Estudo sugere
Os seres humanos são capazes de perceber através do olfacto se alguém está doente ou, pelo menos, perceber um odor distinto no...

Investigadores do Karolinska Institutet, na Suécia, afirmam que os seres humanos são capazes de perceber através do olfacto se alguém está doente ou, pelo menos, perceber um odor distinto no suor de pessoas com o sistema imunológico em alta actividade. Para chegar a essa descoberta, 48 pessoas participaram de uma experiência.

Dessas, oito pessoas receberam ou uma injecção de lipopolissacarídeo (substância que, através de uma bactéria, provoca uma forte resposta imunológica) ou uma injecção de água com sal (que não causa nenhuma reacção no corpo humano). Quatro horas após esse procedimento, as roupas usadas por essas oito pessoas foram recolhidas e levadas para análise. É aí que entram os 40 participantes restantes, que sentiram os odores presentes nas roupas e reportaram o seu grau de intensidade, agradabilidade e deram notas para o quesito “saúde” do odor.

Assim, a maioria desses participantes deu notas mais baixas à agradabilidade das roupas usadas pelos primeiros membros da experiência, reportando-as como de odor mais intenso do que o sentido nas de quem havia sido injectado apenas com a solução de água salgada.

Estudos prévios já haviam apontado que certas doenças, como a febre-amarela, desencadeiam a produção de odores fortes no corpo, perceptíveis por outras pessoas, e o estudo comprova essa capacidade de sentir que alguém está doente através do olfacto.

O texto de divulgação do estudo afirma que “seres humanos podem mesmo dissociar odores de doença e saúde noutros indivíduos” após um período de quatro horas de accionamento do sistema imunológico.

Para o cientista Mats Olsson, que liderou o estudo, quando alguém fica doente “podem haver biomarcadores de doenças produzidos pelo corpo e libertados sob a forma de substâncias voláteis”, daí a capacidade de que alguém “fareje” a saúde alheia.

A habilidade de detectar doenças em outras pessoas através do olfacto poderia ajudar na prevenção do contágio de doenças, sublinha o estudo. Contudo, uma vez que a experiência foi conduzida em laboratório, e os participantes receberam apenas uma toxina em particular, não é possível aos investigadores afirmarem que os resultados seriam os mesmos fora desse ambiente e com pessoas portadoras de outras infecções.

Estimativas da Ordem dos Dentistas
Metade dos portugueses acima dos 65 anos não tem um único dente natural na boca, segundo estimativas da Ordem dos Dentistas,...

“É um avanço tremendo da medicina dentária que os implantes possam substituir os dentes naturais quando estes se perdem. A implantologia é um avanço notável, o grande avanço da medicina dentária das últimas décadas", defende o bastonário Orlando Monteiro da Silva, citado pelo Diário Digital

Apesar de reconhecer que é cada vez maior a tendência de recorrer aos implantes, em virtude também do envelhecimento populacional, Monteiro da Silva não o encara como uma moda e considera que, “infelizmente”, são tratamentos que não estão ao alcance de todos. Cada implante dentário colocado pode ir de 1.200 euros até acima dos 5.000, segundo uma ronda feita pela Lusa junto de alguns consultórios e clínicas.

Precisamente por ser uma área recente dentro da medicina dentária, a necessidade de a regular torna-se mais evidente, tendo a Autoridade do Medicamento (Infarmed) criado no mês passado uma comissão para acompanhar os dispositivos médicos (onde se incluem os implantes), os branqueamentos e os medicamentos na área dentária.

A implantologia é aliás uma das áreas que mais queixas motiva junto da Ordem, por envolver tratamentos caros e porque a expectativa dos clientes quanto ao sucesso desta técnica é elevada. “As áreas da medicina dentária onde a expectativa é maior, como implantologia ou correcção de dentes, são sujeitas a que as pessoas possam fazer queixas quando acham que há má prática”, explica o bastonário.

A Ordem dos Médicos Dentistas reconhece que há abusos na forma como se publicitam os tratamentos com implantes, adiantando que “nada é definitivo e muito menos garantido”. “A técnica da implantologia, uma espécie de raiz artificial, tem os seus riscos e as suas contra-indicações e não é garantida e não é também para a vida inteira, apesar de termos a expectativa de que é duradoura”, sublinha Orlando Monteiro da Silva.

A Ordem actua sobre os médicos dentistas individuais, mas nada pode fazer relativamente a clínicas, empresas ou seguradoras que publicitam os tratamentos com implantes como garantidos ou para durar a vida inteira. Por isso, o bastonário defende que outras entidades reguladoras deviam agir para que os doentes não sejam enganados por publicidade abusiva, pensando que nuns locais os tratamentos são garantidos e noutros não.

Sobre a qualidade dos implantes, o bastonário garante não ter nunca recebido queixas dos profissionais de saúde e lembra que estes dispositivos têm de obedecer a um conjunto de normas para poderem ser colocados.

De acordo com a Autoridade do Medicamento (Infarmed), não há qualquer notificação de incidente envolvendo implantes dentários no Sistema Nacional de Vigilância de Dispositivos Médicos. Contudo, no ano passado foi apresentada uma queixa específica sobre um laboratório de implantes dentários e três sobre não notificação da actividade de fabrico destes dispositivos, refere a informação do Infarmed.

Segundo a Ordem dos Dentistas, em Portugal, onde a grande maioria dos implantes é importada, os dispositivos têm de obedecer à certificação da Comissão Europeia, que “assegura a qualidade e os requisitos adequados”.

Ao médico dentista cabe certificar-se do cumprimento da marca CE e ainda registar na ficha clínica do doente informação sobre o implante usado, que permite fazer o rastreio das suas características e proveniência caso ocorra algum problema.

Associação Portuguesa dos Nutricionistas
A Associação Portuguesa dos Nutricionistas, em conjunto com os organizadores do Douro Film Harvest, organiza o 5º Ciclo de...

Esta edição decorrerá em dois dias consecutivos, no Edifício AXA, no Porto, sendo possível participar em duas conferências relacionadas com a Dieta Mediterrânica, recentemente considerada Património Imaterial da Humanidade, e ainda saborear as imagens de “Mistura” e “Bood into wine”, no seguimento das conferências.

Participe, a entrada é livre.

 

Programa 5º ciclo de cinema e alimentação

21 de Fevereiro

21h30-22h – Conferência “A importância da tradicionalidade dos alimentos – o caso da Dieta Mediterrânica”

Oradora: Susana Pasadas, Nutricionista, Equipa de Nutrição, Jerónimo Martins

Moderadora: Sónia Mendes, Nutricionista, Comissão de Especialidade para a Alimentação Colectiva e Hotelaria, Associação Portuguesa dos Nutricionistas

22h – Visualização de “Mistura – the power of food” (Realização: Patricia Perez, 2011)

Sinopse: No Peru, cozinhar e comer ultrapassam o mundo da cozinha, são uma forma de celebrar o “ser peruano”, partilhar, mostrar respeito e estar orgulhoso do seu país. Mistura, a feira gastronómica que se realiza no mês de Setembro, é o melhor exemplo disso mesmo. “Em Mistura, a gastronomia converte-se numa arma, uma arma para demonstrar coisas muito mais importantes, mais interessantes, mais emocionantes”, afirma o mais reconhecido dos Chefs peruanos, Gastón Acurio. Este documentário mostra todas as experiências que se vivem numa feira onde se aprende não só sobre comida, mas também sobre a vida.

 

22 de Fevereiro

21h30-22h – Conferência “O vinho na Dieta Mediterrânica do Douro”

Orador: Pedro Graça, Nutricionista, Director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável

Moderadores: Célia Craveiro, Presidente da Direcção da Associação Portuguesa dos Nutricionistas; Manuel Vaz, Presidente do Douro Film Harvest, Expanding Group

22h – Visualização do documentário “Blood into wine” (Realização: Ryan Page & Christopher Pomerenke, 2010)

 

GAES organiza
Começa hoje [17 de Fevereiro] a Campanha Nacional de Luta contra a Perda Auditiva.

Organizada pela GAES – Centros Auditivos, a campanha Nacional de Luta contra a Perda Auditiva tem inicio hoje e termina a 17 de Abril, com o objectivo de alertar a população para a importância dos cuidados com a audição.

Assim, no âmbito desta acção, vão ser realizados rastreios auditivos gratuitos, mediante marcação prévia, de norte a sul do País, em todos os 26 Centros Auditivos da GAES.

“De acordo com um estudo que realizámos recentemente, mais de 50% das pessoas tem perda auditiva e muitas destas pessoas nunca realizaram um teste auditivo para comprovar a saúde dos seus ouvidos. Gostamos de realizar várias campanhas de sensibilização durante o ano, para relembrar aos nossos clientes e potenciais clientes da importância da audição e de como existem muitas possibilidades de correcção e tratamento”, refere em comunicado Dulce Martins Paiva, directora-geral da GAES – Centros Auditivos em Portugal.

Instituto do Porto
Projecto propõe realização de ensaios clínicos aleatórios com base na Internet.

O Inesc Tec anunciou a sua participação num projecto multidisciplinar, que reúne 14 parceiros de 11 países europeus, destinado a investigar a viabilidade da utilização da Internet no tratamento de doenças mentais, como a depressão.

A cargo da equipa do Inesc Tec-Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto está o desenho de uma infra-estrutura tecnológica, algoritmos de análise de dados e modelos personalizados.

De acordo com informação disponibilizada no site da instituição, o projecto europeu E-Compared (European Comparative Effectiveness Research on Internet-based Depression Treatment) iniciou-se em Janeiro, tem a duração de 36 meses e conta com financiamento da União Europeia através do 7.º Programa-Quadro.

Segundo o Inesc Tec, cerca de metade dos europeus com necessidades de cuidados de saúde mental não têm acesso a estes serviços, nem sempre recebem tratamentos ajustados ou são confrontados com longas listas de espera ou gastos dispendiosos em cuidados de saúde.

O E-Compared vai, assim, desenvolver um estudo comparativo da eficácia clínica e económica destes dois tipos de tratamento (tratamento comum e tratamento baseado na Internet). O projecto propõe a realização de ensaios clínicos aleatórios para estudar a forma como o tratamento da depressão com base na Internet pode ser implementado em contextos de rotina de cuidados especializados, mas também para prever que tipo de cuidado seria mais adequado a cada paciente.

Os investigadores vão ainda avaliar as políticas de saúde mental/orientações da União Europeia (UE). Através do E-Compared, pretende-se também emitir recomendações sobre a rentabilidade do tratamento da depressão com base na Internet, quando integrado em sistemas de cuidados de saúde mental da UE, e desenvolver um plano de negócios para assegurar a implementação estrutural destes serviços.

Dados da Direcção-Geral da Saúde
As doenças relacionadas com o amianto – utilizado em larga escala na construção civil e noutras aplicações até aos anos 1990 –...

Em média, houve 36 mortes por ano por mesotelioma, um cancro raro que está associado à inalação de fibras de amianto. Mais raras nas estatísticas oficiais são as mortes por asbestose, uma inflamação crónica dos pulmões também causada pelo amianto: cerca de três casos por ano, em média, no mesmo período, avança o jornal Público.
Portugal está longe dos países com maior taxa de mortalidade por amianto. No topo da lista está o Reino Unido, onde morreram em média 2286 pessoas vítimas de mesotelioma entre 2007 e 2011, segundo dados das autoridades britânicas de saúde. A taxa de mortalidade entre os homens em 2010 foi, no Reino Unido, de 6,2 mortes por 100.000 pessoas, segundo a Agência Internacional para Investigação sobre o Cancro, da Organização Mundial de Saúde. Na Alemanha foi de 2,7, no Japão de 1,6 e nos Estados Unidos de 1,3. Em Portugal, a taxa foi de 0,7 mortes em cada 100 mil homens. O mesotelioma representa cerca de 1% dos cancros do sistema respiratório no país.
As mortes de agora reflectem sobretudo casos de pessoas que foram expostas ao amianto na sua actividade profissional: operários de fábricas que processavam ou utilizavam amianto, construtores civis, electricistas, encanadores e outros. A doença normalmente surge 20 a 40 anos depois da exposição, daí que seja mais frequente em idosos.
Em Portugal, a idade média das pessoas que morreram de mesotelioma desde 2007 é de 68 anos. Mas há mortes em idades bem inferiores. O caso mais precoce refere-se a uma pessoa com 23 anos, segundo as estatísticas da Direcção-Geral da Saúde.
Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) identificou 427 novos internamentos por mesotelioma nos hospitais portugueses entre 2000 e 2011. O número de novos casos por ano varia entre 26 e 52, mostrando uma ligeira tendência de aumento. Há quatro casos em pessoas com 20 anos ou menos, duas das quais com até quatro anos.
A autora do estudo – a investigadora Mariana Neto, do Departamento de Epidemiologia do INSA – diz que os resultados confirmam a tendência de surgirem agora casos relacionados com pessoas que estiveram expostas ao amianto há 30 ou 40 anos. Mas chama a atenção para a possibilidade de haver outras fontes de exposição que não as mais óbvias, como a construção ou a indústria naval.
“O facto de 50% dos casos malignos terem ocorrido em pessoas com idades inferiores ou iguais a 65 anos e 3% em pessoas com idades inferiores ou iguais a 30 anos justifica a realização de um estudo mais profundo e detalhado, por poderem estar em casa fontes de exposição menos óbvias e mais actuais”, escreve a autora, no estudo publicado na revista Obervações-Boletim Epidemiológico, do INSA.
A pneumologista Paula Figueiredo diz que muitos doentes que surgem com mesotelioma não se lembram de ter estado expostos ao amianto. E chama a atenção para o facto de os números estarem possivelmente sub-valorizados, porque a doença ou a causa de morte podem ser erroneamente associadas a outro tipo de cancro do pulmão. “É importante como se faz o diagnóstico”, avisa.
 

Minimamente invasiva
Para os que têm joanetes podem através de uma cirurgia minimamente invasiva livrar-se desse incómodo.

Para muitas mulheres, um sapato de salto alto é obrigatório no dia-a-dia. Mas o calçado apertado e usado por várias horas pode trazer amarguras. Os joanetes causam incómodo e dores terríveis. A realização de uma cirurgia percutânea minimamente invasiva é um dos tratamentos, avança o Correio da Manhã.

“É um grande avanço em relação à cirurgia tradicional. Há menos dor no pós-operatório, pode-se fazer carga imediata e marcha sem canadianas. Ao fim de duas semanas já se pode conduzir”, explica Paulo Carvalho, ortopedista do Hospital Sant'Ana, na Parede (Cascais).

Os joanetes afectam 40% da população portuguesa. É mais comum nas mulheres e caracteriza-se por uma deformidade do dedo grande do pé. Os joanetes provocam dores, edemas e, por vezes, úlceras no pé. O intuito desta cirurgia é travar o problema antes que se agrave. “Num caso leve, são feitas três incisões no dedo grande. Se não for necessário parafuso, a operação demora menos de dez minutos. Normalmente, não há necessidade de fisioterapia”, refere o médico. Por mês, são atendidos 20 doentes. As mulheres são as mais afectadas. Os dedos em garra surgem muitas vezes a par dos joanetes.

Falta de ensaios clínicos
As crianças com doenças oncológicas têm acesso a menos tratamentos do que os adultos porque faltam ensaios clínicos na...

As restrições legislativas sobre os ensaios clínicos em crianças estão a impedir o acesso a novos tratamentos, critica o director de Pediatria do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto. “Na Europa, há um fundamentalismo legal que, a pretexto da defesa dos direitos das crianças, está a prejudicá-las”, explica Armando Pinto. Na prática, isto significa que 80% dos medicamentos que estão a ser utilizados nos adultos não podem ser aplicados no tratamento de crianças porque não foram realizados os necessários ensaios clínicos.

Médica Tailandesa adverte:
A moda de tirar auto-retratos com telemóveis, mais conhecido como ‘selfie’, e divulgar na Internet pode levar a problemas...

“Prestar demasiada atenção às fotografias publicadas, controlando quem as vê ou a quem agrada ou comenta, com a esperança de atingir o maior número de 'likes' [gostos] é um sintoma de que as 'selfie' estão a provocar um problema”, disse a especialista Panpimol Wipulakorn, do departamento de saúde mental tailandês, citada pelo Jornal de Notícias Online. A médica assinalou que tais comportamentos poderão derivar em problemas cerebrais no futuro, especialmente naqueles que estão relacionados com falta de confiança própria.

“As 'selfies' causam um impacto na vida de cada indivíduo. Publicar fotos para encontrar a aprovação dos colegas está na natureza do homem. Se fazemos algo e encontramos uma pequena recompensa, voltaremos a repetir o acto”, explicou. No entanto, esta recompensa, que é alcançar a aceitação social tem diferentes efeitos, dependendo da pessoa: alguns contentam-se obtendo poucos 'likes', outros “necessitam” de atingir o máximo que puderem e ficam “viciados” neste reconhecimento social, adianta Panpimol.

As pessoas que não atingem a quantidade de apoios esperados optam por publicar uma nova 'selfie', mas se a resposta continuar a ser negativa isso poderá afectar a confiança ou criar pensamentos negativos sobre si mesmo. A segurança e a auto-estima são cruciais para o desenvolvimento do indivíduo para alcançar a felicidade e a satisfação pessoal, aponta a médica tailandesa. A carência causa ansiedade, dúvidas e a infelicidade do indivíduo, os quais podem derivar em problemas maiores como a paranóia, depressão, comportamentos ciumentos e personalidade susceptível, acrescenta.

A médica tailandesa sublinha que, além dos danos pessoais, as 'selfies' também podem ter impacto no crescimento de países em desenvolvimento. Isto porque a falta de confiança dos jovens pode criar uma nova geração “sem liderança”, de pessoas “sem capacidade criativa e inovadora”. Por isso, hábitos como ser observador, praticar desporto e ter actividades com familiares e amigos, ir ao cinema ou viajar, são algumas das ideias defendidas pela médica para combater o vício das 'selfies'.

Cientistas alertam
Dois dos maiores especialistas mundiais na ligação entre o ambiente e a saúde alertam que os químicos industriais a que as...

O alerta surge na revista científica The Lancet Neurology e os autores apelam aos países que mudem os seus procedimentos de avaliação dos riscos dos químicos para proteger as crianças destas toxinas. Em causa estão químicos como o mercúrio, o chumbo e certos solventes e pesticidas, que estão presentes em objectos tão comuns como a roupa, o mobiliário ou os brinquedos, noticia o Jornal de Notícias Online.

Segundo o artigo agora publicado, o número de químicos que reconhecidamente provocam perturbações do desenvolvimento neurológico duplicou nos últimos sete anos, de seis para 12, enquanto a lista de químicos que se sabe prejudicarem o cérebro humano mas que não estão regulamentados para proteger a saúde das crianças também aumentou, de 202 para 214.

“As actuais regulamentações dos químicos são largamente inadequadas para proteger as crianças, cujos cérebros em desenvolvimento são particularmente vulneráveis aos químicos tóxicos no ambiente”, diz Philippe Grandjean, da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston.

“Enquanto não existir um requisito legal para que os fabricantes provem que todos os químicos industriais existentes e todos os novos químicos são não tóxicos antes de entrarem no mercado, na linha da lei da União Europeia [para o registo, avaliação, autorização e restrição] dos químicos, REACH, enfrentamos uma pandemia de toxicidade para o desenvolvimento neurológico”.

As perturbações do desenvolvimento neurológico, como o autismo, o défice de atenção, a dislexia ou a paralisia cerebral, afectam uma em cada seis crianças em todo o mundo, havendo cada vez mais provas que ligam a exposição a químicos na infância a níveis mais altos destas doenças.

Um controlo mais apertado da utilização destes químicos permitiria poupar milhões de dólares, alertam os autores, recordando que os custos anuais do tratamento do envenenamento por chumbo nos EUA, por exemplo, são de cerca de 50 mil milhões de dólares. Mas Grandjean e o co-autor do artigo, Philip Landrigan, da Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova Iorque, sublinham que este número poderá ser apenas a ponta do icebergue.

“A vasta maioria dos mais de 80 mil químicos industriais utilizados nos EUA nunca foram testados nos seus efeitos tóxicos para o desenvolvimento do feto ou da criança. A exposição a estes químicos durante as fases iniciais do desenvolvimento pode causar danos cerebrais em níveis muito mais baixos do que os que afectam os adultos e o real impacto na saúde das crianças só agora está a começar a revelar-se”, referem.

Os dois maiores obstáculos aos esforços para limitar os químicos que ameaçam a saúde das crianças são as grandes falhas nos testes à sua toxicidade para o desenvolvimento neurológico e a enorme quantidade de provas exigidas para que se possa regulamentar.

“A única forma de reduzir a contaminação tóxica é tornar obrigatórios os testes à sua toxicidade para o desenvolvimento neurológico dos químicos novos e já existentes”, diz Landrigan.

“Uma abordagem cautelosa deste género significaria que uma indicação prévia de potenciais efeitos tóxicos graves levaria a uma regulamentação forte, que poderia depois ser relaxada se provas subsequentes demonstrassem que os danos eram menos graves”, acrescenta.

Os autores propõem uma estratégia internacional de prevenção que ponha o ónus nos produtores de químicos, e não nos governos, de provarem que os seus produtos são de baixo risco, usando um processo semelhante ao que é exigido às farmacêuticas, e uma nova agência reguladora internacional para coordenar e acelerar estas medidas.

“O número total de substâncias neurotóxicas actualmente reconhecidas é quase certamente uma pequena parte do verdadeiro número de substâncias tóxicas para o desenvolvimento neurológico libertadas para o ambiente global”, dizem.

“A nossa grande preocupação é que as crianças de todo o mundo estejam expostas a químicos tóxicos não reconhecidos que estão silenciosamente a corroer a inteligência, a perturbar o comportamento, a truncar as conquistas futuras e a danificar as sociedades, talvez mais seriamente nos países em desenvolvimento”.

Projecto de Bem-Estar Cem Pessoas
Cem pessoas vão disponibilizar os seus corpos em vida para a investigação científica como parte de um estudo inédito sobre a...

O Projecto de Bem-Estar Cem Pessoas vai contar com 100 pessoas que disponibilizam o seu corpo em vida para investigação científica. A iniciativa, que vai começar em Março, centra-se na monitorização permanente dos seus participantes, em presumível bom estado de saúde no início do programa. Os cientistas vão começar por sequenciar a totalidade do genoma de cada participante. Depois, nos 25 anos seguintes, vão aferir com regularidade variáveis como os padrões de sono, ritmos cardíacos, bactérias intestinais, proteínas que sinalizam o estado dos órgãos, amostras de sangue ou actividade celular.

“O que é único sobre os humanos é a sua individualidade”, disse Leroy Hood, durante a reunião anual da Associação Americana (dos EUA). A intenção é “seguir a transição do coração, cérebro e fígado de um estado saudável para um doentio”, adiantou Hood, que é o presidente do Instituto para a Biologia de Sistemas, em Seattle, no Estado de Washington.

O foco deste programa-piloto de nove meses, que se pretende estender a 100 mil pessoas nos próximos quatro anos e fazer a monitorização contínua durante três décadas, é o de melhorar a saúde dos indivíduos, com base nas especificidades de cada um. Hood pormenorizou que os cientistas vão estar alerta para detectar “oportunidades susceptíveis de serem aproveitadas por cada indivíduo”, tais como a forma de se alimentarem melhor ou evitarem algumas drogas que podem ser perigosas dada a sua genética.

O Instituto de Hood orçamentou cerca de 10 mil dólares por participante e está a pagar através de donativos privados, segundo uma notícia da revista Nature, que caracterizou esta semana o projecto como sendo “invulgarmente minucioso”.

Saiba como
Narcolepsia é uma condição neurológica caracterizada por episódios irresistíveis de sono e em geral
Mulher a dormir em reunião de trabalho

O que é a narcolepsia?

A narcolepsia é uma perturbação intrínseca do sono, crónica, de origem neurológica e em que existem alterações na ciclicidade e estabilidade do ciclo sono-vigília. É uma espécie de "mistura" entre os fenómenos normais da vigília e do sono, mais especificamente do sono paradoxal.

Algumas das características do sono paradoxal aparecem isoladas e de forma bizarra, enquanto estamos acordados.

Os sintomas mais característicos da doença são a sonolência excessiva e a cataplexia, que poderão surgir com intervalo de anos entre si.

De acordo com estudos recentes, a narcolepsia está relacionada com a deficiente produção de hipocretina a nível cerebral.

Quais os sintomas principais?

Quando falamos dos sintomas principais, referimos os mais comuns. No entanto, nem todos têm que estar presentes para se fazer um diagnóstico de narcolepsia.

A sonolência excessiva é geralmente o primeiro sintoma a aparecer, surgindo sob a forma de crises de sonolência súbita e imperiosa, podendo ocorrer no meio das actividades diárias e ser, por isso, muito incapacitante. Pode-se adormecer a conversar, à mesa, a conduzir ou em qualquer outra circunstância inoportuna.

Por outro lado, a cataplexia, outro dos sintomas da narcolepsia, é a perda da força muscular, geralmente desencadeada por emoções como o riso, a irritação, ou simplesmente decorrente de um susto ou de um factor surpresa. Pode envolver todos os músculos e provocar queda súbita ou atingir apenas pequenos grupos musculares, resultando em queda das pálpebras, da cabeça para a frente (músculos do pescoço), queda do queixo, voz arrastada, flexão dos joelhos ou a queda de pequenos objectos das mãos. Durante o episódio não há perda dos sentidos, embora usualmente o indivíduo não consiga falar.

Podem ocorrer também alucinações hipnagógicas/hipnopômpicas que consistem em visões ou outras sensações assustadoras que ocorrem quando o indivíduo está respectivamente a adormecer ou a acordar.

As queixas de paralisia de sono são também frequentes e designam-se pela incapacidade de se mover na altura do adormecer ou do acordar, ficando o indivíduo paralisado por segundos ou mesmo minutos. Estas paralisias são frequentemente acompanhadas das alucinações acima descritas, o que se poderá tornar ainda mais aterrador. Este sintoma pode existir isoladamente em indivíduos sem qualquer suspeita de narcolepsia.

As queixas de insónia ou de sono pouco reparador com despertares frequentes, o aumento de peso e a depressão são também sintomas frequentes.

Quem pode ter a doença e qual a sua frequência?

A narcolepsia não tem preferência de raças e afecta igualmente os dois sexos, variando a sua frequência nos diversos países. Em Portugal a prevalência é de 0,04 por cento ou seja, afecta aproximadamente 40 indivíduos por cada 100.000.

Embora os primeiros sintomas surjam, na maioria das vezes, na adolescência ou no adulto jovem, entre os 15 e os25 anos, podem surgir também, embora com menor frequência, entre os 35 a 45 anos. Em qualquer dos casos, o seu diagnóstico é geralmente feito vários anos após o início da doença.

Como se diagnostica?

Se existem sintomas que o façam suspeitar ser portador da doença, deverá consultar o seu médico de família no sentido de este o orientar para uma consulta de perturbações do sono ou de neurologia, onde o seu problema possa ser adequadamente diagnosticado e tratado.

Nessa consulta, o diagnóstico dever-lhe-á ser confirmado com a realização do Teste de Latências Múltiplas do Sono. Este exame é efectuado durante o dia em laboratório, dando-lhe hipótese de dormir durante vinte minutos de duas em duas horas, num total de cinco períodos. Se o tempo médio que demora a adormecer for curto e, se pelo menos em duas destas hipóteses entrar em sono paradoxal, o teste considera-se positivo.

A entrada em sono paradoxal numa pessoa saudável ocorre normalmente cerca de 90 minutos depois do adormecer. Sempre que possível, este teste deverá ser precedido na noite anterior, por um registo poligráfico de sono nocturno, para diagnóstico de outras possíveis causas de sonolência.

Como se trata?

Actualmente ainda não existe tratamento da causa mas apenas dos sintomas. O tratamento implica medidas comportamentais que poderão ajudar a controlar parte dos seus sintomas de sonolência.

Algumas destas medidas podem passar por sestas de 15 a 20 minutos durante o dia, evitar refeições pesadas e bebidas alcoólicas. Por outro lado, poder-lhe-á ser recomendado o uso de fármacos estimulantes do sistema nervoso central, que o ajudarão a controlar a sonolência durante o dia.

Para o tratamento dos outros sintomas relacionados com o sono paradoxal como a cataplexia, alucinações hipnagógicas/hipnopômpicas e a paralisia de sono, geralmente são usados fármacos anti-depressivos, independentemente de haver ou não depressão, mas pelo seu efeito no sono paradoxal.

Porque esta doença é ainda pouco conhecida, uma parte importante do tratamento é o apoio que o médico lhe poderá dar, ajudando-o a lidar melhor com a narcolepsia e a fazer com que os outros a aceitem e ajudem a minorar as suas possíveis consequências, tanto a nível pessoal como socioprofissional.

Cabe assim ao clínico, se julgar benéfico e se for do interesse do doente, informar professores ou empregadores, sensibilizando-os para as horas de descanso adequadas e para a necessidade de pequenas sestas durante o dia, ou mesmo, ajudá-lo a adequar a sua profissão à sua doença, evitando profissões que a agravem ou o ponham em especial risco (trabalho por turnos, condução profissional, etc.).

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Doença inflamatória crónica
A Espondilite Anquilosante é uma doença crónica, de natureza inflamatória dolorosa e progressiva.

A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crónica que afecta principalmente as articulações da coluna, causando limitação da mobilidade. Isto resulta na perda de flexibilidade da coluna vertebral, que se mantém rígida.

A doença tem uma evolução progressiva, por vezes com surtos de inflamação da coluna vertebral ou de outras articulações, como ombros, ancas, joelhos e tornozelos. Pode acontecer que entre os surtos de agudização, o doente fique sem sintomas e mantenha uma actividade quotidiana normal. Normalmente com a idade, os surtos tendem a distanciar-se e tornam-se mais ligeiros.

É uma doença com elevada prevalência (entre 10-20 casos/100.000 habitantes), preferindo a raça branca e os homens entre os 20 e os 30 anos de idade. É menos frequente nas mulheres e quando surge tem uma evolução mais favorável. Calcula-se que afecte cerca de 50 mil portugueses. A doença apresenta-se, na maioria dos casos, como uma doença isolada, embora em alguns casos possa estar associada à psoríase ou a doenças inflamatórias intestinais.

Causas e diagnóstico
Não é conhecida a causa para a EA porém, nos últimos anos, têm sido feitos progressos na compreensão dos mecanismos que desencadeiam o processo da doença e os potenciais agentes responsáveis. É conhecida há algum tempo a associação da EA com um antigénio específico (HLA-B27), que pode desencadear a doença.

O diagnóstico da EA é baseado em sintomas físicos e na observação. Para confirmar o diagnóstico realizado efectuam-se radiografias da bacia e coluna vertebral, para ver as mudanças que ocorreram nas sacroilíacas e nas vértebras. Contudo, essas alterações radiológicas são geralmente muito tardias em relação ao início dos sintomas, o que torna o diagnóstico precoce difícil e muito dependente da experiência do médico.

As análises na EA não têm geralmente grande utilidade para o diagnóstico, uma vez que só existem alterações em 30 a 40 por cento dos doentes, sobretudo quando existe envolvimento periférico ou doença extra-articular significativa.

Sintomas
Os primeiros sintomas da EA são, muitas vezes, dor nas regiões glúteas ou lombalgia, que são causados por inflamação das articulações sacroilíacas e coluna vertebral. A dor é do tipo inflamatório e manifesta-se de forma insidiosa, lenta e gradual, sendo difícil precisar o momento exacto em que os sintomas começaram. A lombalgia ocorre quando o doente está em repouso, melhorando com a actividade física. A dor é geralmente pior nas últimas horas da noite e de manhã cedo. Quando a pessoa se levanta e inicia a actividade normal, existe alívio ou até mesmo desaparecimento da dor.

Com o tempo, a dor e a rigidez podem evoluir para a coluna dorsal e cervical. As vértebras fundem-se, fazendo com que a coluna perca flexibilidade e se torne rígida, limitando os movimentos.

A tumefacção e a dor também podem ocorrer nas articulações das ancas, ombros, joelhos e tornozelos. Pode haver inflamação dos ligamentos ou tendões, como por exemplo dor no tendão de Aquiles. Uma vez que a EA é uma doença sistémica outros órgãos podem ser afectados, como os pulmões ou o coração. Pode ocorrer febre, perda de apetite e/ou fadiga.

É também relativamente comum a inflamação do olho (uveíte), que se manifesta com dor e vermelhidão dos olhos. A uveíte afecta cerca de ¼ dos doentes com EA.

Tratamento
Actualmente, não existe cura para a doença. No entanto, existem vários medicamentos eficazes e técnicas de reabilitação que permitem aliviar a dor e melhorar a mobilidade, possibilitando uma boa qualidade de vida.

Os anti-inflamatórios não-esteróides (AINE) constituem sempre, salvo estejam contra-indicados, a abordagem inicial do tratamento, conseguindo na maioria dos casos reduzir e por vezes mesmo suprimir a inflamação. O controlo da inflamação permite o alívio da dor e da rigidez, permitindo um melhor repouso durante a noite. Podem ser utilizados por períodos prolongados de tempo, com as devidas precauções. Por outro lado, os doentes com envolvimento de articulações periféricas ou tendões podem beneficiar de infiltrações locais com corticosteróides. Os corticóides sistémicos só são benéficos em casos pontuais.

Outro dos aspectos mais importantes do tratamento são os exercícios de reabilitação ao nível da coluna vertebral e exercícios respiratórios, de modo a fortalecer os músculos da coluna e evitar a rigidez e perda de mobilidade da própria coluna vertebral.

No campo farmacológico, surgiram nos últimos anos os chamados medicamentos biológicos, dirigidos especificamente para os componentes da resposta imunológica que intervêm nesta doença.

A cirurgia pode ser uma opção quando existe uma articulação muito danificada. Acontece com mais frequência ao nível das ancas, com necessidade de colocação de uma prótese articular.

Os doentes que tenham a EA controlada podem ter uma vida equilibrada, podendo mesmo fazer o seu trabalho de forma eficaz e produtiva. Deve evitar estar imobilizado durante um longo período e trabalhos pesados que sobrecarreguem as várias estruturas mecânicas da coluna vertebral.

É recomendada a prática de exercício que envolva extensão da região dorsal, bem como exercícios de mobilização dos ombros e ancas. A natação apresenta-se, segundo os especialistas, como uma boa opção. No entanto devem ser evitados desportos de contacto ou colisão física por risco de lesão óssea ou articular.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
A “doença do beijo”
A mononucleose infecciosa é uma doença provocada por uma infecção viral.

Em alguns casos, outros vírus podem dar sinais e sintomas muito semelhantes à mononucleose que se denominam síndromes mononucleósidos.

A mononucleose tem a alcunha da “doença do beijo.” Isto deve-se ao facto do vírus Epstein-Barr poder ser transmitido pela saliva, apesar dos espirros e a tosse também poderem transmitir o vírus.

A mononucleose ocorre, tipicamente, quando uma pessoa é infectada, pela primeira vez, com vírus Epstein-Barr apesar de, por vezes, a infecção inicial não ser sintomática. Causa, muitas vezes, uma doença ligeira ou mesmo nenhuma doença.

Manifestações clínicas

Os primeiros sintomas de mononucleose, tipicamente, incluem:

Estes sintomas são seguidos muito em breve por:

  • Dores de garganta;
  • Aumento dos gânglios linfáticos;
  • Arrepios;
  • Dores nas articulações;
  • Perda de apetite e ligeira perda de peso;
  • Náuseas e vómitos (por vezes);
  • Uma erupção cutânea vermelha, habitualmente, no tórax. Isto é mais provável se a pessoa tiver recebido, recentemente, os antibióticos ampicilina ou amoxicilina;
  • Dor abdominal;
  • Aumento do baço.

Os sintomas raros incluem:

  • Icterícia (pele e olhos amarelos);
  • Dificuldade em respirar;
  • Anemia;
  • Ritmos cardíacos irregulares.

Nos casos raros, o baço pode aumentar de volume e pode originar uma ruptura. O baço é um pequeno órgão próximo do estômago. Se não for tratada, uma ruptura do baço pode provocar hemorragia interna potencialmente letal.

Diagnóstico
O diagnóstico médico é feito com algumas questões sobre a história médica e sintomas actuais. Os detalhes, relativamente a exposição recente a alguém com mononucleose ou sintomas semelhantes aos da mononucleose, são igualmente importantes.

Durante um exame físico, os sinais de mononucleose a procurar são:

  • Febre;
  • Vermelhidão da garganta com amígdalas inchadas;
  • Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e noutro local;
  • Aumento do baço;
  • Erupção cutânea vermelha, em regra no tórax.

As análises ao sangue são importantes para ajudar ao diagnóstico. Os resultados destas análises podem ser normais nos primeiros dias de doença e só surgirem alterados ao fim de uma semana. Dois tipos de análises ao sangue ajudam a efectuar o diagnóstico:

  • Leucograma (contagem de leucócitos) diferencial: este teste mede os níveis de diferentes tipos de leucócitos (glóbulos brancos). Nas primeiras semanas da mononucleose, o número de linfócitos (um tipo de leucócitos) é bastante elevado. Também se verifica um grande número de linfócitos com configuração diferente da habitual, denominados “linfócitos atípicos”.
  • Anticorpos heterófilos: a mononucleose faz com que os leucócitos (glóbulos brancos) produzam um tipo de anticorpos raro denominado anticorpos anti-heterófilos, que podem ser identificados no sangue.

Evolução Clínica
Em regra, os sintomas são mais intensos durante as primeiras duas a quatro semanas da doença. Mas alguns sintomas, particularmente, fadiga, podem durar vários meses ou mais.

Prevenção
Esta doença é mais contagiosa durante o seu estadio agudo. Isto acontece quando a pessoa afectada ainda tem febre.

Alguém com mononucleose não precisa de estar isolado dos outros. No entanto, muitos médicos recomendam que o doente evite beijar outras pessoas enquanto se sente doente. Isto ajuda a evitar a propagação da infecção.

Algumas autoridades também aconselham evitar a partilha de alimentos, bebidas ou talheres durante as primeiras semanas da doença.

Tratamento
Não há cura médica para a mononucleose. Em regra, ela desaparece por si só.

Grande parte do tratamento centra-se em bastante descanso e ingestão de líquidos.

As bebidas frias, sobremesas geladas e gargarejar com água do mar pode ajudar a melhorar a dor de garganta leve.

Pode tomar-se ibuprofeno ou paracetamol para melhorar a febre e as dores no corpo.

É importante proteger o baço de rupturas. Evite actividades vigorosas, particularmente, desportos de contacto, durante, pelo menos, quatro semanas.

Prognóstico
A maioria dos doentes com mononucleose recupera completamente. Algumas pessoas com a doença desenvolvem amigdalite bacteriana secundária que necessita ser tratada com antibióticos.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
14 de Fevereiro – Dia Nacional do Doente Coronário
“A probabilidade de uma mulher morrer em consequência de um enfarte agudo do miocárdio é, em média, 50% maior do que a do sexo...

“Ao contrário dos homens, as mulheres frequentemente não têm os sintomas típicos de doença cardíaca e mesmo quando os têm, são frequentemente considerados atípicos e subvalorizados”, alerta Maria Helena Custódio, cardiologista da clínica CUF Alvalade.

A cardiologista acrescenta ainda: “A falta de sintomas "clássicos" de doença coronária torna difícil identificá-los e pensar no diagnóstico com subsequente investigação. Muitos sintomas, como a angina de peito, o cansaço, são consequência da fixação de placas de aterosclerose no interior das artérias, limitando o fluxo de sangue para o coração. Em alguns casos, essa placa nas artérias das mulheres, acumula-se com um padrão homogéneo e regular, diferente da típica placa grumosa que se forma nas artérias dos homens, não sendo detectada ou sendo mais dificilmente detectada pelos testes padrão”.

“As mulheres com factores de risco significativos, tais como dislipidemia, diabetes, hábitos tabágicos e hipertensão arterial, devem ser aconselhadas a realizar testes complementares, mesmo que não apresentem sintomas”, recomenda a médica.

A clínica CUF Alvalade dispõe de uma equipa de médicos cardiologistas especializados no diagnóstico e tratamento de todas as patologias relacionadas com o coração e sistema cardiovascular. Para mais informações consulte: www.clinicacufalvalade.pt/

Coimbra:
A transplantação hepática pediátrica em Coimbra realizou em 20 anos 199 transplantes em 176 crianças, apresentando uma taxa de...

A transplantação hepática pediátrica, em Coimbra, assinala sábado [15 de Fevereiro] 20 anos de existência com a realização de uma gala.

Segundo o coordenador da Unidade de Transplantes Hepáticos Pediátricos e de Adultos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Emanuel Furtado, filho de Linhares Furtado, médico que realizou o primeiro transplante hepático em Coimbra, esta tem sido uma “experiência bem-sucedida”.

“Vinte anos depois, esta tem sido uma experiência bem-sucedida e neste momento não temos praticamente crianças em lista. Podemos orgulhar-nos dos resultados alcançados”, disse Emanuel Furtado.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e a Associação Nacional das Crianças e Jovens Transplantados ou com Doenças Hepáticas (Hepaturix) realizam no sábado esta gala de comemoração dos 20 anos de transplantação hepática em Portugal e homenageiam Linhares Furtado, Emanuel Furtado, Isabel Gonçalves e Ana Maria Calvão da Silva. O livro “Maria e Boneca Mimi”, da autoria de Margarida Castelão Dias, será apresentado na mesma gala.

Emanuel Furtado disse também que a melhoria das condições gerais, na Saúde, tem reduzido o número de crianças obrigadas a transplantes e explicou que a forma de ajudar a compensar esta redução será através da colaboração com os países de língua oficial portuguesa.

“Já recebemos crianças de outros países e queremos continuar a fazê-lo”, explicou.

O cirurgião disse ainda ser “inatingível” conseguir uma taxa de sobrevida de 100%, embora esse seja, naturalmente, o desejo do clínico e recordou que, embora seja muito “mais violento” tratar uma criança do que um adulto, a satisfação que gera o sucesso, posteriormente, “é proporcionalmente maior”.

Isabel Gonçalves, que esteve na origem deste centro nacional de transplante hepático pediátrico - as crianças com necessidades de transplantação são todas reencaminhadas para Coimbra -, embora não tenha colaborado fisicamente na primeira intervenção, em 1994, diz que a organização “melhorou bastante” nos últimos anos e também reconheceu que os países africanos de língua oficial portuguesa são uma forma de contornar a redução assumida por Furtado.

O “desafio da próxima década” salientou Isabel Gonçalves, “são as crianças de África”.

“Ainda somos uma área relativamente nova em Portugal e sentimos, por isso, alguma dificuldade para que se percebam as nossas necessidades, que têm um 'timing' e uma validade específicas”, considerou.

Coordenador do projecto Alternative revela:
Apenas 3 a 4 % da população prisional com problemas de toxicodependência é encaminhada para tratamento. Conclusão do projecto...

Facilitar o diálogo institucional, designadamente entre a área da saúde, da justiça e da reinserção, para que toxicodependentes possam ser enviados para tratamentos coercivos, é um dos objectivos do projecto Alternative - um dos principais, no contexto do trabalho desenvolvidos -, que já está a ser posto em prática em Portugal, França, Itália e República Checa.

Em Portugal, o projecto Alternative está a trabalhar em dois estabelecimentos prisionais - Sintra e Lisboa -, de modo a que seis reclusos usufruam da liberdade condicional, numa unidade de recuperação para toxicodependentes.

No estabelecimento prisional de Sintra, cinco reclusos estão abrangidos pelo projecto e, no de Lisboa, um, adiantou Miguel Lago, coordenador do projecto. Para já concluiu-se que apenas 3 a 4 % da população prisional com problemas de toxicodependência é encaminhada para tratamento.

O coordenador do projecto Alternative acrescentou ainda que já foram feitos perto de 200 contactos e que se encontram a aguardar decisão de juízes de execução de penas para que possam trabalhar com mais casos, em Portugal.

O projecto Alternative, que também integra a Cruz Vermelha francesa, o grupo Abele, de Itália, e a organização não-governamental checa Sananin, visa promover a aplicação de medidas alternativas à prisão para toxicodependentes reclusos ou toxicodependentes com problemas com a justiça, disse Miguel Lago.

Realizado no Refeitório dos Frades da Assembleia da República, o debate foi promovido pela Cruz Vermelha Portuguesa e pela Associação dos Ex-deputados da Assembleia da República (AEDAR).

“Não perca tempo. Salve uma vida”
Dados de um estudo realizado a uma amostra da população portuguesa sobre o grau de conhecimento do enfarte revela que é pouco...

Realizado no âmbito da campanha “Não perca tempo. Salve uma vida”, do Stent for Life, mostrou que há ainda muito a ser feito na divulgação do enfarte junto da população.

Suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são os sintomas que acompanham uma dor no peito e que podem significar a ocorrência de um enfarte do miocárdio. Esta é a sintomatologia que a referida campanha pretende difundir através de meios como o facebook ou as salas de cinema, contando com vários embaixadores, entre eles a actriz Rita Blanco. O objectivo principal será a redução da mortalidade, incentivando a actuação rápida por parte da população, de forma a receber o tratamento adequado, a angioplastia.

No inquérito coordenado por Sofia Portela, directora do mestrado em Gestão de Serviços de Saúde do ISCTE, apenas 24% dos inquiridos responderam correctamente sobre a sintomatologia do enfarte. Neste estudo, apesar de uma grande percentagem (77%) saber que o enfarte é diferente do acidente vascular cerebral (AVC), 16% indicaram não haver diferenças entre ambos.

Apesar de ser uma doença maioritariamente masculina, também afecta as mulheres. Mas, um terço ainda associa o enfarte apenas aos homens. Quanto questionados sobre o que fariam se vissem alguém a ter um enfarte, 91% dos inquiridos responderam que chamariam uma ambulância e 95% mencionaram o número correcto: 112.

“Entre o início da dor até ao enfarte passa muito tempo, sendo o tempo suficiente para agir”, alertou Hélder Pereira, durante a apresentação deste estudo, sublinhando que a pessoa deve pedir ajuda num espaço de 2 horas.

“Nem todos os hospitais são especializados no tratamento do enfarte. A angioplastia requer equipa específica e logística particular”, frisou o cardiologista. A título de exemplo, na Grande Lisboa são seis as unidades hospitalares capazes de dar resposta a estes casos, entre as 22 existentes em todo o País. Se a pessoa não se dirigir a um desses hospitais de referência, é transferida entre hospitais.

“As pessoas ainda demoram um certo tempo a pedir ajuda. Por exemplo, alguns idosos, esperam que os filhos acordem para referirem que não estão a sentir-se bem”, referiu o cardiologista, na esperança que as acções da campanha tornem o tema mais familiar e consequentemente contribua para reduzir a mortalidade por enfarte.

Hospital de Santa Maria no Porto
O Hospital de Santa Maria – Porto, assinala o Dia dos Namorados com a iniciativa “Bate, Bate, Coração”, em colaboração com o...

Trata-se de uma acção de rastreio dos factores de risco cardiovascular, que tem como objectivo sensibilizar a população para a importância da medicina preventiva e para a manutenção de hábitos de vida saudáveis.

Os rastreios são gratuitos, abertos à população adulta de todas as idades e realizam-se entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00, no átrio do Hospital de Santa Maria, no Porto. Não é necessária inscrição prévia.

Lurdes Serra Campos, directora-geral desta unidade hospitalar, disse que todos os anos neste dia é desenvolvida esta iniciativa com o objectivo de sensibilizar a população para a necessidade de manter o coração saudável. “O coração não é só o símbolo do Amor, ele é o motor do nosso corpo e por isso é tão importante adquirir hábitos de vida saudáveis para prevenir os factores de risco de doenças cardiovasculares”.

Os rastreios consistem na medição da tensão arterial e análise da frequência cardíaca em repouso, bem como na medição do perímetro abdominal, da percentagem de massa gorda e do índice de massa corporal, sendo estes testes realizados por técnicos do Holmes Place – Constituição e por uma enfermeira do Hospital de Santa Maria – Porto.

Se forem detectados valores fora do normal, as pessoas serão encaminhadas para uma consulta gratuita de Medicina Geral e Familiar, para um diagnóstico mais aprofundado.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Vírus detectados são semelhantes às estirpes que integram a vacina antigripal deste Inverno.

Oito novos casos de gripe foram admitidos em unidades de cuidados intensivos, entre 03 e 09 de Fevereiro, menos oito do que na semana anterior, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe.

De acordo com o boletim do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, “a taxa de incidência do síndroma gripal foi de 64,2 casos por cada 100 000 habitantes, encontrando-se acima da zona de actividade basal pela sexta semana consecutiva, com tendência decrescente”.

O documento diz que os vírus detectados são semelhantes às estirpes que integram a vacina antigripal deste inverno e diz também que não foram detectados vírus influenza resistentes aos antivirais.

“Os 15 laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe notificaram até à data 620 casos positivos para o vírus influenza”, adianta o boletim, sublinhado que, entre 03 e 09 de Fevereiro, foram reportados oito novos casos de admissão, por gripe, nas unidades de cuidados intensivos de 18 hospitais portugueses.

Segundo o mesmo documento, nenhum dos doentes tinha sido vacinado contra a gripe.

“Desde o início da época (Outubro de 2013), foram reportados 87 casos de gripe nos doentes admitidos nas unidades de cuidados intensivos de vários hospitais. Verificou-se que apenas 1,7% desses doentes tinham sido vacinados contra a gripe e 75% apresentavam doença crónica subjacente”, acrescenta ainda o relatório.

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