconteceu em 2013, a acção seguinte acontece na Assembleia da Assembleia pelas 14h30. Um grupo de representantes das várias organizações não-governamentais ligadas ao VIH/SIDA, personalidades mediáticas e jovens entre os 16 e os 23 anos, com t-shirts alusivas à Campanha 30 anos VIH/SIDA vão distribuir em frente à entrada principal do Parlamento, preservativos e materiais informativos a deputados dos diferentes grupos parlamentares: PSD, PS, PCP, CDS e BE.

As iniciativas do Dia Internacional do Preservativo terminam com um Debate na FNAC do Centro Comercial Alegro, em Alfragide, pelas 18h. O debate conta novamente com a presença do Director do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção VIH/SIDA, António Diniz, bem como algumas personalidades mediáticas ligadas à Campanha dos 30 anos do VIH/SIDA em Portugal. Na loja vão ser distribuídos preservativos e folhetos informativos alusivos ao tema.

Médicos dizem:
A Ordem dos Médicos apela ao ministro da Saúde para que não transforme os médicos em “burocratas informáticos”, alertando para...

Em comunicado, a Ordem dos Médicos (OM) revela que, apesar de a introdução de aplicações informáticas nos centros de saúde ter corrido bem até ao último ano, actualmente médicos de todo o país “reportam uma progressiva e importante diminuição do tempo disponível para a interacção com o doente, para poder satisfazer a catadupa de registos inerentes a cada programa e cada consulta”, escreve o Diário Digital.

Na opinião da Ordem, a aplicação da Prescrição Electrónica Médica (PEM) veio “agravar dramaticamente” o problema, devido ao “enorme aumento” do tempo necessário para as prescrições e às “frequentíssimas falhas do sistema”.

Isto acaba por traduzir-se não só em “sobrecarga técnica” mas também numa “inaceitável sobrecarga emocional”, pela consciência de se poderem cometer erros iminentes, dada a dispersão da atenção e a consequente ansiedade, acrescenta a Ordem.

Acresce a isto, o facto de em muitas instalações dos Cuidados de Saúde Primários se verificar uma reduzida largura de banda informática, decorrente da activação de mais postos de trabalho e da maior complexidade dos programas informáticos, e a desadequação do hardware, sublinha a OM.

Estes problemas já levaram alguns centros de saúde a “uma situação de ruptura total”, acrescenta. Um desses casos deu-se com a Unidade de Cuidados de Saúde primários de Beja (Sede e Extensões), que suspendeu, desde 27 de Janeiro e por decisão da sua coordenadora, os atendimentos dependentes de registo informático, mantendo contudo a assiduidade ao serviço e assegurando todas as situações de doença aguda e receituário premente, garante a OM.

“Em face deste panorama, cada vez mais complexo, difícil, stressante e obrigando a maiores perdas de tempo, a Ordem dos Médicos apela ao Senhor Ministro da Saúde para que não transforme os médicos em burocratas informáticos e para que não sobreponha os indicadores às necessidades dos doentes e da boa medicina”.

A Ordem apela ainda à tutela para que “obrigue” os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) a resolver todos os constrangimentos informáticos do Serviço Nacional de Saúde.

Estudo publicado pela revista Neuron
A redução da visão de uma pessoa durante apenas uma semana pode ajudar o cérebro a melhorar a sua capacidade de processar sons,...

O estudo, que examina a relação entre a visão e a audição no cérebro, foi feito por Hey Kyoung Lee, professor de neurociências no Instituto da Mente e o Cérebro na Universidade Johns Hopkins, e Patrick Kanold, um biólogo da Universidade de Maryland em College Park. O artigo assinalou que muitos musicólogos mencionam os casos de Stevie Wonder e Ray Charles, ambos cegos, como exemplo da forma como a cegueira pode realçar a audição.

Nas experiências com ratos Lee, Kanold e outros pesquisadores descobriram a forma como as conexões neurais na área do cérebro responsáveis pela visão e a audição cooperam apoiando cada sentido. Os cientistas descobriram que ao impedir a visão de forma temporária era possível fazer com que o cérebro adulto modifique os seus circuitos para processar melhor os sons e apontam que isto poderia ajudar a recuperar a percepção do som em pacientes que receberam implantes cocleares.

Os pesquisadores colocaram ratos adultos saudáveis num ambiente escuro para simular cegueira durante uma semana e vigiaram as respostas a alguns sons.

Depois compararam essas respostas e a actividade cerebral com as de um segundo grupo de ratos mantidos num ambiente iluminado de forma natural.

Os cientistas encontraram uma alteração nos circuitos cerebrais dos ratos que tinham experimentado a cegueira simulada, especificamente na área que processa o som e que se chama crosta auditiva primária, que permite a percepção consciente do tom e o volume dos sons.

Primeira semana de Fevereiro
Quinze novos casos de gripe foram admitidos em unidades de cuidados intensivos, na primeira semana de Fevereiro, mais quatro...

De acordo com o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, regista-se uma actividade gripal moderada, com uma taxa de incidência da gripe de 68,8 casos por cada 100 mil habitantes, menor do que na última semana de Janeiro (80,7 casos).

O documento diz que os vírus detectados são semelhantes às estirpes que integram a vacina antigripal deste inverno e diz também que não foram detectados vírus influenza resistentes aos antivirais.

“Os 15 laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe notificaram, até à data, 515 casos positivos para o vírus influenza”, segundo o boletim, o vírus predominante, ainda que haja, acrescenta, “um aumento do número de vírus detectados”. Até agora, no total, foram notificados pela rede de laboratórios 1920 casos de síndrome gripal. Dos 15 novos casos nas unidades de cuidados intensivos (UCI) a maioria não tinha sido vacinada contra a gripe.

“Desde o início da época (Outubro de 2013) foram reportados 78 casos de gripe nos doentes admitidos nas UCI de vários hospitais. Verificou-se que apenas 2% desses doentes tinham sido vacinados contra a gripe e 74% apresentavam doença crónica subjacente”, diz o boletim.

Universidade da Califórnia
Cientistas norte-americanos conseguiram transformar células de pele normais em células pancreáticas produtoras de insulina, o...

Investigadores da Universidade da Califórnia reprogramaram células de pele, denominadas fibroblastos, retiradas de ratos e fizeram com que estas produzissem insulina, tal como as células do pâncreas, noticia o Diário de Notícias na sua edição electrónica.

Depois, as células foram injectadas em ratos cuja genética foi alterada para que imitassem os sintomas da diabetes. O resultado não poderia ser melhor. Uma semana depois, os níveis de açúcar no sangue dos animais voltaram ao normal. E dois meses depois de as células serem introduzidas nos ratos, estes conseguiram fabricar novas células produtoras de insulina. Assim que as células lhes foram retiradas, um pico de açúcar no sangue comprovou a relação directa.

A investigação pode revolucionar o tratamento da diabetes de Tipo 1, onde o sistema imunológico do doente destrói as células produtoras de insulina, o que obrigada a injecções administradas diariamente.

Sheng Ding, professor do Instituto Gladstone e da Universidade da Califórnia, disse que “o poder da medicina regenerativa é que pode potencialmente fornecer uma fonte ilimitada de células produtoras de insulina funcionais que podem então ser transplantadas para o doente”.

AbbVie conclui maior programa de Fase III
A AbbVie concluiu o maior programa de Fase III AbbVie de uma terapêutica totalmente oral e livre de interferão para tratamento...

A AbbVie (NYSE: ABBV) anunciou a conclusão do seu programa de ensaios clínicos de Fase III e divulgou resultados de quatro estudos adicionais concebidos para avaliar a terapêutica experimental totalmente oral e livre de interferão da AbbVie com e sem ribavirina (RBV) em doentes com infecção crónica pelo genótipo 1 (GT1) do vírus da hepatite C (VHC). Estes resultados, descritos abaixo, confirmam dados previamente divulgados pela AbbVie e demonstram ainda taxas elevadas de resposta virológica sustentada às 12 semanas (RVS12) e de tolerabilidade nestes doentes com GT1, 12 semanas após o tratamento.

 

Resultados do Programa de Ensaios Clínicos de Fase III da AbbVie

 

Estudo

Doentes

Regime terapêutico

RVS12

PEARL-II

(12 semanas)

GT1b, experimentados

(N=179)

Regime AbbVie + RBV (n=88)

97%

(85/88)

Apenas regime AbbVie (n=91)

100%

(91/91)

PEARL-III

(12 semanas)

GT1b, naïve

(N=419)

Regime AbbVie + RBV (n=210)

99%

(209/210)

Apenas regime AbbVie (n=209)

99%

(207/209)

PEARL-IV

(12 semanas)

GT1a, naïve

(N=305)

Regime AbbVie + RBV (n=100)

97%

(97/100)

Apenas regime AbbVie (n=205)

90%

(185/205)

TURQUOISE-II

(12 e 24 semanas)

GT1, naïve e

experimentados com

cirrose compensada

(N=380)

Regime AbbVie + RBV, 12 semanas (n=208)

92%

(191/208)

Regime AbbVie + RBV, 24 semanas (n=172)

96%

(165/172)

SAPPHIRE-I

(12 semanas)

GT1, naïve

(N=631)

Regime AbbVie + RBV (n=473)

96%

(455/473)

SAPPHIRE-II

(12 semanas)

GT1, experimentados

(N=394)

Regime AbbVie + RBV (n=297)

96%

(286/297)

 

“Os resultados dos estudos abrangentes de Fase III da AbbVie envolvendo 2300 doentes em 25 países demonstram o desempenho do nosso regime experimental num amplo espectro de doentes infectados com o genótipo 1 do VHC, incluindo doentes com cirrose hepática compensada”, declarou Scott Brun, M.D., vice-presidente para a área de desenvolvimento farmacêutico da AbbVie. “As elevadas taxas de resposta e tolerabilidade do nosso regime, aliadas às taxas baixas de descontinuação, são promissoras.”

O regime experimental da AbbVie consiste na associação de dose fixa de ABT-450/ritonavir (150/100 mg) co-formulado com ABT-267 (25 mg), numa toma diária única, e ABT-333 (250 mg) com ou sem ribavirina (dependente do peso), em duas tomas diárias. A associação de três mecanismos de acção distintos interrompe o processo de replicação do VHC, com o objectivo de optimizar as taxas de RVS nas diferentes populações de doentes. Em Maio de 2013, o regime da AbbVie, com e sem ribavirina, para o GT1 do VHC foi considerado uma Terapêutica Inovadora pela Food and Drug Administration (FDA - agência reguladora americana). A AbbVie estima apresentar pedidos de autorização de introdução no mercado no início do segundo trimestre de 2014. A AbbVie irá revelar resultados detalhados do estudo em futuros congressos científicos e publicações.

 

Acerca do Estudo M13-389 (PEARL-II)

O PEARL-II é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, aberto e controlado para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1b do VHC e experimentados, com a duração de 12 semanas.

A população do estudo era composta por 179 doentes experimentados, infectados com o GT1b, e sem evidências de cirrose hepática: 91 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 88 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. No grupo que não recebeu ribavirina, 100% (n=91/91) dos doentes alcançaram uma RVS12, em comparação com os 97% (n=85/88) de RVS12 no grupo que recebeu ribavirina.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga e cefaleias. Não se registaram descontinuações devido a acontecimentos adversos no grupo sem ribavirina e duas descontinuações (2%) no grupo contendo ribavirina. Não se registaram falências virológicas ou progressão em qualquer doente de ambos grupos de estudo.

 

Acerca do Estudo M13-961 (PEARL-III)

O PEARL-III é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação e controlado com placebo para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1b do VHC e naïve de tratamento, durante 12 semanas.

A população do estudo era composta por 419 doentes naïve infectados com o GT1b e sem evidências de cirrose hepática: 209 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 210 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 99% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina (n=207/209) e 99% dos doentes tratados com o regime com ribavirina (n=209/210) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram cefaleias e fadiga. Nenhum doente descontinuou o fármaco do estudo devido a acontecimentos adversos. 0% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina e 0,5% dos doentes tratados com o regime com ribavirina apresentaram falência virológica ou progressão.

 

Acerca do Estudo M14-002 (PEARL-IV)

O PEARL-IV é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação e controlado com placebo para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1a do VHC e naïve de tratamento, durante 12 semanas

A população do estudo era composta por 305 doentes naïve infectados com o GT1a e sem evidências de cirrose hepática: 205 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 100 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 90% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina (n=185/205) e 97% dos doentes tratados com o regime com ribavirina (n=97/100) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga, cefaleias e náuseas. Dois doentes (1%) tratados com o regime sem ribavirina descontinuaram a terapêutica devido a acontecimentos adversos. Não houve descontinuações entre os doentes do grupo com ribavirina. 8% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina e 2% dos doentes tratados com o regime com ribavirina apresentaram falência virológica ou progressão.

 

Acerca do Estudo M13-099 (TURQUOISE-II)

O TURQUOISE-II é o primeiro estudo de Fase III concluído exclusivamente em doentes cirróticos infectados com o GT1 para investigação de um regime totalmente oral livre de interferão. Trata-se de um estudo global, multicêntrico, aleatorizado e aberto para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com ribavirina em doentes adultos cirróticos, naïve ou experimentados e infectados com o GT1a ou o GT1b do VHC, durante 12 ou 24 semanas.

A população do estudo era composta por 380 doentes naïve e experimentados, infectados com o GT1a ou o GT1b e com cirrose compensada: 208 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas, e 172 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 24 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 92% dos doentes (n=191/208) alcançaram uma RVS12. Após 24 semanas de tratamento, 96% dos doentes (n=165/172) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga, cefaleias e náuseas. Foram registados casos de descontinuação devidos a acontecimentos adversos em quatro (2%) dos doentes tratados com o regime com ribavirina durante 12 semanas e em quatro (2%) dos doentes no grupo das 24 semanas. 6% dos doentes do grupo das 12 semanas e 2% dos doentes do grupo das 24 semanas apresentaram falência virológica e progressão.

Poderá encontrar mais informações acerca dos estudos de Fase III da AbbVie em www.clinicaltrials.gov.

A nível global, há cerca de 160 milhões de pessoas com infecção crónica por hepatite C1. O programa multinacional da AbbVie é o maior programa clínico totalmente oral e livre de interferão em doentes com o GT1 do VHC realizado até à data2. O GT1 (com os subtipos 1a e 1b) é o genótipo mais prevalente a nível mundial.

 

 

Programa de Desenvolvimento para o VHC da AbbVie

O programa de desenvolvimento clínico para o VHC da AbbVie destina-se a alcançar avanços no conhecimento científico e nos cuidados clínicos através da investigação de um regime livre de interferão e totalmente oral, com e sem ribavirina, a fim de alcançar elevadas taxas de RVS no máximo de doentes possível, incluindo em doentes que tipicamente não respondem bem à terapêutica - é o caso dos não respondedores à terapêutica com base em interferão ou dos doentes com fibrose hepática ou cirrose em estado avançado.

O ABT-450 foi descoberto na sequência da colaboração existente entre a AbbVie e a Enanta Pharmaceuticals (NASDAQ: ENTA) para investigação de inibidores da protease contra o VHC e regimes que incluem inibidores da protease. O ABT-450 está a ser desenvolvido pela AbbVie para utilização em associação com outros medicamentos experimentais da AbbVie para o tratamento do VHC.

 

Informações de segurança para a Ribavirina e o Ritonavir

A ribavirina e o ritonavir não estão aprovados para uso investigacional acima discutido. Como tal, não se devem nem podem ser extraídas conclusões no que concerne a segurança ou eficácia destes farmacos nesta utilização.

Há considerações especiais relativas à segurança que devem ser tidas em conta aquando da prescrição destes fármacos em populações aprovadas. O ritonavir não pode ser usado com determinados medicamentos, devido à existência de interacções medicamentosas significativas, nem em doentes com hipersensibilidade conhecida ao ritonavir ou a qualquer um dos seus excipientes.

A monoterapêutica com ribavirina não é eficaz no tratamento da infecção crónica pelo vírus da hepatite C, não podendo ser usada sozinha para este fim. A ribavirina provoca efeitos teratogénicos significativos, e está contra-indicada em mulheres grávidas ou a amamentar, bem como em homens cujas parceiras estejam grávidas. A ribavirina não pode ser usada em doentes com antecedentes de doença cardíaca prévia grave, disfunção hepática grave ou cirrose hepática descompensada, hepatite auto-imune, hemoglobinopatias ou em associação com peginterferão alfa-2a em doentes co-infectados com VIH/VHC cirróticos e score na escala de Child-Pugh ≥6.

 

Acerca da AbbVie

A AbbVie é uma empresa biofarmacêutica global, orientada para a investigação, formada em 2013 na sequência da separação dos Laboratórios Abbott. A missão da empresa é fazer uso da sua experiência, da dedicação dos seus colaboradores e da sua abordagem única à inovação para desenvolver e comercializar terapêuticas avançadas que respondam a algumas das doenças mais complexas e graves a nível mundial. A AbbVie emprega cerca de 25 mil pessoas em todo o mundo, comercializando medicamentos em mais de 170 países. Para mais informações acerca da empresa e dos seus colaboradores, portefólio e compromissos, consulte www.abbvie.com. Siga a empresa em @abbvie no Twitter, ou consulte as oportunidades de carreira na nossa página do Facebook ou LinkedIn.

 

1 Lavanchy D. Evolving epidemiology of hepatitis C virus. Clin Microbiol Infect. 2011; 17(2):107-15.

2 Comparação com base na análise de dados em www.clinicaltrials.gov para programas de Fase 3a de Gilead, BMS e BI, em 15 de Novembro 2013.

Grant for Multiple Sclerosis Innovation
Edição de 2013 atribuiu a bolsa no valor de 1 milhão de euros a quatro trabalhos escolhidos entre mais de 100 candidaturas de...

Está aberta a fase de candidaturas para a segunda edição da Grant for Multiple Sclerosis Innovation (GMSI), bolsa da Merck Serono para a investigação científica na área da Esclerose Múltipla. A bolsa, lançada pela divisão biofarmacêutica da Merck, atribui anualmente 1 milhão de euros a projectos que ajudem a melhorar a compreensão da doença e trazer mais benefício para os doentes. A edição de 2014 foi apresentada ao público durante o 29.º European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis (ECTRIMS), numa sessão em que foram também anunciados os projectos de investigação galardoados este ano.

As candidaturas para 2014 podem ser entregues através do site do programa www.grantformultiplesclerosisinnovation.org. Entre os temas de investigação que podem concorrer estão a patogénese da doença, marcadores preditivos de resposta do tratamento e potenciais novos tratamentos.

A GMSI foi lançada em Outubro de 2012, durante o 28.º ECTRIMS, com o objectivo de melhorar a compreensão da EM e beneficiar as pessoas que vivem com a patologia. Investigadores de todo o mundo foram convidados a apresentar candidaturas e mais de uma centena de projectos de investigação translacional concorreram.

Quatro projectos, vão dividir a bolsa de 1 milhão de euros atribuída nesta primeira edição:

• Dr. Daniel Harrison, professor assistente de Neurologia na Johns Hopkins University School of Medicine, recebeu uma bolsa para a investigação que procura transformar as novas técnicas de ressonância magnética e de análise em ferramentas que têm aplicação clínica na EM. O seu trabalho está focado na validação de ferramentas que vão permitir fazer avaliações mais específicas patologicamente em futuros ensaios clínicos.

• Dr. Thomas Thum, Professor e director do Institute of Molecular and Translational Therapeutic Strategies na Hannover Medical School (Alemanha), avaliou a forma como os microRNAs são regulados de forma diferente no líquido cerebrospinal de doentes com EM. A bolsa que lhe foi atribuída vai permitir ao Dr. Thum e a uma rede de centros na Alemanha validar os resultados iniciais da investigação que revelaram padrões diferenciados de microRNA no líquido cerebrospinal de cerca de 1000 doentes com EM.

• Dr. Kevin O’Connor, Professor Assistente de Neurologia na Yale School of Medicine, estuda imunologia e neurologia. O seu laboratório está especificamente interessado na definição os mecanismos pelos quais as células do sistema imunitário de tipo B e os anticorpos que produzem influenciam os danos nos tecidos na auto imunidade. A bolsa será utilizada para apoiar o trabalho desenvolvido para determinar a especificidade dos anticorpos e compreender como alguns tipos particulares de células de tipo B iniciam e sustentam a auto imunidade.

• Dr. Joshua Bacon, responsável pelo Departamento de Psicologia da Stern College for Women na Yeshiva University em Nova Iorque, investigador do Departamento de Neurologia da NYU School of Medicine e membro da equipa clínica e de investigação do Multiple Sclerosis Comprehensive Care Center da Langone da NYU, vai utilizar a bolsa na investigação para o desenvolvimento de testes que vão detectar alterações na velocidade de processamento cognitivo em casos de EM sub-clínica e em primeiras fases, e no desenvolvimento de um programa de reabilitação cognitiva abrangente para doentes com EM que desenvolvem alterações cognitivas.

Conferência “Innovation: Delivering the Promise”
Líder na investigação farmacêutica, a Novartis tem em desenvolvimento, entre 2013 e 2018, 33 novas moléculas a que se adicionam...

A concretização da ciência e da inovação em benefício do doente estão hoje em debate na conferência Innovation: Delivering the Promise, uma iniciativa da Novartis, que assinala a inauguração das novas instalações do Grupo em Portugal.

Com um dos pipelines mais promissores da indústria farmacêutica, com 33 novas moléculas, 29 novas indicações e uma nova formulação em desenvolvimento até 2018, a Novartis é líder no desenvolvimento de medicamentos inovadores para um vasto leque de áreas terapêuticas, desde a hipertensão, à oncologia, passando pelas neurociências e doenças respiratórias.

Para a Novartis, inovação significa não apenas o desenvolvimento criterioso de medicamentos eficazes e dirigidos a necessidades específicas, mas também a garantia de que essas terapêuticas chegam aos doentes que delas necessitam e cumprem a promessa de melhoria da sua qualidade de vida, afirma Cristina Campos, Presidente do Grupo Novartis e Directora Geral da Divisão Farma. E por isso, a Novartis está também comprometida em demonstrar o valor da inovação para os doentes e para o Sistema Nacional de Saúde, acrescenta.

Portugal tem incentivado actividades de investigação e desenvolvimento e, na última década, temos assistido à expansão e transformação da base científica e tecnológica do sistema português de I&D, com cada vez mais empresas com actividades de inovação e um número crescente de investigadores, em relação à média europeia. A Novartis faz parte do diálogo da inovação e pretende afirmar-se como um parceiro na criação de uma agenda de inovação e empreendedorismo, tornando Portugal um país mais competitivo, nomeadamente no que concerne à área de saúde no desenvolvimento de ensaios clínicos. Actualmente, o Grupo Novartis tem a decorrer no nosso país 24 ensaios clínicos, envolvendo mais de 300 doentes e mais de 100 locais/centros diferentes, em 20 hospitais. Para 2014 estão planeados mais dez ensaios clínicos, estimando abranger mais de 500 doentes na totalidade.

Ao colocar lado a lado, cientistas e investigadores da Novartis com os líderes da investigação em saúde em Portugal, a Novartis quer também afirmar Portugal como líder na ciência em saúde. Esta conferência visa promover a partilha de experiências e o desenvolvimento de sinergias entre o que a Novartis está a fazer a nível mundial na investigação farmacêutica e a investigação realizada em Portugal.

David Morris, Global Head Development Franchise Primary Care, Novartis Pharmaceuticals, abre a conferência e apresenta o compromisso da investigação da Novartis em áreas em que ainda há necessidades por satisfazer.

Actualmente, os avanços nas áreas da biologia e da informática estão a possibilitar uma análise sem precedentes dos genes e proteínas humanas. Estes avanços ajudam a identificar os doentes que podem responder de forma positiva a determinadas terapêuticas, utilizando novas ferramentas de diagnóstico. É disso mesmo que vai falar

Paul Manley, Novartis Leading Scientist Oncology Research, do Novartis Institutes of Biomedical Research. O Novartis Institutes for BioMedical Research (NIBR) foca-se em áreas com grandes necessidades ainda não satisfeitas, nomeadamente doenças auto-imunes, cardiovascular e metabolismo, gastrointestinal, doenças infecciosas, oncologia, doenças respiratórias, oftalmologia e neurociências. O processo de desenvolvimento segue o paradigma iniciado pela Novartis no desenvolvimento de imatinib, para o tratamento da leucemia mielóide crónica (LMC).

A medição dos resultados clínicos, tanto em desenvolvimento como nas fases pós introdução de um novo medicamento no mercado, tornando o seu benefício mensurável para os sistemas nacionais de saúde assume particular relevância nos dias de hoje. Para aprofundar este tema e demonstrar quais as principais inovações nesta área, a Novartis traz a Portugal Melvin Olson, Global Head HE&OR, Neuroscience and Ophthalmology que encerrará a conferência.

Cuidados de Enfermagem a crianças e jovens
Administrar medicamentos a crianças e jovens é um cuidado de enfermagem que implica grande responsab

Para a administração de medicação intravenosa a crianças são necessários conhecimentos científicos que salvaguardam a segurança do doente. Há que estar atento a vários princípios dos quais destacamos: o modo de abordagem da criança/jovem e família, a prescrição certa, a idade, o peso, a via de acesso e as condições do paciente. Neste artigo descrevem-se princípios que o enfermeiro deve sempre considerar.

Adoecer constitui para as crianças e jovens um acontecimento não esperado que as expõem a vulnerabilidades de ordem física, social e psicológica condicionadas pela gravidade da doença, pelas restrições ambientais que provoca e pelo medo que sentem dos tratamentos e procedimentos. A par da Hospitalização um dos procedimentos que lhes suscita maior receio é a administração de medicação por via intravenosa ou intramuscular.

A administração de medicação é a forma mais comum de intervenção nos cuidados de saúde. Existem diversas vias de administração de medicação como a via oral, a via intramuscular, a via intravenosa, a via sub-lingual, a via rectal, a via sub-cutânea, a via intradérmica e a inalatória. Em Pediatria as mais usadas são a via oral e a via intravenosa, sendo que para algumas substâncias importantes a via intravenosa é a única via de administração possível.

A menor opção de administração de medicamentos por via intramuscular explica-se pelo facto de a massa muscular das crianças ser aproximadamente 38% menor que a do adulto, e por esse facto são poucos os locais recomendados para a administração intramuscular em Pediatria, daí a opção pela via intravenosa em crianças.

Outra explicação para a alta frequência de utilização de administração de medicamentos por via intravenosa nesta faixa etária deve-se ao facto de serem cada vez mais complexos os cuidados prestados às crianças e jovens.

A via intravenosa é o principal acesso para a administração de medicamentos em recém-nascidos internados em Unidades de Cuidados Intensivos neo-natais, sendo vital para sua sobrevivência.

A via intravenosa utiliza-se sempre que é preciso administrar medicamentos em crianças que apresentem absorção deficiente como resultado de diarreia, desidratação ou colapso vascular periférico; crianças que necessitam de uma alta concentração sérica de uma substância; crianças com infecções resistentes que precisam de medicação parenteral por um período de tempo prolongado, crianças que necessitam de alívio contínuo da dor e crianças em situações de emergência.

A administração de medicamentos por via intravenosa não se resume a simples execução de técnicas e à implementação de uma terapêutica pois existem riscos que é preciso considerar.

Existem mais riscos na administração de medicamentos a crianças do que a doentes adultos. As crianças variam muito na idade, no peso, na área de superfície corporal, e na capacidade de absorver, metabolizar e excretar os medicamentos.

Um outro problema reside no facto de existirem muito poucas dosagens pediátricas padronizadas, sendo necessária uma atenção redobrada na preparação e administração destes medicamentos pois as crianças reagem com gravidade inesperada a algumas substâncias, sendo as crianças doentes ainda mais sensíveis.

Outro problema a considerar é o facto de a administração parenteral de medicamentos contribuir de modo significativo para o aumento do risco de doenças iatrogénicas sobretudo bacteriemias. Para minimizar este risco é necessário que se adoptem boas práticas nos procedimentos para a preparação e administração de terapia endovenosa, devendo existir procedimentos escritos como guias de boas práticas ou manuais com orientações sobre a reconstituição, diluição, conservação e estabilidade físico-química de medicamentos, efeitos colaterais e incompatibilidade medicamentosa de fármacos e soluções.

De modo a diminuir a possibilidade de ocorrência de erros são também muito importantes o desenvolvimento e implementação de sistemas de notificação de erro e incidentes adversos que ajudam a tomar medidas correctoras que consigam reduzir as complicações relacionadas.

Cuidados de Enfermagem na administração de medicação intravenosa

A prescrição certa, a escolha do tipo de cateter e acessórios para a perfusão, a obtenção do acesso, a preparação e administração de fármacos e soluções, os cuidados a ter na manutenção do acesso, a necessidade ou não de imobilização, o controle das perfusões, o alívio da dor no procedimento, a prevenção de complicações e monitorização constantes estão entre as principais acções para a promoção da eficácia e da segurança da criança em terapia intravenosa.

O local escolhido para a administração intravenosa a crianças depende da acessibilidade e da conveniência, contudo devem ser consideradas a idade, as necessidades de desenvolvimento, cognitivas e de movimento quando se escolhe o local a puncionar. As crianças mais velhas devem ser consultadas pois podem ter preferência pelo local de modo a poderem mobilizar-se melhor. Os locais mais utilizados são o dorso da mão, antebraço e braço. Se houver dificuldade em encontrar um acesso nos membros superiores podem ainda utilizar-se o dorso do pé, o tornozelo, e no pescoço a veia jugular. As veias superficiais do couro cabeludo podem ser utilizadas em bebés muito pequenos até cerca dos 9 meses, mas só em situações extremas em que não é possível encontrar outros locais. Se o local escolhido for as extremidades deve começar-se pelos locais mais distais e evitar a mão dominante de modo a reduzir a incapacidade associada ao procedimento. O local seleccionado deve restringir o mínimo possível os movimentos da criança. Devem também ser evitados locais sobre articulações, e extremidades como o espaço antecubital. As veias do pé devem ser evitadas em crianças que já andam ou que estão a aprender a andar.

A escolha do cateter e do seu calibre deve ser adequada ao tamanho da criança bem como à duração do tratamento, sendo os mais utilizados os cateteres 24G e os 22G.

Antes de ser administrada a terapêutica endovenosa os Enfermeiros devem ter presentes nove regras, ou nove certos, indispensáveis à segurança e qualidade da terapia, a saber:

O doente certo - verificar sempre a identidade correta da criança através da pulseira de identificação, da própria se tiver idade, e dos pais ou pessoa significativa presente.

Medicamento certo - Antes de preparar a medicação certificar-se mediante a prescrição de qual é o medicamento, e conferir lendo mais de uma vez, o rótulo do mesmo. Pedir a uma colega que confirme, procedimento necessário em alguns medicamentos.

Dose certa - Antes de administrar a medicação certificar-se da dose na prescrição, lendo uma e outra vez.

Via certa - Antes de administrar a medicação, certificar-se da via mediante prescrição, lendo mais de uma vez e só depois aplicar.

Hora certa - Administrar no horário previsto na prescrição, e no espaço de tempo de terminado, 6/6h, 8/8h, 12/12h.

Tempo certo - Respeitar o tempo previsto na prescrição, programar corretamente as bombas ou seringas perfusoras ou controlar adequadamente o gotejo monitorizando dessa forma o tempo previsto para a perfusão.

Validade certa - Antes de preparar a medicação deve ser verificada a data de validade.

Abordagem certa - Antes de administrar o medicamento deve ser explicado o procedimento à criança e aos pais e implementadas medidas para aliviar a dor, se necessário.

Registo certo - Registar a medicação administrada, bem como a existência de incidências ou complicações.

Podem ocorrer complicações na administração de medicação intravenosa.

As complicações mais frequentes são:

  • Hematomas: decorrem da tentativa de punção venosa ou punção inadvertida de artéria;
  • Flebite: inflamação na veia, a criança refere dor e o local fica sensível ao toque. Devem-se vigiar sinais inflamatórios no local de inserção do cateter, (dor, calor rubor e edema);
  • Infiltração: extravasamento da solução ou medicação fora da veia, a pele fica tensa, fria e com edema.
  • Obstrução: quando a perfusão é interrompida formando-se um coágulo dentro do dispositivo e não existe retorno do fluxo de sangue.

Complicações menos frequentes:

  • Infecção: causada por assepsia inadequada nos procedimentos;
  • Choque anafilático: reação alérgica potencialmente grave a determinados medicamentos;
  • Embolia gasosa: ocorre por entrada maciça de ar na veia. Pode trazer desconforto respiratório, pulso e TA diminuídos e perda de consciência.

A dor associada ao procedimento

A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que resulta da lesão real ou potencial dos tecidos associada aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos.

Dentre os procedimentos invasivos realizados a crianças nos serviços de saúde a punção venosa destaca-se como o procedimento a que as crianças mais vezes são submetidas, seja por motivos de diagnóstico seja para administração de terapêutica.

Estes procedimentos percepcionados pela criança como dolorosos representam um factor elevado de desconforto e stress cuja minimização deve ser valorizada, através da gestão da dor com implementação de medidas farmacológicas e estratégias não farmacológicas associadas.   

O medo e a ansiedade das crianças contribuem para agravar a dor sendo a presença dos pais fundamental durante a realização dos procedimentos pois torna a criança menos ansiosa e mais segura. A colaboração dos pais deve ser negociada e adequada ao papel parenteral desejado para o momento.

É importante a “preparação psicológica da criança” em que os Enfermeiros realizam um conjunto de estratégias destinadas a tranquilizar a criança e a família e obter a sua colaboração para o procedimento. 

Os Enfermeiros, compreendendo a dor nas crianças, e perante um procedimento que sabem ser doloroso, devem fazer tudo para evitar a dor, utilizando de preferência mais do que um processo recorrendo à combinação de diferentes métodos farmacológicos e não farmacológicos.

Um dos métodos farmacológicos utilizados para minimizar a dor na punção venosa em crianças é a aplicação de anestesia tópica da pele e em casos de repetição do procedimento pode utilizar-se a sedação.

As estratégias não farmacológicas devem ter em conta a idade da criança e o seu desenvolvimento cognitivo, a sua história de dor, e o envolvimento dos pais. Para os bebés o embalo, o colo, a massagem, a sucção não nutritiva e o leite materno são estratégias a utilizar. Para as crianças maiores e adolescentes são utilizadas a informação antecipatória, a distracção com a música e a leitura, a imaginação guiada, o reforço positivo, o relaxamento e a simulação e modelação.

Bibliografia
Aline Santa Cruz Belela, Mavilde da luz Gonçalves Pedreira, Maria angélica Sorgini Peterlini. Erros de medicação em Pediatria. Revista Brasileira de Enfermagem, vol. 64, núm. 3, mayo-junio, 2011, pp. 563-569. Acedido em: http://www.redalyc.org/pdf/2670/267019943022.pdf
Almeida FA, Sabatés AL. Enfermagem pediátrica: a criança, o adolescente e a sua família no hospital. São Paulo (SP): Manole; 2008.
Batalha Luís, Costa Luísa et al - Fixação de cateteres venosos periféricos em crianças: estudo comparativo Acedido http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452010000300012
Direcção Geral da Saúde - orientações técnicas sobre o controlo da Dor em procedimentos invasivos nas crianças (1 mês a 18 anos). Lisboa: DGS, 2012, (orientação n.°22/2012).
Edson Stefanini – Estabelecimento e manutenção das vias de infusão de medicamentos. Acedido em http://www.socesp.org.br/publish-revista/pag/1.3.11.1.html
Estratégias não farmacológicas no controlo da dor na criança – Guia Orientador de Boas Práticas. Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica. Ordem dos Enfermeiros, 2013.
Hockenberry MJ, Wilson D, Winkelstein ML. Fundamentos de Enfermagem Pediátrica Wong. Tradução de Alexandre Vianna Aldighieri Soares. 7ª ed. São Paulo(SP): Elsevier; 2006.
Oliveira Joseph, Lemos Izabel, et al - BRINQUEDO TERAPÊUTICO INSTRUCIONAL NO PREPARO DA CRIANÇA PARA PUNÇÃO VENOSA: CONTRIBUIÇÕES À ENFERMAGEM PEDIÁTRICA. Acedido em: http://www.abeneventos.com.br/anais_senpe/17senpe/pdf/0760co.pdf
Rodrigues, Elisa - Os significados da prática da terapia intravenosa em uma unidade de terapia intensiva neonatal do Rio de Janeiro vol. 44, n. 4, out./dez., 2008 http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a14.pdf
Souza, Maria; Goulart Marta, et al - Estudo de utilização de medicamentos parenterais em uma unidade de internação pediátrica de um hospital. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 44, n. 4, out./Dez., 2008. Acedido em: http://teses.icict.fiocruz.br/pdf/2183ElisadaConceicaoRodrigues.pdf

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Presidente da República preside à cerimónia
Edifício reflecte um compromisso de permanência da Novartis em Portugal, e a importância do país como um centro de decisão no...

A Novartis inaugurou as novas instalações do Grupo em Portugal, numa cerimónia presidida por Sua Excelência, o Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva e que com a presença do Ministro da Saúde, Paulo Macedo, do Ministro da Economia, António Pires de Lima e de David Epstein, membro do Comité Executivo da Novartis e CEO da Divisão Novartis Pharmaceuticals.

O novo edifício, inserido na Praça Central do Taguspark, Parque de Ciência e Tecnologia localizado em Oeiras, o primeiro a ser construído, em apenas dois anos, no âmbito do projecto de desenvolvimento e revitalização, designado Praça Central do Taguspark, integra no mesmo espaço, os cerca 320 colaboradores de todas as divisões da empresa. A nova sede do Grupo Novartis representou um investimento de 14 milhões de euros reflectidos num compromisso de permanência a longo prazo no edifício promovido pela Taguspark,SA, à medida das necessidades e requisitos da Novartis. Assinado pelo Arquitecto Frederico Valsassina, o novo edifício tem quatro pisos, uma área de construção de 7.250m2 acima do solo, e estacionamento privativo com capacidade para 350 lugares.

No mesmo espaço ficam agora integradas as cinco empresas que constituem o Grupo Novartis e com presença em Portugal: Farma (medicamentos inovadores em áreas como oncologia, doenças cardiovasculares e metabólicas, respiratórias, neurociências, transplantes e doenças infecciosas); Vacinas (Prevenção); Sandoz (medicamentos genéricos); Consumer Health (medicamentos não sujeitos a receita médica); Alcon (cuidados oftalmológicos, cirúrgicos e farmacêuticos).

O Grupo Novartis tem respostas para todas as áreas dos cuidados de saúde. Este novo espaço permite fomentar as sinergias entre todas as empresas do Grupo para melhor respondermos às necessidades de saúde em Portugal refere Cristina Campos, Presidente do Grupo Novartis, Portugal e Directora Geral da Divisão Farma. O novo espaço vem reforçar o compromisso da Novartis para com o futuro do nosso país, permitindo-nos reforçar a imagem e notoriedade da Novartis em Portugal, assumindo o país como um centro de decisão importante no seio da empresa.

Para além dos medicamentos e soluções inovadoras de saúde que a Novartis traz para o nosso país, a empresa tem desenvolvido uma forte área de investigação e desenvolvimento, trazendo um número crescente de ensaios clínicos para Portugal. O valor de investimento em actividades de I&D da Novartis em Portugal, em 2013, foi de 4.8 milhões de euros. Entre 2009 e 2013 assistimos a um aumento em mais de 70% no investimento da empresa em actividades de I&D em Portugal. E se tivermos em conta que a empresa tem em desenvolvimento até 2018, 32 novas moléculas, 30 novas indicações e uma nova formulação a expectativa é que este compromisso se mantenha no futuro.

A integração de todos os colaboradores no mesmo espaço, permitirá à Novartis prestar um melhor serviço fomentando sinergias internas entre as diferentes divisões do Grupo e permitindo alcançar ganhos de produtividade a longo prazo, por exemplo através da utilização das várias salas de reuniões para realização de eventos internos e externos. Proporcionar uma melhor experiência de trabalho aos colaboradores, não só pelo espaço disponível mas também pelas condições do mesmo, usufruindo de luz natural e de maior privacidade, foi igualmente um objectivo da Novartis.

Considerada, em 2013, a 4 ª melhor empresa para trabalhar em Portugal no segmento de empresas com mais de 250 colaboradores, de acordo com o Great Place to Work Institute Portugal, a Novartis trabalha diariamente para disponibilizar aos seus colaboradores um espaço de trabalho de excelência que promova o seu bem-estar e um ambiente estimulante e motivante. No novo edifício todos os colaboradores trabalham em open space, usufruindo de luz natural em todo os postos de trabalho.

 

Sobre a Novartis

A Novartis fornece soluções de saúde inovadoras destinadas a dar resposta às necessidades em constante evolução dos doentes e da sociedade. Sediada em Basileia, na Suíça, a Novartis dispõe de um portefólio diversificado para responder da forma mais adequada a essas necessidades: medicamentos inovadores, cuidados oculares, genéricos económicos, vacinas preventivas e ferramentas de diagnóstico, medicamentos de venda livre e produtos de saúde animal. A Novartis é a única empresa global com posições de liderança em todas estas áreas. As empresas do Grupo Novartis empregam aproximadamente 133 mil colaboradores a tempo inteiro, desempenhando as suas actividades em mais de 140 países. Para obter mais informações, visite http://www.novartis.com.

Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
A síndrome vulgarmente chamada de “olho seco”, é uma doença inflamatória que atinge cerca de 20% da população adulta e, segundo...

Desconforto ocular, sensação de corpo estranho, ardor, queimor, picadelas, prurido, irritação ocular, olho vermelho e sensação de pálpebras pesadas são alguns dos sintomas de alerta para esta e outras formas de inflamação da superfície ocular externa, explica a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).

Paulo Torres, presidente da SPO, explica que “o olho seco é, em muitos casos, consequência da diminuição da produção de lágrima, da deficiência de alguns dos seus componentes e da maior evaporação da lágrima, esta última relacionada com a diminuição do pestanejo reflexo. O estado de atenção que se aplica nas tarefas que se realizam ao perto, como o trabalho com monitores de computadores ou ecrãs de jogos, fazem com que haja uma diminuição do reflexo do pestanejo, com uma maior evaporação da lágrima e um menor recobrimento da superfície ocular pelo filme lacrimal. Assim, a superfície ocular fica mais exposta e torna-se mais vulnerável à inflamação, levando ao aparecimento das queixas típicas acima descritas. O olho seco está também relacionado com outros factores, nomeadamente o envelhecimento natural, alterações hormonais como na menopausa da mulher, tabagismo, alcoolismo, cirurgias oculares, uso prolongado de lentes de contacto e a exposição prolongada a meios ambientes pessoais e ou profissionais agressivos (ventos, poeiras, ambientes secos e refrigerados).

O especialista refere ainda que “esta síndrome pode ser uma manifestação de doenças sistémicas, particularmente as do foro imunológico (artrite reumatóide, lúpus eritematoso disseminado, síndrome de Sjögren, sarcoidose, entre outras), outras doenças como a diabetes mellitus, bem como consequência de medicação sistémica antidepressiva e anti-hipertensora prolongada.

Apesar dos sintomas incomodativos, o olho seco geralmente não interfere com a visão, podendo ser tratado de uma forma eficaz com lágrimas artificiais de conforto.

As lágrimas artificiais são o tratamento de base para o olho seco, estando disponíveis nas farmácias sem receita médica. As formulações sem conservantes devem ser escolhidas quando a necessidade de aplicação de lágrima artificial é grande. É preciso ter em atenção se estas podem ser utilizadas com lentes de contacto. O mais importante é relembrar que o olho seco provoca desconforto ocular mas, na maioria dos casos, é uma situação controlável e não associada a perda irreversível da acuidade visual.

“A avaliação inicial por um oftalmologista para despiste de doença ocular associada deve ser sempre efectuada”, conclui Paulo Torres, presidente da SPO.

Tribunal anula
O Tribunal Central Administrativo do Sul considera que a redução no ano passado em 15% do preço das tiras-teste, agulhas,...

Num acórdão recente a que o jornal Público teve acesso, os juízes dizem que o Governo “violou o princípio da boa fé” quando baixou os preços justificando que a comissão criada para o efeito não chegou a consenso.

Porém, a comissão nunca reuniu, nem o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Economia (ME) nomearam representantes para a integrar. Isto mesmo foi o que alegou a Associação Nacional da Indústria Farmacêutica (Apifarma) que discordou e interpôs uma providência cautelar.

A decisão dá razão à Apifarma que recorreu depois do Tribunal Administrativo do Circulo (TAC) de Lisboa indeferir a providência. A redução dos preços fica assim suspensa, uma vez que o despacho do Governo foi invalidado pelos juízes.

O Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) considerou ainda que o tribunal inferior cometeu erros de julgamento e violou até a Constituição da República Portuguesa quando determinou que a Apifarma não tinha legitimidade para representar os interesses individuais dos seus associados – operadores da indústria farmacêutica – em tribunal.

A suspensão “permitirá aos associados voltar a praticar os preços que anteriormente praticavam”, aponta o TCAS. Os preços deverão voltar a subir, compensando a redução anteriormente verificada. O Público tentou, porém sem sucesso, obter uma reacção e confirmar esta eventual subida junto de Antónia Nascimento, da direcção da Apifarma.

Em resposta ao Público, o MS lembrou que o acórdão “não transitou em julgado” e que irá recorrer para o Supremo Tribunal Administrativo. O MS admite, contudo, que irá finalmente designar representantes para a comissão.

O Governo estima que o prejuízo para o Estado seja de 47 milhões de euros devido ao “impedimento de significativas poupanças”. A tutela apresentou inicialmente uma resolução fundamentada do interesse público que agora perde eficácia face a este acórdão.

Os preços não sofriam qualquer alteração desde 2010 e na altura a decisão provocou polémica por dar apenas quatro dias à indústria farmacêutica para recolher as embalagens com preços antigos.

Os operadores do mercado temiam falhas de abastecimento que, porém, “não se verificaram”, disse o presidente da Associação Protectora dos Diabéticos em Portugal, Luís Gardete Correia. “Esses preços são relativos à negociação, no âmbito de protocolos, entre o Estado e a indústria farmacêutica. Não chegamos a pagar menos”, disse o responsável. Segundo Gardete Correia, uma caixa de tiras-teste custa “menos de dois euros”.

A comissão, criada em portaria do Governo, serviria para estabelecer uma nova metodologia do cálculo dos preços e incluía ainda vários parceiros que participam no Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes como a Apifarma e a Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Teste inovador permite
Uma nova tecnologia de diagnóstico baseada em nanopartículas de ouro permite determinar se se trata de uma tuberculose...

Em 2012, receberam o Prémio de Mérito Científico Santander Totta/ Universidade NOVA pelo desenvolvimento de um teste rápido e mais barato de diagnóstico da tuberculose, baseado em nanopartículas de ouro. Em Janeiro, Pedro Viana Baptista, da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT), e Miguel Viveiros, do IHMT, publicaram um artigo em que mostram que, recorrendo ao mesmo método, e dentro do mesmo tubo, é ainda possível determinar se se trata de uma tuberculose multirresistente e especificar que mutações causam resistência, avança comunicado de imprensa.

O estudo, publicado na revista científica internacional Tuberculosis, partiu de genótipos do bacilo da tuberculose portugueses, mas a metodologia de diagnóstico pode ser adaptada a qualquer grupo genético de resistências. Em 2011, Portugal registava 22,6 novos casos de tuberculose por 100 mil habitantes, com aproximadamente 3% de casos multirresistentes, um decréscimo significativo quando comparado com o ano 2000 (25-30%). Foi nessa altura que o IHMT trouxe para Portugal o diagnóstico precoce por biologia molecular e, com o apoio da Fundação Gulbenkian, aplicou-o na área da Grande Lisboa. “Em 24 horas, passou a saber-se se os indivíduos estavam doentes e se eram ou não multirresistentes”, diz Miguel Viveiros.

Com a nova tecnologia de diagnóstico baseada em nanopartículas de ouro, é possível obter o mesmo diagnóstico de forma menos dispendiosa e com uma fácil concretização técnica. “A grande vantagem desta abordagem é permitir sensibilidades superiores às técnicas moleculares padrão (PCR) mas de forma simples e a baixo custo”, refere Pedro Baptista. “Na prática, pegamos nas nanopartículas, que estão funcionalizadas com sequências que identificam o bacilo da tuberculose e com as resistências do bacilo. Se, na amostra doente, existir o bacilo ou o seu ADN, esses alvos interagem com as partículas. Se não existir interacção, a solução muda de muda de cor para azul devido à agregação das nanopartículas”, explica Miguel Viveiros.

A detecção precoce dos casos de tuberculose multirresistente em Portugal é uma necessidade urgente, já que as estirpes portuguesas apresentam características únicas, que as tornam irresponsivas aos tratamentos padrão preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Sabemos que 75-80% das estirpes multirresistentes em Portugal são do mesmo grupo genético da estirpe Lisboa, que tem características não partilhadas com o resto do mundo”, explica o investigador Miguel Viveiros. Foi no IHMT que a estirpe Lisboa foi identificada pela primeira vez, tendo sido caracterizada, em 1999, no âmbito de uma parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. As razões que a levam a ter uma maior predisposição para a resistência e a centrar-se em Portugal ainda não estão esclarecidas. Mas estão em estudo. “Temos feito todos os esforços para caracterizá-la do ponto de vista científico. Sabemos que apresenta dilecções em alguns genes que a tornam mais virulenta”, daí a não responsividade ao tratamento padrão da OMS, salienta o bacteriologista do IHMT.

Apesar dos progressos:
A luta contra o cancro infantil tem mostrado progressos, mas ainda existem muitos desafios, diz um estudo publicado pela...

Em 2014, são esperados 15.780 novos casos de cancro e 1.960 mortes decorrentes da doença em doentes de até 19 anos nos EUA, segundo a American Cancer Society. Estima-se que um em cada 285 americanos sejam diagnosticados com cancro antes dos 20 anos, e um em cada 530 adultos de 20 a 39 anos sejam sobreviventes da enfermidade.

Enquanto melhoras em técnicas de cirurgia, radioterapia e quimioterapia aumentaram a sobrevida dos doentes, muitos sobreviventes têm alto risco de apresentar problemas de saúde a longo prazo, de acordo com o documento. Os tratamentos melhoraram, mas os estudos para entender as causas e maneiras de prevenir tumores em crianças e adolescentes avançam lentamente.

Os cientistas sabem pouco sobre a prevenção de tumores que acometem crianças, ao contrário dos que afectam adultos. Além disso, o diagnóstico infantil é muito mais difícil, porque os sintomas se confundem com os de doenças comuns.

“O progresso contra o cancro infantil foi enorme em alguns aspectos, mas isso não pode nos impedir de enxergar que o avanço foi decepcionante em outros e que o cancro continua sendo a segunda causa de morte em crianças”, afirma Otis Brawley, médico chefe da American Cancer Society. “Há muito trabalho a ser feito para melhorar os resultados, reduzir os efeitos colaterais associados ao tratamento e compreender as causas moleculares que provocam os tumores infantis para poder preveni-los e diagnosticá-los mais precocemente”.

O relatório foi criado para informar a população e os médicos sobre os avanços e os desafios na prevenção e tratamento de tumores em crianças e adolescentes.

Estudo diz:
Indivíduos friorentos têm um consolo para enfrentar as baixas temperaturas: tremer de frio pode queimar tantas calorias quanto...

Ambas as actividades convertem o tecido adiposo branco (a indesejada gordura que armazena energia no corpo humano) em tecido adiposo castanho (que, ao contrário, queima energia para gerar calor), afirma um estudo conduzido por investigadores da Austrália e Estados Unidos.

Na pesquisa, indivíduos que tremeram durante dez a 15 minutos numa sala refrigerada e que fizeram uma hora de bicicleta a um ritmo moderado produziram a mesma quantidade da hormona que estimula essa conversão.

O estudo foi coordenado pelo cientista australiano Paul Lee, do Instituto de Pesquisas Médicas Garvan, em Sydney, nos Institutos Nacionais de Saúde americanos (NIH, na sigla em inglês), em Washington.

“Quando sentimos frio, primeiro activamos a nossa gordura castanha, porque queima energia e emite calor para nos proteger. Quando essa energia é insuficiente, o músculo contrai-se mecanicamente, ou treme, gerando calor dessa forma”, explicou Lee.

O estudo insere-se numa nova linha de descobertas relativas à gordura castanha desde que este tecido voltou a atrair as atenções da ciência.

A gordura castanha é um mecanismo evolutivo que os humanos desenvolveram para enfrentar as baixas temperaturas da Terra nos primórdios da história. Existe em animais que hibernam, como os ursos, e em redor do pescoço de bebés recém-nascidos, incapazes de se proteger do frio por conta própria.

Os cientistas achavam que a gordura desaparecia gradualmente até ser eliminada em indivíduos adultos. Entretanto, nos últimos anos, diversos estudos comprovaram que os depósitos deste tecido diminuem, mas não desaparecem no corpo - dando início a pesquisas para incentivar a formação de gordura castanha como forma de combater a obesidade e a diabetes.

Um estudo da Universidade de Harvard em 2012, custeada pelos NIH, identificou uma hormona produzida pelos músculos durante o exercício que transforma o tecido adiposo branco em castanho em animais, a irisina.

Na pesquisa coordenada por Paul Lee, voluntários foram expostos a temperaturas entre 12 e 18 graus centígrados, começando a tremer entre 14ºC e 16ºC.

“Identificamos duas hormonas que são estimuladas pelo frio - a irisina e o FGF21 - que são libertadas, respectivamente, pelo músculo a tremer e pela gordura castanha”, explicou o endocrinologista.

“Estas hormonas aumentaram o ritmo de queima de células adiposas brancas em laboratório, e estas células tratadas começaram a emitir calor, o que é uma marca da função da gordura castanha”.

Depois, estes participantes foram convidados a participar de exercícios físicos para comparar os dois processos. “Descobrimos que andar de bicicleta durante uma hora a um ritmo moderado produziu a mesma quantidade de irisina que tremer por 10 a 15 minutos”, disse Lee.

“A nossa especulação é que o exercício físico imite o acto de tremer, pois há contracção muscular durante ambos os processos”, afirmou. “E que a irisina estimulada pelo exercício tenha evoluído a partir do acto de tremer de frio”.

As conclusões de Lee apontam na mesma direcção de outras pesquisas que também relacionam a queima de calorias com a exposição moderada a baixas temperaturas.

Um estudo no Japão observou a redução da gordura corpórea em pessoas que passaram duas horas por dia a uma temperatura de 17 graus centígrados durante seis semanas.

Outra pesquisa da Universidade de Maastricht, na Holanda, indicou que indivíduos que passaram seis horas a 15 graus por dez dias tiveram os seus depósitos de gordura castanha aumentados - o que em troca as permitiu adaptar-se à temperatura mais facilmente.

Cientistas estimam que, enquanto 50g de gordura branca armazenam 300 calorias no corpo, 50g de gordura castanha queimam 300 calorias por dia.

Indivíduos com mais proporção de gordura castanha tendem a ser mais magros que indivíduos que têm menos esse tipo de gordura.

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