Por não ser consultado
O Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA demitiu-se de todas as comissões que integrava como membro,...

“Demitimo-nos de todos os lugares para que fomos convidados, enquanto não formos respeitados”, anunciou Luís Mendão, presidente do GAT, durante a sessão de abertura do Congresso nacional “VIH, Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica”, que decorre até quarta-feira em Lisboa.

Luís Mendão explicou aos jornalistas que o GAT se demitiu das comissões científicas para as quais tinha sido convidado a participar como membro, designadamente a de criação de estratégias anti-virais e a de elaboração de orientações terapêuticas para tratamento do VIH.

“Nestes dois últimos anos, foram aprovados documentos chave para controlo da epidemia sobre os quais não tivemos conhecimento”, afirmou.

O responsável sublinhou que se o GAT foi convidado para participar num organismo, é para “dar a opinião antes de a decisão ser tomada”.

Para Luís Mendão, não faz sentido continuar a pertencer como membro de comissões se estas “não lhe dão a possibilidade de dar a sua contribuição antes de tomarem decisões”.

O presidente do GAT denunciou ainda que os concursos do Estado para projectos a desenvolver em 2015 na área da Sida, que deveriam ter sido abertos em Maio, ainda não abriram, quase no fim de 2014. “Em Maio abrem os concursos do Estado que identificam as prioridades para o ano seguinte e que permitem às organizações candidatarem-se e porem no terreno medidas”, explicou. Este ano isso não aconteceu e a data de abertura dos concursos passou para Outubro, sem que tal tenha acontecido novamente.

Em Dezembro, o GAT queixa-se de ausência de informação sobre o assunto, desconhecendo se vai haver concursos e se vai planear trabalho no terreno para 2015. “Não é possível planear actividades nestas circunstâncias”, frisou. O presidente do GAT denunciou ainda que, apesar dos passos positivos que têm sido dados, “os meios postos à disposição” do coordenador do programa nacional de luta contra o VIH/Sida “são insuficientes”.

“O Programa Nacional para a Infecção VIH/SIDA não tem meios financeiros, humanos e técnicos alocados para responder às necessidades”, afirmou, acrescentando que criar medidas “no papel é fácil”, mas difícil é aplica-las no terreno. Luís Mendão referia-se especificamente a estudos para conhecer melhor a epidemia, identificar onde estão os problemas e o que está a falhar, bem como investir no rastreio de populações mais atingidas e garantir que os serviços essenciais continuam a funcionar.

Relativamente aos medicamentos, considerou que têm que passar a ter “rapidamente preços comportáveis” e apelou à indústria farmacêutica para que “faça um esforço adicional nos preços que propõe ao SNS para que os doentes não tenham que se sujeitar a medicamentos tóxicos e de efeito pouco eficaz”.

DECO pede
A Associação de Defesa do Consumidor encontrou em Portugal duas marcas consideradas perigosas de acessórios para pulseiras de...

Os acessórios em causa são os "Loom Charms", da marca D.I.Y, e os "Colorful Loom Bands", da Baiqi, que segundo a Associação de Defesa do Consumidor (DECO) ultrapassam os níveis de cádmio permitidos e registam elevada libertação de níquel.

"Uma marca contém 440 vezes mais ftalatos do que o limite legal", adianta a DECO, explicando que as peças da Loom Charms ultrapassam "o máximo permitido de cádmio, apresentam 44% de ftalatos [...] e as partes metálicas libertam demasiado níquel".

O limite legal de cádmio admitido é de 0,1%.

Os acessórios "Colorful Loom Bands" têm 9,8% de ftalatos, o que também está fora da lei, de acordo com a DECO.

"Os dois produtos são um perigo real para a saúde: se a criança os puser na boca, a saliva vai permitir a transferência dos metais pesados e dos ftalatos para o organismo. Também é possível que o contacto com a pele, sobretudo quando se transpira, possibilite a migração de metais pesados", considera a DECO.

Por isso, a associação de defesa do consumidor apresentou já à Autoridades de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) "um pedido de retirada do mercado".

A DECO decidiu avançar com a realização de testes a estes produtos depois de, em Agosto, ter sido retirada do mercado no Reino Unido uma marca destes acessórios com 400 vezes mais ftalatos que o permitido por lei.

Entre os 10 produtos testados, dois chumbaram, enquanto os restantes não apresentaram problemas de segurança química, adianta a DECO.

A DECO lembra que o cádmio, usado como pigmento para dar cor ou como estabilizador do plástico, é uma substância tóxica que pode permanecer no organismo por longos períodos, é carcinogénico e a exposição a doses elevadas durante um curto período pode causar sintomas semelhantes aos da gripe e irritação dos pulmões. Exposições prolongadas podem levar a doença renal, enfraquecimento dos ossos e danos nos pulmões.

O níquel é um metal com um elevado poder alergénico, especialmente quando em contacto directo com a pele.

Os ftalatos são usados como plasticizantes, de modo a tornar os plásticos flexíveis, transparentes e duráveis. Podem prejudicar o fígado e os rins e afectar os níveis de testosterona, com possível diminuição da fertilidade. Não são eliminados pelo organismo, o que aumenta o risco de problemas a longo prazo.

As pulseiras de elásticos popularizaram-se na primavera deste ano, tendo-se tornado numa verdadeira "febre" entre crianças e adolescentes.

 

Missão solidária
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros associa-se à missão solidária da Associação Laços Sem Nós.

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros acolhe a 4 de Dezembro na sua sede, em Coimbra, o lançamento do livro de poesia Laços de Esperança, que se destina a angariar recursos financeiros para as actividades de apoio social da associação.

A sessão enquadra-se no programa do colóquio do concurso Cuidar 14, que premeia três projectos de melhoria dos cuidados de enfermagem prestados aos cidadãos em instituições de saúde dos distritos de Coimbra e Leiria. O colóquio inicia-se pelas 15h00.

Laços de Esperança reúne criações da autoria de António Vilhena (escritor, Mestre em estudos clássicos), Anabela Coelho (Advogada em Coimbra), André Pereira (Jornalista/argumentista), Alves Cardoso (Advogado em Coimbra), Cília Diniz (Procuradora Geral Adjunta do Tribunal da Relação de Coimbra), Conceição Desterro (Procuradora da República no Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria), Paulo Santos (Psicólogo), Francisco Lucas (Médico e Mestre em Medicina Legal, em Coimbra), Lurdes Breda (Escritora).

A Associação Laços Sem Nós, através de uma vasta rede de voluntários qualificados, presta apoio gratuito nas seguintes áreas: conceder acompanhamento social, psicológico, jurídico etc.; apoiar, mediante avaliação rigorosa, em bens e artigos indispensáveis ao bem-estar familiar; dinamizar formação em áreas como a educação parental, gestão doméstica, apoio e cuidados ao idoso, procura activa de emprego, criação do próprio emprego, etc.; realizar um apoio de proximidade (in loco); conceder formação especializada e certificada a beneficiários comprovadamente carenciados; estabelecer parcerias efectivas de trabalho em rede para maior articulação e sinalização de situações abusivas e crónicas ao nível de rendimentos estatais; etc.

Iniciativa celebra o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
Foram eleitos os melhores autores da iniciativa “Eu sei escrever bEM sobre Esclerose Múltipla” que pretendeu distinguir os...

Duarte Barradas, da Escola Conde de Vilalva, em Évora, Sara Lopes, da Escola El Rei D. Manuel I, de Alcochete e Pedro Campião, também da Escola Conde de Vilalva, foram o primeiro, segundo e terceiro classificados, respectivamente, do Prémio Literário “Eu sei escrever bEM sobre Esclerose Múltipla”, uma iniciativa que pretende distinguir o melhor texto sobre a doença elaborado por alunos do segundo ciclo (5º e 6º anos de escolaridade) e também celebrar o 30º aniversário da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) e o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, que se assinalam ambos a 4 de Dezembro.

Esta iniciativa, que teve como parceiros a Direcção Geral da Educação (DGE) e a Biogen Idec, com o apoio financeiro do Instituto Nacional da Reabilitação (INR), promove a educação para a cidadania em consonância com as linhas orientadoras definidas pelo Ministério da Educação e Ciência, visando premiar os melhores textos originais sobre a Esclerose Múltipla, realizados por alunos do 2º ciclo de escolaridade. Os autores dos três melhores textos receberam prémios e o reconhecimento da SPEM.

O júri deste concurso foi composto por Vita Lains, da direcção da SPEM, pela escritora Maria João Lopo de Carvalho e por Dulce Godinho, em representação da DGE.

Vita Lains afirma que “a esclerose múltipla manifesta-se geralmente em jovens adultos que estão no início da sua carreira profissional ou a constituir família e que, perante o diagnóstico, acabam por ter que reavaliar todos os planos que tinham feito para o futuro. Sentimos, portanto, necessidade de criar uma iniciativa que nos ajudasse a chegar a um público mais jovem e desmistificar algumas ideias erradas que possam surgir à volta desta doença. Este prémio literário garante-nos que a informação chega aos nossos jovens pois para escrever “bEM” sobre esclerose múltipla, é preciso primeiro ler e assimilar todos os dados sobre a patologia que lhes forem transmitidos”.

Já a escritora Maria João Lopo de Carvalho, refere que “Vale a pena partilhar a esclerose múltipla, aprendê-la, ultrapassá-la, viver com ela, desmistificá-la. Costumo dizer que muito do que somos nos foi ensinado na escola: o que nos emociona, nos sensibiliza, nos move e nos faz correr a caminho da “meta”. Junto-me a esta iniciativa por acreditar que podemos formar uma geração melhor se soubermos ensinar-lhes o valor de remover uma simples pedra do meio do caminho. São eles, os mais novos, que nos vão “limpar” caminhos e horizontes, que nos vão segurar na mão, amparar quedas, ensinar o, até agora, desconhecido. Este é um prémio de palavras: uma palavra, depois outra... um poema, um texto, mas é sobretudo um prémio de “pontuação”: Vence, também, quem melhor souber pontuar este trabalho de múltiplos “esses”: sensibilidade, solidariedade e sabedoria.”

A sessão de entrega do prémio contou com a participação das escolas candidatas, do presidente do Instituto Nacional de Reabilitação, José Madeira Serôdio, e dos membros do júri, que entregaram os três primeiros prémios e duas menções honrosas.

Partnering For Cure
Cientistas portugueses estão a desenvolver estratégias de luta contra a infecção por VIH para impedir a entrada do vírus nas...

"O que propomos no nosso trabalho são duas estratégias novas e complementares, dirigidas para o que se chama a cura funcional da infecção pelo VIH", relatou Pedro Borrego, investigador do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz.

A investigação integra-se nos trabalhos de desenvolvimento de novas soluções e estratégias para a cura de infecções virais crónicas, nomeadamente VIH, hepatite B e hepatite C.

Foi o trabalho escolhido para ganhar 100 mil euros por um painel de cientistas internacionais que integram o programa Partnering for Cure, uma iniciativa pioneira na Europa apoiada pela Bristol-Myers Squibb.

As estratégias propostas são baseadas em terapia genética, ou seja, "o agente terapêutico que vai desenvolver a actividade terapêutica é material genético, genes ou fracções de genes", e esta actividade será dirigida para dois alvos de acção complementares, explicou Pedro Borrego.

O investigador avançou que um dos alvos "vai actuar na entrada do vírus em células novas, que não estão infectadas, impedindo essa entrada, e outro [será] dirigido para a latência do vírus, em células que já estão infectadas". Para prevenir a entrada do vírus em novas áreas será utilizada uma pequena proteína que vai ligar-se às partículas virais no exterior da célula, impedindo que ele se ligue e infecte uma nova célula.

"Complementarmente, vamos actuar também nas células que já estão infectadas, através de um sistema novo de edição genómica, vamos provocar alterações no genoma próviral do vírus que existe na célula infectada e, ao provocar essas alterações, vamos tornar a expressão do vírus defectiva, isto é, vamos impedir a correcta expressão do vírus na célula já infectada e impedir que produza novos vírus infecciosos", especificou o cientista.

A principal importância apontada nesta abordagem relaciona-se com o facto de, na infecção pelo VIH, haver estabelecimento de reservatórios virais, em diferentes tipos de células ou locais anatómicos, como tecido linfático, onde o vírus continua a replicar-se, de uma forma estável e persistente ao longo do tempo, mesmo na presença de terapêutica anti-retroviral e de respostas do sistema imunitário.

O trabalho proposto é um estudo pré-clínico, o que quer dizer que vai ser desenvolvido e estudado 'in vitro' e não integra teste e aplicação das estratégias em ensaios em animais, o que será realizado somente numa fase posterior.

Na solução proposta, "vamos dar elementos para a própria célula produzir estes agentes terapêuticos, os quais depois vão actuar nas duas fases distintas do ciclo de replicação viral", resumiu Pedro Borrego.

"Estamos honrados e entusiasmados por receber o prémio de investigação Partnering For Cure", que vai facilitar o desenvolvimento do trabalho, salientou.

Entre Março de 2013 e Agosto de 2014
O Projecto +Abraço realizou, entre Março do ano passado e Agosto de 2014, 1.259 testes de detecção do VIH/Sida, a maioria a...

Este projecto consiste na realização de testes rápidos para o VIH "com o devido aconselhamento pré e pós testes" seguindo as linhas de recomendação do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e da Coordenação Nacional para a Infecção VIH e Sida.

Os 1.259 testes, em que 13 foram repetições, foram realizados no Porto, Matosinhos, Leça da Palmeira, Maia, Espinho, Furadouro, Esmoriz, Cortegaça, Gandra, Vila nova de Gaia, Famalicão, Marco de Canavezes, Penafiel e Covilhã. Dos testes realizados, 828 foram em faculdades, 128 em ambiente recreativo, 111 em acções de rua, 118 em praias, 74 em gabinete. Dois terços dos testes foram realizados a estudantes, 22% a trabalhadores, 6% a trabalhadores/estudantes, 3% a desempregados e 3% a reformados.

A maioria (68%) tinha entre 18 e 25 anos, 17% entre 26 e 35 anos, 7% entre 36 e 45, 5% mais de 55 anos e 3% entre os 46 e os 55 anos.

Os dados, divulgados a propósito do Dia Mundial da Luta Contra a Sida, que se assinala hoje, revelam que apenas 19% utilizam sempre preservativo no sexo vaginal. Já 62% disseram que apenas usam "às vezes" e 15% nunca utilizam.

No caso do sexo oral, 67% disseram que nunca utilizam preservativo, 16% confessaram que usam "às vezes" e 6% utilizam sempre. Questionados sobre se utilizam preservativo no sexo anal, 17% disseram que nunca usam, 14% às vezes e 13% sempre. Os restantes (56%) afirmaram que não praticam este tipo de sexo.

Para o presidente da Abraço, Gonçalo Lobo, estes dados são preocupantes e indicam “cada vez mais a necessidade de trabalhar na prevenção. “É uma área em que Portugal tem vindo a apostar” e o número de casos tem vindo a diminuir, mas “ainda existe uma franja da população que não usa preservativo nas relações sexuais”, lamentou Gonçalo Lobo.

O presidente da associação defendeu que tem de haver “uma intervenção contínua no âmbito da sexualidade que venha surtir efeitos da prevenção do VIH”. “Nunca existiu uma política concertada no âmbito da saúde para a prevenção na área do VIH, existem sim acções pontuais mas que não são levadas a cabo de modo contínuo e, quanto estamos a falar na questão da sexualidade, esta não pode ser tratada na pontualidade”, sustentou.

Por outro lado, “ainda há receio das pessoas fazerem o teste e, principalmente, pelos dados que tivemos relativos a 2013, isto acontece mais na população de homens que têm sexo com homens”. “Hoje em dia reconhece-se que há uma necessidade de intervenção mais especializada junto de determinados grupos (…), o que não quer dizer que todos os outros estejam protegidos da doença” frisou, explicando que o que está em causa na transmissão desta doença são os comportamentos de riscos a que toda a população está sujeita.

O presidente da Abraço salientou a importância do Dia Mundial de Luta Contra a Sida para alertar novamente para este risco: “Nunca é demais, quando estamos a falar do campo da saúde, das pessoas se protegerem e de terem comportamentos adequados”.

Centro Médico Dentário da Abraço
Mais de 35 dentistas voluntários tratam gratuitamente da saúde oral a 1.284 seropositivos no Centro Médico Dentário da Abraço,...

“Infelizmente, nos últimos anos, temos sentido que a taxa de absentismo tem subido ligeiramente, o que está relacionado com dificuldades cada vez maiores a nível financeiro (…). É a realidade que vivemos no nosso país e que é difícil de contornar”, lamentou o director clínico do centro, Marcos Veiga.

Por mês, o Centro Médico Dentário realiza, em média, cerca de 170 consultas e, desde que abriu portas, em 2006, já efectuou 17 mil actos clínicos. Marcos Veiga explicou que a “higiene e a saúde oral têm uma influência importantíssima na saúde” e implicações a nível do VIH e de muitas outras doenças.

Os seropositivos “têm uma susceptibilidade aumentada a uma panóplia de patologia oral que é importante vigiar e diagnosticar precocemente para que tenha o mínimo de consequências sobre a sua saúde”. Mas a doença diagnosticada precocemente apenas acontece em utentes que já estão a ser acompanhados na Abraço.

“A generalidade das pessoas chega-nos com um estado de saúde oral bastante precário que é fruto da realidade do Serviço Nacional de Saúde não providenciar cuidados de qualidade a nível de saúde oral”, sublinhou.

Há cerca de três anos foi criado um cheque dentista para os seropositivos, mas, contou o dentista, os utentes continuam a procurar os serviços médicos da associação.

Apesar da existência deste cheque, “os hospitais continuam a enviar-nos os seus doentes, o que demonstra de uma certa forma que os médicos infecciologistas reconhecem que um centro dedicado poderá prestar aos doentes cuidados de muita boa qualidade”, adiantou.

Sobre situações de discriminação, Marcos Veiga afirmou que ouve esses relatos desde que o centro abriu. “Infelizmente, esses relatos continuam a existir, o que é lamentável”, mas “eu penso que a discriminação a nível dos cuidados de saúde está a melhorar”, uma situação para a qual terá contribuído o trabalho que as faculdades têm feito nesse sentido, sublinhou.

Infectada por VIH há cerca de 20 anos, Isabel (nome fictício) é uma das utentes do centro médico dentário e da Abraço e percebe os benefícios de ter uma boa saúde oral.

“Não podemos ter infecções na boca porque podem provocar problemas”, disse Isabel, no final de uma consulta no gabinete dentário.

Isabel contou que passou por várias situações de discriminação, mas disse que nunca deixou que a discriminassem, porque sabia defender-se.

“Tive várias vezes situações de discriminação e, pensassem o que pensassem, eu ia lá e falava com as pessoas. Nunca perdi um emprego por causa disso, porque também me sabia defender. Só dizia a quem tinha de dizer, ponto”, adiantou.

Desenvolvido em Coimbra
Um estudo do metabolismo de células do cancro do pulmão desenvolvido por investigadores da Universidade de Coimbra, que já...

A investigação permitiu, através de técnicas de ressonância magnética nuclear (RMN), “quantificar a produção de lípidos em células cancerígenas, importante para ajudar a tornar o diagnóstico da doença mais claro”, afirma uma nota da Universidade de Coimbra (UC) divulgada.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo focou-se em “duas linhas celulares de cancro de pulmão humano – A549 (muito comum) e H1299 –“, tendo os investigadores registado que “a síntese de lípidos é superior, em mais do dobro, à de uma linha celular de pulmão saudável”.

A descoberta já valeu ao seu investigador principal, Ludgero Tavares, o prémio “Jovem Investigador” (Young Investigator Award) no Congresso Internacional de Cancro do Pulmão, que decorreu na Malásia, organizado pela Associação Internacional para o Estudo do Cancro (Association for the Study of Lung Cancer), sublinha a UC.

O estudo, desenvolvido no âmbito de uma investigação que está em curso no Departamento de Ciências da Vida da UC, “foi eleito entre as mais de duas centenas de trabalhos apresentados” naquele congresso.

Os especialistas envolvidos na pesquisa, coordenada por Rui de Carvalho, “têm fortes indícios” que a Isocitrato Desidrogenase (IDH), “uma enzima do ciclo de Krebs (conjunto de reacções químicas que acontecem na vida da célula para a obtenção de energia) é a principal responsável por esta produção de lípidos em excesso nas células cancerígenas”, acrescenta a mesma nota da UC.

Os investigadores envolvidos no estudo estão agora, por isso, a “silenciar (retirar do sistema através de manipulação genética) esta enzima, para avaliar a sua preponderância no processo tumorigénico”.

O estudo do metabolismo do cancro do pulmão permite “conhecer melhor os mecanismos da doença, que causa anualmente 1,59 milhões de mortes em todo mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), contribuindo para melhorar o diagnóstico e avançar para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos”, explica Ludgero Tavares.

 

Liga Portuguesa Contra a Sida
A presidente da Liga Portuguesa Contra a Sida considerou que a inclusão dos testes à infecção VIH nas análises de rotina...

Maria Eugénia Saraiva comentava a informação publicada hoje no Diário de Notícias, de que a generalização do teste faz parte da nova norma para o diagnóstico e rastreio da doença, que já foi concluída pela c

“Os testes são uma mais-valia para todos (…) desde que não seja obrigatório, isto porque a obrigação implica também uma preocupação para todos nós quando se trata de uma situação que leva à discriminação e ao estigma”, salientou.

No entender de Maria Eugénia Saraiva, o importante é a população fazer testes o mais cedo possível.

“Quanto mais cedo fizermos o teste mais cedo e mais facilmente saberemos o estado serológico e o tratamento será mais efectivo. O que se está a passar agora é que muitas pessoas chegam ao hospital já tarde, com infecção e depois o tratamento não é o mais eficaz, já é tarde”, disse.

O doente será sempre informado de que lhe vai ser pedida a análise e pode sempre recusar. Até aqui o doente tinha de autorizar por escrito ou oralmente que a queria fazer, refere o jornal, citando a Direcção-Geral da Saúde.

“É importante fazer o teste. O importante é sabermos se estamos infectados, se estamos a infectar o outro. Esta tem sido a estratégia da Liga e por isso adoptámos desde 2012 a unidade móvel de rastreios que tem vindo a fazer testes, não só aos VIH, mas também às hepatites víricas e doenças sexualmente transmissíveis junto de populações mais vulneráveis em Lisboa, Loures e Odivelas”, disse a presidente da Liga.

Maria Eugénia Saraiva contou que tem havido uma grande adesão e procura do teste na carrinha, que tenta abranger toda a população.

“Ainda há muito a fazer é um caminho longo a percorrer. É importante perceber e nunca é demais repetir que esta doença pode atingir tudo e todos e que temos de prevenir, de perceber o nosso estado de saúde. Temos de passar a mensagem aos nossos jovens de que não existe vacina, não existe cura, só tratamento”, concluiu.

Administração Regional de Saúde
O Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul está há um ano sob gestão da Administração Regional de Saúde do Algarve e o...

Depois de ter terminado o contrato com o grupo que geria o centro, em Novembro de 2013, e de o vínculo não ter sido renovado por falta de visto do Tribunal de Contas, a Administração Regional de Saúde (ARS) assumiu a gestão da unidade, em São Brás de Alportel, e “viu-se obrigada a encerrar 10 das 54 camas de internamento para manter a qualidade dos tratamentos”, disse o presidente da entidade regional, João Moura Reis.

“Posso dizer o que oficiosamente sei, que é que vai ser dada autorização. O 'timing' em si não sei dizer, porque não posso fazer futurologia. De qualquer das maneiras sei que iremos ter num curto espaço de tempo autorização” para contratar os profissionais em falta para substituir aqueles que saíram por “motivos legítimos”, afirmou o responsável.

Esta autorização que permite “a contratação de efectivos para preenchimento de vagas não depende só da tutela, depende também do Ministério das Finanças”, acrescentou Moura Reis.

Ainda assim, o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro, manifestou a sua “preocupação” pela “demora” na substituição dos profissionais.

Vítor Guerreiro lamentou que, após a passagem da gestão para a Administração Regional de Saúde (ARS), se tenha verificado, “logo em Fevereiro, o encerramento de 10 camas de internamento por falta de médicos fisiatras” e que se tenha “perdido, pouco a pouco, alguma capacidade na resposta”.

“Neste momento estão a funcionar 44 das 54 camas, continuam 10 camas encerradas, também houve bastantes constrangimentos relativamente à aquisição de medicamentos para o centro, uma vez que a farmácia da ARS não estaria preparada para este tipo de unidade e com medicamentos para este tipo de tratamentos”, afirmou Vítor Guerreiro.

O autarca frisou que, apesar de ter “sido sempre garantido por parte da ARS que os constrangimentos existentes iriam ser ultrapassados de imediato”, isso “não se verificou” e “o Ministério da Saúde aprovou, mas o Ministério das Finanças recusou a autorização” para contratar pessoal.

Vítor Guerreiro criticou também “a burocracia” e a “morosidade” nos mecanismos de contratação da ARS, cujo presidente reconheceu “não serem tão céleres como desejado”. Contudo, disse, podem “em breve” ser ultrapassados com a abertura de um concurso para a colocação dos profissionais necessários.

João Moura Reis anunciou ainda que há um grupo de trabalho a preparar um concurso internacional para atribuir a gestão do centro a um novo operador e que se pressupõe que este processo esteja terminado, “na pior das hipóteses, no primeiro semestre de 2015”.

“Há dois anos que há uma comissão para preparar um concurso internacional. Parece-me que é tempo mais do que suficiente para resolver estas questões”, contrapôs o autarca.

 

Dia Mundial da Luta Contra a Sida lembra
O Dia Mundial da Luta Contra a Sida assinala-se hoje com várias iniciativas, pelo país, para lembrar uma doença que, desde 1985...

Para assinalar a efeméride, o Grupo de Mulheres com Intervenção na Sociedade da SER+, Associação Portuguesa Para a Prevenção e Desafio à Sida, promove a conferência “VIH e os Afectos”, com o objectivo de debater a problemática do VIH em Portugal.

A conferência, que irá decorrer na Sala do Senado, na Assembleia da República, terá como foco a “descriminação das pessoas que vivem com a doença, e conseguir resoluções nesta matéria”.

A Abraço vai realizar um conjunto de acções com o objectivo de “continuar a sensibilizar a população portuguesa para a problemática do VIH/sida”, uma vez que o último relatório do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) refere que se encontravam notificados, cumulativamente, 47.390 casos de infecção VIH, dos quais 19.075 em "estadio Sida".

Iluminar a Fonte Luminosa na Praça do Império, em Lisboa, com luzes vermelhas, é uma das acções que a associação vai realizar.

O dia também é marcado pela Abraço, com a realização da 22.ª Gala da Abraço, no Teatro São Luiz, em Lisboa, com acções de rua, que incluem rastreios ao VIH, na Praça dos Leões, no Porto, e um debate sobre o “investimento futuro na prevenção primária e secundária”, também no Porto.

A Universidade Católica vai acolher, entre hoje e quarta-feira, o Congresso Nacional de VIH, doenças infecciosas e microbiologia clínica, em que será discutido o futuro da terapêutica anti retrovírica, a simplificação dos tratamentos, a co-infecção VHC/VIH e o surto recente de ‘legionella’ em Portugal.

Segundo os dados do INSA, quase três casos por dia de infecção por VIH/sida foram diagnosticados no ano passado, em Portugal, num total de 1.093 situações, o que equivale a uma taxa de 10,5 novas infecções por 100 mil habitantes. Quanto aos óbitos, foram notificados 226 mortes ocorridas no ano passado em pessoas com a infecção por VIH, 145 das quais no "estadio Sida".

Até 2030
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu aos líderes mundiais que se comprometam a acabar com a Sida até 2030 através da...

“Apelo aos líderes mundiais para se unirem nesta causa comum. Há uma luz ao fundo do túnel. Estabelecemos uma meta concreta. Vamos todos acabar com a SIDA até 2030”, disse Ban Ki-Moon numa mensagem divulgada no âmbito do Dia Mundial da Sida.

Ban Ki-moon manifestou-se "satisfeito e orgulhoso" pelo que considerou ser o "caminho certo” na luta contra aquela doença, cujo legado disse ser já visível comparado à do vírus do Ébola na África Ocidental.

"Quase 14 milhões de pessoas em todo o mundo estão a receber tratamentos da Sida. Conseguimos reduzir novas infecções em 38%, desde 2001”, prosseguiu o secretário-geral da ONU na sua mensagem, em que agradece a dedicação dos parceiros que ajudam a combater a doença.

Depois de salientar que os sistemas médicos por si só não são suficientes para garantir "cuidados de saúde robustos”, Ban Ki-Moon apelou a mais apoios para combater a doença porque, destacou, "existem 35 milhões de pessoas a viver com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês) hoje em dia e cerca de 19 milhões delas não têm conhecimento que contraem o vírus".

"Existem lacunas importantes na nossa resposta a grupos chave de pessoas. Duas em cada três crianças necessitam de tratamento e não dispõe do mesmo. As mulheres jovens são particularmente vulneráveis em muitos países com prevalência alta de HIV. A epidemia da Sida está a aumentar na Europa de Leste, Ásia Central e no Médio Oriente, alimentada pelo estigma, discriminação e leis punitivas. Ainda assim, o trabalho essencial dos sistemas de comunidade e organizações de apoio muitas vezes não dispõe de apoios por si. Não podemos deixar ninguém para trás", frisou.

O Dia Mundial de Luta Contra a Sida é comemorado no primeiro dia de Dezembro (hoje) para alertar as populações quanto à necessidade de prevenção e de precaução contra o vírus, que ataca o sistema imunológico do doente, e para lembrar todas as vítimas que faleceram ou estão infectadas com a doença. A Sida é a primeira causa de mortalidade em África e a quarta em todo o mundo.

A percepção
A percepção que temos dos enfermeiros é moldada no nosso dia-a-dia pelas nossas necessidades imediat

Quando chegamos a uma consulta sonhamos com uma enfermeira cliché, com já uma certa idade, carinhosa, de voz doce, como nos livros da nossa infância, que com esse efeito placebo de confiança representa logo metade do cuidado necessário. Mas podia ser um enfermeiro bem-disposto, que passa por nós a cantarolar. E por isso, quando nos deparamos com enfermeiros irritados, bruscos, que não nos ouvem logo, em voz alta ou baixa precipitadamente criamos anticorpos centrando no profissional um problema que não está nele mas é sistémico e diz respeito à gestão de fundos públicos e força de trabalho. A forma como o cidadão vê os enfermeiros passa por muitos factores mas também passa por este: relação de trocas fugazes, em que nem os cidadãos conhecem o trabalho dos enfermeiros nem os enfermeiros sabem o que está por detrás da vida dos doentes.

Os enfermeiros portugueses são expostos a uma brutalidade de turnos em regime de horas extraordinárias porque assim evita-se a contratação de novos profissionais – tem sido na sua resistência física e moral que repousam os cuidados e não na protecção laboral que lhe é devida. São, de todos os funcionários públicos, aqueles em que a relação formação-salário é mais desequilibrada, isto é, que ganham menos na relação com a sua formação da força de trabalho. Estão ameaçados também da mudança de relações laborais que abarca todos os sectores, isto é, de um despedimento de facto de quem ainda tem relações de trabalho-padrão, protegidas, para serem substituídos, na totalidade ou quase, por trabalhadores precários – às vezes são despedidos como trabalhadores fixos para serem contratados como trabalhadores precários, a ganhar em média 30 a 40% menos de salário. No limite, são forçados à imigração. Esta mudança, que sobretudo permite um aumento crescente de uma economia virada para rendas fixas, como a remuneração de juros da dívida pública (usando dinheiro do Estado Social, nomeadamente do SNS) ou as parcerias público-privadas, pode ser feita alegando «mobilidade especial», «extinção do posto de trabalho» ou simplesmente recusando-se a contratar novos profissionais sobrecarregando os que estão a trabalhar com mais horas, mais doentes, mais tarefas…Este processo tem levado a um fenómeno conhecido nos estudos do trabalho que vulgarmente se chama de exaustão, e que tem como consequência o cansaço, irritabilidade, aumento do número de acidentes de trabalho, esgotamentos, doenças físicas e mentais.

Os cuidados de enfermagem são essenciais e deviam ser ampliados, em nome de uma correta gestão dos fundos públicos – doentes acamados com menos cuidados vão ter mais doenças; recém mães sem experiência de amamentação ou o encerramento dos berçários vão criar dificuldades que facilmente se transformam em cansaço que abre brechas no sistema imunitário (é necessário lembrar que na Inglaterra ou na Holanda nos primeiros 2 meses há enfermeiros a acompanhar diariamente as recém mães); doentes seguidos no período de pós tratamento hospitalar, por exemplo, têm menos probabilidade de ter reincidências/recaídas não programadas; educação alimentar, física, ajuda a protelar doenças como a diabetes ou mesmo evitá-las, etc… Os exemplos de investir em cuidados de enfermagem são quase infinitos. E todos eles acarretam melhores condições laborais para os enfermeiros, melhores cuidados de saúde para a população e gestão mais eficiente dos orçamentos públicos de saúde.

 

 

Não se pode, finalmente, alegar insuficiência de recursos para fazer esta mudança, que relembramos outra vez, ela própria iria acarretar, na nossa opinião – e é possível criar uma medida de eficiência que o prova economicamente -, uma diminuição ou contenção de custos. Como observamos neste gráfico[i] podemos observar que a diferença entre o custo total e o custo final na saúde, como um todo, era de 1,0% em 1995 e 1,5% em 2010, o que revela uma perda de produtividade com um custo de 0,5% do PIB. Por outro lado, enquanto a produção estatal (a verde) caiu de forma drástica juntamente com o rendimento dos trabalhadores, o que é esperado uma vez que boa parte dessa produção estatal é precisamente serviço médico prestado, os gastos com a produção privada mercantil (a azul) subiram de 1,8% do PIB em 1995 para 5,3% em 2009 e 5,2% em 2010. Significa isto que a subcontratação e serviços privados dentro do SNS tem criado simultaneamente menos produtividade e mais lucro – tudo à custa dos salários dos profissionais de saúde. Podemos ver que esse movimento de privatização encapotada dá um salto em 2002, coincidindo a introdução da gestão empresarial nos Hospitais Públicos.




[i] Rui Viana Pereira e Renato Guedes in Varela, Raquel, Quem Paga o Estado Social em Portugal? (Bertrand, 2012)

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Programa Nacional para as Doenças Oncológicas
O coordenador do Programa Nacional de Doenças Oncológicas revelou que as mulheres estão a aderir menos aos rastreios dos...

Nuno Miranda falava durante a apresentação do relatório “Portugal – doenças oncológicas em números – 2014”, do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, que analisa os números mais recentes da incidência e mortalidade associados às doenças oncológicas e a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O oncologista sublinhou que cada vez mais mulheres são convidadas a fazer o rastreio ao cancro da mama – 389.602 em 2012 e 408.868 em 2013 -, número bastante superior ao das mulheres rastreadas (248.950).

“A percentagem de mulheres que aceita fazer rastreio ao cancro da mama está a diminuir”, disse Nuno Miranda, sugerindo que a polémica em torno da utilidade e riscos deste rastreio tem contribuído para estes valores.

Nuno Miranda disse ainda que as dificuldades financeiras também poderão contribuir para esta diminuição: “Menos dinheiro, menos disponibilidade para este tipo de preocupação”, afirmou.

A situação ao nível do colo do útero também preocupa o oncologista, ao ponto de as autoridades terem decidido realizar um inquérito para averiguar se estas mulheres não fazem de todo o rastreio ou se optam por fazê-lo em unidades de saúde privadas.

No rastreio ao cancro do colo do útero, a taxa de adesão desceu de 67,55%, em 2012, para 62,81, em 2013.

Nuno Miranda defendeu a promoção deste rastreio, até porque, para já, ainda é cedo para se fazerem sentir os efeitos da vacina contra o vírus do papiloma humano, um dos responsáveis por este carcinoma.

O documento apresentado aponta para “uma pequena diminuição na taxa de mortalidade padronizada por tumores malignos, tanto na população global como no grupo etário inferior a 65 anos”. “Este resultado é muito positivo, pois reflecte ganhos líquidos em saúde”.

Relatório do Programa Nacional
A produção dos hospitais portugueses no tratamento de doentes oncológicos aumentou mais de 11% nos últimos cinco anos, com mais...

A conclusão consta do relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas (PNDO) “Portugal – Doenças oncológicas em números 2014”, apresentado em Lisboa e que analisa os números mais recentes da incidência e mortalidade associados às doenças oncológicas. Neste documento lê-se que “a produção hospitalar na área das doenças oncológicas tem vindo a aumentar todos os anos”.

O documento do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas analisa os números mais recentes da incidência e mortalidade associados às doenças oncológicas e a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em 2013, o número de utentes saídos dos hospitais do SNS devido a doença oncológica (90.594) foi 11,6% superior ao de 2009 (81.179) e 1,0% superior ao de 2012.

No ano passado, registaram-se 120.463 episódios de assistência hospitalar por doente (em 2012 foram 117.561). Em média, cada doente ficou internado 14,66 dias em 2013, quando tinha ficado 14,89 dias no ano anterior.

Ao nível cirúrgico, ocorreram 44.264 cirurgias oncológicas em 2013 (37.680 em 2009).

Nesta área, registou-se um aumento da percentagem de operados a neoplasias malignas que ultrapassaram o Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG): 14,8% em 2013 e 15,3% em 2013.

Para sessões de radioterapia, foram admitidos no ano passado 414.344 utentes (337.812 em 2009).

Ao nível dos medicamentos, aumentou o consumo, em quantidade, de medicamentos citotóxicos e imunomoduladores, “correspondendo a opções terapêuticas mais dirigidas”. “O único item onde se assistiu a uma discreta diminuição de quantidade foi o de Hormonas e anti-hormonas e esta diminuição é feita à custa do tamoxifeno”, lê-se no documento.

A quimioterapia oral sofreu um aumento significativo (dois por cento), sendo este aumento particularmente notável no grupo dos inibidores de tirosina cinase (10%).

Também em anticorpos monoclonais usados em oncologia se notou um aumento de consumo (11%).

 

Portugueses perderam 45 mil anos de vida devido a quatro tumores malignos em 2012

De acordo com o mesmo relatório, os portugueses perderam, em 2012, mais de 45 mil anos de vida devido a quatro tumores malignos. Em 2012 os portugueses perderam 19.548 anos de vida por causa do tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão.

Por causa do tumor maligno do cólon e recto foram perdidos 11.478 anos de vida e devido ao tumor maligno do estômago 10.093 anos. O tumor maligno do pâncreas foi responsável pela perda de 4.555 anos de vida.

O documento aponta para “uma pequena diminuição na taxa de mortalidade padronizada por tumores malignos, tanto na população global como no grupo etário inferior a 65 anos”.

“Este resultado é muito positivo, pois reflecte ganhos líquidos em saúde”.

Os autores do documento indicam que Portugal – tal como os outros países – assiste a “um aumento muito significativo de novos casos, fruto de alterações significativas da estrutura da pirâmide populacional e de alterações do estilo de vida”.

Ao nível dos 10 tumores mais frequentes em Portugal, em 2012 morreram 2.312 por tumor maligno do estômago, 2.612 por tumor maligno do cólon, 883 devido ao tumor maligno do recto e 3.446 por causa do tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão.

O tumor maligno da mama matou 1.663 mulheres, enquanto o tumor maligno do colo do útero foi responsável por 204 óbitos.

O tumor maligno do corpo do útero causou 183 mortes, o da próstata 1.745 e o da bexiga 924. Devido ao Linfoma não-Hodgkin morreram 664 pessoas.

Ao nível dos locais de residência dos doentes, os autores do documento identificaram altas taxas de mortalidade devido ao cancro do estômago na área geográfica da Administração Regional de Saúde (ARS) e devido ao cancro do recto na região abrangida pela ARS do Alentejo.

Na área abrangida pela ARS do Algarve foi identificada uma alta taxa de mortalidade e mortalidade precoce devido a tumores do cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

Altas taxas de mortalidade para cancro da bexiga foram registadas nas áreas da ARS de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve e uma baixa taxa de mortalidade na zona da ARS Centro do cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

Desde Março
Mais de 500 cheques diagnóstico para o cancro oral foram usados desde Março, dando origem a 205 biopsias que identificaram 12...

O relatório “Portugal – Doenças oncológicas em números 2014”, que é hoje apresentado em Lisboa, refere que foram emitidos 1.969 cheques diagnóstico desde Março, quando entrou em vigor o Projecto de Intervenção Precoce no Cancro oral, do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral.

Destes cheques, 508 foram utilizados, dando origem a 205 cheques biopsia.

Das 205 biopsias efectuadas, registaram-se 12 casos com resultado positivo para cancro oral: oito na Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, um na ARS Centro, dois na ARS de Lisboa e Vale do Tejo e um na ARS do Alentejo.

Foram ainda detectados três doentes com lesões potencialmente malignas, sendo os utentes referenciados pelo médico de família para o hospital de referência.

O tempo que medeia entre a utilização do cheque diagnóstico e a realização da biopsia e a consulta no Instituto Português de Oncologia (IPO) não ultrapassou os 10 dias.

Estudo revela
Um estudo internacional sobre o impacto psicológico da crise financeira demonstrou que, entre a população activa, são os jovens...

“É compreensível, tendo em conta que a incerteza quanto ao futuro é superior nos jovens, para além da falta de oportunidades com que estes se veem confrontados na actualidade”, comentou o investigador da Universidade do Algarve (Ualg), que integrou o projecto em 2011.

A investigação focou-se em Portugal, Grécia e Irlanda, e foi desencadeada pela Sociedade Mundial para o Estudo do Stresse e da Ansiedade, tendo o estudo nacional ficado a cargo do grupo de investigação “Bem-estar na sociedade”, do Centro de Investigação sobre Espaço e Organizações da Ualg.

Segundo Saul Neves de Jesus, o estudo pode servir para a criação de programas orientados para a gestão do stresse que ajudem as pessoas a desenvolver uma atitude mais serena perante as dificuldades e permita controlar as emoções negativas e criar estratégias para lidar com as dificuldades.

“As pessoas devem desenvolver estratégias orientadas para o enfrentamento dos problemas, em vez de evitamento ou de apenas lamentação, de forma a encontrarem soluções para as dificuldades encontradas e a tornarem-se mais resilientes ou resistentes”, comentou.

Em Portugal, o estudo abrangeu 729 pessoas com mais de 18 anos, estando 117 em situação de desemprego.

O estudo revelou, ainda, que o impacto psicológico da crise financeira é semelhante em homens e mulheres e também entre a população empregada e desempregada.

“O problema parece ser não tanto o estar numa situação de desemprego, mas sim as consequências desta situação para o sujeito, ao nível das dificuldades financeiras que isso possa representar”, observou Saul Neves de Jesus.

O estudo contou com a participação de alunos de doutoramento da Universidade do Algarve, estando a ser desenvolvidas teses sobre o impacto das dificuldades económicas em variáveis da psicologia positiva, como o optimismo, a espiritualidade e a satisfação com a vida e a análise particular da situação dos desempregados.

A Biblioteca Municipal de Faro acolhe hoje a apresentação de uma análise do impacto dos fatores económicos sobre o stress, a ansiedade e a depressão.

O estudo vai ter ainda uma fase de acompanhamento dos sujeitos estudados com vista à avaliação da forma como vão reagir em função das alterações que possam ocorrem na sua situação financeira.

Promover o ensino da hidrologia médica em Portugal
A ATP - Associação das Termas de Portugal que recentemente reivindicou a reintrodução do ensino da hidrologia médica nos cursos...

“Congratulamo-nos com o estabelecimento destas parcerias com prestigiadas instituições de ensino e investigação, que a médio prazo trarão benefícios aos utentes portugueses com necessidades de tratamento de doenças músculo-esqueléticas, respiratórias, pele, digestivas e até mesmo das doenças da civilização, como o tabagismo, stress ou a obesidade. explica Teresa Vieira, Presidente da Associação das Termas de Portugal.

A parceria com estas duas universidades abre assim portas à formação graduada e pós-graduada, contribuindo para um incremento da investigação aplicada, não só dos efeitos da água mineral natural no tratamento de patologias mas ainda na prevenção de doenças e promoção da saúde.

“Estudos recentes revelam que a aposta em programas preventivos de tratamento termal contribuem para a redução de situações de cronicidade, agravamento das doenças e redução da toma de fármacos. É por isso essencial voltar a colocar o termalismo em igualdade de circunstâncias relativamente a outras terapêuticas que se dirigem às mesmas patologias", conclui ainda Teresa Vieira.

Com o protocolo da Ubi, pretende-se ainda alargar esta parceira de formação e investigação a outras áreas de extrema importância para o sector termal, como seja a área da geologia.

Na sequência desta parceria já está a decorrer um curso de pós-graduação em Hidrologia e Geologia na UBI e é lecionada uma cadeira de hidrologia médica no curso de mestrado integrado do ICBAS.

Em Portugal existem 48 termas licenciadas e o sector emprega directamente 5.000 pessoas, sendo um grande impulsionador das regiões. 

Em 2014
Angola registou até outubro 34 novos casos e um morto por tripanossomíase, conhecida como doença do sono e considerada endémica...

Os dados foram avançados em Ndalatando, província do Cuanza Norte, pelo director-adjunto para a área técnica do Instituto de Combate e Controlo da Tripanossomíase, Amadeu Dala.

O técnico referiu que os números deste ano representam, ainda assim, uma diminuição em 35 casos, comparativamente ao mesmo período de 2013.

Amadeu Dala disse que os casos foram notificados nas províncias de Luanda, Malange, Uíge, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Bengo e Zaire, zonas consideradas endémicas.

Segundo o responsável, o instituto controla actualmente 200 doentes (infectados anteriormente) que se encontram sob acompanhamento médico, estando ainda sob vigilância epidemiológica outros, cujo número não foi revelado, já tratados.

Comparando a situação epidemiológica actual a períodos anteriores, Amadeu Dala sublinhou melhorias significativas nos últimos 12 anos, consequência do reforço do trabalho de prospeção activa da doença, aliada à luta anti-vectorial para o corte da cadeia de transmissão da epidemia.

"O factor insegurança desapareceu (com a paz alcançada em 2002), permitindo que as equipas de prospecção cheguem com mais facilidade até às zonas recônditas do país e possibilitando maior acesso aos centros de diagnóstico e tratamento da doença do sono a população", disse Amadeu Dala, citado pela agência de notícias angolana Angop.

Até 1997, Angola chegou a registar 8.275 casos da doença do sono, números que foram diminuindo ao longo dos anos, como comprovam os 69 casos notificados em 2013, sem óbitos.

Uma brigada de 80 técnicos do Instituto de Combate e Controlo da Tripanossimíase vai desenvolver no Cuanza Norte uma campanha de prospecção activa da doença até 22 de dezembro, enquadrada no programa governamental de erradicação da endemia até 2025.

Um total de dez equipas móveis, com enfermeiros, técnicos de laboratório e de luta anti-vectorial (encarregue pela colocação de armadilhas para a captura da mosca tsé-tsé) vão trabalhar nos dez municípios que integram aquela região.

Esse trabalho, segundo Amadeu Dala, tem como objectivo identificar pessoas infectadas, cuja doença ainda não se manifestou, encaminhando-as para os centros de diagnóstico.

Os técnicos têm ainda como tarefa colocar cerca de duas mil armadilhas em toda a província para a captura do vetor de transmissão da doença.

A tripanossomíase, uma doença tropical negligenciada e transmitida pela picada da mosca tsé-tsé, foi detectada em 15 das 18 províncias de Angola, estando livre da mesma apenas as regiões do Namibe, Huambo e Cunene, devido às suas características climáticas.

Investigadora afirma
Os enfermeiros são os funcionários públicos mais mal pagos em Portugal, quando se comparam salários com o nível de formação...

“São, de todos os funcionários públicos, aqueles em que a relação formação-salário é mais desequilibrada, isto é, que ganham menos na relação com a sua formação da força de trabalho”, sublinha, num artigo hoje publicado no nº 40 da revista Enfermagem e o Cidadão.

Para a Coordenadora do Grupo de Estudos do Trabalho da Universidade Nova de Lisboa, além disso, os enfermeiros estão também ameaçados pelas mudanças das relações laborais, que afectam todos os sectores.

Por vezes – acrescenta - também são despedidos como trabalhadores fixos para serem contratados como trabalhadores precários, “a ganhar em média 30 a 40 por cento menos” de salário.

Não obstante essas condições, “os enfermeiros portugueses são expostos a uma brutalidade de turnos em regime de horas extraordinárias porque assim evita-se a contratação de novos profissionais”, acentua num artigo com o título Enfermeiros, o que parece e o que é.

“Tem sido na sua resistência física e moral que repousam os cuidados (prestados aos cidadãos) e não na protecção laboral que lhes é devida”, realça a historiadora Raquel Varela.

Para a Coordenadora do Grupo de Estudos do Trabalho da Universidade Nova de Lisboa, os cuidados de enfermagem “são essenciais e deviam ser ampliados, em nome de uma correcta gestão dos fundos públicos”.

Refere, como exemplo, que doentes acamados com menos cuidados vão ter mais doenças, ou doentes seguidos no período pós tratamento hospitalar têm menos probabilidade de ter reincidências/recaídas não programadas.

“Os exemplos de investir em cuidados de enfermagem são quase infinitos. E todos eles acarretam melhores condições laborais para os enfermeiros, melhores cuidados de saúde para a população e gestão mais eficiente dos orçamentos públicos de saúde”, acrescenta.

Na sua perspectiva, o Estado não pode alegar insuficiência de recursos para fazer essa mudança, pois iria criar mais eficiência e uma diminuição ou contenção de custos.

Reportando-se a dados do PIB de 1995 a 2010, a investigadora Raquel Varela conclui que a “subcontratação e serviços privados dentro do SNS têm criado simultaneamente menos produtividade e mais lucro – tudo à custa dos salários dos profissionais de saúde”.

A revista Enfermagem e o Cidadão é editada pela Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE). Com uma tiragem de 14 mil exemplares, hoje é distribuída gratuitamente aos cidadãos do Centro de Portugal.

No editorial, o Presidente da Mesa da Assembleia Regional da SRC, Enfº Rui Cruz, critica a crise de valores na sociedade português, que também é intrínseca à área da saúde.

“Num País onde a qualidade dos cuidados de saúde melhorou ao longo de muitos anos, assiste-se hoje ao ‘desmantelar’ progressivo dessa realidade. Cuidados de proximidade cada vez mais distantes. Cuidados diferenciados cada vez mais caros (para o contribuinte e para o doente). Cuidados de emergência cada vez difíceis. Num País pequeno como o nosso, o conflito de ‘interesses’ parece ser muitas vezes sobreponível ao interesse do cidadão”, refere

Sob o título “É o País que temos... ‘Fujam todos!...’”, o dirigente da OE escreve que o país não cria as condições para que profissionais de saúde, com qualidade diferenciada, possam atender o cidadão naquela que porventura será a maior das suas necessidades, a de cuidados clínicos de emergência.

Mas, “em vez disso, discute-se hoje nos meandros de decisão como (e o quê!) colocar alguém, sem a formação adequada, a executar actos para os quais não estão habilitados” na área da emergência.

Na edição da revista são publicadas artigos de divulgação sobre várias temáticas, designadamente sobre o Testamento Vital, entrevistas a enfermeiros autarcas e músicos, e uma reportagem à Unidade de Diabetes do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, que inclui um testemunho na primeira pessoa de uma jovem diabética.

Para mais informações aceder aqui

Reportagem vídeo à Unidade de Diabetes

Depoimento de jovem diabética

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