Através de uma fotografia
Com uma simples fotografia de retrato já é possível identificar doenças genéticas raras graças a um programa de computador, de...

Sabe-se que muitas doenças genéticas, como o Síndrome de Down e o Síndrome de Angelman, estão associadas a características faciais específicas. Ora, este programa utiliza uma tecnologia de reconhecimento facial e, ao ler a estrutura do rosto do indivíduo, consegue determinar se ele sofre de alguma doença genética rara.

O software foi desenvolvido por cientistas das Universidades de Edimburgo, Escócia, e de Oxford, Inglaterra, e pretende ser uma preciosa ajuda nos países com um acesso difícil a testes genéticos.

“Esta tecnologia vai ajudar os médicos a identificar doenças extremamente raras e, possivelmente, a descobrir novas doenças”, declarou David FitzPatrick, professor no Instituto de Genética Médica e Medicina Molecular da Universidade de Edimburgo.

A equipa de cientistas espera mesmo que, no futuro, qualquer médico possa diagnosticar uma doença genética a partir de uma simples fotografia de telemóvel.

Coreia do Sul desenvolveu
Está disponível o primeiro nanorobô capaz de detectar e combater o cancro - ou pelo menos alguns tipos de cancro. É um robô à...

Cientistas da Coreia do Sul garantem que em breve vai ser possível tratar o cancro com nanorobôs, de uma forma mais eficaz e menos agressiva do que a quimioterapia, por exemplo. Na verdade são bactérias de salmonela, não tóxicas, que foram geneticamente modificadas para conseguir transportar directamente até ao tumor cápsulas microscópicas, invisíveis ao olho humano, carregadas com todos os fármacos necessários

Os químicos segregados pelas células cancerígenas atraem naturalmente estas bactérias. E quando elas lá chegam, libertam os medicamentos que transportavam, atacando o tumor... sem afectar as células saudáveis. O líder da equipa de investigação diz que o sistema já foi comprovado com cobaias, e conta agora que ele funcione também nos humanos.

“O principal no Bacteriobot é o sensor que lhe permite diagnosticar o cancro e atacá-lo, recorrendo ao cérebro da própria bactéria para lá conseguir chegar. Nesta fase a bactéria robô apenas detecta cancros ‘sólidos’, como os da mama, ou os colo-retais, mas Park acredita que com um pouco mais de tempo os robôs serão capazes de detectar e tratar outros tipos de cancro. Estes minúsculos robôs podem também tornar o tratamento menos traumático para os doentes, evitando os efeitos secundários da quimioterapia como as náuseas, a perda de cabelo ou as anemias”, explica Park Jong-Oh, director do Projecto de Investigação Robótica da Universidade de Chonnam.

“Os tratamentos convencionais afetam normalmente uma grande parte dos órgãos internos. Mesmo sendo um tratamento, pode danificar as células saudáveis. O nosso nanorobô médico é muitíssimo eficiente porque ataca especificamente as células cancerígenas. E nesse sentido, é um novo paradigma no tratamento do cancro. Acredito que esta tecnologia vai impulsionar os tratamentos”, acrescenta o mesmo investigador.

A nova tecnologia já foi patenteada nos Estados Unidos, Japão e Europa mas ainda não está licenciada para utilização em humanos.

Estudo
Um estudo promovido pelo município de Esposende junto da comunidade escolar do concelho revela que 33,1% dos alunos inquiridos...

Segundo o estudo, coordenado pela directora do Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho, Graça Carvalho, 10% dos alunos inquiridos disseram já terem tido relações sexuais, tendo a maioria (60%) tido a primeira experiência depois dos 15 anos.

“Neste domínio, é ainda possível destacar que 66,9% usa preservativo”, refere o município, num comunicado em que dá conta dos resultados do estudo.

O estudo foi realizado no âmbito do projecto da Câmara Municipal “Crescer Saudável”, do qual fazem parte a empresa municipal Esposende Ambiente, os agrupamentos de escolas do concelho, a Escola Secundária Henrique Medina e o Centro de Saúde.

O objectivo foi fazer uma caracterização dos estilos de vida das crianças e jovens em idade escolar, em termos de hábitos alimentares, actividades físicas, lazer, horários de sono, consumo de álcool, tabaco, medicamentos e outras substâncias, bem como a relação com a vida escolar, os afetos, a autoestima e a saúde.

“Os resultados agora apresentados irão permitir definir uma estratégia mais concertada e planeada das acções a desenvolver pelo grupo de trabalho do projecto Crescer Saudável, constituído em 2010, decorrente da necessidade de conjugar esforços em torno da saúde escolar”, sublinha o município.

No estudo, é possível concluir que 83% das crianças inquiridas toma diariamente o pequeno-almoço e que 96% o faz em casa.

Uns 72% de inquiridos fazem cinco a seis refeições por dia.

Pouco sono

Em termos de hábitos de sono, o estudo conclui que cerca de 10% dorme menos de oito horas, quer durante a semana quer ao fim de semana, sendo que esta percentagem assume maior predominância nos alunos do ensino secundário.

É possível inferir ainda que 12% da amostra em análise consome álcool e que oito por cento fumam.

O gosto pela escola diminui ao longo do avanço no ciclo de ensino, mas mesmo assim 93% da amostra dizem gostar da escola.

Em termos de violência em meio escolar, é possível concluir que a violência verbal é mais comum do que a física.

Quanto aos afectos, no geral as crianças e jovens mantêm relações boas e muito boas com os membros da família, com especial relevo na relação estabelecida com a mãe.

Álcool e drogas
Apenas uma em cada 10 empresas portuguesas promove acções de prevenção e tratamento dos problemas relacionados com o consumo de...

O estudo, que analisa as políticas de prevenção e controlo do consumo de álcool e drogas no local de trabalho, conclui ainda que apenas duas em cada 10 empresas têm regulamentos sobre o consumo destas substâncias.

A investigação, que tem como base as respostas de 6.817 trabalhadores e pessoas temporariamente desempregadas ou de baixa médica (15-64 anos) recolhidas no âmbito do III Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral 2012, revela que 87,6 por cento das empresas não fazem acções de prevenção ou tratamento de problemas relacionados com álcool e drogas.

A investigação, promovida pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e das Dependências (SICAD), analisou o consumo diário de tabaco, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e de medicamentos no último mês e o uso de substâncias ilícitas no último ano.

O estudo, que introduz pela primeira vez a análise dos consumos na população laboral, conclui ainda que em apenas 21 por cento das empresas existem regulamentos sobre o uso de álcool ou drogas no local de trabalho.

A investigação dá ainda conta da inexistência de análises para a detecção de consumo de álcool em 90,2 por cento das empresas e de drogas ilícitas em 93,8 por cento dos locais de trabalho.

Nas empresas em que as análises são feitas, a maioria ocorre de forma irregular (em cerca de 41 por cento dos casos).

Vanda Cruz, responsável da União Geral de Trabalhadores (UGT) pela segurança e saúde no trabalho, considera que existe "um vazio legal" na realização dos testes de detecção de álcool que é preciso preencher com regulamentos que garantam sigilo aos trabalhadores.

Em declarações à margem da apresentação do estudo, a responsável adiantou que a UGT está a iniciar negociações com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) para um regulamento sobre esta matéria a incluir na contratação colectiva.

Uniformizar os níveis de alcoolemia aceitáveis para cada actividade e definir quem pode fazer os testes são algumas das questões que a UGT quer ver consagradas no regulamento, que deverá garantir sempre o direito dos trabalhadores ao sigilo e à privacidade.

O estudo, elaborado pelo Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, conclui que o consumo destas substâncias é maior entre a população laboral, quando comparada com a população geral.

Revela ainda que o consumo de tabaco e de drogas ilícitas é mais frequente na faixa etária entre os 15-34 anos, enquanto o álcool e os medicamentos são sobretudo consumidos pela população entre os 35 e os 64 anos.

Em relação ao tabaco, fumam mais os desempregados homens, solteiros ou divorciados, os quadros superiores, os trabalhadores não qualificados dos sectores primário e secundário e os agricultores, e menos os especialistas das profissões científicas e militares.

Entre as mulheres, são as trabalhadoras dos serviços e vendas e administrativas que mais fumam.

O consumo excessivo de álcool regista-se sobretudo nos trabalhadores não qualificados dos sectores da agricultura, construção, indústria e serviços, mas também nos quadros superiores.

Os medicamentos são consumidos sobretudo por trabalhadoras mulheres não qualificadas dos sectores da construção, indústria e serviços, com mais de 15 anos se serviço, separadas, divorciadas ou viúvas.

Relativamente às substâncias ilícitas, o consumo é mais frequente nos homens e nas mulheres jovens adultos, com ensino superior (homens) e secundário (mulheres), e ainda nos técnicos de nível intermédio e mulheres de profissões científicas.

Os homens solteiros e as mulheres separadas, divorciadas ou viúvas registam também maiores consumos.

Centro Hospitalar Lisboa Central
Mais de mil trabalhadores do Centro Hospitalar de Lisboa Central assinaram um abaixo-assinado a exigir ao conselho de...

O Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) integra os hospitais de São José, Capuchos, Sta. Marta, Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa.

De acordo com Ana Pais, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, após um plenário que se realizou ontem, os trabalhadores do CHLC decidiram fazer a entrega do abaixo-assinado ao conselho de administração, que conta com 1.052 assinaturas dos cerca de 4.000 funcionários do centro hospitalar.

A maioria dos profissionais que assinou o documento é assistente operacional ou técnico, mas também enfermeiros e médicos decidiram aderir à iniciativa.

“Temos esperança e vamos em todos os sentimos para conseguirmos a reposição das 35 horas. Hoje foi mostrada a vontade que têm os trabalhadores do CHLC”, declarou Ana Pais.

Para a sindicalista a passagem das 35 para as 40 horas semanais corresponde a “um trabalho de escravo”, com o aumento da carga horária sem qualquer remuneração.

Regiões do norte de Portugal
As regiões do norte de Portugal apresentam hoje um índice ultra violeta muito alto, alerta o Instituto Português do Mar e da...

Os índices muito altos (oito, nove e 10 numa escala de 1 a 11) vão registar-se nas cidades Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Penhas Douradas, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Também o Funchal e Porto Santo, na ilha da Madeira, apresentam um índice de ultra violeta (UV) muito alto, bem como, Santa Cruz e Angra do Heroísmo, nos Açores.

Nas regiões com risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) aconselha a população a utilizar óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar e a evitar a exposição das crianças ao sol.

Segundo o instituto, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança.

O índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, sendo o máximo o onze.

Em relação às temperaturas, são esperadas máximas de 29 graus Celsius em Évora, Beja e Castelo Branco, as cidades mais quentes do país, enquanto Faro chegará aos 27º e Bragança aos 26º.

Em Lisboa, 25 graus de máxima, para Coimbra, Viseu, Vila Real e Braga prevêem-se 23, Viana do Castelo, Sines, Sagres, Angra do Heroísmo e Santa Cruz, 22, e no Porto são esperados 21.

Instituto do Sangue preocupado
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação registou uma quebra nas colheitas de sangue no primeiro semestre deste ano....

Numa conferência de imprensa destinada a apelar à dádiva e a apresentar a campanha de verão, Hélder Trindade afirmou que houve uma diminuição de 10% na afluência de dadores no início do ano, que melhorou ligeiramente para 8% no final de Maio, comparativamente ao período homólogo de 2013.

“Os dadores esperados simplesmente não aparecem e as brigadas emagrecem”, desabafou. Segundo o responsável, as reservas de sangue nacionais estão hoje nas 13.558 unidades, das quais 7.296 no Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

Para o grupo 0 (zero) negativo há seis dias de reserva no IPST e 17 dias a nível nacional e para o 0 (zero) positivo há 11 dias de reserva no instituto e 16 a nível global.

Quanto ao grupo sanguíneo A, para os positivos há reserva para 18 dias a nível nacional e 15 no IPST e para os negativos 17 dias a nível do país e sete dias no instituto.

Hélder Trindade considera que as reservas estão num “nível razoável do ano passado para este” -, mas mostra-se preocupado, porque “o verão é sempre um período mau, em que as colheitas são mais escassas”.

“A globalidade é nacional e do IPST. Os hospitais estão abastecidos, mas encaro com muita preocupação este verão”, sublinhou.

Por isso, o presidente do IPST apela à participação na campanha de verão, que vai decorrer entre a última semana de Julho e o final de Agosto, admitindo que possa mesmo vir a ser antecipada.

Esta campanha promove sessões de colheita do instituto junto da população e apoia em concreto as sessões de colheita nas praias, parques de campismo e outros locais tradicionalmente considerados locais de férias.

Durante o mês de Agosto, decorre uma campanha especial de verão no Algarve, com equipas do IPST deslocadas semanalmente para sessões de colheita afectas às unidades móveis em Albufeira, Tavira, Quarteira e Lagoa.

Hélder Trindade indicou que o instituto procura sobretudo angariar novos dadores, por um lado para colmatar os que vão perdendo por via da emigração ou do envelhecimento, e por outro, porque os dadores regulares – sobretudo os que dão mais do que duas vezes por ano – normalmente não deixam de dar.

“Apesar de ser uma população flutuante [a dos dadores], há um certo padrão de regularidade. A grande parte dos dadores é a que dá duas vezes por ano, provavelmente também para manter a isenção nas taxas moderadoras”, afirmou.

Segundo Hélder Trindade, o número de dadores que dá sangue quatro vezes por ano ronda o milhar, os que dão três vezes por ano são cerca de nove mil, os que dão duas vezes por ano ultrapassam os 45 mil e 91 mil é o número de dadores que dá uma vez por ano.

“Hoje estamos perto do meio milhão de dadores”, disse, acrescentando que em 2013 houve um total de 214.062 colheitas, das quais 28.515 foram de novos dadores.

De entre estas pessoas que deram sangue pela primeira vez no ano passado, 13.128 tinham acima de 35 anos, 9.917 tinham entre 35 e 25 anos e 5.470 tinham menos de 25 anos.

 

OMS pede
A Organização Mundial da Saúde pediu medidas drásticas na luta contra a epidemia do Ébola na África Ocidental, a mais grave da...

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de mortos e casos de vírus Ébola continuam a aumentar na Guiné, Libéria e Serra Leoa.

“A OMS está muito preocupada com o contágio da epidemia nos países vizinhos, e pelo potencial perigo de propagação internacional”, declarou Luis Sambo, director regional da OMS para a África.

Segundo um balanço comunicado hoje [26 de Junho] pela OMS, a Guiné, o país mais afectado, seguido da Libéria e Serra Leoa, somam ao longo do ano 635 casos de febre hemorrágica, entre eles 399 mortes.

Segundo a OMS, a actual epidemia é a mais grave já registada pelo número de casos e de mortes constatadas, e também pela sua propagação geográfica.

Face a este desafio, a OMS convocou para 2 e 3 de Julho uma reunião em Acra, Gana, com os ministros das Saúde dos 11 países envolvidos e diferentes sócios da organização que lutam contra o Ébola.

 

Estudo da Boston University School of Medicine
As mulheres que têm filhos depois dos 33 anos sem tratamentos de fertilidade têm maiores probabilidades de viveram até mais...

A investigação da Boston University School of Medicine, publicada na edição de Junho da revista científica Menopause, estima que os mesmos genes que permitem às mulheres ter filhos naturalmente em idades mais avançadas são os responsáveis por uma maior longevidade, que pode ir até aos 95 anos.

Os resultados do estudo da Boston University School of Medicine são consistentes com anteriores descobertas que estabelecem uma relação entre a idade maternal aquando do nascimento do último filho e a longevidade excepcional.

O estudo baseou-se na análise dos dados do "Long Life Family Study", um estudo genético de 551 famílias com vários membros que viveram até idades excepcionais, 95 ou mais anos.

Os investigadores determinaram a idade em que cada uma de 462 mulheres tiveram os últimos filhos e até que idade viveram e concluíram que as mulheres que tiveram o último filho depois dos 33 anos tinham o dobro das probabilidades de viver até aos 95 anos ou mais quando comparadas com as que tiveram o último filho aos 29 anos.

Das 462 mulheres, 274 tiveram o último filho depois dos 33 anos.

"Pensamos que os genes que permitem às mulheres ter filhos naturalmente numa idade mais avançada são os mesmos que têm um papel muito importante no retardar do envelhecimento e na descida do risco de doenças relacionadas com a idade, como as doenças de coração, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e cancro", explicou Thomas Perls, especialista em geriatria na Boston University Medical Center e principal investigador do estudo, citado pela imprensa norte-americana.

Em Portugal, a idade das mães ao nascimento do primeiro filho tem vindo a aumentar.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2001, era-se mãe pela primeira vez aos 26,8 anos e em 2011 a maternidade surge só aos 29,2 anos.

As gravidezes após os 35 anos dispararam 47%, na última década, enquanto a maternidade antes dos 20 caiu para metade.

 

Estudo conclui
Ver televisão por mais de 3 horas por dia aumenta o risco de morte prematura, conclui um estudo Departamento de Saúde Pública...

Adultos que vêm televisão por um período superior a três horas ou mais por dia podem ter duas vezes mais risco de morte prematura, comparado àqueles que assistem menos que isso, revelou uma pesquisa publicada esta quarta-feira no Journal of the American Heart Association, avança a VEJA, citada pelo RCM.

Investigadores analisaram os dados de 13.284 espanhóis saudáveis de, em média, 37 anos, para determinar a associação entre o risco de morte por todas as causas e três tipos de comportamentos sedentários: tempo gasto em frente à televisão, no computador e no volante. Durante os oito anos do estudo, 97 pessoas morreram, sendo 46 de cancro, 19 de doenças cardiovasculares e 32 de outras causas.

O risco de morte foi duas vezes maior entre pessoas que relataram ver televisão por três ou mais horas por dia, comparadas àquelas que viam menos. O mais surpreendente é que não houve associação significativa entre a morte prematura e o tempo dedicado ao computador ou ao volante, outras actividades sedentárias. De acordo com os autores, a conclusão reforça pesquisas anteriores, segundo as quais o tempo gasto diante da televisão está relacionado à maior mortalidade.

“As nossas descobertas sugerem que adultos devem considerar aumentar sua actividade física, evitar longos períodos de sedentarismo e reduzir o tempo gasto diante da televisão a não mais de uma ou duas horas por dia”, afirma Miguel Martinez-Gonzalez, líder do estudo e professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Navarra em Pamplona, na Espanha.

 

Investigação alemã em ratinhos
A vacina ainda não foi testada em humanos mas pode significar futuros tratamentos.

Cientistas alemães testaram uma vacina que ajuda a proteger ratos dos tumores gliomas, os que estão localizados no sistema nervoso, o que significa um avanço para futuros tratamentos, segundo um artigo publicado na revista Nature.

A vacina, ainda não testada em seres humanos, provoca uma resposta imune contra células tumorais com uma mutação específica na proteína conhecida como IDH1, segundo a pesquisa dos especialistas do Centro de Pesquisa do Cancro da cidade alemã de Heidelberg.

Esta proteína está presente em grande parte dos gliomas, tumores originados nas células gliais do cérebro ou da espinha dorsal, indicou o estudo. Os gliócitos são células do sistema nervoso que desempenham principalmente função de suporte dos neurónios.

As mutações na proteína IDH1 acontecem no início do desenvolvimento de alguns gliomas, segundo os especialistas. Michael Platten, que liderou o estudo acredita que esta mutação pode ser atacada através de um tratamento imunológico.

A vacinação dos ratos portadores da mutação IDHI produziu anticorpos específicos que atacam as células tumorais, o que pode ser eventualmente aplicado em seres humanos.

 

À Comissão Europeia
O programa FOOD foi apresentado na reunião conjunta do Grupo de Alto Nível de Nutrição e Actividade Física e da Plataforma...

Os representantes de dois parceiros do programa FOOD, o Ministério de Saúde Belga e Português, apresentaram o programa na reunião conjunta do Grupo de Alto Nível de Nutrição e Actividade Física e da Plataforma Europeia de Acção sobre Dieta, Actividade Física e Saúde.

Do lado de Portugal, o programa FOOD foi apresentado por Pedro Graça da Direcção-Geral da Saúde, Director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, que revelou as vantagens do programa e focou-se nas iniciativas que estão a ser desenvolvidas em Portugal no âmbito deste projecto em conjunto com a Edenred Portugal – que integrou este Programa desde Dezembro de 2011 e, para o efeito, estabeleceu uma parceria com a Direcção-Geral da Saúde abraçando a iniciativa através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

O programa FOOD tem o mérito de reunir diversas instituições europeias de investigação e ensino de elevada qualidade e abordar o tema da alimentação saudável nos locais de trabalho, uma área essencial para a melhoria da saúde dos cidadãos europeus, afirma Pedro Graça.

Na reunião participaram os representantes dos 26 Estados-Membros bem como as principais organizações não-governamentais, a indústria alimentar e federações com interesse nas políticas de saúde e de nutrição.

O programa FOOD, criado em 2005, é o compromisso oficial da Edenred, como membro da Plataforma Europeia de Acção sobre Dieta, Actividade Física e Saúde. Liderada pela Comissão Europeia, a Plataforma está pronta a fornecer um exemplo de uma acção coordenada entre diferentes partes da sociedade, que irá encorajar iniciativas nacionais, regionais ou locais em toda a Europa.

 

Health Workforce:
A Organização Mundial de Saúde promove em Lisboa um encontro que reúne os 40 maiores Especialistas Mundiais em Educação de...

Acontecerá em Lisboa, nos próximos dias 1, 2 e 3 de Julho, o encontro dos 40 maiores Especialistas Mundiais em Educação de Profissionais de Saúde. A reunião é promovida e financiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) trazendo os seus Lideres até Lisboa.

Esta reunião resulta do trabalho de excelência desenvolvido por Francisco Goiana da Silva, jovem médico Português, enquanto Médico Interno na sede da OMS em Genebra durante os passados meses de Janeiro, Fevereiro e Março. Começou a sua actividade enquanto mero observador dos trabalhos desta taskforce em Genebra, tendo no final do seu estágio sido imediatamente convidado a integrar o grupo de especialistas. Francisco não descansou enquanto não convenceu Margaret Chan (Presidente da OMS) de que Portugal é o país piloto perfeito para a implementação das Guidelines a produzir pela taskforce.

A criação desta equipa de 40 “crakes” resulta da indicação expressa da Assembleia Mundial de Saúde para criação de uma taskforce internacional para construção de Guidelines que permitirão aos diferentes Governos modernizar o ensino de Médicos, Enfermeiros, Dentistas, Farmacêuticos e Psicólogos, reestruturando os Sistemas de Prestação de Cuidados de Saúde.

A cultura de constantes conflitos inter-classes dentro do mundo da saúde é um dos problemas apontados que se pretende resolver. Os “Pedestais dos Médicos” e as grandes assimetrias de valorização do trabalho dos diferentes profissionais de saúde serão resolvidos através de uma acção incisiva na Educação Universitária. A criação de blocos comuns e transversais aos cursos de saúde, em alunos aspirantes a médicos, farmacêuticos, enfermeiros, dentistas e psicólogos se misturam é um dos caminhos traçados.

Em paralelo com a sua actividade Profissional no Hospital de Santa Maria, Francisco Goiana da Silva tem feito todas as diligências necessárias para a realização deste evento, entre as quais o contactos com os Ministérios da Educação e Saúde pois existe objectivo expresso da Direcção da OMS se sentar à mesa com Paulo Macedo e Nuno Crato.

Paulo Macedo, Nuno Crato e João Lobo Antunes foram já contactados e deverão marcar presença na reunião promovida pelo jovem médico que promete mudar o paradigma das “equipas em saúde” no SNS, melhorando a qualidade dos cuidados prestados, rentabilizando recursos humanos e aumentado a satisfação dos utentes do SNS.

 

A “Missão” de renovar a política de saúde em Portugal

Francisco Goiana da Silva, 24 anos, é um jovem médico, mestrado na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Destacou-se desde sempre a nível académico e assumiu-se como líder desde cedo no seu percurso universitário, tendo desempenhado funções de dirigente associativo a nível nacional e internacional. Dedicou-se desde cedo a participar na modernização do currículo da faculdade de medicina de Lisboa, trabalhando lado a lado com personalidades como João Lobo Antunes e António Sampaio da Nóvoa (seus mentores).

Foi o único português de cinco médicos seleccionados a nível mundial para estagiar na OMS durante o ano 2014/2015.

Francisco é um dos 15 Shapers do Global Shapers Lisbon Hub e a sua recente participação no Fórum Económico mundial, enquanto jovem embaixador do SNS Português foi marcante e notada a nível nacional e internacional.

Irá suspender as suas funções profissionais no Hospital de Santa Maria para ingressar num dos mais conceituados Mestrados de Política e Gestão de saúde no Imperial College. Dos 30 alunos seleccionados a nível internacional foi já distinguido como uma dos elementos com curriculum e objectivos mais promissores.

Francisco ama a medicina mas considera que a sua missão poderá estar em construir uma estrutura sólida de competências de liderança e gestão sobre uma base médica e humana. É um defensor acérrimo do SNS e por isso partirá para Londres no sentido de encontrar novas soluções rumo á sustentabilidade e excelência do SNS Português.

 

Estudo MINERVA
Estudo demonstra que pacemaker com características inovadoras reduz evolução da fibrilhação auricular.

Os resultados do estudo MINERVA revelam que a utilização de um pacemaker com algoritmos inovadores, que normalizam o coração durante um episódio de disritmias auriculares (nomeadamente o Reactive ATP®), reduz significativamente a progressão da Fibrilhação Auricular (FA) em doentes com bradicardia (ritmo cardíaco lento).

Para além da redução da evolução da doença em 58% (quando comparado com outros dispositivos), o estudo evidencia ainda que esta característica inovadora do pacemaker diminui em 52% o número de hospitalizações e visitas às urgências em doentes com FA, minimizando assim os custos associados com esta patologia, que é responsável por um terço dos internamentos de causa arrítmica.

Estes resultados foram apresentados em Nice no maior congresso europeu de electrofisiologia, o Cardiostim.

O estudo MINERVA avaliou 1166 doentes de 63 centros da Europa, Médio Oriente e Ásia, durante 4 anos. Portugal foi um dos países com maior número de doentes participantes – mais de 10% do número total de doentes – seleccionados de 4 hospitais nacionais.

De acordo com João de Sousa, médico cardiologista do Hospital de Santa Maria, “a FA é a alteração do ritmo cardíaco mais comum nos adultos e a que tem maiores custos para os sistemas de saúde.

O seu impacto social e a sua importância em termos de morbilidade (a FA aumenta em 6% o risco de AVC, cuja ocorrência aumenta com a idade) levaram à enorme adesão da comunidade científica a este estudo. Portugal é disso exemplo e foi um dos países que liderou esta avaliação ao contribuir com um elevado registo de doentes.”

Todos os doentes seleccionados para este estudo randomizado e prospectivo tinham indicação para colocação de pacemaker de dupla câmara e passado de taquiarritmias auriculares mas sem bloqueio aurículo-ventricular completo ou FA permanente. Os pacientes no grupo de controlo foram avaliados sem programar as características inovadoras do pacemaker.

A fibrilhação auricular é uma alteração do ritmo e da frequência do batimento do coração, em que as aurículas contraem de forma irregular e descoordenada, o que pode levar a que o sangue se acumule nesta zona do coração, com risco de formação de coágulos, que se podem deslocar através da corrente sanguínea e bloquear o afluxo de sangue ao cérebro, e consequentemente provocar acidentes vasculares cerebrais (AVC).

A fibrilhação auricular é a arritmia mais prevalente, afectando cerca de 1% da população e a partir dos 50 anos a incidência duplica em cada década. Nos últimos anos, a prevalência de FA tem vindo a aumentar.

 

Ilegalidade
A situação tornou-se ilegal a partir de 2011 mas são ainda 260 os médicos do Hospital Amadora-Sintra que recebem por dois...

Segundo o Diário de Notícias, citado pelo Notícias ao Minuto, o Governo está a par desta situação e a unidade hospitalar comprometeu-se a dar-lhe um fim em breve. Estes clínicos recebem não só pelo papel de médicos no hospital público, mas também pelo de prestadores de serviços em entidades privadas com acordos com o Amadora-Sintra.

Só em Maio, o Hospital Amadora-Sintra rescindiu com 60 duplos contratos. Mas ainda faltam 260. A unidade hospitalar de Lisboa tem agora em mãos colocar o fim aos duplos contratos que permitiam aos médicos receber pelo hospital e por entidades privadas, aqui na condição de prestadores de serviços.

Estes duplos contratos foram celebrados há já alguns anos, quando o Amadora-Sintra funcionava de uma parceria público-privada, contudo, uma legislação em 2011 colocou o fim a este tipo de dualidade, tornando-a ilegal.

Já existiram 419 médicos dos quadros nesta situação, mas agora são 260 os contratos que ainda roçam a ilegalidade. O Ministério da Saúde, a Inspecção-Geral e o Tribunal de Contas estão a par da situação e a unidade hospitalar comprometeu-se a cessá-la o quanto antes.

 

 

Cientistas admitem
Uma equipa internacional liderada por um pesquisador da Universidade de Kiel, na Alemanha, admitiu hoje a possibilidade de o...

Citado pela revista Nature Communications, Thomas Bosch, cuja equipa apresentou os mais recentes resultados de uma pesquisa sobre a origem do cancro, afirmou que “o cancro é tão antigo quanto a vida multicelular na Terra e provavelmente nunca será completamente erradicado”.

Segundo a publicação, há anos que Thomas Bosch e os seus colegas fazem investigações à volta do tema e agora fornecem provas de que “os tumores, de facto, existem em animais primitivos e evolutivos”.

“Agora nós descobrimos pólipos portadores de tumor em duas espécies diferentes de hidra, um organismo muito semelhante aos corais”, afirmou Thomas Bosch, que estuda as células estaminais e da regulação do crescimento de tecidos em Hidra, um pólipo de idade filogenética.

A hidra é um hidrozoário com o corpo em forma de pólipo que vive na água doce, preferencialmente em águas frias e limpas, presas por uma extremidades a uma rocha ou a vegetação aquática.

Utilizando métodos e bases de dados bio informacional, os cientistas Tomislav Domazet-loso e Diethard Tautz do Instituto Max Planck de Biologia Evolutiva em Plön, que há anos também têm investigado a origem do gene do cancro, e que participaram no estudo, anunciaram hoje ter feito uma descoberta inesperada.

“Os nossos dados previam que os primeiros animais multicelulares já tinham a maior parte dos genes que podem causar cancro em seres humanos”, disse Tomislav Domazet-loso, embora a publicação científica considere que, até agora, não há evidências de que estes animais possam, na verdade, sofrer de tumores.

Segundo a publicação, também não há evidências de que a compreensão dos mecanismos moleculares de formação de tumores nestes animais seja simples.

A equipa de investigadores também fez o rastreio da causa celular dos tumores ao longo de todo o eixo do corpo e, pela primeira vez, foi capaz de demonstrar que as células estaminais, que são programadas para a diferenciação sexual, acumulam-se em grandes quantidades e não são removidas, naturalmente, com a morte celular programada.

Segundo a Nature Communications, estes tumores afectam apenas a hidra feminina e lembram cancros de ovário em seres humanos.

“Quando realizamos análises moleculares mais detalhados dos tumores encontramos um gene que se torna activo dramaticamente no tecido tumoral e que normalmente impede a morte programada da célula”, explicou Alexander Klimovich da Universidade de Kiel e co-autor do estudo.

Os cientistas demonstraram igualmente que as células tumorais são invasivas, ou seja, se forem introduzidas num organismo saudável podem provocar o crescimento do tumor. “A característica invasiva das células cancerosas é também uma característica de idade evolutiva”, considerou Alexander Klimovich.

“A nossa pesquisa reconfirma que os animais primordiais como pólipos Hidra fornecem uma enorme quantidade de informações para nos ajudar a entender os problemas tão complexos como o cancro. O nosso estudo também faz com que seja improvável que a guerra contra o cancro proclamada em 1970 possa jamais ser vencida. No entanto, conhecer as origens do seu inimigo é a melhor maneira de combatê-lo e ganhar muitas batalhas”, disse, no entanto, Thomas Bosch.

 

Inquérito da Direção Geral de Saúde
Um em cada 10 doentes de unidades de cuidados continuados tinha uma infecção associada a cuidados de saúde, revela um inquérito...

O inquérito de prevalência de infecção e uso de anti-microbianos nas unidades de cuidados continuados (UCC) incluiu 2.304 residentes, tendo em 317 sido registada uma infecção (IACS), o que traduz uma prevalência de 10,4%. Na totalidade foram identificadas 344 infecções (11,3%).

“Estes resultados não podem ser comparados directamente com os de 2012 dado que foram introduzidas alterações nas definições de infecção urinárias”, lê-se no documento, no qual se indicou que os números de 2013 e de 2012 teriam o mesmo valor (8,1%) se fossem retirados os dados relativos a “infecção urinária provável”.

No relatório de 2013, as infecções mais frequentes são as das vias urinárias, com 17,5% infecções confirmadas e 20% infecções prováveis, seguindo-se infecções da pele e tecidos moles (26,2%) e as infecções respiratórias (21,2%).

O documento assinalou a prescrição de 311 anti-microbianos, que podem passar por antibióticos, anti-virais, anti-fúngicos e anti-parasitários, a 289 residentes (9,5%), com uma média de 1,1 anti-microbiano por doente.

Vinte e um residentes tinham prescrição de dois anti-microbianos e um deles estava a tomar três destes fármacos, que no total foram maioritariamente receitados pelo médico da unidade.

“No que se refere à organização das actividades de prevenção e controlo das infecções e resistências aos anti-microbianos, destaca-se que em cerca de um quinto das UCC não existia um profissional responsável por estas actividades”, refere o texto do inquérito, que nas suas recomendações incluiu o cumprimento do despacho sobre esta área.

“Tendo em conta as taxas relativamente elevadas de prevalência de IACS, é imperioso desenvolver as boas práticas de prevenção de transmissão, nomeadamente em relação às infecções mais frequentes: urinárias e feridas crónicas”, afirmou-se no documento, no qual se exige uma análise mais detalhada do número significativo de úlceras de pressão e outras feridas.

No primeiro estudo nacional sobre esta matéria, em 2012, tinham participado 232 UCC e 5.150 residentes, enquanto este ano foram envolvidos 143 UCC e 2.304 3 residentes.

Quase metade das UCC inquiridas em 2013 eram unidades de Longa Duração, seguindo-se as de Média Duração (29,3%), de Convalescença (17,4%) e de Cuidados Paliativos (3,4%).

A população do inquérito foi caracterizada como idosa e “com limitações físicas e cognitivas importantes”, registando-se feridas em 30% dos residentes.

 

DGS transmite
A Direcção-Geral da Saúde organiza hoje e amanhã o 4º Fórum Nacional de Saúde, na Faculdade de Medicina da Universidade de...

O 4º Fórum Nacional de Saúde, que tem lugar hoje e amanhã (26 e 27 de Junho), constitui uma oportunidade para o reforço da implementação do Plano Nacional de Saúde (PNS) 2012-2016, e, também, para a promoção da acção intersectorial, de articulação entre os níveis de planeamento nacional, regional e local.

Promovendo o envolvimento de todos, a DGS transmite em directo as sessões plenárias do dia 27 de Junho, onde serão discutidos vários temas de relevo, tais como:

 

  • Estratégia Health 2020 - The European Policy for Health and Well-being da Organização Mundial da Saúde
  • Ponto de situação sobre a implementação do PNS 2012-2016
  • Apresentação do Relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a implementação do PNS 2012-2016
  • Divulgação da Monitorização do PNS 2012-2016
  • Reflexão sobre o Futuro do Planeamento da Estratégia de Saúde

Realçamos que a ligação apenas está disponível uma hora antes de as sessões ocorrerem. Consulte o programa. Acompanhe aqui a emissão em directo.

 

 

Relatório da Direcção-Geral da Saúde
Ministro da Saúde apresentou dados de um relatório da Direcção-Geral da Saúde dos primeiros cinco meses do ano.

O ministro da Saúde apresentou um relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS) que indica que, desde o início do ano, o número de mortes por suicídio está a cair. Foram registados 1080 casos em 2013 e 390 nos primeiros cinco meses deste ano. Paulo Macedo, que falava aos deputados durante a comissão parlamentar de Saúde desta quarta-feira, avançou estes dados para contrariar as críticas dos deputados da oposição sobre a degradação das condições de vida no país.

O ministro começou por dizer que é cedo para comparações, até porque o ano ainda vai a meio. E alertou que o facto de as mortes terem começado a ser registadas electronicamente, quando antes eram inscritas em papel, faz com que também não possam ser feitas leituras em relação aos anos passados. Agora a recolha é feita com recurso ao Sistema de Informação dos Certificados de Óbito que reúne dados obtidos pelo Ministério Público, pelas forças policiais, pelos hospitais, centros de saúde e serviços de medicina legal.

Apesar disso, Macedo diz que os números apontam para “uma redução”, já que, com o método electrónico, segundo o ministro, seria expectável que os valores aumentassem devido ao acréscimo de fiabilidade. Antes, muitos casos eram omitidos das certidões de óbito em papel, por questões religiosas ou relacionadas com os seguros de vida.

O relatório da DGS, a que o jornal Público teve acesso, mostra que em 2011 foram registados 1206 casos de morte por suicídio, um número que caiu em 2012, para 1057 casos, e que subiu no ano passado, para 1080. Já até Maio deste ano, foram registados 390 casos, com maior incidência em Abril, com 89 mortes. A manter-se uma média de 78 casos por mês, o ano de 2014 acabaria com pouco mais de 930 suicídios.

O trabalho da DGS apresenta os casos discriminados por grupo etário, percebendo-se que a maior parte dos suicídios foram cometidos por pessoas com mais de 75 anos, seguidas pelo grupo etário dos 55 aos 64 anos. As faixas etárias dos 45 aos 54 anos e dos 65 aos 74 surgem quase em situação de empate. Lisboa foi o distrito com mais casos registados, seguido pelos de Setúbal, Leiria e Faro.

 

Ao longo de mais de década e meia
A análise dos registos hospitalares da população de todo um país, ao longo de 15 anos, permitiu determinar as 1171 “estradas de...

Uma equipa de cientistas dinamarqueses e norte-americanos conseguiu determinar as “trajectórias” mais comuns e perigosas, que ligam as doenças entre si no tempo, à escala de toda a população da Dinamarca, noticia a versão online do Público. Nunca nada deste calibre tinha sido tentado para estudar a progressão das doenças numa população humana. Os resultados, que foram publicados na última edição da revista Nature Communications, poderão abrir o caminho ao diagnóstico precoce e à redução personalizada dos riscos de morte prematura, “desviando” as pessoas que se encontram nessas “estradas da morte”, por assim dizer, para outros percursos, menos arriscados, através de tratamentos ou de mudanças de estilo de vida, por exemplo.

Søren Brunak, da Universidade de Copenhaga, e colegas realizaram o estudo recorrendo à totalidade dos registos de contactos, ocorridos de 1996 a 2010, entre 6,2 milhões de cidadãos dinamarqueses e os hospitais da Dinamarca. Para ter uma ideia da dimensão da massa de dados em questão, basta saber que se trata de 101 milhões de diagnósticos hospitalares individuais.

Foi assim possível determinarem 1171 “trajectórias” – isto é, sequências de diagnósticos específicos que ocorriam numa determinada ordem no tempo – particularmente significativas. A seguir, agruparam as trajectórias que possuíam etapas (diagnósticos) em comum, determinando assim “um pequeno número de diagnósticos-chave que são centrais” na progressão de diversas doenças graves.

A análise permitiu obter 15 agrupamentos, entre os quais “os cinco maiores são os das doenças da próstata, da doença pulmonar obstrutiva crónica [DPOC], das doenças cerebrovasculares, das doenças cardiovasculares e da diabetes”, resumem os autores naquela revista científica.

E explicam, por exemplo, que “uma variedade de diagnósticos, incluindo problemas cardiovasculares, cutâneos, hormonais e comportamentais convergem para a DPOC e, a partir daí, prosseguem para a insuficiência respiratória, a pneumonia, a septicémia e outros diagnósticos”. De facto, escrevem ainda, “todas as trajectórias que começam na aterosclerose [degeneração das artérias] são seguidas de um diagnóstico de DPOC” (…) “e, a partir desse momento, evoluem rapidamente para uma variedade de outros diagnósticos (…), sendo a morte o desfecho mais frequente”. Surge assim uma autêntica cartografia das “estradas de doença” com prováveis desfechos fatais prematuros na população analisada.

Este tipo de abordagem, argumentam os cientistas, permite em particular detectar ligações desconhecidas ou inexplicadas entre as doenças. “Quando olhamos para grandes volumes de dados e para as ‘redes’ de doenças que emergem, conseguimos ver fortes correlações entre uma doença como a gota, por exemplo, e as doenças cardiovasculares”, diz Brunak em comunicado da sua universidade. “É uma correlação surpreendente, que os especialistas têm vindo a debater”, acrescenta. E que os novos resultados parecem vir agora corroborar.

A gota é uma forma de artrite e uma das suas manifestações mais notórias é a inflamação da articulação do dedo grande do pé. “A nossa análise das trajectórias à escala de toda a população confirma a relação epidemiológica entre a gota e as doenças cardiovasculares”, concluem os autores.

Um mapeamento deste tipo poderia permitir diagnosticar precocemente o "rumo" patológico no qual uma dada pessoa pode estar a encaminhar-se. “Os nossos resultados permitem olhar para as doenças num contexto mais alargado”, diz por seu lado o co-autor Anders Boeck Jensen, também citado no referido comunicado. “Em vez de olharmos para cada doença separadamente, podemos falar de um sistema complexo com muitos factores diferentes a interagir entre si. E olhando para a ordem em que as diversas doenças aparecem, podemos começar a descobrir os padrões e vislumbrar as complexas correlações que marcam a direcção em que se encaminha uma dada pessoa.”

“Quanto mais depressa identificarmos um padrão desadequado, melhor conseguiremos prevenir e tratar doenças graves”, salienta Brunak. “No futuro, penso que vamos conseguir prever muitas doenças utilizando testes de diagnóstico simples combinados com padrões conhecidos de progressão das doenças.”

Segundo Lars Juhl Jensen, um outro co-autor, se se acrescentar a isto o facto de se conseguir sequenciar o ADN e as proteínas de cada pessoa – algo que, segundo ele, irá acontecer já nos próximos anos –, “torna-se possível, de repente, ficarmos a conhecer pormenores sobre nós próprios susceptíveis de serem utilizados para prever a progressão das nossas doenças ao longo da nossa vida”.

“Acredito num futuro radioso”, acrescenta este cientista, “porque vamos conseguir, a termo, melhorar a qualidade de vida, prolongar a vida – e, ao mesmo tempo, poupar dinheiro enquanto sociedade – se dermos às pessoas a possibilidade de receber tratamentos mais eficazes e direccionados.”

 

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