Leucemia
Uma nova abordagem para destruir células cancerígenas que usa o sistema imunitário do próprio doente levou à remissão completa...

Este ensaio clínico, publicado no jornal científico Science Translational Medicine, envolveu 16 pessoas com um tipo de cancro no sangue denominado de leucemia linfoblástica aguda tipo B. 14 doentes tiveram uma remissão completa depois de células T serem geneticamente modificadas para que se focassem na erradicação do cancro. Os doentes, com uma média de idades de 50 anos, eram todos considerados terminais, depois de terem tido uma recaída ou terem descoberto que a quimioterapia já não estava a funcionar. Como acontece nalguns cancros tratáveis, os doentes com este tipo de leucemia acabam, por vezes, por tornar-se resistentes à quimioterapia.

De acordo com Renier Brentjens, o principal autor do estudo, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, sem esta terapia apenas 30% dos doentes responderiam à quimioterapia.

O processo envolvido neste ensaio clínico passa pela remoção das células T dos doentes, que são alteradas geneticamente para que possam atacar o cancro.

“O que fazemos é reeducar as células T em laboratório para reconhecer e matar as células cancerígenas”, explicou Renier Brentjens.

Depois de 15 anos de trabalho na tecnologia que permite esta modificação de células, “parece que está realmente a funcionar em doentes com este tipo particular de cancro”.

No ano passado, a equipa de Brentjens tinha anunciado os primeiros resultados considerados promissores em cinco adultos que tinham atingido a remissão completa.

Este tipo de tratamento insere-se na imunoterapia, que foi considerada pela revista Science como o avanço mais significativo de 2013.

Com validade expirada
Embora os maiores riscos do uso de medicamentos cuja validade já expirou sejam outros, uma doença rara que afecta os rins,...

O caso inicial reportado, envolvendo uma forma do medicamento que não é mais utilizada, foi publicado na revista científica Annals of Internal Medicine, em 1963.

Desde então ocorreram uma série de incidentes subsequentes, que levaram ao alerta constante sobre o uso de medicamentos com o prazo de validade expirado.

Um estudo publicado em 2004, que revia a literatura sobre a tetraciclina e antimicróbicos similares, sugeriu que pode ser difícil determinar quando uma doença nos rins é causada por um medicamento desse tipo.

Um problema considerável com o consumo de medicamentos com o prazo de validade vencido é o facto de que talvez não sejam capazes de fornecer uma dose suficiente do princípio activo para que sejam eficazes. Alguns medicamentos são tão instáveis que precisam de ser refrigerados ou misturados pelo farmacêutico pouco tempo antes de serem utilizados.

Todavia, um programa do Departamento de Defesa dos EUA em parceria com a Food Drug and Administration revelou que muitos medicamentos permanecem eficazes por muito tempo depois do fim do seu prazo de validade, desde que armazenados em condições ideais.

Psicofármacos:
O Infarmed revela os resultados de um estudo sobre a utilização de Psicofármacos em Portugal Continental.

O estudo sobre a utilização de Psicofármacos em Portugal Continental revela que entre 2000 e 2012 ocorreu um aumento do consumo de psicofármacos, expresso através das Doses DIárias Definidas (DDD) por 1000 habitantes dia (DHD), em todos os subgrupos mas mais evidente nos antidepressores (+240%) e antipsicóticos (+171%). A utilização de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos aumentou de modo menos acentuado (+6%) mas é o subgrupo com maior utilização (96DHD).

No que respeita à despesa com psicofármacos a partir de 2011, com a eliminação do regime especial de comparticipação os encargos do SNS diminuíram e em 2012 observou-se um decréscimo tanto dos encargos do SNS como dos utentes.

Comparando com outros países europeus verifica-se que Portugal apresenta um consumo de antidepressores (88 DHD) superior ao apresentado na Itália (37 DHD) e Noruega (57 DHD), mas similar ao da Dinamarca (93 DHD).

No que se refere aos ansiolíticos, sedativos e hipnóticos o consumo em Itália (53 DHD), Noruega (62 DHD) e Dinamarca (31 DHD) é bastante inferior ao verificado em Portugal (96 DHD). Os valores elevados de consumo podem significar que os tratamentos são mais prolongados do que o indicado. Este é um importante problema de saúde pública que deve ser alvo de uma intervenção mais direccionada.

Esclerose Múltipla:
A Associação Todos com a Esclerose Múltipla volta a insistir na necessidade da criação do Estatuto de Doente Crónico e da...

Para Paulo Alexandre Pereira, presidente da direcção da Associação Todos com a Esclerose Múltipla (TEM), “a criação do Estatuto de Doente Crónico e da Tabela Nacional de Incapacidades e Funcionalidades da Saúde é crucial para colmatar as graves dificuldades e entraves com as quais os doentes crónicos se debatem quer no acesso aos cuidados de saúde e nos locais de trabalho”. O dirigente acrescenta ainda que “há cerca de quatro anos que a TEM, juntamente com outras associações de doentes crónicos, tem lutado pelos direitos dos doentes. Até hoje nada foi feito pelas entidades competentes”.

A não publicação do Estatuto de Doente Crónico tem implicações graves na vida dos doentes crónicos, uma vez que não permite salvaguardar os seus direitos e gera injustiças na avaliação dos doentes crónicos.

A esclerose múltipla é uma doença auto-imune, degenerativa do sistema nervoso central, que afecta jovens adultos com idades entre os 20 e os 40 anos, mas sobretudo mulheres jovens. Estima-se que esta doença afecta mais de 5 mil portugueses.

Mais dois “Café Memória”
Associação Alzheimer Portugal e Sonae Sierra abrem em parceria com a Santa Casa mais dois espaços em Lisboa onde se pode falar...

Tem problemas de memória? Tem algum familiar com Alzheimer, com falhas de memória ou diagnóstico de demência? Não tem com quem falar sobre o tema? A Associação Alzheimer Portugal e a Sonae Sierra assinaram, um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para a abertura de dois novos “Café Memória”, na capital, noticia o Publico Online.

O projecto nasceu em Abril passado e consiste em ter locais de encontro, para partilhar experiências e apoiar pessoas com problemas de memória ou demência, os seus familiares e cuidadores. O objectivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida e redução do isolamento social a que estas pessoas, muitas vezes, estão sujeitas.

Assim, nos primeiros e terceiros sábados de cada mês, nos restaurantes Portugália do Centro Colombo, em Lisboa, e do CascaiShopping, em Cascais, respectivamente, o “Café Memória” abre-se para receber os interessados. De acordo com Catarina Alvarez, coordenadora do projecto, de Abril a Dezembro, o Café Memória contou com 120 participantes. Destes mais de 70 são cuidadores ou familiares de pessoas com problemas de memória ou com diagnóstico de demência. O número de participantes no projecto está a aumentar, garante. Nesta primeira fase, o programa realizou 22 sessões.

Agora, com a assinatura do protocolo com a SCML, o “Café Memória” vai estar disponível em Lisboa em mais dois espaços: nos segundos sábados de cada mês estará aberto na cafetaria do Museu de São Roque, no Chiado; nos quartos sábados do mês o Espaço Santa Casa, no Campo de Santa Clara. Desta forma, aumentam para quatro os “Café Memória”.

Quando o projecto começou, a equipa tinha seis voluntários e dois técnicos de saúde que acompanhavam as sessões. Hoje são já “30 os voluntários formados para o efeito”, informa Catarina Alvarez. Para se ser voluntário desta iniciativa deve ter-se “sensibilidade, compromisso e sentido de responsabilidade”, acrescenta.

 

Actividades lúdicas e apoio emocional

“Oferecemos apoio emocional, informações úteis e promovemos a participação das pessoas em jogos de memória, associação de palavras e de orientação, e actividades de expressão plástica e musical”, explica a coordenadora do projecto.

Nestes locais também se realizam “sessões de esclarecimento com especialistas que falam sobre temas específicos relacionados com a problemática das demências”, continua. “A participação dos entendidos é um aspecto importante e o motivo pelo qual as pessoas nos visitam”, sublinha. Com estas actividades “pretendemos não só estimular o funcionamento cognitivo como também contribuir para o bem-estar dos participantes”, ressalva.

A criação do "Café Memória” faz parte do projecto Cuidar Melhor que visa o apoio aos cuidadores de pessoas com demência, também da responsabilidade da Associação Alzheimer Portugal e da Sonae Sierra, além de vários parceiros institucionais como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Montepio e o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. A SCML junta-se agora a esta rede que conta, ainda, com o apoio dos restaurantes Portugália, da Optimus, da Delta Cafés, do Sumol+Compal, do Celeiro e CPP; e conta ainda com o apoio das câmaras de Cascais, Oeiras e Sintra.

Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos garantiu que os médicos que confundam o exercício hipocrático da Medicina com comércio ilegal...

“Queremos definitivamente separar o trigo do joio e, como eu tenho dito e mantenho, e a Ordem assim actuará, médicos que confundam o exercício hipocrático da Medicina com comércio ilegal serão expulsos da Ordem dos Médicos”, declarou José Manuel Silva, à margem de uma visita de dois dias que iniciou ao Algarve.

Questionado pelos jornalistas sobre qual a posição da Ordem dos Médicos sobre o processo “Remédio Santo” que começou esta quarta-feira a ser julgado no Tribunal de Monsanto (Lisboa) e onde há 18 arguidos - seis médicos entre os arguidos - acusados de burlar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em quatro milhões de euros, o bastonário afirmou que se houver médicos condenados, a Ordem dos Médicos vai “aplicar uma punição severa”.

“A Ordem (dos Médicos) aplaude a forma como o Ministério da Saúde tem estado a combater a fraude e a corrupção na Saúde. Estamos à espera que as sentenças transitem em julgado. Se houver, aparentemente vai haver, médicos condenados, nós iremos aplicar uma punição severa”, declarou.

Estudo da revista The Lancet
Uma equipa de investigadores recolheu dados que permitiram concluir que cerca de 57% dos africanos vivem em zonas de risco...

Cerca de 57% da população africana vive em áreas de risco moderado ou elevado de malária, apesar de os investimentos da última década terem permitido "reduções substanciais na transmissão", revela um estudo publicado na revista The Lancet.

Investigadores do Instituto de Investigação Médica do Quénia, da Universidade de Oxford e do departamento regional da Organização Mundial de Saúde para a África reuniram o maior número de sempre de estudos baseados na comunidade, cobrindo um total de 3,5 milhões de pessoas em 44 países africanos onde a malária é endémica desde 1980.

Descobriram então uma redução da prevalência da malária em crianças em 40 dos 44 países entre 2000, ano em que foi lançada a iniciativa Roll Back Malaria (Travar a Malária), e 2010.

Se estudos provarem que não reduzem mortes
O número de mamografias recomendadas pode vir a diminuir se as recomendações internacionais apontarem que não reduzem mortes.

O secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Leal da Costa, defendeu a avaliação dos resultados dos rastreios, admitindo que o número de mamografias recomendadas para mulheres a partir dos 50 anos pode diminuir, se as recomendações internacionais forem nesse sentido.

Fernando Leal da Costa falava durante as XXI Jornadas do Registo Oncológico Nacional (ROR-Sul), durante as quais alertou para o expectável aumento de doentes com cancro e o respectivo aumento do peso da resposta assistencial.

Para o governante, “é fundamental avaliar os resultados das políticas de rastreio”, tendo equacionado a sua revisão.

Perturbação ocular
A uveíte é uma inflamação da camada média do olho, que pode adoptar diferentes formas: iriteciclite

Visto que a úvea é formada por várias partes - íris, corpo ciliar e coróide , é possível distinguir vários tipos de uveítes.

Na uveíte anterior, a inflamação afecta a íris, denominando-se irite, e também, ocasionalmente, o corpo ciliar, designando-se ciclite. O problema pode ser originado por traumatismos oculares, corpos estranhos que penetrem rio olho, patologias do cristalino, processos infecciosos locais ou gerais (sarampo, varicela, rubéola, gonorreia, tuberculose, sífilis, etc.), patologias reumáticas ou problemas alérgicos, existindo uma elevada proporção de casos de origem desconhecida.

Dado que a uveíte posterior afecta a coróide, o problema costuma designar-se coroidite e, nos casos em que a inflamação se estende à retina, são denominados coriorretinite. Embora a origem do problema seja, na maioria dos casos, desconhecida, por vezes, pode estar relacionada com doenças parasitárias, como a toxoplasmose.

Manifestações
A uveíte anterior manifesta-se tipicamente através de uma alteração da cor da íris, que adopta uma tonalidade mais cinzenta, e uma contracção persistente da pupila, que ocasionalmente manifesta uma forma irregular, associada à vermelhidão do olho, dor, lacrimejar, intolerância à luz (fotofobia) e diminuição da acuidade visual. Embora a doença costume ter uma evolução aguda e desapareça ao fim de poucos dias ou semanas, em alguns casos, pode adoptar uma evolução crónica e persistir durante meses, ao longo dos quais o problema pode complicar-se e desenvolver uma reacção cicatricial que deforme a íris e altere a normal circulação e drenagem do humor aquoso, originando um perigoso glaucoma secundário. Caso a inflamação se estenda ao cristalino, podem formar-se opacidades, ou seja, cataratas que alteram a visão.

A uveíte posterior, sobretudo quando o problema se estende à retina, caracteriza-se pelo desenvolvimento de alterações da vista, tais como visão manchada, distorção do tamanho e forma dos objectos, surgimento de pontos escuros que se movem no campo visual ("moscas voadoras") e incómodo devido à luz. O problema pode ter, igualmente, uma evolução aguda, curada ao fim de alguns dias, ou uma evolução crónica, com meses de duração, existindo o perigo de surgirem complicações como o descolamento da retina, cataratas, glaucoma secundário ou, o que ainda é mais perigoso, cicatrizações na retina que provoquem uma perda de visão permanente e irreversível.

Tratamento
O tratamento da uveíte anterior passa por repouso absoluto do olho, pela aplicação de colírios que mantenham a pupila dilatada (midriáticos) e limitem a mobilidade do músculo ciliar (cicloplégicos) e a administração de analgésicos para a dor. Caso se determine a origem do problema, deve-se adoptar as medidas adequadas para proceder ao seu tratamento, ou seja, antibióticos em caso de infecção bacteriana, anti-inflamatórios do tipo corticóides para uma inflamação e anti-histamínicos para uma reacção alérgica, entre outros.

O tratamento da uveíte posterior consiste na utilização de corticóides, muitas vezes em doses elevadas e administrados por via sistémica, sobretudo para atenuar a inflamação da retina e prevenir a formação de cicatrizes, associada ao tratamento do factor causador, se detectado, mediante o recurso a medicamentos antiparasitários, em caso de toxoplasmose.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Dados do Vacinómetro
Segundo os dados recentes do Vacinómetro foram já vacinados contra a gripe sazonal cerca de 1,5 milhões de portugueses.

Cerca de 1,5 milhões de portugueses com 60 anos ou mais vacinaram-se gratuitamente contra a gripe sazonal, de acordo com os mais recentes dados do Vacinómetro.

O relatório do Vacinómetro - que monitoriza em tempo real a taxa de cobertura da vacinação - indica que 51,1% da população estudada foi vacinada contra a gripe.

Com mais de 65 anos foram vacinados 1.264.281 portugueses, ou seja, 62,2% da população estudada.

Saiba quais são
O carcinoma da tiróide é o tumor endócrino mais frequente, mas também aquele que tem maior probabili
Cancro da tiroide

O cancro da tiróide, normalmente apresenta-se sob a forma de um nódulo na tiróide. Os seus sintomas mais comuns são a presença de um gânglio linfático cervical aumentado, rouquidão por compressão do nervo da voz (nervo laríngeo recorrente), ou dificuldade na deglutição ou respiração devido à obstrução do esófago ou laringe.

Mais que causar o aumento integral da glândula, um cancro produz pequenos nódulos dentro da tiróide. A maior parte dos nódulos tiróideos não são cancerosos e em geral existem tratamentos eficazes para as formas de cancro da tiróide.

O diagnóstico de cancro é sempre angustiante, pois é associado a dor e morte. No entanto, o prognóstico deste tipo de cancro, na maioria dos casos é positivo pois ao ser feita a cirurgia, o cancro pode ser eliminado, a dor causada ou a incapacidade é praticamente inexistente e o tratamento feito após a cirurgia pode eliminar por completo a doença.

O que fundamentalmente determina o prognóstico deste tipo de cancro é a extensão da doença original, as dimensões do tumor e a sua idade. Cerca de 85 por cento dos doentes cujo tumor primário é intratiroideu (confinado à tiróide) têm um excelente prognóstico, a taxa de mortalidade aos 25 anos é de 1 por cento. Isto significa que passado 25 anos apenas 1 em cada 100 doentes faleceu de cancro da tiróide. A grande maioria dos doentes está permanentemente curada.

O prognóstico pode não ser tão favorável em doentes com idade superior a 50 anos ou um tumor de dimensão superior a 4 cm. O prognóstico é mais reservado quando o cancro se estende para fora da tiróide, invade a cápsula da glândula e atinge os outros tecidos do pescoço. Ou seja, num pequeno número de casos, o cancro pode disseminar-se pelo sangue para locais à distância nomeadamente pulmão e osso. Estes tumores à distância (metástases) podem ser tratados com iodo radioactivo.

O primeiro sinal de um cancro da tiróide poderá ser uma saliência indolor no pescoço, embora nem sempre possa acontecer. Mas quando os médicos encontram um nódulo na glândula tiróide, realizam vários exames a fim de confirmar se o nódulo está a funcionar, dado que um nódulo inactivo é mais provavelmente canceroso do que um activo.

Uma exploração com ultra-sons (ecografia) é menos útil, mas efectua-se para determinar se o nódulo é sólido ou está cheio de líquido. Colhe-se uma amostra do nódulo por meio de uma agulha de biopsia para o seu exame ao microscópio, já que é o melhor modo para determinar se o nódulo é canceroso.

Existem dois tipos de cancro da tiróide que são mais comuns: o cancro folicular, que costuma aparecer só depois dos 30 anos e o cancro papilar, que costuma afectar mais mulheres e crianças.

Os nomes destes tipos de cancro foram dados devido à aparência que o tumor tem quando observado no microscópio. O cancro papilar apresenta papilas ou frondes e o cancro folicular apesar de ter uma aparência anormal, apresenta algumas estruturas semelhantes aos folículos normais da tiróide.

Tratamento do cancro da tiroide

O tratamento primário para os cancros da tiróide é a cirurgia. Para as formas agressivas do cancro folicular e papilar a abordagem inicial é a remoção de toda a glândula tiróide (tiroidectomia total). Tratando-se de cancro papilar intratiroideu de menores dimensões e cancro folicular minimamente invasivo poderá não ser necessária uma cirurgia tão extensa.

O iodo radioactivo é usado para o tratamento do cancro diferenciado da tiróide agressivo que apresenta invasão dos tecidos que rodeiam a tiróide ou locais à distância (pulmão e osso). Pode também ser usado para complemento da tiroidectomia nas formas menos agressivas. É baseado no facto que as células malignas da tiróide captam o iodo 131 e são por ele destruídas.

Porque este tratamento é seguro e eficaz é também usado nos casos de cancro diferenciado menos agressivo. Nestas situações é usado para destruir pequenos restos tiroideus que se mantêm após a cirurgia. Esta abordagem pode melhorar o prognóstico e tornar mais fácil a detecção de recorrência tumoral pelo doseamento de tiroglobulina. Em alguns casos mais agressivos pode ser necessária radioterapia externa.

Se a tiróide foi total ou quase totalmente removida, tem que ser administrada hormona tiroideia para que o organismo se mantenha normal. Vários estudos demonstraram que os carcinomas da tiróide recidivam mais frequentemente nos doentes que não tomam esta medicação. As doses de hormona devem ser ajustadas pelo médico de acordo com as características particulares do doente. Em doentes com formas mais agressivas de carcinoma diferenciado pode ser necessária uma maior dose de modo ao doseamento de TSH ser indetectável.

É fundamental o seguimento periódico destes doentes, porque as recorrências tumorais podem aparecer muitos anos após uma cirurgia bem sucedida.

Tipos de cancro da tiróide

Cancro Papilar

O cancro papilar representa 60 a 70 por cento do total das formas de cancro da tiróide. As mulheres têm o cancro papilar duas ou três vezes mais do que os homens; contudo, dado que os nódulos são mais comuns nas mulheres, um nódulo num homem implica sempre mais suspeitas de cancro.

O cancro papilar é mais frequente nas pessoas jovens, mas cresce e estende-se mais rapidamente nos idosos. Os doentes que receberam no pescoço um tratamento de radioterapia, em geral por uma afecção benigna na infância ou por algum outro cancro na idade adulta, correm um grande risco de desenvolver um cancro papilar.

A cirurgia é o tratamento que se aplica ao cancro papilar, que por vezes se estende aos gânglios linfáticos próximos. Os nódulos mais pequenos de 2 cm de diâmetro extraem-se juntamente com o tecido tiróideo circundante, embora alguns especialistas recomendem a extracção da glândula inteira. A cirurgia é quase sempre eficaz nestas formas de cancro diminuto.

Dado que a hormona estimulante da tiróide actua sobre o cancro papilar, administra-se hormona tiróidea em doses bastante grandes para suprimir a secreção da hormona estimulante e prevenir uma recaída. Se um nódulo for maior, extrai-se a maior parte ou toda a glândula tiróide e administra-se iodo radioactivo, com a esperança de que qualquer tecido tiróideo ou cancro remanescente que se tivesse difundido para fora da tiróide seja absorvido e destruído. Em alguns casos, é necessário outra dose de iodo radioactivo para assegurar que o cancro foi completamente eliminado. O cancro papilar quase sempre tem cura.

Cancro Folicular

O cancro folicular é o responsável por cerca de 15 por cento de todas as formas de cancro da tiróide e é mais frequente nos idosos. O cancro folicular também é mais frequente nas mulheres do que nos homens, e tal como no papilar, um nódulo num homem tem maior probabilidade de ser canceroso.

Muito mais maligno do que o cancro papilar, o folicular tende a propagar-se através da corrente sanguínea, difundindo células cancerosas por várias partes do corpo (metástases).

O tratamento do cancro folicular exige a extracção cirúrgica de praticamente toda a glândula tiróide e a destruição com iodo radioactivo de qualquer tecido tiróideo remanescente, incluindo as metástases.

Cancro Anaplástico

O cancro anaplástico representa menos de 10 por cento das formas de cancro da tiróide e incide em geral em mulheres idosas. Este cancro cresce muito rapidamente, causando um grande tumor no pescoço.

Cerca de 80 por cento dos doentes com este tipo de cancro morre durante o primeiro ano. O tratamento com iodo radioactivo é inútil porque o cancro anaplástico não o absorve. Contudo, o tratamento com medicamentos anticancerígenos e radioterapia antes e depois da cirurgia dá alguns bons resultados.

Cancro Medular

No cancro medular, a glândula tiróide produz quantidades excessivas de calcitonina, uma hormona segregada por certas células tiróideas. Dado que também pode produzir outras hormonas, pode causar sintomas inabituais. Além disso, tem tendência a difundir-se (metástases) pelo sistema linfático até aos gânglios linfáticos e, através do sangue, ao fígado, pulmões e ossos. Este cancro desenvolve-se juntamente com outros tipos de cancro endócrino no que constitui a denominada síndroma da neoplasia endócrina múltipla.

O tratamento exige a extirpação completa da glândula tiróide. Pode ser necessária cirurgia adicional se o cancro se tiver difundido pelos gânglios linfáticos. Mais de 2/3 dos doentes com um cancro medular da tiróide que faz parte da síndroma da neoplasia endócrina múltipla vivem, no mínimo, cerca de 10 anos mais a partir do diagnóstico. Quando o cancro medular da tiróide se manifesta de forma isolada, as possibilidades de sobrevivência não são tão boas.

Dado que o cancro medular da tiróide tem em certas ocasiões uma incidência familiar, devem-se examinar os familiares de um doente com este tipo de cancro, procurando uma anomalia genética que seja facilmente detectável nos glóbulos vermelhos. Se o resultado do exame for negativo, é quase certo que o doente não desenvolverá cancro medular.

Se o resultado do exame for positivo, então já tem ou irá desenvolver este cancro e a cirurgia da tiróide deve considerar-se inclusive antes da manifestação dos sintomas e do aumento dos valores de calcitonina no sangue. Um valor elevado de calcitonina ou um aumento excessivo da sua concentração depois de uma prova de estimulação é útil para determinar ou prever o desenvolvimento de cancro medular. Um valor muito elevado exige a extirpação da glândula tiróide, dado que um tratamento precoce tem mais possibilidades de ter sucesso na cura.

Artigos relacionados

Tiroide: inchaço e rouquidão pode ser o primeiro sinal de cancro

Cancro da Tiroide: “ O melhor cancro que se pode ter”

Vencer o cancro na tiróide

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Conheça:
O sistema digestivo é o responsável pela separação dos alimentos nos nutrientes que os constituem, d

O sistema digestivo ou gastrointestinal inclui o tubo digestivo que é constituído por: boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e recto, e órgãos glandulares - glândulas salivares, glândulas estomacais, fígado e pâncreas - que segregam substâncias que lançam no interior desse tubo. Um conjunto de órgãos que têm por função a realização da digestão.

A função do aparelho digestivo é transferir as moléculas orgânicas, água e sais minerais que constituem a alimentação para o meio interno do organismo, de modo a que os átomos e moléculas que os constituem possam ser distribuídos pelas células através do sistema circulatório. Ou seja, é o sistema responsável por obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc.

O tubo digestivo de um adulto mede aproximadamente 8/9 metros de comprimentos desde a boca até ao ânus, e o seu interior está em contacto com o exterior através desses dois orifícios, o que quer dizer que, em sentido estrito, o conteúdo do tubo digestivo é exterior ao corpo humano.

Ao contrário do que geralmente se imagina, a eliminação de produtos desnecessários (excreção) não é uma função principal do aparelho digestivo. O maior responsável pela eliminação dos resíduos é, no corpo humano, o aparelho renal, enquanto as fezes são, maioritariamente, constituídas por materiais não digeridos e por bactérias que residem no tubo digestivo, isto é, por materiais que nunca penetram, de facto, no corpo humano.

Divisão do sistema digestivo
Este sistema é dividido em trato gastrointestinal superior, trato gastrointestinal inferior e glândulas acessórias.

O trato gastrointestinal superior é composto pela boca, pela faringe, pelo esófago e pelo estômago. Na boca, ocorre o processo de mastigação que, junto com a salivação, secreção das glândulas salivares (água, muco e enzima), degrada o amido pela acção da ptialina (que inicia o processo de digestão dos hidratos de carbono presentes no alimento), em maltose, e ainda faz os movimentos que ajudam a deglutir o alimento, fazendo-o passar para o esófago.

A faringe auxilia no processo de deglutição (acto de engolir). O esófago é o canal de passagem para onde o bolo alimentar é empurrado por meio de contracções musculares (movimentos peristálticos) até o estômago.

No estômago, inicia-se o processo de formação do quimo (quimificação), onde actua a pepsina, enzima que transforma (quebra) as proteínas em peptídeos (cadeias menores de aminoácidos). O estômago é um órgão em formato de bolsa com um PH muito ácido. Mistura o bolo alimentar com a secreção gástrica (água, muco, ácido clorídrico e enzimas), tornando-o mais líquido e ácido - quimo - para aos poucos ser encaminhado para o duodeno.

Trato gastrointestinal inferior é composto pelo intestino delgado e intestino grosso, este último dividido em quatro partes distintas: ceco, cólon, apêndice e o recto.

Ao tubo digestivo estão associadas glândulas que produzem sucos digestivos ricos em enzimas e outras substâncias que ajudam a dissolver os alimentos. O fígado intervém, ainda que não produza qualquer suco digestivo mas, sim, a bílis que funciona como emulsificante (ajuda a quebrar a gordura em gotas de pequena dimensão, de forma a facilitar a absorção, ou seja, a digestão). As glândulas/órgãos/estruturas anexas são as glândulas salivares, glândulas gástricas (na parede interna do estômago), glândulas intestinais (na parede interna do intestino delgado), pâncreas e fígado.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Congresso de Hipertensão debate
A relação entre a hipertensão e a disfunção eréctil vai ser um dos temas em destaque no 8º Congresso Português de Hipertensão e...

A hipertensão e a disfunção eréctil têm elevada prevalência em Portugal e, existe, segundo Fernando Pinto, presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão “uma relação entre as duas doenças, uma vez que ambas são marcadores de doença arteriosclerótica”.

A hipertensão arterial, que afecta 42% dos portugueses, coexiste frequentemente com outros factores de risco que potenciam o aparecimento de outras doenças em todo o sistema arterial, levando por vezes à morte, pelo que o seu diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para prevenir e/ou minorar estas consequências. “Já a disfunção eréctil é muitas vezes um primeiro sinal de que já existe doença generalizada do sistema arterial”, alerta o especialista, sublinhando a importância de um correcto tratamento, também para evitar o agravamento de outros factores de risco.

O 8º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global vai dedicar especial atenção a esta relação, com uma mesa redonda de especialistas, uma vez que ambas as doenças partilham de vários pontos em comum.

A prevalência da hipertensão mantém-se praticamente ao mesmo nível do último estudo feito em 2003 (42,1%), coordenado pelo Prof. Espiga de Macedo. No entanto, os resultados do estudo PHYSA – Portuguese HYpertension and SAlt Study, realizado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) em conjunto com a Universidade Fernando Pessoa, indicam que a percentagem de doentes em tratamento passou de 38,9% para 74,9%, e, em 2012, 42,6% dos doentes a serem tratados tinham a doença controlada. Ou seja, uma percentagem quatro vezes mais elevada do que há 10 anos.

“Uma década depois do primeiro estudo sobre a prevalência da hipertensão, verificamos com o PHYSA que existe mais e melhor conhecimento da doença, para além de uma maior preocupação da população”, comenta Fernando Pinto. O especialista considera que estes avanços se devem a três principais factores: “melhores médicos, mais bem formados e informados; melhores doentes, detentores de mais informação resultado das campanhas de sensibilização e, melhores fármacos, com menos efeitos adversos permitindo uma maior adesão ao tratamento”. Eram, aliás, os efeitos secundários dos medicamentos uma das principais razões do abandono do tratamento. Entre os efeitos colaterais mais frequentes estava a disfunção eréctil. “Actualmente, os novos fármacos anti-hipertensores são mais bem tolerados, com uma diminuição significativa dos efeitos secundários, mas também são mais eficazes com clara diminuição da morbilidade e mortalidade por acidente vascular cerebral, ainda a primeira causa de morte em Portugal”, explica o presidente ressalvando que ainda há muito a fazer.

A disfunção eréctil (anteriormente conhecida por impotência) é um problema comum que afecta cerca de 52% dos homens entre os 40 e os 70 anos e define-se pela incapacidade de atingir e/ou manter uma erecção suficiente para um desempenho sexual satisfatório. Por outras palavras, o pénis não fica suficientemente rígido (erecto) para permitir a penetração porque não chega sangue suficiente ao pénis, ou este não se mantém no pénis o tempo necessário para manter uma erecção.

“A disfunção eréctil é muitas vezes o primeiro marcador de que já existe doença vascular. Ou seja, é uma janela de alerta para a existência de artérias afectadas”, comenta Fernando Pinto.

 

Portuguese HYpertension and SAlt Study (PHYSA)

Os resultados do estudo Portuguese HYpertension and SAlt Study (PHYSA), apresentados o ano passado no mesmo evento, foram já aceites para publicação na revista da especialidade.

A hipertensão arterial é uma doença crónica, mas pode ser reversível. A maior parte dos doentes toma medicamentos, mas há casos em que é possível controlar a doença só com alterações de estilo de vida.

O estudo PHYSA conclui que mais de 42% dos portugueses sofrem de hipertensão, mas a proporção de doentes controlados quadruplicou na última década, data do primeiro estudo sobre prevalência da Hipertensão em Portugal.

A pressão arterial média também baixou, de 13/8 para 12/7 – os valores ideais são 120/80 mm Hg (milímetros de mercúrio); acima de 140/90 mm Hg já se considera estar numa situação de hipertensão.

O estudo incluiu a análise do consumo de sal e apesar de ter diminuído (é agora de 10,7 gramas por dia, em média, contra 12 g/dia, em 2005), ainda continua a ser quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (5,5 g/dia).

A amostra deste estudo foi constituída por 3720 pessoas, estratificadas por sexo, grupo etário e região, sendo, assim, representativa da realidade de Portugal continental.

Para além de medições múltiplas da pressão arterial efectuada por investigados treinados para o efeito, foi feito o cálculo do consumo de sal pelo doseamento de sódio na urina de 24 horas em mais de três mil amostras para se perceber a sua correlação com a hipertensão.

Verificou-se que a prevalência de hipertensão arterial não é igual em todo o território. No Alentejo é mais elevada, atingindo metade da população, enquanto no Norte é consideravelmente mais baixa (39,1%).

Este ano no 8º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global são revelados os resultados preliminares do mesmo estudo que analisa as questões genéticas.

21 e 22 de Março na Fundação Cupertino de Miranda
Os novos desafios da adolescência para os pediatras, a crescente exigência dos doentes perante a grande quantidade de...

O objectivo é, nesta quarta edição, juntar Pediatras de todo o país para discutir as problemáticas mais recentes com que se deparam os clínicos, trocando experiências e estudos de caso de forma a melhorar o apoio ao doente. A par das sessões clínicas, está ainda previsto o Curso sobre comportamento não-verbal “O corpo fala”, dirigido a todos os profissionais de saúde, que pretende sensibilizar para a importância do comportamento não verbal na relação médico/paciente e médico/pais.

Emídio Carreiro, director do Centro da Criança e do Adolescente do hospital CUF Porto, responsável pela organização das 4as Jornadas de Pediatria, explica que “a Pediatria até aos 18 anos traz novas problemáticas para os médicos”. Daí que o tema “Adolescência” concentre uma boa parte do programa para os dias 21 e 22 de Março. “Na adolescência os pacientes passam para uma fase de desenvolvimento com muitas transformações e a equipa de médicos e enfermeiros de Pediatra tem que estar apta a acompanhar e apoiar esta transformação”.

Os E-patients - os novos doentes que recorrem, sem controlo, à informação médica disponibilizada na Web – tema debatido pelo especialista Miguel Correia, a nutrição e a alimentação na Adolescência são outros temas em foco.

Destinados a médicos e enfermeiros, as Jornadas de Pediatria propõem uma série de cursos práticos sobre temáticas imprescindíveis da actualidade. Destaque para o curso “O corpo fala” que versa sobre o comportamento não verbal entre médico e pai e médico e paciente e o “Curso de Medicina de Viagem”. Este último aborda temas como a importância da farmácia de viagem (mesmo em viagens na Europa), prevenção de picadas de insecto, diarreia do viajante, cuidados a ter durante o voo ou as doenças transmitidas pela água e alimentos.

As 4as Jornadas de Pediatria realizam-se na Fundação Cupertino de Miranda, dias 21 e 22 de Março, e são de inscrição obrigatória.

A inscrição nas Jornadas tem um custo de 60€ e em cada curso 35€. Inscrições e informações através do e-mail jornadas.pediatria.hcufporto@jmellosaude.pt ou através do telefone 220039392.

Para mais informações consulte www.cufportohospital.pt.

Novo exame indica
Está disponível um novo teste genético que promete indicar se a pessoa está a envelhecer mais rápido do que o esperado para a...

Feito a partir de uma recolha simples de sangue, o novo teste avalia o encurtamento dos telómeros, sequências repetitivas de ADN que existem nas extremidades de todos os cromossomas humanos. Sempre que uma célula se divide, eles ficam menores, avança o Diário Digital. Ou seja, o teste promete indicar se a pessoa está a envelhecer mais rápido do que o esperado para a sua idade e, como consequência, pode estar mais vulnerável a doenças como diabetes e cancro.

O estudo dos telómeros é uma área promissora para a medicina. O tema rendeu até o Nobel de 2009 aos biólogos norte-americanos Carol Greider, Elizabeth Blackburn e Jack Szostak. Blackburn, que é professora da Universidade da Califórnia, acredita que a medição dessas estruturas ajuda a intervir precocemente em doenças e até co-fundou uma empresa que oferece esse tipo de exame. Mas especialistas são cépticos sobre qual a validade, na prática, desse tipo de diagnóstico hoje em dia.

“Até ao momento, o exame é usado basicamente para apontar o nível de envelhecimento e casos de doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de cancro. Porém, está em estudo a sua eficiência para outros doenças como a depressão e stress pós-traumático”, diz a hematologista Regina Biasoli Kiyota, coordenadora de Análises Clínicas do Alta Excelência Diagnóstica.

Com a função de proteger e separar os cromossomas, os telómeros são semelhantes à capa plástica na ponta dos atacadores, que impedem que estes desfiem, estragando a sua função. Em cada célula humana existem 23 pares de cromossomas e, portanto, 92 telómeros (um em cada extremidade de 46 cromossomas).

O facto de os telómeros ficarem mais curtos a cada divisão celular faz parte do ciclo natural da vida, mas também está relacionado com os hábitos adoptados durante os anos. Sabendo que essas estruturas estão menores do que é considerado normal para a sua idade, uma pessoa pode adoptar mudanças no estilo de vida, como fazer mais exercício e evitar a obesidade, bem como doenças associadas ao envelhecimento.

Fique a conhecer
As doenças mentais e comportamentais são muito frequentes em todas as sociedades, afectando indivídu
Doenças mentais

A noção de que as doenças mentais são um problema dos países industrializados e que nas comunidades rurais, menos afectadas pelo ritmo acelerado da vida moderna, é menor a prevalência de perturbações mentais não é sustentada por qualquer evidência científica. As perturbações mentais e comportamentais são consideradas como entidades com significado clínico quando originam alterações da capacidade cognitiva, do humor (emoções) ou provocam comportamentos que impedem ou dificultam o desempenham das funções pessoais e sociais do indivíduo, de forma sustentada ou recorrente. São caracterizadas por sinais e sintomas específicos, e têm geralmente uma evolução natural previsível.

A abordagem das doenças e perturbações mentais tem sido profundamente marcada ao longo da história por diversos factores culturais e religiosos, o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a propor um conjunto de descritores clínicos e de directrizes de diagnóstico que conduzem à lista de todas as perturbações mentais e comportamentais expressas na Classificação Internacional de Doenças ICD 10 (ver tabela), bem como critérios adicionais para a investigação e definição mais precisa dos problemas de saúde mental.

As doenças mentais e comportamentais apresentam um quadro muito heterogéneo. Algumas duram apenas algumas semanas, enquanto outros podem durar uma vida, por vezes apenas são detectadas após exame minucioso, enquanto noutros casos são impossíveis de ocultar mesmo a um observador casual. Alguns distúrbios são suaves, enquanto outros são graves e incapacitantes, sendo um pesado fardo para as comunidades. Entre estas perturbações destaca-se a depressão, a ansiedade, as perturbações associadas ao uso de substâncias psicoactivas, a esquizofrenia, a doença de Alzheimer e os distúrbios emocionais originados na infância e adolescência.

A depressão é caracterizada por perda de auto-estima e de interesse em actividades sociais, diminuição da energia e de capacidade de concentração, por distúrbios de sono e apetite. A depressão é frequentemente episódica, mas pode ser recorrente com episódios com duração de alguns meses a alguns anos intervalados por períodos sem doença e, em cerca de 20 por cento dos casos evolui para a cronicidade sem remissão. A severidade é muito variável, de ligeira a muito grave. Uma das consequências particularmente trágicas e frequentes da depressão é o suicídio que ocorre em cerca de 15 a 20 por cento dos doentes depressivos. A perturbação bipolar afectiva refere-se a pacientes com episódios de depressão juntamente com os episódios de mania caracterizados por humor expansivo, aumento da actividade, o excesso de confiança e incapacidade de concentração.

Sob a designação de ansiedade são integradas diversas perturbações, nomeadamente a síndrome de ansiedade generalizada, a doença do pânico, a perturbação obsessiva-compulsiva, fobias e o stress pós-traumático. A síndrome de ansiedade generalizada é um estado de apreensão ou preocupação constante cuja causa não é identificável. Geralmente é acompanhado de irritabilidade e perturbações do sono. Embora seja geralmente considerada como uma perturbação não grave tem elevados custos sanitários e sociais, pois é muito frequente e por vezes com períodos com duração superior a 6 meses, podendo originar cronicidade.

A doença do pânico caracteriza-se pela ocorrência de crises ou ataques de pânico repetidos, acompanhado pela sensação de medo intenso. Os ataques são imprevisíveis e o doente teme persistentemente ter um outro ataque.

A perturbação obsessiva-compulsiva caracteriza-se pela ocorrência involuntária de representações, imagens ou impulsos repetitivos involuntários que podem ser acompanhados da necessidade imperiosa de realizar comportamentos estereotipados ou rituais, como por exemplo, lavar repetidamente as mãos por acreditar que estão sujas ou contaminadas.

As fobias são caracterizadas pelo medo excessivo, persistente e incontrolável, direccionado a um objecto ou a uma situação. As fobias classificam-se em agorafobia, sociofobia e fobias simples. A agorafobia é o medo de frequentar locais públicos e geralmente está associada à doença do pânico, a sociofobia consiste no medo de ser julgado pelos outros o que conduz a uma menor interacção social. As fobias simples são as mais comuns, particularmente nas crianças e caracterizam-se pelo medo de determinados situações, como por exemplo a presença de animais, a exposição a alturas, à escuridão ou a tempestades.

O stress pós-traumático consiste num distúrbio desenvolvido após uma experiência traumática, como assaltos seguidos de violência, desastres naturais e guerras. Caracteriza-se por um medo intenso em reviver experiências perturbadoras, seja em sonhos, ou como lembranças vividas de imagens do passado, que invadem involuntariamente a consciência.

As perturbações mentais e comportamentais decorrentes do uso de substâncias psicoativas incluem os danos para a saúde física e mental causados pelo consumo de álcool, opiáceos como a heroína, canabinóides como a marijuana, sedativos e hipnóticos, cocaína, alucinógenos, tabaco e solventes voláteis.

O síndrome de dependência daquelas substâncias envolve o forte desejo de as consumir, o estado de abstinência fisiológica, perda de interesse em actividades sociais e persistência de utilização apesar do reconhecimento do dano causado a si mesmo e a outros. Embora o uso daquelas substâncias varie de região para região, o tabaco e o álcool são as substâncias mais utilizadas globalmente e as que têm consequências mais graves para a saúde pública.

A esquizofrenia é uma doença mental grave com início habitualmente na adolescência ou nos primeiros anos da idade adulta. A prevalência é semelhante em homens e mulheres, embora no sexo feminino o prognóstico seja mais favorável e o início geralmente mais tardio. Caracteriza-se por distorções fundamentais no pensamento, na percepção e na emoção, bem como pela profunda convicção em falsas realidades (delírio), originando consequências sociais muito adversas. Esta doença tem uma evolução variável, desde a cura clínica e reinserção social, em cerca de um terço dos casos, à recorrência ou mesmo cronicidade. Um número significativo de doentes com esquizofrenia, cerca de 30 por cento, tentam o suicídio em algum momento durante o curso da doença e cerca de 10 por cento põem termo às suas vidas.

A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa primária do cérebro. É caracterizada pelo declínio progressivo das funções cognitivas como memória, raciocínio, compreensão, cálculo, linguagem, capacidade de aprendizagem e de julgamento. A doença de Alzheimer manifesta-se geralmente após os 65 anos de idade, embora não seja raro que ocorra mais precocemente. Apresenta um início insidioso com deterioração lenta e a demência é diagnosticada quando aqueles declínios são suficientes para comprometer as actividades pessoais do quotidiano.

Relativamente às perturbações originadas na infância e adolescência a CID-10 identifica duas grandes categorias específicas: as deficiências ou atrasos no desenvolvimento de funções específicas da linguagem (dislexias) ou do desenvolvimento global (autismo) e os transtornos hipercinéticos e de défice de atenção e hiperactividade. A evolução daquelas perturbações é constante, sem remissão ou recorrência, embora a maioria tende a melhorar com a idade.

Doenças mentais e comportamentais classificadas na ICD-10

· Orgânicas, incluindo sintomas, distúrbios mentais (ex: a demência na doença de Alzheimer, delírio, doença de Parkinson);
· Perturbações mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoactivas (p.ex: síndrome de dependência do álcool);
· Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes (ex: a esquizofrenia paranóide, transtornos delirantes, agudo e transitório transtornos psicóticos);
· Humor [afectivos] (ex: perturbação afectiva bipolar, episódio depressivo);
· Neuróticos, perturbações associadas ao stress e à somatização (ex: distúrbios de ansiedade generalizada, distúrbios obsessivo-compulsivos);
· Síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a factores físicos (ex: distúrbios alimentares, distúrbios do sono não-orgânicos);
· Transtornos da personalidade adulta (ex: personalidade paranóide, transexualismo);
· Atraso Mental Transtornos do desenvolvimento psicológico, (ex: autismo infantil);
· Perturbações comportamentais e transtornos emocionais com início na adolescência (ex: transtornos hipercinéticos);
· Transtorno mental não especificado;

Artigos relacionados

Problema de saúde mental mais frequente

Os jovens e a Saúde Mental num mundo de desafios

Vamos falar de saúde mental?

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Como já acontece nas cirurgias
Doentes poderão vir a ser encaminhados para uma unidade privada caso os exames não sejam realizados dentro de um tempo pré...

O ministro da Saúde admite criar um sistema de controlo das listas de espera para exames médicos idêntico ao que já existe para as cirurgias, em que os doentes podem ser encaminhados para um privado quando as operações não possam ser feitas num hospital público dentro de um prazo clinicamente aceitável.

Em entrevista ao Jornal de Negócios, o ministro Paulo Macedo reconheceu que é necessário melhorar o controlo das esperas dos utentes por meios complementares de diagnóstico (que incluem desde análises a exames como TAC’s, Raio X, entre outros). “O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem um controlo sobre os tempos de espera em que é emitido um cheque, um vale, ao fim de x tempo, para poder ser feita essa cirurgia na área privada ou no sector social. Essa parte também é preciso que seja feita para os meios complementares de diagnóstico”, disse o responsável pela pasta da Saúde.

 

Ministro da Saúde vai lançar um novo concurso para 200 profissionais

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, diz que apenas o novo concurso de clínicos, referido pelo ministro da Saúde em entrevista à Renascença, não resolve o problema da falta de profissionais.

Paulo Macedo disse que vai lançar um concurso para 200 médicos em medicina geral e familiar, “tentando abranger aqueles que estão fora do Serviço Nacional de Saúde, pessoas que tenham tirado o seu curso fora e nunca tenham entrado no SNS ou que estejam no privado e queiram vir para o sector público”.

O bastonário José Manuel Silva diz que os médicos estão “inteiramente de acordo” com a medida. “Aliás, isso decorre também de uma proposta que a Ordem já tinha feito ao ministro da Saúde, de pedir um concurso aberto externo para especialistas em medicina geral e familiar que estão fora do SNS, para poderem regressar ao SNS, ou concorrer pela primeira vez ao SNS para reduzir as listas de cidadãos sem médicos de família”, aponta. Ainda que possa ajudar, o bastonário lembra que “não serão mais de algumas dezenas, portanto não vão resolver o problema, mas vão ser uma contribuição para minorar o problema”.

VI campanha do Banco Farmacêutico
A VI Jornada de Recolha de Medicamentos do Banco Farmacêutico, realizada no dia 8 de Fevereiro, recolheu cerca de 10 mil...

A VI Jornada de Recolha de Medicamentos do Banco Farmacêutico contou com a adesão de 122 farmácias distribuídas pelas zonas centro e sul do país. Os medicamentos recolhidos beneficiarão os utentes de 72 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) da região das farmácias aderentes. Esta recolha foi dinamizada pela participação de 500 voluntários, que se inscreveram através do sítio do BF ou através das IPSS que beneficiaram da Jornada de Recolha de Medicamentos. Nesta edição, participaram farmácias de Olhão, Portimão, Silves e Vila Real de Santo António.

Em cinco anos de Jornadas de Recolha de Medicamentos, tem-se registado um crescimento contínuo de número de farmácias, voluntários, instituições apoiadas e também em número de medicamentos recolhidos. Desde 2009, ano em que a iniciativa decorreu pela primeira vez em Portugal, o Banco Farmacêutico já recolheu 50 mil medicamentos e produtos de saúde.

Diabetes:
Um português integra um grupo de investigadores que criou o projecto que consiste num método de medição de açúcar para...

Há uma forma inovadora de ler os níveis de açúcar no sangue, criada por um grupo de investigadores, onde consta um português: trata-se de um sistema - o GlucoWise - que funciona através de sensores, instalados na orelha do diabético, capaz de enviar dados para dispositivos móveis como smartphones ou tablets.

O projecto GlucoWise é desenvolvido por uma startup com sede no Reino Unido e faz parte do grupo de quatro finalistas do concurso Building Global Innovators, uma iniciativa do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), com o apoio do programa MIT Portugal e da Caixa Capital.

Este inovador método de medição de açúcar para diabéticos fez parte de um restrito conjunto de exemplos que foram escolhidos para apresentar à imprensa a cerimónia que entregará o prémio ao vencedor. A startup de origem sul-africana está agora à procura de investidores, para que o produto inovador possa entrar no mercado. Entretanto, os investigadores estão a tentar criar um protótipo ainda mais pequeno, o que deve suceder “nos próximos anos”.

O controlo da diabetes e a criação de novos mecanismos para facilitar o dia-a-dia dos doentes é uma das grandes paixões da comunidade científica. Uma vez que exige uma medição exacta dos níveis de glicose no sangue, a doença implica um cuidado permanente. A qualidade de vida dos diabéticos não deixa de ser elevada, mas a verdade é que dispositivos como o GlucoWise facilitam o controlo da diabetes. O dispositivo é pequeno, não implica qualquer processo invasivo e faz a medição do açúcar com sensores, colocados na orelha, na mão ou no pé.

Depois, toda a informação recolhida é encaminhada para um dispositivo móvel, onde é monitorizado o nível de glicose, de forma fácil. Através do sistema cloud, o médico pode também aceder de forma simples à informação recolhida pelo diabético.

Este é um dos projectos a concurso e já foi premiado com 100 mil euros, por atingir este patamar. Trata-se de um apoio à inovação, todos os anos entregue no concurso BGI, que cumpre a quarta edição.

A incidência de diabetes em Portugal está a aumentar, em virtude do envelhecimento da população, do sedentarismo e também da alimentação pouco saudável. De acordo com números relativos a 2011, há cerca de 12,7% de portugueses diabéticos, o que representa cerca de um milhão de pessoas. Os dados relativos a 2012 serão apresentados no dia 26 de Novembro. Estima-se que haja em todo o mundo cerca de 90 milhões de diabéticos, número que deverá crescer para 100 milhões de diabéticos, em 2030. O GlucoWise afirma-se assim como um dispositivo muito útil no controlo de uma doença que preocupa.

Segundo o Registo Oncológico Nacional - Sul
Portugal tinha, em 2009, uma taxa de incidência de cancros superior ao padrão europeu e mundial, segundo o Registo Oncológico...

A coordenadora do Registo Oncológico Nacional - Sul (ROR-Sul), Ana Miranda, alertou para o aumento dos casos de cancro do cólon em Portugal, que em 2030 serão quase o dobro dos registados em 2008.

Segundo Ana Miranda, o cancro do cólon consta do “top 10”, ocupando a terceira posição, num “ranking” liderado pelo cancro da mama. Entre os países da União Europeia - numa lista em que não consta a Grécia por actualmente não dispor de registo oncológico -, Portugal ocupa o quarto lugar dos países com mais novos casos de cancro do cólon. Em Portugal, a taxa de incidência deste carcinoma nos homens passou de 35,52 por 100 mil habitantes em 1998 para 43,58 em 2009. Nas mulheres, o aumento foi de 22,86 por 100 mil habitantes em 1998 para 25,64 em 2009.

Em 2030, o aumento dos casos vai prosseguir, sendo maior nos homens, que terão quase o dobro dos cancros do cólon do que os registados em 2008.

Em 2008, foram registados 1277 novos casos de cancro do cólon nos homens, número que deverá ser de 2385 em 2030. Nas mulheres, os 942 casos em 2008 deverá subir para 2323 em 2030.

O cancro da mama continua a ser o que regista maior número de casos novos - 2993 em 2009 -, sendo o que mais atinge as mulheres, segundo Ana Miranda.

A coordenadora do ROR - Sul destaca a “estabilidade” neste carcinoma, que passou de 85,85 casos por 100 mil habitantes em 1998 para 96,98 em 2009. Já o cancro da próstata, que lidera os carcinomas nos homens, baixou de 86,87 (por 100 mil habitantes) em 1998 para 85,37 em 2009. Ao nível do cancro na traqueia, brônquios e pulmão, Ana Miranda referiu que existiu uma certa estabilidade no período em análise (1998-2009), excepto para as mulheres. Nas mulheres a incidência deste cancro quase duplicou: 6,86 por cem mil habitantes em 1998 para 12,46 em 2009.

O documento inclui dados de incidência, sobrevivência e mortalidade de cancro em 2007, 2008 e 2009, nas populações de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e região autónoma da Madeira.

Em 2009 registaram-se 22565 novos casos de cancro (22953 em 2008), sendo que a taxa de incidência foi de 464,05 cancros por 100 mil habitantes, superior ao padrão europeu (339,78) e mundial (245,32).

Destacam-se no registo de 2009 - que abrange 50% do território português e um total de 4,8 milhões de habitantes - os novos casos de cancro da mama (3075), da próstata (2358), do cólon (2360), recto (1184), estômago (1184) e pele (1045).

 

Casos de cancro do pulmão nas mulheres duplicaram

Os cancros da pele, cólon e do pulmão são os que mais aumentaram nos últimos 10 anos. A incidência de cancro do pulmão nas mulheres duplicou entre 1998 e 2009, de 6,3 casos para 12,4 por 100 mil pessoas por ano. Ana Miranda, espera que a restrição do fumo em locais fechados e campanhas de prevenção venha a inverter a tendência no aumento dos casos, que reflecte o aumento do consumo de tabaco pelas mulheres nos anos 80 e que se estima poder levar a uma subida de 20% nos casos anuais em 2030.

No cancro do cólon, onde se regista um aumento entre os homens de 30% desde o final dos anos 1990, as projecções apontam para uma subida de 70% nos próximos 20 anos. Nesta área, como no cancro da pele, cuja incidência na população é mais reduzida - embora tenha aumentado dois terços na última década -, a expectativa da especialista é que também que as campanhas de prevenção e rastreio venham a alterar as projecções. Nestes dois cancros, uma das conotações é que ainda há muitos casos diagnosticados em fases avançadas.

Os cancros da mama e da próstata, os que mais afectam as mulheres e os homens, apresentam incidências estáveis desde 1998. No cancro rectal, a incidência também não tem sofrido alterações e os tumores do estômago, mais frequentes em Portugal que noutros países europeus, sobretudo na região Norte, diminuiu.

Nos tumores da mama, a taxa de sobrevivência a cinco anos passou de 73% em 1998 para 79% nos doentes detectados em 2007. Na próstata, a melhoria é mais expressiva: antes sobreviviam cinco anos 76% dos doentes e hoje a taxa ronda os 89%. Também no cancro do cólon houve melhorias significativas, tanto nas mulheres como nos homens: antes sobreviviam a cinco anos 44% e agora a taxa ronda os 57%. No pulmão ou estômago não há melhorias evidentes.

Páginas